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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Homens Que Marcaram O Século XX: Gabriel García Márquez

Gabriel García Márquez
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Gabriel José García Márquez  foi um colombiano (Aracataca, 6 de março de 1927 — Cidade do México, 17 de abril de 2014)  escritor, jornalista, editor, ativista e político. Considerado um dos autores mais importantes do século XX, foi um dos escritores mais admirados e traduzidos no mundo, com mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas.

Foi laureado com o Prémio Internacional Neustadt de Literatura em 1972, e o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de sua obra que, entre outros livros, inclui o aclamado Cem Anos de Solidão. Foi responsável por criar o realismo mágico na literatura latino-americana. Viajou muito pela Europa e viveu até a morte no México. Era pai do cineasta Rodrigo García.

Primeiros dias

Gabriel García Márquez, também conhecido por Gabo, nasceu em 6 de março de 1927, na cidade de Aracataca, Colômbia, filho de Gabriel Eligio García e de Luisa Santiaga Márquez, que tiveram ao todo onze filhos. Logo depois que García Márquez nasceu, seu pai se tornou um farmacêutico. Em janeiro de 1929, seus pais se mudaram para Barranquilla, enquanto García Marquez permaneceu em Aracataca. Foi criado por seus avós maternos, Doña Tranquilina Iguarán e o coronel Nicolás Ricardo Márquez Mejía.  Quando ele tinha oito anos, seu avô morreu, e ele se mudou para a casa de seus pais em Barranquilla, onde seu pai era proprietário de uma farmácia.

Seu avô materno Nicolás Márquez, que era um veterano da Guerra dos Mil Dias, cujas histórias encantavam o menino, e sua avó materna Tranquilina Iguarán, exerceram forte influência nas histórias do autor. Um exemplo são os personagens de Cem Anos de Solidão.

Gabriel estudou em Barranquilla e no Liceu Nacional de Zipaquirá. Passou a juventude ouvindo contos das Mil e Uma Noites; sua adolescência foi marcada por livros, em especial A Metamorfose, de Franz Kafka. Ao ler a primeira frase do livro, "Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso", pensou "então eu posso fazer isso com as personagens? Criar situações impossíveis?". Em 1947 muda-se para Bogotá para estudar direito e ciências políticas na universidade nacional da Colômbia, mas abandonou antes da graduação. Em 1948 vai para Cartagena das Índias, Colômbia, e começa seu trabalho como jornalista.

Jornalismo

Seu trabalho como jornalista foi para o jornal El Universal. Em 1949 foi para Barranquilha e trabalhou como repórter para o jornal El Heraldo. Nesse mesmo período participou num grupo de escritores para estimular a literatura. Em 1954 passou a trabalhar no El Espectador como repórter e crítico.

Em 1958 trabalhou como correspondente internacional na Europa, retornou a Barranquilha e casou-se com Mercedes Barcha com quem teve dois filhos, Rodrigo e Gonzalo. Em 1961 foi para Nova Iorque para trabalhar como correspondente internacional, mas suas críticas a exilados cubanos e suas ligações com Fidel Castro o fizeram ser perseguido pela CIA e com isso mudou-se para o México.

Literatura

Gabriel García Márquez
Seus livros alcançaram repercussão na Europa nos anos 1960 e 1970. Seus livros refletiam sobre os rumos políticos e sociais da América Latina.[9] Teve como seu primeiro trabalho o romance "La Hojarasca" publicado em 1955. Em 1961 publica "Ninguém escreve ao coronel". A obra Relato de um náufrago, muitas vezes apontada como seu primeiro romance, conta a história verídica do naufrágio de Luis Alejandro Velasco e foi publicado primeiramente no "El Espectador", somente sendo publicada em formato de livro anos depois, sem que o autor soubesse. O escritor colombiano possui obras de ficção e não ficção, tais como Crônica de uma morte anunciada e O amor nos tempos do cólera. Em 1967 publica Cem Anos de Solidão - livro que narra a história da família Buendía na cidade fictícia de Macondo, desde sua fundação até a sétima geração -, considerado um marco da literatura latino-americana e exemplo único do estilo a partir de então denominado "Realismo Fantástico" . Suas novelas e histórias curtas – fusões entre a realidade e a fantasia – o levaram ao Nobel de Literatura em 1982. Em 2002 publicou sua autobiografia Viver para contar, logo após ter sido diagnosticado um câncer linfático. Marquéz apontou como o seu mestre o escritor Norte-Americano William Faulkner.

Cinema

Teve interesse por cinema e trabalhou principalmente como diretor. Em 1950 estudou no Centro experimental de cinema em Roma. Participou diretamente de alguns filmes tais como Juego peligroso, Presságio, Erendira, entre outros. Em 1986 fundou a Escola Internacional de Cinema e Televisão em Cuba, para apoiar a carreira de jovens da América Latina, Caribe, Ásia e África. Em 1990 conheceu Woody Allen e Akira Kurosawa, diretores pelos quais teve admiração.

Trabalhou como roterista no filme: Fábula de la bella Palomera..

Morte
Em abril de 2009 Márquez declarou que havia se aposentado e que não pretendia escrever mais livros. Essa notícia viu-se confirmada em 2012, quando o seu irmão, Jaime Garcia Marquez, anunciou que foi diagnosticada uma demência a Gabriel Garcia Marquez e que, embora estivesse em bom estado físico, havia perdido a memória e não voltaria a escrever.

García Márquez morreu em 17 de abril de 2014 na Cidade do México, vítima de uma pneumonia, pouco mais de um mês após completar 87 anos.  O autor lutava contra a reincidência de um cancro que atingia seus pulmões, gânglios e fígado . Em 1999, ele já tinha conseguido superar um cancro linfático.

Repercussão

A morte do escritor repercutiu mundial idente norte-americano Barack Obama declarou ser fã do autor, orgulhando-se de possuir um exemplar autografado por este de Cem Anos de Solidão e dizendo "o mundo perdeu um dos maiores e mais visionários escritores, um dos meus preferidos desde que eu era jovem", enquanto escritores como Luís Fernando Veríssimo declararam que García Márquez mudou a ótica do mundo com relação à América do Sul.

Mil anos de solidão e tristeza pela morte do maior colombiano de todos os tempos![18]
 
— Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, ABC News.
Obras[editar | editar código-fonte]
O enterro do diabo: A revoada (La Hojarasca) (1955)
Maria dos prazeres
Relato de um náufrago (1955)
A sesta de terça-feira
Ninguém escreve ao coronel (1961)
Os funerais da mamãe grande (1962)
Má hora: o veneno da madrugada
Cem anos de solidão (1967)
A última viagem do navio fantasma
Entre amigos
A incrível e triste história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada
Um senhor muito velho com umas asas enormes
Olhos de cão azul
O outono do Patriarca
Como contar um conto (1947-1972)
Crônica de uma morte anunciada (1981)
Textos do caribe
Cheiro de goiaba
O verão feliz da senhora Forbes
O Amor nos tempos do cólera (1985)
A aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile
O general em seu labirinto
Doze contos peregrinos (1992)
Do amor e outros demônios (1994)
Notícia de um Seqüestro (1996)
Obra periodística 1: Textos Andinos
Obra periodística 3: Da Europa e América
Viver para contar
Memória de minhas putas tristes
Obra Jornalística 5: Crónicas, 1961-1984
Eu não vim fazer um discurso (2010)
Prémios e condecorações[editar | editar código-fonte]
Prémio de Novela ESSO por "má hora:o veneno da madrugada" (1961)
Doutor Honoris Causa da Universidade de Columbia em Nova Iorque (1971)
Medalha da Legião Francesa em Paris (1981)
Condecoração Águila Azteca no México (1982)
Nobel de Literatura (1982)
Prémio quarenta anos do Círculo de jornalistas de Bogotá (1985)
Membro honorário do Instituto Caro y Cuervo em Bogotá (1993)
Doutor Honoris Causa da Universidade de Cádiz (1994)
Fundação Gabriel García Márquez
Em 1994 fundou, em Cartagena, Colômbia, uma fundação que leva seu nome cuja competência é estimular e premiar as vocações, a ética e a boa reportagem no jornalismo lationoamericano.

García Márquez na ficção

Em 2015 foi publicado o romance Cartagena, de Claudia Amengual, com García Márquez nos seus últimos anos de vida.

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