Alemães comemoram gol de Goetze no Maracanã. REUTERS/Sergio Moraes
Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Com um golaço de Mario Goetze no segundo tempo da prorrogação, a Alemanha acabou com um tabu histórico e conquistou o primeiro título mundial de uma seleção europeia nas Américas ao derrotar a Argentina por 1 x 0, neste domingo, no Maracanã, coroando uma campanha formidável após golear o Brasil por 7 x 1 na semifinal.
Goetze, que entrou no fim do tempo normal, matou a bola no peito dentro da área após lançamento de Schurrle e bateu para o gol sem deixar cair no chão, levando ao delírio torcedores alemães e brasileiros que se uniram contra os argentinos na final da Copa do Mundo.
O gol aos 8 minutos do segundo tempo da prorrogação garantiu aos alemães seu quarto título mundial, após as conquistas em 1954, 1974 e 1990. A Itália também tem quatro Copas do Mundo, uma a menos que o Brasil.
A vitória ainda desempatou um duelo individual com a Argentina, uma vez que cada equipe havia vencido uma vez nas duas finais de Copa disputadas entre elas antes: a Argentina ganhou em 1986 e a Alemanha em 1990.
Em um Maracanã lotado por 74.738 pessoas, com a torcida brasileira se juntando à alemã contra os argentinos, as duas equipes disputaram uma partida tensa mas com bom lances e chances de gols de ambas as partes, apesar do 0 x 0 no tempo normal.
Faltou para a Argentina o brilho de Lionel Messi, que não conseguiu render o esperado na primeira final de Copa do Mundo de sua carreira.
Sem poder contar com o volante Sami Khedira, que sofreu uma contusão na panturrilha no aquecimento, a Alemanha não pôde repetir a formação que goleou o Brasil por 7 x 1 na semifinal, enquanto os argentinos levaram a campo a mesma equipe que passou pela Holanda na semifinal, na disputa de pênaltis.
Desde o início as duas seleções demonstraram merecer a vaga na tão sonhada final e fizeram da decisão um espetáculo para os torcedores, entre eles celebridades internacionais e chefes de Estado. A chanceler alemã, Angela Merkel, vibrou bastante no estádio após o apito final.
Alemães comemoram gol de Goetze no Maracanã. REUTERS/Sergio Moraes
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Mesmo sem gols, não faltaram emoções nos primeiros 90 minutos.
Em um erro incomum da Alemanha, Kroos cabeceou a bola para trás e deixou Higuaín de frente para o goleiro alemão Neuer, aos 20 minutos, mas o atacante desperdiçou a oportunidade e chutou para fora.
O mesmo Higuaín ainda balançou a rede 10 minutos depois, mas o lance foi anulado por impedimento, para desespero do atacante que já estava comemorando.
A parte final da primeira etapa foi de domínio alemão, especialmente depois que Kramer, substituto de Khedira no time titular, precisou deixar o campo por uma pancada na cabeça e foi substituído por Schurrle.
A superioridade quase resultou em gol no minuto final, quando Howedes acertou a trave numa cabeçada após cobrança de escanteio.
A Argentina voltou para o segundo tempo com Aguero no lugar de Lavezzi e pouco depois colocou Palacio na vaga de Higuaín, mudando a formação de sua linha de frente.
Mas os argentinos precisaram mesmo foi se preocupar com a defesa.
Os alemães pressionaram em busca de um gol para garantir a vitória nos 90 minutos e tiveram uma boa chance num chute de Kroos de fora da área, mas a bola saiu pela linha de fundo.
A poucos minutos do fim do tempo normal, um torcedor sem camisa invadiu o gramado e conseguiu chegar perto dos jogadores devido à lentidão dos seguranças para perceber a invasão e ir atrás do homem, que foi capturado. 1 de 1Versão na íntegra
Daí em diante, as duas equipes não se arriscaram e deixaram o jogo caminhar para o tempo extra. Antes, no entanto, ambos fizeram mudanças: Goetze substituiu Klose na Alemanha e Gago entrou no lugar de Pérez.
Com um minuto da prorrogação, Schurrle recebeu passe de Goetze e forçou Romero a fazer boa defesa, mostrando a disposição da Alemanha de continuar jogando no ataque.
A Argentina, no entanto, teve ótima chance de marcar ainda na primeira parte. Palacio recebeu lançamento de Rojo e ficou de frente para o goleiro alemão, mas sua tentativa de encobrir Neuer foi para fora.
Nos 15 minutos finais, as duas equipes reforçaram a marcação com o último fôlego que tinham, às vezes com excesso de força. Numa disputa de bola pelo alto, Aguero deixou o braço no rosto de Schweinsteiger, que deixou o campo momentaneamente sangrando.
A partida parecia se encaminhar para os pênaltis e a tensão tomava conta das arquibancadas quando Goetze marcou o gol histórico no Maracanã.
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