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domingo, 30 de maio de 2021

Protestos contra Bolsonaro: país tem manifestações em 24 Estados e no DF


 Protestos contra Bolsonaro: país tem manifestações em 24 Estados e no DF


Manifestação contra Bolsonaro no Rio de JaneiroCRÉDITO,GETTY IMAGES


No Rio de Janeiro, manifestantes tomaram a Avenida Presidente Vargas, em direção à Candelária


Uma série de manifestações contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) tomou as ruas de municípios em 24 Estados do país e no Distrito Federal neste sábado (29/05).


Com pautas diversas, os protestos pediram o impeachment de Bolsonaro, a aceleração da vacinação contra a covid-19 e o aumento do valor e extensão por mais tempo do auxílio emergencial.


A mobilização foi organizada por partidos de oposição ao governo, movimentos sociais, organizações sindicais e entidades estudantis, com protestos registrados em pelo menos 180 cidades do país e do exterior, segundo o portal G1.


'Bolsonaro é mais perigoso que vírus': aglomeração em protestos divide críticos

Apoio de Pazuello a Bolsonaro 'põe em xeque disciplina do Exército', diz ministra do Superior Tribunal Militar

No Recife (PE), o ato foi reprimido pela Polícia Militar com uso de balas de borracha e gás lacrimogênio. A vereadora Liana Cirne (PT) foi agredida com spray de pimenta e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), disse que o comandante e demais policiais envolvidos na agressão serão afastados de suas funções e investigados.


Em São Paulo (SP), os manifestantes se reuniram na Avenida Paulista e chegaram a ocupar dez quarteirões da via, num protesto que terminou sem registros de violência.

No Rio de Janeiro (RJ), o protesto começou já de manhã na região central, com início aos pés da estátua de Zumbi de Palmares, na Praça Mauá, e uma caminhada pela Avenida Presidente Vargas, em direção à Candelária.


No fim de semana anterior, a capital fluminense foi palco de uma "motocada" com a participação de Bolsonaro e do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, que participaram da aglomeração sem máscaras.


Uso de máscaras foi disseminado entre a maioria dos manifestantes neste sábado


Neste sábado, nos protestos contrários ao governo, o uso do equipamento de proteção foi disseminado entre a maioria dos participantes, mas momentos de aglomeração foram registrados.


Na capital federal, os manifestantes se concentraram pela manhã próximo ao Museu Nacional da República e depois caminharam pela Esplanada dos Ministérios, rumo ao Congresso Nacional, ocupando todas as seis faixas da via.


Repercussão internacional

A imprensa internacional repercutiu os protestos deste sábado.


O jornal britânico The Guardian destacou a manifestação como notícia principal do seu site durante a tarde e a noite do sábado, afirmando que esta foi a maior mobilização anti-Bolsonaro desde o início da pandemia de covid-19 no país.


Site do jornal The Gurdian com os protestos no Brasil em destaque

O jornal britânico The Guardian destacou a manifestação como notícia principal do seu site


A rede de televisão francesa France 24 destacou a queda de popularidade de Bolsonaro em meio à pandemia e o fato de o presidente ter feito pouco caso da severidade da doença, desincentivado o uso de máscaras e levantado dúvidas sobre a eficácia das vacinas, enquanto o país supera as 450 mil mortes pelo vírus.


A rede Al Jazeera, do Catar, lembrou que os protestos acontecem enquanto o governo está sob escrutínio de uma investigação pelo Senado sobre sua atuação no combate à pandemia.


A emissora turca TRT destacou a presença de imagens do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva em meio aos cartazes de protesto e lembrou que o petista tem se articulado com outros políticos para tentar barrar a reeleição de Bolsonaro.


O presidente da República, que esteve na quinta e sexta-feira (27 e 28/05) no Amazonas, onde inaugurou uma ponte de madeira e um painel solar num quartel, não comentou os protestos em suas redes sociais neste sábado.


Seu filho Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio de Janeiro, postou diversas críticas aos protestos e à cobertura da imprensa ao longo do dia.



https://www.bbc.com/

sexta-feira, 28 de maio de 2021

BIOGRAFIA | Adolf Hitler

Por que HITLER odiava os JUDEUS? Why did HITLER hate the JEWS?

Doria e Carla Zambelli batem boca durante evento: “genocida!”


 Carla Zambelli e João Doria© Reprodução Instagram/ Governo de São Paulo/Divulgação Carla Zambelli e João Doria


Doria e Carla Zambelli batem boca durante evento: “genocida!”

 Redação VEJA São Paulo 



O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) trocaram farpas durante um evento nesta sexta-feira (28). O momento ocorreu na Zona Leste da capital, na entrega de conjuntos habitacionais no Itaim Paulista.


O projeto contou com recursos da prefeitura de São Paulo, do governo estadual e federal. Zambelli discursava quando começou a falar sobre o presidente Jair Bolsonaro, mandando indiretas para Doria. "Bolsonaro não fechou comércios, Bolsonaro não decretou lockdown e também não destruiu empregos", disse ela.


Na sequência, Doria se irrita e, sentado no palco ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), responde. "Destruiu vidas! Destruiu vidas! Foi isso que fez Bolsonaro. Destruidor de vidas. Genocida!".


Zambelli criticou o governador por interrompê-la: "o senhor está sendo deselegante, é o meu momento de falar, o senhor vai ter o seu momento de falar". E emendou afirmando que o episódio é "natural vindo de um governador que já mandou eu engraxar botas de militares. Digo para os senhores, prefeito ter que engraxar bota de militares, como o meu marido, por exemplo, é militar, e engraxo com muito orgulho a bota dele pra ele poder ir trabalhar", disse a parlamentar, enquanto era vaiada. Confira o momento:


Na ocasião, foram entregues 213 moradias na Vila Curaçá e 200 no Itaim Paulista, ambos os bairros na Zona Leste. Além de Doria, Zambelli e Ricardo Nunes, também estavam no evento o ministro Rogério Marinho do Desenvolvimento Regional e Flavio Amary, secretário estadual da Habitação.

Covid-19: China reage a anúncio de que EUA investigará teoria de vazamento de laboratório em Wuhan


 Covid-19: China reage a anúncio de que EUA investigará teoria de vazamento de laboratório em Wuhan


Três agentes fardados e de máscara em frente a fachada com dizeres: Wuhan Institute of Virology   CRÉDITO,REUTERS

Agentes de segurança vigiam área externa do Instituto de Virologia de Wuhan durante a visita de equipe da OMS em fevereiro


A decisão do governo americano de investigar o possível papel de um laboratório na cidade de Wuhan na disseminação do coronavírus gerou reações de autoridades chinesas.


O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na quarta-feira (26/05) que as agências de inteligência do país vão apurar, em 90 dias, se o vírus responsável pela pandemia de covid-19 se espalhou após escapar acidentalmente do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, ou se evoluiu naturalmente em um animal hospedeiro até começar a infectar humanos.


O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país asiático, Zhao Lijian, disse que a decisão pela investigação mostra que os EUA "não se importam com fatos ou verdades e têm interesse zero em um estudo sério sobre as origens (do vírus) com base científica". A China rejeita qualquer conexão entre a covid-19 e as pesquisas com diversos vírus realizadas no laboratório.


"O objetivo deles (EUA) é usar a pandemia para seguir com a estigmatização, a manipulação política e a transferência de culpa. Eles estão sendo desrespeitosos com a ciência, irresponsáveis com a vida das pessoas e contraproducentes para os esforços conjuntos para combater o vírus", disse o porta-voz, acrescentando que as agências de inteligência americanas têm uma "história sombria" de disseminação da desinformação.


Apesar de não se referir explicitamente ao anúncio de Biden, um comunicado da embaixada chinesa nos Estados Unidos também afirmou que "as campanhas de difamação e transferência de culpa estão voltando".


As origens e a situação atual da desconfiança sobre laboratório

O vírus que causa a covid-19 foi detectado pela primeira vez em Wuhan no final de 2019. Desde então, mais de 168 milhões de casos da doença e 3,5 milhões de óbitos foram confirmados no mundo.


Autoridades e diversos países relacionaram os primeiros casos da covid-19 com possíveis transmissões em um mercado de frutos do mar em Wuhan, levando boa parte da comunidade científica a cogitar que o vírus passou de animais para humanos.


Entretanto, no domingo, o jornal americano The Wall Street Journal divulgou trechos de um relatório de inteligência dos EUA que informava que ao menos três funcionários do Instituto de Virologia de Wuhan desenvolveram uma doença em novembro de 2019 que os levou a buscar ajuda médica em hospitais, o que contradizia a versão oficial dos cientistas chinesas.


Primeiros casos da covid-19 foram relacionados a possíveis transmissões no mercado de Huanan, em Wuhan


Por enquanto, não há certeza sobre que tipo de doença acometeu os funcionários do laboratório. Oficialmente, o primeiro caso de covid-19 seria notificado apenas em dezembro daquele ano.


No início deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório escrito em conjunto com cientistas chineses sobre as origens da covid-19, dizendo que as chances de ela ter começado em um laboratório eram "extremamente improváveis".


O documento afirmou que o vírus provavelmente passou dos morcegos para humanos por meio de outro animal intermediário, mas que mais pesquisas eram necessárias.


Na quinta-feira (27/05), um porta-voz da OMS reiterou à BBC que mais estudos sobre a doença são necessários "em uma série de áreas, incluindo a detecção precoce de casos e pontos de contágio, além do potencial papel de mercados de animais, da transmissão através da cadeia alimentar e a hipótese de incidentes laboratoriais".


A hipótese de que o vírus seria resultado de um acidente de laboratório foi extensamente explorada pelo ex-presidente americano Donald Trump em sua campanha eleitoral de 2020, postura rechaçada pelos cientistas.


Um dos que apontavam para a baixa veracidade da hipótese era o médico Anthony Fauci, líder da força-tarefa contra a covid-19 nos EUA. Na última terça, no entanto, Fauci disse que "não está convencido" sobre o desenvolvimento natural do vírus, a partir do mercado de Huanan.


"Acho que deveríamos continuar investigando o que aconteceu na China até descobrirmos exatamente o que houve. As pessoas que investigaram disseram que era mais provável que tenha surgido de um mercado de animais e depois infectado humanos, mas poderia ser algo diferente disso. E precisamos descobrir", afirmou Fauci.


https://www.bbc.com

Lina Bo Bardi, entre o moderno e o primitivo





 Lina Bo Bardi, entre o moderno e o primitivo


Escrito por Romullo Baratto


Hoje, 05 de dezembro, celebramos o dia de nascimento da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992). Uma das arquitetas de maior importância e expressividade na arquitetura brasileira do século XX, Lina estudou arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma e, logo após se graduar, mudou-se para Milão, onde foi editora da Revista Quiaderni di Domus após ter trabalhando para Gio Ponti.


Durante a Segunda Guerra Mundial, enfrentou um período difícil após seu escritório ter sido bombardeado. Nesta época fundou, juntamente com Bruno Zevi, a publicação A - Cultura della Vita, e fez parte do Partido Comunista Italiano, vindo a conhecer o crítico e historiador de arte Pietro Maria Bardi, com quem se casou e mudou-se definitivamente para o Brasil.


Morando no Rio de Janeiro, Lina expandiu suas influências, no entanto, consolida sua importância no cenário da arquitetura moderna a partir do momento que se muda para São Paulo, por conta de um convite feito a Pietro para fundar e dirigir o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP. Lina se destacou por compreender a cultura brasileira a partir de uma perspectiva antropológica, atenta sobretudo à convergência entre vanguarda estética e tradição popular.


Em 1950 funda a revista Habitat, e em 1951 projeta sua própria residência, a icônica Casa de Vidro, no bairro Morumbi, em São Paulo, considerada uma das obras paradigmáticas do modernismo brasileiro. Em 1957 começou a construir a nova sede do MASP, na Avenida Paulista, obra emblemática que apresenta um vão de 70 metros sobre uma praça pública - um local ocupado pelas mais diversas manifestações populares até os dias de hoje.


Ao se mudar para Salvador, por convite para dirigir o Museu de Arte Moderna da Bahia, segue sua produção projetual, tendo construído importantes edifícios na Bahia, mas também em São Paulo. Da entre os quais se destaca o restauro do Solar do Unhão, um conjunto arquitetônico do século XVI catalogado como patrimônio histórico na década de 1940, o edifício do Sesc Pompéia, de 1977, o Teatro Oficina, de 1984, e a Casa do Chame-Chame. À diferença dos projetos dos anos 50, estes apresentam influências outras, baseadas, sobretudo, no primitivismo e no brutalismo. Uma abordagem voltada mais ao corpo do que ao espaço racionalista parece guiar a produção de Lina após a ida à Bahia.

Sua obra, entretanto, não engloba apenas projetos de arquitetura, mas também trabalhos de cenografia, artes plásticas, desenho de mobiliários e design gráfico. Lina veio a falecer em 1992, em um momento de rica produção e diversos projetos em fase de desenvolvimento.


A arquitetura é criada, 'inventada de novo', por cada homem que anda nela, que percorre o espaço, subindo as escadas, ou descansando sobre um guarda-corpo, levantando a cabeça para olhar, abrir, fechar uma porta, sentar-se ou levantar-se e ter um contato íntimo e ao mesmo tempo criar 'formas' no espaço; o ritual primitivo do qual surgiu a dança, primeira expressão do que viria a ser a arte dramática. Este contato íntimo, ardente, que era outrora percebido pelo homem, é hoje esquecido. A rotina e os lugares comuns fizeram o homem esquecer a beleza de seu 'mover-se no espaço', de seu movimento consciente, dos mínimos gestos, da menor atitude. — Lina Bo Bardi

Atualmente, todos os documentos projetuais, fotografias, desenhos, maquetes, croquis, objetos, textos e filmes de projetos construídos e não construídos encontram-se em seu acervo no Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, localizado na residência onde o casal viver por décadas. Parte destes arquivos pode ser acessada online.


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quinta-feira, 27 de maio de 2021

The Weeknd - The Weeknd – Save Your Tears (Live on The 2021 Billboard Mu... Assista esse vídeo de um dos mais talentosos artistas da atualidade o grande The Weekend

75 ANOS DA CONFERÊNCIA DE YALTA: O MUNDO REPARTIDO PELA CORTINA DE FERRO

 


Churchill, Roosevelt e Stalin - Wikimedia Commons


75 ANOS DA CONFERÊNCIA DE YALTA: O MUNDO REPARTIDO PELA CORTINA DE FERRO

Neste dia, em 1945 começava a reunião entre Franklin Roosevelt, Winston Churchill e Josef Stalin. Os líderes aliados decidiriam qual seria o futuro do mundo


LETÍCIA YAZBEK PUBLICADO EM 04/02/2020


Entre 4 e 11 de fevereiro de 1945, os chefes dos governos dos Estados Unidos, União Soviética e Winston Churchill se reuniram em segredo na cidade de Yalta, na Crimeia.

A conferência foi o segundo de três encontros – além de Teerã e Potsdam –, entre Franklin Roosevelt, Winston Churchill e Josef Stalin, com o objetivo de encerrar a Segunda Guerra Mundial e repartir as zonas de influência entre o oriente e o ocidente.


Isto é, quem seria influenciado pela União Soviética ou os demais aliados – quem teria um regime marxista e quem seria capitalista. Países tradicionalmente aliados ao mundo ocidental, como a República Checa e a Polônia, caíram sob a órbita soviética.


Os três líderes assinaram um documento confirmando o fim da guerra e a paz entre os países envolvidos.O documento também determinava o fim do nazismo, do fascismo e da influência alemã sobre o resto do mundo, assim como a divisão da Alemanha em quatro zonas de ocupação.


Cada zona seria anexada aos respectivos territórios da Grã-Bretanha, Estados Unidos, União Soviética e França. A União Soviética também passou a controlar os países do leste europeu e a parte leste da Alemanha, instalando governos favoráveis nas mãos dos comunistas locais.


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OS 21 CORPOS DE VÍTIMAS DA GUERRA CIVIL ESPANHOLA, IDENTIFICADOS 80 ANOS DEPOIS

 



Acima equipe de arqueólogos resgatando corpos

Abaixo o Ditador Francisco Franco


OS 21 CORPOS DE VÍTIMAS DA GUERRA CIVIL ESPANHOLA, IDENTIFICADOS 80 ANOS DEPOIS

Uma equipe de antropólogos e arqueólogos forenses, que realiza escavações no cemitério civil de Almagro, foi capaz de identificar uma pequena parte das vítimas do conflito


GIOVANNA GOMES, SOB SUPERVISÃO DE THIAGO LINCOLINS PUBLICADO EM 27/05/2021


A equipe está na incessante missão de identificar os corpos

A equipe está na incessante missão de identificar os corpos - Divulgação/Universidade de Cranfield

A Guerra Civil Espanhola, ocorrida entre 1936 e 1939, foi um dos mais conturbados períodos da história da Espanha. Na época, tendências políticas opostas ganhavam força em razão da recém-implantada república.


De um lado, o movimento operário considerava a reforma insuficiente e, de outro, cidadãos católicos de direita e monarquistas preparavam-se para um golpe de Estado.


Foi assim que, no mês de julho de 1936, generais entre os quais estava Francisco Franco, tentaram depor o governo. Conforme a Fgv, o que ocorreu a seguir, foi uma grande cisão, de modo que parte do país permaneceu com o presidente eleito e parte ficou sob domínio dos militares. O lado republicano passou a fornecer armas à população, que, organizando-se em milícias, passou a lutar contra o fascismo. 

O Exército de Franco foi apoiado pela Alemanha e pela Itália, enquanto os republicanos receberam apoio da União Soviética e de cerca de 60 mil comunistas e simpatizantes da esquerda vindo de diferentes regiões do mundo, formando as chamadas Brigadas Internacionais de voluntários.


Ao final de três anos, centenas de milhares, ou talvez um milhão de pessoas havia perdido a vida no conflito, que terminou com a instauração da ditadura de Franco, em março de 1939. Este permaneceu no poder até sua morte, no ano de 1975.


Décadas depois, corpos são encontrados

Em maio de 2021, uma equipe de antropólogos do projeto Mapas de Memória, da Universidade Complutense de Madrid (UCM), e arqueólogos forenses da Universidade de Cranfield, na Inglaterra, anunciou o início de uma importante missão: a identificação de dezenas de corpos encontrados em uma vala comum do cemitério civil de Almagro, em Ciudad Real.



A ideia é que, até o final do ano, seja possível identificar todas essas vítimas que, de acordo com a revista Galileu, foram mortas entre os anos de 1939 e 1940, ao final da Guerra Civil Espanhola.


Nos últimos dez anos, o projeto identificou 3.457 vítimas enterradas apenas em Ciudad Real, e, desde o ano 2000, já foram mais de 7 mil corpos em todo o país. Agora a equipe irá escavar uma área separada do cemitério que, há décadas, se encontra isolada. Essas escavações deverão ser encerradas em junho, dando início à fase das análises de DNA.


Buscando familiares

Os estudos serão realizados em laboratórios da UCM e tentarão desvendar de que maneira aquelas pessoas foram mortas, além de buscar indícios de parentesco com famílias que há muito anseiam por enterrar seus entes queridos.

 

As 21 vítimas identificadas

Com dez dias desde o início da missão, a equipe foi capaz de identificar 21 vítimas, que finalmente puderam ser enterradas dignamente por seus parentes. O grupo conseguiu entrar em contato com os familiares por meio das redes sociais.


“Encontramos corpos de um lado e histórias do outro, que mais tarde se conectaram”, disse o líder do projeto Mapas da Memória, Jorge Moreno.


“Como profissionais da antropologia forense, temos a responsabilidade de colocar a nossa ciência ao serviço dos familiares que procuram seus entes queridos por tanto tempo", afirma Maria Benito Sanchez, diretora da equipe forense do projeto. 


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STF mantém lei do Rio que proíbe uso de animais em teste de cosméticos. Salve O Ralph - Curta com Rodrigo Santoro



STF mantém lei do Rio que proíbe uso de animais em teste de cosméticos

Porém, produtos derivados de testes podem ser comercializados

Publicado em 27/05/2021   Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (27) manter a proibição da utilização de animais em testes experimentais de cosméticos, produtos de higiene pessoal e de limpeza no estado do Rio de Janeiro. Por maioria dos votos, os ministros validaram o dispositivo da norma estadual que estabeleceu a medida. 

O caso chegou ao STF por meio de uma ação protocolada na Corte em 2018 pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). 

A entidade alegou que a Lei Estadual 7.814/2017, aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), é inconstitucional por tratar de matéria sobre proteção ao meio ambiente, proibir a circulação de produtos que foram testados em animais e criar regras de rotulagem, questões que seriam de competência do Congresso Nacional. 

Por maioria de votos, os ministros seguiram voto proferido pelo relator, Gilmar Mendes. Para o ministro, o estado pode estabelecer medidas para proibir os testes em animais, mas não pode restringir a comercialização dos produtos. 

Segundo o ministro, o Rio apenas estabeleceu um patamar maior de proteção do meio ambiente e não invadiu a competência federal para tratar do assunto.

“As leis estaduais que vedam a utilização de animais para o desenvolvimento de experimentos e testes de produtos cosméticos parecem concretizar o exercício de competência legislativa plena dos próprios estados ante a inexistência de disciplina a nível federal”, afirmou. 

Contudo, no julgamento, os ministros consideraram inconstitucional o dispositivo da lei que proibiu a comercialização de produtos derivados dos testes no estado.

Edição: Aline Leal

terça-feira, 25 de maio de 2021

HÁ 1 ANO, A MORTE DE GEORGE FLOYD PARAVA O MUNDO: "NÃO CONSIGO RESPIRAR"



 HÁ 1 ANO, A MORTE DE GEORGE FLOYD PARAVA O MUNDO: "NÃO CONSIGO RESPIRAR"

A ação policial exagerada de Derek Chauvin resultou em um grande movimento pelas vidas negras ao redor do mundo


WALLACY FERRARI, SOB SUPERVISÃO DE THIAGO LINCOLINS PUBLICADO EM 25/05/2021

Enquanto saía de um estabelecimento, Darnella Frazier se surpreendeu com uma ação policial e, de maneira ágil, sacou seu smartphone e iniciou uma gravação; era um militar branco, identificado como Derek Chauvin, ajoelhado no pescoço de George Floyd durante sete minutos.


As imagens, registradas em 25 de maio de 2020, seriam mais um infeliz marco na história americana; deitado na rua, o detido repete diversas vezes que não conseguia respirar, com as vias aéreas prensadas contra o asfalto no meio-fio, que sangram.


Além de estar com as vestimentas rasgadas e com testemunhas notificando a perda da consciência de Floyd, o homem implorava pela vida: "Não me mate". Ao fim da filmagem, já não esboça reação — mas continua sendo pressionado pelo joelho do oficial.


Com a chegada de um serviço de emergências, os paramédicos preparam uma maca, mesmo com Derek sobre seu pescoço. Por fim, ele é colocado na ambulância, onde teve a perda dos sinais vitais constatados. Tudo isso pois, supostamente, George tinha o perfil compatível ao de uma denúncia recente na região

 


Quem era George Floyd?

Conforme reportamos anteriormente, o homem morto na ação policial tinha 46 anos e era natural da Carolina do Norte, mas cresceu no Texas, onde concluiu o ensino médio e chegou a se destacar em jogos universitários, mas abandonou o curso para se dedicar ao hip-hop, customização de carros e também atuava como segurança.


De acordo com o jornal britânico Express, ainda teve cinco filhos entre a década de 1990 e início dos anos 2010. Chegou a ter uma passagem policial por envolvimento com um assalto em 2009, mas conseguiu se reposicionar como segurança do restaurante Conga Latin Bistrô. 


Contudo, perdeu o emprego durante a pandemia da covid-19 e buscava um ofício naquela tarde. Ao mesmo tempo, surgiu uma denúncia de que um rapaz negro, com características físicas semelhantes, havia passado uma nota falsa de 20 dólares em um estabelecimento comercial. Foi suficiente para a polícia ser acionada e chegar até o Floyd.


O que aconteceu?

Após a morte do detido, uma onda de protestos nomeada como "Black Lives Matter" ("Vidas negras importam", em tradução livre) foi capaz de derrubar estátuas de escravistas e figuras que promoveram a eugenia — além de pressionar autoridades para o julgamento dos policiais envolvidos. 


Derek Chauvin, que realizou a ação fatal, foi expulso da corporação logo após o caso, sendo denunciado pelo Estado. Em júri popular do tribunal distrital de Mineápolis, foi considerado culpado pelo assassinato — porém, sua sentença só será divulgada em 16 de junho de 2021, podendo totalizar até 40 anos de regime fechado.


Por fim, o oficial não fez questão de depor durante os julgamentos, não apontando o motivo da ação abrupta. A polícia local, por sua vez, não apresentou associação de George com o suposto chamado de transação com nota falsa, injustificando a ação exagerada.

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segunda-feira, 24 de maio de 2021

Apoiadores de Roman Protasevich no aeroporto de Vilnius, na Lituânia


 Apoiadores de Roman Protasevich no aeroporto de Vilnius, na Lituânia

Credito Reuters /bbc

Um avião que voava da Grécia para a Lituânia foi desviado para Belarus com o objetivo de prender um jornalista dissidente.

A rede de notícias Nexta disse que seu ex-editor, Roman Protasevich, foi detido quando o avião pousou em Minsk, capital de Belarus, neste domingo (23/5).

Belarus, o último país do mundo onde a KGB ainda está na ativa

Protestos em Belarus: 'Fui preso e agredido por distribuir rosas'

A mídia estatal do país localizado no Leste Europeu disse que o avião foi desviado por uma ameaça de bomba, mas nenhum explosivo foi encontrado.

Vários países europeus reagiram acusando Belarus de "terrorismo de Estado" e exigindo punição.

Figuras políticas de todo o continente apelaram à intervenção da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

A líder da oposição do país, Svetlana Tikhanovskaya, que foi derrotada pelo presidente Alexander Lukashenko nas eleições do ano passado, juntou-se às vozes que pedem a libertação de Protasevich.

Desde a eleição de agosto do ano passado, Lukashenko, de 66 anos, que governa o país desde 1994, tem atacado as vozes críticas.

Muitas figuras da oposição foram presas ou forçadas ao exílio, como foi o caso da própria Tikhanovskaya.

Sviatlana Tsikhanouskaya, o símbolo da oposição ao regime de Belarus


Como o avião foi desviado?

O voo FR4978 partiu de Atenas e estava a caminho da cidade de Vilnius, na Lituânia, neste domingo, quando virou para o leste em direção à capital de Belarus, logo após ultrapassar a fronteira.

Em um comunicado, a companhia aérea Ryanair, responsável pelo voo, disse que "o controle de tráfego aéreo de Belarus notificou a tripulação sobre uma potencial ameaça à segurança e deu instruções para se dirigir ao aeroporto mais próximo, localizado em Minsk".

A rota aérea sugere que o avião estava realmente mais próximo de Vilnius do que de Minsk naquele momento.

A Ryanair disse que, após o pouso, nada foi encontrado e o avião recebeu permissão para continuar sua rota.

"A Ryanair notificou as agências de segurança nacionais e europeias e pedimos desculpas a todos os passageiros afetados por este atraso que esteve além do controle da empresa."

A companhia aérea não mencionou Protasevich, cuja prisão foi relatada pela primeira vez pela Nexta.

O editor-chefe do canal de notícias, Tadeusz Giczan, compartilhou no Twitter uma frase de um passageiro do avião.

Segundo o relato, Protasevich lhe disse que seria "executado" assim que estivesse no solo de Minsk.

Belta, a agência de notícias estatal de Belarus, afirmou que o presidente Lukashenko deu pessoalmente a ordem para desviar o avião após a ameaça de bomba.

De acordo com as informações da Belta, um avião militar MiG-29 acompanhou o avião da Ryanair.

Aviões da Ryanair

CRÉDITO,REUTERS


A Ryanair disse que, após o pouso, nada foi encontrado e o avião recebeu permissão para continuar sua rota

Reações

A resposta de diversos líderes europeus foi rápida e deve aumentar nas próximas horas.

O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, acusou Belarus de cometer um "ato horrendo".


O ministro das Relações Exteriores da Letônia, Edgars Rinkevics, afirmou que a ação de Belarus foi "contrária ao direito internacional" e que a resposta deve ser "forte e eficaz".

O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki disse: "O sequestro de um avião civil é um ato de terrorismo de Estado sem precedentes que deve ter consequências."

O chefe da diplomacia da União Europeia, o espanhol Josep Borrell, disse que Belarus deveria ser responsável pela segurança de todos os passageiros do avião.

Análise de James Landale, correspondente diplomático da BBC

Ainda não sabemos todos os detalhes dessa história, mas suas implicações podem ser enormes.


Há dúvidas sobre a liberdade nos céus: quão vulneráveis ​​podem ser outros voos a esse tipo de comportamento? Alguns já chamam esse ato de agressão, terrorismo de Estado ou uma forma de sequestro. A segurança dos passageiros foi comprometida? Que precedente isso abre? Os voos devem evitar o espaço aéreo de Belarus?

Também existem questões sobre o direito internacional. Até que ponto essa atitude era ilegal, como muitos presumem? E, em caso afirmativo, quais consequências deveriam acontecer?

E também há questões de liberdade de opinião: os críticos de outros regimes espalhados pelo mundo temerão que o mesmo possa acontecer com eles?

E não dá pra ignorar as questões da diplomacia internacional. Figuras políticas em toda a Europa já pediram a intervenção da União Europeia e da OTAN e há apelos por mais sanções contra o governo de Belarus, cuja legitimidade está sendo questionada por muitos países ocidentais após as eleições do ano passado.

O presidente Lukashenko é definido como o último ditador da Europa. A palavra "pirata" será adicionada à sua lista de títulos?


O presidente Alexander Lukashenko não nega seu status de autoritário

Quem é Protasevich e o que é Nexta

Nexta é um meio online com canais no Telegram, no Twitter e no YouTube.

O veículo desempenhou um papel relevante para a oposição do país durante as eleições e continuou com sua atuação depois do pleito.

A oposicionista Tikhanovskaya disse que Protasevich, que vive na Lituânia, deixou Belarus em 2019 e cobriu as eleições presidenciais de 2020 pelo Nexta, após uma série de acusações criminais que foram feitas contra ele.

A líder disse que Protasevich pode enfrentar a pena de morte em Belarus por ser considerado um "terrorista".

Diversos líderes ocidentais apoiaram Tikhanovskaya, que conquistou a vitória nas eleições antes de ser forçada a deixar o país e se refugiar na Lituânia. Ela se candidatou depois que seu marido foi preso e politicamente desqualificado.

Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas de Minsk em várias ocasiões no ano passado, furiosos porque Lukashenko se declarou o vencedor.

Inúmeros casos de brutalidade policial foram relatados e mais de 2,7 mil acusações acabaram registradas somente neste ano.

domingo, 23 de maio de 2021

Em campanha antecipada, Bolsonaro acelera a moto e dá uma banana ao Brasil.


 Em campanha antecipada, Bolsonaro acelera a moto e dá uma banana ao Brasil.

BALAIO DO KOTSCHO

https://noticias.uol.com.br

Com 448.291 mortes nas costas, acossado por denúncias de corrupção contra seu governo e pela CPI do Genocídio, caindo nas pesquisas e vendo Lula disparar para 2022, Bolsonaro caiu de cabeça na campanha pela reeleição. Viajou pelo nordeste e, na manhã deste domingo, desceu do helicóptero, montou numa motocicleta, na zona oeste do Rio, para mais uma manifestação contra a democracia, o distanciamento social e o uso de máscaras de proteção, os governadores e prefeitos, o STF e a imprensa, e o Datafolha, seu mais novo inimigo.

Até o general Pazuello subiu no palanque, alegre e fagueiro, recebido como herói pelos seguidores da seita, por ter mentido 14 vezes na CPI para proteger o chefe, todos protegidos por um esquema de segurança com mais de 1 mil homens de 20 unidades, sob o comando do GSI do general Heleninho. No trajeto, viu-se mais policiais do que motoqueiros.

Assim até eu viro valente... Quanto custa para os cofres públicos o deslocamento da comitiva oficial e a montagem do poderoso esquema de segurança para mais um ato de campanha antecipada?

A oposição chamou o presidente de debochado, perverso, cruel e deprimente, mas ele não se comove com isso. Não está nem aí aí para o que falam dele. Para os 75% de brasileiros que não o apoiam, segundo as últimas pesquisas, o capitão oferece uma banana, bota o capacete sem máscara e toca em frente.

Bolsonaro resolveu governar só para os seus seguidores mais fanáticos, que logo cedo invadiram as redes sociais para escrever coisas como "o Brasil é seu, presidente! Pegue o que quiser KKK". Pouco importa que o cenário da pandemia tenha voltado a se agravar, com a ameaça de uma terceira onda e a chegada do novo vírus da Índia, e os hospitais estejam novamente superlotados, reclamando a falta de remédios para salvar vidas.

Ninguém segura Bolsonaro e sua tropa de aloprados, que vivem numa realidade paralela, onde uns mandam e outros obedecem, para não perder suas boquinhas. A maioria dos brasileiros (54%) rejeita a nomeação de militares para cargos civis no governo federal, segundo o Datafolha divulgado hoje, mas os bolsonaristas não ligam para pesquisas, nem de opinião nem científicas.

Qual é o problema de promover aglomerações? Todos vão morrer um dia, diz o chefe. O importante é aproveitar as mordomias enquanto estão vivos, desfrutar das benesses do poder, com picanha de R$ 1.700 o quilo e toneladas de cerveja e leite condensado na dispensa dos quartéis. Para a caravana bolsonarista montada em suas potentes e caras máquinas, domingo é dia de festa, de desafiar as normas sanitárias e tocar em frente, sem olhar para os lados.

Se teve buzinaços de protesto em alguns bairros da zona sul por onde os motoqueiros passaram, só pode ser coisa de comunistas e vagabundos. Os cães ladram, mas a caravana passa, devem ter pensado, rindo do decreto estadual que obriga o uso de máscaras e proíbe aglomerações, mas o governador fluminense, um tal de Cláudio Castro, é da turma, não vai multar ninguém. Ele mesmo gosta de uma boa festa.

Enquanto o resto do Brasil chora seus mortos, o Brasil de Bolsonaro pede passagem para se divertir, rindo da nossa cara. Quem não estiver satisfeito, que vá se queixar aos bispos... Vida que segue.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

A Seca No Nordeste e a Indústria da Seca. Culpa de Deus ou Dos Governantes.


 Alimentada pela escassez, "indústria da seca" fatura com a estiagem no Nordeste.


Carlos Madeiro

Do UOL, em Tacaratu (PE)


A seca no Nordeste é sempre sinal de sofrimento para o sertanejo. Mas a falta de chuva também movimenta o meio político e o comércio das cidades atingidas pela estiagem. A chamada “indústria da seca” fatura alto com a falta de alimentos para os animais e de água para os moradores.


O exemplo mais conhecido no sertão –e relatado por diversos moradores ao UOL–  é o uso político na distribuição dos carros-pipa, marca registrada do assistencialismo simples. Segundo os relatos, alguns políticos visitam as comunidades e se apresentam como “responsáveis” pelo envio da água. Os moradores também reclamam da alta nos preços de serviços e alimentos para os animais.


 - Carro-pipa recolhe água do rio São Francisco para abastecer cidades afetadas pela seca em Sergipe Beto Macário/UOL

“A prefeitura nos ajuda muito, nos mandando água por carros-pipa. Às vezes demora, mas sempre vem”, conta a agricultora Maria Gildaci, 66, de Tacaratu (PE), sempre citando que o prefeito é "quem manda" o carro para a sobrevivência dela e da família, que vive em uma pequena casa no sítio Espinheiro. 


Falas como a Gildaci, agradecendo os políticos, são comuns, mas a prática está sendo combatida por organizações do semiárido. “Água é um direito, não é dada de favor. Agricultores relatam com frequência que vereadores se apresentam trazendo carros-pipa e que prefeitos estão se utilizando disso para as eleições. Estamos fazendo levantamentos e vamos tentar identificar onde isso está ocorrendo para tomarmos providências”, afirma o coordenador da ASA (Articulação do Semiárido), Naidson Batista.


Para Batista, o uso político da água é histórico no Nordeste, mas vem perdendo força nos últimos anos. “A indústria da seca, na história brasileira, é um instrumento de alguns, em detrimento de outros, para aumento de poder econômico, político ou social de determinado grupos. Embora ela venha perdendo força, não seria possível erradicar uma prática de 400 anos em apenas 10”, afirma.


Segundo o coordenador, os investimentos cobrados, como poços, barragens e cisternas, não foram feitos a contento ao longo dos anos, o que facilitou a política assistencialista. "Isso faz parte da indústria da seca, pois deixa o sertanejo vulnerável, à espera sempre de ações emergenciais."


O diretor do Polo Sindical do Médio São Francisco da Fetape (Federação dos Trabalhadores em Agricultura de Pernambuco), Jorge de Melo, também relata que políticos e fazendeiros ainda se aproveitam da seca para lucrar. “É só começar a escassez de alimentos para ter gente aumentando o preço das coisas. É o que chamam da lei da oferta e procura. Além disso, há um claro uso político, que vem sendo combatido e está enfraquecendo, mas ainda existe no sertão”, diz.


Para tentar reduzir o desvio político da água, o governo de Pernambuco anunciou, na última quarta-feira (16), que os carros-pipa contratados pelo Estado serão equipados com GPS e terão fiscalização dos conselhos de desenvolvimento dos municípios –que ficarão responsáveis por enviar relatórios mensais sobre o cumprimento dos cronogramas.



Ganho econômico

Além do uso político, muitos setores da economia também faturam com a venda de produtos. Um dos exemplos é a palma (espécie de cacto que serve de alimento para o gado). Segundo os moradores, o preço da tarefa de palma (equivalente a uma área plantada de 3.053 m²), que antes da estiagem ficava em torno de R$ 1.200, hoje chega a custar até R$ 2.500 em algumas localidades de Alagoas e Sergipe.


“Quem tem sua palma plantada para os seus animais não quer vender. Agora a seca é boa para aqueles que plantam a palma como investimento e estão vendendo mais caro e lucrando muito”, citou o produtor Vilibaldo Pina de Albuquerque, de Batalha (AL).


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O carro-pipa também é um negócio rentável. Os preços cobrados pelos “pipeiros” no sertão inflacionaram com a seca. “Existe, e muito, a indústria da seca. Um exemplo: antes, a prefeitura contratava um carro-pipa por R$ 100 para lavar o matadouro. Hoje, para o sujeito trazer a mesma quantidade de água ele obra R$ 200. E olhe que o preço do combustível não subiu e ele pega água no mesmo lugar”, afirma o secretário de Infraestrutura de Batalha (AL), Abelardo Rodrigues de Melo.


Em Sergipe, os investidores estão comprando carros-pipa para ganhar dinheiro. “Hoje, quem tem um dinheiro sobrando está comprando um carro-pipa para distribuir água. Demanda é o que não falta. Aqui estamos precisando de mais, mas não há”, diz o coordenador da Defesa Civil de Poço Redondo (SE), José Carlos Aragão. "E o carro-pipa não é a solução, e só uma política emergencial. Hoje você leva a água, amanhã já precisa de novo. É um investimento de curta duração."


Na cidade sergipana –a mais afetada do Estado, com 15 mil pessoas atingidas pela estiagem--, o movimento de carros-pipa é intenso e atua em diversos setores da economia. Na oficina de Antônio Rodrigues, cresceu a procura por consertos dos caminhões. “Hoje 30% do que faturo é com esses carros. Contratei até uma pessoa para me ajudar, porque a procura é grande e tem caminhão aqui todo dia. Queria não ter mais esse serviço, que aqui chovesse e o povo parasse de sofrer. Mas estou trabalhando dignamente.”


Melhores condições

Para o economista Cícero Péricles, apesar da “indústria da seca” ainda existir, as condições de enfrentamento do sertanejo à seca atual são melhores do que aquelas enfrentadas na última grande estiagem, em 1998.


“Há mais de uma década a política de água obteve ganhos consideráveis pela entrada das cisternas e barragens subterrâneas nos espaços da agricultura familiar, reforçando os antigos instrumentos, como os poços artesianos, tubulares, barreiros, açudes e adutoras. A presença dos órgãos públicos mudou da intervenção exclusivamente assistencialista e emergencial para instituições públicas, com maior capilaridade, municipalizadas, que fazem a cobertura permanente com os programas sociais. A ampliação da Previdência Social no campo, assim como de programas de transferências de renda, a exemplo do Bolsa família, reduziram em muito a pobreza absoluta no meio rural”, afirma o economista. ( Fonte: uol.com.br)

Postado por thebestsingerdonnasummer.blogspot.com 


Qual é a importância de Jerônimo para a Igreja?



Qual é a importância de São Jerônimo para a Igreja?


Jerônimo foi uma personalidade célebre de seu tempo. Sua capacidade intelectual é demonstrada pela vasta quantidade de textos escritos e traduzidos por ele. Com absoluta certeza, seu trabalho mais conhecido é a Vulgata, ou seja, uma versão da Bíblia em latim. Histórias antigas, quando recontadas com frequência, terminam por receber novos elementos que, por vezes, acrescentam, abreviam ou modificam a história original. Por ser este o mês da Bíblia, resolvemos abordar a questão da Vulgata, juntamente com todo o trabalho realizado por São Jerônimo ao traduzi-la.


Qual é a importância de São Jerônimo para a Igreja?


São Jerônimo recebeu a incumbência de revisar uma antiga tradução dos quatro Evangelhos em latim

Ordenado sacerdote em 379 d.C., São Jerônimo acompanhou o Bispo Paulino a um concílio regional em Roma. Nesse tempo, foi apresentado ao Papa Dâmaso como um exegeta e profundo conhecedor das línguas bíblicas. Por causa da clareza de suas ideias e grande conhecimento, o Pontífice o escolheu para ser seu secretário e, em 382 d.C., confiou-lhe a incumbência de revisar uma antiga tradução dos quatro Evangelhos em latim. Ele concluiu esse trabalho antes da morte do Papa Dâmaso (11/12/384), e acrescentou também uma versão dos Salmos, traduzida do texto grego, que ficou conhecida como Septuaginta.


Expulso de Roma em 385, São Jerônimo se deslocou para Belém, na Terra Santa, onde teve contato com a versão hebraica do Antigo Testamento, especialmente com um livro que apresentava lado a lado, de forma comparativa, os diferentes textos do Antigo Testamento nas línguas disponíveis naquele tempo.


Tradução do Antigo Testamento


Esse santo e doutor da Igreja interessou-se pelo texto em hebraico e iniciou uma nova revisão, de cunho pessoal, em sua tradução dos Salmos, por meio da qual comparava o texto hebraico e grego, para depois escrevê-lo em latim. Essa versão dos Salmos ficou conhecida como Galicana, porque foi usada amplamente na Igreja da França (Galia em latim).


Com o sucesso dessa tradução, ele começou a traduzir todo o Antigo Testamento, mas, a partir desse momento, não utilizava mais a versão grega, e sim a hebraica. Esse enorme trabalho prolongou-se por 15 anos, do ano 390 a 405, incluindo uma nova tradução dos Salmos feita somente do texto hebraico. Essa tradução do Antigo Testamento foi chamada por São Jerônimo de iuxta hebraeos (que significa “próximo aos hebreus” em português), a qual somada aos textos do Novo Testamento, traduzidos para o latim, chamou-se Vulgata, isto é, em língua vulgar ou comum.


Ela [Vulgata] era a única versão oficial da Bíblia usada na Igreja até o ano 1.530, quando, devido ao povo não mais falar latim, iniciou-se o processo de tradução para as línguas modernas.


Durante a tradução, Jerônimo deparou-se com passagens difíceis de serem compreendidas, por isso, logo após a conclusão desse trabalho, dedicou-se a escrever prefácios e comentários para os livros da Sagrada Escritura, além de responder às polêmicas teológicas existentes em seu tempo, devido ao uso de textos mal traduzidos ou interpretações equivocadas.


Vulgata


No ano 419, esse grande santo da Igreja morreu e não chegou a ver a Vulgata ser publicada. Esse fato só aconteceu quando foram reunidos todos os textos e escritos que ele havia traduzido. Importante lembrar que a Vulgata não foi imposta à Igreja, esse processo foi acontecendo à medida que se reconhecia que o texto traduzido por Jerônimo era mais exato e claro do que outras traduções livres disponíveis na época.


Progressivamente, a Vulgata foi recebendo pequenas correções, por isso, hoje, esse nome pode designar diversas versões oficiais em latim. Aquela que chamamos, hoje, de Vulgata foi publicada em 1.592, pelo Papa Clemente VIII. Por isso, também é conhecida como Vulgata Clementina.


20 curiosidades sobre David, a mais famosa escultura do mundo Por Keka Consiglio


 20 curiosidades sobre David, a mais famosa escultura do mundo

Por Keka Consiglio

https://istoe.com.br/

 

A mais famosa escultura do mundo foi produzida por Michelangelo, mestre do renascimento. Foi criada a partir de uma única peça de mármore, tem 5 metros de altura e pesa 5,5 toneladas. Exatamente nesta semana, 500 anos após sua criação, a escultura volta as manchetes mundiais como um exemplo de vanguarda na inovação digital. Isso mesmo! Pesquisadores da Universidade de Florença criaram uma réplica exata da estátua para o Pavilhão da Itália na Expo 2020 Dubai.


Cerca de 25 milhões de pessoas poderão ver na exposição a réplica, feita com tecnologia de impressão 3D, usando o conceito de Digital Twins (gêmeo virtual idêntico ao original). Michelangelo demorou três anos de trabalho ininterrupto para esculpir David a partir do zero e, mesmo com a mais moderna tecnologia, a versão digital precisou de 120 dias para ser produzida mesmo tendo disponível o original para cópia. Realmente, impressionante.


Espero que as artes italianas possam viajar o mundo, promover o turismo e disseminar conhecimento pela Internet. Enquanto isso, na torcida de que o Brasil tenha em breve uma réplica, compartilho na coluna de hoje 20 curiosidades sobre essa obra, uma das mais belas e impressionantes do mundo:


1-Fama – A estátua de David é a mais famosa escultura do mundo. Retrata David após sua triunfante vitória sobre Golias de uma forma diferente do tradicional. Ao invés de representar David com a cabeça do gigante aos seus pés, como fazia na época Caravaggio e Donatello, a obra mostra um jovem em uma fase antes da batalha, pensativo e enigmático. A obra, que se tornou um símbolo de força e de beleza humana, foi produzida por Michelangelo.


2-Dimensões e limitações – A escultura tem 5 metros de altura e pesa 5,5 toneladas. Michelangelo exagerou o tamanho da mão direita de David. Dizem que é uma referência a um apelido bíblico de David, que significa “mão forte”. Os tornozelos estão fracos e podem ceder a qualquer momento por causa das dimensões da obra. Obviamente, os italianos estão monitorando essa questão, mas é um fato que a escultura já tem mais de 500 anos.


3-Encomenda – Em 1501, Michelangelo foi chamado para criar uma obra para adornar a Catedral de Florença. Mas, após sua conclusão, todos ficaram tão maravilhados com a beleza de David que decidiram dar outro destino para a escultura. Todos os membros do Conselho da Sacristia concordaram que David era perfeito demais para ser colocado na catedral. Sorte a nossa porque o projeto inicial de ter grandes estátuas nos nichos da catedral era bem estranho, para não dizer horroroso.


4-Um único bloco – David foi esculpido a partir de um único bloco de mármore carrara. Estudiosos dizem que a peça veio da pedreira de Fantiscritti, localizada no distrito de Miseglia em Carrara. O mármore era considerado frágil e de má qualidade. Estudos mostram que a peça já havia sido trabalhada inicialmente por outros escultores como Agostino di Duccio e Antonio Rossellino. Além deles, Donatello desistiu da pedra mais de quatro décadas antes de Michelangelo começar a esculpi-la. Quando Michelangelo conseguiu o mármore, teve que adaptar sua ideia para conseguir ajustar pois o mármore tinha limitações, era frágil, tinhas orifícios que interferiam na estética e mudanças de tonalidades bem estranhas que pareciam veias.


5-Sem um músculo – A estátua de Davi tem um músculo a menos nas costas. Na realidade, essa lacuna não foi um erro de Michelangelo, mas sim uma forma genial de resolver um defeito no bloco de mármore justamente nessa área. A solução que ele encontrou é quase imperceptível.


6-Detalhes e obstáculos – Até os dias de hoje é difícil imaginar a ginástica necessária para transformar aquele enorme bloco maciço de mármore em uma das esculturas mais belas do mundo. David está nu e segura uma tipoia sobre o ombro esquerdo e uma pedra na mão direita. Seu olhar transmite emoção, sua pose é imponente e suas mãos parecem que acabaram de se movimentar. Está apoiado na perna direita, tem a perna esquerda levemente dobrada e sua mão direita acompanha seu corpo, ao cair na altura da coxa. Sua mão esquerda mostra um movimento e seu rosto é pensativo e enigmático, parecendo desafiar o adversário. Toda a anatomia de David exprime tensão e apreensão, mas também ousadia. Suas veias chamam a atenção por estarem dilatadas, sua testa está franzida e o olhar é agressivo e sereno simultaneamente.


7-Em segredo – Michelangelo trabalhou na escultura em segredo, escondendo sua obra-prima até janeiro de 1504. Como trabalhava no pátio aberto, sob sol e chuva, teve que criar um método de trabalho diferente, a partir de um modelo de cera, submergido na água. Enquanto trabalhava, ele deixava o nível da água baixar, esculpindo o que conseguir ver.


8-Mestre renascentista – Pietà tornou Michelangelo famoso aos 26 anos. Concluiu a escultura mais famosa do mundo antes dos trinta anos. Depois dessa escultura, ele começou a trabalhar na Capela Sistina, outra grande obra-prima (leia minha coluna sobre este tema). Como era de costume quando ele iniciava uma obra, Michelangelo ficava absolutamente alucinado com suas produções a ponto de quase não dormir, não trocar de roupas e raramente tomar banho.


9-Detalhes – Michelangelo rompeu as convenções ao não incluir o temível inimigo do futuro rei em sua escultura. Em um afastamento ainda maior da tradição, os historiadores da arte acreditam que David retrata o lendário oprimido antes da grande batalha, em parte por causa da ansiedade que está claramente gravada em seu rosto.


 

10-Inspiração – Acredita-se que David foi inspirado em Hércules, um herói com laços profundos com a cidade de Florença e que apareceu no selo da cidade durante séculos. Dessa forma, David foi não só admirado pela beleza, mas aceito por todos os florentinos. Sua localização no meio da praça criou uma conexão ainda mais forte com a cidade e seus moradores.


11-Rumo à praça – Embora o mármore fosse originalmente parte de um projeto da Igreja Santa Maria del Fiore, não estava decidido na época se a estátua seria incluída na ornamentação da catedral. Na primavera de 1504, decidiu-se que a obra seria instalada na praça mais importante de Florença, bem na frente do Palazzo della Signoria (hoje chamado Palazzo Vecchio). Essa decisão foi tomada por um comitê formado pelos mais eminentes artistas de Florença da época: Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli, Giuliano da Sangallo, Cosimo Rosselli, Piero di Cosimo, Filippino Lippi, Andrea della Robbia, Pietro Perugino. Só um parêntese: imaginem o quanto a Itália respirava arte na época, com mestres artísticos como esses.


12-Batalhão para a mudança – Mudar a estátua do estúdio de Michelangelo para o Palazzo Vecchio precisou do apoio de quarenta homens e demandou quatro dias de trabalho intenso, embora a distância fosse inferior a um quilômetro.


13-Folhinha para tapar a nudez- Em 1857, o Grão-Duque da Toscana presenteou a Rainha Vitória da Inglaterra com uma réplica da estátua de David. A rainha Vitória ficou tão surpresa com a nudez que pediu que a réplica a ser exposta no Victoria and Albert Museum, em Londres, tivesse uma folhinha sobre a genital estátua. Risos!


14-Stress- Em 1873, o governo italiano decidiu mover David para dentro da Galleria dell’Accademia di Firenze para protegê-lo de intempéries. No entanto, mesmo estando em um local fechado, a obra de mais de 500 anos agora está sofrendo de fraturas por estresse causadas pelas vibrações de milhões de turistas que visitam o local a cada ano. Juntos, esses turistas causam uma movimentação semelhante a um pequeno terremoto.


15-Existem 3 Davids – O original de Michelangelo está na Galleria dell’Accademia. Porém, existem duas réplicas com o mesmo tamanho localizadas na Piazza della Signoria, na frente do Palazzo Vecchio, e na Piazzale Michelangelo. Porém, existem um número incontável de cópias ao redor do mundo.


16-Canhoto ou destro – A escultura sugere que David é canhoto, porque segura um estilingue com essa mão, mas seu corpo demonstra que ele é destro. Esse é um enigma talvez causado pelas limitações da peça de mármore antes de ser esculpida.


17-Olhar defeituoso – Durantes séculos, quase ninguém percebeu a sutileza do olhar de David. Foram os especialistas da Universidade de Stanford que conseguiram mostrar com a ajuda de computadores que o olho esquerdo de David enxerga para a frente enquanto o olho direito está focado em algum ponto distante. Definitivamente, os americanos não entenderam que é justamente esse movimento que faz com que o olhar da escultura seja um dos mais enigmáticos e interessantes da história da arte. Além disso, dizem que o olhar propositalmente estava direcionado para Roma, longe dos conflitos políticos da época e que envolviam os Médicis.


18-Danos – A estátua foi apedrejada no ano de sua estreia e manifestantes rebeldes (e idiotas) arremessaram uma cadeira que quebrou o braço esquerdo da escultura em três pontos durante uma manifestação em 1527 contra a família Médici. Em 1991, o artista italiano Piero Cannata assinou com sangue seu nome na história ao martelar e quebrar o segundo dedo do pé esquerdo. Uma pena ter tantos idiotas no mundo. Por causa desses cidadãos, a visita está cada vez mais restrita e sem ingressos antecipados é impossível ver David.


19-Disputa pela propriedade – Os italianos discutem quem é o dono da obra: Florença ou a Itália. Mas, afinal, Florença não faz parte da Itália? Respondendo seriamente tudo é uma questão de dinheiro, pois o proprietário desse tesouro nacional recebe milhões ao ano com os turistas e com licenciamento da marca para réplicas e aplicação em cadernos, camisetas e demais materiais.


20-Visitação – A Galleria dell’Accademia é o museu mais famoso de Florença e o segundo mais visitado, logo depois da Galleria Uffizi. David é também um dos principais pontos turísticos de toda a Itália. Para conseguir entrar no local é necessário comprar ingressos com antecedência. Geralmente, compro um mês antes de ir ao local para conseguir dia e horário adequados. O local tem filas enormes e a pré-reserva é uma maneira de economizar um tempo precioso e garantir a visitação, uma vez que a quantidade de ingressos é bem restrita.


Para mim, David é a escultura mais impressionante que já vi. Fico impressionada com todos os detalhes obra e em saber que foi produzida a partir de uma única peça de mármore. Sem dúvida, é uma demonstração de que o impossível pode, sim, ser feito. Basta ter coragem. Como Michelangelo disse, ela é maravilhosa. Só falta falar. Parla! Se tiver uma boa história para compartilhar, aguardo contato pelo Instagram Keka Consiglio, Facebook ou Twitter.


Ricardo Salles: o que se sabe sobre denúncia contra ministro que motivou busca e apreensão da PF


 CRÉDITO,REUTERS  Ricardo Salles   


Ricardo Salles: o que se sabe sobre denúncia contra ministro que motivou busca e apreensão da PF

https://www.bbc.com/portuguese/brasil

19 maio 2021


Além de Ricardo Salles, a operação da PF também teve empresários e servidores públicos como alvo


A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (19/05) uma operação que teve como alvo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, empresários do ramo madeireiro e servidores públicos, entre eles o presidente do Ibama, Eduardo Bim. Os investigadores apuram suspeitas de exportação ilegal de madeira.


Segundo a PF, a ação investiga desde janeiro deste ano suspeitas de crimes como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando. A investigação, diz a PF, começou a partir de denúncias feitas por autoridades estrangeiras sobre suposto "desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira".


Ao todo, cerca de 160 policiais federais cumprem 35 mandados de busca e apreensão em endereços no Distrito Federal, em São Paulo e no Pará, alguns deles ligados a Salles.


O ministro também teve quebrado seu sigilo bancário e fiscal. Em resposta, Salles afirmou que a operação é "exagerada, desnecessária", porque ele e os demais envolvidos na investigação "sempre estiveram à disposição para esclarecer quaisquer questões".


A decisão de Moraes desta quarta-feira diz que "os depoimentos, os documentos e os dados coligidos sinalizam, em tese, para a existência de grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais, o qual teria o envolvimento de autoridade com prerrogativa de foro nessa Suprema Corte, no caso, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles; além de servidores públicos e de pessoas jurídicas".


A operação, batizada de Akuanduba (divindade indígena tida como protetora da boa humanidade), foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado determinou o afastamento do cargo de 10 servidores, incluindo o presidente do Ibama.


Além da operação, Moraes também suspendeu um despacho do Ibama (7036900/2020), de fevereiro de 2020, que autorizava a exportação de produtos florestais sem emissão de uma autorização mais rigorosa.


Segundo a notícia-crime apresentada ainda no ano passado contra Salles e arquivada em outubro (medida agora revertida por Moraes), esse despacho do Ibama teria "legalizado milhares de cargas que teriam sido exportadas entre os anos de 2019 e 2020, sem as respectivas documentações".


O ministro determinou o desarquivamento do caso a pedido da Polícia Federal, que apresentou novas provas relacionadas à notícia-crime.


Na decisão publicada nesta quarta pelo Supremo, é citada a conhecida fala de Salles na reunião ministerial de 22 de abril de 2020, quando o ministro disse que o foco da imprensa na pandemia de covid-19 permitiria "passar a boiada mudando todo o regramento", particularmente via pareceres do ministério.


"Esse referido modus operandi ('parecer, caneta') teria sido aplicado na questão das exportações ilícitas de produtos florestais", aponta a decisão.


'Exportar mercadorias sem o controle prévio'

O despacho em questão foi publicado pelo Ibama 20 dias depois de ser provocado por duas entidades do setor madeireiro: Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex) e pela Associação Brasileira de Empresas Concessionárias Florestais (Confloresta), que atua no Pará e em Rondônia.


"A pressa incomum e a retaliação a funcionário comissionado demonstram, salvo melhor juízo, possível pré-disposição por parte do atual chefe do Ibama no acolhimento da solicitação das madeireiras, que almejam confessadamente exportar as mercadorias sem o controle prévio e efetivo por parte do órgão ambiental, ao arrepio da legislação constitucional e infraconstitucional", afirmou uma ação civil pública contra esse despacho que foi movida pelo Instituto Socioambiental, pelo Greenpeace e pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa).


Madeira apreendida em operação do Ibama

Ação civil pública contra despacho do Ibama afirmava que documento facilitava desmatamento ilegal


Em seus pedidos ao Ibama, o setor madeireiro defendia que mudanças feitas no processo de autorização de exportação havia criado redundâncias e caducado parte das normas. O órgão ambiental concordou e revogou, no despacho 7036900/2020, parte das exigências previstas na lei que visam garantir que a madeira exportada tenha origem legal.


Para as entidades ambientalistas e a Abrampa, o despacho do Ibama acabou facilitando exportação de madeira extraída de forma ilegal porque a mudança afetou "a única formalidade que garante controle próximo e eficaz do Ibama da madeira exportada".


Segundo esses grupos, "a decisão do presidente do Ibama tenta por vias tortas 'legalizar' a situação que era antes ilegal, mas, ao revogar o principal mecanismo de controle de exportação de madeira, incentivou o aumento da atividade e, consequentemente, do desmatamento ilegal da floresta".


Em fevereiro de 2020, o Centro das Indústrias do Pará (CIP) divulgou uma carta de agradecimento ao Ibama pelo despacho do Ibama que "colocou em ordem as exportações de madeira legal e autorizada do Brasil e, particularmente, da Amazônia".


No documento, o CIP afirma que antes do despacho o Ibama havia causado mal ao setor ao confundir "os legais com os ilegais, quando incendiou equipamentos e, por fim, envolveu-se em um episódio no qual morreu de forma não explicada um homem da floresta".

Homens Que Marcaram O Século XX: Desmond Tutu




 Desmond Tutu


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Desmond Mpilo Tutu (Klerksdorp, 7 de outubro de 1931) é um arcebispo da Igreja Anglicana consagrado com o Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua luta contra o Apartheid em seu país natal. Desmond é o primeiro negro a ocupar o cargo de Arcebispo da Cidade do Cabo, tendo sido também o Primaz da Igreja Anglicana da África Austral entre 1986 e 1996.


Biografia

Desmond Mpilo Tutu nasceu em Klerksdorp em 7 de Outubro de 1931, sendo o segundo filho de Zacheriah Zililo Tutu, um professor, e de Aleta, uma cozinheira. A família de Tutu mudou-se para Johannesburgo quando ele tinha apenas 12 anos de idade. Na cidade de Johannesburgo, Tutu conheceu Trevor Philips, chefe da paróquia de Sophiatown.


Apesar de Tutu ter o desejo de se tornar um médico, sua família não tinha como pagar os seus estudos de Física e Tutu resolveu seguir os passos de seu pai. Tutu estudou na Pretoria Bantu Normal College entre 1951 e 1953, quando foi para a Escola Normal de Johannesburgo. Depois foi para a King's College de Londres onde adquiriu bacharelato em Teologia.


Em 1975, se tornou o primeiro negro a ser nomeado deão da catedral de Santa Maria, em Johannesburgo. Após ser sagrado bispo, dirigiu a diocese de Lesoto de 1976 a 1978, ano em que se tornou secretário-geral do Conselho das Igrejas da África do Sul. Sua proposta para a sociedade sul-africana incluía direitos civis iguais para todos; abolição das leis que limitavam a circulação dos negros; um sistema educacional comum; e o fim das deportações forçadas de negros.


Sua firme posição antiapartheid – a política oficial de segregação racial – lhe garantiu, em 1984, o Nobel da Paz. Recebeu o título de doutor honoris causa de importantes universidades dos Estados Unidos (EUA), do Reino Unido, do Brasil e da Alemanha.


Em 1996 presidiu a Comissão de Reconciliação e Verdade, destinada a promover a integração racial na África do Sul após a extinção do apartheid. Esta comissão tem poderes para investigar, julgar e anistiar crimes contra os direitos humanos praticados na vigência do regime.


Em 1997 divulgou o relatório final da comissão, que acusa de violação dos direitos humanos tanto as autoridades do regime racista sul-africano quanto as organizações que lutavam contra o apartheid na África do sul. Atualmente é membro do comitê de patrocínio da Coordenação internacional para o Decênio da cultura da não violência e da paz.


Apartheid

Ao lado de Nelson Mandela, Desmond Tutu foi uma das figuras centrais do movimento contra o Apartheid. Tutu iniciou centenas de protestos em locais públicos contra o governo sul-africano, mesmo assumindo posições altas no clero africano, Tutu continuou a lutar contra a segregação racial em seu país. Como reconhecimento por seus esforços para promover a igualdade na África do Sul, Desmond Tutu recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1984.


Reconhecimento

Desmond Tutu já recebeu 4 prêmios internacionais por seu trabalho pela igualdade entre as raças:


Prêmio Nobel da Paz em 1984;

Prêmio Albert Schweitzer em 1986;

Prêmio Gandhi da Paz em 2005;

Medalha Presidencial da Liberdade em 2009;

Prémio Internacional Catalunha em 2014;

Doutor Honoris Causa pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em 28 de Outubro de 2011.

Tutu também já foi condecorado Capelão da Ordem de São João pela Rainha Isabel II em 1995.


Vida Pessoal

Em 2 de julho de 1955, Desmond Tutu se casou com Nomalizo Leah Shenxane, uma professora que ele conheceu durante a época colegial. Tutu e Nomalizo tiveram quatro filhos: Trevor Thamsanqa Tutu, Theresa Thandeka Tutu, Naomi Nontombi Tutu e Mpho Andrea Tutu. Todos se formaram na Waterford Kamhlaba School na Suazilândia.


Trevor Tutu, o filho mais velho e mais polêmico de Desmond Tutu, provocou uma evacuação no Aeroporto de Londres em 1989 através de uma falsa denúncia de bomba e foi detido. Três anos depois Trevor foi condenado por causar pânico em um avião da South African Airways no mesmo aeroporto, porém se recusou a pagar a sentença e só foi preso em Johannesburgo em 1997.


Naomi Tutu é a fundadora da Fundação Tutu baseada na cidade de Hartford no estado norte-americano de Connecticut. Naomi seguiu os passos de seu pai e ingressou no ativismo dos direitos humanos, sendo atualmente uma coordenadora da Fisk University de Nashville, Tennessee.


Mpho Tutu também seguiu os passos de seus pais na religião e em 2004 foi ordenada sacerdotisa por seu pai.


Em 10 de junho de 2010, durante o Show de Abertura da Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, Desmond Tutu reapareceu publicamente. Trajado com o uniforme da Seleção Sul-Africana, discursou de forma bem-humorada no palco do espetáculo, causando a euforia do público presente. Tutu falou sobre nacionalismo e sobre os efeitos do evento no país, e ao final pediu que o povo saudasse Nelson Mandela.


Tutu no mundo atual

África do Sul

Arcebispo Desmont Tutu no Forum econômico mundial de 2009.

Desde o fim do Apartheid, Tutu é uma das figuras centrais da política sul-africana. Ao lado de seu amigo, Nelson Mandela, Tutu é respeitado por toda a população de seu país natal por sua luta incansável contra a segregação racial. Certa vez Mandela disse que "a voz de Desmond Tutu será sempre a voz dos sem vozes". Desde seu afastamento da política, Tutu tem mantido uma relação estreita com os políticos da África do Sul e tem feito duras críticas ao governo, acusando os governantes de corrupção e ineficácia para lidar com a pobreza e com os surtos de xenofobia recentes no país.


Tutu também é muito crítico com a elite política do país e já chegou a dizer em um discurso público que o país estava "sentado num barril de pólvora".


As principais críticas de Tutu são de que o país não conseguiu amenizar os índices de pobreza uma década após o Apartheid. Tutu também não se conforma com a exclusão dos negros em alguns ambientes. Tutu ainda se mantém extremamente crítico com os governantes de seu país e os acusa de xenofobia e corrupção ativa.


Desmond Tutu participa ainda, com outros ex-líderes de Estado, do grupo "The Elders", fundado por Nelson Mandela.


Oriente Médio

Embora Tutu reconheça os judeus como participantes ativos da luta contra o Apartheid na África do Sul, Tutu se posiciona contra os conflitos na Palestina e o incentivo ao armamento bélico de Israel. Tutu compara a segregação israelita contra os palestinos à segregação racial que seu povo sofreu durante o Apartheid.


Em 1988, o American Jewish Committee (AJC) fez algumas observações sobre as críticas de Tutu e chegaram à conclusão de que Tutu se mostrou muito crítico com Israel e comparou os militares israelenses com os racistas do Apartheid. Tutu negou ter feito declarações antissemitas,[8] mas manteve sua posição contra os militares judeus e afirmou que "o Sionismo é paralelo ao Apartheid e parecido com o racismo e o efeito de ambos é o mesmo".[9]


Durante os anos 2000, Tutu têm se mostrado menos crítico com Israel,[carece de fontes] mas ainda defende intensamente o fim dos conflitos na Faixa de Gaza. Em 2006, Tutu foi convocado pela ONU para ser o líder de uma investigação sobre os ataques israelenses contra a cidade de Beit Hanoun durante a Operação Chuvas de Verão. O estado de Israel não permitiu a entrada de Tutu no país até 2008.


Theatro Municipal celebra centenário de sua primeira bailarina negra Mercedes Baptista é apontada como criadora da dança afrobrasileira


 Theatro Municipal celebra centenário de sua primeira bailarina negra

Mercedes Baptista é apontada como criadora da dança afrobrasileira

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Publicado em 20/05/2021 -   Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Em transmissão online ao vivo, na noite desta quinta-feira (20), o Theatro Municipal do Rio de Janeiro comemora o centenário de nascimento de Mercedes Baptista, primeira bailarina negra de seu corpo de baile. O evento será transmitido na página do Municipal no Instagram.


Durante o programa, o professor e pesquisador da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa do teatro, Paulo Melgaço, autor da biografia de Mercedes Baptista, vai conversar com Wagner Gonçalves, carnavalesco e artista plástico que homenageou a bailarina em 2008 com o enredo Mercedes Baptista, de Passo a Passo, um Passo, com a Escola de Samba Acadêmicos do Cubango, do Grupo de Acesso.


Mercedes ingressou na Escola de Danças Clássicas do Municipal nos idos de 1940, mas somente em 1948 entrou profissionalmente para o corpo de baile do teatro. Sentiu na pele o preconceito e a discriminação racial em diversos momentos, inclusive no próprio teatro, quando não foi avisada da última prova prática para ingressar no corpo de baile, por ser uma mulher negra. Ela, entretanto, descobriu a tempo a data da prova, mas precisou realizar a seleção junto com os bailarinos do sexo masculino para concorrer e ganhar um lugar no elenco.


Falando à Agência Brasil, Paulo Melgaço revelou que Mercedes Baptista teve grande importância também para a luta contra o racismo no Brasil. “Ela buscou enfrentar a questão do negro na sociedade, no espaço do negro no Municipal que, na verdade, sempre foi uma instituição branca, para a elite”.


Em termos de dança, Mercedes é importante porque, além do balé clássico, ela foi a criadora da dança afrobrasileira, efetuando a fusão da cultura negra com a cultura popular. Pesquisou o ritmo dos orixás e os movimentos do candomblé e criou, em 1953, o Ballet Folclórico Mercedes Baptista, que apresentou um novo mundo profissional para muitos negros no país.Em 1958, a companhia passou a fazer shows no exterior.


Carnaval

A bailarina Mercedes Baptista participou também trabalhos de shows do teatro de revista e, no carnaval, sua outra grande paixão, foi considerada a precursora das alas de passos marcados nos desfiles das escolas de samba. Ela estreou na avenida em 1960, na Escola de Samba Salgueiro, quando coreografou Quilombo dos Palmares, a convite de Fernando Pamplona. O maior sucesso nesta agremiação, porém, ocorreu no carnaval de 1963, quando coreografou o minueto para o desfile Xica da Silva. Naquele ano, o Salgueiro foi a grande campeã do carnaval.


Além do Salgueiro, coreografou e desfilou em diversas escolas, como Beija-Flor e Imperatriz Leopoldinense, entre outras. Em 2008, a Escola de Samba Acadêmicos do Cubango mostrou o enredo Mercedes Baptista, de Passo a Passo, um Passo, do carnavalesco Wagner Gonçalves. A última vez que desfilou no Sambódromo foi em 2009, como destaque da Escola de Samba Vila Isabel, que homenageava o centenário do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.


.”Na verdade, o nome de Mercedes Baptista na dança figura quase em todas as linguagens, do clássico ao popular”, enfatizou Paulo Melgaço. O nome de Mercedes tem uma representatividade muito forte para as meninas negras porque “ela é uma referência, é um indicativo da importância de lutar para romper espaços, para romper barreiras, de não acreditar nos nãos”, acrescentou.


Carreira

Mercedes Baptista nasceu em Campos dos Goytacazes, norte fluminense. Filha de João Baptista Ribeiro e Maria Ignácia da Silva, Mercedes foi com a mãe, que era costureira, para a capital. Grande amiga da filha, Maria Ignácia começou a trabalhar como empregada doméstica no bairro do Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro, para que a menina pudesse ter uma vida melhor. Pouco se sabe sobre o pai.


Para ajudar a mãe, Mercedes trabalhou em uma gráfica, em uma fábrica de chapéus e foi bilheteira de cinema, local onde descobriu que sua vocação era ser bailarina.


Teve as primeiras aulas com a professora Eros Volúsia, bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e pesquisadora da cultura e do folclore nacionais. Logo, a garota talentosa apresentou uma coreografia ao lado do bailarino Octacílio Rodrigues. Fez tanto sucesso que foi destaque no jornal O Globo da época.


Já na Escola de Dança do Theatro Municipal, teve aulas com o estoniano Yuco Lindberg e o tcheco Vaslav Veltchek. O mestre Yuco viu o potencial da nova aluna e conseguiu ajudá-la, inclusive coreografando para ela o balé Iracema, no papel da índia Ceci, do romance de José de Alencar.


Concurso

O concurso Rainha das Mulatas, promovido pelo Teatro Experimental Negro, que tinha como fundador o ativista Abdias Nascimento, acabou aproximando os dois porque, em 1948, a bailarina foi eleita a mais bela mulata.


Durante o Primeiro Congresso do Negro Brasileiro, em 1950, Mercedes foi selecionada pela coreógrafa e antropóloga afro-americana Katherine Dunham para estudar na Duham School of Dance, em Nova York.


Depois que retornou ao Brasil, Mercedes começou a trabalhar com um grupo de jovens negros, com pouco poder aquisitivo, e desenvolveu uma técnica específica para dança afro. Mercedes Baptista foi casada durante 50 anos com Paulo Krieger, que faleceu em 2002. Com o marido, teve um filho em 1966, morto de tétano neonatal, conhecido como “mal dos sete dias”. Dizia que seus quatro grandes companheiros eram o marido, a mãe e duas ex-alunas que cuidavam dela: Jandira Lima e Ruth de Souza. Mercedes Baptista morreu em 18 de agosto de 2014, aos 93 anos de idade.


A segunda edição da biografia Mercedes Baptista, a Criação da Identidade Negra na Dança, de Paulo Melgaço, deve ser lançada em novembro deste ano. A primeira edição, publicada em 2007, está esgotada.


Edição: Nádia Franco

segunda-feira, 17 de maio de 2021

TIRANO SANGUINÁRIO OU LÍDER REVOLUCIONÁRIO? A POLÊMICA VIDA POLÍTICA DE JOSEF STALIN


 O líder soviético Josef Stalin - Getty Images


TIRANO SANGUINÁRIO OU LÍDER REVOLUCIONÁRIO? A POLÊMICA VIDA POLÍTICA DE JOSEF STALIN

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Responsável por massacres e pelo êxito econômico da URSS, o líder soviético se transformou em um dos homens mais poderosos e temidos do século 20

Soso era um garoto pálido, com o rosto marcado por um ataque de varíola. Nasceu com dois dedos do pé esquerdo grudados e tinha tudo para virar um adulto retraído, atormentado pelos traumas da infância, mas era dono de uma inteligência excepcional.

Aos cinco anos, dava aulas de alfabetização para crianças de 13. Fazendo uso dessa brilhante capacidade intelectual, o menino tímido acabou se transformando em Josef Stalin, um dos homens mais poderosos e temidos do século 20. Com mãos de ferro, governou a extinta URSS por quase 30 anos, aniquilando qualquer um que se opusesse à cartilha bolchevique. 


A vida do generalíssimo, como era chamado, foi permeada por lendas e histórias fantasiosas  — até porque, houve espaço para isso, uma vez que, ao contrário de Lenin, Stalin teve a maior parte de seus documentos destruídos depois de sua morte. O que se sabe é que, assim como Hitler, muita psicologia de botequim foi escrita sobre ele e sua personalidade.


Segundo os registros oficiais, Josef nasceu na pequena cidade de Gori, na Geórgia, em 1878. Filho de uma costureira e de um sapateiro, cresceu em uma família pobre e influenciada por padres. Era vítima constante de violência, especialmente de espancamentos praticados pela mãe.


"Stalin não gostava de falar sobre seus pais e sua infância, mas não faz sentido exagerar em sua análise psicológica. Era emocionalmente atrofiado, anormal. Mas o próprio Stalin dizia que os políticos raramente são normais", afirmam os historiadores russos e dissidentes soviéticos Zhores e Roy Medvedev.


Em um de seus últimos encontros com a mãe, Stalin explicou a ela o cargo que exercia: uma espécie de czar. Perguntou por que ela tanto o espancara na infância. A resposta: "Parece que você acabou dando certo. Ainda assim, é uma pena que não tenha se tornado padre".



Bem que ele tentou. Para satisfazer a mãe, estudou em um seminário em Tbilisi. Mas, em 1899, foi expulso e entrou para o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR). Foi aí que Soso se tornou um revolucionário profissional, adotando o nome de Koba, inspirado pelo herói do romance O Parricida, de Alexander Kazbegi.


Nessa época, nosso homem forte adorava escrever poesias e chegou a trabalhar como meteorologista no Instituto Meteorológico de Tbilisi, o único emprego que teve antes de se tornar um dos governantes da Rússia, em 1917.


Até tomarem o poder, Koba e seus camaradas estudavam obsessivamente a literatura marxista e promoviam greves, agitos e expropriações. Nesta turma, seus amigos mais próximos eram o líder Lenin, Nikolai Bukharin e Leon Trotski — estes dois últimos, posteriormente, foram assassinados a partir de suas próprias ordens.


Em 1902, Stalin foi preso e mandado para a Sibéria pela primeira vez — no total, foram sete prisões. Esses exílios, no fim das contas, acabavam funcionando como um ponto de encontro para os revolucionários, ajudando-os a se organizar. E fugir até que não era difícil, pois os policiais do czar, meio frouxos, deixavam os prisioneiros escaparem com facilidade — algo bem diferente do que seria verificado, mais tarde, nos campos de concentração stalinistas.


Dois anos depois de sua primeira prisão, Stalin conheceu a família de sua futura mulher, Nádia. Em um único episódio de romantismo, ele teria salvado a moça de um afogamento no Mar Cáspio. Não se sabe se o casal foi feliz. Mas o fato é que Nádia acabou se suicidando em 1932, evento que abalou profundamente o ditador.


Eles tiveram dois filhos, Vasily e Svetlana — esta última, moça de cachos ruivos, era a menina dos olhos de Josef. O dirigente soviético teve ainda um filho em seu primeiro casamento, Yakov, que foi morto pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial — Stalin recusou-se a negociar a vida de Yakov.


Terror e progresso


Calcula-se que Stalin tenha sido o responsável pela morte de mais de um milhão de pessoas durante seu regime ditatorial — entre inimigos declarados, oponentes políticos, supostos traidores e gente inocente.


Mas o número de vítimas do stalinismo fica muito maior se contabilizados todos aqueles que foram perseguidos, torturados e enviados para campos de trabalhos forçados na Sibéria.


Desde o início da tomada do poder pelos comunistas, quando ainda tinha a função de Comissário do Povo para as Nacionalidades, ele já preconizava a inclemência e uma atitude severa e implacável do governo soviético na luta contra seus inimigos.


Após a morte de Lenin, em 1924, Stalin ainda levou alguns anos para ascender ao papel de ditador. Foi ampliando, vagarosamente, a conquista de sua autoridade pessoal. Ganhou força e popularidadede a partir de 1928, com a chamada revolução de cima para baixo — a agricultura foi coletivizada e um grande plano de industrialização fez a economia da URSS dar um salto.


Stalin também investiu pesado em habitação, educação, saúde e esporte, colhendo resultados impressionantes. O analfabetismo, por exemplo, praticamente foi erradicado. Uma das principais característica do stalinismo era justamente essa contradição: grandes realizações socioeconômicas, mas com o terror coletivo como pano de fundo.


Seja como for, a legitimidade política de Stalin baseava-se na continuidade do leninismo e nas tradições da revolução. "Por toda sua vida, ele continuou a se escorar na autoridade de Lenin", afirma o historiador Simon Sebag Montefiore.

 


Seus horários eram curiosos: insone, costumava ir ao Kremlin à noite, a partir das 23 horas. Depois de examinar documentos, ele concedia audiências, participava de reuniões, debatia questões até as 5 horas da manhã. Segundo testemunhas, Stalin chegava a examinar 200 documentos por jornada de trabalho.


Redigia textos gramaticalmente corretos, com uma caligrafia clara e legível. Desconfiado de tudo e de todos, gostava de trabalhar sozinho. "Não uso estenógrafo. Não consigo trabalhar com alguém por perto", disse certa vez ao jornalista russo Dmitri Shepilov.


Sua morte, aos 73 anos, foi cercada de mistério, uma vez que ele parecia gozar de ótima saúde. Teorias conspiratórias falam em envenenamento, mas até agora o que foi provado é que ele morreu vítima de hemorragia cerebral.


Segundo escreveu Svetlana, sua filha, no dia seguinte à morte do general, antes mesmo do sepultamento, todos os seus pertences foram recolhidos e levados pelo governo. Poucos documentos foram recuperados.


Entre eles, destacam-se três cartas que o ditador guardava a sete chaves. Uma delas era um puxão de orelhas escrito por Lenin. A segunda, um recado enviado em 1950 pelo marechal Tito, então no comando da Iugoslávia: "Stalin, pare de mandar assassinos para me matar. Já apanhamos cinco. Se isto não parar, vou mandar um homem a Moscou. E não será necessário mandar um segundo".


A terceira era do amigo Bukharin, escrita pouco antes de ser fuzilado por ordem de Stalin. Suas últimas palavras: "Koba, por que você precisa que eu morra?".


MARIANA SGARIONI/ ATUALIZADO POR FABIO PREVIDELLI PUBLICADO EM 22/01/2021