BC continua monitorando mercados; reservas são um seguro, diz Ilan
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
O presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, concede entrevista à Reuters em Brasília, no Brasil
15/09/2016
REUTERS/Adriano Machado
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira que a autoridade monetária continua monitorando o mercado para garantir liquidez e tem um papel no fortalecimento do regime de câmbio flutuante e na retomada da confiança, com o controle da inflação.
Ilan também afirmou que as reservas internacionais do país, de cerca de 373 bilhões de dólares, são um seguro para o país e contribuem para reduzir o risco.
"O BC tem monitorado de perto esses desenvolvimentos dos mercados internacionais e atuado tempestivamente para não permitir que os efeitos dos choques externos se transformem numa ameaça para a estabilidade macroeconômica", afirmou ele, em apresentação via vídeo em um evento no Rio de Janeiro
O BC reduziu nesta segunda-feira sua intervenção no mercado cambial, ao realizar apenas leilão de swaps tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolar os contratos que vencem em 1º de dezembro. Na semana passada, além dos leilões para rolagem, o BC também ofertou novos swaps.
O dólar recuava cerca de 1 por cento sobre o real nesta sessão, na casa de 3,35 reais, mas ainda longe dos 3,16 reais que estava antes da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. No pico do período, chegou a superar 3,50 reais no intradia.
Ilan disse ainda que o BC tem um papel bem definido da recomposição da confiança dos agentes econômicos no Brasil, que é o controle da inflação.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente e a ampla expectativa é de que mantenha o passo e reduza a Selic em 0,25 ponto percentual, para 13,75 por cento ao ano.
Ilan defendeu os ajustes fiscais e as reformas estruturais para alavancar investimentos.
"Precisamos levar em consideração a nova conjuntura internacional e fazer os ajustes necessários para fortalecer nossos fundamentos econômicos", afirmou ele. "A ênfase atual deve ser na aprovação das reformas capazes de restaurar a confiança e em criar as condições para a recuperação econômica, com inflação baixa e estável", acrescentou.
(Por Caio Saad)
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