Konstantinos - Uranus
domingo, 14 de julho de 2013
Pintor holandês Rembrandt
15/7/1606, Leiden, Holanda
4/10/1669, Amsterdã, Holanda
Lição de anatomia de Dr. Tulp 1632
Auto-retrato de um artista que se celebrizou também por retratar-se a si mesmo
Em 1642, o pintor Rembrandt entregou uma obra que pintara sob encomenda. Era a chamada "A Ronda Noturna" (que, hoje se sabe, não era ronda nem noturna). O cliente a rejeitou, acusando o artista de "não ter pintado seu retrato", de ter representado "o cenário de uma ópera bufa" e de ter cobrado um preço "muito alto". Nos debates que se seguiram, o pintor foi enfim acusado de "pintar só o que queria". Talvez por isso, Rembrandt tornou-se um dos mais importantes nomes da história da arte ocidental.
Embora de família humilde, Rembrandt van Rijn recebeu boa instrução. Freqüentou a Universidade de Leiden, mas em 1620 interrompeu os estudos para dedicar-se à pintura. No ano seguinte, foi aprender as técnicas de Jacob van Swanenburg no ateliê desse pintor.
Em 1623, transferiu-se para Amsterdã, tornando-se discípulo de Pieter Lastman. Dois anos depois, pintou seu primeiro quadro conhecido. Voltou para Leiden em 1627, permanecendo quatro anos. Ali, instalou seu primeiro ateliê, iniciando intensa atividade artística. Dessa época datam várias águas-fortes.
Em 1631, estabeleceu-se definitivamente em Amsterdã, obtendo rapidamente grande reconhecimento. No ano seguinte, pintou a famosa "Lição de Anatomia do Dr. Tulp", que lhe rendeu muitas encomendas de retratos e pinturas sacras.
Já famoso, Rembrandt casou em 1634 com Saskia Uylenburgh (com quem teria um filho, Titus). O casal foi morar numa casa confortável no bairro judeu de Amsterdã. O lugar tornou-se centro de reuniões sociais, abrigando um belo acervo de móveis e objetos antigos. Rembrandt passou a ter muitos alunos e muitos clientes ricos.
Saskia morreu em 1642. Três anos depois, Hendryckje Stoffels começou a trabalhar como babá de Titus e foi morar com Rembrandt, tornando-se sua companheira. Em 1654, Rembrandt teve com ela uma filha ilegítima, a quem deu o nome Cornelia. O fato causou grande escândalo.
Em 1656, após uma série de problemas nos negócios, Rembrandt teve a falência decretada. Dois anos depois, todos os seus bens foram vendidos judicialmente. Num desses leilões, arrematou-se o "Auto-Retrato de Barba Nascente", hoje no Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Em 1660, Titus e Hendryckje abriram uma empresa para comercializar as obras do pintor, evitando o prosseguimento da falência. Em 1663, Rembrandt perdeu a companheira. Mesmo sozinho, continuou executando várias obras, entre elas paisagens e auto-retratos. Pintou também retratos de Titus; num deles (o quadro "São Mateus e o Anjo", que está no Museu do Louvre), o filho aparece como Mateus.
Titus morreu em 1668. Rembrandt pintou ainda um último "Auto-Retrato", uma composição dramática. Rembrandt van Rijn morreu aos 63 anos, na solidão e na miséria.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Mercosul envia dura mensagem aos EUA por espionagem e asilo a Snowden
Por Malena Castaldi e Felipe Llambias
MONTEVIDÉU, 12 Jul (Reuters) - Líderes do Mercosul enviaram nesta sexta-feira uma dura mensagem a Washington sobre as denúncias de espionagem dos Estados Unidos na região e defenderam seu direito de oferecer asilo ao ex-funcionário de inteligência Edward Swnoden.
Na cúpula do bloco em Montevidéu, os presidentes também condenaram Espanha, França, Itália e Portugal por terem fechado na semana passada seu espaço aéreo para o avião que transportava o presidente boliviano, Evo Morales, no trajeto de Moscou a La Paz por suspeitas de que Swnoden estaria a bordo.
Os líderes destacaram que chamarão seus embaixadores nestes países para consultas sobre o ocorrido.
"(Os presidentes) repudiaram as ações que possam minar a autoridade dos Estados de conceder e implementar de forma plena o Direito de Asilo", disse a declaração final do encontro entre os mandatários do bloco.
O Mercosul também rechaçou "toda tentativa de pressão, assédio ou criminalização de um Estado ou de terceiros sobre a decisão soberana de qualquer nação de conceder asilo".
A declaração reflete um claro confronto com os Estados Unidos, que pediram a prisão do ex-funcionário da inteligência sob a acusação de espionagem depois que ele revelou detalhes de programas secretos de vigilância.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou que o país que abrigar Snowden pagará um custo sério por sua decisão, enquanto Washington mobilizou sua artilharia diplomática para evitar que algum governo receba o ex-agente de inteligência.
No entanto, em aberto desafio a Washington, os governos de esquerda de Venezuela, Bolívia e Nicarágua ofereceram asilo a Snowden, retido na área de trânsito de um aeroporto internacional de Moscou desde o fim de junho e com seu passaporte norte-americano revogado. "Foi ratificado o direito de asilo como um direito fundamental, do direito humanitário nestes tempos, especialmente de países democráticos", disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em discurso.
Snowden afirmou nesta sexta-feira que vai pedir asilo temporário na Rússia antes de possivelmente viajar para a América Latina.
Os presidentes do Mercosul também "rejeitaram enfaticamente a interceptação de atividades de telecomunicações e as ações de espionagem em nossos países, já que são uma violação dos direitos humanos, do direito à privacidade e do direito à informação de nossos cidadãos".
Após o incidente com Morales, a tensão entre a América Latina e Washington se intensificou nesta semana depois que o jornal O Globo afirmou que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos realizou atividades de espionagem na região, priorizando Colômbia, Brasil e México.
"Nós fomos atingidos diretamente pelas recentes denúncias de que as comunicações eletrônicas e telefônicas de cidadãos e instituições de nossos países estão sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência. Isso fere a nossa soberania", afirmou a presidente Dilma Rousseff.
O Mercosul é formado por Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela e Paraguai. Morales também esteve presente no encontro, já que a Bolívia é um país associado ao bloco.
O Paraguai não participou da cúpula, pois estava suspenso temporariamente dos órgãos políticos do Mercosul depois do questionado processo de impeachment que tirou do cargo o ex-presidente Fernando Lugo no fim de junho do ano passado. "Este é o mundo que estamos vivendo, onde há novas formas de colonialismo. Mais sutis do que aquelas que conhecemos há dois séculos quando chegavam com exércitos e levavam a prata e o ouro", afirmou a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
O tratamento a Morales levou os líderes latino-americanos a qualificar o episódio como uma afronta a toda a América do Sul e a acusar a Casa Branca de estar por trás do caso.
(Reportagem adicional de Louise Egan)
MONTEVIDÉU, 12 Jul (Reuters) - Líderes do Mercosul enviaram nesta sexta-feira uma dura mensagem a Washington sobre as denúncias de espionagem dos Estados Unidos na região e defenderam seu direito de oferecer asilo ao ex-funcionário de inteligência Edward Swnoden.
Na cúpula do bloco em Montevidéu, os presidentes também condenaram Espanha, França, Itália e Portugal por terem fechado na semana passada seu espaço aéreo para o avião que transportava o presidente boliviano, Evo Morales, no trajeto de Moscou a La Paz por suspeitas de que Swnoden estaria a bordo.
Os líderes destacaram que chamarão seus embaixadores nestes países para consultas sobre o ocorrido.
"(Os presidentes) repudiaram as ações que possam minar a autoridade dos Estados de conceder e implementar de forma plena o Direito de Asilo", disse a declaração final do encontro entre os mandatários do bloco.
O Mercosul também rechaçou "toda tentativa de pressão, assédio ou criminalização de um Estado ou de terceiros sobre a decisão soberana de qualquer nação de conceder asilo".
A declaração reflete um claro confronto com os Estados Unidos, que pediram a prisão do ex-funcionário da inteligência sob a acusação de espionagem depois que ele revelou detalhes de programas secretos de vigilância.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou que o país que abrigar Snowden pagará um custo sério por sua decisão, enquanto Washington mobilizou sua artilharia diplomática para evitar que algum governo receba o ex-agente de inteligência.
No entanto, em aberto desafio a Washington, os governos de esquerda de Venezuela, Bolívia e Nicarágua ofereceram asilo a Snowden, retido na área de trânsito de um aeroporto internacional de Moscou desde o fim de junho e com seu passaporte norte-americano revogado. "Foi ratificado o direito de asilo como um direito fundamental, do direito humanitário nestes tempos, especialmente de países democráticos", disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em discurso.
Snowden afirmou nesta sexta-feira que vai pedir asilo temporário na Rússia antes de possivelmente viajar para a América Latina.
Os presidentes do Mercosul também "rejeitaram enfaticamente a interceptação de atividades de telecomunicações e as ações de espionagem em nossos países, já que são uma violação dos direitos humanos, do direito à privacidade e do direito à informação de nossos cidadãos".
Após o incidente com Morales, a tensão entre a América Latina e Washington se intensificou nesta semana depois que o jornal O Globo afirmou que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos realizou atividades de espionagem na região, priorizando Colômbia, Brasil e México.
"Nós fomos atingidos diretamente pelas recentes denúncias de que as comunicações eletrônicas e telefônicas de cidadãos e instituições de nossos países estão sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência. Isso fere a nossa soberania", afirmou a presidente Dilma Rousseff.
O Mercosul é formado por Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela e Paraguai. Morales também esteve presente no encontro, já que a Bolívia é um país associado ao bloco.
O Paraguai não participou da cúpula, pois estava suspenso temporariamente dos órgãos políticos do Mercosul depois do questionado processo de impeachment que tirou do cargo o ex-presidente Fernando Lugo no fim de junho do ano passado. "Este é o mundo que estamos vivendo, onde há novas formas de colonialismo. Mais sutis do que aquelas que conhecemos há dois séculos quando chegavam com exércitos e levavam a prata e o ouro", afirmou a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
O tratamento a Morales levou os líderes latino-americanos a qualificar o episódio como uma afronta a toda a América do Sul e a acusar a Casa Branca de estar por trás do caso.
(Reportagem adicional de Louise Egan)
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Golda Meir /Primeiro-ministro de Israel Israel ( Mandato 17 de Março de 1969- 3 de Junho de 1974)
Golda Meir, em hebraico: גולדה מאיר, em árabe: جولدا مائير, nascida Golda Mabovitch, (Kiev, 3 de Maio de 1898 — Jerusalém, 8 de Dezembro de 1978) foi uma fundadora do Estado de Israel. Emigrou para a Palestina no ano de 1921, onde militou no sindicato Histadrut e no partido trabalhista Mapai. Além de primeira embaixadora israelense na extinta URSS em 1948, ela foi ministra do Bem-Estar Social, ministra do Exterior, secretária-geral do Mapai e foi o quarto primeiro-ministro de Israel, entre 1969 e 1974. Conhecida pela firmeza de suas convicções, estava à frente do Estado de Israel em seu momento mais dramático: a Guerra do Yom Kippur, na qual tropas egípcias e sírias atacaram Israel, cuja população estava distraída pelas comemorações do Dia do Perdão judaico.
David Ben-Gurion certa vez disse dela: "Golda Meir é o único homem do meu gabinete".
Proveniente de uma humilde família judaica, em 1906, emigra com a família para Milwaukee, Wisconsin nos Estados Unidos. Após a conclusão dos seus estudos, Golda foi, durante algum tempo, professora primária em Milwaukee e delegada da secção americana do Congresso Judaico Mundial.
Em 1917 casou com Morris Myerson, tendo emigrado em 1921 para a Palestina. Golda Meir tornou-se então membro do Kibbutz de Marnavia e, três anos mais tarde, aderiu ao Histadruth (Confederação Geral do Trabalho), passando entre 1932 e 1934 a ser a sua representante no estrangeiro, nomeadamente nos Estados Unidos da América.
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Nos anos que antecederam e durante a Segunda Guerra Mundial, Golda Meir ocupou lugares fulcrais na hierarquia política, foi chefe do departamento político da Agência Judaica (a maior autoridade na Palestina, sob administração britânica) e da Organização Mundial Sionista.
Após a Declaração de Independência do Estado de Israel em 1948, Golda Meir foi nomeada pelo primeiro-ministro, David Ben-Gurion, para o cargo de embaixadora de Israel na União Soviética, por quatro anos. Posteriormente à nomeação, entre 1949 e 1956, Golda exerceu a função de ministra do Trabalho e, na década seguinte (1956-1966), foi ministra dos Negócios Estrangeiros, bem como representante máxima da delegação israelita enviada aos Estados Unidos da América. Foi secretária-geral do movimento socialista entre 1966 e 1968.
Desde a sua fundação, o novo Estado dotou-se de instituições democráticas, tinha uma câmara única - o Knesset - e foram fundados vários partidos políticos. O partido mais representativo de todos era o Mapai (movimento socialista). Sob o impulso de Golda Meir, o Mapai, o Ahduth Haavoda (União do Trabalho) e o Rafi (Movimento de Esquerda) fundiram-se em Julho de 1968, com o objectivo de formarem o Partido Trabalhista. No ano seguinte, esse novo partido uniu-se ao Mapam (Partido Operário Unificado) constituindo uma aliança eleitoral - a Maarakh (Frente Operária).
Em 1969, após a morte do Presidente Levi Eshkol, Golda Meir forma Governo sendo primeira-ministra de Israel por cinco anos (1969-1974). Em sua primeira coletiva de imprensa como primeira-ministra, bradou aos vizinhos árabes que estaria disposta a qualquer coisa pela paz, exceto o suicídio nacional. E convidou explicitamente o então presidente do Egito, Nasser, para a mesa de negociações, dizendo que iria até mesmo ao Cairo, caso necessário, para negociar devoluções de território pacificamente. Embora este tenha recusado, seu sucessor Sadat atendeu aos pedidos. Nesse mesmo ano, Golda Meir profere sua famosa declaração, de que "Não há algo assim como palestinos (...) Não é como se houvesse um povo palestino na Palestina considerando a si mesmo como um povo e nós viéssemos, os jogássemos fora e tomássemos deles o seu país. Eles não existem.", no The Sunday Times (Londres) de 15 de junho de 1969, ignorando que a comunidade árabe que habitava a Palestina antes da fundação do Estado de Israel respondia por mais de dois terços da população (HOURANI, 2006).
Durante esse período não acatou as resoluções da Organização das Nações Unidas, que invalidavam a anexação israelita de Jerusalém oriental e que ordenavam a retirada de Israel dos territórios árabes ocupados em 1967 na guerra dos seis dias, por entender que, como não haveria contrapartida para impedir ataques dos palestinos e de nações árabes, tais medidas colocariam em risco a existencia do Estado de Israel.
Golda Meir aplicou uma política de medidas extremas contra membros de organizações que realizavam atentados, chegando a ordenar o assassinato de suas lideranças.
Em 6 de Outubro de 1973 deu-se a quarta guerra do conflito árabe-israelense, chamada "Guerra do Yom Kippur" (os israelitas celebram nesse dia a grande data religiosa de "Yom Kippur", onde se faz jejum completo por 24 horas, daí o nome atribuído ao conflito).
No início da guerra, os israelenses foram apanhados completamente de surpresa, por acreditarem que seriam respeitados no dia mais importante de seu calendário religioso, por invasões pelo Egipto e Síria.
A Síria atacou pelas Colinas do Golan, ao norte de Israel e o Egito se encarregou da península do Sinai e no canal de Suez, ao sul do país, desencadeando assim uma guerra com duas frentes. Os ataques árabes causaram enormes perdas às forças de defesa de Israel. Porém, após três semanas, as tropas de Israel obrigaram as tropas agressoras a recuarem. Penetraram com tanques e artilharia no território sírio a precisamente 32km da capital Damasco (que teve seus subúrbios bombardeados) e a 100km de Cairo, capital egípcia.
Como consequência do conflito, os países árabes, decidiram parar de exportar petróleo para os Estados Unidos e a países que apoiavam a sobrevivência de Israel, o que levou à crise do petróleo.
Em Abril de 1974, Golda Meir apresenta a sua demissão dadas as críticas à sua actuação e à do seu Ministro da Defesa, Moshe Dayan (herói da guerra dos seis dias), na Guerra do Yom Kippur, e pelos baixos resultados alcançados nas eleições pelo Partido Trabalhista. Meir foi substituída pelo General Yitzhak Rabin.
A 5 de Março de 1976, Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu Partido, em virtude da demissão de Meir Zarmi de Secretário-Geral, tendo publicado nesse mesmo ano um livro de carácter autobiográfico: A minha vida.
Nesse livro, que no Brasil foi publicado em 1976 pela Bloch, Golda Meir lança uma luz sobre alguns pontos até hoje controvertidos ligados à criação de Israel. Um desses pontos foi o apoio do então "bloco socialista" ao nascente Estado Judeu, não só o reconhecendo prontamente, mas também (e este é um fato pouco divulgado) armando Israel na sua "Guerra da Independência". Sobre isso escreve Golda:
Quanto ao reconhecimento soviético, que se seguiu ao americano, possuía outras raízes. Não tenho agora mais dúvida alguma de que a principal razão soviética foi tirar os britânicos do Oriente Médio. Mas no decorrer de todos os debates ocorridos nas Nações Unidas no outono de 1947, me parecera que o bloco soviético nos apoiava também devido ao terrível preço que os próprios russos haviam pago na guerra mundial e seu consequentemente profundo sentimento de que os judeus, que do mesmo modo haviam tão cruelmente sofrido nas mãos dos nazistas, mereciam ter seu Estado. [...] Não fossem as armas e munições que pudemos comprar na Tchecoslováquia e transportar através da Iugoslávia e outros países balcânicos, naqueles dias negros do início da guerra, e não sei se teríamos podido resistir até o refluxo da maré, conforme aconteceu em junho de 1948.
Golda Meir revela também que não era desejo do recém-fundado Estado Judeu que suas populações árabes debandassem (como acabou acontecendo, dando origem ao trágico problema dos refugiados).
Em abril de 1948 eu mesma fiquei durante horas na praia de Haifa, literalmente implorando aos árabes da cidade que não saíssem. Além do mais, foi uma cena que provavelmente nunca esquecerei. A Haganah (o exército judeu) acabara de assumir o controle de Haifa, e os árabes começaram a fugir — porque sua liderança tão eloquentemente lhes assegurara ser essa a atitude mais inteligente a tomar e os britânicos tão generosamente puseram dezenas de caminhões à sua disposição. Nada do que a Haganah disse ou fez adiantou — nem os apelos via alto-falantes, montados em caminhonetas, nem os impressos que então fizemos chover sobre os bairros árabes da cidade (“Não temam!” diziam em árabe e hebraico. “Saindo estarão trazendo para si pobreza e humilhação. Permaneçam na cidade que é tanto sua quanto nossa.”) [...] Por que queríamos que ficassem? Havia dois bons motivos: Primeiro, e antes de tudo, queríamos provar ao mundo que judeus e árabes podiam viver juntos [...]; segundo, sabíamos perfeitamente bem que se meio milhão de árabes saíssem então da Palestina, tal fato acarretaria ao país um sério transtorno econômico.
A 8 de dezembro de 1978, Golda Meir morre de câncer em Jerusalém com 80 anos de idade. Encontra-se sepultada no Cemitério Nacional do Monte Herzl no Monte Herzl, Jerusalém em Israel.
Senadora apresenta requerimento para CPI sobre espionagem americana / Fernanda Calgaro do UOL, em Brasília
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou um requerimento para instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a denúncia de espionagem de cidadãos brasileiros por parte do governo americano.
Foram coletadas 41 assinaturas de parlamentares favoráveis à comissão, cuja abertura dependerá ainda de aprovação do plenário. Pelo regimento do Senado, o número mínimo é de 27 assinaturas.
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Se a Câmara dos Deputados manifestar interesse em compor a comissão, mas a senadora informou que poderá modificar o seu requerimento.
Para Vanessa, a instalação da CPI se justifica por considerar o problema como violação da soberania nacional. "Trata-se de uma invasão de soberania sem precedentes na história do Brasil. Grave sob todos os aspectos", diz no seu requerimento.
"A instalação de uma CPI é um instrumento importante porque estamos diante de um problema do Estado brasileiro", afirmou durante sessão de comissão que ouviu os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores) e Celso Amorim (Defesa), além do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, José Elito Carvalho Siqueira.
terça-feira, 9 de julho de 2013
Comissão do Senado aprova apoio a asilo para Snowden
Ricardo Brito | Agência Estado
A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta terça-feira , em votação simbólica, uma moção de apoio para que a presidente Dilma Rousseff conceda asilo político a Edward Snowden. Reportagens do jornal O Globo de domingo, 7, e segunda-feira, 8, sustentam, com base em documentos vazados pelo ex-técnico da Agência Central de Inteligência (CIA) Edward Snowden, que e-mails e telefonemas de brasileiros foram monitorados bem como uma base de espionagem em Brasília teria sido montada pelos americanos. O colegiado também aprovou um voto de censura ao governo americano.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), autor do requerimento de concessão de asilo, argumentou que o Brasil não está entre os 27 países que Snowden pediu asilo político. O parlamentar do PSOL afirmou que Venezuela, Nicarágua, Equador e Bolívia responderam favoravelmente ao ex-técnico da CIA. Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Snowden vai entrar para a história como "herói", como alguém que defende as liberdades democráticas.
Asilo
Senadores defenderam em plenário que a presidente Dilma Rousseff conceda asilo político a Snowden. "O Snowden é um herói dos Estados Unidos. Amanhã ou depois as pessoas vão se lembrar do Snowden e não do (Barack) Obama", afirmou o senador Roberto Requião (PMDB-PR), referindo-se ao presidente norte-americano que tenta extraditar o ex-técnico da CIA para processá-lo por traição e quebra de sigilo funcional. "É uma vergonha que países latino-americanos tenham oferecido asilo e a gente não", completou.
Câmara enterra plebiscito para valer em 2014 e PT promete reagir / MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA
A maioria dos líderes da Câmara dos Deputados decidiu nesta terça-feira (9) descartar a realização de um plebiscito para discutir uma reforma no sistema político brasileiro com efeitos para as eleições de 2014.
A decisão foi tomada por líderes da base aliada e da oposição. O PT ficou isolado na defesa de um plebiscito imediato, como o Planalto sugeriu ao Congresso.
Aécio propõe fim da reeleição e mandato de cinco anos
Congresso quer votar fim do foro privilegiado até sexta-feira
Em resposta, os petistas devem começar a recolher assinaturas para tentar viabilizar um projeto de decreto legislativo propondo a consulta popular, mas os próprios deputados da legenda reconhecem que há dificuldades para avançar com a proposta na Casa.
São necessárias 171 assinaturas para que a proposta comece a tramitar na Câmara, mas, além do prazo apertado, outra dificuldade é a falta de consenso sobre o conteúdo do plebiscito. O PT espera contar com o apoio das bancadas do PC do B e do PDT_ sendo que juntos os três partidos reúnem 128 parlamentares.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que a proposta do plebiscito com efeitos para a disputa eleitoral de 2014 ficou inviável.
"Se aparecer uma proposta de plebiscito que recolha assinaturas, essa Casa poderá votar, não vai se furtar a votar, mas mesmo vindo o plebiscito só terá validade para 2016", afirmou.
O líder do PT, José Guimarães (CE), afirmou que a prioridade é trabalhar para um plebiscito neste ano e que pode negociar a validade das medida em outra etapa.
"O PT considera que dá, sim, para realizar o plebiscito em 2013. Nossa missão agora é recolher as assinaturas para conformar a ideia do decreto para a convocação do plebiscito. Esse negócio de tempo hábil quando se quer faz, quando se quer consegue", disse.
O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), afirmou que a proposta do plebiscito com uma reforma política em 2014 "foi enterrado e já teve até a missa de 7º de sétimo dia". Segundo ele, o PMDB pode até aceitar discutir uma consulta popular em 2014, junto com as eleições para não "ter custos. "Não queremos despesas".
"É uma questão que está superada. A grande maioria [dos líderes] reconhece que não tem como realizar [o plebiscito]", afirmou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).
A ideia do plebiscito foi lançada pela presidente Dilma Rousseff há duas semanas como uma das principais medidas em resposta às manifestações nas ruas do país.
Na semana passada, os líderes da base aliada já informavam ao governo que não havia condições de realizar a consulta popular para direcionar uma reforma política com impacto nas próximas eleições.
O vice-presidente Michel Temer e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) chegaram a descartar a medida na semana passada, mas recuaram depois de pressionados pelo Planalto.
Além de reclamarem de que Dilma atropelou o Congresso ao anunciar a consulta, os aliados apontam que o prazo de 70 dias estabelecido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para organizar e realizar o plebiscito torna a medida inviável.
Para uma reforma ter validade em 2014, o Congresso teria que aprovar as mudanças na legislação antes de 5 de outubro, um ano antes do pleito.
REFERENDO
Independente do plebiscito, a Câmara decidiu criar hoje um grupo de trabalho para discutir uma reforma política. Essa comissão, que será coordenada pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), terá 90 dias para discutir projetos que proponham mudanças no sistema político. Entre as medidas podem entrar o fim do voto secreto no Congresso, das coligações proporcionais e das reeleições, por exemplo.
O petista deve fazer uma consulta aos representantes de grupos da sociedade civil organizada para discutir uma pauta de votação. Os deputados ainda vão decidir se a reforma política aprovada pelo Congresso será submetida a referendo.
O governo rejeita essa ideia porque acha que exclui a sociedade, que teria motivado esse debate, de orientar as alterações no sistema.
O referendo é defendido especialmente pelos partidos de oposição. "A maioria quer que o grupo de trabalho entregue a reforma política e depois a população siga se aprova por meio de referendo", disse o líder do PPS, Rubens Bueno.
O presidente da Câmara não se comprometeu com o referendo. Ele disse apenas que a reforma "poderá" ser submetida a consulta aos eleitores depois de aprovada.
sábado, 6 de julho de 2013
Governo não aposta no bloco comercial dos EUA e UE
Edla Lula (elula@brasileconomico.com.br)
Barbosa: “O país terá de correr atrás do prejuízo ou se tornará um mero exportador de commodities”
Fontes oficiais afirmam que americanos e europeus mantêm interesses conflitantes, difíceis de contornar.
O governo brasileiro ainda não formulou uma posição oficial sobre os impactos da formação do megabloco Estados Unidos/União Europeia, anunciada esta semana.
Mas, nos bastidores, corre o comentário de que "é muito pouco provável este acordo se concretize", conforme opinou ao Brasil Econômico uma alta fonte do governo.Repetindo Shakespeare em inglês, esta fonte falou: "é muito barulho por nada esses comentários que andam fazendo sobre o acordo".
O funcionário do governo brasileiro lembrou que Estados Unidos e União Europeia têm interesses conflitantes que não vão se desfazer facilmente. Citou o setor aeronáutico e a agricultura.
E ressaltou que existem países periféricos na Europa que provavelmente sairiam prejudicados com este acordo. "Eles rifariam um pedaço inteiro da Europa, rifariam o Leste Europeu inteiro, Portugal e até Espanha. Você acha que a União Europeia vai abrir o mercado agrícola para os Estados Unidos?"
Para ele, "é legítimo e um movimento até esperado" das economias maduras quererem se proteger, já que, no seu entender, o anúncio é uma tentativa de reagir ao crescimento dos países emergentes nos últimos anos, com a forte atuação dos Brics - especialmente China.
Já no Itamaraty a informação é de que o governo ainda está levantando o impacto que a decisão anunciada terá na estratégia brasileira de comércio exterior. "O governo brasileiro entende que o novo bloco pode até ser um sinal positivo no sistema de comércio internacional a ponto de vir a destravar a Rodada de Doha", disse um assessor do Ministério das Relações Exteriores.
"O Itamaraty defende que este acordo esteja dentro das regras da Organização Mundial do Comércio", disse o assessor.
Isolado das negociações multilaterais, o Brasil tem recebido crítica de analistas de comércio exterior quanto a inabilidade dos negociadores.
"O Brasil dormiu no ponto, ficou isolado no mundo e agora vai ter que correr atrás do prejuízo se não quiser restringir os manufaturados ao mercado interno e exportar apenas alguns produtos agrícolas", diz o ex-embaixador do país nos Estados Unidos, Rubens Barbosa. Ele desqualifica a tese de que o novo bloco, previsto para valer a partir de 2015 possa ressuscitar a rodada de Doha.
"Doha acabou, não tem como voltar. O Brasil jogou todas as suas fichas em Doha e perdeu", disse Barbosa.
O embaixador recorda que o primeiro bloco pretendido pelos Estados Unidos foi a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e que fracassou, em boa medida por culpa do governo brasileiro.
"Hoje o que se vê é os Estados Unidos fazendo acordos com vários países e blocos. Isto mostra que há 20 anos havia uma estratégia americana pela formação de blocos", diz.
Para Barbosa, atualmente presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, a alternativa imediata para o Brasil é retomar as negociações em torno do acordo com a União Europeia, iniciada em 2004 e interrompida ao longo dos últimos anos por problemas internos ao Mercosul.
"Se o Mercosul não conseguir fazer a oferta, como foi anunciado. A saída para o Brasil é fazer o acordo sozinho", opinou. Durante a Cúpula Mercosul/União europeia, no mês passado, a presidente Dilma Rousseff anunciou que o bloco sul-americano fará oferta à União Europeia no segundo semestre deste ano.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Exército derruba presidente e anuncia transição no Egito
Por Tom Perry e Yasmine Saleh
CAIRO, 3 Jul (Reuters) - As Forças Armadas do Egito derrubaram o presidente islâmico Mohamed Mursi na quarta-feira, desencadeando uma festa nas ruas com a perspectiva de novas eleições, enquanto políticos de várias tendências manifestavam apoio a uma nova transição política.
Mursi estava retido em um quartel da Guarda Republicana depois de denunciar um "golpe militar" que interrompeu seu mandato, iniciado há pouco mais de um ano. Enquanto tanques e soldados ocupavam a área, dezenas de milhares de partidários da Irmandade Muçulmana, de Mursi, faziam um protesto nos arredores contra a deposição dele.
A dramática queda de Mursi, primeiro presidente eleito livremente na história egípcia, marca outra reviravolta na crise que envolve a mais populosa nação árabe desde a revolução popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em janeiro de 2011.
O principal negociador da oposição liberal com os militares, Mohamed El Baradei, disse que o plano acertado na quarta-feira com os generais garantirá a continuidade da revolução de 2011, que foi parte da chamada Primavera Árabe.
Dizendo ter um mandato popular para agir, diante de protestos que reuniram milhões de pessoas contra Mursi, o comandante do Exército, general Abdel Fattah al Sisi, disse que Mursi estava sendo deposto por ter ignorado as reivindicações de unidade nacional.
"Os que estavam na reunião concordaram com um mapa para o futuro que inclua passos iniciais rumo a obter a construção de uma sociedade egípcia forte, que seja coesa e não exclua ninguém, e que acabe com o estado de tensão e divisão", disse Sisi em um pronunciamento solene, transmitido ao vivo pela TV estatal.
Ele disse que as forças de segurança manterão a ordem. Houve confrontos isolados entre facções rivais em vários pontos do país, mas sem atingir até agora a escala de violência das últimas semanas, quando mais de 40 pessoas morreram e centenas ficaram feridas.
As forças de segurança disseram que pelo menos 10 pessoas morreram na quarta-feira
Sisi discursou tendo ao seu lado a cúpula militar e líderes políticos - incluindo liberais e um barbado representante do partido ultraislâmico Nour. Também estavam presentes um clérigo muçulmano graduado e o papa copta. Líderes juvenis presentes no ato receberam uma menção especial de Sisi.
As menções à vontade popular e a apresentação de uma frente política unificada e com um rosto civil - algo que ganhará contornos mais completos na quinta-feira, com a posse do chefe da Corte Constitucional como presidente interino - têm o claro objetivo de aplacar preocupações internacionais sobre um golpe militar.
Os Estados Unidos vinham apoiando as declarações de Mursi sobre sua legitimidade democrática, mas o pressionavam cada vez mais para partilhar poderes com seus adversários. O presidente Barack Obama expressou profunda preocupação com a deposição do presidente egípcio e pediu um rápido retorno a um governo civil democraticamente eleito.
Os EUA entregam 1,3 bilhão de dólares em ajuda militar ao Egito, e podem ser pressionados a impor sanções se houver a impressão de que Mursi foi vítima de um golpe. A instabilidade no Egito já vinha causando grande preocupação entre aliados ocidentais do Cairo e em Israel, país com o qual o Egito estabeleceu um tratado de paz em 1979.
"EGITO PARA TODOS"
Refletindo as esperanças da "juventude revolucionária" que liderou a rebelião contra Mubarak, o jovem que passou a encarnar a oposição contra Mursi disse que o novo período de transição não deverá repetir os erros do passado recente.
"Queremos construir um Egito com todos e para todos", disse Mahmoud Badr, um jornalista de 28 anos que há dois meses teve a ideia de iniciar um abaixo-assinado pela renúncia de Mursi. No fim de semana passado, o movimento "Tamarud - Rebelde!" já tinha 22 milhões de apoiadores, dos quais muitos foram às ruas no domingo.
O Exército se mostrava cada vez mais alarmado com a possibilidade de Mursi envolver o Egito no conflito sectário da Síria, e a presença popular nas ruas deu a Sisi uma justificativa para impor na segunda-feira um prazo de 48 horas para que o presidente aceitasse partilhar poderes ou renunciar.
Depois das revoluções da Primavera Árabe, em 2011, vários políticos de tendência islâmica assumiram o poder em seus países. Mursi é o primeiro deles a ser derrubado, e o fato irá despertar questionamentos em toda a região, especialmente na Tunísia.
O país que foi o berço do movimento democrático árabe há dois anos e meio agora também tem seu próprio movimento "Tamarud", buscando o fim do domínio islâmico no Parlamento.
Na praça Tahrir, no Cairo, epicentro da rebelião egípcia de 2011, centenas de milhares de pessoas dançavam e soltavam rojões, celebrando a deposição de Mursi. "O povo e o Exército são uma só mão", gritava a multidão.
Os últimos quatro dias pareceram para muita gente uma repetição acelerada dos 18 dias que levaram à queda de Mubarak, quando o Exército, após décadas de apoio ao regime, percebeu que o tempo dele havia se esgotado.
Sisi anunciou a suspensão imediata da Constituição aprovada em referendo em 2012, com viés islâmico, e divulgou um "mapa" para o retorno ao regime democrático, sob regras revistas.
O presidente da Corte Constitucional substituirá Mursi. Um governo tecnocrata será empossado até a realização de novas eleições presidenciais e parlamentares - datas não foram mencionadas.
A Constituição será revista por um painel representativo de todos os setores da sociedade. A liberdade de imprensa, ameaçada durante o governo de Mursi, será protegida.
Sisi mencionou Mursi nominalmente apenas em um preâmbulo no qual detalhou como o comandante militar - nomeado pelo presidente no ano passado - havia repetidamente tentando convencê-lo a acabar com a polarização profunda da política egípcia. O presidente, afirmou o general, "deixou de atender às exigências do povo egípcio".
“Leda e il Cigno”, de Leonardo da Vinci é uma das 53 obras em exposição no CCBB
“Leda e il Cigno”, de Leonardo da Vinci é uma das 53 obras em exposição no CCBB
Do UOL, em São Paulo
Com 57 obras, chega ao Brasil em julho a mostra inédita "Mestres do Renascimento: Obras-primas italianas". Obras de Rafael, Ticiano, Tintoretto, Leonardo da Vinci e Michelangelo fazem parte da mostra, que será exposta de 13 de julho a 23 de setembro no CCBB São Paulo.
Com curadoria da historiadora da arte Cristina Acidini, a exposição oferece um panorama do florescimento cultural dos séculos 15 e 16.
A mostra está dividida em quatro andares e seis núcleos. No quarto andar, o primeiro núcleo, "Florença", apresenta obras como "Cristo benedicente" (Cristo abençoando), de Rafael, e "Morte di Lucrezia" (Morte de Lucrecia), de Giovanni Bazzi dito Il Sodoma.
No terceiro andar, o núcleo "Roma" conta com outras obras-primas, como um estudo arquitetônico de Michelangelo e o "Giudizio Universale, Pentecoste e Predica di San Pietro, Ascensione di Cristo", de Fra Angelico.
No segundo andar, haverá quatro núcleos, "Urbino", "Milão", "Ferrara" e "Veneza", em que serão apresentadas pinturas de artistas como Giovanni Santi, Lorenzo Lotto, Paolo Veronese, Ticiano e Tintoretto, "Sacra Famiglia con una santa" [Sagrada Família com uma santa], de Andrea Mantegna, "Ritratto di Elisabeta Gonzaga" de Rafael e "Annunciazione" do Giovanni Bellini.
Representando a arquitetura renascentista, a mostra apresenta ainda "Porta della stanza da letto del Duca che accede alla sala delle udienze" (Porta do quarto de dormir do Duque que dá acesso para a sala de audiências), obra talhada em nogueira.
Depois de São Paulo, a exposição parte para o CCBB de Brasília, onde ficará de 12 de outubro de 2013 a 6 de janeiro de 2014.
Serviço
Mestres do Renascimento: Obras-primas italianas
Quando: 13 de julho a 23 de setembro de 2013
Segundas, quartas, quintas e sextas das 7h às 23h. Sábados e domingos das 8h às 23h
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo - Rua Álvares Penteado, 112, Centro - São Paulo/SP
Quanto: entrada gratuita
Estacionamento conveniado: Edifício Zarvos, localizado na rua da Consolação, 228) até a entrada do prédio
Mais informações:(11) 3113-3651 / 3113-3652
Justiça determina fim da greve de motoristas e cobradores no Recife
Folha de S.Paulo
O Tribunal Regional do Trabalho considerou abusiva a greve iniciada ontem por motoristas, cobradores e fiscais de ônibus na região metropolitana do Recife, e determinou que eles voltem ao trabalho nesta quarta-feira (3).
As rodadas de negociação foram realizadas em junho, sem sucesso, e a Justiça resolveu o impasse na noite desta terça-feira (2).
O TRT estabeleceu que o reajuste da categoria será de 7%. O sindicato dos trabalhadores pedia 33%, enquanto a Urbana-PE (sindicato das empresas de ônibus) oferecia 3%.
O tribunal indeferiu o pedido de cestas básicas durante as férias e reajustou o valor do ticket alimentação (7%) e da hora extra. O adicional pelas duas primeiras horas passa de 50% para 70%. As demais terão adicional de 100%.
Na sexta-feira (28), o TRT determinou que, em caso de paralisação, 80% da frota opere nos horários de pico, e 50% no restante do dia.
Ontem (1º), de acordo com a Urbana-PE, apenas 56% da frota rodou no pico da manhã. A entidade acionou a Justiça e pediu que a greve fosse considerada ilegal.
Ontem à tarde, a Justiça intermediou uma nova tentativa de acordo entre as empresas e os representantes dos trabalhadores, mas não houve consenso mais uma vez.
A Folha tentou contato com o sindicato dos trabalhadores desde as 10h30, mas, até a publicação desta reportagem, ninguém atendeu os telefonemas.
terça-feira, 2 de julho de 2013
Dilma sugere que plebiscito questione qual sistema eleitoral deve ser usado Por Jeferson Ribeiro
Documento foi entregue a Renan Calheiros pelo vice-presidente Michel Temer, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
BRASÍLIA, 2 Jul (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff sugeriu ao Congresso nesta terça-feira que o plebiscito para fazer a reforma política questione aos eleitores sobre qual o sistema eleitoral deve ser usado no país para escolher parlamentares, segundo mensagem enviada ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
O vice-presidente Michel Temer e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que entregaram a mensagem a Renan, salientaram que ela apresenta apenas sugestões, que podem ser modificadas pelo Congresso, que também determinará quando e como a consulta popular será feita.
O plebiscito para realização de uma reforma política, que ainda suscita bastante debate no Congresso tanto na base aliada como na oposição, foi uma das respostas da presidente à onda de manifestações populares que tomou conta do país nas últimas semanas.
"O que o Executivo está fazendo é uma mera sugestão, quem vai conduzir esse processo do seu início até o final é o Congresso Nacional", disse Temer a jornalistas.
Cardozo listou os cinco temas sugeridos pela presidente ao chegar no Congresso nesta terça.
No caso do sistema eleitoral, a consulta deveria definir se será pelo voto proporcional como é hoje, se será pelo voto distrital, distrital misto, distritão, se será a proposta em dois turnos "como vem propondo a Ordem dos Advogados do Brasil e outras entidades", disse o ministro.
Outro ponto é a forma de financiamento das campanhas eleitorais, "se pública, se privada, se mista", acrescentou o ministro. Em ambos os casos, projetos com conteúdos semelhantes tramitam na Câmara e no Senado há anos.
A presidente também sugeriu a avaliação sobre a continuidade ou não da suplência no Senado, a manutenção ou não das coligações partidárias nas eleições e o fim ou não do voto secreto no Parlamento. Também nesses casos há propostas semelhantes em tramitação no Congresso.
Após receber a mensagem, Renan defendeu a consulta popular e disse que "é importante mobilizar todas as forças para aprovarmos o projeto de decreto legislativo que convoca o plebiscito".
E afirmou que dois temas sugeridos por Dilma estão resolvidos: "a questão da suplência de senador e a questão do voto aberto que já foi aprovado no Senado e na CCJ da Câmara."
No texto enviado ao Congresso, Dilma afirma que é "imprescindível um amplo e imediato esforço conjunto para renovação do sistema político brasileiro".
"Muito empenho já houve para que esse sistema fosse reformulado. Mas, até o momento, todos os esforços, lamentavelmente, não produziram resultados significativos", afirmou a presidente na mensagem.
"A consulta popular é recomendável quando as formas de representação política dão sinais de que precisam ser renovadas", acrescentou Dilma.
ESCLARECIMENTO
Temer afirmou ainda que antes da realização do plebiscito haverá uma tempo de propaganda eleitoral gratuita para que a população seja informada detalhadamente sobre cada um dos pontos que constarão da consulta popular.
"Haverá um horário eleitoral, durante um mês, um mês e meio... para detalhar essas coisas", disse.
Em reunião nesta terça-feira, o Tribunal Superior Eleitoral definiu um prazo mínimo de 70 dias entre a convocação do plebiscito pelo Congresso e sua realização, de modo que o eleitorado seja devidamente informado de seu conteúdo. Ele e Cardozo também frisaram que a população terá condições de decidir sobre as principais diretrizes de uma reforma política, que seria aprovada pelo Congresso respeitando os limites definidos pelo plebiscito.
"Às vezes, ainda hoje, se parte de uma visão um pouco elitista de que o povo não sabe votar... o povo sabe votar", disse Cardozo. "O povo tem condições sim de fixar diretrizes para o que ele acha melhor."
(Reportagem de Jeferson Ribeiro; Edição de Alexandre Caverni)
domingo, 30 de junho de 2013
sábado, 29 de junho de 2013
Dilma perde apoio e tem 30% das intenções de voto para 2014--Datafolha
SÃO PAULO, 29 Jun (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff perdeu apoio dos eleitores, em meio a protestos nas principais cidades brasileiras, e hoje conta com 30 por cento das intenções de votos para a disputa presidencial de 2014, segundo um dos cenários de uma pesquisa Datafolha divulgada no site do jornal Folha de S.Paulo.
A taxa de votos da presidente caiu até 21 pontos percentuais nesse cenário em relação a uma pesquisa feita nos dias 6 e 7 de junho.
"Embora ainda lidere a disputa de 2014, Dilma é a pré-candidata que mais perdeu apoio na corrida presidencial, e a queda indica que hoje ela teria de enfrentar um segundo turno", afirmou a reportagem neste sábado.
O cenário hoje mais provável para a disputa inclui Dilma (PT), Marina Silva (Rede), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
O índice de votos de Dilma é o mesmo percentual da aprovação de seu governo, segundo outro levantamento divulgado pelo jornal neste sábado.
No cenário eleitoral que aponta Dilma com 30 por cento das intenções de voto, a taxa da ex-senadora Marina Silva subiu de 16 para 23 por cento --Marina disputou a última eleição presidencial pelo PV.
As intenções de voto do senador Aécio Neves aumentaram de 14 para 17 por cento. Já o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, oscilou de 6 para 7 por cento.
O Datafolha ouviu 4.717 pessoas entre quinta e sexta-feira em 196 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Albert Einstein, Físico e cientista alemão
14/03/1879, Ulm, Württemberg, Alemanha
18/04/1955, Princeton, Nova Jersey, EUA
Em foto célebre, o cientista mostra a língua e seu bom humor.
Albert Einstein, o mais célebre cientista do século 20, foi o físico que propôs a teoria da relatividade. Ganhou o Prêmio Nobel de física de 1921. Einstein tornou-se famoso mundialmente, um sinônimo de inteligência. Suas descobertas provocaram uma verdadeira revolução do pensamento humano, com interpretações filosóficas das mais diversas tendências.
Einstein nasceu na Alemanha em uma família judaica não-observante. Seus pais, Hermann Einstein e Pauline Koch, casaram-se em 1876 e se estabeleceram na cidade de Ulm. Hermann tornou-se proprietário de um negócio de penas de colchões.
Quando Einstein tinha um ano, a família se mudou para Munique. Com três anos de idade, Einstein apresentava dificuldades de fala. Aos seis, aprendeu a tocar violino, instrumento que o acompanharia ao longo da vida.
Em 1885, Hermann fundou, com o irmão Jacob, uma empresa de material elétrico. Em outubro daquele ano Einstein começou a freqüentar uma escola católica em Munique. Depois entrou no Luitpold Gymnasium, onde permaneceu até os 15 anos.
Com dificuldades nos negócios, em 1894 a família se mudou para a Itália. Einstein permaneceu em Munique a fim de terminar o ano letivo. Em 1895, fez exames de admissão à Eidgenössische Technische Hochschule (ETH), em Zurique. Foi reprovado na parte de humanidades dos exames. Foi então para Aarau, também na Suíça, para terminar a escola secundária.
Em 1896 recebeu o diploma da escola secundária e, aos 17 anos, renunciou à cidadania alemã, ficando sem pátria por alguns anos. A cidadania suíça lhe foi concedida em 1901. Cursou o ensino superior na ETH em Zurique, onde mais tarde foi docente.
A 6 de janeiro de 1903 casou-se com Mileva Maric. Tiveram três filhos: Lieserl, Hans Albert e Eduard. A primeira morreu ainda bebê, o mais velho tornou-se professor de hidráulica na Universidade da Califórnia e o mais jovem, formado em música e literatura, morreu num hospital psiquiátrico suíço.
Entre 1909 e 1913 Einstein lecionou em Berna, Zurique e Praga. Voltou à Alemanha em 1914, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial. Aceitou um cargo de pesquisa na Academia Prussiana de Ciências junto com uma cadeira na Universidade de Berlim. Também assumiu a direção do Instituto Wilhelm de Física em Berlim.
Em novembro de 1915, Einstein fez uma série de conferências e apresentou sua teoria da relatividade geral. No ano seguinte o cientista publicou "Fundamento Geral da Teoria da Relatividade".
Em 1919, separou-se da esposa Mileva e se casou com a prima Elsa. Naquele ano tornou-se conhecido em todo o mundo, depois que sua teoria foi comprovada em experiência realizada durante um eclipse solar.
Einstein ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1921 e foi indicado para integrar a Organização de Cooperação Intelectual da Liga das Nações. No mesmo ano, publicou "Sobre a Teoria da Relatividade Especial e Geral".
Ao longo da vida, Einstein visitaria diversos países, incluindo o Brasil, em 1925. Entre 1925 e 1928, Einstein foi presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Em 1933, Hitler chegou ao poder na Alemanha e o cientista foi aconselhado por amigos a deixar o país, renunciando mais uma vez à cidadania alemã.
A 7 de outubro de 1933, Einstein partiu para os Estados Unidos, onde passou a integrar o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton. Em 1940 ganhou a cidadania americana, mantendo também a cidadania suíça.
Em 1941 teve início o Projeto Manhattan, que visava o desenvolvimento da bomba atômica pelos americanos. Einstein não teve participação no projeto. Em 1945, renunciou ao cargo de diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, mas continuou a trabalhar naquela instituição.
A intensa atividade intelectual de Einstein resultou na publicação de grande número de trabalhos, entre os quais "Por Que a Guerra?" (1933), em colaboração com Sigmund Freud; "O Mundo como Eu o Vejo" (1949); e "Meus Últimos Anos" (1950). A principal característica de sua obra foi uma síntese do conhecimento sobre o mundo físico, que acabou por levar a uma compreensão mais abrangente e profunda do universo.
Em 1952, Ben-Gurion, então primeiro-ministro de Israel, convidou Albert Einstein para assumir o cargo de presidente do Estado de Israel. Doente, Einstein recusou. Uma semana antes de sua morte assinou sua última carta, endereçada a Bertrand Russell, concordando em que o seu nome fosse incluído numa petição exortando todas as nações a abandonar as armas nucleares.
Contribuindo para a física no século 20 no âmbito das duas teorias que constituíram seus traços mais peculiares - a dos quanta e da relatividade -, Einstein deu à primeira o elemento essencial de sua concepção do fóton, indispensável para que mais tarde se fundissem, na mecânica ondulatória de Louis de Broglie, a mecânica e o eletromagnetismo. E deu à segunda sua significação completa e universal, que se extrapola dos campos da ciência pura e atinge as múltiplas facetas do conhecimento humano. Saliente-se também que algumas das descobertas de Einstein - como a noção de equivalência entre massa e energia e a do continuum quadridimensional, suscitaram interpretações filosóficas de variadas tendências.
Einstein morreu a 18 de abril de 1955, em Princeton, Nova Jersey, aos 76 anos. Seu corpo foi cremado.
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