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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

George Michael morre por insuficiência cardíaca aos 53 anos, diz site

George Michael (Foto: Leon Neal / AFP)


George Michael morre por insuficiência cardíaca aos 53 anos, diz site

Michael Lippman revelou a causa da morte ao site "The Hollywood Reporter". O artista morreu em casa, na Inglaterra, no dia de Natal.

Lucinei Acosta

Do EGO, no Rio
 
O cantor George Michael morreu neste domingo de Natal, 25, aos 53 anos por insuficiência cardíaca. Michael Lippman, representante e amigo de longa data do artista, informou a causa da morte ao site "The Hollywood Reporter". Lipmann também informou que a morte ocorreu "pacificamente" enquanto ele dormia em casa, no condado de Oxfordshire, na Inglaterra.
"É com grande tristeza que confirmamos que nosso amado filho, irmão e amigo George morreu em paz e em casa durante o Natal. A família pede que sua privacidade seja respeitada neste momento difícil e emocional. Não haverá mais nenhum comentário sobre o assunto", informou o representante.

Trajetória musical

Michael, cujo nome real era Georgios Kyriacos Panayiotou, nasceu em 25 de junho de 1963 em East Finchley, norte de Londres. Filho de um restaurateur com uma bailarina, teve seu primeiro contato com a música trabalhando como DJ em pequenos clubes.
Já na adolescência, se interessou pela música e começou a tocar ska com o amigo de escola Andrew Ridgeley. Na primeira metade dos anos 1980, os dois criaram o duo pop Wham!, que daria o pontapé inicial na carreira de George Michael, com hits como "Young Guns", "Wake Me Up Before You Go-Go" e "Careless Whisper". Eles seguiram a parceria até 1986, vendendo mais de 25 milhões de discos.

Michael decidiu seguir carreira solo quando a banda Wham! ainda estava no auge do sucesso internacional. Em 1987, lançou "Faith", seu primeiro disco solo, que tinha ainda hits como "Father Figure" e "Kissing a Fool". Os videclipes do álbum exploravam a sensualidade e foram responsáveis por tornar Michael como um sex symbol dos anos 1980.

Ao longo de suas quatro décadas de carreira, chegou a vender mais de cem milhões de discos. Entre as premiações, levou três Brit Awards e duas vezes o Grammy. Recentemente ele chegou a anunciar que estava trabalhando em um novo álbum com o produtor e compositor Naughty Boy. Em março de 2017, planejava lançar um documentário batizado de "Freedom".

Vida pessoal polêmica

George Michael foi conhecido pelos excessos, com prisões por porte de drogas e por atentado ao pudor em um banheiro público de um parque de Los Angeles em 1998. O fato acabou com a especulação e o obrigou a declarar publicamente sua homossexualidade e criou a música "Jesus to a Child" em homenagem ao estilista brasileiro e seu namorado Anselmo Feleppa, que morreu de Aids. Mas, antes disso, teve namoros com mulheres como atriz Brooke Shields do filme "A Lagoa Azul".
Sempre que possível, manifestou suas críticas à então primeira ministra britânica Margareth Tatcher, ao primeiro-ministro britânico Tony Blair e ao então presidente dos Estados Unidos, George Bush. Por causa de seu posicionamento político, começou a ser boicotado pelos jornais norte-americanos de direita.

Michael voltou a estampar as capas de jornais e revistas quando em 2006 foi detido pela Polícia londrina dormido ao volante de seu BMW em estado de embriaguez, supostamente agravado por consumo de maconha.
Em 2008 anunciou sua intenção de deixar de fazer shows e se afastar da vida pública, mas somente um mês depois voltava a estar de novo no foco da mídia, ao ser detido por posse de cocaína e outras substâncias.


Em 2010, Michael recebeu uma sentença de oito semanas de prisão por um incidente no qual bateu seu Range Rover contra uma loja no norte de Londres.
Em 2011, Michael foi forçado a cancelar uma série de shows para tratar uma pneumonia. Segundo a BBC, o cantor chegou a ser submetido a uma traqueostomia para conseguir respirar e chegou a ficar inconsciente durante sua estada no hospital. Voltou a estar internado 18 meses depois por causa de uma lesão na cabeça provocada durante um estranho incidente em uma estrada britânica no qual caiu do veículo no qual circulava.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Preços da gasolina e do diesel sobem pela 3ª semana consecutiva, aponta ANP

Funcionário abastece veículo em posto de combustíveis em São Paulo, Brasil
08/11/2016 REUTERS/Paulo Whitaker

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os preços da gasolina e do diesel vendidos nos postos do Brasil subiram pela terceira semana consecutiva, após a Petrobras elevar no início do mês os preços nas refinarias, apontou nesta sexta-feira pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Entre 18 e 24 de dezembro, a gasolina na bomba subiu 0,45 por cento, para 3,759 reais/litros em média, após ter avançado 1,38 por cento na semana anterior.

Já o preço médio do diesel avançou 0,43 por cento, para 3,038 reais/litros após avanço de 1,41 por cento na semana anterior.

A Petrobras elevou, no dia 6 de dezembro, os preços do diesel nas refinarias em 9,5 por cento e da gasolina em 8,1 por cento, em média.

Desde que a nova política de preços da petroleira passou a vigorar, em outubro, a Petrobras elevou os valores uma vez e reduziu em duas oportunidades. Mas as reduções não chegaram às bombas, com os agentes do mercado melhorando margens.

Os preços dos combustíveis fósseis nas refinarias estão sujeitos a alterações mais frequentes com a nova política de preços da estatal.

(Por Marta Nogueira)

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Conselho de Segurança da ONU exige fim de assentamentos israelenses; EUA se abstém

Construção em assentamento israelense de Beitar Ilit.  22/12/2016. REUTERS/Baz Ratner

Por Michelle Nichols

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos permitiram nesta sexta-feira que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas adotasse uma resolução exigindo um fim para os assentamentos israelenses, desafiando assim a pressão do presidente eleito Donald Trump, de Israel e de parlamentares norte-americanos que fizeram um apelo para que Washington exercesse o seu poder de veto.

A abstenção dos EUA abriu o caminho para que o conselho de 15 membros aprovasse a resolução com 14 votos a favor, provocando aplausos.

A ação do governo de Barack Obama rompeu com a longa atitude norte-americana de proteger Israel, aliado antigo de Washington que recebe mais de 3 bilhões de dólares em ajuda militar anual dos EUA. Os EUA, junto com Rússia, França, Reino Unido e China, têm poder de veto no conselho.

A resolução, apresentada por Nova Zelândia, Malásia, Venezuela e Senegal, um dia depois de o Egito retirá-la por causa da pressão de Israel e Trump, foi a primeira a ser adotada pelo conselho sobre o tema dos israelenses e palestinos em quase oito anos.

Israel e Trump pediram para que o governo Obama vetasse a medida. Trump escreveu no Twitter depois da votação: “Sobre as Nações Unidas, as coisas serão diferentes depois de 20 de janeiro”. Ele fez referência ao dia em que toma posse no lugar de Obama.

Samantha Power, a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, disse: “É por essa resolução refletir os fatos no local e ser consistente com a política dos EUA em governos republicano e democrata que os EUA não a vetam”.

“É por esse fórum ser com muita frequência parcial contra Israel, por haver importantes temas que não são tratados de forma suficiente nessa resolução e pelos EUA não concordarem com cada palavra nesse texto, que os EUA não votam a favor”, acrescentou.

A abstenção foi vista como uma palavra final de Obama, que manteve uma relação difícil com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e que fez dos assentamentos um alvo importante de esforços de paz que acabaram se provando inúteis.  A resolução exige que Israel “imediatamente e completamente termine com todas as atividades de assentamento no território ocupado palestino, incluindo o leste de Jerusalém” e diz que o estabelecimento de assentamentos por Israel “não tem validade legal e constitui uma violação flagrante sob a lei internacional”.

Os palestinos querem um Estado independente na Cisjordânia, Gaza e leste de Jerusalém, áreas capturadas por Israel na guerra de 1967.

A ação das Nações Unidas foi “um grande golpe para a política israelense, uma condenação internacional unânime aos assentamentos e um apoio forte para a solução dos dois Estados”, disse um porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em comunicado publicado na Wafa, agência oficial de notícias palestina.

Israel contesta que os assentamentos sejam ilegais e diz que o status final deve ser determinado nas negociações sobre o Estado palestino.

A aprovação da resolução não muda nada na prática entre israelenses e palestinos e provavelmente será ignorada pelo governo de Trump.

No entanto, ela é mais do que algo meramente simbólico. A resolução consagra formalmente a desaprovação da comunidade internacional em relação à construção de assentamentos e pode incentivar mais medidas palestinas contra Israel em fóruns internacionais.

"Era para ser esperado que o maior aliado de Israel agisse de acordo com os valores que compartilhamos, e que eles vetassem essa resolução lamentável. Eu não tenho dúvidas de que o novo governo dos EUA e o próximo secretário-geral das Nações Unidas vão iniciar uma nova era em termos de relação das Nações Unidas com Israel”, afirmou o embaixador israelense na ONU, Danny Danon, após a votação.

Segundo uma declaração do gabinete de Benjamin Netanyahu, Israel não vai cumprir com os termos da resolução. "Israel rejeita essa vergonhosa resolução anti-Israel da ONU e não irá cumprir seus termos", disse o comunicado.

(Reportagem adicional de Maayan Lubell em Jerusalém, Susan Heavey em Washington, Matt Spetalnick em Nova York e Ali Sawafta em Ramallah)
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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Temer anuncia redução de juros do cartão de crédito e saque de contas inativas do FGTS/Governo propõe mudar CLT para prevalecer negociações coletivas em 12 pontos

 Presidente Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília

20/12/2016 REUTERS/Ueslei Marcelino

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer anunciou nesta quinta-feira que os trabalhadores poderão sacar recursos integrais de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com potencial para injetar 30 bilhões de reais na economia, e que os juros do cartão de crédito serão reduzidos em mais de 50 por cento.

Segundo Temer, que participou de café da manhã com jornalistas em Brasília, cerca de 86 por cento das contas inativas do FGTS têm saldo inferior a um salário mínimo, ou 880 reais.

Por isso, acrescentou ele, a retirada desses recursos não coloca em risco a solidez do FGTS.

A medida é mais uma tentativa do governo de estimular a economia, que está em recessão desde 2015 e ainda não deu sinais consistentes de recuperação, em meio a baixa confiança dos agentes econômicos.

Temer também anunciou a redução em mais de 50 por cento nos juros rotativos do cartão de crédito e parcelamento dos inadimplentes nesta modalidade de crédito. Hoje, os juros nos cartões de crédito ultrapassam 400 por cento ao ano.

"No primeiro trimestre haverá redução de mais da metade dos juros cobrados no cartão de crédito", afirmou o presidente, acrescentando que, em seguida, haverá parcelamento daqueles que não pagaram e este parcelamento ainda receberá juros inferiores.

Questionado por jornalistas se o governo não estaria intervindo nos bancos ao anunciar a redução dos juros dos cartões de crédito, Temer negou. Garantiu que a queda dos juros foi acertada em negociações entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e as instituições financeiras.

“Isso está sendo feito com contatos com os bancos. É uma coisa acordada. Não há nenhuma intervenção, nem administrativa nem legislativa”.

De acordo com Meirelles, que também participou do encontro, a limitação do crédito rotativo a 30 dias, assim como outras medidas que vão facilitar a operacionalidade dos cartões, permitirão que os bancos tenham capacidade de cortar os juros.
“Não é uma medida oficial, como no passado, em que se cortava para depois voltar. Isso é um início de um processo de queda sustentável”, disse o ministro.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)




Governo propõe mudar CLT para prevalecer negociações coletivas em 12 pontos

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal divulgou nesta quinta-feira proposta de minirreforma trabalhista com 12 pontos da Convenção Coletiva de Trabalho (CLT) que poderão passar a ser negociados, incluindo jornada de trabalho, respeitando os limites atuais, parcelamento do gozo de férias, banco de horas e participação nos lucros.

"Listamos 12 itens em que será possível valorizar as negociações coletivas", disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. O pacote, que será enviado ao Congresso por projeto de lei, prevê negociação para cumprimento da jornada de trabalho. Segundo Padilha, serão mantidos os limites de 44 horas semanais, 220 mensais e no máximo 12 horas diárias, sendo duas extras.

O projeto também define pontos que não podem ser negociados, incluindo o pagamento do FGTS, 13º salário, seguro-desemprego e salário-família, que são benefícios previdenciários. Também ficam de fora o pagamento da hora-extra de 50 por cento acima da hora normal, a licença-maternidade de 120 dias, aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.

A proposta também estende o prazo para trabalho temporário, de 90 para 120 dias, renovável pelo mesmo período, mantendo os direitos de trabalhadores regulares. Essa opção, no entanto, não poderá ser aplicado a trabalhadores domésticos.

Outra mudança é o aumento da chamada jornada parcial, com opção de 30 horas semanais, sem horas extras, ou 26 horas, com até seis horas extras. Segundo o governo, as mudanças aumentam a possibilidade de novas contratações, em regimes diversos.

De acordo com Padilha, a expectativa do governo é que o projeto seja aprovado pelo Congresso no prazo de 45 a 60 dias, já que foi previamente negociado com as centrais sindicais e as confederações de empresários.

SEGURO DO EMPREGO   O governo apresentou também o Programa de Seguro do Emprego, uma renovação de programa semelhante lançado pela ex-presidente Dilma Rousseff no início do ano e que vence este mês. Estendido por Medida Provisória, o programa mantém possibilidade de redução de 30 por cento da jornada, com redução equivalente do salário do trabalhador, por seis meses, renovável por períodos similares, por até dois anos.

Também se mantém a compensação dada pelo governo de 50 por cento da perda salarial, limitada a 65 por cento do valor máximo do seguro-desemprego.

O texto define ainda que a empresa que aderir ao PSE ficará proibida de dispensar arbitrariamente ou sem justa causa empregados que tiverem jornada temporariamente reduzida enquanto vigorar a adesão ao programa.

O programa foi prorrogado por dois anos e a principal diferença em relação à versão anterior é a inclusão das micro e pequenas empresas no grupo que poderá ser beneficiado.
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A DIVA Maria Di Lorena desfruta as belezas da cidade Londres








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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Moro aceita nova denúncia e Lula vira réu na Justiça pela quinta vez

Moro aceita nova denúncia e Lula vira réu na Justiça pela quinta vez

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

 Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 28/03/2016.   REUTERS/Paulo Whitaker


(Reuters) - O juiz federal Sérgio Moro aceitou nesta segunda-feira mais uma denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez em um caso que envolve um terreno que seria destinado ao Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo, tornando o petista réu pela quinta vez em diferentes ações que tramitam na Justiça.

Além de Lula, também se tornam réus na ação o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e a ex-primeira-dama Marisa Letícia, entre outros acusados de envolvimento em um esquema criminoso que consistiria no pagamento de vantagens indevidas pela Odebrecht em troca de favores de agentes políticos junto a Petrobras.   m nota, a defesa de Lula afirma que nem o ex-presidente nem a ex-primeira-dama se beneficiaram dos imóveis citados na denúncia ou receberam vantagens indevidas por conta de contratos na Petrobras. O advogado Cristiano Zanin Martins, que representa Lula, diz que a decisão de Moro de receber a denúncia confirma a intenção de agentes de Estado de perseguir Lula.

"O que se observa é a ânsia desmesurada e crescente de prover acusações a Lula em tempo recorde", disse o advogado na nota.

"Não houve qualquer investigação isenta, mas uma sequência de fatos produzidos para sustentar a abertura de inúmeros procedimentos frívolos e sem materialidade contra Lula, com o único intuito de impedir o sucesso de suas atividades políticas. A retaliação e a vingança também orientaram essa nova ação."

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)


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Embaixador russo na Turquia é morto a tiros em galeria de Ancara

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
 Embaixador russo na Turquia, Andrei Karlov, no chão após ser morto a tiros por homem armado em galeria de Ancara. 19/12/2016 Hasim Kilic/Hurriyet via REUTERS

Por Tuvan Gumrukcu e Umit Bektas

ANCARA (Reuters) - O embaixador russo na Turquia foi morto a tiros pelas costas quando fazia um discurso em uma galeria de arte de Ancara nesta segunda-feira por um policial fora de serviço que gritou “não esqueçam Aleppo” e “Allahu Akbar” ao abrir fogo.

O Ministério das Relações Exteriores russo confirmou a morte do enviado Andrei Karlov, descrevendo o fato como um “ato terrorista”. As relações entre Moscou e Ancara estão tensas há algum tempo por conta do conflito na Síria, com os dois países apoiando lados opostos na guerra.

A Rússia é aliada do presidente sírio, Bashar al-Assad, e os ataques russos ajudaram as forças sírias a terminar com a resistência rebelde na cidade de Aleppo na semana passada. A Turquia, que há muito busca a saída de Assad, vem reparando os seus laços com Moscou depois de ter derrubado um avião russo na Síria no ano passado.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que o assassinato do embaixador era uma provocação para tentar minar os laços Rússia-Turquia e desviar as tentativas de Moscou para alcançar, junto ao Irã e Turquia, uma solução para a crise na Síria.

Putin, em comentários transmitidos pela televisão durante reunião especial no Kremlin, ordenou que a segurança nas embaixadas russas ao redor do mundo fosse intensificada e disse que queria saber quem havia "dirigido" as mãos do atirador.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse, após conversa com Putin, que ambos concordaram que o assassinato era um ato de provocação por parte de pessoas interessadas em prejudicar as relações entre os países.

De acordo com o prefeito de Ancara, o homem responsável pelo ataque era um policial. Duas fontes da área de segurança afirmaram à Reuters que ele não estava a serviço na ocasião.

O agressor estava bem-vestido, com terno preto e gravata, e se posicionou sozinho atrás do embaixador quando ele fazia o discurso na exposição artística, disse à Reuters uma pessoa que presenciou o ocorrido. “Ele sacou a arma e atirou no embaixador por trás. Nós o vimos deitado no chão e então corremos”, afirmou a testemunha, que pediu para não ser identificada. As pessoas se esconderam em salas próximas enquanto os tiros continuavam.

Um vídeo mostrou o agressor gritando: “Não esqueçam Aleppo, não esqueçam a Síria!” e também “Allahu Akbar” (Deus é o maior). Ele andava e gritava balançando uma mão no ar e segurando a arma com a outra.

Um cinegrafista da Reuters no local disse que os tiros continuaram por algum tempo depois do ataque. A agência de notícias turca Anadolu disse que o atirador havia sido “neutralizado”, aparentemente morto.

"Nós consideramos isso como um ato terrorista”, disse Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo. “O terrorismo não vai vencer, e nós vamos lutar contra ele de forma decisiva.”

Não estava claro se o atirador agiu sozinho, motivado talvez pela insatisfação popular com a ação russa na Síria, ou se é filiado a algum grupo como o Estado Islâmico, que realizou uma série de ataques a bomba na Turquia no ano passado.

Em qualquer um dos casos, o ocorrido gera preocupações sobre uma força policial que atualmente passa por uma limpa depois da tentativa frustrada de golpe em julho.

O ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, tinha uma reunião prevista com os colegas russo e iraniano na Rússia na terça-feira para discutir a Síria. Autoridades afirmaram que a reunião vai ocorrer, apesar do ataque.

O Ministério do Exterior turco disse que não deixaria o ataque prejudicar as relações de Ancara com Moscou.

(Reportagem adicional de Orhan Coskun, Nevzat Devranoglu, Tulay Karadeniz, Ercan Gurses e Gulsen Solaker, em Ancara; Humeyra Pamuk e Ece Toksabay, em Istambul; Andrew Osborn e Andrey Ostroukh, em Moscou)


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domingo, 18 de dezembro de 2016

Temer diz que é preciso coragem para não ceder a soluções fáceis e não há espaço para "feitiçarias"

Temer faz discurso em São Paulo. 12/12/2016. REUTERS/Paulo Whitaker

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira que o momento atual exige coragem para não ceder a soluções fáceis em busca de popularidade e que não há espaço na economia para "feitiçarias", como imprimir dinheiro, maquiar as contas públicas ou controlar preços.

Em um evento de final de ano com oficiais-generais das Forças Armadas, Temer aproveitou seu discurso para defender novamente as reformas que o governo propõe, como o teto para os gastos da União e as mudanças na Previdência, e também respondeu os resultados da pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira.

O levantamento mostra que apenas 13 por cento da população avalia o governo de Michel Temer como ótimo ou bom, uma variação negativa de um ponto em relação ao levantamento anterior, em junho. Mas o número de pessoas que avalia o governo como ruim ou péssimo subiu de 39 por cento para 46 por cento.

"O caminho certo que estamos trilhando nem sempre é o mais popular. Nossa responsabilidade não é buscar aplausos imediatos, nossa missão não é buscar aprovação a qualquer preço, mas desatar os nós que têm comprometido o crescimento econômico", disse o presidente, acrescentando que poderia ficar comodamente instalado nas mordomias da Presidência da República e não propor mudanças difíceis.

"Mas os tempos exigem coragem para não ceder a soluções fáceis, para mudar a fisionomia de um país", acrescentou.

Temer ainda aproveitou sua fala para fazer críticas ao governo anterior, ao afirmar que é preciso por ordem nas contas públicas.

"Não há mais espaço para feitiçarias: imprimir dinheiro, maquiar contas, controlar preços. Estamos tratando de resolver nossos problemas de frente. Se não o fizermos agora o Estado quebra. Se não promovermos as reformas, que são inadiáveis, ficaremos presos no atoleiro da irresponsabilidade fiscal", disse.
MILITARES REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Em um evento que concentrou a nata das três Forças Armadas --cerimônia de cumprimento de Natal aos oficiais-generais--, Temer deixou claro que considera correta a decisão do governo de não incluir os militares na proposta de reforma da Previdência entregue ao Congresso na semana passada.

O presidente justificou sua decisão alegando que, mesmo a Constituição dizendo que todos são iguais perante a lei, há fatos que justificam a diferenciação e que o regime de trabalho dos militares seria um desses fatos.

"Com muito acerto mandamos a reforma previdenciária excluindo os militares", disse.

Para o presidente, só se mantém a democracia se há defesa adequada e só se faz defesa adequada com as Forças Armadas.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, usou também seu discurso para justificar o fato de os militares serem a única categoria federal que ficará de fora das novas normas previdenciárias.

"Não se trata de privilégio. Só se pode falar de privilégio quando os envolvidos estão em pé de igualdade. Os militares, por suas funções, os riscos, os compromissos e o regime de trabalho não podem ser comparados a outras categorias e funções", afirmou o ministro. "Militares não têm um sistema previdenciário, mas um sistema de proteção social".


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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Com placar mais apertado, Senado aprova PEC que limita gasto público por 20 anos

Vista geral do Senado brasileiro durante sessão de votação da PEC 55 em Brasília, Brasil
REUTERS/Adriano Machado

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Senado aprovou nesta terça-feira em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece teto para o crescimento das despesas públicas por 20 anos, com rejeição aos destaques que buscavam alterar o texto, em votação que contou com placar mais apertado.

O texto-base da PEC foi chancelado por 53 votos favoráveis e 16 contrários, numa sessão com menor presença de senadores e que demandava mínimo de 49 votos para aprovação. Na votação em 1º turno, foram 61 votos a favor e 14 contra.

"A base continua a mesmo, continua forte... Em nenhum momento corremos o risco de não ter 49 votos. Entregamos o que tínhamos nos comprometido", afirmou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Congresso. "A PEC dos gastos significa que governo preferiu cortar gastos em vez de aumentar impostos", acrescentou.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que haverá sessão solene do Congresso Nacional na quinta-feira para promulgação da PEC.  
Na sexta-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) avaliou que a proposta violará os direitos humanos no Brasil e prejudicará principalmente os mais pobres.

Já o governo defende que, além de segurar a elevação desenfreada das despesas, a PEC forçará o Legislativo a repensar suas escolhas orçamentárias de maneira racional, buscando alocar de maneira mais eficiente os recursos públicos.

PLACAR APERTADO

O placar da votação ganhou mais peso para o governo após o vazamento de delações da Odebrecht atingirem em cheio Temer e importantes figuras de sua equipe. Os mercados financeiros estavam de olho no resultado, com temores de que o governo pudesse perder força política, o que sinalizaria votações mais difíceis para outras medidas econômicas importantes, como a reforma da Previdência.

"O governo não conseguiu sequer repetir o resultado favorável do primeiro turno... É demonstração que base do governo está começando a ruir. Conquistamos alguns votos importantes", afirmou o senador o Humberto Costa (PT-PE), líder do partido no Senado, acrescentando que haverá recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o mérito do PEC.

Temer veio a público defender que a votação não reduziu sua base de apoio, e que a PEC é importante para tirar o país da recessão.

"O número de 61 (votos no primeiro turno) também não mudou tão acentuadamente, mudou por outras razões que não o apoio ou não ao governo", afirmou Temer durante evento no Palácio do Planalto, argumentando que menos senadores participaram da sessão mais cedo.

A votação da PEC chegou a ser colocada em xeque na semana passada após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello ter determinado o afastamento de Renan do comando da Casa, ao avaliar que não poderia estar na linha sucessória da Presidência da República na condição de réu em ação penal.

Em decisão de plenário, entretanto, o STF decidiu pela manutenção de Renan no cargo, tirando-o apenas da linha sucessória.


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A PEC é considerada a primeira iniciativa de peso do governo Michel Temer em direção ao ajuste fiscal e vem sendo defendida pela equipe econômica como essencial para o reequilíbrio das contas públicas.

A medida fixa crescimento máximo de 7,2 por cento para as despesas primárias de cada um dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em 2017. A partir de 2018, esse avanço será limitado pela inflação medida pelo IPCA em 12 meses até junho do exercício anterior.

As despesas com Educação e Saúde terão a inflação como piso mínimo de crescimento. Para que subam mais, contudo, outras despesas devem aumentar menos, de modo que o limite global obedeça ao teto.

Os senadores rejeitaram ainda nesta sessão dois destaques da liderança do PT que propunham retirar as áreas de Saúde e Educação do novo regime de limitação e instituir regras para assegurar a política de valorização real do salário mínimo.  

Planalto tenta desconstruir delação e criar agenda alternativa para desviar atenção de denúncias

Planalto tenta desconstruir delação e criar agenda alternativa para desviar atenção de denúncias

 Temer participa de reunião no Palácio do Planalto.   REUTERS/Adriano Machado

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Depois de dias de intensa pressão, o Palácio do Planalto investe em estratégias para desviar a atenção da sequência de denúncias que atingiu boa parte do primeiro escalão do governo, com o anúncio de medidas econômicas, possivelmente esta semana, e uma tentativa de desconstruir a delação premiada do ex-diretor de relações institucionais da Odebrechet Cláudio Melo Filho.

A carta assinada pelo presidente Michel Temer e enviada nesta segunda-feira ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo que a PGR acelere as investigações e as delações dos executivos da Odebrecht, foi gestada durante a manhã em uma reunião.

No encontro, além de Temer, estavam os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Justiça, Alexandre de Moraes, o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o secretário do Programa de Parcerias Investimentos, Moreira Franco.

A avaliação do grupo, hoje o mais próximo de Temer, é que o governo precisa insistir na tese de que a delação de Melo Filho mostra um retrato não verdadeiro, faz um recorte para causar o "máximo impacto possível", mas é cheio de incongruências.

"Vamos lembrar que essa época (2014) era a época do 'vice decorativo'. O PMDB não tinha poder de decisão. Onde está o capítulo do Palácio do Planalto?", disse uma fonte palaciana.

O governo alega, por exemplo, que a denúncia de que Temer teria negociado uma doação de 10 milhões de reais não tem qualquer crime, já que a doação foi legal, comprovada por um depósito na conta de campanha do PMDB em 2014.

A ideia de que a delação completa da Odebrecht pode exonerar de alguma forma o PMDB e voltar o foco para o PT, ocupantes anteriores do Planalto, está presente na estratégia, mas o governo admite que não há como pedir quebra de sigilo das delações.

"O sigilo só pode cair depois que todas as delações forem homologadas pelo Supremo Tribunal Federal", diz a fonte.
Aliados de Temer irão reforçar às críticas ao vazamento --o que foi confirmado por uma nota do PMDB, que chama o fato de "vazamento criminoso" de uma proposta de delação não homologada.

A estratégia de pedir a anulação, no entanto, não vingou. Isso porque, ao contrário do caso do ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, a delação de Melo Filho já foi assinada, mesmo que ainda não tenha sido homologada. A do executivo da OAS era ainda apenas uma proposta de delação em negociação.

O governo também tenta reforçar a base aliada, especialmente a relação com o PSDB, que alimenta boatos de que pode desembarcar do governo se a situação não melhorar. Temer já garantiu aos tucanos que a Secretaria de Governo, que era de Geddel Vieira Lima, irá para o partido, sendo o nome mais forte o do líder do partido na Câmara, Antonio Imbassahy (PSDB-BA).

MEDIDAS

No domingo, em reunião no Palácio do Jaburu, acertou que o governo iria acelerar medidas que já estavam sendo discutidas, como a possibilidade de liberar parte do FGTS para pagamento de dívidas, que possam injetar mais recursos na economia sem ser via subsídios ou desonerações.

Temer cancelou uma viagem que faria ao Pará e ao Piauí na quinta-feira para fechar, em uma reunião com a equipe econômica e seus auxiliares mais próximos, o pacote de ações. A intenção é tentar anunciá-lo já na sexta-feira.

A decisão é uma tentativa de criar fatos positivos e buscar uma reação um pouco mais rápida da economia, já que a instabilidade política, as denúncias de corrupção, somadas à estagnação econômica têm alimentado a insatisfação popular com o governo.

Apesar de auxiliares do presidente terem dito que ele sabe ser impopular e não se importar com isso, a última pesquisa Datafolha, em que 63 por cento dos entrevistados disseram ser favoráveis à renúncia do presidente, preocupou o Planalto.


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domingo, 11 de dezembro de 2016

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou hoje (10), na cerimônia em que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em Oslo, na Noruega, que a guerra em seu país “terminou”.




O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou hoje (10), na cerimônia em que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em Oslo, na Noruega, que a guerra em seu país “terminou”.

“Após seis anos de intensas e difíceis negociações, posso anunciar ao mundo com profunda humildade que o povo da Colômbia está fazendo o possível e o impossível. A guerra que causou tanto sofrimento e angústia a nossa população terminou”, disse Santos após receber o prêmio de 8 milhões de coroas suecas (R$ 2,9 milhões).

Ele doará o prêmio às vítimas do conflito, que em cinco décadas deixou 220 mil mortos e forçaram mais de 6 milhões de pessoas a fugir, segundo os dados oficiais. Sete vítimas da guerra estiveram presentes na cerimônia, entre elas a ex-candidata à presidência Ingrid Bittencourt, que foi sequestrada e ficou seis anos sob poder de guerrilheiros.

Santos recebeu o Prêmio Nobel ainda que um primeiro acordo de paz entre seu governo e as Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) tenha sido rejeitado pelo povo colombiano em um referendo realizado no início de outubro.

Um novo acordo para encerrar o conflito, assinado entre o governo colombiano e as Farc, foi ratificado no início deste mês pelo Parlamento colombiano, e Santos anunciou que o novo texto não será submetido a consulta popular.

Nenhum representante das Farc compareceu à cerimônia do Prêmio Nobel da Paz, sob a alegação de impedimentos legais. À época do anúncio de Santos como vencedor, o líder do movimento guerrilheiro, Timoléon Jiménez, cumprimentou o presidente colombiano por seus esforços de paz.

Bob Dylan

O cantor Bob Dylan foi a principal ausência na cerimônia de entrega dos Prêmios Nobel, segundo a Agência Ansa. Em mensagem, que foi lida em público, o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura agradeceu a academia sueca pelo título. "Lamento não poder estar com vocês pessoalmente, mas, por favor, saibam que estou definitivamente com vocês em espírito e honrado em receber um prêmio tão prestigioso", disse Dylan.

A mensagem foi lida por Azita Raji, embaixadora norte-americana na Suécia. Na entrega do Nobel, a cantora Patti Smith interpretou a canção de Dylan "A Hard Rain's A Gonna Fall". Dylan demorou para aceitar o prêmio de 8 milhões de coroas suecas (US$ 870 mil), o que frustou a academia, que anunciou seu nome para o Nobel de Literatura em 13 de outubro.

*Com informações das Agências Telam, France Presse e Ansa Brasil // Ampliada em 11/12/2016 às 19h36

Edição: Aécio Amado
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Desaprovação ao governo Temer sobe para 51%, diz Datafolha



Desaprovação ao governo Temer sobe para 51%, diz Datafolha

SÃO PAULO (Reuters) - A desaprovação ao governo do presidente Michel Temer subiu para 51 por cento em dezembro, ante 31 por cento em julho, acompanhada da queda na confiança na economia, mostrou pesquisa Datafolha divulgada neste domingo.

Segundo o levantamento, realizado entre 7 e 8 de dezembro, antes de surgirem detalhes de delação da Odebrecht com citações a Temer, 51 por cento dos brasileiros consideram a gestão de Temer ruim ou péssima.

Aqueles que consideram o governo do presidente como regular reduziram-se a 34 por cento. Na pesquisa anterior, durante a interinidade do peemedebista, eram 42 por cento.

O índice de ótimo/bom de Temer caiu de 14 por cento em julho para 10 por cento em dezembro. Não souberam avaliar o governo 5 por cento dos entrevistados.

Nos últimos meses, a situação econômica do país piorou na avaliação de 65 por cento da população e se manteve como estava para 25 por cento; 9 por cento disseram que houve melhora.

No futuro próximo, 41 por cento acham que a economia se deteriorará, 27 por cento, que não se alterará e 28 por cento apostam em melhora. Em julho esses números eram 30 por cento, 27 por cento e 38 por cento, respectivamente.

De acordo com o Datafolha, 63 por cento da população é favorável à renúncia do presidente Temer ainda neste ano para que haja eleição direta.

No questionário anterior, o Datafolha perguntou se o entrevistado era "a favor ou contra Michel Temer e Dilma Rousseff renunciarem para a convocação de novas eleições para a Presidência da República ainda neste ano". Das pessoas ouvidas pelo instituto à época, 62 por cento defenderam a renúncia de ambos.

O Datafolha ouviu 2.828 pessoas com 16 anos ou mais. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

(Por Tatiana Ramil)

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Temer convoca reunião de emergência para avaliar delações da Odebrecht, diz mídia

Temer convoca reunião de emergência para avaliar delações da Odebrecht, diz mídia

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Michel Temer convocou ministros e líderes da base para uma reunião de emergência na noite desde domingo para avaliar as delações do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, segundo matérias veiculadas na mídia nesta tarde.

O jornal O Estado de S.Paulo relata que no encontro, que acontecerá no Palácio do Jaburu, Temer também discutirá medidas para a retomada da economia ainda este ano.

A temperatura política voltou a subir em Brasília com o vazamento de delação do ex-executivo da Odebrecht, que citou recursos repassados a líderes peemedebistas.

    Foram citados o presidente Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o secretário do Programa de Parcerias de Investimento, Moreira Franco, o líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), o presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), e o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (RR), além de políticos de outros partidos, como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os políticos negaram qualquer irregularidade.

(Por Marta Nogueira)

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sábado, 10 de dezembro de 2016

Como o Brasil entrou, sozinho, na pior crise da história




Como o Brasil entrou, sozinho, na pior crise da história

Desde os anos 1930 não havia recuo do PIB em dois anos seguidos. As consequências vão nos acompanhar por muito tempo
GRAZIELE OLIVEIRA E MARCOS CORONATO
Queima de café em Santos nos anos 30. Com a queda no preço da commoditie o governo brasileiro tomou uma medida drástica para salvar a economia. Na crise atual, a solução não é tão fácil. (Foto: Acervo Laire José Giraud)
 Reportagem publicada na edição 926 de ÉPOCA

Era junho e uma gigantesca fogueira ardia na cidade de Santos, no litoral paulista. Mas não era festa junina. Corria o ano de 1931 e o governo mandara queimar café, a fim de destruir estoques e tentar forçar o aumento do preço do grão no mercado internacional. A cotação havia caído a um terço da registrada dois anos antes. Era um dos efeitos, no Brasil, da Grande Depressão, que nasceu nos Estados Unidos e destroçou a economia global. Estima-se que tenhamos torrado em fogueiras como a de Santos mais de 71 milhões de sacas de café, ou mais de 4 bilhões de quilos, o suficiente para garantir o consumo mundial de café por três anos. No pior triênio daquela crise, que virou referência de desastre no Brasil e no mundo, a economia nacional encolheu a um ritmo médio de 1,4% ao ano. Na crise atual, será pior. No triênio de 2014 a 2016, a economia deverá encolher a um ritmo médio de 2,4% ao ano.

Desta vez, ao menos, não temos a ilusão de haver uma solução tão fácil quanto queimar café. A economia está muito mais complexa – e os problemas também. O cenário atual não dá espaço para nenhum otimismo. A produção do país, medida pelo PIB, diminuiu em 2015 e deverá recuar novamente neste ano. “É a maior crise do período pós-industrialização. Teremos dois anos seguidos de queda do PIB e existe, sim, a possibilidade de mais um ano de queda”, diz Antonio Corrêa de Lacerda, coordenador do Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política da PUC-SP. A crise será muito mais duradoura que esse biênio catastrófico. Para que um país com o nível de pobreza e o perfil demográfico do Brasil prospere realmente, a produção precisa crescer num ritmo médio próximo de 2,5% ao ano, no mínimo, durante vários anos consecutivos. Estamos abaixo desse ritmo desde 2014 e não há previsão de quando voltaremos a ele. Certamente não antes de 2018. Os mais pessimistas acreditam que isso só será possível após 2020. “Não podemos nem dizer que se trata de um ciclo de três anos. Ele é muito mais longo do que isso”, diz Otto Nogami, professor de economia da escola de negócios Insper.

>>Para brasileiro, corrupção é um problema dos outros

Países que entram em crises severas, como a atual, dificilmente saem delas sem sofrer mudanças – todas profundas, muitas certamente ruins, talvez algumas boas (leia o quadro abaixo). Do lado positivo, Lacerda explica que, se a taxa de câmbio se mantiver entre R$ 3,80 e R$ 4, as exportações continuarão estimuladas. O encarecimento da produção na China e a disposição daquele país em desacelerar também facilitarão a produção da indústria no Brasil. O Brasil ainda tem infraestrutura precária – faltam portos e estradas. É uma deficiência, mas a crise pode forçar o surgimento de  condições que atraiam investidores. “No G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), somos o país que oferece melhores oportunidades para isso”, diz. No cenário ideal, a crise tornará evidente a necessidade de reformas como a da Previdência, a das leis trabalhistas e a das contas públicas. Um governo minimamente organizado conseguiria encaminhá-las e compartilhar com o Congresso a responsabilidade por seu avanço. Mas a possibilidade de ocorrência de boas mudanças não escondem o dano que será causado pela crise.

>>“A crise corroeu os avanços. Teremos de refazer 15 anos”, diz economista

O desemprego assusta apenas pela velocidade com que avança. O país levou dez anos para reduzi-lo de 10% para 5%, mas precisará de apenas dois anos para que ele avance e retorne ao nível anterior. Os problemas que ele provoca se espraiam pela sociedade. “Desemprego dessa magnitude tem consequências sociais graves e de longo prazo”, diz o economista José Pastore, especialista em economia do trabalho. “As famílias que ficam inadimplentes vão perder reputação, o nome limpo e a capacidade de usar crédito no futuro.” Ele adverte que, num cenário de estagnação e inflação, as famílias conseguem investir menos na formação dos jovens. A sociedade vai perdendo a capacidade de investir em capital humano, que é diferente de construir uma fábrica. Capital humano não se recupera rapidamente, com uma decisão ou um momento de guinada econômica. A preparação de um cidadão educado, crítico, produtivo e apto a aprender continuamente ao longo da vida exige investimento seguido, por vários anos. Não sabemos ainda quão profunda será essa chaga nos anos à frente.



>>O desajuste nas contas públicas prejudica os mais pobres

O mercado de trabalho travado acarretará outros problemas em prazo mais curto. “Uma economia estagnada apresenta um custo social crescente, com o aumento do desalento”, diz Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Desalento é aquela situação em que o cidadão desiste de procurar emprego. O perigo é que ele desista de se atualizar e de aprender – ou seja, torne-se menos produtivo e reduza ainda mais suas chances de voltar a encontrar emprego no futuro, mesmo que o país volte a crescer. Carmo lembra que os danos sociais não param por aí. A família média brasileira sofre muito mais, numa fase de desemprego, do que a família média de um país com renda mais elevada.

As explicações para termos chegado a esse ponto envolvem, obrigatoriamente, a crise política. Encaminhar reformas econômicas sempre foi difícil. Com Executivo e Legislativo paralisados, pela falta de horizonte quanto ao mandato da presidente da República, encaminhá-las tornou-se impossível. A crise política anda de braços dados com as investigações da Operação Lava Jato – que disseminou pânico numa população de políticos e empresários que se consideravam invulneráveis, a despeito de seus desmandos com a coisa pública. A investigação, porém, afeta o ritmo de trabalho de grandes empresas de construção e infraestrutura. É parte do preço a pagar pela mudança na cultura da impunidade.

A maior parte do problema nasceu de uma política econômica desastrosa e arrogante (porque mantida mesmo após sinais claros de que estava equivocada). O governo apostou em baixar juros à força, incentivar o consumo e beneficiar setores e companhias seletivamente, em vez de promover reformas que facilitassem os negócios no país. O barateamento forçado dos combustíveis e da energia elétrica apresenta seu custo agora, na forma de inflação elevada. Permitiu-se que as contas públicas saíssem de controle.  “Ficou clara a situação de desequilíbrio, com a estagnação do PIB ao mesmo tempo que a inflação aumenta”, diz Carmo, da FEA-USP. Contra inflação alta, a solução tradicional é aumentar os juros. Mas a maioria dos especialistas concorda que não há mais sentido em aumentá-los agora – isso inflaria ainda mais rapidamente a dívida pública, com pouco efeito na disparada de preços. Agora, resta esperar que termine o ajuste nos custos da produção no país, e que a falta de poder de consumo das empresas e famílias puxe a inflação para baixo.

E o cenário global? O resto das economias relevantes não vai mal. Nogami, do Insper, acredita que o fator externo responde por apenas 20% da recessão atual do Brasil. Ou seja: a retração econômica atual, a maior por que o Brasil já passou, parte de uma das maiores crises da história do país, foi gerada por aqui mesmo. Que deixe junto com suas sequelas, ao menos, lições duradouras.
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