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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Aécio culpa governo por quadro de estagflação e perda de credibilidade /ENTREVISTA-Dilma será sua própria porta-voz sobre economia na campanha, diz Rui Falcão

Aécio culpa governo por quadro de estagflação e perda de credibilidade

quarta-feira, 30 de julho de 2014

BRASÍLIA (Reuters) - O candidato à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves, disse nesta quarta-feira que os problemas econômicos do país não decorrem da crise financeira internacional, mas sim ao atual governo que levou o Brasil a um quadro de estagflação e "perda de credibilidade".

"Todos nós sabemos, todos nós acompanhamos as diferenças da crise internacional... em 2008 e 2009, mas os resultados pífios da economia brasileira são consequências de brasileiros e fruto das opções erradas que o governo fez nos últimos anos", afirmou o tucano, durante apresentação a empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

"Nós viemos ao longo desses últimos anos aprendendo, infelizmente, a conviver com aquilo que poderíamos chamar de contabilidade criativa,... que minou aquilo que é fundamental para o crescimento da economia e dos investimentos... que é o instituto de credibilidade", criticou Aécio.

Para ele, que está em segundo lugar na corrida presidencial, o país investe pouco em infraestrutura e precisa dobrar a média atual de cerca de 2,5 por cento do PIB em investimentos nesse setor. Aécio não explicou, porém, como isso seria feito.

Mas o tucano detalhou como pretende retomar a competitividade da indústria e apontou seis mudanças que planeja fazer.

Disse que é preciso investir em qualificação da educação; dar um choque de atração do capital para investimentos em infraestrutura; uma taxa de juros mais baixa, que não pode ser adotada por voluntarismo e sim pela melhoria da confiança na economia.

Segundo ele, também será preciso um real mais desvalorizado para ajudar na competitividade. "Hoje vivemos de populismo cambial,... o governo busca conter a inflação por política cambial". E prometeu simplificar o sistema tributário por meio da adoção de um IVA (Imposto de Valor Agregado).

Aécio apontou também para uma mudança no funcionamento do Mercosul, que segundo ele trava os acordos comerciais do país.

"O Mercosul, a grande realidade é essa, vem nos amarrando. Quem sabe sua transformação de união aduaneira para área de livre comércio,... para facilitar acordo com outras regiões do mundo", argumentou.  

Mais cedo, o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, também apresentou suas propostas para o empresariado e disse que enviará ao Congresso um projeto de reforma tributária na primeira semana de governo e que defenderá a regulamentação da terceirização no mercado de trabalho.

À tarde, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição do PT, apresentará suas propostas no evento.

A CNI apresentou aos candidatos 42 estudos que, na avaliação do setor, podem melhorar a competitividade da indústria, se as medidas sugeridas forem adotadas. A indústria tem registrado queda no nível da atividade e perda de postos de trabalho.

(Reportagem de Jeferson Ribeiro e Maria Carolina Marcello)

ENTREVISTA-Dilma será sua própria porta-voz sobre economia na campanha, diz Rui Falcão
quarta-feira, 30 de julho de 2014

Por Jeferson Ribeiro e Alexandre Caverni

BRASÍLIA (Reuters) - A inflação relativamente alta é um problema, mas não será um empecilho para a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), que assumirá pessoalmente o papel de porta-voz da campanha na área econômica, disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

Deputado estadual paulista e coordenador-geral da campanha, Falcão justificou a escolha de Dilma pelo fato de ela ser a pessoa mais qualificada para tratar da economia, além de evitar possíveis especulações sobre a composição do ministério em um eventual segundo mandato, já que há expectativa em torno da saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ocupa o cargo desde março de 2006.

"A pessoa que está mais preparada para discutir economia e para falar de economia é a própria presidenta", disse Falcão em entrevista à Reuters na sede do comitê de campanha, em Brasília.

"Se você começa a divulgar quais as pessoas estão mais empenhadas em analisar política econômica e instrumentos que possam ser acionados no ano que vem, se for o caso, começa a antecipar o tipo da (futura) equipe, o que nem nós e nem ela queremos."

A situação era diferente em 2010, quando o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci assumiu o papel de principal interlocutor da área econômica da campanha da petista, que tentava se eleger pela primeira vez. Na ocasião também se especulou, com menor intensidade, sobre uma possível substituição de Mantega, mas Dilma não era a presidente.

Num momento em que a confiança do mercado financeiro no governo está em baixa, Falcão minimizou a necessidade de alguma sinalização de nomes.

"Os caras dizem que isso (a designação de porta-vozes para a economia na campanha) pode ser uma vantagem, que pode inspirar a confiança do mercado", disse. "O mercado é uma parte da sociedade, mas a maioria da sociedade não é o mercado."

Sobre como rebater durante a campanha o mal-estar com o que chamou de "um pouquinho mais de inflação", Falcão disse que é preciso "ampliar o nível de informação e combater o catastrofismo, o pessimismo e o terrorismo econômico".

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