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quarta-feira, 5 de maio de 2021

Homens Que Marcaram O Século XX: Pablo Neruda



Pablo Neruda

Origem: Wikipédia


Pablo Neruda, nascido Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto  (Parral, 12 de julho de 1904 — Santiago, 23 de setembro de 1973), foi um poeta chileno, considerado um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX e cônsul do Chile na Espanha (1934 — 1938) e no México. Recebeu o Nobel de Literatura em 1971, enquanto ocupava o cargo de embaixador na França, nomeado pelo então presidente chileno Salvador Allende.


Originalmente um pseudônimo, a escolha do nome "Pablo Neruda" ocorreu aos 17 anos de idade, e foi uma declaração de afinidade com o escritor checo Jan Neruda. Esse pseudônimo seria utilizado durante toda a vida e tornou seu nome legal, após ação de modificação do nome civil.


Biografia

Em 1906 seu pai se transferiu para Temuco, onde se casou com Trinidad Candia Marverde, que o poeta menciona em diversos textos, como "Confesso que vivi" e "Memorial de Ilha Negra", com o nome de Mamadre. Estudou no Liceu de Homens dessa cidade e ali publicou seus primeiros poemas no periódico regional A Manhã. Em 1919 obteve o terceiro lugar nos Jogos Florais de Maule com o poema Noturno Ideal.


Em 1921 radicou-se em Santiago e estudou pedagogia e francês na Universidade do Chile, obtendo o primeiro prêmio da festa da primavera com o poema "A Canção de Festa", publicado posteriormente na revista Juventude. Em 1923 publica Crespusculário, que é reconhecido por escritores como Raúl Silva Castro e Pedro Prado. No ano seguinte aparece pela Editorial Nascimento seus Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, no que ainda se nota uma influência do modernismo. Posteriormente se manifesta um propósito de renovação formal de intenção vanguardista em três breves livros publicados em 1936: O habitante e sua esperança, Anéis (colaboração com Tomás Lagos) e Tentativa do homem infinito.


Em 1927 começa sua longa carreira diplomática quando é nomeado cônsul em Rangum, na Birmânia. Em suas múltiplas viagens conhece em Buenos Aires Federico Garcia Lorca e, em Barcelona, Rafael Alberti. Em 1935, Manuel Altolaguirre entrega a Neruda a direção da revista Cavalo verde para a poesia na qual é companheiro dos poetas da geração de 1927. Nesse mesmo ano aparece a edição madrilenha de Residência na terra.


Em 1934, Neruda teve uma única filha, Malva Marina com a holandesa María Antonieta Hagenaar, Maruca. A menina tinha hidrocefalia e morreu aos 8 anos. Neruda costumava se referir a filha em carta a uma amante com termos como "ponto e virgula" e " vampiro de 3kg". Tanto a filha quando a mãe foram a abandonadas por Neruda poucos meses depois do nascimento. O pai se manteve afastado dela durante quase toda a sua vida. A menina veio a falecer com oito anos de idade, em 1943.


Em 1936, eclode a Guerra Civil espanhola; Neruda é destituído do cargo consular e escreve Espanha no coração. Em 1945 é eleito senador. No mesmo ano, lê para mais de 100 mil pessoas no Estádio do Pacaembu em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes. Em 1950 publica Canto Geral, em que sua poesia adota intenção social, ética e política. Em 1952 publica Os Versos do Capitão e em 1954 As uvas e o vento e Odes Elementares.


Em 1953 constrói sua casa em Santiago, apelidada de "La Chascona", para se encontrar clandestinamente com sua amante Matilde, a quem havia dedicado Os Versos do Capitão. A casa foi uma de suas três casas no Chile - as outras duas sendo a "Casa de Isla Negra", na localidade de El Quisco, e "La Sebastiana", em Valparaíso. "La Chascona" foi transformado em museu aberto à visitação. No mesmo ano da construção da casa, Neruda recebeu o Prêmio Lênin da Paz.


Em 1958 apareceu Estravagario com uma nova mudança em sua poesia. Em 1965 lhe foi outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, Grã-Bretanha. Em outubro de 1971 recebeu o Nobel de Literatura. Após o prêmio, Neruda é convidado por Salvador Allende para ler para mais de 70 mil pessoas no Estadio Nacional de Chile.


Morreu em Santiago - oficialmente em consequência de um câncer de próstata -, 11 dias após o golpe militar de 11 de setembro no Chile. Desde aquele dia, sua saúde havia se agravado. No dia, 19 fora transferido, às pressas, de sua casa, na Isla Negra, para Santiago, onde faleceu, no dia 23, às 22 horas e 30 minutos, na Clínica Santa María. Em 2011 um artigo recolheu declarações de Manuel Araya Osorio, assistente do poeta desde novembro de 1972 até sua morte. Segundo Araya, Neruda havia sido assassinado na clínica com uma injeção letal.  Na mesma clínica, em 1982, o ex-presidente Eduardo Frei Montalva, supostamente morto em decorrência de complicações de uma hérnia, foi assassinado, conforme veio a concluir a Justiça chilena, em 2019.


Depois do golpe encabeçado pelo general Augusto Pinochet, "La Chascona", a casa de Neruda em Santiago, foi saqueada, e seus livros, queimados. O funeral do poeta foi realizado no Cementerio General, com a presença dos membros da direção do Partido Comunista. Embora o cortejo fosse acompanhado por soldados armados, escutaram-se desafiantes gritos em homenagem a Neruda e a Salvador Allende, enquanto era cantada "A Internacional". Terminada a cerimônia, muitos dos participantes não puderam fugir e acabaram por engrossar a lista de mortos e desaparecidos forçados da ditadura chilena.


Encontra-se sepultado no jardim da sua propriedade em Isla Negra, na localidade de El Quisco, próximo a Santiago, no Chile,[8] ao lado da sua esposa Matilde Urrutia. Postumamente foram publicadas suas memórias em 1974, com o título Confesso que vivi.


Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro e O Poeta ou O Carteiro de Pablo Neruda no Brasil e em Portugal) conta sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. No filme, que é uma obra de ficção, a ação foi transposta para a Itália, onde Neruda teria se exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos (para poder conquistar uma bonita moça do povoado).


Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de sua candidatura para que Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo. De acordo com Isabel Allende, em seu livro Paula, Neruda teria morrido de "tristeza" em setembro de 1973, ao ver dissolvido o governo de Allende. A versão do regime militar do ditador Augusto Pinochet (1973-1990) é a de que ele teria morrido devido a um câncer de próstata. No entanto, fontes próximas, como o motorista e ajudante do poeta na época, Manuel Araya, afirmam com insistência que o poeta teria sido assassinado, estando a própria justiça do Chile a contestar a versão oficial sobre a sua morte. Em Fevereiro de 2013, um juiz chileno ordenou a exumação do corpo do poeta, no âmbito de uma investigação sobre as circunstâncias da morte.


O juiz Mario Carroza, que anteriormente havia aberto uma investigação para esclarecer as circunstancias da morte de Neruda, ordenou, depois de 20 meses de interrogatórios e perícias, a exumação do corpo do poeta. Em novembro de 2013, Patricio Bustos, diretor do Serviço Médico Legal do Chile, deu a conhecer os resultados dos exames toxicológicos realizados nos EUA e Espanha, que descartaram que Neruda havia sido envenenado e confirmou-se que seu falecimento foi produto de um avançado câncer de próstata.Porém, Rodolfo Reyes, sobrinho do poeta, insistiu que uma terceira pessoa estava envolvida na morte de Neruda e anunciou que se pediria novas investigações.


Em 2004, por ocasião das comemorações do Centenário de seu nascimento, foi instituído o Prêmio Iberoamericano de Poesia Pablo Neruda.


Em 2016, foi lançado o filme "Neruda", que aborda aspectos da vida de Neruda no final da década de 1940, com foco na perseguição anticomunista sofrida por Neruda. Nessa película, dirigida por Pablo Larraín, Neruda foi interpretado por Luis Gnecco.


Obra


Frase de Neruda pichada em Feira de Santana, Bahia, Brasil.

Montanhas de Macchu Picchu

Crepusculario. Santiago, Ediciones Claridad, 1923.

Veinte poemas de amor y una canción desesperada. Santiago, Nascimento, 1924.

Tentativa del hombre infinito. Santiago, Nascimento, 1926.

El habitante y su esperanza. Novela. Santiago, Nascimento, 1926. (prosa)

Residencia en la tierra (1925-1931). Madrid, Ediciones del Arbol, 1935.

España en el corazón. Himno a las glorias del pueblo en la guerra: (1936- 1937). Santiago, Ediciones Ercilla, 1937.

Tercera residencia (1935-1945). Buenos Aires, Losada, 1947.

Canto general. México, Talleres Gráficos de la Nación, 1950.

Los versos del Capitán. Losada, 1952.

Todo el amor. Santiago, Nascimento, 1953.

Odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1954.

Las uvas y el viento. 1954.

Nuevas odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1955.

Tercer libro de las odas. Buenos Aires, Losada, 1957.

Estravagario. Buenos Aires, Losada, 1958.

Cien sonetos de amor (Cem Sonetos de Amor). Santiago, Ed. Universitaria, 1959.

Navegaciones y regresos. Buenos Aires, Losada, 1959.

Poesías: Las piedras de Chile. Buenos Aires, Losada, 1960.

Cantos ceremoniales. Buenos Aires, Losada, 1961.

Memorial de Isla Negra. Buenos Aires, Losada, 1964. 5 vols.

Arte de pájaros. Santiago, Ediciones Sociedad de Amigos del Arte Contemporáneo, 1966.

Fulgor y muerte de Joaquín Murieta. Bandido chileno injusticiado en California el 23 de julio de 1853. Santiago, Zig-Zag, 1967. (obra teatral)

La Barcaola. Buenos Aires, Losada, 1967.

Las manos del día. Buenos Aires, Losada, 1968.

Fin del mundo. Santiago, Edición de la Sociedad de Arte Contemporáneo, 1969.

Maremoto. Santiago, Sociedad de Arte Contemporáneo, 1970.

La espada encendida. Buenos Aires, Losada, 1970.

Discurso de Stockholm. Alpigrano, Italia, A. Tallone, 1972.

Invitación al Nixonicidio y alabanza de la revolución chilena. Santiago, Empresa Editora Nacional Quimantú, 1973.

Libro de las preguntas. Buenos Aires, Losada, 1974.

Jardín de invierno. Buenos Aires, Losada, 1974.

Confieso que he vivido. Memorias. Barcelona, Seix Barral, 1974. (autobiografia)

Para nacer he nacido. Barcelona, Seix Barral, 1977.

El río invisible. Poesía y prosa de juventud. Barcelona, Seix Barral, 1980.

Obras completas. 3a. ed. aum. Buenos Aires, Losada, 1967. 2 vols.


 

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