A crise dos refugiados e migrantes que chegam à Europa criou divisão entre os países europeus sobre a forma de gerir o fluxo de pessoas deslocadas, em sua maioria pessoas que fogem da guerra na Síria.
Além do grande número de refugiados que chegaram na Europa, o uso de novas rotas além do Mediterrâneo levou a União Europeia a convocar uma reunião especial para discutir a crise.
Abaixo estão algumas perguntas e respostas sobre a maior crise de refugiados enfrentada pela Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Por que este êxodo?
A situação na Síria, país de origem da maior parte dos refugiados, agravou-se pela ofensiva do grupo jihadista Estado Islâmico e pela longa duração da guerra.
A maioria dos deslocados viaja para a Europa diretamente, em vez de esperar em campos de refugiados lotados nos países vizinhos, explica Melissa Fleming, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).
A decisão da Alemanha de não enviar de volta para os países por onde eles entraram na UE os refugiados sírios tem levado muitas pessoas a fazer a viagem.
Além disso, muitos deslocados decidiram fazer a viagem antes que muitas rotas sejam fechadas pela pressão da UE para que Grécia e Itália criem centros de acolhida em seus territórios.
Até agora, ambos os países tendem a "fechar os olhos" e deixam muitos migrantes passar para os Estados vizinhos.
Quantas pessoas chegaram e de ondem procedem?
Desde janeiro, cerca de 330.000 refugiados e migrantes chegaram à Europa depois de atravessar o Mediterrâneo, uma viagem que custou a vida de quase 2.500 pessoas, de acordo com dados do Acnur e Frontex.
A Alemanha prevê receber 800.000 pedidos de asilo em 2015, ou seja, quatro vezes mais do que em 2014 e mais do que qualquer outro país da UE.
De acordo com dados da Eurostat, 185.000 pedidos de asilo foram recebidos no primeiro trimestre de 2015, metade deles feitos por cidadãos do Kosovo, Síria e Afeganistão.
Em 2014 apenas 162 mil pessoas obtiveram asilo na Europa, ao passo que foram analisados 359.000 registros.
Este ano tramitaram cerca de 652.000 pedidos de asilo, 20% dos quais foram apresentadas por cidadãos sírios.
Para onde vão?
Os três destinos mais solicitados pelos migrantes são a Alemanha, a Suécia e o Reino Unido. Mas metade dos pedidos de asilo apresentados no primeiro trimestre de 2015 foram depositados na Alemanha, o que representa 73.000 (40% do total), enquanto a Hungria recebeu 32.000 (18%), Itália 5.000 (8%), França 14.800 (8%), Suécia 11.400 (6%), Áustria 9.700 (5%) e Grã Bretanha 7.300 (4%).
De acordo com a ONU, cerca de 200.000 pessoas chegaram na Grécia este ano, enquanto a Itália recebeu cerca de 110.000 pessoas.
Na região dos Balcãs também houve um aumento do trânsito, com a abertura de uma rota aberta pelos deslocados dos conflitos no Oriente Médio, fugindo para a Turquia e, em seguida, para a Grécia.
O que faz a UE?
A UE enviou uma operação marítima após o naufrágio de um barco com migrantes em abril que deixou 700 mortos.
O bloco também identificou vários pontos na fronteira para registrar os recém-chegados e estabelecer quantas pessoas são refugiados e quantos são migrantes econômicos.
Mas a tentativa de distribuir 40.000 pessoas para aliviar a Grécia e Itália mostrou as divisões entre os parceiros europeus.
Bruxelas também tentou dissuadir os migrantes de empreender a viagem, organizando uma cúpula em La Valette com líderes africanos programada para 11 e 12 de novembro.
* AFP
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015
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