Pessoas embarcam em ônibus lotado na avenida Brasil, Rio de Janeiro. A prévia da inflação oficial no país desacelerou em julho, com alta de 0,17 por cento sobre o mês anterior, beneficiada pelos preços de transportes e alimentos. 28/05/2014.
REUTERS/Sergio Moraes
SÃO PAULO (Reuters) - A prévia da inflação oficial no país desacelerou em julho, com alta de 0,17 por cento sobre o mês anterior, beneficiada pelos preços de transportes e alimentos, mas em 12 meses estourou o teto da meta do governo ainda que abaixo do esperado.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acumulou em julho alta de 6,51 por cento em 12 meses, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, abaixo do esperado pelo mercado.
As medianas das expectativas em pesquisa da Reuters apontavam alta de 0,20 por cento na base mensal e de 6,55 por cento em 12 meses.[nL2N0PW11N]
Em junho, o indicador havia mostrado alta de 0,47 por cento, acumulando em 12 meses avanço de 6,41 por cento. A meta do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Este mesmo IPCA que baliza a meta de inflação acumulou em 12 meses até junho alta de 6,52 por cento.
A última vez em que a inflação superou o teto da meta ao final do ano e que o BC teve de publicar uma carta aberta foi em 2003, no primeiro ano do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando a alta do IPCA foi de 9,3 por cento.
Em 6,51 por cento, no entanto, o Banco Central ainda não teria de dar explicações por meio de carta aberta porque adota a metodologia da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para eventualmente arredondar a segunda casa do IPCA após a vírgula.
ALIMENTOS E TRANSPORTES
Os principais responsáveis pelo resultado de julho do IPCA-15 foram os grupos Transportes e Alimentação e Bebidas. O primeiro, segundo o IBGE, recuou 0,85 por cento em julho após alta de 0,50 por cento no mês anterior, com impacto negativo de 0,16 ponto percentual no índice do mês. Já Alimentação e Bebidas registrou variação negativa de 0,03 por cento, sobre alta de 0,21 por cento em junho, com impacto negativo de 0,01 ponto percentual.
Para tentar segurar a inflação, o Banco Central elevou a Selic para o atual patamar de 11 por cento durante um ciclo de aperto monetário que durou um ano.A maioria dos agentes econômicos não espera que o BC mude a Selic neste ano, mas acredita que irá elevá-la novamente em 2015. Segundo pesquisa Focus do BC com economistas, a Selic deve ir a 12 por cento no próximo ano.
Inflação alta e crescimento baixo vêm abalando a confiança em geral no ano em que a presidente Dilma Rousseff busca a reeleição. A perspectiva para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no Focus foi reduzida nesta semana para abaixo de 1 por cento.[nL2N0PW0D6]
(Por Camila Moreira)
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