Konstantinos - Uranus
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Civilizações Hidráulicas / Egito e Mesopotâmia
Civilização Hidráulica/ Egito e Mesopotâmia
InfoEscola
Por Antonio Gasparetto Junior
Civilização Hidráulica é um termo que faz referência às civilizações que viveram na Mesopotâmia e no Antigo Egito.
O conceito de modo de produção asiático está inserido na teoria marxista, nele estaria a explicação para sociedades que viviam suas organizações sociais e econômicas baseadas nos benefícios que as margens de grandes rios oferecia. Desta forma, haveria uma grande dependência desses povos em relação à condição dos rios margeados.
O Egito e a Mesopotâmia constituíram-se em duas civilizações que se desenvolveram com relações íntimas com os rios de seus respectivos territórios. Cada qual em sua região, a vida de suas comunidades foi toda planejada e dependente das variações de seus rios. No caso do Egito, o rio que marcou o nascimento e a vida do Império Antigo foi o Nilo, um dos maiores rios do mundo. Já a Mesopotâmia representa através de seu próprio nome, que significa entre rios, a importâncias desses fluxos de água para sua comunidade. Os mesopotâmios residiam e se aproveitavam dos benefícios oferecidos entre os rios Tigre e Eufrates.
As variações dos rios que caracterizavam tais sociedades determinavam o ritmo da economia e de suas produções. Para administrar as cheias sazonais, os habitantes que viviam nas margens desses rios desenvolveram várias técnicas para aprimorar os benefícios. Eram necessários trabalhos de irrigação que permitiam utilizar as terras com mais qualidade para agricultura.
De acordo com a teoria marxista, o domínio dessas técnicas e a importância das cheias dos rios para a economia das comunidades determinavam a estrutura política das mesmas. A complexidade de tal sistema resultaria em um estado de servidão que era baseado em um forte governo centralizado, responsável por administrar todo o povo e distribuir os excedentes da agricultura.
O conceito de Civilização Hidráulica foi expandido e, hoje, não está mais restrito às civilizações do Egito e da Mesopotâmia. Essa mesma noção de grande dependência dos rios e sua notória influência na vida da comunidade é utilizada também para explicar duas outras grandes sociedades que se organizaram em torno de rios: a China e a Índia. No primeiro caso, os chineses organizaram a vida social e econômica em torno dos rios Amarelo e Yang-Tsé. Já a Índia se estruturou com base nos rios Indo e Ganges.
Atualmente, a teoria marxista que explica o modo de produção asiático vem sendo questionada. Novas descobertas arqueológicas colocam em questão a organização de tais sociedades e suas relações com os rios. A maneira rígida apresentada pelos marxistas de grande dependência dos benefícios dos fluxos de água e a implicância que possuíam na organização social parece que não estava tão correta como se imaginava. É certo que tais sociedades possuíam íntima relação com os rios e deles dependiam para grande parte de sua produção, mas acredita-se que a organização política e social possuía características mais complexas e uma realidade mais dinâmica.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Civilizações_Hidráulicas
Ford comemora 50 mil unidades vendidas do Ka
12/02/2015 - Foto: Divulgação
Ford comemora 50 mil unidades vendidas do Ka
Mesmo lançado depois, versão sedã Ka+ alcançou 10 mil vendas
da Redação
Mesmo com o mercado de vendas automotivas em queda no Brasil, o Ford Ka já é um dos melhores negócios da fabricante americana nos últimos anos. Depois de apenas cinco meses de seu lançamento, o hatch compacto conseguiu emplacar mais de 50 mil unidades. Tal feito coloca o veículo na sétima posição no quadro dos mais vendidos do Brasil. Sua versão sedã, o Ka +, foi lançada posteriormente e também se sai relativamente bem, com dez mil unidades comercializadas.
Ambos os modelos são disponibilizados com motores 1.0 e 1.5 e possuem grande lista de itens de série, como ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico e rádio com Bluetooth. A linha Ka ainda apresenta em suas versões superiores tecnologias como sistema de conectividade Sync, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e assistência de emergência com App Link – que efetua uma ligação automática para o Samu em caso de acidente.
http://motordream.uol.com.br/
Ford comemora 50 mil unidades vendidas do Ka
Mesmo lançado depois, versão sedã Ka+ alcançou 10 mil vendas
da Redação
Mesmo com o mercado de vendas automotivas em queda no Brasil, o Ford Ka já é um dos melhores negócios da fabricante americana nos últimos anos. Depois de apenas cinco meses de seu lançamento, o hatch compacto conseguiu emplacar mais de 50 mil unidades. Tal feito coloca o veículo na sétima posição no quadro dos mais vendidos do Brasil. Sua versão sedã, o Ka +, foi lançada posteriormente e também se sai relativamente bem, com dez mil unidades comercializadas.
Ambos os modelos são disponibilizados com motores 1.0 e 1.5 e possuem grande lista de itens de série, como ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico e rádio com Bluetooth. A linha Ka ainda apresenta em suas versões superiores tecnologias como sistema de conectividade Sync, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e assistência de emergência com App Link – que efetua uma ligação automática para o Samu em caso de acidente.
http://motordream.uol.com.br/
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Revolução Gloriosa
Declaração de Direitos e Guilherme de Orange
Revolução Gloriosa
http://www.infoescola.com/historia/revolucao-gloriosa/
Por Emerson Santiago
Revolução Gloriosa é o nome dado pelo movimento ocorrido na Inglaterra entre 1688 e 1689 no qual o rei Jaime II foi destituído do trono britânico. Chamada por vezes de "Revolução sem sangue", pela forma deveras pacífica com que ocorreu, ela resultou na substituição do rei da dinastia Stuart, católico, pelos protestantes Guilherme (em inglês, William), Príncipe de Orange, da Holanda, em conjunto com sua mulher Maria II (respectivamente genro e filha de Jaime II).
Tal revolução toma forma com um acordo secreto entre o parlamento inglês e Guilherme de Orange, stadtholder da Holanda (título específico holandês, equivalente a "chefe de estado") numa manobra que visava entregar o trono britânico ao príncipe, devido à repulsa dos nobres britânicos ante à insistência de Jaime II em reconduzir o país no rumo da doutrina católica. Assim, as tropas abandonam o rei Jaime e em junho de 1688 Guilherme de Orange é aclamado rei com o nome de Guilherme III. É estabelecida assim um compromisso de classe entre os grandes proprietários e a burguesia inglesa. Seu efeito negativo foi sentido pela população em geral, que foi marginalizada pela nova ordem. Outro efeito, porém, foi o de mostrar que não era necessário eliminar a figura do rei para acabar com um regime absolutista, desde que este aceitasse uma completa submissão às leis ditadas pelo parlamento. Assim, a Revolução Gloriosa iniciou a prática seguida até hoje na política britânica, que é a da Monarquia Parlamentar, em substituição ao absolutismo, onde o poder do rei é delimitado pelo parlamento.
O movimento possui feições mais associadas a um golpe de estado propriamente do que uma autêntica revolução, e em linhas gerais foram poucas as batalhas e conflitos deflagrados pela deposição do rei, com exceção de regiões de maioria católica, como na Irlanda e na Escócia, local de origem da dinastia Stuart, da qual Jaime II era integrante.
A Revolução Gloriosa marcou um importante ponto para o direcionamento do poder em direção do parlamento, afastando a Inglaterra permanentemente do absolutismo. Foi aprovado no parlamento o Bill of Rights (declaração de direitos) onde proibia-se que um monarca católico voltasse a governar o país, além de eliminar a censura política, reafirmando o direito exclusivo do Parlamento em estabelecer impostos e o direito de livre apresentação de petições. A declaração ainda garantiu ao parlamento a organização e manutenção do exército, tirando qualquer possível margem de manobra política e institucional possível do monarca.
Assim, a barreira representada pelo absolutismo foi removida da vista da classe burguesa e da aristocracia rural, trazendo uma consequente prosperidade e florescimento às duas, que viveriam a seguir, com a Revolução Industrial, o seu auge dentro da sociedade inglesa.
Bibliografia:
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=187
http://www.saberweb.com.br/historia/historia_geral/revolucao_gloriosa.htm
Explosão em plataforma da Petrobras deixa 3 mortos no ES, diz sindicato
Explosão em plataforma da Petrobras deixa 3 mortos no ES, diz sindicato
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Uma explosão no navio plataforma da Petrobras FPSO Cidade de São Mateus deixou pelo menos três trabalhadores mortos, vários feridos e seis desaparecidos no litoral capixaba nesta quarta-feira, informou o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo.
A Petrobras não se manifestou imediatamente sobre o assunto.
A Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo informou em nota que dez vítimas tinham chegado a Vitória até as 17h.
Duas sofreram queimaduras graves e oito foram vítimas de trauma, sendo encaminhadas para o Vitória Apart Hospital e Hospital Metropolitano, em Serra.
Não havia informações sobre mortes no comunicado da secretaria, que relatou que duas ambulâncias do SAMU 192 e quatro motolâncias prestaram atendimento às vítimas do acidente.
Cerca de 30 funcionários foram retirados da plataforma em um barco de apoio, disse à Reuters o diretor do Sindipetro ES, Davidson Lomba, mais cedo.
Segundo nota do sindicato, a explosão foi causada por um vazamento de gás na praça de máquinas da casa de bombas da plataforma.
A FPSO operava nos campos de Camarupim e Camarupim Norte, a cerca de 80 quilômetros da capital do Estado, Vitória.
Segundo a Secretaria de Saúde do Espírito Santo, foi acionado esquema para receber feridos no aeroporto de Vitória.
"A plataforma está sem comunicação. Estamos fazendo contato por meio da plataforma Vitória (próxima ao local do acidente)", disse o diretor do Departamento de Segurança da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel.
A FPSO produziu em média 2,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia e 2 mil barris de petróleo por dia em dezembro, segundo Rangel.
A unidade, que armazena e produz petróleo e gás, é de propriedade da afretadora de plataformas norueguesa BW Offshore e tem foco maior na produção de gás.
Considerando a informação de produção relatada pelo sindicalista, a unidade produziu mais de 3 por cento da produção de gás da Petrobras em dezembro, que atingiu ao todo naquele mês 73,5 milhões de metros cúbicos/dia.
No caso da produção de petróleo, o volume produzido pela FPSO é ínfimo perto do total produzido pela Petrobras em dezembro, de mais de 2 milhões de barris/dia.
A FPSO tem capacidade de armazenagem de 700 mil barris, segundo ficha técnica publicada pela BW Offshore.
(Por Jeb Blount e Marta Nogueira)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Uma explosão no navio plataforma da Petrobras FPSO Cidade de São Mateus deixou pelo menos três trabalhadores mortos, vários feridos e seis desaparecidos no litoral capixaba nesta quarta-feira, informou o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo.
A Petrobras não se manifestou imediatamente sobre o assunto.
A Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo informou em nota que dez vítimas tinham chegado a Vitória até as 17h.
Duas sofreram queimaduras graves e oito foram vítimas de trauma, sendo encaminhadas para o Vitória Apart Hospital e Hospital Metropolitano, em Serra.
Não havia informações sobre mortes no comunicado da secretaria, que relatou que duas ambulâncias do SAMU 192 e quatro motolâncias prestaram atendimento às vítimas do acidente.
Cerca de 30 funcionários foram retirados da plataforma em um barco de apoio, disse à Reuters o diretor do Sindipetro ES, Davidson Lomba, mais cedo.
Segundo nota do sindicato, a explosão foi causada por um vazamento de gás na praça de máquinas da casa de bombas da plataforma.
A FPSO operava nos campos de Camarupim e Camarupim Norte, a cerca de 80 quilômetros da capital do Estado, Vitória.
Segundo a Secretaria de Saúde do Espírito Santo, foi acionado esquema para receber feridos no aeroporto de Vitória.
"A plataforma está sem comunicação. Estamos fazendo contato por meio da plataforma Vitória (próxima ao local do acidente)", disse o diretor do Departamento de Segurança da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel.
A FPSO produziu em média 2,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia e 2 mil barris de petróleo por dia em dezembro, segundo Rangel.
A unidade, que armazena e produz petróleo e gás, é de propriedade da afretadora de plataformas norueguesa BW Offshore e tem foco maior na produção de gás.
Considerando a informação de produção relatada pelo sindicalista, a unidade produziu mais de 3 por cento da produção de gás da Petrobras em dezembro, que atingiu ao todo naquele mês 73,5 milhões de metros cúbicos/dia.
No caso da produção de petróleo, o volume produzido pela FPSO é ínfimo perto do total produzido pela Petrobras em dezembro, de mais de 2 milhões de barris/dia.
A FPSO tem capacidade de armazenagem de 700 mil barris, segundo ficha técnica publicada pela BW Offshore.
(Por Jeb Blount e Marta Nogueira)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Dólar sobe 2% e vai a R$2,83 pela 1ª vez desde o fim de 2004
Dólar sobe 2% e vai a R$2,83 pela 1ª vez desde o fim de 2004
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Notas de 1 dólar jogadas para o alto perto de Sevilha, na Espanha. 16/11/2014 REUTERS/Marcelo Del Pozo
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta de mais de 2 por cento nesta terça-feira, na máxima em mais de dez anos, refletindo o estresse do mercado com a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro e com a desaceleração econômica da China.
Embora parte dos fatores que vêm pressionando a divisa norte-americana nos últimos dias tenham origem nos mercados externos, a deterioração dos fundamentos macroeconômicos brasileiros, dúvidas sobre o futuro da Petrobras e fatores técnicos garantiram que a pressão cambial fosse mais intensa aqui.
O dólar subiu 2,12 por cento, a 2,8364 reais na venda, maior nível desde 1º de novembro de 2004, quando fechou negociado a 2,854 reais. Na máxima da sessão, a divisa alcançou 2,8398 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares.
"As moedas emergentes têm sofrido de maneira geral, mas o cenário da economia brasileira está muito deteriorado", resumiu o operador de câmbio da corretora Correparti João Paulo de Gracia Correa.
Segundo ele, a volatilidade recente do câmbio tende a provocar saída de capitais externos. "Aquele estrangeiro que entrou aqui para ganhar juros quando o dólar estava a 2,65 reais acabou perdendo dinheiro."
Nesta sessão, as preocupações com a fraqueza da economia da China, importante parceiro comercial do Brasil e referência para investidores em mercados emergentes, foram corroboradas por dados que mostraram que a inflação ao consumidor chinês atingiu em janeiro o menor nível em cinco anos.
O número alimentou o mau humor dos investidores internacionais, já afetado pelo temor de que o impasse entre a Grécia e seus credores force o país a sair da zona do euro, o que poderia enfraquecer ainda mais a economia global.
"Parece haver algum movimento na posição grega que ainda pode formar as bases para um acordo", escreveram analistas do Brown Brothers Harriman em relatório. "Dito isso, os credores oficiais não parecem ter aliviado suas exigências em nada.
No front doméstico, as crescentes expectativas de estagnação econômica e inflação de mais de 7 por cento em 2015 somavam-se às preocupações com o futuro da Petrobras, após a nomeação de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, para comandar a estatal.
Mais cedo, a Verde Asset Management, maior hedge fund do Brasil, divulgou relatório em que defende que a deterioração dos fundamentos macroeconômicos do Brasil ainda não se refletiu completamente no preço do câmbio, projetando mais valorização do dólar.
O mau humor com os fatores internos era corroborado ainda pelas crescentes dúvidas sobre a capacidade do governo de promover um ajuste fiscal significativo neste ano, em meio à crescente oposição às medidas que vêm sendo adotadas pela equipe econômica, encabeçada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
"O problema é que as expectativas de melhora na política econômica estão perdendo força", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta. "Se o apoio político deixar de existir, pode haver um downgrade (da classificação de risco soberano) à frente", acrescentou.
BC
Analistas ressaltaram que o avanço do dólar elevou a pressão para que o Banco Central esclareça se pretende permitir a pressão sobre a moeda ou se adotará medidas para limitar a volatilidade do câmbio.
"Mesmo no nosso cenário mais pessimista, estávamos considerando o dólar a 2,72 reais agora em fevereiro", disse a economista da CM Capital Markets Jéssica Strasbourg, acrescentando que precisará recalcular suas projeções, que apontavam que a moeda norte-americana terminaria o ano a 3,11 reais.
O BC vem atuando diariamente no câmbio desde agosto de 2013 para oferecer proteção cambial. O atual molde do programa de atuações diárias está marcado para durar "pelo menos" até 31 de março, o que deve alimentar a incerteza do mercado nas próximas semanas sobre uma possível extensão da intervenção.
Nesta manhã, o BC deu continuidade às rações diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 600 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1,4 mil contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a 97,8 milhões de dólares.
O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a 10,438 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 42 por cento do lote total.
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Notas de 1 dólar jogadas para o alto perto de Sevilha, na Espanha. 16/11/2014 REUTERS/Marcelo Del Pozo
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta de mais de 2 por cento nesta terça-feira, na máxima em mais de dez anos, refletindo o estresse do mercado com a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro e com a desaceleração econômica da China.
Embora parte dos fatores que vêm pressionando a divisa norte-americana nos últimos dias tenham origem nos mercados externos, a deterioração dos fundamentos macroeconômicos brasileiros, dúvidas sobre o futuro da Petrobras e fatores técnicos garantiram que a pressão cambial fosse mais intensa aqui.
O dólar subiu 2,12 por cento, a 2,8364 reais na venda, maior nível desde 1º de novembro de 2004, quando fechou negociado a 2,854 reais. Na máxima da sessão, a divisa alcançou 2,8398 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares.
"As moedas emergentes têm sofrido de maneira geral, mas o cenário da economia brasileira está muito deteriorado", resumiu o operador de câmbio da corretora Correparti João Paulo de Gracia Correa.
Segundo ele, a volatilidade recente do câmbio tende a provocar saída de capitais externos. "Aquele estrangeiro que entrou aqui para ganhar juros quando o dólar estava a 2,65 reais acabou perdendo dinheiro."
Nesta sessão, as preocupações com a fraqueza da economia da China, importante parceiro comercial do Brasil e referência para investidores em mercados emergentes, foram corroboradas por dados que mostraram que a inflação ao consumidor chinês atingiu em janeiro o menor nível em cinco anos.
O número alimentou o mau humor dos investidores internacionais, já afetado pelo temor de que o impasse entre a Grécia e seus credores force o país a sair da zona do euro, o que poderia enfraquecer ainda mais a economia global.
"Parece haver algum movimento na posição grega que ainda pode formar as bases para um acordo", escreveram analistas do Brown Brothers Harriman em relatório. "Dito isso, os credores oficiais não parecem ter aliviado suas exigências em nada.
No front doméstico, as crescentes expectativas de estagnação econômica e inflação de mais de 7 por cento em 2015 somavam-se às preocupações com o futuro da Petrobras, após a nomeação de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, para comandar a estatal.
Mais cedo, a Verde Asset Management, maior hedge fund do Brasil, divulgou relatório em que defende que a deterioração dos fundamentos macroeconômicos do Brasil ainda não se refletiu completamente no preço do câmbio, projetando mais valorização do dólar.
O mau humor com os fatores internos era corroborado ainda pelas crescentes dúvidas sobre a capacidade do governo de promover um ajuste fiscal significativo neste ano, em meio à crescente oposição às medidas que vêm sendo adotadas pela equipe econômica, encabeçada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
"O problema é que as expectativas de melhora na política econômica estão perdendo força", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta. "Se o apoio político deixar de existir, pode haver um downgrade (da classificação de risco soberano) à frente", acrescentou.
BC
Analistas ressaltaram que o avanço do dólar elevou a pressão para que o Banco Central esclareça se pretende permitir a pressão sobre a moeda ou se adotará medidas para limitar a volatilidade do câmbio.
"Mesmo no nosso cenário mais pessimista, estávamos considerando o dólar a 2,72 reais agora em fevereiro", disse a economista da CM Capital Markets Jéssica Strasbourg, acrescentando que precisará recalcular suas projeções, que apontavam que a moeda norte-americana terminaria o ano a 3,11 reais.
O BC vem atuando diariamente no câmbio desde agosto de 2013 para oferecer proteção cambial. O atual molde do programa de atuações diárias está marcado para durar "pelo menos" até 31 de março, o que deve alimentar a incerteza do mercado nas próximas semanas sobre uma possível extensão da intervenção.
Nesta manhã, o BC deu continuidade às rações diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 600 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1,4 mil contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a 97,8 milhões de dólares.
O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a 10,438 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 42 por cento do lote total.
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Os principais inventos da Revolução Industrial
A máquina a vapor de James Watt
O motor a vapor
O motor a vapor de James Watt, alimentado principalmente com carvão, impulsionou a Revolução Industrial no Reino Unido e no resto mundo.
As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII. Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.
As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou.
As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas de carvão. Eram tão importantes quanto as máquinas que produziam tecidos.
As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser trocados durante o percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de quilômetros. Assim, a Revolução Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas substituíam a força dos cavalos, convencionou-se em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse power ou cavalo-força).
Século XVII
1698 - Thomas Newcomen, em Staffordshire, na Grã-Bretanha, instala um motor a vapor para esgotar água em uma mina de carvão.
Século XVIII
1708 - Jethro Tull (agricultor), em Berkshire, na Grã-Bretanha, inventa a primeira máquina de semear puxada a cavalo, permitindo a mecanização da agricultura.
1709 - Abraham Darby, em Coalbrookdale, Shropshire, na Grã-Bretanha, utiliza o carvão para baratear a produção do ferro.
1733 - John Kay, na Grã-Bretanha, inventa uma lançadeira volante para o tear, acelerando o processo de tecelagem.
1740 - Benjamin Huntsman, em Handsworth, na Grã-Bretanha, descobre a técnica do uso de cadinho para fabricação de aço.
1761 - Abertura do Canal de Bridgewater, na Grã-Bretanha, primeira via aquática inteiramente artificial.
1764 - James Hargreaves, na Grã-Bretanha, inventa a fiadora "spinning Jenny", uma máquina de fiar rotativa que permitia a um único artesão fiar oito fios de uma só vez.16
1765 - James Watt, na Grã-Bretanha, introduz o condensador na máquina de Newcomen, componente que aumenta consideravelmente a eficiência do motor a vapor.
1768 - Richard Arkwright, na Grã-Bretanha, inventa a "spinning-frame", uma máquina de fiar mais avançada que a "spinning jenny".
1771 - Richard Arkwright, em Cromford, Derbyshire, na Grã-Bretanha, introduz o sistema fabril em sua tecelagem ao acionar a sua máquina - agora conhecida como "water-frame" - com a força de torrente de água nas pás de uma roda.
1776 - 1779 - John Wilkinson e Abraham Darby, em Ironbridge, Shrobsihire, na Grã-Bretanha, constroem a primeira ponte em ferro fundido.
1779 - Samuel Crompton, na Grã-Bretanha, inventa a "spinning mule", combinação da "water frame" com a "spinning jenny", permitindo produzir fios mais finos e resistentes. A mule era capaz de fabricar tanto tecido quanto duzentos trabalhadores, apenas utilizando alguns deles como mão-de-obra.
1780 - Edmund Cartwright, de Leicestershire, na Grã-Bretanha, patenteia o primeiro tear a vapor.
1793 - Eli Whitney, na Geórgia, Estados Unidos, inventa o descaroçador de algodão.
1800 - Alessandro Volta, na Itália, inventa a bateria elétrica.
Século XIX
1803 - Robert Fulton desenvolveu uma embarcação a vapor na Grã-Bretanha.
1807 - A iluminacão de rua, a gás, foi instalada em Pall Mall, Londres, na Grã-Bretanha.
1808 - Richard Trevithick expôs a "London Steam Carriage", um modelo de locomotiva a vapor, em Londres, na Grã-Bretanha.
1825 - George Stephenson concluiu uma locomotiva a vapor, e inaugura a primeira ferrovia, entre Darlington e Stockton-on-Tees, na Grã-Bretanha.
1829 - George Stephenson venceu uma corrida de velocidade com a locomotiva "Rocket", na linha Liverpool - Manchester, na Grã-Bretanha.
1830 - A Bélgica e a França iniciaram as respectivas industrializações utilizando como matéria-prima o ferro e como força-motriz o motor a vapor.
1843 - Cyrus Hall McCormick patenteou a segadora mecânica, nos Estados Unidos.
1844 - Samuel Morse inaugurou a primeira linha de telégrafo, de Washington a Baltimore, nos Estados Unidos.
1856 - Henry Bessemer patenteia um novo processo de produção de aço que aumenta a sua resistência e permite a sua produção em escala verdadeiramente industrial.
1865 - O primeiro cabo telegráfico submarino é estendido através do leito do oceano Atlântico, entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.
1869 - A abertura do Canal de Suez reduziu a viagem marítima entre a Europa e a Ásia para apenas seis semanas.
1876 - Alexander Graham Bell inventou o telefone nos Estados Unidos (em 2002 o congresso norte-americano reconheceu postumamente o italiano Antonio Meucci como legítimo invetor do telefone)17
1877 - Thomas Alva Edison inventou o fonógrafo nos Estados Unidos.
1879 - A iluminação elétrica foi inaugurada em Mento Park, New Jersey, nos Estados Unidos.
1885 - Gottlieb Daimler inventou um motor a explosão.
1895 - Guglielmo Marconi inventou a radiotelegrafia na Itália.
Risco de pedido de impeachment de Dilma prosperar dobra, diz consultoria
Risco de pedido de impeachment de Dilma prosperar dobra, diz consultoria
ECONOMIA & NEGÓCIOS
09 Fevereiro 2015
Temor de analistas do mercado financeiro é de que a crise política contamine ainda mais a economia, dificultando o ajuste fiscal
Dilma, na posse do ministro a Secretaria de Assuntos Estrategicos, Mangabeira Unger: popularidade em queda (Foto: Ed Ferreira/Estadão)
Dilma, na posse do ministro de Assuntos Estrategicos, Mangabeira Unger (Foto: Ed Ferreira/Estadão)
Em relatório a clientes nesta segunda-feira, 9, a empresa de consultoria política Arko Advice calcula que a probabilidade de um pedido de impeachment prosperar dobrou desde a semana passada e agora chega a 30%
O risco era ao redor de 15% antes da pesquisa Datafolha mostrar no fim de semana que a popularidade da presidente Dilma Rousseff despencou.
O porcentual de risco atual, “embora pequeno, é significativo”, dizem os analistas da Arko Advice, lembrando no relatório que já existe nas redes sociais a convocação de uma manifestação pró-impeachment para o dia 15 de março.
Independentemente de se colocar um número para o risco de Dilma enfrentar um processo de impeachment, que hoje ainda não deveria ser o cenário base de investidores e empresários, os ruídos causados por notícias relacionadas a esse tema vão tornar o ambiente macroeconômico muito mais difícil.
Qual o empresário que, em meio à uma forte desaceleração da atividade e projeções de retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, decidirá investir e contratar mão de obra vendo crescer à frente o risco de um impeachment da presidente?
Caso o barulho político comece a contaminar os preços dos ativos brasileiros, como os investidores de longo prazo vão reagir? E o capital externo?
Para além das notícias de isolamento de Dilma nas suas relações com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o Partido dos Trabalhadores, é interessante observar que ataques e críticas veladas ao seu governo começam a vir não somente da oposição.
Não passou em branco o artigo publicado na edição de domingo da Folha de S. Paulo pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o qual teria sido indicado por Lula para vários cargos no governo Dilma, os mais recentes incluindo o comando do Ministério da Fazenda e também da Petrobrás, como a imprensa vem divulgando há tempos em notas de bastidor.
Sempre comedido na escolha das suas palavras, Meirelles começa o seu texto, cujo foco seria eventos externos, desta maneira: “Com recessão, apagão, seca e petrolão …”. Ele arremata o artigo assim: “O caminho passa por uma administração profissional de governos e estatais, uma regulação pró-competição que dê condições aos empresários de empreenderem e gerar crescimento e emprego, um bom funcionamento do sistema de preços e a maior transparência possível.”
Isso sem falar no artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, publicado na edição de 1º de fevereiro de O Estado de S. Paulo, o qual pedia: “Resta, portanto, a Justiça. Que ela leve adiante a purga; que não se ponham obstáculos insuperáveis ao juiz, aos procuradores, delegados ou à mídia. Que tenham a ousadia de chegar até aos mais altos hierarcas, desde que efetivamente culpados.”
Ou ainda no parecer do advogado Ives Gandra Martins dando sustentação jurídica a um pedido de impeachment.
O cerco à Dilma saiu da oposição, começa a migrar para políticos ligados a “aliados”, como o ex-presidente Lula, e agora passa a ter o termômetro da avaliação popular.
Aliás, não se esperava que a deterioração do índice de popularidade, assim como a disparada na avaliação ruim/péssima, da presidente fosse tão rápida mal tendo começado seu segundo mandato.
A avaliação ótimo/bom de Dilma despencou de 42% na pesquisa anterior para 23% no levantamento divulgado no fim de semana, enquanto a nota ruim/péssimo subiu de 24% para 44%.
A piora das perspectivas para a economia brasileira – com o temor de inflação em alta, de recessão e do aumento do desemprego – explica em boa parte o sentimento negativo das pessoas ouvidas pelo Datafolha.
Mas não só isso: tem também o desgaste com o crescente risco do racionamento de água e de energia elétrica e o sentimento de que, com as medidas amargas do ajuste fiscal, especialmente com o corte de benefícios trabalhistas e elevação da carga tributária, Dilma fez exatamente o contrário do que prometeu na campanha eleitoral.
Para agravar a situação, as denúncias publicadas com a investigação da Operação Lava Jato sobre o esquema de corrupção na Petrobras azedaram o humor em relação ao PT e ao governo.
É nesse contexto econômico e político que dá para entender o porquê de a Arko Advice ter dobrado a probabilidade de um pedido de impeachment da presidente Dilma prosperar.
E o cenário à frente não é promissor. Isso porque, com a divulgação do depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, haverá maior turbulência política a partir de futuras fases da Lava Jato, quando os investigadores passarem a detalhar quais políticos receberam doações ilegais para as suas campanhas eleitorais.
Barusco disse, em delação premiada ao Ministério Público Federal, que o PT recebeu até US$ 200 milhões entre 2003 e 2013 em propinas provenientes de contratos da Petrobrás.
O que preocupa a investidores e analistas no ambiente de fragilidade política de Dilma Rousseff é a sua implicação para a determinação da presidente em levar adiante uma correção nos rumos macroeconômicos.
Interlocutores desta coluna concordam que a economia, comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pode ser a tábua de salvação da presidente.
Mas o próprio Levy já não goza da mesma lua de mel com o mercado de quando começou a anunciar as medidas para obter a meta de superávit primário de 1,2% do PIB em 2015.
No auge do bom humor do mercado com Levy e com o Brasil, o dólar bateu, no dia 22 de janeiro, a cotação mínima de 2014, a R$ 2,5570. Por volta das 11 horas na manhã desta segunda-feira, a moeda americana era cotada a R$ 2,7900.
No fechamento do dia 21 de janeiro, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro 2017 – um indicador da percepção de risco e também das expectativas em relação à inflação e aos juros – fechou a 12,33%. No nível máximo registrado na sessão de negócios até às 11 horas de hoje, essa taxa bateu 12,78%.
Ou seja, o investidor já não está apostando tanto que Levy irá conseguir atingir o esforço fiscal prometido para 2015 nem que domará a inflação.
E esse é o problema que o Brasil pode ter de enfrentar no curto prazo: a política contaminando a economia, que por sua vez agravará mais o ambiente político.
(fabio.alves@estadao.com)
* Fábio Alves é jornalista do Broadcast
http://economia.estadao.com.br/
ECONOMIA & NEGÓCIOS
09 Fevereiro 2015
Temor de analistas do mercado financeiro é de que a crise política contamine ainda mais a economia, dificultando o ajuste fiscal
Dilma, na posse do ministro a Secretaria de Assuntos Estrategicos, Mangabeira Unger: popularidade em queda (Foto: Ed Ferreira/Estadão)
Dilma, na posse do ministro de Assuntos Estrategicos, Mangabeira Unger (Foto: Ed Ferreira/Estadão)
Em relatório a clientes nesta segunda-feira, 9, a empresa de consultoria política Arko Advice calcula que a probabilidade de um pedido de impeachment prosperar dobrou desde a semana passada e agora chega a 30%
O risco era ao redor de 15% antes da pesquisa Datafolha mostrar no fim de semana que a popularidade da presidente Dilma Rousseff despencou.
O porcentual de risco atual, “embora pequeno, é significativo”, dizem os analistas da Arko Advice, lembrando no relatório que já existe nas redes sociais a convocação de uma manifestação pró-impeachment para o dia 15 de março.
Independentemente de se colocar um número para o risco de Dilma enfrentar um processo de impeachment, que hoje ainda não deveria ser o cenário base de investidores e empresários, os ruídos causados por notícias relacionadas a esse tema vão tornar o ambiente macroeconômico muito mais difícil.
Qual o empresário que, em meio à uma forte desaceleração da atividade e projeções de retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, decidirá investir e contratar mão de obra vendo crescer à frente o risco de um impeachment da presidente?
Caso o barulho político comece a contaminar os preços dos ativos brasileiros, como os investidores de longo prazo vão reagir? E o capital externo?
Para além das notícias de isolamento de Dilma nas suas relações com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o Partido dos Trabalhadores, é interessante observar que ataques e críticas veladas ao seu governo começam a vir não somente da oposição.
Não passou em branco o artigo publicado na edição de domingo da Folha de S. Paulo pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o qual teria sido indicado por Lula para vários cargos no governo Dilma, os mais recentes incluindo o comando do Ministério da Fazenda e também da Petrobrás, como a imprensa vem divulgando há tempos em notas de bastidor.
Sempre comedido na escolha das suas palavras, Meirelles começa o seu texto, cujo foco seria eventos externos, desta maneira: “Com recessão, apagão, seca e petrolão …”. Ele arremata o artigo assim: “O caminho passa por uma administração profissional de governos e estatais, uma regulação pró-competição que dê condições aos empresários de empreenderem e gerar crescimento e emprego, um bom funcionamento do sistema de preços e a maior transparência possível.”
Isso sem falar no artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, publicado na edição de 1º de fevereiro de O Estado de S. Paulo, o qual pedia: “Resta, portanto, a Justiça. Que ela leve adiante a purga; que não se ponham obstáculos insuperáveis ao juiz, aos procuradores, delegados ou à mídia. Que tenham a ousadia de chegar até aos mais altos hierarcas, desde que efetivamente culpados.”
Ou ainda no parecer do advogado Ives Gandra Martins dando sustentação jurídica a um pedido de impeachment.
O cerco à Dilma saiu da oposição, começa a migrar para políticos ligados a “aliados”, como o ex-presidente Lula, e agora passa a ter o termômetro da avaliação popular.
Aliás, não se esperava que a deterioração do índice de popularidade, assim como a disparada na avaliação ruim/péssima, da presidente fosse tão rápida mal tendo começado seu segundo mandato.
A avaliação ótimo/bom de Dilma despencou de 42% na pesquisa anterior para 23% no levantamento divulgado no fim de semana, enquanto a nota ruim/péssimo subiu de 24% para 44%.
A piora das perspectivas para a economia brasileira – com o temor de inflação em alta, de recessão e do aumento do desemprego – explica em boa parte o sentimento negativo das pessoas ouvidas pelo Datafolha.
Mas não só isso: tem também o desgaste com o crescente risco do racionamento de água e de energia elétrica e o sentimento de que, com as medidas amargas do ajuste fiscal, especialmente com o corte de benefícios trabalhistas e elevação da carga tributária, Dilma fez exatamente o contrário do que prometeu na campanha eleitoral.
Para agravar a situação, as denúncias publicadas com a investigação da Operação Lava Jato sobre o esquema de corrupção na Petrobras azedaram o humor em relação ao PT e ao governo.
É nesse contexto econômico e político que dá para entender o porquê de a Arko Advice ter dobrado a probabilidade de um pedido de impeachment da presidente Dilma prosperar.
E o cenário à frente não é promissor. Isso porque, com a divulgação do depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, haverá maior turbulência política a partir de futuras fases da Lava Jato, quando os investigadores passarem a detalhar quais políticos receberam doações ilegais para as suas campanhas eleitorais.
Barusco disse, em delação premiada ao Ministério Público Federal, que o PT recebeu até US$ 200 milhões entre 2003 e 2013 em propinas provenientes de contratos da Petrobrás.
O que preocupa a investidores e analistas no ambiente de fragilidade política de Dilma Rousseff é a sua implicação para a determinação da presidente em levar adiante uma correção nos rumos macroeconômicos.
Interlocutores desta coluna concordam que a economia, comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pode ser a tábua de salvação da presidente.
Mas o próprio Levy já não goza da mesma lua de mel com o mercado de quando começou a anunciar as medidas para obter a meta de superávit primário de 1,2% do PIB em 2015.
No auge do bom humor do mercado com Levy e com o Brasil, o dólar bateu, no dia 22 de janeiro, a cotação mínima de 2014, a R$ 2,5570. Por volta das 11 horas na manhã desta segunda-feira, a moeda americana era cotada a R$ 2,7900.
No fechamento do dia 21 de janeiro, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro 2017 – um indicador da percepção de risco e também das expectativas em relação à inflação e aos juros – fechou a 12,33%. No nível máximo registrado na sessão de negócios até às 11 horas de hoje, essa taxa bateu 12,78%.
Ou seja, o investidor já não está apostando tanto que Levy irá conseguir atingir o esforço fiscal prometido para 2015 nem que domará a inflação.
E esse é o problema que o Brasil pode ter de enfrentar no curto prazo: a política contaminando a economia, que por sua vez agravará mais o ambiente político.
(fabio.alves@estadao.com)
* Fábio Alves é jornalista do Broadcast
http://economia.estadao.com.br/
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Tesoureiro do PT depõe na PF; delator fala em propina de até US$200 mi ao partido
Tesoureiro do PT depõe na PF; delator fala em propina de até US$200 mi ao partido
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Vista da sede da Petrobras no Rio de Janeiro. 04/02/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Por Gustavo Bonato
SÃO PAULO (Reuters) - O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi levado nesta quinta-feira pela Polícia Federal para prestar depoimento como parte de nova fase da Operação Lava Jato, diante de informações de que o petista teria arrecadado até 200 milhões de dólares em propina para o partido durante uma década.
Vaccari figura entre suspeitos de operar esquemas de corrupção nomeados pela PF na mais recente rodada da Lava Jato, que em sua nona fase teve desdobramentos na BR Distribuidora, controlada da Petrobras.
"Nós queremos saber informações a respeito de doações que ele solicitou, legais ou ilegais, envolvendo pessoas que mantinham contratos com a Petrobras", disse a repórteres o procurador-regional da República Carlos Fernando Lima, sobre o tesoureiro do partido.
Segundo depoimento do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro José Barusco Filho à PF, mediante delação premiada, o tesoureiro petista teria arrecadado o valor "aproximado de 150 a 200 milhões de dólares" em propinas para o partido sobre cerca de 90 contratos da estatal entre 2003 e 2013.
Em nota, o advogado de Vaccari diz que o PT "não tem caixa dois, nem conta no exterior, que não recebe doações em dinheiro e somente recebe contribuições legais ao partido, em absoluta conformidade com a lei", e que seu cliente "permanece à disposição das autoridades, para prestar todos e quaisquer esclarecimentos".
No mesmo tom, a assessoria de imprensa do PT disse que o partido recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral.
A PF deu início na manhã desta quinta à nova etapa da Lava Jato, deflagrada após depoimentos de Barusco. A operação investiga lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, principalmente em contratos de obras da Petrobras.
Cerca de 200 policiais federais, com apoio da Receita Federal, cumpriram 62 mandados judiciais, incluindo prisões e busca e apreensão, em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. O operação fez buscas em 26 empresas, a maior parte delas de fachada, segundo a PF "Tão poderoso quanto (o doleiro Alberto) Youssef seriam poucos (operadores), mas efetivamente são pessoas com muitas relações com agentes públicos, principalmente dentro da Petrobras", disse o procurador Lima.
Os operadores atuavam na intermediação entre pagamento de recursos desviados de empreiteiras e agentes públicos, explicou a PF.
Policiais fizeram buscas e apreenderam grande quantidade de dinheiro em endereços de uma empresa em Itajaí (SC).
"É uma empresa de construção de tanques de combustível e também de caminhões tanque. Ela tem contratos com a BR Distribuidora. É uma segunda vertente de investigação", afirmou o delegado da PF Igor Romário de Paula.
Segundo o Ministério Público, os desvios envolvendo a BR Distribuidora ocorreram até 2014.
O procurador Lima disse que ainda não há clareza sobre a data de início dos acontecimentos. "A importância desse fato é que desta vez estamos trabalhando fora das diretorias de Serviços, Abastecimento ou Internacional (da Petrobras). Estamos trabalhando com a BR Distribuidora. Também estamos trabalhando com fatos que aconteceram até o ano passado", disse ele.
Fases anteriores da Lava Jato já resultaram nas prisões dos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, e de altos executivos de importantes empreiteiras do país.
A Petrobras, que está no centro de um escândalo bilionário de corrupção, comunicou na quarta-feira a renúncia da presidente Maria das Graças Foster e de cinco diretores. A decisão surpreendeu integrantes do governo, uma vez que a saída da diretoria estava prevista apenas para o fim do mês.
Em comunicado, a empresa informou que novos executivos serão eleitos na sexta-feira em reunião do Conselho de Administração. Continuação...
(Reportagem adicional de Caroline Stauffer, Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Jeferson Ribeiro em Brasília)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Vista da sede da Petrobras no Rio de Janeiro. 04/02/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Por Gustavo Bonato
SÃO PAULO (Reuters) - O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi levado nesta quinta-feira pela Polícia Federal para prestar depoimento como parte de nova fase da Operação Lava Jato, diante de informações de que o petista teria arrecadado até 200 milhões de dólares em propina para o partido durante uma década.
Vaccari figura entre suspeitos de operar esquemas de corrupção nomeados pela PF na mais recente rodada da Lava Jato, que em sua nona fase teve desdobramentos na BR Distribuidora, controlada da Petrobras.
"Nós queremos saber informações a respeito de doações que ele solicitou, legais ou ilegais, envolvendo pessoas que mantinham contratos com a Petrobras", disse a repórteres o procurador-regional da República Carlos Fernando Lima, sobre o tesoureiro do partido.
Segundo depoimento do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro José Barusco Filho à PF, mediante delação premiada, o tesoureiro petista teria arrecadado o valor "aproximado de 150 a 200 milhões de dólares" em propinas para o partido sobre cerca de 90 contratos da estatal entre 2003 e 2013.
Em nota, o advogado de Vaccari diz que o PT "não tem caixa dois, nem conta no exterior, que não recebe doações em dinheiro e somente recebe contribuições legais ao partido, em absoluta conformidade com a lei", e que seu cliente "permanece à disposição das autoridades, para prestar todos e quaisquer esclarecimentos".
No mesmo tom, a assessoria de imprensa do PT disse que o partido recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral.
A PF deu início na manhã desta quinta à nova etapa da Lava Jato, deflagrada após depoimentos de Barusco. A operação investiga lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, principalmente em contratos de obras da Petrobras.
Cerca de 200 policiais federais, com apoio da Receita Federal, cumpriram 62 mandados judiciais, incluindo prisões e busca e apreensão, em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. O operação fez buscas em 26 empresas, a maior parte delas de fachada, segundo a PF "Tão poderoso quanto (o doleiro Alberto) Youssef seriam poucos (operadores), mas efetivamente são pessoas com muitas relações com agentes públicos, principalmente dentro da Petrobras", disse o procurador Lima.
Os operadores atuavam na intermediação entre pagamento de recursos desviados de empreiteiras e agentes públicos, explicou a PF.
Policiais fizeram buscas e apreenderam grande quantidade de dinheiro em endereços de uma empresa em Itajaí (SC).
"É uma empresa de construção de tanques de combustível e também de caminhões tanque. Ela tem contratos com a BR Distribuidora. É uma segunda vertente de investigação", afirmou o delegado da PF Igor Romário de Paula.
Segundo o Ministério Público, os desvios envolvendo a BR Distribuidora ocorreram até 2014.
O procurador Lima disse que ainda não há clareza sobre a data de início dos acontecimentos. "A importância desse fato é que desta vez estamos trabalhando fora das diretorias de Serviços, Abastecimento ou Internacional (da Petrobras). Estamos trabalhando com a BR Distribuidora. Também estamos trabalhando com fatos que aconteceram até o ano passado", disse ele.
Fases anteriores da Lava Jato já resultaram nas prisões dos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, e de altos executivos de importantes empreiteiras do país.
A Petrobras, que está no centro de um escândalo bilionário de corrupção, comunicou na quarta-feira a renúncia da presidente Maria das Graças Foster e de cinco diretores. A decisão surpreendeu integrantes do governo, uma vez que a saída da diretoria estava prevista apenas para o fim do mês.
Em comunicado, a empresa informou que novos executivos serão eleitos na sexta-feira em reunião do Conselho de Administração. Continuação...
(Reportagem adicional de Caroline Stauffer, Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Jeferson Ribeiro em Brasília)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Estado Islâmico vende, crucifica e enterra crianças vivas no Iraque, diz ONU
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Várias pessoas da minoria yazidi, fugidas da violência na cidade iraquiana de Sinjar, fazem fila para receber alimentos num acampamento nos arredores da província de Dohuk, em setembro. 13/09/2014 REUTERS/Ari Jalal
Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Militantes do Estado Islâmico estão vendendo crianças iraquianas sequestradas em mercados como escravos sexuais e matando outras, inclusive crucificando e enterrando vivas, denunciou uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.
Meninos iraquianos menores de 18 anos estão sendo cada vez mais usados pelo grupo radical como homens-bomba, fabricantes de bomba, informantes ou escudos humanos para proteger instalações contra ataques aéreos conduzidos pelos Estados Unidos, afirmou o Comitê das Nações Unidas para os Direitos da Criança.
"Realmente estamos profundamente preocupados com a tortura e o assassinato destas crianças, especialmente daquelas que pertencem a minorias, mas não só das minorias", disse Renate Winter, especialista do comitê, em boletim à imprensa. "A abrangência do problema é enorme."
Crianças da seita yazidi ou de comunidades cristãs, mas também xiitas e sunitas, têm sido vítimas, disse ela.
"Temos tido relatos de crianças, especialmente crianças com problemas mentais, que foram usadas como homens-bomba, muito provavelmente sem sequer entender a situação", declarou Winter à Reuters. "Foi publicado um vídeo (na Internet) que mostrava crianças de muito pouca idade, aproximadamente 8 anos ou mais novas, já sendo treinadas para serem soldados."
O Estado Islâmico é uma dissidência da Al Qaeda que declarou um califado islâmico em partes da Síria e do Iraque em meados do ano passado e já matou e expulsou de casa milhares de pessoas. Na terça-feira, o grupo divulgou um vídeo que mostra um piloto jordaniano capturado sendo queimado vivo.
O organismo da ONU denunciou "a matança sistemática de crianças pertencentes a minorias religiosas e étnicas cometida pelo assim chamado Estado Islâmico, incluindo vários casos de execuções coletivas de meninos, assim como relatos de crianças decapitadas, crucificadas e enterradas vivas".
Um grande número de crianças foi morto ou ficou seriamente ferido durante ataques aéreos ou bombardeios das forças de seguranças iraquianas, e outras morreram de "desidratação, inanição e calor", afirma a entidade. O Estado Islâmico cometeu "violência sexual sistemática", inclusive "o sequestro e a escravização sexual de crianças".
"Crianças de minorias têm sido capturadas em vários lugares... vendidas no mercado com etiquetas, etiquetas de preço nelas, foram vendidas como escravas", disse Winter.
Os 18 especialistas independentes que elaboraram o relatório pediram às autoridades iraquianas que adotem todas as medidas necessárias para "resgatar as crianças" sob controle do grupo militante e processar os perpetradores dos crimes.
(Reportagem adicional de Marina Depetris)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Nadia Comăneci a grande estrela das olímpiadas de Montreal 1976
Nadia Comăneci
Nadia Elena Comăneci é uma ex-ginasta romena, que disputou a modalidade artística e é ainda hoje tida como um ídolo mundial esportivo. Wikipédia
Nascimento: 12 de novembro de 1961 (53 anos), Oneşti, Romênia
Altura: 1,62 m
Há mais de 30 anos, alcançar a perfeição na ginástica era algo tão impensável que o placar do ginásio em Montreal, no Canadá, simplesmente não tinha espaço para quatro algarismos (10,00) e a jovem atleta posou para fotos ao lado do painel que exibia a nota 10.0
O show da romena em terras canadenses ainda contaria com outras seis 'notas 10' nos dias seguintes de competições. No total, foram três medalhas de ouro (barras assimétricas, trave de equilíbrio e por equipes), além de uma prata e um bronze.
A inovação dos movimentos de Nadia é até hoje lembrada na ginástica. Um de seus movimentos recebeu o nome de “Comaneci salto“, e é tido como um dos mais complexos da modalidade pela FIG (Federação Internacional de Ginástica). A ideia do movimento surgiu depois um erro durante práticas da ginasta ao lado do técnico Bela Karolyi.
“Um elemento que nunca foi feito antes é criado sem querer'', explicou a ginasta ao jornal The Guardian. “Tentei fazer algo que já está no plano de pontuação, como um salto da barra baixa para a barra alta. Então cometi um errinho e acabei acertando o pé na barra inferior. Neste momento, Bela disse 'acho que você devia voltar pra mesma barra. Vamos ver se pode ser feito'''.
Segura de seu lugar na história e do que realizou naqueles Jogos em Montreal, Nadia brinca: “Eu não sei o que pode ser feito na lua, mas nas barras assimétricas e na trave de equilíbrio, eu sei tudo o que se pode fazer''.
Dilma aceita pedido de demissão de CEO da Petrobras, diz fonte do governo
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Presidente-executiva da Petrobras, Graça Foster, chega a aeroporto de Brasília após encontro com a presidente Dilma Rousseff 3/02/ 2015. REUTERS/Ueslei Marcelino
Por Luciana Otoni
BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff aceitou o pedido de demissão da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e procura definir um nome para ocupar o cargo ainda em fevereiro, disse nesta terça-feira uma fonte do governo.
A Petrobras está no epicentro da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um escândalo bilionário de corrupção que envolve ex-empregados, executivos de empreiteiras e políticos.
"Graça Foster vinha já há um tempo manifestando o desejo de deixar a empresa. Dessa vez, a presidente aceitou", afirmou a fonte à Reuters sob condição de anonimato.
O governo busca um executivo para comandar a estatal que preferencialmente seja ligado ao setor, afirmou a fonte, acrescentando que Dilma também quer realizar mudanças em algumas diretorias da estatal. O objetivo é ter uma nova diretoria composta por nomes do mercado e também da empresa, disse a fonte.
A mudança na diretoria da Petrobras é aguardada há meses, mas Dilma vinha, até então, defendendo a manutenção de Graça, de quem é amiga pessoal. Dilma e a executiva da Petrobras estiveram reunidas nesta terça-feira no Palácio do Planalto, em Brasília, por quase duas horas, acertando as condições da mudança no comando da companhia.
"O governo quer uma transição segura", disse a fonte, acrescentando que Dilma pretende definir o substituto ainda em fevereiro.
No entanto, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, negou no início da noite que a troca de comando da Petrobras tenha sido decidida na reunião desta terça-feira.
"O que eu posso dizer é que essa questão não foi decidida na reunião entre ela (Dilma) e Graça", afirmou o ministro a jornalistas, após ser questionado sobre a demissão da CEO da Petrobras.
Presidente-executiva da Petrobras, Graça Foster, chega a aeroporto de Brasília após encontro com a presidente Dilma Rousseff 3/02/ 2015. REUTERS/Ueslei Marcelino
1 de 1Versão na íntegra
Após o encontro, Graça se limitou a dizer a jornalistas que a reunião tinha sido "muito boa", e não comentou os rumores de sua demissão.
A eventual saída de Graça do comando da petroleira repercutiu no mercado.
As ações preferenciais da companhia fecharam em alta de 15,47 por cento, para 10 reais, na máxima da sessão. O Ibovespa, que reúne os principais papéis do mercado acionário do país, teve alta de 2,76 por cento.
A Petrobras divulgou na semana passada o balanço não auditado do terceiro trimestre de 2014 citando avaliações internas de que 88 bilhões de reais em ativos estariam supervalorizados devido a corrupção e falhas administrativas.
Mas o balanço não incluiu nenhuma baixa contábil relacionada às denúncias de corrupção, e a petroleira alegou dificuldade para separar as baixas resultantes de corrupção daquelas decorrentes de outros fatores.
De acordo com a fonte do governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi escalado por Dilma para sondar nomes para a presidência da Petrobras e para ocupar o Conselho de Administração da empresa.
A Petrobras não respondeu aos pedidos da Reuters para comentar o assunto.
(Reportagem adicional de Jeferson Ribeiro e Ueslei Marcelino, em Brasília; e de Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)
Presidente-executiva da Petrobras, Graça Foster, chega a aeroporto de Brasília após encontro com a presidente Dilma Rousseff 3/02/ 2015. REUTERS/Ueslei Marcelino
Por Luciana Otoni
BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff aceitou o pedido de demissão da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e procura definir um nome para ocupar o cargo ainda em fevereiro, disse nesta terça-feira uma fonte do governo.
A Petrobras está no epicentro da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um escândalo bilionário de corrupção que envolve ex-empregados, executivos de empreiteiras e políticos.
"Graça Foster vinha já há um tempo manifestando o desejo de deixar a empresa. Dessa vez, a presidente aceitou", afirmou a fonte à Reuters sob condição de anonimato.
O governo busca um executivo para comandar a estatal que preferencialmente seja ligado ao setor, afirmou a fonte, acrescentando que Dilma também quer realizar mudanças em algumas diretorias da estatal. O objetivo é ter uma nova diretoria composta por nomes do mercado e também da empresa, disse a fonte.
A mudança na diretoria da Petrobras é aguardada há meses, mas Dilma vinha, até então, defendendo a manutenção de Graça, de quem é amiga pessoal. Dilma e a executiva da Petrobras estiveram reunidas nesta terça-feira no Palácio do Planalto, em Brasília, por quase duas horas, acertando as condições da mudança no comando da companhia.
"O governo quer uma transição segura", disse a fonte, acrescentando que Dilma pretende definir o substituto ainda em fevereiro.
No entanto, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, negou no início da noite que a troca de comando da Petrobras tenha sido decidida na reunião desta terça-feira.
"O que eu posso dizer é que essa questão não foi decidida na reunião entre ela (Dilma) e Graça", afirmou o ministro a jornalistas, após ser questionado sobre a demissão da CEO da Petrobras.
Presidente-executiva da Petrobras, Graça Foster, chega a aeroporto de Brasília após encontro com a presidente Dilma Rousseff 3/02/ 2015. REUTERS/Ueslei Marcelino
1 de 1Versão na íntegra
Após o encontro, Graça se limitou a dizer a jornalistas que a reunião tinha sido "muito boa", e não comentou os rumores de sua demissão.
A eventual saída de Graça do comando da petroleira repercutiu no mercado.
As ações preferenciais da companhia fecharam em alta de 15,47 por cento, para 10 reais, na máxima da sessão. O Ibovespa, que reúne os principais papéis do mercado acionário do país, teve alta de 2,76 por cento.
A Petrobras divulgou na semana passada o balanço não auditado do terceiro trimestre de 2014 citando avaliações internas de que 88 bilhões de reais em ativos estariam supervalorizados devido a corrupção e falhas administrativas.
Mas o balanço não incluiu nenhuma baixa contábil relacionada às denúncias de corrupção, e a petroleira alegou dificuldade para separar as baixas resultantes de corrupção daquelas decorrentes de outros fatores.
De acordo com a fonte do governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi escalado por Dilma para sondar nomes para a presidência da Petrobras e para ocupar o Conselho de Administração da empresa.
A Petrobras não respondeu aos pedidos da Reuters para comentar o assunto.
(Reportagem adicional de Jeferson Ribeiro e Ueslei Marcelino, em Brasília; e de Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Andrei Sakharov
CALENDÁRIO HISTÓRICO
1980: Banido o dissidente soviético Andrei Sakharov
Em 22 de janeiro de 1980, o cientista e dissidente político soviético Andrei Sakharov é banido para Gorki, na União Soviética. Seus contatos com o Ocidente o haviam tornado um incômodo para o governo soviético.
"Naturalmente estou muito emocionado. Este passo tornou-se possível graças à grandiosa proteção internacional. Todos esses anos, fui defendido pelos colegas cientistas, por políticos e amigos, meus filhos e minha mulher." Essas foram as primeiras palavras de Andrei Sakharov ao desembarcar na estação ferroviária de Moscou em 1986.
Mais de cem jornalistas esperavam o famoso dissidente soviético no seu retorno após quase sete anos de desterro em Gorki (hoje Nizhni Novgorod). A libertação do físico nuclear ocorrera por ordem do então chefe do Partido Socialista Unificado (PSU), Mikhail Gorbatchov, que lhe havia comunicado a decisão por telefone.
Gorbatchov queria demonstrar ao mundo que seguia uma política diferente da de seus antecessores, que haviam mandado Sakharov para o isolamento em Gorki, a 22 de janeiro de 1980.
Tiro saiu pela culatra
Gorki, situada a 400 quilômetros de Moscou, era uma cidade proibida para estrangeiros. Ao prender Sakharov, o promotor público lhe disse que seria desterrado para que não tivesse mais contato com correspondentes estrangeiros e seu nome sumisse da imprensa internacional. Devido à sua fama, os líderes comunistas não ousavam simplesmente confiná-lo – como faziam com outros dissidentes.
O plano da KGB (serviço secreto soviético), que organizou e vigiou o desterro para calar o cientista, não deu certo. Políticos ocidentais e intelectuais de todo o mundo exigiam a libertação de Sakharov. Um deles, o dissidente Lev Kopelev, lembra que, ao receber o telefonema de Gorbatchov, Sakharov imediatamente pediu a libertação de outros presos políticos.
A partir de 1988, Sakharov integrou a direção da Academia das Ciências e, em 1989, assumiu o mandato parlamentar na ala dos "reformistas radicais" do Congresso dos Deputados do Povo. Em 14 de dezembro do mesmo ano, faleceu, aos 68 anos de idade, vítima de uma parada cardíaca.
Luta longa por justiça e democracia
Sakharov foi símbolo da coragem civil e da consciência russa. Destemido, lutou pela justiça e pela democracia com cartas abertas, greves de fome e entrevistas à imprensa. Protestou contra o tratamento forçado de presos políticos em clínicas psiquiátricas e ergueu a voz contra a invasão das tropas soviéticas no Afeganistão.
Em 1968, pouco antes de as tropas do Pacto de Varsóvia reprimirem a chamada Primavera de Praga, Sakharov publicou suas Reflexões sobre Progresso, Coexistência Pacífica e Liberdade de Pensamento. Pouco depois, perdeu o emprego de físico.
Por haver atuado no programa nuclear secreto, as autoridades soviéticas o impediram de viajar ao Ocidente. Embora nunca tivesse se filiado ao PSU, a direção do partido o distinguiu com altas condecorações e lhe concedeu inúmeros privilégios nos anos 50 e 60.
Sakharov, no entanto, nunca foi subornável. Lutou contra a tecnologia militar atômica e se engajou na defesa do meio ambiente. Em 1970, criou em Moscou o Comitê "Inoficial" dos Direitos Humanos, baseado nos princípios das Nações Unidas.
Em 1975, Sakharov recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
http://www.dw.de/
1980: Banido o dissidente soviético Andrei Sakharov
Em 22 de janeiro de 1980, o cientista e dissidente político soviético Andrei Sakharov é banido para Gorki, na União Soviética. Seus contatos com o Ocidente o haviam tornado um incômodo para o governo soviético.
"Naturalmente estou muito emocionado. Este passo tornou-se possível graças à grandiosa proteção internacional. Todos esses anos, fui defendido pelos colegas cientistas, por políticos e amigos, meus filhos e minha mulher." Essas foram as primeiras palavras de Andrei Sakharov ao desembarcar na estação ferroviária de Moscou em 1986.
Mais de cem jornalistas esperavam o famoso dissidente soviético no seu retorno após quase sete anos de desterro em Gorki (hoje Nizhni Novgorod). A libertação do físico nuclear ocorrera por ordem do então chefe do Partido Socialista Unificado (PSU), Mikhail Gorbatchov, que lhe havia comunicado a decisão por telefone.
Gorbatchov queria demonstrar ao mundo que seguia uma política diferente da de seus antecessores, que haviam mandado Sakharov para o isolamento em Gorki, a 22 de janeiro de 1980.
Tiro saiu pela culatra
Gorki, situada a 400 quilômetros de Moscou, era uma cidade proibida para estrangeiros. Ao prender Sakharov, o promotor público lhe disse que seria desterrado para que não tivesse mais contato com correspondentes estrangeiros e seu nome sumisse da imprensa internacional. Devido à sua fama, os líderes comunistas não ousavam simplesmente confiná-lo – como faziam com outros dissidentes.
O plano da KGB (serviço secreto soviético), que organizou e vigiou o desterro para calar o cientista, não deu certo. Políticos ocidentais e intelectuais de todo o mundo exigiam a libertação de Sakharov. Um deles, o dissidente Lev Kopelev, lembra que, ao receber o telefonema de Gorbatchov, Sakharov imediatamente pediu a libertação de outros presos políticos.
A partir de 1988, Sakharov integrou a direção da Academia das Ciências e, em 1989, assumiu o mandato parlamentar na ala dos "reformistas radicais" do Congresso dos Deputados do Povo. Em 14 de dezembro do mesmo ano, faleceu, aos 68 anos de idade, vítima de uma parada cardíaca.
Luta longa por justiça e democracia
Sakharov foi símbolo da coragem civil e da consciência russa. Destemido, lutou pela justiça e pela democracia com cartas abertas, greves de fome e entrevistas à imprensa. Protestou contra o tratamento forçado de presos políticos em clínicas psiquiátricas e ergueu a voz contra a invasão das tropas soviéticas no Afeganistão.
Em 1968, pouco antes de as tropas do Pacto de Varsóvia reprimirem a chamada Primavera de Praga, Sakharov publicou suas Reflexões sobre Progresso, Coexistência Pacífica e Liberdade de Pensamento. Pouco depois, perdeu o emprego de físico.
Por haver atuado no programa nuclear secreto, as autoridades soviéticas o impediram de viajar ao Ocidente. Embora nunca tivesse se filiado ao PSU, a direção do partido o distinguiu com altas condecorações e lhe concedeu inúmeros privilégios nos anos 50 e 60.
Sakharov, no entanto, nunca foi subornável. Lutou contra a tecnologia militar atômica e se engajou na defesa do meio ambiente. Em 1970, criou em Moscou o Comitê "Inoficial" dos Direitos Humanos, baseado nos princípios das Nações Unidas.
Em 1975, Sakharov recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
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Teoria da História (Uma análise da História)
Teoria da História (Uma análise da História)
Por Pedro Augusto
A Teoria da Historia é um campo de estudo que busca entender as diversas teorias que envolve o conhecimento Histórico. Justamente por não ter uma concepção única de analisar o passado, todas essas teorias alimentam vários debates entres várias concepções. As correntes mais famosas, e principais são elas: Positivismo, Marxismo. Escola dos Annales, Nova História, Microhistória.
O Positivismo foi elaborado por Augusto Comte no século XIX. Tal teoria acreditava que os pesquisadores deveriam encontrar um fator que determinasse a verdadeira história, ela seria indiscutível e encontrada nos documentos governamentais, que por isso, nunca estariam errados. De acordo com esse pensamento, apenas as histórias politicas teriam importância de serem verificadas. Além disso, defende a ideia que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro, podendo-se afirmar que uma teoria é verdadeira apenas se a mesma for comprovada através de métodos científicos válidos. Assim, os positivistas, excluem tudo o que se refere a crenças, supertições, ou qualquer outra coisa que não possa ser comprovada cientificamente. Toda essa devoção à ciência fez com que com o Positivismo fosse considerado como “a religião da humanidade”.
História Marxista
Por Antonio Gasparetto Junior
A História Marxista consiste em uma forma de escrever a História baseada numa filosofia da História com traços economicistas.
Filosofia da História e História da Filosofia são termos semelhantes, entretanto bem diferentes. Enquanto a História da Filosofia se preocupa em contar os fatos da história da Filosofia, a Filosofia da História se preocupa em explicar como se desenvolve a história. No século XVIII, simultaneamente com o crescimento em importância e notoriedade da ciência História, a Filosofia da História foi tema ao qual muitos pensadores dedicaram suas reflexões. Surgindo várias concepções de progresso histórico.
Entre os vários pensadores que investiram esforços em explicar a lógica do progresso da História, destacou-se a escola alemã de filosofia, de onde vieram várias formulações filosóficas sobre a História. Entre eles estava Karl Marx.
O filósofo alemão Karl Marx baseou sua explicação histórica para as relações sociais em pilares economicistas. Segundo Marx, é a economia que interfere na vida social em todas as suas formas, gerando frutos em sua conseqüência. Para explicar o impacto da economia na vida social, Marx utiliza-se de ferramentas como o materialismo dialético e o caráter teleológico.
O materialismo dialético consiste em ler a história baseando-se na constante luta de classes. Dessa forma, sempre há uma classe dominante e uma classe dominada, sendo que ambas estão em confronto de interesses, já que uma explora a outra. Esse embate seria o motor da história, através do qual se daria o progresso da história e seria a origem das transformações na estrutura.
O caráter teleológico consiste em considerar o final da história como algo previamente conhecido. Como Karl Marx postulava o Comunismo e, segundo o pensador, este só seria alcançado através da tomada do poder pelo proletariado e após passar por etapas necessárias, fica aparente para Marx que o final da história se dá em uma sociedade comunista.
Essa forma de conceber o progresso da história foi absorvida pela historiografia de corrente marxista. A História Marxista é escrita baseando-se em critérios econômicos e considerando a permanente luta de classes na sociedade. A escola marxista na escrita da História dominou durante muito tempo no século XX. A História Marxista continua recorrente, mas hoje se considera outras formas de se escrever História além da visão marxista, como é o caso da observação cultural, da Micro-História ou da recente História Aventureira.
O modo de se pensar a História como construída através de etapas, ressaltando a luta de classes e considerando-a teleológica tem suas limitações. Após ser muito utilizado e predominante, os historiadores perceberam que tal modo não dava conta de responder certos aspectos da vida social. É bem verdade que o método marxista não é unicamente economicista, por isso mesmo o marxismo se diversificou na História apresentando novas formulações com intenção de responder as questões que ficavam de fora do grosso modo da teoria. Assim surgem a História Social e a História Social da Cultura, por exemplo.
A Escola dos Annales ( Por Pedro Augusto CONTINUANDO)
A Escola dos Annales é uma corrente historiográfica nascida na França, em torno da revista “Annales d'histoire économique et sociale”, e criada por Marc Bloch e Lucien Febvre que acreditavam que era insuficientes a forma com que a história era tratada. Apesar disso, não foram os primeiros a propor novas abordagens a História. Tal corrente se destaca por incorporar métodos das Ciências Sociais à História, o que ampliou o quadro das pesquisas históricas com a incorporação de atividades até então pouco investigadas, rompendo assim com a compartimentação das Ciências Sociais (História, Sociologia, Psicologia, Economia, Geografia) e privilegiando os métodos pluridisciplinares.
A Nova História é a corrente historiográfica correspondente a terceira geração da “Escola dos Annales”. Surgiu nos anos de 1970 e seu nome derivou da publicação da obra “Fazer a História”, organizadas pelos historiógrafos Jacques Le Goff e Pierre Nova. Tal corrente é acima de tudo a historia das mentalidades. Seus seguidores propõe que se estabeleça uma historia serial das estruturas mentais das sociedades, e cabe ao historiador a análise dos dados.
Microhistoria é um gênero historiográfico que surge com a publicação da coleção “Microstorie”, sob a direção de Carlo Ginzburg e Giovanni Levi entre 1981 e 1988. A proposta de análise histórica defende uma delimitação extrema do tema por parte do historiador (inclusive em termos de espacialidade e de temporalidade). Com todo esse objeto (tema) bem delimitado a análise se desenvolve a partir de uma exploração exaustiva das fontes. O próprio Giovanni Levi conceitua a microhistoria como se fosse um “zoom” em uma fotografia, o pesquisador observa um pequeno espaço ampliado, mas, ao mesmo tempo, tendo em conta o restante da paisagem, apesar de não estar ampliada.
InfoEscola
Por Pedro Augusto
A Teoria da Historia é um campo de estudo que busca entender as diversas teorias que envolve o conhecimento Histórico. Justamente por não ter uma concepção única de analisar o passado, todas essas teorias alimentam vários debates entres várias concepções. As correntes mais famosas, e principais são elas: Positivismo, Marxismo. Escola dos Annales, Nova História, Microhistória.
O Positivismo foi elaborado por Augusto Comte no século XIX. Tal teoria acreditava que os pesquisadores deveriam encontrar um fator que determinasse a verdadeira história, ela seria indiscutível e encontrada nos documentos governamentais, que por isso, nunca estariam errados. De acordo com esse pensamento, apenas as histórias politicas teriam importância de serem verificadas. Além disso, defende a ideia que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro, podendo-se afirmar que uma teoria é verdadeira apenas se a mesma for comprovada através de métodos científicos válidos. Assim, os positivistas, excluem tudo o que se refere a crenças, supertições, ou qualquer outra coisa que não possa ser comprovada cientificamente. Toda essa devoção à ciência fez com que com o Positivismo fosse considerado como “a religião da humanidade”.
História Marxista
Por Antonio Gasparetto Junior
A História Marxista consiste em uma forma de escrever a História baseada numa filosofia da História com traços economicistas.
Filosofia da História e História da Filosofia são termos semelhantes, entretanto bem diferentes. Enquanto a História da Filosofia se preocupa em contar os fatos da história da Filosofia, a Filosofia da História se preocupa em explicar como se desenvolve a história. No século XVIII, simultaneamente com o crescimento em importância e notoriedade da ciência História, a Filosofia da História foi tema ao qual muitos pensadores dedicaram suas reflexões. Surgindo várias concepções de progresso histórico.
Entre os vários pensadores que investiram esforços em explicar a lógica do progresso da História, destacou-se a escola alemã de filosofia, de onde vieram várias formulações filosóficas sobre a História. Entre eles estava Karl Marx.
O filósofo alemão Karl Marx baseou sua explicação histórica para as relações sociais em pilares economicistas. Segundo Marx, é a economia que interfere na vida social em todas as suas formas, gerando frutos em sua conseqüência. Para explicar o impacto da economia na vida social, Marx utiliza-se de ferramentas como o materialismo dialético e o caráter teleológico.
O materialismo dialético consiste em ler a história baseando-se na constante luta de classes. Dessa forma, sempre há uma classe dominante e uma classe dominada, sendo que ambas estão em confronto de interesses, já que uma explora a outra. Esse embate seria o motor da história, através do qual se daria o progresso da história e seria a origem das transformações na estrutura.
O caráter teleológico consiste em considerar o final da história como algo previamente conhecido. Como Karl Marx postulava o Comunismo e, segundo o pensador, este só seria alcançado através da tomada do poder pelo proletariado e após passar por etapas necessárias, fica aparente para Marx que o final da história se dá em uma sociedade comunista.
Essa forma de conceber o progresso da história foi absorvida pela historiografia de corrente marxista. A História Marxista é escrita baseando-se em critérios econômicos e considerando a permanente luta de classes na sociedade. A escola marxista na escrita da História dominou durante muito tempo no século XX. A História Marxista continua recorrente, mas hoje se considera outras formas de se escrever História além da visão marxista, como é o caso da observação cultural, da Micro-História ou da recente História Aventureira.
O modo de se pensar a História como construída através de etapas, ressaltando a luta de classes e considerando-a teleológica tem suas limitações. Após ser muito utilizado e predominante, os historiadores perceberam que tal modo não dava conta de responder certos aspectos da vida social. É bem verdade que o método marxista não é unicamente economicista, por isso mesmo o marxismo se diversificou na História apresentando novas formulações com intenção de responder as questões que ficavam de fora do grosso modo da teoria. Assim surgem a História Social e a História Social da Cultura, por exemplo.
A Escola dos Annales ( Por Pedro Augusto CONTINUANDO)
A Escola dos Annales é uma corrente historiográfica nascida na França, em torno da revista “Annales d'histoire économique et sociale”, e criada por Marc Bloch e Lucien Febvre que acreditavam que era insuficientes a forma com que a história era tratada. Apesar disso, não foram os primeiros a propor novas abordagens a História. Tal corrente se destaca por incorporar métodos das Ciências Sociais à História, o que ampliou o quadro das pesquisas históricas com a incorporação de atividades até então pouco investigadas, rompendo assim com a compartimentação das Ciências Sociais (História, Sociologia, Psicologia, Economia, Geografia) e privilegiando os métodos pluridisciplinares.
A Nova História é a corrente historiográfica correspondente a terceira geração da “Escola dos Annales”. Surgiu nos anos de 1970 e seu nome derivou da publicação da obra “Fazer a História”, organizadas pelos historiógrafos Jacques Le Goff e Pierre Nova. Tal corrente é acima de tudo a historia das mentalidades. Seus seguidores propõe que se estabeleça uma historia serial das estruturas mentais das sociedades, e cabe ao historiador a análise dos dados.
Microhistoria é um gênero historiográfico que surge com a publicação da coleção “Microstorie”, sob a direção de Carlo Ginzburg e Giovanni Levi entre 1981 e 1988. A proposta de análise histórica defende uma delimitação extrema do tema por parte do historiador (inclusive em termos de espacialidade e de temporalidade). Com todo esse objeto (tema) bem delimitado a análise se desenvolve a partir de uma exploração exaustiva das fontes. O próprio Giovanni Levi conceitua a microhistoria como se fosse um “zoom” em uma fotografia, o pesquisador observa um pequeno espaço ampliado, mas, ao mesmo tempo, tendo em conta o restante da paisagem, apesar de não estar ampliada.
InfoEscola
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Eleito presidente da Câmara, Cunha defende independência e nega retaliação ao governo
Eleito presidente da Câmara, Cunha defende independência e nega retaliação ao governo
domingo, 1 de fevereiro de 2015
BRASÍLIA (Reuters) - O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), considerado desafeto do Palácio do Planalto, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados neste domingo, já no primeiro turno, colocando fim a uma das mais duras campanhas pela presidência da Casa.
Com a vitória, Cunha se torna o segundo na linha da sucessão presidencial, atrás somente do vice-presidente Michel Temer. No cargo, ele também terá papel decisivo na definição da pauta de votações e na decisão sobre outros temas, como a tramitação de processos de cassação de parlamentares e a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).
Após a proclamação do resultado, simpatizantes do novo presidente da Câmara gritaram seu nome em plenário. Ao discursar logo depois de tomar posse, Cunha adotou tom conciliador.
"Estamos aqui para ser o presidente e não somente daqueles que votaram no nosso nome. As disputas se encerram na apuração e todos somos deputados iguais", disse.
"Nunca em nenhum momento nós falamos que seríamos oposição e também falamos que não seremos submissos", disse.
Apesar do tom mais ameno do que o da campanha, o novo presidente da Câmara voltou a dizer que houve interferência do governo na disputa, mas afirmou querer enviar uma "palavra de tranquilidade" ao Executivo.
"Não há de nossa parte nenhum jugo de retaliação", garantiu. "O Parlamento, pela sua independência, ele sabe reagir (à interferência) e ele reagiu no voto... Passada a disputa, isso é um episódio virado", acrescentou Cunha, que já se comprometeu a colocar em votação o segundo turno da proposta de emenda à Constituição do Orçamento Impositivo, que obriga o governo federal a pagar as emendas parlamentares ao Orçamento.
Cunha teve 267 votos, dez a mais do que o necessário para vencer no primeiro turno, e superou Arlindo Chinaglia (PT-SP), que teve 136 votos; Júlio Delgado (PSB-MG), que angariou 100 votos; e Chico Alencar (PSOL-RJ), que recebeu 8 votos.
Líder do PMDB na Câmara, Cunha criou problemas para o governo da presidente Dilma Rousseff na Legislatura que se encerrou no sábado. Durante a campanha, ele negou que faria uma presidência de oposição, mas pregou a independência do Parlamento em relação ao Executivo. Também durante a disputa, Cunha entrou em choque com o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), e alertou que se o governo decidisse tomar lado na disputa haveria consequências.
(Por Eduardo Simões, com reportagem de Jeferson Ribeiro e Maria Carolina Marcello
domingo, 1 de fevereiro de 2015
BRASÍLIA (Reuters) - O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), considerado desafeto do Palácio do Planalto, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados neste domingo, já no primeiro turno, colocando fim a uma das mais duras campanhas pela presidência da Casa.
Com a vitória, Cunha se torna o segundo na linha da sucessão presidencial, atrás somente do vice-presidente Michel Temer. No cargo, ele também terá papel decisivo na definição da pauta de votações e na decisão sobre outros temas, como a tramitação de processos de cassação de parlamentares e a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).
Após a proclamação do resultado, simpatizantes do novo presidente da Câmara gritaram seu nome em plenário. Ao discursar logo depois de tomar posse, Cunha adotou tom conciliador.
"Estamos aqui para ser o presidente e não somente daqueles que votaram no nosso nome. As disputas se encerram na apuração e todos somos deputados iguais", disse.
"Nunca em nenhum momento nós falamos que seríamos oposição e também falamos que não seremos submissos", disse.
Apesar do tom mais ameno do que o da campanha, o novo presidente da Câmara voltou a dizer que houve interferência do governo na disputa, mas afirmou querer enviar uma "palavra de tranquilidade" ao Executivo.
"Não há de nossa parte nenhum jugo de retaliação", garantiu. "O Parlamento, pela sua independência, ele sabe reagir (à interferência) e ele reagiu no voto... Passada a disputa, isso é um episódio virado", acrescentou Cunha, que já se comprometeu a colocar em votação o segundo turno da proposta de emenda à Constituição do Orçamento Impositivo, que obriga o governo federal a pagar as emendas parlamentares ao Orçamento.
Cunha teve 267 votos, dez a mais do que o necessário para vencer no primeiro turno, e superou Arlindo Chinaglia (PT-SP), que teve 136 votos; Júlio Delgado (PSB-MG), que angariou 100 votos; e Chico Alencar (PSOL-RJ), que recebeu 8 votos.
Líder do PMDB na Câmara, Cunha criou problemas para o governo da presidente Dilma Rousseff na Legislatura que se encerrou no sábado. Durante a campanha, ele negou que faria uma presidência de oposição, mas pregou a independência do Parlamento em relação ao Executivo. Também durante a disputa, Cunha entrou em choque com o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), e alertou que se o governo decidisse tomar lado na disputa haveria consequências.
(Por Eduardo Simões, com reportagem de Jeferson Ribeiro e Maria Carolina Marcello
Maniqueísmo e o filósofo Maniqueu
Representação de Maniqueus.
Maniqueísmo
Wikipédia, a enciclopédia livre.
O maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Maniqueu, filósofo cristão do século III, que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.
História
Quando o gnosticismo primitivo já perdia a sua influência no mundo greco-romano, surgiu na Babilônia e na Pérsia, no século III, uma nova vertente, o maniqueísmo.
O seu fundador foi o profeta persa Mani (ou Manés) e as suas, através de uma revelação divina, purificar e superar as mensagens individuais de ideias sincretizavam elementos do zoroastrismo, do hinduísmo, do budismo, do judaísmo e do cristianismo. Desse modo, Mani considerava Zoroastro, Buda e Jesus como "pais da Justiça", e pretendia cada um deles, anunciando uma verdade completa.
Conforme as suas ideias, a fusão dos dois elementos primordiais, o reino da luz e o reino das trevas, teria originado o mundo material, essencialmente mau. Para redimir os homens de sua existência imperfeita, os "pais da Justiça" haviam vindo à Terra, mas como a mensagem deles havia sido corrompida, Mani viera a fim de completar a missão deles, como o Paráclito prometido por Cristo, e trouxera segredos para a purificação da luz, apenas destinados aos eleitos que praticassem uma rigorosa vida ascética. Os impuros, no máximo podiam vir a ser catecúmenos e ouvintes, obrigados apenas à observância dos dez mandamentos.
As ideias maniqueístas espalharam-se desde as fronteiras com a China até ao Norte da África. Mani acabou crucificado no final do século III, e os seus adeptos sofreram perseguições na Babilónia e no Império Romano, neste último nomeadamente sob o governo do Imperador Diocleciano e, posteriormente, os imperadores cristãos. Apesar da igreja ter condenado esta doutrina como herética em diversos sínodos desde o século IV, ela permaneceu viva até à Idade Média.
Agostinho de Hipona foi adepto do maniqueísmo até se decidir de vez pelo cristianismo.
Maniqueísmo e gnosticismo
O dualismo maniqueísta - cuja origem provém do elcasaismo do século II como prova o fato de extratos do Apocalipse de Elkasaï se encontrarem no codex de Manis conhecido como Vita Mani - diferencia-se do dualismo gnóstico uma vez que, se para este último, a divindade é superior ao demiurgo criador, para o primeiro trata-se de dois princípios igualmente poderosos, sem que haja subordinação, apenas igualdade de origens.
Maniqueu (216-274)
Escrito por Clemente Nogueira
Maniqueu (também chamado Mani ou Manes e conhecido como o "Apóstolo da Luz" e supremo "Iluminador" nasceu em 14 de Abril de 216 no sul da Babilónia e foi o fundador persa da religião maniqueísta, uma religião que defendia uma doutrina de visão dualista do mundo como uma fusão de espírito e matéria, os princípios contrários originais do bem e do mal, respectivamente.
Antes do nascimento de Maniqueu, o seu pai, Patek, um nativo de Hamadan, juntou-se a uma comunidade religiosa que praticava o batismo e a abstinência. Através da sua mãe Maniqueu manteve relações com a família real Parthian (derrubada em 224). Informações sobre a sua vida parecem derivar dos seus próprios relatos escritos e das tradições da sua igreja. Ele cresceu na sua terra natal e falava uma forma de aramaico do leste. Por duas vezes, quando era um menino e depois um jovem, ele teve a visão de um anjo , o "Gémeo", que, na segunda aparição chamou-o para pregar uma nova religião.
Ele viajou para a Índia (provavelmente Sind e Turan) e fez conversões. Ele foi favoravelmente recebido no seu regresso pelo rei persa recém-coroado, Sapor I, e foi autorizado a pregar a sua religião no Império Persa durante esse longo reinado. Há pouca informação sobre a vida de Mani naqueles anos. Ele provavelmente viajou muito pela parte ocidental do império, mas depois não existem relatos de que visitasse o nordeste. Sob o reinado do rei persa Bahram I, ele foi atacado por sacerdotes zoroastristas e foi preso pelo rei em Gundeshapur (Belapet), onde morreu em 274 após passar por um julgamento que durou 26 dias.
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