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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Zona do euro fecha acordo com Grécia após negociações durante toda a noite

segunda-feira, 13 de julho de 2015
 Primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, chega à cúpula de líderes europeus em Bruxelas.
12/06/2015 REUTERS/Philippe Wojazer

Por Paul Taylor e Renee Maltezou

BRUXELAS (Reuters) - Líderes da zona do euro fizeram a Grécia ceder grande parte de sua soberania à supervisão externa nesta segunda-feira em troca de concordar com negociações sobre resgate de 86 bilhões de euros para manter o país no bloco de moeda única.

Os termos impostos pelos credores internacionais liderados pela Alemanha, em negociações que duraram a noite toda em uma cúpula de emergência, obrigaram o primeiro-ministro Alexis Tsipras a abandonar as promessas de acabar com a austeridade e pode rachar seu governo e provocar protestos na Grécia.

"Claramente a Europa da austeridade venceu", disse o ministro das Reformas grego, George Katrougalos.

"Ou vamos aceitar essas medidas draconianas ou é a morte súbita de nossa economia através da continuação do fechamento dos bancos. Então é um acordo que é praticamente imposto sobre nós", disse ele à rádio BBC.

Em um sinal da dificuldade que Tsipras pode ter para convencer seu próprio partido Syriza a aceitar o acordo, o ministro do Trabalho, Panos Skourletis, afirmou que os termos são inviáveis e que levarão a novas eleições neste ano.

Seis medidas, incluindo cortes de gastos, aumentos de impostos e reformas de aposentadorias têm que ser aprovadas até quarta-feira à noite e o pacote inteiro precisa ser endossado pelo Parlamento antes que as negociações possam começar, decidiram os líderes.

Se a cúpula tivesse falhado, a Grécia estaria diante de um abismo econômico com seus bancos fechados à beira do colapso e a perspectiva de ter que imprimir uma moeda paralela e, com o tempo, deixar a união monetária europeia.

"O acordo foi trabalhoso, mas foi concluído. Não há saída da Grécia (da zona do euro)", disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, após 17 horas de discussões.
Ele descartou sugestões de que Tsipras havia sido humilhado mesmo que o comunicado final da cúpula tenha insistido repetidamente que a Grécia tenha que daqui em diante sujeitar grande parte de sua política pública à concordância prévia dos monitores do resgate.

O próprio Tsipras, eleito há cinco meses para acabar com cinco anos de austeridade sufocante, afirmou que ele e sua equipe "disputaram uma batalha dura" e tiveram que tomar decisões difíceis. Ele disse que garantiu uma promessa melhorada de reestruturação da dívida e que "evitou o plano de estrangulamento financeiro".

A Grécia conseguiu um acordo condicional para receber possíveis 86 bilhões de euros ao longo de três anos, junto com uma garantia de que os ministros das Finanças da zona do euro iniciarão dentro de horas discussões sobre maneiras de cobrir um déficit de financiamento até que o resgate --sujeito a aprovações parlamentares-- esteja finalmente pronto.

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que pode recomendar "com total confiança" que o Parlamento alemão autorize a abertura de negociações de empréstimo com Atenas uma vez que o Parlamento grego tenha aprovado o programa todo e aprovado as primeiras leis.

O secretário-geral dos conservadores de Merkel disse que o Parlamento deve votar sobre a Grécia na sexta-feira.

ALEMANHA

Tsipras aceitou compromisso relativo a demandas lideradas pela Alemanha para o sequestro de ativos estatais gregos avaliados em 50 bilhões de euros --incluindo bancos recapitalizados-- em um trust fund além do alcance do governo, a ser vendido principalmente para reduzir a dívida. Em um gesto para a Grécia, cerca de 12,5 bilhões de euros dos rendimentos irão para investimentos na Grécia, disse Merkel.

O líder grego teve que desistir de sua oposição a uma atribuição completa para o Fundo Monetário Internacional (FMI) no próximo resgate, no qual Merkel insistiu para conseguir o apoio parlamentar em Berlim.

(Reportagem de Alastair Macdonald, Andreas Rinke, Tom Koerkemeier, Philip Blenkinsop, Julia Fioretti, Alexander Saeedy, Robert-Jan Bartunek e Julien Ponthis, em Bruxelas; George Georgiopoulos e Lefteris Karagiannopoulos, em Atenas)

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