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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Após PIB fraco, consultorias cortam previsão para o PIB de 2013


CLARA ROMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA/UOL
Frustrando as expectativas do mercado, o crescimento do PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2013, de apenas 0,6% em relação ao último trimestre de 2012, fez com que várias consultorias reduzissem suas projeções anuais para o desempenho da economia do país neste ano.
A expectativa do mercado, que se mostrou otimista demais, era de um crescimento de 0,9% no primeiro trimestre. Assim, de dez consultorias pesquisadas, a metade reviu para baixo suas previsões para 2013. Duas mantiveram os números, mas indicaram risco de queda, e apenas três mantiveram as suas apostas.
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"Foi o terceiro trimestre consecutivo em que o PIB cresceu abaixo das nossas expectativas e do consenso do mercado", afirma Bráulio Borges, economista-chefe da consultoria LCA, que revisou de 3,5% para pouco acima de 3% o crescimento da economia brasileira em 2013, uma meta ainda alta se comparada à de outros analistas.
Bradesco, Banco Espírito Santo, a Votorantim Corretora e a consultoria japonesa Nomura também reduziram suas expectativas.
O Banco Espírito Santo foi o mais pessimista, mudando a projeção de 3% para 2,3%. A do Bradesco caiu de 2,8% para entre 2% e 2,5%.
A Nomura divulgou relatório em que afirma que a economia brasileira manterá um patamar de desempenho baixo por um longo período, combinado com inflação alta, e revisou suas apostas de 3,4%, para 2,5%. A Votorantim Corretora baixou suas expectativas de 3% a 3,5% para 3% a 2,5%.
Entre as que mantiveram a sua projeção, está a Gradual Investimentos, que acertou o crescimento do primeiro trimestre. Sua previsão é de crescimento baixo: 2,1%.
A MB Associados, que também acertou o crescimento do PIB para o primeiro trimestre, manteve sua projeção de 2,5% para 2013.
Segundo Maria Cristina Mendonça de Barros, sócia da consultoria, um patamar menor de crescimento do consumo das famílias influenciou o resultado fraco. Uma das causas, aponta, pode ser o impacto da inflação no poder de compra.
Para Jankiel Santos, economista-chefe do Banco Espírito Santo, além do consumo das famílias, o problema é a produção industrial, que caiu 0,3% e não mostra sinais de recuperação, mesmo com crescimento de 4,6% nos investimentos.
"Esse valor está relacionado com o crescimento da produção de caminhões. Mesmo com manutenção da produção, precisaria de um novo incremento para os investimentos continuarem a crescer."

OTIMISMO

Mesmo revisando suas projeções para baixo, as consultorias LCA e Votorantim Corretora mantém uma análise otimista no longo prazo.
"Não consigo não ver uma retomada do crescimento. Tem uma aceleração em curso", afirma Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora, que havia previsto crescimento de 1% no trimestre.
Para a LCA, a alta nos investimentos foi disseminada, ao contrário do que aponta grande parte dos economistas, que atribui esse número aos investimentos na indústria automotiva. Para Borges, o investimento caiu em 2012. A partir do fim do ano, porém, voltou a crescer e, agora, já teria se recuperado da queda.
"A industria de transformação está vindo em uma recuperação boa. A de extração está ruim por causa da Petrobras", diz.

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