Konstantinos - Uranus
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Jornais do mundo só têm uma palavra para descrever o 7 a 1: "Humilhação"
Jornais do mundo só têm uma palavra para descrever o 7 a 1: "Humilhação"
Do UOL, em São Paulo
09/07/2014
Repercussão internacional de Brasil x Alemanha
"Adeus é brasileiro" - O jornal português A Bola fez um trocadilho com a famosa frase "Deus é brasileiro" para destacar o vexame Reprodução
Derrota brasileira reforça maldições da Copa; Alemanha pode derrubar uma
Flávio Florido/UOL
Não importa onde. Espanha, Argentina, Uruguai, ou na própria Alemanha. As capas dos jornais de todos os cantos do planeta sintetizaram a goleada de 7 a 1 sofrida pela seleção brasileira como "humilhação", "massacre" ou "fracasso". David Luiz teve o seu choro estampado em quase todas elas.
Os espanhóis Marca e Mundo Deportivo "Humilhação mundial. Mais vergonhoso do que o Maracanazo". O As se referiu ao placar como "massacre" e disse que "o tiki-taka deu a Scolari o que foi merecido". Já o Sport fez um trocadilho com o "Fracassazo".
Na Itália, o Corrieri dello Sport também falou em "humilhação". A Gazzetta dello Sport destacou a "tristeza brasileira" e o "resultado histórico". Na França, o L'équipe pareceu não ter acreditado no que aconteceu no Mineirão: "Incrível".
Em Portugal, O Jogo cravou: "É o pior Brasil da história". O jornal Record não foi tão longe, mas lembrou que esta foi a pior derrota da história da seleção canarinho. O A Bola, por outro lado, fez um trocadinho: "O adeus é brasileiro".
Na América, os nossos vizinhos não foram muito simpáticos. O chileno El Grafico falou que "foi a pior vergonha da história do Brasil". O Ovación, do Uruguai, falou sobre o "inferno do Minerazo"
O massacre do Mineirão / http://blogdojuca.uol.com.br/
O massacre do Mineirão / http://blogdojuca.uol.com.br/
Juca Kfouri 08/07/2014
O número 20 estava também na camisa de Amarildo, na Copa de 1962, mas não foi por isso que Felipão optou por Bernard e não por Willian, como era mais cogitado.
Bernard não só estaria em casa no terreiro do Mineirão onde manda no pedaço como, ainda por cima, diferentemente do brasileiro do Chelsea, era alguém que o técnico alemão desconhecia.
Quando o nome do menino de alegria nas pernas foi anunciado o estádio aplaudiu até mais que a David Luiz e o aclamou em coro por quase um minuto.
Um ano de exílio na Ucrânia depois, Bernard estava diante de mais um jogo decisivo em sua vida como, em julho do ano passado, diante do paraguaio Olimpia, na final da Libertadores que, é claro, para o torcedor do Galo, foi ainda mais importante.
Executados os hinos, o coração quase saiu pela boca e os alemães disfarçados de rubro-negros esbanjavam confiança no gramado.
Oito títulos mundiais somados, os pentacampeões em busca de sua oitava final e os tricampeões também.
Para um jogo que os alemães temiam violento, a primeira falta aconteceu aos 7, feita por Klose na área brasileira e a segunda, um minuto depois, também foi alemã, como a terceira, aos 9.
Mas, aos 10, o primeiro gol também foi alemão, quando Thomas Muller apareceu sem marcação na cobrança de escanteio para apenas escorar com o pé para a rede brasileira.
Uma ducha de água gelada proporcionada pela frieza germânica que não se abalava com a gritaria do Mineirão.
Só aos 13 Marcelo fez a primeira falta brasileira.
Bernard não pegava na bola, Fred idem e Hulk e Oscar não acertavam um passe.
A defesa tinha de se virar e dar chutão.
Marcelo simulou um pênalti, Boateng cobrou e quase o tempo fechou.
Cada contra-ataque alemão era um deus nos acuda e Klose fez 2 a 0, com facilidade, aos 22, para se tornar o maior artilheiro das Copas no estádio em que Ronaldo apareceu para o país.
Estava fácil, extremamente fácil.
Aos 23, Kroos fez 3 a 0 da entrada da área e no minuto seguinte fez 4 a 0, em bola roubada de Fernandinho.
Era um massacre impensável, para vingar 2002 com juros e correção monetária como se dizia antigamente.
O céu mineiro estava carrancudo e a torcida alemã cantava suas marchas alegremente.
O quinto gol veio ainda aos 29, com Khedira.
O melhor que a CBF poderia fazer era pedir à Fifa para acabar o jogo ali mesmo, sem nem terminar o primeiro tempo.
Parecia um jogo de adultos contra crianças.
O mundo passaria a clamar que Felipão errou, que deveria jogar com três volantes, tudo que os brasileiros jamais gostaram.
Nunca jamais o futebol brasileiro vivera humilhação semelhante, nem mesmo recentemente quando o Barcelona triturou o Santos.
E o primeiro tempo não acabava.
Implacáveis, os alemães não refrescavam e punham os brasileiros na roda.
Verdade que já fazia nove minutos que eles não faziam nem sequer um golzinho.
Argentina ou Holanda, quem os alemães vão enfrentar no dia 13 no Maracanã?
E com o que restou dos brasileiros, como enfrentar uns ou outros no dia 12, no Mané Garrincha?
Ufa, o primeiro tempo acabou!
Cinco vira 10 acaba?
Nada disso, pois a Seleção que saiu e voltou a campo sob vaias, quis mostrar dignidade e voltou com Paulinho e Ramires nos lugares de Fernandinho e Hulk.
Foi aí que se viu como seria mesmo duro fazer gol nos alemães, tal a sucessão de grandes defesas de Neuer.
A torcida alemã cantava “Rio de Janeiro, Rio de Janeiro” e a brasileira mandava da presidenta da República ao centro-avante Fred tomar no c…
O segundo tempo era até agradável e equilibrado, atrapalhado, no entanto, por dois motivos: sua inutilidade e o gosto de cabo de guarda chuva na boca de cada um dos brasileiros presentes ao Mineirão e pelo país afora.
Aquele vexame evitado que seria a desclassificação precoce reapareceu “em todas as suas emoções” na goleada impiedosa.
Porque o 6 a 0 veio aos 25, dos pés de Schuerrle, para Willian entrar no lugar de Fred.
Bem que no ônibus brasileiro a Fifa escreveu: “Preparem-se, o sexto vem vindo!”. Veio mesmo. E diante de 58 mil torcedores perplexos, porque nem mesmo os cantantes germânicos acreditavam no que viam, tamanha a facilidade.
O 7 a 0 também veio, dos mesmos pés que fizeram o sexto gol.
E começou um interminável olé saudado por quase todos no Mineirão, interrompido pelo solitário gol de Oscar: 7 a 1.
Juca Kfouri 08/07/2014
O número 20 estava também na camisa de Amarildo, na Copa de 1962, mas não foi por isso que Felipão optou por Bernard e não por Willian, como era mais cogitado.
Bernard não só estaria em casa no terreiro do Mineirão onde manda no pedaço como, ainda por cima, diferentemente do brasileiro do Chelsea, era alguém que o técnico alemão desconhecia.
Quando o nome do menino de alegria nas pernas foi anunciado o estádio aplaudiu até mais que a David Luiz e o aclamou em coro por quase um minuto.
Um ano de exílio na Ucrânia depois, Bernard estava diante de mais um jogo decisivo em sua vida como, em julho do ano passado, diante do paraguaio Olimpia, na final da Libertadores que, é claro, para o torcedor do Galo, foi ainda mais importante.
Executados os hinos, o coração quase saiu pela boca e os alemães disfarçados de rubro-negros esbanjavam confiança no gramado.
Oito títulos mundiais somados, os pentacampeões em busca de sua oitava final e os tricampeões também.
Para um jogo que os alemães temiam violento, a primeira falta aconteceu aos 7, feita por Klose na área brasileira e a segunda, um minuto depois, também foi alemã, como a terceira, aos 9.
Mas, aos 10, o primeiro gol também foi alemão, quando Thomas Muller apareceu sem marcação na cobrança de escanteio para apenas escorar com o pé para a rede brasileira.
Uma ducha de água gelada proporcionada pela frieza germânica que não se abalava com a gritaria do Mineirão.
Só aos 13 Marcelo fez a primeira falta brasileira.
Bernard não pegava na bola, Fred idem e Hulk e Oscar não acertavam um passe.
A defesa tinha de se virar e dar chutão.
Marcelo simulou um pênalti, Boateng cobrou e quase o tempo fechou.
Cada contra-ataque alemão era um deus nos acuda e Klose fez 2 a 0, com facilidade, aos 22, para se tornar o maior artilheiro das Copas no estádio em que Ronaldo apareceu para o país.
Estava fácil, extremamente fácil.
Aos 23, Kroos fez 3 a 0 da entrada da área e no minuto seguinte fez 4 a 0, em bola roubada de Fernandinho.
Era um massacre impensável, para vingar 2002 com juros e correção monetária como se dizia antigamente.
O céu mineiro estava carrancudo e a torcida alemã cantava suas marchas alegremente.
O quinto gol veio ainda aos 29, com Khedira.
O melhor que a CBF poderia fazer era pedir à Fifa para acabar o jogo ali mesmo, sem nem terminar o primeiro tempo.
Parecia um jogo de adultos contra crianças.
O mundo passaria a clamar que Felipão errou, que deveria jogar com três volantes, tudo que os brasileiros jamais gostaram.
Nunca jamais o futebol brasileiro vivera humilhação semelhante, nem mesmo recentemente quando o Barcelona triturou o Santos.
E o primeiro tempo não acabava.
Implacáveis, os alemães não refrescavam e punham os brasileiros na roda.
Verdade que já fazia nove minutos que eles não faziam nem sequer um golzinho.
Argentina ou Holanda, quem os alemães vão enfrentar no dia 13 no Maracanã?
E com o que restou dos brasileiros, como enfrentar uns ou outros no dia 12, no Mané Garrincha?
Ufa, o primeiro tempo acabou!
Cinco vira 10 acaba?
Nada disso, pois a Seleção que saiu e voltou a campo sob vaias, quis mostrar dignidade e voltou com Paulinho e Ramires nos lugares de Fernandinho e Hulk.
Foi aí que se viu como seria mesmo duro fazer gol nos alemães, tal a sucessão de grandes defesas de Neuer.
A torcida alemã cantava “Rio de Janeiro, Rio de Janeiro” e a brasileira mandava da presidenta da República ao centro-avante Fred tomar no c…
O segundo tempo era até agradável e equilibrado, atrapalhado, no entanto, por dois motivos: sua inutilidade e o gosto de cabo de guarda chuva na boca de cada um dos brasileiros presentes ao Mineirão e pelo país afora.
Aquele vexame evitado que seria a desclassificação precoce reapareceu “em todas as suas emoções” na goleada impiedosa.
Porque o 6 a 0 veio aos 25, dos pés de Schuerrle, para Willian entrar no lugar de Fred.
Bem que no ônibus brasileiro a Fifa escreveu: “Preparem-se, o sexto vem vindo!”. Veio mesmo. E diante de 58 mil torcedores perplexos, porque nem mesmo os cantantes germânicos acreditavam no que viam, tamanha a facilidade.
O 7 a 0 também veio, dos mesmos pés que fizeram o sexto gol.
E começou um interminável olé saudado por quase todos no Mineirão, interrompido pelo solitário gol de Oscar: 7 a 1.
Israel lança 160 ataques em Gaza e diz que investida militar deve crescer Do UOL, em São Paulo 09/07/2014
Israel lança 160 ataques em Gaza e diz que investida militar deve crescer
Do UOL, em São Paulo 09/07/2014
Morte de jovens reacende conflito Israel-palestinos
9.jul.2014 - Palestino procura por pertences sob os escombros de casa destruída, segundo a polícia, em um ataque aéreo israelense na cidade de Gaza, nesta quarta-feira (9). Pelo menos 23 pessoas foram mortas em toda faixa de Gaza em bombardeios que podem ser apenas o início de uma ofensiva prolongada contra o Hamas, a maior desde 2012, após novos foguetes palestinos atingirem Israel Leia mais Mohammed Salem/Reuters
O Exército israelense lançou na noite de terça-feira (8) mais de 160 ataques aéreos na faixa de Gaza, provocando a morte de ao menos seis pessoas.
De acordo com fontes médicas, como o Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 35 palestinos morreram e mais de 200 ficaram feridos desde o início da operação "Margem Protetora", iniciada na noite de segunda-feira (7).
O ministro da Defesa, Moshe Ya'alon, anunciou que a investida militar deve crescer nos próximos dias.
"Estamos assassinando terroristas de diferentes categorias, e esta operação prosseguirá e se intensificará. Por nossa parte, esta não será uma batalha curta. Seguiremos batendo duro no [movimento islamita] Hamas e outros grupos terroristas", afirmou o ministro durante a reunião diária com seu alto comando.
A maioria dos mortos é civil -- incluindo crianças. Segundo Asraf el Qadra, porta-voz de Emergências da faixa de Gaza, 11 pessoas morreram nos bombardeios desta quarta-feira (9), entre elas uma idosa de 80 anos e cinco crianças.
"A ocupação israelense vai pagar um preço muito alto por tudo isso", declarou o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri.
"Os ocupantes israelenses estão excedendo e trespassando todas as linhas vermelhas ao atacar com seus caças-bombardeiros casas de civis e matando mulheres e crianças", afirmou o porta-voz em entrevista coletiva.
Segundo Peter Lerner, porta-voz militar israelense para meios de comunicação estrangeiros, a aviação de Israel atacou 118 plataformas de lançamento de mísseis das milícias palestinas, "algumas para projéteis de longo alcance", dez túneis e vários supostos armazéns de armamento.
Além disso, foram alcançados seis quartéis do movimento islamita Hamas e dez "posições de comandos terroristas", explicou em comunicado.
Israel já havia informado antes que havia matado em um ataque Abdullah Dyifala, comandante do Hamas identificado como responsável pelo lançamento de foguetes contra alvos israelenses.
Ataques a Israel
Horas antes dos últimos bombardeios israelenses, milicianos palestinos haviam lançado 45 foguetes contra o centro e sul de Israel, três dos quais caíram em Jerusalém e sua área metropolitana, sem causar vítimas.
Nesta quarta-feira (9), dois foguetes palestinos disparados a partir da faixa de Gaza caíram no mar em frente a Haifa, no norte de Israel, informou a rádio militar isralense.
É a primeira vez que foguetes palestinos atingem o grande porto do norte de Israel, a mais de 165 km de Gaza. Os disparos foram reivindicados pouco depois pelo braço militar do Hamas em Gaza.
9.jul.2014 - Palestinos entram em confronto com soldados israelenses às portas do assentamento judaico de Beit El, próximo de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, em protesto contra os bombardeios sobre a faixa de Gaza. A força aérea israelense bombardeou 160 alvos na faixa de Gaza durante a madrugada, em uma campanha militar em larga escala para pressionar o Hamas a cessar o disparo de foguetes contra Israel. Um deles chegou a atingir a capital Tel Aviv na terça Abbas Momani/AFP
Invasão por terra
Um alto responsável declarou que o Exército de Israel está preparado para todas as opções, incluindo uma ofensiva terrestre para impedir novos disparos de foguetes a partir da faixa de Gaza.
De acordo com a imprensa israelense, o gabinete de segurança, dirigido pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, autorizou a convocação de 40 mil reservistas na perspectiva de uma ofensiva terrestre.
"O Exército prepara uma série de opções, incluindo uma invasão e uma ofensiva terrestre" contra o território palestino, acrescentou a fonte.
Morte de jovens
A violência na região se intensificou desde a morte de três jovens israelenses na Cisjordânia no mês passado, seguida do assassinato de um adolescente palestino.
Os jovens Eyal Yifrah,19, e Gilad Shaar e Naftali Fraenkel, 16, foram sequestrados no dia 12 de junho e seus corpos foram encontrados em 30 de junho ao norte de Hebron. De acordo com autoridades envolvidas na investigação da morte dos jovens, os israelenses foram alvejados dez vezes por uma arma com silenciador, em assassinatos que parecem ter sido premeditados.
O governo de Israel responsabilizou o Hamas pela morte dos jovens e o primeiro-ministro do país jurou vingança contra o grupo palestino.
Já o palestino Mohamed Abu Khdeir, 16, foi sequestrado no dia 2 de julho em Shuafat, um bairro de Jerusalém Oriental. Seu corpo, totalmente queimado, apareceu horas depois perto de uma floresta no oeste da cidade. Os suspeitos pertenceriam a "um grupo judeu extremista" e três deles "confessaram ter assassinado e queimado Mohamed.
Milhares de pessoas se reuniram no funeral do adolescente, que, segundo o resultado preliminar da autópsia, teria sido queimado vivo. (Com agências internacionais)
terça-feira, 8 de julho de 2014
Brasil é goleado por 5 x 0 pela Alemanha com apenas 30 minutos de jogo
Brasil é goleado por 5 x 0 pela Alemanha com apenas 30 minutos de jogo
do UOL 08/07/201417h34 Comunicar erro Enviar por e-mail
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LEONHARD FOEGER
BELO HORIZONTE (Reuters) - A seleção brasileira vai sendo goleada por 5 x 0 pela Alemanha com cerca de 30 minutos de jogo em Belo Horizonte e dando adeus de forma inacreditável ao sonho do hexacampeonato mundial em casa.
Com o meia-atacante Bernard na vaga de Neymar, que está fora da Copa com uma vértebra fraturada, a seleção brasileira foi dominada pela Alemanha, que caminha para sua oitava final de Copa do Mundo.
Kross, duas vezes, Mueller, Khedira e Klose, que ao marcar superou Ronaldo como maior artilheiro da história das Copas, fizeram os cinco gols da Alemanha.
(Reportagem de Tatiana Ramil)
Leia mais em: http://zip.net/brnZLv
terça-feira, 1 de julho de 2014
GEOPOLÍTICA INTERNACIONAL Sucessão espanhola
Rei Juan Carlos de Espanha abdica a favor de uma nova geração Poder nas mãos do filho, Felipe, Príncipe das Astúrias. 22 de Junho 2014, 19h35Nº de votos (0) Comentários (0) Juan Carlos disse hoje que abdica do cargo de rei de Espanha a favor de uma nova geração "que reclama papel de protagonista" e que é capaz de enfrentar "com determinação" as mudanças e reformas que a atual conjuntura "exige". "Hoje merece passar à primeira linha uma geração mais jovem, com novas energias, decidida a empreender com determinação as transformações e reformas que a conjuntura atual está a exigir", disse, numa declaração aos espanhóis. Juan Carlos falava à nação, numa declaração pela televisão, às 13h00 locais (12h00 em Lisboa) duas horas depois de o presidente do Governo ter anunciado aos espanhóis a abdicação do monarca espanhol, a favor do filho, Felipe de Bourbon. "A minha única ambição continua a ser contribuir para o bem-estar, progresso e liberdade dos espanhóis. Quero o melhor para Espanha, a que dediquei toda a minha vida, colocando todas as minhas capacidades, empenho e trabalho", disse. Numa declaração de cerca de 10 minutos, feita pela televisão a partir do Palácio da Zarzuela, Juan Carlos dirigiu-se "a todos os espanhóis" para transmitir "com particular emoção" as razões da histórica decisão. "Quis ser rei de todos os espanhóis. Senti-me identificado e comprometido com as vossas aspirações. Celebrei com os vossos êxitos e sofri com a vossa dor", disse (recorde o percurso de Juan Carlos com o vídeo publicado no final do texto). Referindo-se à conjuntura atual, Juan Carlos disse que "a longa e profunda crise económica" de que padece o país "deixou sérias cicatrizes no tecido social", apesar de estar agora "a assinalar um caminho de futuro carregado de esperança". "Estes difíceis anos permitem fazer um balanço autocrítico dos nossos erros e limitações como sociedade, de reviver a consciência orgulhosa do que temos sabido e sabemos fazer, e temos sido e somos: uma grande nação", considerou. Agora, disse, chegou a vez do filho, alguém que "encarna a estabilidade, identitária da monarquia" e está em "melhores condições de continuar". "Tem a maturidade, sentido de responsabilidade necessários para assumir com plenas garantias a chefia do Estado e abrir uma nova etapa de esperança, representando o convívio da experiência adquirida e o impulso de uma nova geração", disse, considerando que o seu filho terá "todo o apoio" da princesa Letizia. Juan Carlos recordou que quando foi proclamado rei assumiu "o firme compromisso de servir os interesses gerais de Espanha" e que o país se tornasse numa "democracia moderna". Encabeçou, disse, com entusiasmo, uma "tarefa nacional" que ajudou a que os cidadãos pudessem eleger os seus representantes e a realizar "a transformação de que Espanha tanto necessita". "Quando olho para trás não posso senão sentir orgulho e gratidão a vós. Por tudo o que conseguimos estes anos e pelo apoio que me deram, para fazer do meu reinado, mesmo em momentos de grande incerteza, um grande período de paz, liberdade, estabilidade e progresso", considerou. "Expresso a minha gratidão ao povo espanhol, a todos os que encarnaram as instituições e aos que me ajudaram com generosidade e lealdade a cumprir as minhas funções", disse, agradecendo também todo o apoio que sempre teve da rainha Sofia. Pouco antes das 11h00 locais (10h00 em Lisboa) a Casa Real - cuja página web ficou temporariamente indisponível - distribuiu pelo seu canal na rede twitter duas fotos, uma em que Juan Carlos entrega o documento de abdicação a Mariano Rajoy e outra do documento em si. "Para os efeitos constitucionais procedentes, adjunto o escrito que li e entrego ao senhor presidente do Governo neste ato, mediante o qual lhe comunico a minha decisão de abdicar da Coroa de Espanha", lê-se no documento, assinado por Juan Carlos.
MARIANO RAJOY DEU A NOTÍCIA Horas antes, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, tinha anunciado a decisão do rei. "Sua majestade, o rei, acaba de comunicar-me a sua vontade de renunciar ao trono e abrir o processo sucessório", afirmou Rajoy. O chefe do Governo espanhol disse que encontrou o rei "convencido de que este é o melhor momento para produzir esta mudança (...) e ceder a coroa ao príncipe das Astúrias". Numa declaração institucional inesperada, Mariano Rajoy disse ter sido contactado pelo monarca espanhol, que o informou que quer abdicar para o seu filho, Felipe de Bourbon, que reinará como Felipe VI. O chefe de Governo anunciou a realização, terça-feira, de um Conselho de Ministros extraordinário para cumprir os trâmites da Constituição, esperando que em breve as Cortes possam proceder à proclamação de Felipe de Bourbon como rei de Espanha. "Estou convencido de que os espanhóis saberão escrever esta nova fase da nossa história com maturidade e agradecimento à figura de sua majestada, o rei", afirmou. Rajoy disse querer "render homenagem a quem durante estes anos encarnou o ponto de encontro de todos os espanhóis e o melhor símbolo da convivência em paz e em liberdade", tendo sido "o principal impulsionador da democracia, tão rapidamente quanto chegou ao trono que agora abandona". "Foi o melhor porta-voz e a melhor imagem do reino de Espanha por todos os cantos do mundo e um defensor incansável em defesa dos nossos interesses. Renuncia ao trono uma figura histórica, tão estreitamente vinculada à democracia espanhola que não se pode entender uma sem a outra", declarou. Para Rajoy, todos os espanhóis ficam com uma "grande dívida de gratidão" ao monarca. Fontes da Casa Real citadas pela Efe explicaram que Juan Carlos tinha decidido em janeiro abdicar o cargo, numa decisão "muito meditada" e que não esteve vinculada nem ao seu estado de saúde numa a "conjunturas de um ou outro tipo". (Mariano Rajoy anunciou a vontade do rei de renunciar ao trono)
DECISÃO TOMADA EM JANEIRO O rei tomou a decisão de abdicar em janeiro, após completar 76 anos. Posteriormente, em março, comunicou a decisão tanto ao presidente do governo, Mariano Rajoy, como ao chefe da oposição, Alfredo Pérez Rubalcaba, informaram fontes do Palácio da Zarzuela. Segundo as mesmas fontes, a decisão do monarca foi meditada e não responde a nenhum acontecimento relativo às últimas eleições europeias. As fontes citadas insistem que a decisão foi agora tomada porque é o momento oportuno; tem 76 anos, e por uma questão geracional considera que é o momento certo para dar o relevo ao Príncipe das Astúrias. FELIPE DE BOURBON SERÁ FELIPE VI AOS 46 ANOS O príncipe Felipe de Bourbon e Grécia é o primeiro filho dos reis Juan Carlos e Sofia e será, aos 46 anos, o próximo rei de Espanha, Felipe VI, após a abdicação, hoje, do pai. Nascido em Madrid em 30 de janeiro 1968 e casado com Leticia Ortiz Rocasolano a 22 de maio de 2004, o novo rei tem duas filhas, a infanta Leonor, nascida a 31 de outubro de 2005, e Sophia, nascida a 29 de abril de 2007. Recebeu os atributos que o acreditam como príncipe das Astúrias a 1 de novembro de 1977 no salão do Cabildo de Covadonga (Astúrias), cargo que ocupa, porém, desde 22 de janeiro de 1977, quando foi publicado no BOE o Real Decreto com títulos e nomes que correspondem ao herdeiro do trono. Formado em Direito pela Universidade Autónoma de Madrid, e com um MBA em Relações Internacionais na Universidade de Georgetown, em Washington, Felipe de Borbón é desde julho de 2009 um tenente-coronel dos exércitos de terra e ar e comandante da Marinha. Surgiu em público pela primeira vez em novembro de 1975, após a proclamação do rei Juan Carlos e, desde que completou os estudos e formação militar, tem desenvolvido uma crescente atividade pública. Em 1981 presidiu ao seu primeiro ato oficial, discursando na entrega do Prémio Príncipe das Astúrias. Cinco anos depois, foi empossado perante os tribunais para executar fielmente os seus deveres e respeitar e fazer respeitar a Constituição, como prevê o artigo 61 da Constituição. (Felipe de Bourbon, filho de Juan Carlos, reinará como Felipe VI) RAJOY CONFIA NA EXPERIÊNCIA DO PRÍNCIPE O presidente do Governo espanhol considerou hoje que a preparação, caráter e ampla experiência em assuntos públicos do príncipe Felipe constituem uma "sólida garantia" sobre a forma como cumprirá as funções de chefe de Estado. Rajoy, que hoje disse ter sido informado pelo rei Juan Carlos que abdicava a favor do filho, considerou que "o desempenho como chefe de Estado" de Felipe de Borbón (que será empossado como Felipe VI) "estará à altura das expetativas". "A sua preparação, caráter e ampla experiência em assuntos públicos que foi adquirindo nos últimos 20 anos constituem uma sólida garantia de que o seu desempenho como chefe de Estado estará à altura das expectativas", comentou.
TRÂMITES PARA A FORMALIZAÇÃO DA SUCESSÃO ARRANCAM TERÇA-FEIRA O processo constitucional para a sucessão do rei de Espanha, Juan Carlos, pelo seu filho Felipe, arranca na terça-feira com uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros. Fontes parlamentares admitem que, apesar de o calendário não ser conhecido, todo o processo poderá estar concluído dentro de uma semana. Fontes do Governo espanhol confirmaram à Lusa que a reunião extraordinária do Conselho de Ministros terá como único ponto na agenda a aprovação da lei orgânica que fixará o procedimento a seguir para a sucessão, na sequência do anúncio da abdicação. A lei será remetida ao Congresso de Deputados cuja Mesa - órgão de governo da câmara baixa - se reunirá, previsivelmente durante a tarde de terça-feira, para debater a lei orgânica, abrindo depois prazos para que os grupos parlamentares apresentem emendas, após o que a lei subirá ao plenário do parlamento onde terá de ser aprovada por maioria absoluta dos deputados. A lei passará depois para o Senado, a câmara alta do parlamento, onde se seguirá o mesmo procedimento. Depois de aprovada de forma definitiva nas Cortes, a lei será publicada no Boletim Oficial de Estado, momento em que se torna efetiva a abdicação e no mesmo dia deverá realizar-se a sessão solene das Cortes Gerais em que o príncipe das Astúrias será proclamado rei Felipe VI. Felipe VI prestará depois perante as Cortes um juramento em que se compromete a desempenhar fielmente as suas funções, respeitando e fazendo respeitar a constituição espanhola e as leis e respeitar os direitos dos cidadãos e das comunidades autónomas, como define o artigo 61 da Constituição.
JUAN CARLOS PODERÁ PERDER IMUNIDADE A abdicação de Juan Carlos poderá levar o rei espanhol a perder a imunidade que tem como chefe de Estado e que já impediu, pelo menos por duas vezes, que avançassem queixas por paternidade apresentadas contra o monarca. Especialistas jurídicos confirmam que no momento em que o Boletim Oficial de Estado publicar a abdicação - formalizando esse processo - o rei perderá os privilégios. O artigo 56.1 da Constituição estabelece que "a pessoa do rei é inviolável e não está sujeita a responsabilidade", argumento que juízes em Madrid usaram para arquivar uma queixa por paternidade apresentada duas vezes nos tribunais. Quando for formalizada a abdicação, hoje anunciada, Juan Carlos pode passar a ser perseguido pela justiça, a não ser que se blinde a inviolabilidade, nomeadamente através da lei orgânica que o Conselho de Ministros e, posteriormente, as Cortes, devem aprovar antes da proclamação do sucessor, Felipe de Bourbon. Em novembro do ano passado, uma juíza de Madrid arquivou, com base nestes privilégios do rei, a segunda queixa de paternidade apresentada pelo espanhol Alberto Solá Jiménez contra Juan Carlos. No ano anterior, já Solá e uma mulher belga, Ingrid Jeanne, tinham tentado sem êxito apresentar queixas idênticas, ambas arquivadas pelos tribunais. Na sua mais recente tentativa, Solá pedia, para evitar o conceito de inviolabilidade, que fosse exumado o cadáver do pai de Juan Carlos, por ser o familiar mais próximo em linha ascendente, para realizar as provas de ADN pertinentes. A queixa não avançou e o processo foi arquivado.
FELIPE VI, LETICIA E III REPUBLICA SÃO PRINCIPAIS TENDÊNCIAS NO TWITTER 'O rei abdica, 'Rei Juan Carlos', 'Felipe VI', 'III República', 'Viva o rei', 'Leti' (de Letícia) e 'Coroa de Espanha' são as tendências que predominam neste momento no twitter, no dia histórico da abdicação de Juan Carlos. Os tweets vão desde o agradecimento pelo trabalho feito pelo rei Juan Carlos até a referências ao próximo rei, Felipe VI, ou até desejos para que se instaure uma III República. Muitos dos internautas também fazem retweet da fotografia do rei entregando ao presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, a sua carta de renúncia, assim como informações oficiais divulgadas pela comunicação social que acompanha a situação ao minuto. Um dos tweets com mais êxito foi lançado às 9h41 (mais uma hora em Madrid) e em menos de meia hora já contava com 19,000 retweets. Às 10:48 de Lisboa, mais de uma hora depois da abdicação, já leva mais de 23 mil retweets. O segundo tweet da Casa Real espanhola, lançado às 9h55, 10h55 em Madrid, informava que "D. Juan Carlos abdica da Coroa de Espanha. O Rei dirigirá uma mensagem aos espanhóis através de rádio e televisão." O palácio da Zarzuela (residência oficial dos reis de Espanha) lançou a sua conta de twitter no dia 21 de maio, já tem mais de 76.000 seguidores, fez 38 tweets, segue cinco casas reais europeias, o Congresso, o Senado e o Ministério da Presidência espanhol.
INFANTA LEONOR PRÓXIMA NA SUCESSÃO CASO FILIPE NÃO TENHA UM FILHO A infanta Leonor, filha primogénita de Felipe de Bourbon, que será em breve empossado como rei de Espanha, é a sucessora natural na coroa espanhola mas apenas se o casal não tiver um filho. Felipe de Bourbon chegará, em breve à coroa espanhola, quando estiver concluído o processo para suceder ao pai, Juan Carlos, mas sem que esteja resolvida a reforma constitucional necessária para que a sucessão deixe de discriminar por género. Se a alteração constitucional não avançar, e no caso de nascer um rapaz, seria ele, e não a sua irmã, a ocupar a linha de sucessão diretamente a seguir a Felipe de Bourbon, filho de Juan Carlos. O complexo debate sobre a sucessão na coroa praticamente desapareceu das atenções mediáticas em Espanha, depois de em 2005 e 2006, especialmente aquando da sua segunda gravidez da Princesa das Astúrias ter suscitado essa polémica. A constituição espanhola estabelece que a sucessão no trono se rege pela "ordem regular de primogenitura e representação", dando no entanto preferência a homens. O debate foi lançado aquando do nascimento da Infanta Leonor, a filha primogénita dos Príncipes das Astúrias, em 2005, suscitando a análise do tema por uma comissão de Estudo criada para esse efeito. Em janeiro de 2006, essa comissão avançou com um conjunto de propostas de reformas à Lei Base espanhola, que incluíam mudanças na composição do Senado espanhol e a eliminação da discriminação de género na sucessão da Coroa. A proposta pretende que a discriminação seja eliminada apenas a partir dos filhos do Príncipe Felipe de Bourbon, obrigando a que esse facto seja diretamente explicado na Constituição. "A Coroa de Espanha é hereditária nos sucessores de Juan Carlos I de Bourbon, legítimo herdeiro da dinastia histórica. A sucessão ao trono corresponde ao seu filho, o príncipe herdeiro Felipe de Borbón e, depois, aos sucessores de este", referia essa proposta para o novo artigo 57.1. Essa sucessão, nota ainda o texto proposto, deve seguir "a ordem regular de primogenitura e representação, sendo preferida sempre a linha anterior às posteriores; na mesma linha, o grau mais próximo ao mais remoto; e no mesmo grau, a pessoa de mais idade à de menos".
POPULARIDADE DA MONARQUIA EM BAIXA O rei Juan Carlos abdicou numa altura que é um dos piores momentos da popularidade da monarquia espanhola, tendência que se consolida desde 2011. Nos últimos 20 anos, as sondagens feitas aos espanhóis têm demonstrado um cada vez menor grau de confiança na monarquia ainda que só desde finais de 2011 essa opinião começou a merecer 'nota negativa'. O barómetro mais recente do Centro de Investigações Sociológicas (CIS) - principal referente em Espanha sobre as opiniões dos espanhóis em temas centrais como a política ou a economia - refere que em abril último os espanhóis davam uma nota de 3,72 (em 10) à monarquia. Uma ligeira melhoria face aos 3,68 de abril do ano passado mas longe da aprovação de 7,46 que registava em março de 1994 desde quando tem vindo, salvo ligeiras melhorias pontuais, a cair de forma persistente. A crise económica, o processo judicial que envolve a filha do rei, a infanta Cristina e o seu marido, Iñaki Urdangarin, a polémica safari de Juan Carlos no Botsuana e a contestação à falta de transparência da Casa Real têm agravado a opinião dos espanhóis sobre a monarquia. Analistas têm, nos últimos anos, sublinhado o crescente distanciamento entre a cidadania, especialmente a mais jovem, e a monarquia, com a sociedade dividida entre republicanos, monárquicos e 'juancarlistas', os que apoiam o atual rei mesmo não sendo monárquicos. Oficialmente a última sondagem sobre o tema - realizada pela Metroscopia em 2013 - identificava 53% dos espanhóis como monárquicos e apenas 37% como republicanos.
DURÃO BARROSO RECEBEU NOTÍCIA "COM EMOÇÃO" O presidente da Comissão Europeia afirmou ter recebido hoje "com emoção" a notícia da renúncia do trono por parte do rei Juan Carlos. "Obreiro e defensor da democracia, o Rei Juan Carlos I foi um apoiante fundamental do europeísmo e da modernidade em Espanha durante os 39 anos do seu reinado", disse José Manuel Durão Barroso, acrescentando que a Espanha atual deve muito ao monarca, uma "figura histórica". O presidente do executivo comunitário indica, numa declaração divulgada em Bruxelas, que, "pessoalmente e em nome da Comissão", quer expressar a sua "profunda admiração" pelos valores encarnados por Juan Carlos: "representa para todos os europeus um exemplo que continua a inspirar-nos". Por fim, Durão Barroso afirma-se "convicto de que o futuro rei Felipe VI enfrentará com grande sentido de responsabilidade as atuais necessidades de Espanha, garantindo, com a sua personalidade e a sua preparação, a continuação do trabalho do seu antecessor".
CAVACO SILVA DESEJA FELICIDADES PARA A "NOVA ETAPA DE UM ADMIRÁVEL PERCURSO DE VIDA" O Presidente da República Portuguesa enviou ao rei de Espanha uma mensagem a propósito do anúncio de que iria abdicar do trono. Aníbal Cavaco Silva lembra "o apreço e a estima particular" que Juan Carlos sempre manifestou pelos portugueses e as diversas visitas que efetuou a Portugal. "Quero, nesta ocasião, sublinhar a vossa majestade o profundo reconhecimento de Portugal pelo seu empenho pessoal no reforço das relações entre os nossos dois países, um relacionamento assente nos históricos laços de amizade que unem os nossos povos", lê-se na mensagem divulgada no 'site' da Presidência da República. Na mensagem, onde Cavaco Silva se dirige a Juan Carlos como "majestade, querido amigo", o Presidente da República deseja também as maiores felicidades para os reis de Espanha "nesta nova etapa de um admirável percurso de vida", após trinta e nove anos de "um reinado inteiramente dedicado a Espanha e ao bem comum do seu povo".
HOLLANDE QUALIFICA JUAN CARLOS DE "ARTESÃO DA TRANSIÇÃO" O Presidente francês, François Hollande, destacou hoje o "papel determinante" que o rei Juan Carlos desempenhou no início da democracia espanhola, afirmando que o monarca foi um "artesão da transição". "Artesão da transição após a ditadura franquista [regime liderado por Francisco Franco entre 1939 e 1976], conduziu o país num caminho de liberdades civis e políticas, da integração europeia e da modernidade", referiu num comunicado divulgado pelo Eliseu (sede da Presidência francesa). Segundo a mesma fonte, o chefe de Estado francês conversou ao telefone com Juan Carlos e falaram sobre a decisão do monarca de abdicar do cargo de rei de Espanha. "França garante ao Governo e ao povo espanhol toda a amizade e apoio neste momento importante da vida do país", afirmou Hollande, acrescentando ainda que, durante os 39 anos de reinado, Juan Carlos encarnou "a Espanha democrática".
CAMERON DESTACA PAPEL DO REI NA TRANSIÇÃO O primeiro-ministro britânico, David Cameron, destacou hoje, numa carta enviada ao seu homólogo espanhol, Mariano Rajoy, o quanto Juan Carlos fez pela transição para a democracia em Espanha. "Aproveito esta oportunidade para prestar homenagem ao rei Juan Carlos, que tanto fez durante o seu reinado para ajudar na transição bem sucedida de Espanha para a democracia e tem sido um grande amigo da Grã-Bretanha", disse Cameron na carta, citada pela imprensa inglesa. A imprensa questionou também o porta-voz de Cameron sobre o facto de vários monarcas europeus terem abdicado, e o primeiro-ministro afirmou esperar que Isabel II continue no trono. "O primeiro-ministro deseja (à rainha) o mais longo e feliz dos reinados", disse. Isabel II cumpriu 88 anos em abril e o seu filho, Carlos, príncipe de Gales, é, como 65 anos, o herdeiro mais velho de todas as casas reais do mundo.
DUARTE PIO ATRIBUI RAZÃO A PROBLEMAS DE SAÚDE O duque de Bragança considerou hoje que a decisão do rei de Espanha de abdicar do trono se deveu a problemas de saúde e defendeu que o sucessor tem vantagens em relação a Juan Carlos. A razão da decisão do rei espanhol é, para Duarte Pio de Bragança, explicada pelas dificuldades que Juan Carlos tem sentido nos últimos tempos em cumprir a sua missão. "Basta ver as fotografias dele, os problemas de saúde, a dificuldade em deslocar-se", afirmou o pretendente ao trono português, em declarações à Lusa. "Cumprir as missões que tem cumprido tem sido um grande sacrifício pessoal", sublinhou, acrescentando que o rei de Espanha também teve "bons exemplos" na Europa. "O rei da Bélgica, a rainha da Holanda, o próprio papa abdicaram quando acharam que a sua saúde não estava em condições para cumprirem as suas missões", lembrou. Para Duarte Pio de Bragança, o rei de Espanha teve um papel fundamental na História daquele país, conseguindo que a transição para a democracia fosse feita de forma pacífica. "Creio que a grande vantagem da monarquia em países como a Espanha e como a Suécia é que a transição da chefia de Estado é feita de uma maneira tranquila, sem lutas políticas e com uma continuidade que permite ao futuro chefe de Estado continuar a obra que o pai fez", defendeu, adiantando que a Espanha deve ao atual rei "uma grande gratidão". "Juan Carlos evitou os conflitos que, por exemplo, tivemos em Portugal na transição para a democracia - que foi extremamente violenta, com grande destruição da economia, com milhares de mortos nos países que são hoje da CPLP, verdadeiros genocídios com a independência", referiu. "Em Espanha, a transição fez-se de uma maneira pacífica e o rei sempre manteve a unidade nacional, que é muito questionada hoje pela Catalunha e pelos bascos", disse.
BISPOS AGRADECEM POR "TRABALHO AO SERVIÇO" DO PAÍS A Igreja Católica espanhola agradeceu ao rei Juan Carlos o seu "trabalho ao serviço" de Espanha, depois de conhecer hoje a decisão do monarca de abdicar a favor do seu filho, o príncipe das Astúrias. O secretário-geral e porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), José María Gil Tamayo, adiantou que ao longo do dia o comité executivo da organização tornará pública a sua posição oficial a propósito da decisão de Juan Carlos, hoje anunciada. No entanto, Gil Tamayo transmitiu o "agradecimento e reconhecimento profundo" da CEE à tarefa desempenhada pelo rei nas quatros décadas de "serviço e de entrega generosa à nação". O porta-voz dos bispos, que participava numa conferência de imprensa sobre o Dia da Caridade, expressou ainda a sua "confiança ao sucessor", Felipe de Bourbon.
PROCESSO POLÍTICO NA CATALUNHA SEM MUDANÇAS O presidente do Governo regional da Catalunha considerou hoje que apesar de haver uma mudança do rei de Espanha "não haverá mudanças no processo político catalão" que, considerou, deverá levar a "um voto pacífico" a 9 de novembro. "Haverá mudança de rei mas não no processo político que o povo da Catalunha está a seguir para que a 9 de novembro possamos decidir o nosso futuro coletivo", afirmou Artur Mas, numa referência ao referendo sobre a independência catalã, também há uma nação catalã e o melhor para a Catalunha é que haja essa possibilidade de decidir livre, democrática e pacificamente o nosso futuro como nação", disse Artur Mas o "máximo respeito", assegurando que isso não altera os planos na Catalunha. "Pedimos a todas as instituições, todas, que respeitem a vontade do povo catalão de decidir livremente o seu futuro coletivo, que tenham uma atitude de respeito mútuo, diálogo permanente e leal colaboração", afirmou.
AZNAR DIZ QUE FELIPE É GARANTIA PARA A DEMOCRACIA O ex-primeiro-ministro espanhol José María Aznar considerou hoje que a renúncia do rei Juan Carlos "é um ato de responsabilidade e generosidade" e que o príncipe Felipe é uma garantia "tão sólida" para a democracia como o pai. Para Aznar, a decisão do rei deve ser entendida "como uma expressão concludente da sua vontade de fazer em cada caso aquilo que melhor serve os interesses de Espanha, do seu sistema democrático e da instituição monárquica", segundo um comunicado citado pela agência
EFE. O ex-chefe de governo (1996-2004) considerou que o rei demonstra "uma trajetória de relevância histórica como poucas na monarquia espanhola" e que os espanhóis lhe devem "o impulso decisivo da reconciliação em democracia e da estruturação da realidade nacional de Espanha".
PP AGRADECE "VOZ DE DIÁLOGO E CONSENSO" A secretária-geral do Partido Popular (PP) espanhol agradeceu hoje o trabalho do rei Juan Carlos, destacando a "voz de consenso, diálogo e responsabilidade" que o monarca sempre manteve durante o seu reinado. "A democracia espanhola, o processo da nossa nação nas últimas décadas, não se podem entender sem a figura de Juan Carlos. Soube ser rei de todos os espanhóis e referência para todos os espanhóis num momento chave como foi a transição" da ditadura franquista para a democracia, afirmou María Dolores de Cospedal. "Um chefe de Estado equilibrado, representativo e próximo, para lá de crises económicas, sociais e acontecimentos de todo o tipo" afirmou a líder do PP, destacando o apoio que Juan Carlos sempre teve da rainha Sofia. Para Cospedal, o rei, que hoje anunciou a sua abdicação, representou "o necessário ponto de encontro para que a convivência de todo os espanhóis fosse possível".
GARANTE DA INTEGRIDADE DO ESTADO O secretário-geral do PSOE considerou hoje que o Juan Carlos foi o garante da integridade do Estado espanhol, "ajudando a preservar o funcionamento das instituições", sendo a sua abdicação um dos factos políticos mais importantes da democracia. "A decisão de sua majestade o rei é um dos factos políticos mais importantes de toda a nossa história da democracia. Culmina assim um reinado marcado pelo seu compromisso inabalável com a democracia, direitos e liberdades de todos os espanhóis", afirmou Alfredo Pérez Rubalcaba. Numa declaração institucional na sede do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), em Madrid, Rubalcaba elogiou o trabalho de Juan Carlos durante os seus 39 anos de reinado, considerando que foi um "fator chave" na coesão de todos "em torno a um esforço coletivo de paz, liberdade e bem-estar social". "Provavelmente, o melhor período da nossa história moderna", disse, desejando êxito ao sucessor na coroa, o príncipe Felipe de Bourbon. Rubalcaba destacou "o afeto e proximidade" para com os espanhóis, referindo "o seu respeito pela autonomia do poder político e da vontade dos espanhóis expressa nas urnas" e "o seu esforço diário e atenção para as questões de governação e as preocupações dos cidadãos". Considerando o monarca "como o melhor embaixador da Espanha no mundo internacional", Rubalcaba disse que agora chega o momento de seguir os trâmites constitucionais, que abrem uma nova era.
EX-MINISTRA DA DEFESA ELOGIA DECISÃO A ex-ministra espanhola da Defesa do governo socialista Carme Chacón elogiou hoje a decisão do rei Juan Carlos que vai abdicar em nome do filho, considerando que o monarca "está certo" ao passar a coroa à nova geração. De acordo com Chacón, citada pela EFE, Juan Carlos "percebeu a situação do país e compreendeu que deveria dar passagem a uma nova geração". Chacón disse domingo, através da rede social Twitter que não se vai apresentar como candidata ao cargo de secretário-geral do PSOE, acrescentado que "se reserva" para as primárias sobre a liderança dos socialistas espanhóis.
ZAPATERO CONFIANTE QUE FOI A "DECISÃO CERTA" O ex-presidente do Governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero mostrou-se hoje confiante que o rei tomou a "decisão certa" ao abdicar, como o fez aquando da transição democrática, abrindo assim "um novo capítulo" na vida pública espanhola. Zapatero, que disse saber da decisão de Juan Carlos "há algumas semanas", manifestou o seu "maior respeito" pela opção tomada pelo rei, considerando que os seus argumentos "estão bem fundamentados". Na sua opinião, trata-se de um processo de decisão "muito pessoal" do rei tomado "muito a pensar no Príncipe" que "por idade e preparação está num muito bom momento" e tem "energia e perspetiva para servir o país e continuar a consolidar a democracia e a liberdade". Para Zapatero, o 'timing' da decisão teve a ver com o facto de ocorrer num período em que não há eleições até daqui a um ano. Apesar disso, Zapatero reconheceu que escolher o momento para uma "decisão histórica" como esta tem as suas "dificuldades".
ALFONSO GUERRA CONSIDERA ERRADO PENSAR EM II REPÚBLICA O ex-presidente do Governo espanhol Alfonso Guerra considerou hoje que "não é acertado" colocar a possibilidade de instaurar, em Espanha, a III República porque, disse, o país "necessita de estabilidade". O atual deputado socialista comentou assim, em declarações à televisão Cuatro, a notícia da abdicação do rei. "Há que medir-se as situações e, às vezes, os desejos de uns podem não coincidir com o benefício coletivo", disse, considerando que a "rutura" sobre a forma de Estado não dará estabilidade. Alguns setores da sociedade espanhola têm vindo a reivindicar, nos últimos anos, um referendo sobre a mudança do sistema de Governo em Espanha. Hoje mesmo o cabeça de lista da Izquierda Unida (IU) às eleições europeias, Willy Meyer, exigiu a realização de um referendo com caráter vinculativo para que os espanhóis optem entre o atual modelo de monarquia parlamentar ou a república.
CHEFE DO GOVERNO BASCO FALA EM OPORTUNIDADE PARA A REGIÃO O chefe do Governo basco, Iñigo Urkullu, afirmou hoje que a abdicação do rei abre "uma oportunidade" para procurar resolver a "questão basca" e encontrar um novo encaixe do País Basco no Estado. "É uma oportunidade para atualizar os direitos históricos do País Basco através da abordagem aberta do reconhecimento binomial dos direitos históricos e da aliança com a Coroa", disse Urkullu que falava em Barakaldo. Urkullu manifestou a sua "total disponibilidade" para cooperar "nesta nova era que se abre para o aprofundamento da democracia, da liberdade e da convivência". Depois de destacar o seu "respeito absoluto" pela decisão do rei, Urkullu considerou que a sua abdicação fecha um ciclo cujo "marco", foi a aprovação da Constituição em 1978, e abriu um "novo tempo" onde pode ser abordada "a questão basca" que "ainda não" foi resolvida.
"NOVA IMAGEM DE UM PRODUTO QUE JÁ ESTÁ PODRE" O ex-coordenador da Izquierda Unida (IU), Julio Anguita, disse hoje que a decisão do rei Juan Carlos, que vai abdicar em nome do filho Felipe, "é uma nova imagem de um produto que já está podre". Julio Anguita disse à EFE que a decisão do rei hoje anunciada pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy "é uma manobra para que a oligarquia do franquismo continue a ser representante do poder". O antigo coordenador da IU recordou que acontece dias depois do antigo chefe de governo socialista, Felipe Gonzalez, sugerir um governo de coligação entre o PP e o PSOE e depois das eleições de 25 de maio, em que os dois partidos "perderam apoio", e após os "escândalos que envolvem a coroa". Segundo Anguita, os interesses económicos, políticos e sociais de Espanha "precisam de relançar o bipartidarismo sobre bases mais elevadas".
MANIFESTAÇÃO PRÓ-REPUBLICANA CONVOCADA NAS REDES SOCIAIS Pouco depois da decisão da abdicação de Juan Carlos ter sido conhecida, começaram a circular nas redes sociais convocatórias para um protesto na Puerta del Sol em Madrid, esta segunda-feira às 22h00 (21h00 em Lisboa). A convocatória do protesto rapidamente se alargou a manifestações idênticas em pelo menos 20 cidades. "Depois da abdicação do rei da Espanha, o seu filho mais velho (e masculino) será declarado o novo Rei, por herança. Dada esta anormalidade democrática, as redes sociais responderam convocando protestos em todo o país para pedir um referendo sobre a monarquia", refere uma das notas distribuídas. "Após 39 anos de falsa democracia, após 39 anos de monarquia, cai o bipartidarismo e cairá a monarquia. Agora chegou o tempo de um processo constitucional e uma democracia real", explica. Fonte da Delegação do Governo, em Madrid, afirmou ainda não ter recebido, para já, qualquer pedido de autorização de um protesto na Puerta del Sol. Os convocantes, explicou a fonte da delegação, podem solicitar o procedimento de urgência e, caso não o façam, a manifestação será considerada ilegal.
IZQUIEDA UNIDA, EQUO E PODEMOS PEDEM REFERENDO Izquierda Unida, Equo e Podemos pediram hoje a realização de um referendo sobre o modelo de Estado em Espanha. As três forças políticas pronunciaram-se de forma idêntica, pouco depois do chefe do Executivo, Mariano Rajoy, ter anunciado a decisão do rei e defenderam que o momento deve servir para consultar os cidadãos sobre se preferem viver numa monarquia ou numa república. O eurodeputado da Izquierda Unida (IU) Willy Meyer disse à agência Efe que a "democracia do século XXI exige que se convoque um referendo com carácter vinculativo para que o povo decida se quer a monarquia ou a república". A Equo, através da rede social Twitter comunica que "é o momento de se dar voz à cidadania para que se decida qual o modelo de Estado" porque, acrescenta, a decisão do rei "não deve encarar-se como uma simples sucessão mas sim uma alternativa democrática, através de um processo constitucional, que inclua um referendo que permita escolher entre a monarquia e a república". O deputado Joan Baldoví do Equo apresentou mesmo uma proposta nesse sentido no Parlamento, hoje, em Madrid. Pablo Iglesia, o líder do Podemos - que elegeu cinco eurodeputados, nas eleições de 25 de maio - disse à estação de televisão Cuatro que a "democracia implica o voto das pessoas" e sendo assim, se o governo entende que Felipe de Bourbon tem a confiança dos cidadãos, deve convocar um referendo. Iglesias disse que os socialistas do PSOE devem demonstrar valentia e não apoiar a lei orgânica necessária para formalizar o processo que permite ao rei abdicar para que "o povo" se pronuncie.
RAINHA SOFIA, AO LADO DO REI HÁ 52 ANOS A rainha de Espanha recebe a abdicação do rei Juan Carlos, com quem está casada há 52 anos, numa etapa da sua vida marcada pelo aumento da sua atividade pública e uma especial dedicação à família. Sofia, de 75 anos, intensificou a sua atividade oficial nos últimos anos, sem se esquecer de dedicar algum tempo também à família real, especialmente após as intervenções cirúrgicas do rei. Após 52 anos de casamento com o monarca, a rainha ocupa um papel relevante, acompanhando Juan Carlos nos atos constitucionais em que a sua presença e requerida, e por vezes individualmente. Primogénita do rei Pablo da Grécia, casou no dia 14 de maio de 1962 em Atenas com Juan Carlos, tendo desta união três filhos: a infanta Elena, em 1963, Cristina, em 1965 e Felipe, em 1968, que é desde 1977 o príncipe das Astúrias. Após a acusação de Iñaki Urdagarin, marido de Cristina, no caso de corrupção Nóos e a viagem de caça do rei ao Botswana, na sequência da qual surgiram polémicas fotografias de Juan Carlos junto ao cadáver de um elefante, a rainha tem-se esforçado por demonstrar o seu lado de mãe e avó. Sofia tem também procurado patrocinar entidades de solidariedade, assim como de promoção de cultura. Já esteve em 34 países em 17 anos e o seu principal compromisso é com a Fundação Rainha Sofia, entidade a que preside desde 1977 e com uma atividade que cresce todos os anos. Durante os últimos 20 anos à frente da Fundação, tem promovido projetos educativos, sanitários e humanitários para ajudar crianças, adultos, imigrantes e incapacitados na península Ibérica, África e Médio Oriente, mas também em Espanha, onde nos últimos anos tem oferecido um apoio crescente aos mais afetados pela crise económica.
LETIZIA ORTIZ, DE JORNALISTA A RAINHA Letizia Ortiz, uma antiga apresentadora de televisão proveniente de origens modestas, irá quebrar o molde tradicional de rainhas de Espanha assim que for coroada ao lado do marido, o príncipe Felipe de Borbón. Letizia Ortiz Rocasolano nasceu a 15 de setembro de 1972 em Oviedo, Astúrias e estudou Comunicação Social na Universidade Complutense de Madrid antes de ir para o México fazer um mestrado que não terminou, tendo acabado por trabalhar num jornal local. Antes de se juntar à família real, Letizia Ortiz já era uma cara conhecida dos espanhóis como jornalista da TVE. Anteriormente tinha trabalhado para a agência de notícias EFE e para o jornal ABC, com passagem pela agência Bloomberg e pela CNN+, até chegar à televisão estatal. Ortiz casou-se a 22 de maio de 2004 com o príncipe herdeiro ao trono, Felipe de Bourbon, que irá agora tornar-se rei de Espanha. Felipe é cinco anos mais velho que a mulher, que já tinha sido casada anteriormente. Letizia Ortiz será a primeira rainha espanhola depois de Maria das Mercedes de Orleães e Bourbon, a primeira mulher do bisavô de Felipe, Alfonso XIII, que morreu em 1904. A rainha Sofia, mulher de Juan Carlos, é grega de nascimento. A atitude de Letizia Ortiz é uma das suas principais características, apesar de ter tido dificuldades a ganhar a simpatia dos espanhóis, algo que mudou com o suicídio da sua irmã mais nova, Erika, em fevereiro de 2007. "Obrigado a todos que sentiram tristeza pela morte da minha irmã mais nova", disse Letizia Ortiz após o funeral. Ortiz conheceu o príncipe na Galiza, em novembro de 2002, enquanto cobria o desastre ambiental causado pelo naufrágio do navio petroleiro Prestige. "Letizia abriu o espírito de Felipe", escreveu o autor Andrew Morton no seu livro sobre a família real espanhola, citando um membro da família Ortiz. O pai de Letizia, Jesus Ortiz, também ele jornalista, descreve a filha como uma "perfecionista com a cabeça no sítio", algo corroborado pela sua mãe, Paloma Rocasolano, enfermeira e sindicalista num hospital de Madrid.
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/internacional/mundo/rei-juan-carlos-de-espanha-abdica-a-favor-de-uma-nova-geracao
IPC-S desacelera alta a 0,33% em junho, diz FGV
IPC-S desacelera alta a 0,33% em junho, diz FGV
SÃO PAULO (Reuters) - O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerrou junho com avanço de 0,33 por cento, após subir 0,52 por cento em maio, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira.
O indicador mostrou ainda com esse resultado pouca alteração ante a alta de 0,34 por cento na terceira quadrissemana de junho.
Na comparação com a terceira quadrissemana de junho, o destaque ficou para o grupo Educação, Leitura e Recreação, cujo avanço desacelerou a 0,36 por cento ante 0,58 por cento.
Nesta classe de despesa, a FGV citou o item salas de espetáculo, cuja taxa passou de alta de 0,95 por cento para queda de 0,50 por cento.
Em seu Relatório Trimestral de Inflação, na semana passada, o Banco Central piorou seu cenário para a inflação neste ano, mas argumentou que ela entrará em convergência para a meta à frente.
O BC vê que o IPCA subirá 6,4 por cento neste ano pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 6,1 por cento e praticamente no teto da meta do governo --de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.[nL2N0P716A]
(Por Camila Moreira)
SÃO PAULO (Reuters) - O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerrou junho com avanço de 0,33 por cento, após subir 0,52 por cento em maio, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira.
O indicador mostrou ainda com esse resultado pouca alteração ante a alta de 0,34 por cento na terceira quadrissemana de junho.
Na comparação com a terceira quadrissemana de junho, o destaque ficou para o grupo Educação, Leitura e Recreação, cujo avanço desacelerou a 0,36 por cento ante 0,58 por cento.
Nesta classe de despesa, a FGV citou o item salas de espetáculo, cuja taxa passou de alta de 0,95 por cento para queda de 0,50 por cento.
Em seu Relatório Trimestral de Inflação, na semana passada, o Banco Central piorou seu cenário para a inflação neste ano, mas argumentou que ela entrará em convergência para a meta à frente.
O BC vê que o IPCA subirá 6,4 por cento neste ano pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 6,1 por cento e praticamente no teto da meta do governo --de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.[nL2N0P716A]
(Por Camila Moreira)
São Francisco de Assis
São Francisco de Assis
São Francisco de Assis nasceu em Assis, Itália, em 1182. Era filho de Pedro Bernardone, um rico comerciante, e Pia, de família nobre da Provença. Na juventude, Francisco era muito rico e esbanjava dinheiro com ostentações. Porém, os negócios de seu pai não lhe despertaram interesse, muito menos os estudos. O que ele queria mesmo era se divertir. Porém, São Boaventura, seu contemporâneo, escreveu sobre ele: “Mas, com o auxílio divino, jamais se deixou levar pelo ardor das paixões que dominavam os jovens de sua companhia”.
Vida de São Francisco
Na juventude de Francisco, por volta de seus vinte anos, uma guerra começou entre as cidades italianas chamadas Perugia e Assis. Ele queria combater em Espoleto, entre Assis e Roma, mas caiu enfermo. Durante a doença, Francisco ouviu uma voz sobrenatural. Esta lhe pedia para ele "servir ao amor e ao Servo". Pouco a pouco, com muita oração, Francisco sentiu em seu coração a necessidade de vender seus bens e “comprar a pérola preciosa” sobre a qual ele lera no Evangelho.
Certa vez, ao encontrar um leproso, apesar da repulsa natural, venceu sua vontade e beijou o doente. Foi um gesto movido pelo Espírito Santo. A partir desse momento, ele passou a fazer visitas e a servir aos doentes que sem encontravam nos hospitais. Aos pobres, presenteava com suas próprias roupas e também com o dinheiro que tivesse no momento.
O Chamado
Num dia simples, mas muito especial, num momento em que Francisco rezava sozinho na Igreja de São Damião, em Assis, ele sentiu que o crucifixo falava com ele, repetindo por três vezes a frase que ficou famosa: "Francisco, repara minha casa, pois olhas que está em ruínas". O santo vendeu tudo o que tinha e levou o dinheiro ao padre da Igreja de São Damião, e pediu permissão para viver com ele. Francisco tinha vinte e cinco anos.
Pedro Bernardone, ao saber o que seu filho tinha feito, foi busca-lo indignado, levou-o para casa, bateu nele e acorrentou-o pelos pés. A mãe, porém, o libertou na ausência do marido, e o jovem retornou a São Damião. Seu pai foi de novo buscá-lo. Mandou que ele voltasse para casa ou que renunciasse à sua herança. Francisco então renunciou a toda a herança e disse: "As roupas que levo pertencem também a meu pai, tenho que devolvê-las". Em seguida se desnudou e entregou suas roupas a seu pai, dizendo-lhe: “Até agora tu tem sido meu pai na terra, mas agora poderei dizer: ‘Pai nosso, que estais nos céus”.
Renúncia de São Francisco de Assis
Para reparar a Igreja de São Damião, Francisco pedia esmola em Assis. Terminado esse trabalho, começou reformar a Igreja de São Pedro. Depois, ele retirou-se para morar numa capela com o nome de Porciúncula. Ela fazia parte daabadia de Monte Subasio, cuidada pelos beneditinos. Ali o céu lhe mostrou o que realmente esperava dele.
O trecho do Evangelho da Missa daquele dia dizia: "Ide a pregar, dizendo: o Reino de Deus tinha chegado. Dai gratuitamente o que haveis recebido gratuitamente. Não possuas ouro, nem duas túnicas, nem sandálias...” A estas palavras, Francisco tirou suas sandálias, seu cinturão e ficou somente com a túnica.
Milagres de São Francisco de Assis
Deus lhe concedeu o dom da profecia e o dos milagres. Quando Francisco pedia esmolascom o fim de restaurar a Igreja de São Damião, ele dizia: "Um dia haverá ali um convento de religiosas, em cujo nome se glorificará o Senhor e a Igreja". A profecia se confirmou cinco depois com Santa Clara e suas religiosas. Ao curar, com um beijo, o câncer que havia desfigurado o rosto de um homem, São Boaventura comentou para São Francisco de Assis: "Não se há que admirar mais o beijo do que o milagre?"
Fundação da Ordem dos Frades Menores (O.F.M.)
Francisco começou a anunciar a verdade, no ardor do Espírito de Cristo. Convidou outros a se associarem a ele na busca da perfeita santidade, insistindo para que levassem uma vida de penitência. Alguns começaram a praticar a penitência e em seguida se associaram a ele, partilhando a mesma vida. O humilde São Francisco de Assis decidiu que eles se chamariam Frades Menores.
Surgiram assim os primeiros 12 discípulos que, segundo registram alguns documentos, “foram homens de tão grande santidade que, desde os Apóstolos até hoje, não viu o mundo homens tão maravilhosos e santos”. O próprio Francisco disse em testamento: “Aqueles que vinham abraçar esta vida, distribuíam aos pobres tudo o que tinham. Contentavam-se só com uma túnica, uma corda e um par de calções, e não queriam mais nada”. Os novos apóstolos reuniram-se em torno da pequena igreja da Porciúncula, ou Santa Maria dos Anjos, que passou a ser o berço da Ordem.
A nova ordem religiosa de São Fracisco de Assis
Em 1210, quando o grupo contava com doze membros, São Francisco de Assis redigiu uma regra pequena e informal. Esta regra era, na sua maioria, os conselhos de Jesus para que possamos alcançar a perfeição. Com ela foram à Roma apresentá-la ao Sumo Pontífice. Lá, porém,relutavam em aprovar a nova comunidade. Eles achavam que o ideal de Francisco eramuito rígidoa respeito da pobreza. Por fim, porém, um cardeal afirmou: "Não podemos proibir que vivam como Cristo mandou no Evangelho".
Receberam a aprovação e voltaram a Assis, vivendo na pobreza, em oração, em santa alegria e grande fraternidade, junto a Igreja da Porciúncula. Mais tarde, Inocêncio III mandou chamar São Francisco de Assis e aprovou a regra verbalmente. Logo em seguida o papa impôs a eles o corte dos cabelos, e lhes enviou em missão de pregarem a penitência.
São Francisco de Assis, um exemplo de vida
São Francisco de Assis manifestava seu amor a Deus por uma alegria imensa, que se expressava muitas vezes em cânticos ardorosos. A quem lhe perguntava qual a razão de tal alegria, respondia que “ela deriva da pureza do coração e da constância na oração”.
A santidade de São Francisco de Assis lhe angariou muitos discípulos e atraiu também uma jovem, filha do Conde de SassoRosso, Clara, de 17 anos. Desde o momento em que o ouviu pregar, compreendeu que a vida que ele indicava era a que Deus queria para ela. Francisco tornou-se seu guia e pai espiritual. Nascia assim a Ordem Segunda dos Franciscanos, a das Clarissas. Depois, Inês, irmã de Clara, a seguia no claustro; mais tarde uma terceira, Beatriz se juntou a elas.
Sabedoria divina
Certa vez, São Francisco de Assis, sentindo-se fortemente tentado pela impureza, deitou-se sem roupas sobre a neve. Outra vez, num momento de tentação ainda mais violenta, ele rolou sobre espinhos para não pecar e vencer suas inclinações carnais.
Sua humildade não consistia simplesmente no desprezo sentimental de si mesmo, mas na convicção de que "ante os olhos de Deus o homem vale pelo que é e não mais". Considerando-se indigno do sacerdócio, São Francisco de Assis apenas chegou a receber o diaconato. Detestava de todo coração o exibicionismo.
Uma vez contaram-lhe que um dos irmãos amava tanto o silêncio que até quando ia se confessar, fazia-o por sinais. São Francisco respondeu desgostoso:"Isso não procede do Espírito de Deus, mas sim do demônio; é uma tentação e não um ato de virtude". Francisco tinha o dom da sabedoria. Certa vez, um frade lhe pediu permissão para estudar. Francisco respondeu que, se o frade repetisse com amor e devoção a oração "Glória ao Pai", se tornaria sábio aos olhos de Deus. Ele mesmo, Francisco, era um grande exemplo da sabedoria dessa maneira adquirida.
São Francisco de Assis e os animais
A proximidade de Francisco com a natureza sempre foi a faceta mais conhecida deste santo. Seu amor universalista abrangia toda a Criação, e simbolizava um retorno a um estado de inocência, como Adão e Eva no Jardim do Éden.
Os estigmas de São Franscisco de Assis
Dois anos antes de sua morte, tendo Francisco ido ao Monte Alverne em companhia de alguns de seus frades mais íntimos, pôs-se em oração fervorosa e foi objeto de uma graça insigne.
Na figura de um serafim de seis asas apareceu-lhe Nosso Senhor crucificado que, depois de entreter-se com ele em doce colóquio, partiu deixando-lhe impressos no corpo os sagrados estigmas da Paixão. Assim, esse discípulo de Cristo, que tanto desejara assemelhar-se a Ele, obteve mais este traço de similitude com o Divino Salvador.
Devoção a São Francisco de Assis
No verão de 1225, Francisco esteve tão enfermo, que o cardeal Ugolino e o irmão Elias o levaram ao médico do Papa, em Rieti. São Francisco de Assis perguntou a verdade e lhe dissessem que lhe restava apenas umas semanas de vida. "Bem vinda, irmã Morte!", exclamou o santo.
Em seguida pediu para ser levado à Porciúncula. Morreu no dia três de outubro de 1226, com menos de 45 anos, depois de escutar a leitura da Paixão do Senhor. Ele queria ser sepultado no cemitério dos criminosos, mas seus irmãos o levaram em solene procissão à Igreja de São Jorge, em Assis.
Ali esteve depositado até dois anos depois da canonização. Em 1230, foi secretamente trasladado à grande basílica construída pelo irmão Elias. Ele foi canonizado apenas dois anos depois da morte, em 1228, pelo Papa Gregório IX. Sua festa é celebrada em 04 de outubro.
Oração a São Francisco de Assis
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
http://www.cruzterrasanta.com.br/
segunda-feira, 30 de junho de 2014
GEOPOLÍTICA INTERNACIONAL O Brasil tem a resposta?
GEOPOLÍTICA INTERNACIONAL
O Brasil tem a resposta?
por HENRIQUE SUBI em 22/jan/2014 • 15:05 3 Comentários
Fonte: New York Times – 20/01/2014 – Por Joe Nocera
Não muito tempo depois que eu voltei de minha recente viagem para o Brasil, eu chamei alguns economistas para conseguir entender melhor onde o país fica economicamente. Para mim, o Rio de Janeiro pareceu uma pequena Xangai: havia muitas lojas de alto padrão em bairro como Ipanema – e muita pobreza nas favelas. Havia também muita coisa entre esses extremos. O que é mais chocante para um visitante é a quantidade de cidadãos de classe média que parecem existir. Havia carros por toda a parte; engarrafamentos, passei a acreditar, são um sinal da classe média crescente. Eles significam que as pessoas têm dinheiro suficiente para comprar automóveis.
O que eu vi não foi ilusão. Apesar de seu ponto de partida ter sido um pouco extremo, o Brasil é um país que viu a desigualdade na distribuição de renda cair na última década. O desemprego está perto de seu recorde mínimo. E o crescimento da classe média é um tanto surpreendente. Para grande parte das estimativas, mais de 40 milhões de pessoas foram tiradas da pobreza na última década; a pobreza extrema, diz o governo, foi reduzida em 89 por cento. O ganho “per capita” continuou a aumentar mesmo com a diminuição do crescimento do PIB.
Não obstante, os economistas com quem falei foram uniformemente grosseiros em relação ao futuro de curto prazo da economia brasileira. Eles apontaram, para começar, para a diminuição do crescimento do PIB, a qual eles não esperam que se recupere tão cedo. A despeito dos enormes ganhos econômicos do país desde o começo do século, houve muito pouco ganho de produtividade para acompanhá-los. Deveras, diversos economistas me disseram que a principal razão do desemprego estar tão baixo é que a economia é terrivelmente ineficiente. Uma parte grande demais da economia está nas mãos do Estado, disseram-me, e, mais ainda, é uma economia baseada em consumo à qual falta o necessário investimento. E por aí vai. Eu fiquei com a impressão que muitos economistas acreditam que o Brasil tem sido mais sortudo do que bom e agora essa sorte está acabando. Em um recente artigo sobre a economia brasileira, o “The Economist” colocou de forma crua: “A deterioração”, dizia sua manchete.
Enquanto eu ouvia os economistas, porém, eu não pude evitar pensar em nossa própria economia. Nosso PIB aumentou mais de 4% no terceiro quadrimestre de 2013 e, claro, nossa produtividade aumentou implacavelmente. Mas, apesar do crescimento, apenas recentemente o desemprego caiu para menos de 7 por cento. E a classe média está sendo lenta, mas certamente, eviscerada – graças, ao menos em parte, a esses ganhos de produção. A desigualdade financeira tornou-se um fato da vida nos Estados Unidos e, enquanto políticos negam tal fato, eles parecem incapazes de fazer algo sobre isso. O que me fez imaginar: a economia de quem vai melhor, na verdade?
Alguns anos atrás, Nicholas Lemann, do “The New Yorker”, escreveu um extenso artigo sobre o Brasil, no qual ele citou um e-mail que recebeu da Presidenta do país, Dilma Rousseff. “O principal objetivo do desenvolvimento econômico precisa sempre ser a melhora nas condições de vida”, ela disse a ele. “Você não pode separar os dois conceitos”.
Em outras palavras, o Governo confessadamente de esquerda do Brasil não gasta um monte de tempo se preocupando com o crescimento puro e simples, ao contrário, conecta-o com a redução da pobreza e o aumento da classe média. Com isso, ele tem um alto salário mínimo, por exemplo. Ele tem leis que tornam extremamente difícil demitir um empregado preguiçoso. Ele controla o preço da gasolina, ajudando a manter o ato de dirigir acessível.
E o mais chocante de tudo – ao menos para o ponto de vista de um americano – pelos últimos 10 anos o Brasil teve um programa chamado Bolsa Família, o qual essencialmente entrega dinheiro a mães pobres. Em retorno, elas devem garantir que seus filhos vão à escola e sejam avaliados pelos serviços de saúde pública. Ninguém questiona que o Bolsa Família foi extremamente efetivo na redução da pobreza.
Em contrapartida, aqui nos Estados Unidos, o Congresso acabou de negar a extensão do seguro-desemprego. As leis agrícolas vislumbram cortar o vale-refeição. Vários outros programas voltados a ajudar os pobres ou desempregados foram reduzidos. Mesmo aqueles que se opõem a tais cortes sem coração afirmam que, tão logo a economia esteja de volta, tudo ficará bem novamente. O crescimento tomará conta de tudo. Assim, nos EUA, nós tendemos a ver o crescimento econômico menos como um meio para um fim do que como um fim em si mesmo.
É possível, claro, que a economia brasileira bata contra a parede e alguns desses ganhos sejam revertidos. Uma nova ênfase em investimento e empreendedorismo pode evitá-lo. Os protestos espontâneos do último verão* foram resultado de uma nova classe média querendo aquelas coisas que a classe média sempre quer: melhores serviços, escolas de boa qualidade, menos corrupção. Ainda assim, o exemplo brasileiro levanta uma questão que nós não perguntamos muito nesse país: qual a vantagem do crescimento econômico se ninguém tem trabalho?
Nota: lembramos que as matérias aqui espelhadas são traduções literais dos textos encontrados na imprensa internacional e nem sempre espelham a nossa opinião. Esse, por exemplo, chamou nossa atenção por ser um americano que contesta o modelo econômico do próprio país e toma como base o Brasil. Isso é raro de encontrar.
* Refere-se à estação do ano na América do Norte. As manifestações foram em junho, começo do inverno aqui no Brasil.
http://www.estudeatualidades.com.br/2014/01/o-brasil-tem-a-resposta/
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Oscar Wilde
Escritor irlandês
Oscar Wilde
16/10/1854 , Dublin, Irlanda
30/11/1900, Paris, França
O pessimista é uma pessoa que, podendo escolher entre dois males, prefere ambos.
Fonte: O Pensador
http://educacao.uol.com.br/biografias/oscar-wilde.jhtm
Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde, um dos maiores escritores de língua inglesa do século 19, tornou-se célebre pela sua obra e pela sua personalidade. Sofisticado, inteligente, dândi, adepto do esteticismo (da "arte pela arte"), escreveu contos ("O Crime de Lord Arthur Saville"), teatro ("O Leque de Lady Windermere"), ensaios ("A alma do homem sob o socialismo"), e romances ("O Retrato de Dorian Gray").
Oscar Wilde era filho de um médico, Sir William Wilde e de uma escritora, Jane Francesca Elgee, defensora do movimento da Independência Irlandesa. Desde criança Oscar Wilde esteve sempre rodeado por grandes intelectuais. Criado no protestantismo, destacou-se nos estudos das obras clássicas gregas e no conhecimento dos idiomas.
Em 1882, foi convidado para ir aos Estados Unidos para falar sobre o seu recém criado Movimento Estético, com as idéias de renovação moral. Defendia o "belo" como única solução contra tudo o que considerava maléfico à sociedade. Esse movimento visava transformar o tradicionalismo na época vitoriana, dando um tom de vanguarda às artes.
No ano seguinte foi para Paris, e, em contato com o mundo literário francês, seu movimento acabou por se enfraquecer. Em seguida, retornou para a Inglaterra, onde se casou com Constance Lloyd e foi morar em Chelsea, um bairro de artistas. O casal teve dois filhos, mas mesmo após o casamento, Oscar continuou frequentando todas as rodas literárias, espalhando glamour e comentários nos eventos sociais em que comparecia, sempre elegante e extravagante.
Em 1880 lançou "Vera", um texto teatral bem sucedido. Chegou a ter três peças em cartaz simultaneamente nos teatros ingleses.Em seguida publicou uma coletânea de poemas. Em 1887 e 1888, seu período mais produtivo, lançou vários contos e novelas, como "O Príncipe Feliz", "O Fantasma de Canterville" e outras histórias.
Em 1891, lançou sua obra prima, "O Retrato de Dorian Gray", que retrata a decadência moral humana. No entanto, no seu apogeu literário, começaram a surgir os problemas pessoais. O que antes eram boatos quanto a uma suposta vida irregular, passaram a se concretizar, dando início à decadência pessoal do escritor. Apareceram rumores sobre sua homossexualidade, (severamente condenada por lei na Inglaterra), que não puderam mais serem negados. Oscar se envolveu com Lord Alfred Douglas (ou Bosie), filho do Marquês de Queensberry, que sabendo do relacionamento, enviou uma carta a Oscar Wilde, no Albermale Club, onde o ofendia e recriminava já no sobrescrito: "A Oscar Wilde, conhecido Sodomita".
O escritor decidiu processar o Marquês por difamação. Depois tentou desistir do processo, mas era tarde demais e as provas da sua vida sexual desregrada começam a aparecer. Um novo processo contra ele foi instaurado. Sua fama começou a desmoronar. Suas obras e livros foram recolhidos e suas comédias retiradas de cartaz. O que lhe restava foi leiloado para as despesas do processo judicial. Acabou passando dois anos na prisão, que lhe renderam obras comoventes como "A Balada do Cárcere de Reading" (1898) e "De Profundis", uma longa carta ao Lord Douglas.
Ao sair da prisão, retirou-se para Paris, onde adotou o pseudônimo de Sebastian Melmouth e onde passou o resto dos seus dias, em hotéis baratos, embriagando-se com absinto.
sábado, 14 de junho de 2014
sexta-feira, 13 de junho de 2014
Holanda destrói Espanha por 5 x 1 na reedição da final de 2010
Holanda destrói Espanha por 5 x 1 na reedição da final de 2010
Técnico espanhol Vicente Del Bosque consola jogadores durante partida contra Holanda, na qual a Espanha foi derrotada por 5 x 1 na Arena Fonte Nova, em Salvador. 13/6/2014 REUTERS/Michael Dalder
Por Neil Maidment
SALVADOR (Reuters) - Dois gols de Robin van Persie e outros dois de Arjen Robben ajudaram a Holanda a destruir a Espanha, atual campeã mundial e europeia, com uma goleada por 5 x 1 no jogo de abertura o Grupo B da Copa do Mundo, nesta sexta-feira, que reeditou a final da Copa de 2010.
Em um contraste total com a dura final de Copa entre as duas seleções em 2010, vencida por 1 x 0 pela Espanha na prorrogação, os holandeses se vingaram com uma performance pulsante, que além dos gols de Van Persie e Robben, também teve um marcado por Srefen de Vrij.
"Eles foram melhores no segundo tempo depois de um primeiro tempo em que jogamos bem", disse o técnico espanhol, Vicente del Bosque à TV espanhola.
"Eles jogaram a bola por cima contra a nossa defesa e encontraram bastante espaço... Continuamos lutando, mas eles foram mais fortes fisicamente com o desenrolar do jogo e isso fez a diferença", disse.
"Agora é uma situação delicada para nós, que vamos tentar e superar na nossa próxima partida contra o Chile e então ver o que acontece."
A Espanha, que além de atual campeã do mundo venceu as Eurocopas de 2008 e 2012, abriu o placar aos 27 minutos em um pênalti cobrado por Xabi Alonso, depois do brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa cair na área, após uma dividida com De Vrij. Van Persie empatou com um peixinho espetacular aos 44 minutos.
O atacante holandês superou Sergio Ramos e Jordi Alba para completar de cabeça um lançamento de Daley Blind de peixinho, encobrindo o goleiro Iker Casillas.
Momentos antes do gol de empate de Van Persie, a Espanha desperdiçou uma ótima chance de marcar quando uma tentativa de David Silva foi desviada para escanteio. Reuters Brasil
quinta-feira, 12 de junho de 2014
Com dois gols de Neymar, Brasil bate Croácia de virada por 3 x 1 em estreia na Copa
Com dois gols de Neymar, Brasil bate Croácia de virada por 3 x 1 em estreia na Copa
Neymar comemora gol marcado contra a Croácia na abertura da Copa. REUTERS/Ivan Alvarado
Por Tatiana Ramil
SÃO PAULO (Reuters) - O atacante Neymar comandou a virada da seleção brasileira sobre a Croácia por 3 x 1, nesta quinta-feira, ao marcar dois gols no jogo de abertura da Copa do Mundo, na Arena Corinthians, em São Paulo.
O meia Oscar, que teve um ótimo desempenho, marcou o terceiro gol brasileiro no fim da partida, em que o Brasil saiu atrás no marcador devido a um gol contra de Marcelo -- o primeiro do Brasil na história dos Mundiais.
A seleção brasileira teve dificuldades no confronto e precisou de um pênalti inexistente em Fred, e cobrado por Neymar, para virar o placar, no segundo tempo. Neymar também marcou o primeiro gol do Brasil na Copa, em um chute de fora da área na etapa inicial.
O camisa 10, maior esperança da seleção na Copa do Mundo em casa, foi o jogador mais acionado pelo time comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, deixando o campo muito aplaudido pelos mais de 60 mil torcedores que estiveram no estádio. Ele ainda foi eleito o melhor jogador da partida.
Para a estreia no Mundial, Felipão repetiu o time que foi campeão da Copa das Confederações, no ano passado, com a vitória por 3 x 0 sobre a Espanha, no Maracanã.
No entanto, a equipe pareceu ter iniciado a partida nervosa. Os croatas deram o primeiro chute a gol, logo a 1 minuto de partida, mas sem perigo. Seis minutos depois, a Croácia assustou o goleiro Julio Cesar com um cabeceio de Ivica Olic, que passou rente à trave.
Aos 11 minutos, saiu o gol da Croácia. Olic avançou rápido pela esquerda, não encontrou a marcação de Daniel Alves, e cruzou para a área. Nikica Jelavic desviou de leve e o lateral-esquerdo Marcelo empurrou a bola contra suas próprias redes, marcando o primeiro gol contra da história brasileira em Mundiais. GOLS DE NEYMAR
O Brasil tentou responder aos 15 minutos, mas os atacantes Fred e Neymar não conseguiram empurrar a bola para o gol após cruzamento de Oscar, que atuava pelo lado direito do campo.
O primeiro chute a gol do Brasil foi só aos 21 minutos, quando Paulinho recebeu passe de Oscar dentro da área e chutou forte, mas em cima do goleiro Stipe Pletikosa, que defendeu.
A melhor jogada brasileira aconteceu logo depois. Neymar avançou pela direita, cruzou para dentro da área, mas a zaga croata desviou. No rebote, Oscar deu um lindo chute de perna esquerda, que o goleiro se esticou para defender.
Ao ajudar na marcação, Neymar colocou o braço no rosto de Luka Modric e levou cartão amarelo.
Mas o jogador do Barcelona é bom mesmo no ataque, e empatou o jogo pouco depois, aos 29 minutos. Após receber passe de Oscar no meio-campo, ele se livrou de um marcador e chutou de perna esquerda da entrada da área para marcar. A bola ainda bateu na trave antes de balançar a rede.
No final do primeiro tempo, Hulk teve chance de virar o marcador, mas chutou por cima.
Após começar o jogo de maneira irregular, o Brasil foi se acertando em campo e teve 64 por cento de posse de bola e 10 chutes a gol, contra apenas três da Croácia, no primeiro tempo.
A segunda etapa começou com poucas chances de gols, mas Daniel Alves continuava a deixar espaços pelo lado direito da defesa brasileira. Continuação...
Com dois gols de Neymar, Brasil bate Croácia de virada por 3 x 1 em estreia na Copa
quinta-feira, 12 de junho de 2014 19:49 BRT Imprimir | Uma página [-] Texto [+]
Neymar comemora gol marcado contra a Croácia na abertura da Copa. 12/06/2014 REUTERS/Ivan Alvarado
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Felipão, então, fez sua primeira substituição, colocando Hernanes no lugar de Paulinho aos 18 minutos.
Aos 20, Neymar avançou pelo meio e tomou falta dura de Vedran Corluka, que levou cartão amarelo. Daniel Alves cobrou a falta e mandou a bola por cima do gol.
Para dar mais movimentação ao ataque, o treinador brasileiro colocou Bernard na vaga de Hulk, que teve atuação apagada.
Fred, até então pouco acionado, recebeu passe no centro da área e, numa disputa com Dejan Lovren, caiu. O árbitro japonês Yuichi Nishimura, o mesmo da eliminação do Brasil na Copa de 2010, marcou pênalti. Neymar cobrou, o goleiro croata chegou a tocar na bola, mas ela entrou: 2 x 1.
A partir daí, o jogo ficou nervoso para o Brasil, com os croatas pressionando. Eles chegaram a marcar um gol, mas foi assinalado impedimento no começo da jogada. O goleiro Julio Cesar ainda fez duas defesas, evitando o empate do rival.
A poucos minutos do fim, Neymar foi substituído por Ramires e foi ovacionado ao deixar o gramado.
Quando a seleção se encaminhava para segurar o resultado, Oscar partiu com a bola dominada numa contra-ataque e marcou o terceiro gol, já nos acréscimos, provocando euforia na torcida paulista, normalmente exigente com a seleção e disposta a vaiar. O clima, porém, começou bem entre o time e a torcida brasileira.
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