Konstantinos - Uranus

domingo, 5 de julho de 2015

DOSTOIEVSKI


FIODOR MIKHAILOVITCH DOSTOIEVSKI

BIOGRAFIA
http://www.brasilescola.com/


Romancista russo nascido em Moscou, um dos mais influentes de seu tempo, que em suas obras descreveu suas experiências principalmente o contato com a gente simples do povo russo. Filho de Mikhail Andreievitch, médico do Hospital dos Pobres, onde residia com a mulher, Maria Fiodorovna Netchaiev, viveu a infância nesse ambiente até que (1831) a família mudou-se para Tula, perto de Moscou, onde ele e seus quatro irmãos desfrutaram uma vida mais livre do autoritarismo paterno. Ele e Mikhail, o irmão mais velho, foram para o Liceu Tchermak de Moscou (1834) e, três anos mais tarde, perderam a mãe. Em seguida, cursou a Escola de Engenharia Militar e teve o pai assassinado (1839) por servos revoltados contra sua conduta despótica. Ainda que traumatizado com a morte do pai, acabou terminando seus estudos na escola militar de São Petesburgo, só e sem recursos.

Suas primeiras tentativas literárias não foram bem sucedidas e, então, lançou-se à atividade política, envolvendo-se num complô para assassinar Nicolau I. Foi preso e condenado à morte (1849), mas sua pena foi comutada para 10 anos de trabalhos forçados na Sibéria. Nos anos que cumpriu pena, escreveu sua primeira obra prima, Recordações da Casa dos Mortos. Libertado (1854), retomou a atividade literária e fundou, com o irmão Mikhail, a revista Vremia, suspensa depois pelo governo. Ainda em São Petesburgo e iniciou Memórias de um subterrâneo, descrições realistas da prisão, livro que o tornou célebre. Casou-se (1857) com Maria Dmitrievna Issaiev, de quem enviuvou. Abatido com a morte da esposa e do irmão, inspirou-se para escrever Unijenie i oskorblionie (1861) e Prestuplenie i nakazanie (1866), o famoso Crime e Castigo. Casou-se depois com Anna Grigorievna Snitkina e publicou o romance Igrok (1866), obra de fundo autobiográfico, escrita em apenas 26 dias para saldar dívidas com um editor.

Com a segunda mulher, crivado de dívidas e perseguido pelos credores, refugiou-se na Alemanha, Suíça e Itália, onde passou a maior parte do tempo jogando em cassinos e quase sempre perdendo. O vício e seus numerosos problemas serviram, porém, de tema para os livros que escreveu no período, como sua obra final, o clássico Bratia Karamazovi (1878-1880), vasto panorama da Rússia e de suas possibilidade de crime e de redenção, considerada outra obra-prima do autor, além de ser a mais longa, conhecida entre nós como Os Irmãos Karamasov. Suas grandes obras possuíam inúmeros personagens, enredos complicados e episódios sensacionalistas mas possuíam grande força psicológica. Viveu em dificuldades financeiras permanentes e escrevendo febrilmente para ganhar dinheiro e perdendo-o no jogo. Morreu vítima de uma hemorragia, em São Petersburgo (1881). Outras notáveis obras do autor foram Biednie liudi (1846), Dvoinik (1846), Bielie notchi (1848), Nietotchka Niezvanova (1849), Zapiski iz mertvogo doma (1861), Zapiski iz podpolia (1864), Idiot (1868), Besi (1871), Podrostok (1875).



Obras

Origem: Wikipédia,

Romances

1846 - Bednye lyudi (Бедные люди); em português: Gente Pobre
1846 - Dvoinik (Двойник. Петербургская поэма); em português O Duplo: Poema de Petersburgo
1849 - Netochka Nezvanova (Неточка Незванова); em português: Niétochka Nezvánova
1859 - Dyadyushkin son (Дядюшкин сон); em português: O Sonho do Tio, ou O Sonho de Titio, ou O Sonho do Príncipe
1859 - Selo Stepanchikovo i ego obitateli (Село Степанчиково и его обитатели); em português: Aldeia de Stiepantchikov e seus Habitantes ou A vila de Stepanhchikov e seus habitantes.
1861 - Unijennye i oskorblennye (Униженные и оскорбленные); em português: Humilhados e Ofendidos
1862 - Zapiski iz mertvogo doma (Записки из мертвого дома); em português: Recordações da Casa dos Mortos ou Memórias da Casa Morta
1864 - Zapiski iz podpolya (Записки из подполья); em português: Memórias do Subsolo, Notas do Subterrâneo, A Voz do Subsolo, Cadernos do Subsolo
1866 - Prestuplenie i nakazanie (Преступление и наказание); em português: Crime e Castigo
1867 - Igrok (Игрок); em português: O Jogador
1869 - Idiot (Идиот); em português: O Idiota
1870 - Vechnyj muzh (Вечный муж); em português: O Eterno Marido
1872 - Besy (Бесы); em português: Os Demônios ou Os Possessos
1875 - Podrostok (Подросток); em português: O Adolescente
1881 - Brat'ya Karamazovy (Братья Карамазовы); em português: Os Irmãos Karamazov
Novelas e contos[editar | editar código-fonte]
1846 - Gospodin Prokharchin (Господин Прохарчин); em português: Senhor Prokhartchin
1847 - Roman v devyati pis'mahh (Роман в девяти письмах); em português: Romance em Nove Cartas
1847 - Khozyajka (Хозяйка); em português: A Senhoria ou A Dona da Casa
1848 - Polzunkov (Ползунков);
1848 - Slaboe serdze (Слабое сердце); em português: Coração Fraco
1848 - Tchestnyj vor (Честный вор); em português: O Ladrão Honesto
1848 - Elka i svad'ba (Елка и свадьба); em português: Uma Árvore de Natal e Uma Boda
1848 - Tchujaya jena i muj pod krovat'yu (Чужая жена и муж под кроватью); em português: O homem debaixo da cama ou A Mulher Alheia e o Homem Debaixo da Cama
1848 - Belye nochi (Белые ночи); em português: Noites Brancas
1849 - Malen'kij geroi (Маленький герой); O Pequeno Herói
1862 - Skvernyj anekdot (Скверный анекдот); Uma História Suja ou Uma História Lamentável
1865 - Krokodil (Крокодил); em português: O Crocodilo
1873 - Bobok (Бобок); em português: Bóbok
1876 - Krotkaia (Кроткая); em português: Uma Criatura Gentil, também A Dócil, A Meiga, Ela era doce e humilde e Ela.
1876 - Mujik Marej (Мужик Марей); em português: O Mujique Marei
1877 - Son smeshnogo tcheloveka (Сон смешного человека); em português: 'O Sonho de um Homem Ridículo
Não ficção
1863 – Ziminie Zamietki o lietnikh vpyetchatleniiakh (Зимние заметки о летних впечатлениях); em português: Notas de Inverno sobre Impressões de Verão
1873 – 1878 Dnievnik pissatelia (Дневник писателя); em português: Diário de um Escritor
Cartas
Suas cartas foram publicadas postumamente em antologias diversas

Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/

Após aprovação da China, banco dos Brics será inaugurado na terça-feira Fundo de reserva com US$ 100 bilhões deve entrar em funcionamento em 30 dias; na cúpula do grupo será discutida a possível incorporação da Grécia ao banco

NBD
Após aprovação da China, banco dos Brics será inaugurado na terça-feira
Fundo de reserva com US$ 100 bilhões deve entrar em funcionamento em 30 dias; na cúpula do grupo será discutida a possível incorporação da Grécia ao banco
por Opera Mundi publicado 03/07/2015
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EFE

Putin (Rússia), Modi (Índia), Dilma Rousseff (Brasil), Jinping (China) e Zuma (África do Sul): cinco membros do Brics
São Paulo – O parlamento chinês aprovou, na quarta-feira (1º), a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Assim, a sessão inaugural do organismo será realizada já na próxima terça (7) em Moscou e a expectativa é que o fundo de reserva dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com o montante de US$ 100 bilhões, entre em funcionamento em 30 dias. A aprovação da chinesa era a única que faltava para o banco operar.

De acordo com o Itamaraty, o "instrumento contribuirá para promover a estabilidade financeira internacional" e tem como objetivo “prover recursos temporários aos membros do Brics que enfrentem pressões em seus balanços de pagamentos. (…) O mecanismo também reforçará a confiança dos agentes econômicos e financeiros mundiais e mitigará o risco de contágio de eventuais choques que possam afetar as economias do agrupamento”.

A expectativa é de que o grupo, que realizará uma reunião de cúpula entre os dias 8 e 9 de julho em Ufa, na Rússia, discuta a uma possível incorporação da Grécia ao banco dos Brics.

Tal possibilidade foi cogitada pelo vice-ministro das Finanças da Rússia, Sergei Storchak, que, em maio, convidou Atenas para participar do banco de desenvolvimento dos Brics e, de acordo com notícias veiculadas pela imprensa internacional, o ex-representante da Grécia no FMI Panagiotis Roumeliotis foi nomeado para explorar a possibilidade de o país heleno se unir ao organismo.

O ministro grego para Reconstrução Produtiva, Meio Ambiente e Energia, Panagiotis Lafazanis, confirmou, no final de maio, que a solicitação para que a Grécia participe do banco é “simbólica e será paga a prazo. Com o começo das operações, a Grécia poderá receber apoio financeiro”, reiterou

http://www.redebrasilatual.com.br/

WikiLeaks divulga lista com 29 telefones espionados no Brasil pelos EUA

WikiLeaks divulga lista com 29 telefones espionados no Brasil pelos EUA

Fonte: ABr

O site WikiLeaks divulgou hoje (4) uma lista com 29 números de telefone de autoridades e assessores do governo brasileiro que teriam sido alvo de espionagem da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês). A relação, classificada como ultrassecreta, inclui, além de números da sala da presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto e do avião dela, contatos de integrantes do alto escalão do governo. Também foram espionadas pessoas próximas a Dilma, como secretários e assessores.

Segundo o WikiLeaks, a lista inclui o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que, na época das interceptações telefônicas, era secretário executivo do Ministério da Fazenda. Também foi monitorado o ex-chefe da Casa Civil de Dilma, Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Luiz Awazu Pereira da Silva, ex-diretor do Banco Central, também aparece na lista.

O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil Luiz Alberto Figueiredo, que ocupou o cargo entre 2013 e o início de 2015, também teve o número de celular grampeado. Figueiredo é hoje o embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Também foram espionadas as embaixadas brasileiras na França, na Alemanha, na União Europeia, na Suíça e nos Estados Unidos e o general José Elito Carvalho Siqueira, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

Para o editor-chefe do site, Julian Assange, "a divulgação mostra que os Estados Unidos terão que percorrer um longo caminho para provar que sua vigilância contra governos aliados acabou".

Em 2013, Edward Snowden, ex-consultor de informática da agência, já havia feito denúncias de que a NSA espionou autoridades brasileiras, além de empresas estatais. A questão gerou desconforto entre os países e fez com que Dilma adiasse visita aos Estados Unidos. A divulgação da nova lista foi feita logo após a viagem da presidenta ao país. Em entrevista à imprensa, ela avaliou que a ida aos Estados Unidos foi extremamente produtiva e que a relação do país com o Brasil está agora em um novo patamar de possibilidades.

Procurado pela Agência Brasil, o Palácio da Planalto, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não vai comentar o caso. O Ministério das Relações Exteriores está analisando as informações. A Embaixada dos Estados Unidos ainda não se pronunciou.

http://www.amambainoticias.com.br/

Cunha quer, mas será que o parlamentarismo faria bem ao Brasil?

Cunha quer, mas será que o parlamentarismo faria bem ao Brasil?
Rayder Bragon*
Do UOL, em Belo Horizonte


O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defende colocar em discussão a adoção do parlamentarismo no Brasil.

Ele diz que quer votar o tema antes de 2017, quando termina seu mandato, e afirmou já ter estabelecido conversas com quase todos os partidos políticos. A ideia dele é implantar o sistema a partir da administração de quem venha a suceder a presidente Dilma Rousseff.

Essa proposta não é nova e já foi rejeitada pelos brasileiros em 1993 por meio de um plebiscito. Na época, 55% dos eleitores votaram a favor da manutenção do sistema presidencialista, enquanto 24% optaram pelo parlamentarismo.

Cientistas políticos ouvidos pelo UOL veem grandes barreiras para a mudança de sistema eleitoral. Todos apontam como positiva a alteração do primeiro-ministro rapidamente, quando o governo perde o apoio do Parlamento ou em uma situação de crise. Mas não acham que o Brasil vá abrir mão de eleger o presidente.

Carlos Ranulfo, cientista político e professor titular do departamento de ciência política da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), diz que "o parlamentarismo dá menos opção para o eleitor, que só tem um voto, o voto para o Congresso". "O presidencialismo é um sistema mais aberto para a sociedade. A sociedade pode pressionar o Congresso, pode pressionar o Executivo."

Para ele, "o parlamentarismo funciona bem quando temos sistemas partidários mais estruturados e fortes, com poucos partidos". "No caso do Brasil, existe essa fragmentação partidária. Não adianta você mudar o sistema de governo com 28 partidos no Congresso. Não existe parlamentarismo com essa miscelânea [de partidos] que nós temos."

Malco Camargos, cientista político e professor da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), afirma que, no parlamentarismo, "a base de sustentação do governo é construída naturalmente. Só chega a primeiro-ministro quem é indicado pelo Parlamento (Congresso)". "Mas tira o direito do cidadão da escolha daquele que é o principal responsável pela gestão da economia do país."

Ranulfo acha que Eduardo Cunha está "jogando para a plateia" ao defender a proposta. "É um tema que já foi derrotado em plebiscito. Nós acabamos de sair de uma reforma politica, que, na verdade, não mudou nada. Agora ele quer uma mudança ainda mais drástica, isso é querer manchete apenas."

O professor Fernando Limongi, chefe do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, disse que o assunto "está enterrado" e a ideia de trazer o assunto à tona "cheira muito a golpismo".

"Houve uma manifestação grande pelo parlamentarismo no passado e ele foi derrotado. Depois conseguiram uma repescagem, foi derrotado pelo plebiscito. É uma matéria que está meio enterrada. Cheira muito a golpismo", avaliou.

Já para o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a ideia do parlamentarismo não seria "vendida" facilmente ao eleitorado em razão da recente conquista do voto direto após o termino da ditadura no país. "Eu acho que dificilmente isso teria apoio popular", afirmou.

Ele disse, no entanto, que o sistema, na teoria, é uma boa prática de governo. "Há razões que justificam a defesa do parlamentarismo, a princípio, pelo fato de que se pode criar um governo forte por definição. Você tem a liderança do Executivo brotando por meio do Parlamento e tendo condições de apoio parlamentar. Isso torna o país mais governável. No nosso chamado presidencialismo de coalizão, o presidente, para criar condições de governar, tem que estar envolvido permanentemente em barganhas."





Brasil já viveu sob o parlamentarismo
O sistema de governo parlamentarista já foi adotado por duas vezes em épocas distintas da vida política brasileira.

A primeira vez se deu no Império, de 1847 a 1889, sob o reinado de dom Pedro 2º. Em 1847, um decreto estabeleceu o cargo de presidente do conselho de ministros, que era indicado pessoalmente pelo imperador. Muitos historiadores creditam a essa época o início desse sistema no Brasil.

Ainda segundo os especialistas, o monarca teria tido a ideia de copiar o modelo inglês, mas o usado no país era o inverso daquele sistema, ficando conhecido como "parlamentarismo às avessas".

Na Inglaterra, eram feitas, em primeiro lugar, as eleições para a Câmara. O partido que obtivesse a maioria escolhia o primeiro-ministro, sendo este responsável pela formação do gabinete de ministros, passando a exercer o Poder Executivo.

No Brasil, o presidente do conselho era escolhido por dom Pedro 2º, que exercia o Poder Moderador. A partir daí, o escolhido indicava os demais ministros. O ministério deveria ser submetido à aprovação da Câmara. Em caso de divergência entre os dois Poderes, era prerrogativa do imperador decidir se dissolvia a Câmara ou demitia o ministério.

Já na República, o sistema parlamentarista vigorou no período entre setembro de 1961 e janeiro de 1963. A medida foi viabilizada para resolver impasse criado pela renúncia de Jânio Quadros, em 1961. O Congresso, por meio de emenda constitucional, instaurou o modelo e neutralizou assim as tentativas de impeachment e de golpe militar contra o vice João Goulart, tido como político ligado ao sindicalismo e com posições de esquerda.

A posse de Goulart foi acatada sob a condição de o Congresso instituir o parlamentarismo, reduzindo as prerrogativas do presidente da República, permitindo que o governo fosse exercido pelo gabinete ministerial. Goulart mobilizou suas forças políticas e, após submeter a questão a um plebiscito, conseguiu restabelecer o sistema presidencialista no país.

* Colaborou Paula Bianchi, em São Paulo
http://noticias.uol.com.br/politica/

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'O homem que chora': conheça o aposentado grego que virou símbolo da crise




'O homem que chora': conheça o aposentado grego que virou símbolo da crise
AFP Em Salônica (Grécia)

Sakis Mitrolidis/AFP
 Um aposentado chora e é amparado por um gerente e um policial em agência bancária de Salônica, na Grécia

Tirada por um fotógrafo da AFP, a imagem de um aposentado grego às lágrimas, nesta sexta-feira, na frente de uma agência bancária de Tessalônica (norte) por não suportar ver a Grécia "nessa miséria", viralizou nas redes sociais.

"Não posso suportar ver meu país nessa miséria. Por isso, estava abatido, não por meu problema pessoal", explicou Giorgos Shatzifotiadis, de 77 anos, por telefone à AFP.

Como muitos gregos, nessa sexta pela manhã, ele tentou sacar no banco a quantia diária permitida no país pelas autoridades.

Na Grécia, algumas agências estão abertas esta semana apenas para os aposentados. As demais permanecem fechadas ao público até a próxima terça-feira.

O aposentado queria recuperar parte da pensão de sua mulher, que tem problemas de saúde. Depois de passar por três bancos fechados, finalmente conseguiu encontrar uma agência aberta.

"Os funcionários do banco me disseram que não podia retirar o dinheiro. Então, desabei", contou Shatzifotiadis.

Essa imagem - a de um aposentado de Tessalônica chorando sentado no chão, do lado de fora de uma agência bancária, com sua caderneta da poupança nas mãos e a carteira de identidade no chão - retrata o drama vivido, hoje, pelos gregos.

Trabalhou na Alemanha
Assim como vários de seus conterrâneos, esse casal trabalhou vários anos na Alemanha, país-alvo das críticas da população grega por sua intransigência na crise do país e de onde sua mulher recebe a pensão.

"Trabalhei muito duro em uma mina de carvão e na fundição", continuou.

Agora, "vejo meus concidadãos mendigando alguns centavos para comprar pão, vejo os suicídios aumentarem. Sou uma pessoa sensível. Não consigo suportar ver meu país nessa situação", desabafou.

"Tanto a Europa quanto a Grécia cometeram erros. Temos de encontrar uma solução", pediu Shatzifotiadis.

O aposentado ainda não sabe se participará do referendo de domingo sobre as medidas de austeridade propostas pelos credores (UE e FMI) da Grécia, já que não tem dinheiro para ir até sua seção eleitoral, "a 80 km de Tessalônica".

"A não ser que meus filhos me levem de carro", reconheceu.

sábado, 4 de julho de 2015

O Brasil pode virar uma Grécia? Entenda a crise no país europeu

O Brasil pode virar uma Grécia? Entenda a crise no país europeu

País não pagou dívida a parceiros. Referendo no próximo domingo decidirá futuro grego

R7

Crise grega preocupa autoridades em todo o mundo

Reprodução/BBC

O calote grego, anunciado na terça-feira (30), tem preocupado autoridades no mundo inteiro. O país deixou de pagar a seus credores uma dívida de 1,6 bilhão de euros.

Como uma nação da União Europeia pode chegar a essa situação? O país sairá da zona do euro? Pode acontecer uma crise global? O Brasil será atingido? Nossa economia, em crise, pode chegar a uma situação semelhante à da Grécia?

Para responder a essas e outras questões, o R7 procurou resumir os últimos eventos da história grega, levantou dados do país e entrevistou os professores Cristina Helena de Mello, do departamento de economia da PUC-SP, e Francisco Américo Cassano, do departamento de economia do Mackenzie.

Confira abaixo as principais questões que envolvem a crise grega.

Por que a Grécia está em crise?

A balança comercial da Grécia não fecha. O país importa mais do que exporta. Isso obriga os gregos a contrair dívidas para fechar suas contas. Até 2008, os juros pagos pelos gregos eram administráveis. Mas, com a crise mundial, o custo dos empréstimos aumentou e fez a dívida grega fugir do controle.

Quando teve início esse problema da balança comercial grega?

É difícil identificar uma data precisa. Mas, antes mesmo de entrar na zona do euro, em 2001, a Grécia sofria com o problema. Em 2009, o país admitiu que tinha uma dívida de cerca de 300 bilhões de euros. Boa parte, eram papéis de curto prazo – ou seja, que tinham de ser pagos logo.

Por que a Grécia pegou empréstimo com o FMI?

Após admitir a dívida, a Grécia recorreu à Tróica (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia). Os juros e condições de pagamento da dívida com os três órgãos eram muito mais favoráveis. Entre 2010 e 2011, os gregos acertaram o empréstimo de 240 bilhões de euros com a Tróica. Assim, o país pôde trocar uma dívida sufocante por outra um pouco melhor.

Mas, para receber o dinheiro, a Grécia teve de fazer uma série de ajustes internos, como demissão de funcionários públicos, redução do benefício sociais, aposentadorias etc.

E o que os funcionários públicos e os aposentados têm a ver com a dívida do país?

Para controlar a dívida e começar a pagá-la, o governo precisa economizar. Quanto mais gasta com funcionários e quanto mais benefícios e aposentadorias concede, menos dinheiro sobra. Economistas dizem que existia um descontrole sobre as aposentadorias: pessoas mortas continuavam recebendo repasses, por exemplo. Para piorar, com a economia em crise, a arrecadação de impostos caiu e o desemprego aumentou, ampliando os gastos com benefícios sociais.

Mas, se a Grécia já pegou empréstimo, por que há impasse justamente agora?

Na verdade, o dinheiro da Tróica é liberado em partes. Ainda falta uma última parte de 7,2 bilhões de euros. Mas, para recebê-la, os gregos teriam de quitar uma parcela de 1,6 bilhão, referente às primeiras partes do empréstimo. Além disso, teriam de mostrar que estão cumprindo o plano de ajuste imposto pelos três órgãos.

Mas aí entrou um fator político. Como o plano de ajuste tem dificultado a vida dos gregos — o desemprego, por exemplo, chegou a 26% —, a população, nas últimas eleições, privilegiou os partidos que prometiam renegociar essas condições com os credores. E, em janeiro, foi empossado o premiê Alexis Tsipras.

O líder tentou cumprir sua promessa: reabriu negociação sobre o plano de ajuste, mas a Tróica não aceitou os novos termos: propôs um plano de austeridade mais leve, mas ainda considerado duro pelo premiê.

Com a possibilidade de ter cortados os 7,2 bilhões de euros, que ainda faltam do antigo empréstimo, Tsipras deixou de pagar a parcela de 1,6 bilhões de euros na data correta (terça-feira, 30) e convocou, para o próximo domingo (5), um referendo para saber se a população aceita as condições da Tróica.

Por que, então, a Tróica não aceita afrouxar o ajuste imposto à Grécia?

Parte das condições foram afrouxadas. Mas, entre os membros da Tróica e da União Europeia, existe uma visão de que não é correto ajudar um país que tomou recurso emprestado sob determinadas condições sabendo que não poderia cumpri-las. Os próprios empréstimos concedidos em 2010 e 2011 original passaram a ser questionados. Um afrouxamento maior das condições e um novo empréstimo é visto como um mau exemplo, que pode provocar reações semelhantes de outros devedores.

Por que os bancos foram fechados?

Como qualquer instituição financeira, os bancos gregos não têm notas suficientes para dar a todos os seus clientes caso, num momento de desespero, todos resolvam fechar a conta ao mesmo tempo para guardar euros debaixo do colchão ou comprar ouro.

O governo quis evitar justamente isso: fechou os bancos até o referendo e limitou os saques diários em 60 euros por cartão.

Ainda assim, a população correu aos caixas eletrônicos e retirou tudo o que podia. Para se ter uma ideia, no sábado, quando a medida foi anunciada, metade dos caixas do país ficaram sem dinheiro.

E o que isso tudo tem a ver com a saída da Grécia da zona do euro?

Com o resultado “não” no referendo, a Grécia pode não aceitar as condições da Tróica e, mesmo assim, continuar na zona do euro. É difícil, juridicamente, que um membro da comunidade seja expulso. Mas haverá pressão por parte dos líderes do bloco. E, sem a ajuda dos parceiros, o país pode decidir, por conta própria, deixar o grupo.

Com a volta de sua moeda, o dracma, a Grécia poderia controlar sua taxa de câmbio. Desvalorizando a moeda, por exemplo, o governo conseguiria estimular as exportações e inibir as importações, tornando a balança mais equilibrada.

O problema é que a desvalorização da moeda pode provocar inflação. Um pouco de inflação poderia ser aceitável, mas os preços também podem fugir do controle.

E se vencer o "sim" no referendo?

O premiê Tsipra deve renunciar e a Grécia deve receber mais dinheiro da Tróica. Mas o desemprego pode crescer e as condições de vida no país devem se tornar ainda mais duras.

O que é mais provável: vencer o "sim" ou o "não"?

É difícil prever. A disputa deve ser voto a voto. Mas o "sim" tem crescido nos últimos dias.

A saída da Grécia da zona do euro teria quais consequências para os países do grupo e para o Brasil?

O tamanho da crise que a saída da Grécia pode provocar na Europa é desconhecida. Por isso, o receio dos países do grupo e o pedido de autoridades para que os gregos aceitem as condições de ajuste impostos pela Tróica.

Para o Brasil, a tendência é que o impacto imediato não seja grande. O País pode sentir, inicialmente, fuga de investidores. Mas, enquanto mantiver o chamado “grau de investimento” (ou seja, for considerado um local seguro para se investir), não deve sofrer perdas muito significativas.

O Brasil tem importado mais que exportado, o desemprego segue crescendo e temos déficit na previdência. Podemos chegar a uma situação igual à da Grécia?

É muito difícil o Brasil chegar a essa situação. Em primeiro lugar, o Brasil tem uma moeda própria, o que faz com que a taxa de câmbio torne a balança comercial mais favorável. Em segundo lugar, o País possui uma economia mais robusta e diversificada que a grega, o que faz com que consigamos manter nossas exportações apesar de problemas pontuais de determinadas mercadorias.

Além disso, a dívida brasileira, em relação ao PIB, é bem menor do que a grega: a Grécia deve 177% de seu PIB; o Brasil, cerca de 60%. O último fator que mostra uma posição de conforto para o Brasil são as reservas: o recomendável é que o País tenha, em seus cofres, ao menos três vezes o valor gasto em um mês de importação. A Grécia não chega a isso. O Brasil tem o equivalente a 12 meses.

O Brasil tem realmente importado mais que exportado, mas essa situação é nova. O déficit na Previdência existe. O ajuste fiscal, anunciado recentemente pelo governo, é justamente uma tentativa de equilibrar as contas públicas.

http://noticias.r7.com/internacional/

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Europeus tentaram evitar publicação de relatório do FMI sobre Grécia////Premiê grego diz que relatório de dívida do FMI justifica rejeição de acordo

 Premiê grego, Alexis Tsipras, durante discurso televisionado.  03/07/2015    REUTERS/ERT/Pool


Europeus tentaram evitar publicação de relatório do FMI sobre Grécia
sexta-feira, 3 de julho de 2015
Por Paul Taylor

BRUXELAS (Reuters) - Países da zona euro tentaram em vão evitar a publicação de uma análise sombria da dívida da Grécia pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que o governo de esquerda diz que justifica o seu apelo aos eleitores de rejeitar os termos de resgate, fontes familiarizadas com o assunto disseram nesta sexta-feira.

O documento divulgado em Washington na quinta-feira traz que as finanças públicas da Grécia não serão sustentáveis sem redução substancial da dívida, incluindo possivelmente uma baixa contábil por parceiros europeus de empréstimos garantidos pelo contribuinte.

O documento também defende que a Grécia vai precisar de pelo menos 50 bilhões de euros em ajuda adicional ao longo dos próximos três anos para manter-se viva.

A publicação expôs uma disputa entre Bruxelas e o credor global com sede em Washington que foi crescendo nos bastidores durante meses.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, citou o relatório em apelo televisionado para os eleitores votarem pelo "não" aos termos de austeridade propostas.

"Ontem um evento de grande importância política aconteceu", disse Tsipras. "O FMI publicou um relatório sobre a economia da Grécia, que é uma grande defesa para o governo grego, uma vez que ele confirma o óbvio: que a dívida grega não é sustentável."

Em reunião da diretoria do FMI na quarta-feira, os membros europeus questionaram o momento da publicação do relatório, três dias antes do referendo decisivo marcado para domingo, que pode determinar o futuro do país na zona do euro, disseram as fontes.

Não houve votação, mas os europeus estavam em grande desvantagem numérica e os Estados Unidos, a voz mais forte no FMI, foi a favor da publicação, disseram as fontes.

"Não foi uma decisão fácil", disse uma fonte do FMI envolvida no debate sobre a publicação. "A UE tem que entender que nem tudo pode ser decidido com base em seus próprios imperativos", acrescentou.

A porta-voz do FMI, Angela Gaviria, não quis comentar sobre este relatório.


Premiê grego diz que relatório de dívida do FMI justifica rejeição de acordo
sexta-feira, 3 de julho de 2015
 Premiê grego, Alexis Tsipras, durante discurso televisionado.  03/07/2015    REUTERS/ERT/Pool

ATENAS (Reuters) - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, disse nesta sexta-feira que a análise do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostrando que a dívida da Grécia é insustentável justifica a decisão de seu governo de rejeitar o pacote de ajuda dos credores que não oferece alívio da dívida.

Em discurso televisionado à nação no último dia de campanha antes do referendo no domingo, Tsipras renovou seu apelo aos gregos para votarem contra o pacote de resgate e dizerem "não" a chantagens e ultimatos.

"Ontem um evento de grande importância política aconteceu", disse Tsipras. "O FMI publicou um relatório sobre a economia grega que é uma grande justificativa para o governo grego já que confirma o óbvio --que a dívida grega não é sustentável".

(Por Renee Maltezou)

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Antiga "Hollywood brasileira", estúdios Vera Cruz serão revitalizados

Cena de "O Cangaceiro", do cineasta Lima Barreto, produzido pelos estúdios Vera Cruz


Do UOL, em São Paulo 02/07/2015

Os antigos estúdios de cinema Vera Cruz, que funcionaram em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entre 1949 e 1954 e chegaram a ser um dos maiores polos cinematográficos do mundo, serão enfim revitalizados.

O novo projeto para o espaço, que conta com uma área de mais de 45 mil metros quadrados no bairro Jardim do Mar, será apresentado no dia 5 de agosto. A ideia é transformar o local em um novo complexo de produção audiovisual.

A revitalização prevê a ampliação do número de estúdios de dois para sete, além da instalação de um Centro Cultural, com teatro de 850 lugares, e um Centro de Audiovisual.

O novo Vera Cruz também abrigará sala de cinema, incubadora de empresas ligadas à área, um restaurante e todo o antigo acervo da companhia cinematográfica.

O empreendimento será gerido por 30 anos pela empresa Telem, que venceu o processo de licitação promovido pela Prefeitura de São Bernardo. O contrato foi assinado em junho.

Criados em 1949 pelo produtor italiano Franco Zampari e o industrial brasileiro Francisco Matarazzo Sobrinho, para ser uma espécie de "Hollywood brasileira", os estúdios chegaram a ser um dos maiores do mundo até fechar as portas em 1954, após uma grande crise financeira.

De lá saíram títulos importantes para o cinema nacional, como o longa "O Cangaceiro" (1954) e o curta "Painel" (1950), ambos do cineasta Victor Lima Barreto  Barreto e premiados no Festival de Cannes. Ao todo a Companhia Cinematográfica Vera Cruz produziu e coproduziu mais de 40 longas.

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quinta-feira, 2 de julho de 2015

Parte dos trabalhadores só vai receber abono salarial deste ano em 2016

Parte dos trabalhadores só vai receber abono salarial deste ano em 2016
Do UOL, em São Paulo 02/07/2015

Parte do pagamento do abono salarial deste ano será pago em 2016. A medida tinha sido proposta pelo governo, como parte do ajuste fiscal, e foi aprovada nesta quinta-feira (2) pelo Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador). O Codefat é composto por representantes dos trabalhadores, empregadores e governo.

Com isso, cerca de R$ 9 bilhões que seriam pagos neste ano ficarão para 2016.

O abono salarial é o benefício pago pelo governo a quem recebeu até dois salários mínimos por mês no ano anterior. O abono pode chegar a até um salário mínimo e o pagamento é feito de acordo com a data de nascimento dos beneficiados.

Nove parcelas, de julho de 2015 a junho de 2016
Com a mudança aprovada, os pagamentos do abono serão feitos em nove parcelas, entre julho deste ano e junho de 2016. No ano passado, o pagamento para todos os trabalhadores foi feito em quatro datas, entre julho e outubro.

Agora, segundo o Ministério do Trabalho, os nascidos no segundo semestre (julho a dezembro) recebem ainda neste ano. Já os nascidos no primeiro semestre (janeiro a junho) recebem só no primeiro trimestre de 2016.

Quem receber no ano que vem vai receber o valor ajustado, já de acordo com o salário mínimo válido para 2016.

Quem tem direito pode receber o valor do abono na folha de pagamento, nas agências ou caixas eletrônicos da Caixa Econômica, ou por crédito em conta (caso ela seja da Caixa).

Calendário de pagamento do abono salarial
Nascidos em julho
Recebem de 22/7/15 a 30/6/2016
Nascidos em agosto
Recebem de 20/8/15 a 30/6/2016
Nascidos em setembro
Recebem de 17/9/15 a 30/6/2016
Nascidos em outubro
Recebem de 15/10/15 a 30/6/2016
Nascidos em novembro
Recebem de 19/11/15 a 30/6/2016
Nascidos em dezembro
Recebem de 17/12/15 a 30/6/2016
Nascidos em janeiro e fevereiro
Recebem de 14/1/16 a 30/6/2016
Nascidos em março e abril
Recebem de 16/2/16 a 30/6/2016
Nascidos em maio e junho
Recebem de 17/3/16 a 30/6/2016
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego
Governo alterou regras para o benefício
O abono salarial foi um dos benefícios que o governo mudou neste ano, como parte do ajuste fiscal para diminuir os gastos.

A principal mudança é que o valor, que antes era fixo em um salário mínimo, passou a ser proporcional ao tempo que o beneficiado trabalhou no ano anterior.

Orçamento de 2016 foi aprovado
Como o orçamento de 2015 já previa o novo cronograma, não haverá alteração no valor previsto na lei orçamentária para o abono, que é de R$ 10,125 bilhões. O orçamento de 2016, aprovado mais cedo, também já previa a mudança no calendário.

Segundo o Ministério, a previsão para 2016 é que sejam desembolsados R$ 17,1 bilhões com pagamento do abono para 23,4 milhões de trabalhadores, o que representa uma redução de 69,08% em comparação com o ano anterior.

Os recursos são do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que também é responsável pelo pagamento do seguro-desemprego. O orçamento do FAT para 2016 terá R$ 76,4 bilhões.

A previsão é que sejam desembolsados R$ 34,8 bilhões com o seguro-desemprego aos 7,9 milhões de trabalhadores com direito ao benefício, valor 5,38% menor do que o orçamento do ano anterior.

Com isso, segundo o Ministério do Trabalho, os gastos com o pagamento dos benefícios podem chegar a R$ 52 bilhões no próximo ano.

(Com Estadão Conteúdo)

Como fica o euro após eventual saída da Grécia? Conheça quatro visões



Economistas esperam que Banco Central Europeu tome medidas para evitar especulação financeira
Após deixar de pagar uma parcela de 1,6 bilhão de euros de um empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o futuro da Grécia na zona do euro depende do referendo previsto para domingo.

A perspectiva de sair da União Europeia preocupa não apenas a Grécia como outros países do bloco.
Os gregos poderiam encarar experiências semelhantes vividas por Argentina e Islândia, que também enfrentaram um calote e uma acentuada desvalorização monetária.
Mas o destino da zona do euro é mais complexo e incerto.

Como a Grécia representa menos de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco, sua saída não teria um impacto imediato.

A maioria dos economistas espera que o Banco Central Europeu (BCE) tome medidas para evitar que a especulação financeira abale as economias mais fragilizadas da zona do euro. Mas e depois disso?
Alguns acreditam que a crise fará com que os 19 países que usam o euro se unam ainda mais. Outros dizem o oposto: os mercados derrubarão os países mais frágeis um a um e no final sobrará um bloco reduzido de peso bem menor.

Reunimos as opiniões de quatro economistas e analistas sobre como seria o futuro do euro sem a Grécia.

Anders Borg, presidente da Iniciativa de Sistema Financeiro Global do Fórum Econômico Mundial e ex-ministro da Fazenda da Suécia
Borg acredita que o impacto na zona do euro será limitado. "A saída da Grécia teria um impacto negativo na economia do euro, mas não muito grande, talvez reduzindo seu crescimento entre 0,2% a 0,4%, mas nada perto do efeito que vimos em 2008 e 2010."
"Se você olha como os mercados de ações foram afetados, não foi tão ruim assim. A exposição individual de bancos tem sido limitada e, apesar de muitas instituições públicas estarem ligadas à dívida grega, não há quaisquer problemas de liquidez ou solvência.

"É importante vermos políticas apropriadas sendo postas em prática pelo BCE. Ele precisa fazer o que está fazendo agora - intervenções mensais no mercado, claramente sinalizando que fará o que for necessário para manter o euro, o que inclui até mesmo aumentar no curto prazo a quantidade de dinheiro que está injetando na economia."

Stefanos Manos, ex-ministro da Fazenda da Grécia

"Não acho que terá consequências graves para o euro, e acredito que as instituições europeias se protegeram de tudo que poderia prejudicá-las por uma eventual saída da Grécia. O euro pode estar um pouco frágil, mas isso não o afetaria tão negativamente assim.

"Mas pode assustar as pessoas na Europa e levá-las a se esforçarem mais para criar uma união mais forte. Além da unificação bancária, é preciso uma unificação fiscal. A saída da Grécia poderia ser um bom motivo para acelerar o processo.

Manos afirma que o futuro da Grécia fora da zona do euro não encorajaria outros a seguir os gregos - na verdade, geraria o efeito contrário. "Seríamos um exemplo do que evitar."

Economistas se dividem quanto à força do sistema bancário europeu diante de eventual saída grega
John Ryan, professor da London School of Economics
Ryan diz que haverá danos ao euro no curto prazo, mas que eles serão controláveis. Mas ele acredita que, depois, podem surgir problemas mais sérios.

"Os efeitos poderiam ser graduais em vez de imediatos. O BCE pode conter o 'sangramento' inicial, apoiando os mercados. Mas depois a resiliência das economias periféricas será testada."
Ele não tem muita fé de que o sistema bancário europeu suportará o impacto da saída da Grécia. "Foram feitos testes de estresse, mas alguns bancos não participaram ou foram reprovados. Não estou convencido de que eles sejam tão fortes quanto deveriam.

Ryan também duvida de uma possível unificação maior dos países-membros. "A verdade é que, no fim das contas, eles estão se dando conta que não há uma disposição de fazer o que é necessário para criar uma verdadeira união monetária, com uma união fiscal e de transferências financeiras - para transferir dinheiro dos países ricos para os pobres - algo que não tem qualquer apoio na Alemanha."
Vicky Pryce, ex-diretora do Serviço Econômico do governo do Reino Unido

Vicky Pryce diz que sempre foi cética quanto à habilidade da zona do euro de funcionar como uma união monetária sem uma união política. Quando o euro foi lançado, ela tinha colocado em 50% as chances de dar certo, e diz que as chances hoje são as mesmas.
"A saída da Grécia não mudaria nada. Uma união monetária sempre seria difícil de concretizar, e sempre imaginei que um país que não encaixasse acabaria deixando o bloco. E a perspectiva de instabilidade provavelmente empurrará o euro rumo a uma integração maior depois dessas turbulências.

"O euro ainda enfrentará o problema de ter taxas de juros determinadas na Alemanha e que são boas para suas grandes economias centrais, mas não para os países na periferia."
Ela acredita que o ECB inundará imediatamente o mercado com liquidez e garantirá que o sistema bancário europeu está seguro. Isso adiaria qualquer pretensão de aumentar as taxas de juros.

Mas ela diz que estas medidas custarão caro. "Há estimativas terríveis sendo divulgadas por instituições alemãs sobre os custos do calote grego em sua dívida. A saída da Grécia gera um incerteza para o país e para o restante da Europa, e isso pode impactar seu crescimento."




Mas como um cenário como esse poderia repercutir nas economias do resto do mundo ─ e do Brasil em particular?

Poderíamos ter um "efeito dominó" em que seriam atingidas, em um primeiro momento, a Europa e os países europeus mais vulneráveis e, logo, outras economias que se esforçam para retomar o crescimento?

Há certo consenso entre especialistas ouvidos pela BBC Brasil de que, no caso de um calote grego, o risco de contágio para outros países da região seria menor do que há alguns anos.
"Primeiro porque os bancos europeus já reduziram bastante sua exposição à Grécia. Depois, porque outras economias consideradas vulneráveis do bloco, como Espanha, Portugal e Irlanda, estão caminhando na direção de colocar suas contas em dia e retomar o crescimento", diz o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria.

Para ele, "um calote grego poderia até ter algum um impacto no ritmo de recuperação da Europa, mas não iria reverter esse processo."

O diplomata e ex-ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, compara as reverberações de um possível calote grego com o da moratória argentina de 2001.
Em um primeiro momento houve grande turbulência nos mercados da região. Com o tempo, porém, esse efeito se dissipou. "No fim, foi um desastre principalmente para a Argentina, que nunca mais voltou aos mercados financeiros internacionais", diz ele.

Tanto Wilber Colmerauer, diretor do Emerging Markets Funding, em Londres, João Augusto Neves, analista da Eurasia Group, e Campos Neto, da Tendências, concordam que uma moratória de Atenas poderia ter um impacto em mercados emergentes como o Brasil ao aumentar a aversão ao risco entre investidores.

"No imediato, poderíamos ter uma pressão maior sobre o câmbio, com uma desvalorização do real, por exemplo", diz Campos Neto.

"Mas esse efeito sobre os emergentes seria de curto prazo", completa Colmerauer.
Para o diretor do EM Funding, o Brasil, "por estar em uma situação econômica complicada está na linha de frente dos países que podem sofrer com qualquer marola na economia internacional".
"Mas em função da Grécia não ter nada a ganhar com uma ruptura, não acho que essa deva ser uma preocupação para o país", diz ele.

Saída da Grécia do euro é 'pouco provável', dizem analistas
A percepção de economistas e especialistas consultados pela BBC parece ser a de que uma eventual saída da Grécia da zona do Euro é pouco provável, porque não interessa nem aos gregos nem a seus colegas europeus.

"Todo mundo perde com um default na Europa", diz Ernesto Lozardo, especialista em economia internacional da FGV.

"A probabilidade de termos um cenário como esse, com contágio para outras economias, é pequena. Mas ainda assim esse é um risco que precisa ser monitorado", concorda Neves, do Eurasia Group.
Ao comentar as declarações da autoridade monetária grega, Ricupero diz que "existe um jogo de ameaças que sempre faz parte de uma negociação como essa".
"Além disso, o que o BC grego colocou em um mesmo pacote seria resultado de um longo processo com diversos cenários possíveis. A Grécia poderia sair do euro mas não da UE, por exemplo ", afirma ele.
O ex-ministro admite, porém, que uma moratória seguida de abandono da moeda europeia pelos gregos poderia ter consequências imprevisíveis para a economia europeia e mundial.
"E o que se teme não é só o efeito econômico direto, mas também os efeitos psicológicos e políticos. Deixar uma união monetária e voltar a ter uma moeda própria seria uma decisão sem precedentes e é difícil saber o que poderia acontecer se ela fosse tomada", diz Ricupero.

Para Ricupero, o problema para o Brasil é que, hoje o país está em uma situação tão crítica "que qualquer coisa que piore o desempenho da economia mundial certamente é ruim para o país".

"Poderíamos ter de pagar juros mais altos no mercado com um aumento da aversão dos investidores a risco. Além disso, a Europa é um grande parceiro comercial do Brasil e as exportações para a região poderiam sofrer."

Crise na Grécia pode levar deterioração do cenário externo, o que afetaria Brasil, diz Ricupero
Para Lozardo, da FGV, o único efeito positivo de uma lenta recuperação europeia para o Brasil é de médio e longo prazo.

"Com um cenário ainda turvo em seus países, os investidores de longo prazo europeus, ou seja, aqueles que investem na economia real, acabam procurando oportunidades em mercados emergentes como o nosso", diz ele.

Já Neves acredita que a grande esperança do Brasil de conseguir no exterior algum impulso para a recuperação de sua economia vem dos Estados Unidos, que está se recuperando em um ritmo mais acelerado que a Europa.

"A presidente Dilma Rousseff poderia aproveitar a visita ao país (no fim do mês) para começar a costurar um acordo que ajudasse a trazer mais investidores ao Brasil", diz ele.
"Como mostra a questão da crise grega, a Europa, no momento, ainda é uma interrogação."


http://www.bbc.com/portuguese/noticias/

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Acho lamentável porque é insustentável, diz Dilma sobre reajuste do Judiciário

Acho lamentável porque é insustentável, diz Dilma sobre reajuste do Judiciário
Estadão Conteúdo Mountain View, Califórnia 01/07/2015

A presidente Dilma Rousseff criticou nesta quarta-feira, 01, a decisão do Senado, em votação na noite desta terça-feira, 30, de aprovar reajuste salarial de até 78% entre 2015 e 2017 para os servidores do Poder Judiciário. "Achamos lamentável, porque é insustentável um País como o nosso, em qualquer circunstância, dar níveis de aumento tão elevados", criticou a presidente, que está em viagem oficial aos Estados Unidos. Segundo ela, tal nível de reajuste "de fato, compromete o ajuste fiscal".

A presidente, entretanto, não disse se irá vetar o aumento salarial ao Judiciário. "Não discuto veto antes da hora", afirmou a presidente.

Em seguida, porém, Dilma fez elogios ao Congresso e agradeceu que parte expressiva do ajuste fiscal já foi aprovada. "Não chamaria de desafio, porque faz parte da democracia", disse a presidente.

A presidente lembrou que ontem, ao mesmo tempo que o Senado aprovou o reajuste para o Judiciário (assunto negativo para o governo), a Câmara rejeitou a proposta de reduzir de 18 ara 16 anos a maioridade penal para alguns tipos de crimes (seguindo posição defendida pelo Planalto). "O Congresso, como democracia, é assim. Tem dia que você ganha. Tem dia que você perde", argumentou a presidente.

Diante desse cenário de pluralidade de discussões e opiniões que surgem dentro do Legislativo, Dilma disse que não há mal-estar nas relações do Planalto com o Congresso. "Acho que tem hora que vocês criam um clima que não existe", disse.

Lula
A presidente também minimizou críticas realizadas recentemente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O meu querido presidente Lula tem todo direito de fazer as críticas que ele quiser, especialmente a mim. E eu sempre encontro com ele, mas não tenho nada marcado por agora", afirmou. Lula, há pouco tempo, criticou o modo como Dilma está conduzindo a articulação do ajuste fiscal no Congresso.

Dilma não quis comentar os resultados da pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira. "Não comento pesquisa, nem quando sobe, nem quando desce", comentou a presidente.

A avaliação negativa do governo da presidente Dilma Rousseff, de 68% dos entrevistados, é a pior da série histórica do levantamento feito pelo Ibope divulgado hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O porcentual daqueles que avaliam como ruim ou péssimo o governo bateu o recorde nos 29 anos dos dados compilados pela pesquisa e ultrapassou a marca negativa do então presidente José Sarney em julho de 1989.

Por outro lado, a avaliação positiva do governo de Dilma, de 9%, só não foi pior à registrada por Sarney em sondagens realizadas em junho e em julho de 1989. Na ocasião, Sarney tinha 7% de avaliação ótima ou boa dos entrevistados.

O levantamento foi realizado entre 18 e 21 do mês passado, antes da divulgação do conteúdo da delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 141 municípios. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais e o grau de confiança é de 95%.

http://noticias.uol.com.br/

EUA e Cuba reabrirão embaixadas em Havana e Washington este mês

EUA e Cuba reabrirão embaixadas em Havana e Washington este mês
O ESTADO DE S. PAULO

01 Julho 2015 

Obama afirmou que Kerry viajará a Havana para hastear a bandeira nas próximas semanas; Segundo Cuba, reabertura ocorrerá dia 20

DeLaurentis (esquerda) entrega carta de Obama ao ministro interino das Relações Exteriores cubano


 HAVANA/WASHINGTON - Estados Unidos e Cuba restabeleceram as relações diplomáticas nesta quarta-feira, 1, com o anúncio da reabertura das embaixadas em Washington e Havana, que deve ocorrer dia 20, segundo o governo cubano. 
O presidente Barack Obama fez o anúncio formal na Casa Branca chamando a decisão de "histórica". "O progresso que fazemos hoje é mais um exemplo de que não precisamos ficar presos ao passado", afirmou o presidente americano lembrando do momento em que o governo americano anunciou o fechamento da embaixada em Havana, há 54 anos. 
Horas antes, o chefe da Seção de Interesses dos EUA em Havana, Jeffrey DeLaurentis, esteve no Ministério das Relações Exteriores de Cuba e entregou ao ministro interino Marcelino Medina uma carta de Obama ao homólogo cubano, Raúl Castro. 
Segundo o jornal cubano Granma, Obama confirmou no documento a decisão de restabelecer as relações diplomáticas e abrir as embaixadas a partir do dia 20 desse mês. A chancelaria cubana confirmou a informação sobre a data.
Durante seu discurso, Obama não citou datas, mas afirmou que nas próximas semanas o sectretário de Estado John Kerry fará uma "viagem oficial" até Havana para hastear a bandeira americana na embaixada. A Seção de Interesses americana passará à condição de embaixada e a missão de Cuba em Washington passará por uma atualização semelhante. 
Cubanos e americanos estão andando para frente, acho que é tempo de o Congresso fazer o mesmo
Após 18 meses de negociações secretas mediadas pelo papa Francisco e Canadá, os dois líderes anunciaram em dezembro do ano passado que planejavam reabrir embaixadas nas capitais um do outro e normalizar as relações.
Desde os anos 70, a relação entre os dois países é intermediada por sessões de interesse nas duas capitais, sob proteção da Suíça, sem o status de embaixadas. "Somos vizinhos, agora podemos ser amigos", afirmou Obama, citando uma frase ouvida de um professor cubano sobre as relações entre os dois países.
História. O acordo de dezembro também incluiu uma troca de prisioneiros e tentou deixar para a história 56 anos de recriminações mútuas desde que os rebeldes comandados por Fidel Castro derrubaram o governo de Fulgencio Batista, apoiado pelos EUA, em 1.º de janeiro de 1959.
Dois anos mais tarde, o então presidente americano, Dwight Eisenhower, fechou a embaixada dos EUA em Havana, em 3 de janeiro de 1961, menos de três semanas antes de o presidente eleito, John F. Kennedy, tomar posse. Em abril do mesmo ano, Kennedy iria autorizar a invasão de Cuba pelos EUA, organizada por uma força de exilados cubanos. O ataque à Baía dos Porcos falhou e reforçou a posição de Fidel no país e no exterior.
Em outubro de 1962, Washington e Moscou quase foram à guerra nuclear por causa de mísseis soviéticos estacionados em Cuba. 
Sempre desafiando seu vizinho situado a 145 quilômetros de distância, Fidel Castro, 88 anos, permaneceu no poder até 2008, quando entregou o cargo a seu irmão Raúl, 84.
Com as relações diplomáticas restauradas, os dois países ainda têm pela frente algumas questões a resolver na agenda estabelecida há seis meses. Os principais obstáculos incluem o embargo econômico americano a Cuba e a base naval de Guantánamo, em Cuba, que os EUA arrendaram em 1903. Cuba quer que esses 116 quilômetros quadrados retornem ao país como território soberano integral.
"Começamos hoje um novo capítulo", disse Obama antes de cobrar o Congresso americano, controlado pelos republicanos, pelo fim do embargo econômico a Cuba. "Cubanos e americanos estão andando para frente, acho que é tempo de o Congresso fazer o mesmo", acrescentou o presidente democrata. Apesar do pedido, que já foi feito em outras ocasiões, a liderança conservadora no Congresso vem resistindo. /AP e REUTERS

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Tsipras pede a gregos que rejeitem resgate em referendo

Tsipras pede a gregos que rejeitem resgate em referendo

quarta-feira, 1 de julho de 2015

 Primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, durante sessão parlamentar, em Atenas.    27/06/2015    REUTERS/Alkis Konstantinidis

Por Renee Maltezou e Alastair Macdonald

ATENAS/BRUXELAS (Reuters) - O primeiro-ministro Alexis Tsipras pediu aos gregos nesta quarta-feira que rejeitem o resgate internacional, destruindo qualquer perspectiva de reparar as relações com os parceiros da União Europeia antes do referendo no domingo que pode decidir o futuro da Grécia na Europa.

Menos de 24 horas após escrever a credores se dizendo disposto a aceitar sua oferta se algumas condições fossem alteradas, Tsipras repetiu em discurso na televisão sua acusação de que a Grécia está sendo "chantageada" e descartou rumores de que pode adiar ou cancelar a votação.

O discurso deu força à atmosfera frenética e algumas vezes surreal dos últimos dias. Mensagens ásperas do governo têm se alternado com ofertas de concessões para retomar as negociações.

Um dia depois de a Grécia se tornar a primeira economia avançada a dar calote no FMI, longas filas em caixas automáticos servem como um símbolo da pressão sobre Tsipras, que chegou ao poder em janeiro prometendo acabar com a austeridade e proteger os pobres.

"Um voto pelo 'não' é um passo decisivo na direção de um acordo melhor que pretendemos assinar logo depois do resultado de domingo", disse, rejeitando os repetidos alertas de parceiros europeus de que o referendo será efetivamente um voto sobre se a Grécia permanece na zona do euro ou volta a usar o dracma.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou em um tuíte: "A Europa quer ajudar a Grécia. Mas não pode ajudar ninguém contra sua própria vontade. Vamos aguardar os resultados do referendo grego".

Ministros das Finanças da zona do euro discutiram o pedido grego em teleconferência e Tsipras disse que responderia "imediatamente" a qualquer sinal positivo.

O ministro das Finanças da Eslováquia, Peter Kazimir, afirmou também no Twitter após a teleconferência que o Eurogrupo concordou em aguardar os resultados do referendo no domingo para retomar as negociações com o governo da Grécia.
Em carta aos credores, vista pela Reuters, Tsipras concordou em aceitar a maioria das exigências para impostos e cortes de aposentadorias, e pediu um empréstimo de 29 bilhões de euros para cobrir todos os pagamentos de serviço de dívida que vencem nos próximos dois anos.

Entretanto, mesmo que as negociações sejam retomadas após o referendo, a Alemanha e outros deixaram claro que qualquer conversa sobre o um novo programa teria que começar do zero, com diferentes condições.

(Reportagem adicional de Lefteris Karagiannopoulos em Atenas, Mike Dolan em Londres, Michelle Martin, Madeline Chambers e Gernot Heller em Berlim)


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Grécia não paga FMI apesar de oferta de última hora a credores. Premiê grego está disposto a aceitar oferta de credores com mudanças

Grécia não paga FMI apesar de oferta de última hora a credores

terça-feira, 30 de junho de 2015

 Manifestante segura bandeiras de Grécia e UE durante protesto em Atenas.  30/6/2015.  REUTERS/Yannis Behrakis

Por Renee Maltezou e Robert-Jan Bartunek

ATENAS (Reuters) - A Grécia pediu ajuda financeira de última hora aos seus credores internacionais nesta terça-feira, mas não foi o suficiente para evitar que o país se tornasse a primeira economia desenvolvida a dar um calote na dívida do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O governo de esquerda grego pediu aos seus parceiros europeus um pacote de ajuda de dois anos para cobrir suas necessidades financeiras.

Mais tarde nesta terça-feira, o ministro da Finanças, Yanis Varoufakis, indicou durante telefonema a autoridades europeias que Atenas poderia cancelar um polêmico referendo de 5 de julho se um acordo fosse alcançado, de acordo com fontes da zona do euro.

O esforço diplomático foi uma tentativa de trazer os credores de volta à mesa, depois que cinco meses de negociações inconclusivas levaram a Grécia perto de deixar a moeda única europeia.

As propostas foram feitas enquanto milhares de pessoas protestavam na praça central de Atenas ao longo das últimas 24 horas com duas posturas diferentes: uma para apoiar o governo e outra para pedir que a Grécia permaneça na zona do euro.

A Grécia, como era esperado, não tinha condições de pagar o empréstimo de 1,6 bilhão de euros ao FMI, no que foi o maior calote da história da entidade credora internacional.

O FMI afirmou na noite desta terça-feira que irá examinar um pedido do governo grego para estender o pagamento por dois anos.

As últimas propostas gregas foram feitas tarde demais para evitar o vencimento do atual pacote de ajuda da Grécia, com fundos congelados que o país tanto precisa para pagar salários, pensões e dívida.   Ainda assim, num sinal de que as autoridades europeias não desistiram de encontrar uma solução, os ministros das Finanças afirmaram que irão discutir na quarta-feira o último pedido de empréstimo do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, efetivamente voltando à mesa de negociações.

Fontes disseram que as autoridades devem discutir na quarta-feira o pedido de Tsipras de um novo empréstimo de dois anos para pagar as dívidas que somam quase 30 bilhões de euros. Tsipras também busca a reestruturação da dívida, um tema que os credores vêm evitando.

Não ficou claro o que a reunião de quarta-feira poderia alcançar.

A confiança entre Atenas e seus parceiros europeus está em frangalhos depois de conversas ásperas. O relacionamento piorou ainda mais depois que a Grécia anunciou no sábado que fará um referendo, em 5 de julho, sobre as propostas dos credores, que preveem reformas em troca de ajuda financeira.

A chanceler alemã, Angela Merkel, descartou novas negociações até depois do referendo de domingo. Uma autoridade grega disse que até a noite desta terça-feira não havia mudanças em relação à realização da consulta popular.

A Grécia recebeu cerca de 240 bilhões de euros em dois programas de resgate do FMI e da União Europeia desde 2010. O recurso permitiu que o país enfrentasse a crise, mas a um custo elevado para a população, que engoliu muitas medidas de austeridade, como cortes nas pensões, salários e serviços públicos.

Com o calote ao FMI, a Grécia está a caminho de deixar a zona do euro, com consequências imprevisíveis para o grande projeto de moeda única da UE e a economia global.

"O que aconteceria se a Grécia saísse do euro? Haveria uma mensagem negativa de que a adesão ao euro é reversível", disse o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, que há uma semana declarou que não tinha medo de um eventual contágio da crise grega.

(Reportagem adicional de Silvia Aloisi, em Milão; de Mark John, em Paris; de John O'Donnell, em Frankfurt; de Paul Day, em Madri; de George Georgiopoulos e Lefteris Karagiannipoulos, em Atenas; e de Padraic Halpin e Gavin Jones)

Premiê grego está disposto a aceitar oferta de credores com mudanças

quarta-feira, 1 de julho de 2015

ATENAS (Reuters) - A Grécia está disposta a aceitar a oferta de credores mas com várias modificações, incluindo a manutenção da isenção fiscal para ilhas e o adiamento de algumas reformas do sistema previdenciário por alguns meses e cortes de gastos militares, afirmou nesta quarta-feira uma autoridade do governo.

Em uma carta enviada a credores na terça-feira, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, disse que a proposta enviada pela Comissão Europeia no domingo pode ser aceita em troca de uma extensão do programa de resgate do país e novos empréstimos de resgate.

Mas pede aos credores mudanças graduais em reformas de previdência e do mercado de trabalho, bem como a adoção de corte menor aos gastos militares neste ano, entre outras mudanças.

(Reportagem de Renee Maltezou)
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