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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Mantega: trajetória da inflação é descendente nos próximos meses



BRASÍLIA, 9 Mai (Reuters) - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira que a trajetória da inflação no Brasil é descendente nos próximos meses, e que o governo está tomando as medidas para impedir contágio da alta dos preços entre os setores da economia.
O IPCA, indicador oficial de inflação, fechou abril com alta de 0,55 por cento, acima do esperado, afetado pelos preços de remédios e alimentos.
(Reportagem de Alonso Soto; Texto de Patrícia Duarte)

quarta-feira, 8 de maio de 2013

IPCA sobe mais do que o esperado em abril, mas volta à meta





Por Walter Brandimarte e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 8 Mai (Reuters) - A inflação ao consumidor brasileiro acelerou em abril e veio acima da expectativa do mercado, impulsionada pela alta dos preços de medicamentos e de alimentos, mas voltou a ficar ligeiramente abaixo do teto da meta do governo.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,55 por cento em abril, após alta de 0,47 por cento em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Em 12 meses, o indicador ficou em 6,49 por cento, ante 6,59 por cento de março, abaixo do teto de meta de 6,5 por cento.
Analistas ouvidos pela Reuters esperavam alta mensal de 0,47 por cento em abril e de 6,41 por cento na comparação anual.
Segundo o IBGE, o principal responsável pelo resultado de abril foi o grupo Saúde e cuidados pessoais, que subiu 1,28 por cento em abril, depois de ter registrado alta de 0,32 por cento em março.
Sozinho, o grupo respondeu por 0,14 ponto percentual do IPCA todo do mês passado. Segundo o IBGE, isoladamente, os preços dos remédios registraram avanço mensal de 2,99 por cento, liderando a lista dos principais impactos no IPCA do mês, com 0,10 ponto percentual.
No início de abril, o governo autorizou aumento de até 6,31 por cento nos preços dos remédios comercializados no país.
O grupo Despesas pessoais também mostrou aceleração na comparação mensal, fechando abril com 0,61 por cento, ante 0,54 por cento em março, bem como o grupo Habitação, com alta de 0,62 por cento no mês passado, ante 0,51 por cento.
O grupo Alimentação e bebidas, por sua vez, mostrou desaceleração para alta de 0,96 por cento no mês passado, ante 1,14 por cento em março, mesmo com a desoneração do governo nos produtos da cesta básica.
"Mesmo desacelerando de um mês para o outro, os alimentos se mantiveram em nível bastante forte e foram responsáveis por quase a metade do índice da inflação do mês (0,24 ponto percentual)", disse a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
Entre os possíveis motivos para a resistência dos preços dos alimentos, Eulina citou, entre outros, dificuldades no escoamento da safra agrícola, problemas com a safra americana. A demanda elevada também pesa.
"Alimentação continua com pressão muito forte. A demora da queda dos preços no atacado de chegar ao varejo sustenta que há pressões de demanda contribuindo para manter os preços acima do que deveriam", avalia o economista da Tendências Sílvio Campos Neto.
A expectativa dos analistas é que esse setor continue a mostrar preços menores no varejo em maio, como reflexo da deflação já vista no atacado.

DISPERSÃO
Embora o índice de dispersão do IPCA tenha desacelerado de 69 por cento em março para 66 por cento em abril, ainda é considerado um nível elevado e insuficiente para garantir alívio ao governo em seus esforços para controlar os preços.
A inflação elevada tem tirado o sono do governo porque ocorre justamente num momento de fraca recuperação econômica mas que obrigou o Banco Central a iniciar mais um ciclo de aperto monetário no mês passado, ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 7,50 por cento ao ano.
"A inflação de modo geral ainda apresenta muita preocupação, o que deve contribuir para o BC manter a trajetória de alta nos juros. Mas de forma cautelosa, porque o nível da atividade tem se recuperado, mas não de forma linear", disse o economista da Austin Rating Felipe Queiroz.
Agentes econômicos consultados na pesquisa Focus do BC acreditam que a Selic vá até 8,25 por cento neste ano, ao mesmo tempo que veem o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3 por cento.
"No curto prazo, a inflação vai afetar a demanda principalmente dos consumidores de menor renda, o que afeta o volume de vendas. Portanto, no médio e longo prazo isso acaba tendo efeito negativo de diminuição do crescimento econômico", completou Queiroz.
Essa situação já impactou as vendas no varejo em fevereiro, quando houve queda de 0,4 por cento ante o mês anterior.
(Reportagem adicional de Jeb Blount, no Rio de Janeiro; Edição de Patrícia Duarte)

terça-feira, 7 de maio de 2013

Brasileiro Roberto Azevêdo é eleito diretor-geral da OMC,



GENEBRA, 7 Mai (Reuters) - O diplomata brasileiro Roberto Azevêdo será o próximo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), disse uma fonte diplomática nesta terça-feira após os resultados da disputa para suceder o francês Pascal Lamy serem apresentados em reunião confidencial.
Azevêdo derrotou o ex-ministro do Comércio mexicano Hermínio Blanco na competição de três rodadas, tornando-se o primeiro latino-amerciano a chefiar o grupo comercial desde sua criação em 1995.
Fontes envolvidas no processo disseram que a campanha de Blanco ganhou força após o mexicano conquistar, com margem estreita, o apoio da União Europeia. Mas a UE deixou claro que poderia aceitar qualquer um dos candidatos, concedendo a Azevêdo apoio mais amplo em meio aos 159 membros da OMC.
O resultado da competição de seis meses, que atraiu nove candidatos --maior número na história da OMC-- será anunciado formalmente na quarta-feira. Azevêdo deve ser confirmado como vencedor em uma reunião em 14 de maio.
Ele assumirá o cargo hoje ocupado por Lamy em 1o de setembro e enfrentará quase imediatamente um batismo de fogo --a reunião bianual de ministros da OMC, que ocorrerá em Bali em dezembro.
A organização baseada em Genebra enfrenta dificuldades para alinhar um acordo para Bali, apesar de reduzir fortemente suas ambições após fracassar em seus esforços de dez anos para concluir a rodada de Doha de discussões sobre liberalização comercial.
O acordo em Bali tem o objetivo de reduzir a burocracia ao padronizar procedimentos alfandegários, levando a um possível impulso de trilhões de dólares à economia mundial, introduzindo ao mesmo tempo novas regras para promover segurança de alimentos e concessões para países mais pobres.
(Reportagem de Tom Miles)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O conceito de Revolução Francesa




Conceitos:


A Revolução Francesa (1789/1799) -  A grande revolução burguesa, que abrangeu um período de dez anos, marcado de lutas e violência, provocou profundas transformações na vida política, econômica e social da França e da Europa. Este grande acontecimento assinala o início da Idade Contemporânea.

A revolução francesa foi um processo social e político que decorreu entre 1789 e 1799 em França e que, com o tempo, se estendeu noutros países. Entre as suas principais consequências, destacaremos a queda do rei Luís XVI, acabando assim com o Antigo Regime (um sistema onde o poder recaía numa única pessoa e onde não existia a mobilidade social).

Conceitos
A Revolução Contemporâneo. Em sentido mais
específico Revolução Francesa, ocorrida no século XVIII e que se estendeu ao primeiro quartel do século XIX, deve ser enquadrada no ciclo revolucionário das chamadas revolução burguesas que, combatiam o Antigo Regime e, conseqüentemente, criaram condições indispensáveis à fixação do sistema capitalista como Modo de Produção dominante no Mundo Ocidental , pode ser entendida também como uma luta deflagrada pela burguesia francesa, na sua corrida em direção ao poder, haja vista que, alcançara uma projeção econômica mas estava sem perspectivas no que concerne as decisões políticas. Como registra o historiador Albert Soboul, em seu livro Revolução Francesa, “a Revolução assinala a elevação da sociedade burguesa e capitalista na História da França.

domingo, 5 de maio de 2013

Ataques israelenses à Síria põem mais pressão sobre Obama, diz McCain




Ministro da Informação da Síria, Omran al-Zoubi, dá coletiva em Damasco

WASHINGTON, 5 Mai (Reuters) - Os ataques aéreos israelenses à Síria podem aumentar a pressão sobre o governo de Obama para uma intervenção na Síria, afirmou um importante republicano no domingo, mas o governo dos EUA enfrenta questões difíceis sobre como pode ajudar sem aumentar o conflito.
Horas depois de jatos israelenses bombardearem a Síria no domingo pela segunda vez em 48 horas, vários importantes políticos norte-americanos manifestaram preocupação com as crescentes incertezas no Oriente Médio, onde uma guerra civil tem sido travada na Síria há mais de dois anos.
O senador republicano John McCain disse que os últimos ataques aéreos israelenses, descritos por uma fonte ocidental como ataques a mísseis iranianos destinados ao Hezbollah do Líbano, só vão colocar mais pressão sobre o governo para agir, embora o presidente Barack Obama tenha afirmado que não tem planos de enviar tropas terrestres para a Síria.
"Precisamos ter uma ação para mudar o jogo, e que não haja botas americanas no território, estabelecer uma zona de segurança e protegendo-a, e fornecer armas para as pessoas certas na Síria que estão lutando, obviamente, pelas coisas que acreditamos", disse McCain no programa" Fox News Sunday".
O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse na semana passada que o governo norte-americano estava repensando sua contrariedade em armar os rebeldes sírios.
Obama disse no sábado que Israel tem o direito de se proteger contra a transferência de armas avançadas para o Hezbollah, mas seu governo não tinha comentado ainda sobre os ataques aéreos.
Os Estados Unidos estão buscando mais evidências para determinar se e como armas químicas foram utilizadas na Síria. O presidente norte-americano afirmou que não prevê o envio de tropas dos EUA para a Síria, independentemente se o uso de armas químicas for constatado, e disse que tem uma série de outras opções em análise.
(Reportagem de Deborah Charles e Caren Bohan; Reportagem adicional de Roberta Rampton e Eric Beech)

(Deus e o Diabo na Terra do Sol, 1964) Um marco do Cinema Novo.



Deus e o diabo na terra do sol é um filme brasileiro de 1964, do gênero drama, dirigido por Glauber Rocha.
Considerado um marco do cinema novo, foi gravado em Monte Santo (Bahia)



Por muitos, considerado o melhor filme brasileiro de todos os tempos. Define bem a personalidade de Glauber Rocha.
"Vou contar uma história, na verdade, é imaginação. Abra bem os seus olhos pra enxergar com atenção. É coisa de Deus e Diabo, lá nos confins do sertão.”

Um dos filmes mais representativos do Cinema Novo, corrente artística liderada por Glauber Rocha, que teve como adeptos Nelson Pereira do Santos, Ruy Guerra, Joaquim Pedro de Andrade e Cacá Diegues entre outros diretores. Movimento fundado na metade da década de 50, que era composto em sua maioria por jovens cineastas. O Cinema Brasileiro estava em declínio com as falências das companhias cinematográficas paulistas. Rio, 40 Graus (1955), filme de Nelson Pereira dos Santos, abre espaço para o ínicio deste movimento, que tinha como principal influência o Neo-Realismo Italiano e a Nouvelle-Vague Francesa. Com orçamentos baixos, a principal proposta era fazer filmes anti-industriais, bárbaros e polêmicos.

É possível identificar no roteiro de Deus e o Diabo na Terra do Sol, filme dirigido e escrito por Glauber Rocha, influências de Jean-Paul Sartre com sua peça teatral O Diabo e o Bom Deus, mas Glauber afirmava que o personagem de Antônio das Mortes era verídico, seu nome: José Rufino. Paulo Gil Soares documentou a história deste nordestino que matou muitos cangaceiros. Outra grande influência de Glauber para executar este filme foi o lendário Encouraçado Potemkin de Sergei Eisenstein. Ambos os filmes mudaram o rumo do cinema em suas respectivas épocas, principalmente esteticamente.

O filme inicia com Manuel (Geraldo Del Rey) e Rosa (Yoná Magalhães), um casal de trabalhadores nordestinos que sofrem com a pobreza, a fome, a miséria do sertão. O vaqueiro Manuel se vê no meio de uma injustiça com seu patrão, o Coronel Morais (Milton Roda) e o mata. Apartir daí começa a saga do pobre casal que se vê obrigado a fugir e seguir seu destino. Encontram Sebastião (Lídio Silva), beato que se dizia santo e milagreiro e seus seguidores. O profeta promete prosperidade e salvação, porém no decorrer do filme se mostra um homem louco, alucinado e promete o impossível ao povo, que com tanta miséria, fome e necessidades precisa ouvir algumas palavras confortadoras para continuarem suas pobres vidas. Manuel crê firmemente nas palavras do falso salvador, embora Rosa percebe a loucura do falso Deus negro e, após o sacrifício de uma criança, acaba matando-o. Enquanto isso Antônio das Mortes (Maurício do Valle) lidera um ataque a mando dos latifundiários locais e da igreja católica, que pedem a morte dos seguidores do beato. De forma estranha, Antônio das Morte, o matador de cangaceiros deixa o casal Manuel e Rosa vivos para contar como foi o massacre à caravana de Sebastião.

Mais uma vez nosso casal está sozinho nas veredas do sertão e dessa vez acaba encontrando o bando de Corisco (Othon Bastos), cangaceiro remanescente do grupo de Lampião. Corisco, sendo um homem destemido que muito sofreu na vida, batiza Manuel de Satanás e este agora tem novamente um sentido em sua vida, dessa vez completamente imerso no mundo do crime e do cangaço nordestino. Depois de muita baderna e matança no nordeste, Antônio das Mortes resolve acabar de vez com os cangaceiros. Uma parte do filme que nos remete aos Westerns Hollywoodianos que com certeza influenciaram Glauber Rocha. Um faroeste no terceiro mundo. A vestimenta de Antônio das Mortes é toda característica, capa longa onde pode guardar seus utensílios, chapéu com amplas abas para se proteger do sol. Com tudo isso, o personagem ganha um ar misterioso, frio e solitário.

Outro personagem importante é o Cego Júlio. Narrador eloqüente que se torna crucial nos principais momentos do filme, narrando, cantando sempre de uma forma crítica e aguçada.
- É matando, Antônio? É matando que você ajuda seus irmãos?
- Sebastião também me perguntou. Eu não queria, mas precisava. Eu não matei os beatos pelo dinheiro. Matei porque não posso viver descansado com essa miséria.

- A culpa não é do povo, Antônio! Não é do povo!
- Um dia vai ter uma guerra maior nesse sertão. Uma guerra grande, sem a cegueira de Deus e o Diabo. E para que essa guerra comece logo, eu, que já matei Sebastião, vou matar Corisco. E depois morrer de vez, que nós somos tudo uma mesma coisa.

Conversa entre Antônio das Mortes e o Cego Júlio
Considerado por muitos como o melhor filme brasileiro, Deus e o Diabo na Terra do Sol exemplifica bem a personalidade de Glauber. Um sujeito ambíguo, complicado, perturbado, controverso. Mandado ao exílio pelos militares, traiu a esquerda, e apoiou Geisel. Posteriormente traiu os militares e ninguém mais o queria. Muito polêmico, conseguiu a admiração de críticos e cineastas. O próprio Martin Scorsese nunca escondeu sua paixão pela arte de Glauber Rocha e atualmente patrocina a recuperação dos filmes do cineasta baiano.
Música de Heitor Villa-Lobos, do qual Glauber era extremamente fã, cantada por Sérgio Ricardo e com letras próprias do diretor. Ganhou diversos prêmios e festivais por todo o globo. Uma atuação brilhante de Othon Bastos. Glauber Rocha, então com 23 anos, conseguiu seu lugar na eternidade com o filme que melhor simboliza o Cinema Novo, que melhor retrata a cultura folclórica brasileira.

"Eu parti do texto poético. A origem de Deus e o Diabo é uma língua metafórica, a literatura de cordel. No Nordeste, os cegos, nos circos, nas feiras, nos teatros populares, começam uma história cantando: eu vou lhes contar uma história, que é de verdade e de imaginação, ou então, que é imaginação verdadeira. Toda minha formação foi feita nesse clima. A idéia do filme me veio espontaneamente." - Glauber Rocha


Elenco

Geraldo Del Rey .... Manoel
Yoná Magalhães .... Rosa
Maurício do Valle .... Antônio das Mortes
Othon Bastos .... Corisco
Lidio Silva .... Sebastião
Sonia dos Humildes .... Dadá
João Gama .... padre
Antonio Pinto .... coronel
Milton Rosa ....Moraes
Roque Santos
[editar]Principais prêmios e indicações

Festival de Cannes 1964 (França)
Indicado à Palma de Ouro

Atenção futuros feras este filme está inserido em exames vestibulares e Enem e mostra a realidade opressora da república oligárquica e do coronelismo típico ainda em muitos cantões de nosso país até hoje. Como também a questão social nordestina o triste drama da seca e a miséria do Sertão Nordestino. Apesar do filme ser de 1964 a temática é muito realista e atual - basta inseri-lo na realidade do NORDESTE DE HOJE (SECA ATUAL) E A INDÚSTRIA DA SECA  que ainda é praticada na região. Alarcon

American way of life





O American way, também conhecido como American way of life (estilo americano de vida), é uma expressão referente a um suposto "estilo de vida" praticado pelos habitantes dos Estados Unidos da América. É um exemplo de uma modalidade comportamento desenvolvida no século 18 e praticada até hoje. Se refere a um ethos nacionalista que se propõe aderir aos princípios de vida, a liberdade e a procura da felicidade (direitos não-alienáveis de todos americanos de acordo com a Declaração de Independência). Pode-se relacionar o American way com o American dream.
1937 Louisville, Kentucky. Margaret Bourke-White 1 . There's no way like the American Way
Durante a Guerra Fria a expressão era muito utilizada pela mídia para mostrar as diferenças da qualidade de vida entre as populações dos blocos capitalista e socialista. Naquela época, a cultura popular americana abraçava a ideia de que qualquer indivíduo, independente das circunstâncias de sua vida no passado, poderia aumentar significativamente a qualidade de sua vida no futuro através de determinação, do trabalho duro e da habilidade. Politicamente, o American way acredita na crença da "superioridade" da democracia dita livre, fundada num mercado de trabalho competitivo sem limites. Os americanos do norte como sempre com o orgulho da superioridade e da inferioridade.
Nos dias atuais, a expressão novamente se tornou presente, graças à crença espalhada tanto por Bush pai quanto por Bush filho de que o estilo de vida americano não pode ser ameaçado e nem negociado. Bush pai utilizou o American way em 1992 para recusar propostas de diminuição das taxas de gás carbônico, afirmando que o American way "não pode ser negociável". Já Bush filho utilizou-se da expressão para convencer a população americana a apoiá-lo na "instauração da democracia" no Afeganistão e no Iraque, defendendo que o American way "não pode ser ameaçado por outras nações".
História Durante o tempo da Guerra Fria, a expressão foi usada pela mídia para destacar as diferenças de padrões de vida das populações dos Estados Unidos e da União Soviética. Naquela época, a cultura popular americana amplamente abraçava a ideia de que qualquer pessoa, independentemente das circunstâncias do seu nascimento, poderia aumentar significativamente seu padrão de vida através da determinação, do trabalho duro e da habilidade natural. No setor do emprego, esse conceito foi expresso pela crença de que um mercado competitivo promoveria o talento individual e o interesse renovado no empreendedorismo. Politicamente, ela tomou a forma de uma crença na superioridade de uma democracia livre, fundada em uma expansão produtiva e econômica sem limites. Um livro de 1955 influente, protestante, católico, judeu por Will Herberg, identificou o American Way of Life, politicamente "composta quase igualmente da democracia e da livre iniciativa",  como a "religião comum" da sociedade americana: O modo de vida americano é individualista, dinâmico, pragmático. Ele afirma o valor supremo e dignidade do indivíduo, que salienta a atividade incessante de sua parte, pois nunca é demais, mas é sempre se esforçar para "chegar à frente", que define uma ética de auto-suficiência, o personagem de mérito, e e os juízes de realização: "ações, não credos" são o que contam. O "American Way of Life" é humanitária, "forward-looking", otimista. Os americanos são facilmente as pessoas mais generosas e filantrópicas em todo o mundo, em termos de resposta pronta e irrestrito ao sofrimento em qualquer lugar do globo. O americano acredita no progresso, na auto-aperfeiçoamento, e bastante fanaticamente na educação. Mas acima de tudo, a norte-americana é idealista. Os americanos não podem continuar a ganhar dinheiro ou alcançar sucesso no mundo simplesmente por seus próprios méritos; tais "materialista" as coisas devem, na mente dos americanos, justificar-se "superior" termos, em termos de "serviço" ou "administração" ou "bem-estar geral "... E porque são tão idealistas, os americanos tendem a ser moralista, eles estão inclinados a ver todas as questões como questões claras e simples, preto e branco, da moralidade . Como observa um comentarista, "o primeiro semestre de declaração Herberg ainda se mantém verdadeiro quase meio século depois que ele formulou pela primeira vez ele", embora "as reivindicações últimos Herberg têm sido severamente se não completamente minado ... o materialismo já não precisa ser justificado em altissonantes termos ".  No Arquivo Nacional e Administração de Registros Relatório Anual 1999, a National arquivista John W. Carlin escreve: "Nós somos diferentes porque o nosso governo e nosso modo de vida não são baseadas no direito divino dos reis, dos privilégios hereditários de elites, ou a aplicação . de deferência para com ditadores Eles são baseados em pedaços de papel, das Cartas da Liberdade -. da Declaração que afirmou nossa independência, a Constituição que criou o nosso governo, e o Bill of Rights, que estabeleceram as nossas liberdades "

Era vitoriana



A Era Vitoriana no Reino Unido foi o período do reinado da Rainha Vitória, em meados do Século XIX, a partir de Junho de 1837 a Janeiro de 1901.
Este foi um longo período de prosperidade e paz (Pax Britannica) para o povo britânico, como os lucros adquiridos a partir da expansão do Império Britânico no estrangeiro, bem como o auge e consolidação da Revolução Industrial e o surgimento de novas invenções, isso permitiu que uma grande e educada classe média se desenvolvesse.
Alguns estudiosos poderiam estender o início do período à época da aprovação do Ato de Reforma de 1832, como a marca do verdadeiro início de uma nova era cultural. A Era Vitoriana foi precedida pela Era da Regência ou Período Georgiano e antecedeu o período Eduardiano. A segunda metade da Era Vitoriana coincidiu com a primeira parte da Belle Époque, ocorrido principalmente na Europa continental.
Ao final do século, as políticas do Novo Imperialismo levou ao aumento de conflitos coloniais e eventualmente, a Guerra Anglo-Zanzibari e a Guerra dos Bôeres na África. Internamente, a política se torna cada vez mais liberal, com uma série de mudanças graduais na direção de reformas políticas e ao alargamento dos direitos do voto.
Durante a Era Vitoriana a população da Inglaterra quase duplicou, passando de 16,8 milhões em 1851 para 30,5 milhões em 1901. A população da Irlanda diminuiu rapidamente, de 8,2 milhões em 1841 para menos de 4,5 milhões em 1901.
No início da Era Vitoriana, a Câmara dos Comuns foi dominada por dois partidos, os "Whigs" e os "Tories". A Partir de 1850 os Whigs são chamados de Liberais e os Tories ficaram conhecidos como Conservadores. Ambas as partes foram lideradas por estadistas proeminentes incluindo Lorde Melbourne, Sir Robert Peel, Lorde Derby, Lorde Palmerston, William Gladstone, Benjamin Disraeli e Lord Salisbury.
Eventos
1832 - Aprovação do primeiro Ato de Reforma .
1837 - Ascensão da rainha Vitória para ao trono.
1840 - A Nova Zelândia se torna uma colônia britânica, através do Tratado de Waitangi.
1842 - Massacre do exército Elphinstone pelos afegãos no Afeganistão, resultando na morte ou prisão de 16.500 soldados e civis.
1842 - O "Ato das Minas" de 1842 proíbe as mulheres e as crianças trabalhem em minas de carvão, ferro, chumbo e estanho.
1842 - O "Illustrated London News" foi publicada pela primeira vez.
1845 - A Grande Fome Irlandesa. A pior catástrofe humana do Reino Unido, a morte por inanição e a emigração em massa reduziu a população da Irlanda em mais de 50%. Essa tragédia definitivamente mudou a demografia da Irlanda e se tornou um ponto culminante do sentimento nacionalista que permeou política britânica durante a maior parte do século seguinte.
1848 - 2.000 pessoas morrem por semana, em uma epidemia de cólera.
1850 - Restauração da hierarquia católica-romana na Grã-Bretanha.
1851 - A Grande Exposição(considerada a 1° Grande Feira Mundial), realizada no Hyde Park em Londres apresentou as maiores inovações do século. Em seu centro havia o Palácio de Cristal, um enorme módulo de vidro e estrutura de ferro (a primeira do seu tipo). Essa estrutura foi condenada por John Ruskin como o modelo de desumanização no desenho, mas mais tarde veio a ser apresentado como o protótipo da arquitetura moderna.O aparecimento da fotografia, que foi demonstrada na Grande Exposição, resultou em mudanças significativas na arte vitoriana.
1851 - A Corrida do Ouro Vitoriana. Em dez anos, a população australiana quase triplicou.
1854 - Guerra da Criméia: O Reino Unido declara guerra à Rússia.
1857 - O Motim dos Indianos: Uma revolta generalizada na Índia contra a Companhia Britânica das Índias Orientais, foi impulsionado pelos Sipais (Soldados indianos à serviço da Coroa Britânica). A rebelião, que não envolveu apenas Sipais, mas muitos setores da população indiana, tendo sido dentro de um ano. Em resposta ao motim, a Companhia Britânica das Índias Orientais foi abolida em Agosto de 1858 e se inicia o período do Raj britânico.
1859 - Charles Darwin publica "A Origem das Espécies".
1861 - A morte do príncipe Albert, a Rainha se recusa a sair em público por muitos anos.
1875 - O Reino Unido compra do Egito ações sobre o canal de Suez.
1878 - Tratado de Berlim é assinado. Chipre se torna uma colônia Britânica.
1882 - As tropas britânicas começam a ocupação do Egito, a fim de assegurar uma rota comercial e a passagem para a Índia, o país se torna um protetorado.
1888 - O assassino em série conhecido como "Jack o Estripador" assassinou e mutilou prostitutas nas ruas de Londres, levando a uma e histeria e cobertura internacional da imprensa. Os jornais usaram as mortes para trazer maior foco na situação difícil dos desempregados e para atacar líderes políticos e da polícia. Apesar do assassino nunca ter sido capturado, o caso levou a renúncia de Sir Charles Warren.
1901 - Com a morte da Rainha Vitória, Eduardo, seu filho, ascende ao trono e dá início ao Período Eduardiano.
Cultura
Elementos culturais notáveis da era vitoriana incluem:
Na Arquitetura
O reflorescimento da arquitetura gótica sob a forma conhecida como neo-gótica se tornou cada vez mais significativo nesse período, levando ao conflito entre os ideais góticos e clássicos. A arquitetura para o novo Palácio de Westminster (destruído em 1834 por um incêndio) planejada pelo arquiteto Charles Barry traz elementos góticos, inspirados nas partes intactas do edifício. A intenção foi construir uma narrativa de continuidade cultural, em oposição aos violentos rompimentos culturais e artísticos como a Revolução Francesa.
Na literatura
Os romances de George Eliot, Thomas Love Peacock, Charles Dickens, Sir Arthur Conan Doyle, Anne Brontë, Wilkie Collins, Oscar Wilde, Charlotte Brontë, Emily Brontë, Walter Scott, William Makepeace Thackeray, Lewis Carroll, Robert Louis Stevenson e Thomas Hardy.
A poesia britânica de Alfred Tennyson, William Morris, Dante Gabriel Rossetti, Algernon Charles Swinburne, Matthew Arnold, Christina Rossetti, Emily Brontë, Lionel Johnson, Ernest Dowson, o jovem W.B. Yeats, Thomas Hardy, Gerard Manley Hopkins, Alfred Edward Housman e de Robert Browning.
As redações Thomas Carlyle, John Henry Newman, John Stuart Mill e Walter Pater.
A década de 1890 é de particular interesse, onde viram-se as primeiras tentativas por parte dos escritores ingleses de adotar os métodos e ideais dos simbolistas franceses.
No drama
Adaptações para os palcos do Frankenstein de Mary Shelley e do novo gênero de romances sobre vampiros. Em 1849 as histórias de Frankenstein e dos vampiros são finalmente combinadas em Frankenstein; ou A Vítima do Vampiro. Em 1887, The Model Man, uma peça teatral na qual o monstro Frankenstein e um vampiro estão no Ártico, aparece em Londres.
O drama e espírito de humor de Oscar Wilde.
Controvérsia sobre as peças de Henrik Ibsen no palco de Londres, com homens como James Joyce e George Bernard Shaw apoiando o novo estilo dramático oriundo da Noruega.
Na religião
O movimento Oxford/Tractarian no início do reinado de Vitória.
Em 1865, William Booth começou o Exército da Salvação em Londres.
A ascensão da teosofia e de outros interesses ocultos na década de 1890.
Na música
A colaboração entre Arthur Sullivan, compositor, e W.S. Gilbert, libretista, um dos mais bem sucedidos duos do teatro musical e da operetta.
No esporte
Foi na época vitoriana que os esportes foram sistematicamente introduzidos nas escolas privadas (public schools) inglesas. Desta forma reiniciava-se a era das atividades físicas que fora interrompida por Teodósio no século IV. Este movimento está intimamente liagado ao renascimento dos jogos olímpicos, que aconteceria em 1896 em Atenas, e este foi idealizado pelo Barão de Cobertin, mas o mérito deve ser partilhado aos primórdios da Educação Física Inglesa que já idealizava a formação do homem como um todo, nem só intelectual e nem só físico.

Nessa época houve o Escapismo. Na economia: No período Vitoriano, uma das mais importantes medidas econômicas adotadas foi a revogação dos Atos de Navegação, que fora instituído por Oliver Cromwell no sec. XVII. Tal fato deu-se em razão do crescimento naval de outras nações o que estava afetando o comércio e a economia inglesa. O não envolvimento em questões de guerra na Europa também contribuiu para o efetivo desenvolvimento econômico que já era acelerado. A participação mundo afora nos transportes públicos, com as companhias de capital, e produtos industrializados terminaram por consolidar o apogeu econômico do período.

sábado, 4 de maio de 2013

Belle Époque.






A Belle Époque (bela época em francês) foi um período de cultura cosmopolita na história da Europa que começou no final do século XIX (1871) e durou até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. A expressão também designa o clima intelectual e artístico do período em questão. Foi uma época marcada por profundas transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o quotidiano.
Foi considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre os países europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. A arte e a arquitetura inspiradas no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de estilo "Belle Époque". Além disso "Belle Epóque" foi representada por uma cultura urbana de divertimento incentivada pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte , que aproximou ainda mais as principais cidades do planeta.
Sociedade e progresso materiais
Inovações tecnológicas como o telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, a bicicleta, o automóvel, o avião, inspiravam novas percepções da realidade. Com seus cafés-concertos, balés, óperas, livrarias, teatros, boulevards e alta costura. Paris, a Cidade Luz, era considerada o centro produtor e exportador da cultura mundial. A cultura boêmia imortalizada nas páginas do romance de Henri Murger, Scènes de la vie de bohème (1848), era um referencial de vida para os intelectuais brasileiros, leitores ávidos de Baudelaire, Rimbaud, Verlaine, Zola, Anatole France e Balzac. Ir a Paris ao menos uma vez por ano era quase uma obrigação entre as elites, pois garantia o vínculo com a atualidade do mundo.
Ocorreram ainda várias mudanças no mundo da arte na Europa, fazendo com que teatros, exposições de telas, cinemas, entrassem no quotidiano dos burgueses. E apenas eles tinham acesso a este mundo da arte. A Belle Époque americana é, no entanto, instalada rapidamente no país, por meio de uma breve industrialização que começa em meados de 1875, e depois ainda sobrevive até 1930, sendo aos poucos minada por novos movimentos agrícolas.
Arte e literatura
O estilo chamado art nouveau ("arte nova" em português) foi típico da Belle Époque. Esta corrente artística surgiu nos finais do século XIX, em reacção ao emprego abusivo na arte de motivos clássicos ou tradicionais. Em vez de se basear nos sólidos modernos da arte clássica, a art nouveau valorizava os ornamentos, as cores vivas e as curvas sinuosas baseadas nas formas elegantes das plantas dos animais e das mulheres. É uma arte essencialmente decorativa sendo as principais obras desse estilo fachadas de edifícios, objetos de decoração (móveis, portões, vasos), jóias, vitrais e azulejos. Um dos pintores mais conhecido da Arte Nova é Alfonse Mucha.
Mabel Normand, famosa atriz de cinema que estrelou ainda na Belle Époque.
O Ford T, um carro "bom e barulhento", como diziam seus contemporâneos, grande símbolo progressista da Belle Époque.
Tendo surgido, acredita-se, de uma série de influências na arte, também na literatura, considera-se que entre os seus precursores estão William Morris e o movimento Arts and Crafts, o movimento Pré-Rafaelita, o Historicismo do Romantismo do Barroco, do Revivalismo Gótico e Celta, William Blake e Walter Crane, as gravuras Japonesas , Oscar Wilde, o ideal wagneriano de Gesamtkunstwerk, de Aubrey Beardsley, a poesia simbolista de Mallarmé e das pinturas de Toulouse-Lautrec, Munch, Whistler, Nabis e Seurat.
Em literatura, considera-se que um dos principais precursores do estilo Art Nouveau Revivalismo Celta, especialmente na Inglaterra, Escócia, Irlanda e Escandinávia, o qual teria dado, voltando-se para as "épocas áureas" de cada país. Apesar dos motivos medievais de cavalaria usados por esta tendência literária, que contribui para a Art Nouveau em outros gêneros artísticos, havia nesta escola um desejo da libertação do antigo e uma certa procura do novo, que refletiu-se em movimentos como o Novo Paganismo ou o Novo Hedonismo enquanto que O retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde "caracterizava-se pela Nova Voluptuosidade"1 .
A cultura do divertimento
No final do século XIX o êxodo rural, o desenvolvimento das comunicações e a eletricidade, aliadas ao crescimento urbano propiciaram o surgimento da cultura do divertimento. Essa cultura ganhou status social na burguesia através dos cabarés, onde era possível encontrar a fusão dos elementos da cultura erudita com os elementos das classes baixas.
A indústria do divertimento
A indústria do divertimento (parque de diversão e cinema) foi possível devido ao desenvolvimento da eletricidade e a diminuição da jornada de trabalho, fazendo com que os operários tivessem mais horas livres para o lazer. Os parques e os cinemas transformaram-se em divertimento de massa, porque o ingresso era barato e esses divertimentos provocavam um desprendimento momentâneo da realidade cotidiana das pessoas

ESPECIAL-Inflação de alimentos no Brasil: não culpe apenas o clima




Por Caroline Stauffer e Silvio Cascione

SALTO, São Paulo,  (Reuters) - O Brasil, uma superpotência agrícola de altos e baixos com terras férteis em abundância, está lutando para fornecer alimentos de forma consistente a preços acessíveis para sua população.
Para entender como, considere o tomate.
Os preços da fruta vermelha dispararam 122 por cento em março ante o ano anterior, colocando-o na capa de duas revistas nacionais, estimulando relatos de tráfico de tomate da Argentina e acendendo indignação nacional sobre como qualquer produto poderia custar mais nos trópicos do que em, digamos, o frígido Alasca.
A produção do Brasil de commodities de exportação como soja, milho, açúcar e café está crescendo mais rápido do que em qualquer lugar do mundo, e ninguém está alertando sobre uma iminente escassez de alimentos em um país tão rico em recursos naturais.
Mas a maior economia da América Latina está se tornando um conto de duas contrastantes políticas agrícolas. Culturas de exportação são um modelo de capacidade tecnológica e alta rentabilidade, enquanto as fazendas responsáveis ​​pela alimentação de uma classe crescente de consumidores permanecem quase nas mesmas condições há décadas: em sua maioria pequenas e familiares.
Oprimidos por dívidas, vulneráveis ​​a danos do tempo e espremidos para fora de suas terras pelas culturas de commodities, essas fazendas são o primeiro elo de uma longa cadeia de ineficiências que fizeram os preços dos alimentos subirem em um país ainda marcado pela sua longa história de inflação galopante --complicando os esforços da presidente Dilma Rousseff para retomar o crescimento econômico.
"O governo não sabe o que é agricultura, ele só sabe o que é agricultura na balança comercial", disse o agricultor Cyro Cury, que cultiva 10 tipos de tomates em uma fazenda em Salto, no interior de São Paulo.
"Não temos nenhuma estratégia de trabalho, nenhum levantamento de dados das regiões... A gente não pode ser chamado de celeiro do mundo, não temos as políticas para isso", acrescentou ele, ao examinar tomates recém-colhidos das dezenas de estufas que administra. 
Alguns dos problemas enfrentados pelos pequenos agricultores agrupados em torno de grandes cidades brasileiras, tais como mão de obra escassa e linhas de transporte pobres, também são sentidos por indústrias e empresários. É o chamado custo Brasil, que tem sufocado o crescimento econômico e tornou fazer negócios no país tão caros.
O governo federal em grande parte culpa o recente aumento de preços do tomate, da cebola e da cenoura --que ajudou a inflação em 12 meses a ficar acima do teto da meta do Banco Central em março pela primeira vez em um ano e meio-- a fatores sazonais que não pode controlar.
"Houve alguns problemas em função da clima, um pouco da seca que aconteceu depois da chuva em algumas regiões. Mas é uma política bem definida para essas culturas através de linhas de crédito, intervenção por preço mínimo", disse o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, sugerindo que os preços irão cair em breve.
Há um consenso crescente entre agricultores e economistas, no entanto, de que problemas estruturais mais profundos, e não apenas chuvas irregulares, deixam o Brasil vulnerável à oscilação dos preços dos alimentos em um momento em que alguns poucos países comparáveis ​​estão preocupados com a inflação.
Como em muitos países em desenvolvimento, a comida ainda é responsável por uma grande fatia do índice de preços ao consumidor do Brasil --22 por cento-- e frutas e vegetais frescos são amplamente consumidos por todas as classes.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Brasil tem déficit comercial recorde para abril, de US$994 mi

BRASÍLIA, 2 Mai (Reuters) - A balança comercial registrou no mês passado o pior desempenho para meses de abril da história do comércio exterior brasileiro, com um déficit de 994 milhões de dólares, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta quinta-feira.
Com mais este resultado negativo, o Brasil acumula déficit comercial recorde de 6,15 bilhões de dólares no quadrimestre, ante um saldo positivo de 3,3 bilhões de dólares no mesmo período de 2012. Neste ano, somente o mês de março registrou superávit comercial, e de apenas 161 milhões de dólares.
O governo credita o desempenho fraco da balança comercial à necessidade da Petrobras de importar mais combustíveis e vender menos petróleo no mercado externo para atender a crescente demanda doméstica.
"Se não fosse petróleo e derivados, teríamos tido uma média diária de exportações superior", disse secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, referindo-se ao recuo de 73 por cento das exportações de petróleo em abril ante abril de 2012.
De acordo com o ministério, o déficit comercial específico das operações de petróleo e derivados foi de 2,7 bilhões de dólares em abril, ante déficit de 1,175 bilhão de dólares em abril do ano passado.
O resultado da balança comercial no mês, apesar de ruim, veio em linha com o esperado pela mediana das projeções de especialistas consultados pela Reuters, de déficit de 1 bilhão de dólares.
No mês, exportações somaram 20,632 bilhões de dólares, com queda de 4,1 por cento em relação a abril de 2012 e de 2,9 por cento frente a março, pela média diária.
Mas não foram somente as exportações de petróleo que caíram no mês. Também houve queda nas vendas de produtos básicos (-5,5 por cento) e de manufaturados (-3,9 por cento) com recuo nos embarques de algodão, carne, café, minério de ferro, aviões e máquinas. Somente as vendas de semimanufaturados subiram no mês (+1,5 por cento) ante abril de 2012.
Apesar da retração nas vendas de produtos básicos, as exportações do complexo soja mostraram forte elevação no mês passado, com alta de 62 por cento no volume embarcado em relação a abril de 2012, para 7,15 milhões de toneladas.
Já as importações em abril somaram 21,626 bilhões de dólares, com alta em todas as categorias de produto. Pela média diária, as importações cresceram 5,2 por cento frente a abril de 2012 e de 2,6 por cento ante março.
Em relação a abril de 2012, as importações de bens de consumo subiram 9,1 por cento, puxadas por uma alta de 22,8 por cento de bens não duráveis. Já as compras de matérias-primas e intermediários aumentaram 7,2 por cento, e as de bens de capital, 3,2 por cento.
As importações de combustíveis aumentaram 19,8 por cento em abril frente a março pela média diária, devido ao registro atrasado das compras de gasolina no exterior feitas pela Petrobras em 2012. Essa contabilidade atrasada vem sendo feita desde janeiro e afetando negativamente a balança comercial.
Segundo a secretária, a Petrobras ainda terá que fazer o registro de 1 bilhão de dólares em importações de gasolina realizadas em 2012. Entre janeiro e abril, esse registro em atraso foi de 3,5 bilhões de dólares.
No acumulado do ano até abril, as exportações somam 71,468 bilhões de dólares, com queda de 3,1 por cento pela média diária em relação ao mesmo período de 2012, em decorrência de menores vendas no exterior de produtos básicos e manufaturados.
Em contrapartida, as importações atingiram, no mesmo período, 77,618 bilhões de dólares, 10 por cento acima do registrado no primeiro quadrimestre de 2012, em função de maiores compras no exterior de combustíveis, máquinas e equipamentos, bens intermediários e bens de consumo.
(Por Luciana Otoni)
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Publicado em 2/05/2013 às 15:02 na categoria Internacional por Bianca Hayashi

SUPERÁVIT COMERCIAL DA AMÉRICA LATINA COM EUA CRESCE 36,2%
O déficit do Brasil subiu para US$ 1,7 bilhão em março

Superávit comercial da América Latina com EUA cresce 36,2%    
O superávit dos países da América Latina e do Caribe em seu comércio de bens com os Estados Unidos aumentou 36,2% de fevereiro a março e ficou em US$ 2,796 bilhões, informou nesta quinta-feira (2) o Departamento de Comércio.
O superávit latino-americano e caribenho representou em março 6,2% do déficit no comércio de bens americanos, que nesse mês somou US$ 44,986 bilhões.
Nos três primeiros meses deste ano o superávit latino-americano e caribenho somou US$ 6,855 bilhões, o que significa que se reduziu a menos da metade do totalizado no mesmo período de 2012 (US$ 18 bilhões).
O déficit do Brasil subiu de US$ 1,665 bilhão em fevereiro para US$ 1,7 bilhão em março. Entre janeiro e março, o Brasil somou um déficit de US$ 4,279 bilhões, comparado com o US$ 1,234 bilhão do mesmo período do ano anterior.
Já o superávit do México em seu comércio de bens com os EUA subiu de US$ 4,255 bilhões em fevereiro para US$ 5,263 bilhões em março. Nos três primeiros meses do ano o superávit mexicano somou US$ 13,118 bilhões, comparado com os US$ 16,193 bilhões do primeiro trimestre de 2012.
E o déficit da Argentina foi de US$ 278 milhões em março. Entre janeiro e março deste ano o país acumulou um saldo negativo em seu comércio de bens com os EUA de US$ 1 bilhão.
O superávit da Venezuela subiu de US$ 1,144 bilhão em fevereiro para US$ 1,276 bilhão em março. Nos três primeiros meses deste ano o superávit venezuelano somou US$ 4,392 bilhões, enquanto no mesmo período de 2012 era de US$ 6,649 bilhões. 

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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Dia do Trabalho na Europa tem protestos contra austeridade






MADRI, 1 Mai (Reuters) - Trabalhadores atingidos pela perda de poder aquisitivo e pelo desemprego recorde realizaram protestos por toda a Europa na quarta-feira, feriado do Dia do Trabalho, na esperança de convencer os governos da zona do euro a abrandarem as políticas de austeridade e adotarem mais medidas de estímulo ao crescimento.
Milhares de pessoas saíram às ruas de Madri, ocupando totalmente a Gran Via, importante avenida comercial da cidade. Os manifestantes levavam bandeiras e cartazes com dizeres como "a austeridade arruína e mata" ou "reformas são roubo".
"O futuro da Espanha parece terrível, estamos retrocedendo com este governo", disse a ex-funcionária pública Alicia Candelas, 54 anos, desempregada há dois anos.
A economia espanhola encolhe há sete trimestres consecutivos, e o desemprego atinge o nível recorde de 27 por cento.
"Nunca houve um 1º de Maio com mais razões para sair às ruas", disse Candido Mendes, líder da UGT, uma das duas centrais sindicais que convocaram trabalhadores e desempregados a aderirem aos mais de 80 protestos programados no país.
Na Grécia, uma greve geral de 24 horas paralisou trens, balsas, bancos e serviços hospitalares. Cerca de mil policiais foram mobilizados em Atenas, mas os protestos na cidade foram pacíficos, reunindo cerca de 5 mil pessoas. "Não vamos nos tornar escravos, saiam às ruas!", dizia uma faixa na manifestação.
Antes, centenas de manifestantes filiados ao partido comunista KKE ergueram os punhos cerrados durante manifestação na praça Syntagma, em frente ao Parlamento, cenário de violentos confrontos entre policiais e ativistas em protestos anteriores.
A Grécia está no sexto ano consecutivo de recessão.
"A economia não será reavivada pelos bancos falidos e pelo sistema político corrupto, e sim pelos trabalhadores e sua luta", disse Alexis Tsipras, líder do partido oposicionista Syriza, aos manifestantes.
"Nossa mensagem hoje é muito clara: 'Basta dessas políticas que ferem o povo e tornaram os pobres mais pobres'", disse Ilias Iliopoulos, secretário-geral do Adedy, sindicato do funcionalismo público.
A participação nos protestos deste ano foi bem inferior à de 2012, quando 100 mil pessoas ocuparam a praça Syntagma. O Dia do Trabalho cai poucos dias antes da Páscoa ortodoxa, por isso as escolas estão fechadas e muita gente foi viajar.
Na Itália, protestos reuniram dezenas de milhares de pessoas nas grandes cidades, exigindo medidas do novo governo de Enrico Letta contra o desemprego (que chega a 40 por cento entre os jovens), o fim de medidas de austeridade e combate à evasão tributária.
Os protestos em geral foram pacíficos, mas em Turim manifestantes atiraram ovos preenchidos com tinta preta na polícia.
O papa Francisco usou a data para fazer um apelo aos governos pelo combate ao desemprego. "O trabalho é fundamental para a dignidade de uma pessoa", afirmou o pontífice argentino a milhares de pessoas que assistiam à audiência semanal dele na praça de São Pedro, no Vaticano. "Penso em quantos, e não só os jovens, estão desempregados, muitas vezes devido a uma concepção puramente econômica da sociedade, que busca o lucro egoísta, além dos parâmetros da justiça social."
Os tradicionais desfiles do 1º de Maio acontecem também fora da zona do euro. Na Rússia, cerca de 1,5 milhão de pessoas são esperadas para o evento - o que é bem menos do que os milhões que costumavam desfilar na época soviética.
Em Istambul, a tropa de choque da polícia turca usou gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar uma multidão. Um fotógrafo da Reuters disse que pelo menos seis pessoas ficaram feridas.
(Reportagem adicional de Renee Maltezou e Deepa Babington em Atenas, Lidia Kelly em Moscou, Murad Sezer em Istanbul e Philip Pullella em Roma)

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Igreja decide excomungar padre que defende homossexuais em SP



A Igreja Católica decidiu excomungar o padre de Bauru (a 329 km de São Paulo) que havia se afastado de suas atividades religiosas neste final de semana após declarações de apoio aos homossexuais.
Padre que defende homossexualidade pede afastamento
Fiéis lotam missa de padre que defende homossexuais
A decisão da excomunhão foi divulgada pela Diocese de Bauru num comunicado publicado em seu site. O texto é assinado pelo Conselho Presbiteral Diocesano, formado por dez sacerdotes da cúpula do órgão.
Conhecido por contestar os princípios morais conservadores da Igreja Católica, Roberto Francisco Daniel, 48, o padre Beto, realizou suas últimas missas neste domingo (28), em duas igrejas que ficaram lotadas de fiéis em clima de comoção.
Com a excomunhão, ele não pode participar de nenhuma cerimônia do culto católico, celebrar ou receber sacramentos --não pode mais batizar ou ser batizado, casar-se ou realizar um casamento, confessar-se ou ouvir confissões, por exemplo--, nem exercer cargos eclesiásticos.
Como membro desligado da Igreja Católica, ele também não recebe mais os benefícios dos cargos que tenha exercido, como pensão.
Ele havia recebido prazo do bispo de Bauru, Caetano Ferrari, 70, para se retratar e "confessar o erro" cometido em declarações divulgadas na internet nas quais afirma que existe a possibilidade de amor entre pessoas do mesmo sexo, inclusive por parte de bissexuais que mantêm casamentos heterossexuais.
Beto também questiona dogmas católicos e chama a atenção pelo estilo. Fora da igreja, usa piercing, anéis, camisetas com estampas "roqueiras" ou com a imagem do guerrilheiro comunista Che Guevara e frequenta choperias.
Luly Zonta/Agência Bom Dia
Mais de mil pessoas lotaram igreja em Bauru no domingo de manhã para de despedir das missas celebradas pelo Padre Beto
Após o ultimato, o religioso anunciou que iria se afastar de suas funções religiosas, mas disse que considerava a hipótese de voltar um dia.
"Se refletir é um pecado, sempre fui e sempre serei um pecador", afirmou. "Quem disse que um dogma não pode ser discutido? Não consigo ser padre numa instituição que no momento não respeita a liberdade de expressão e reflexão".
Nesta segunda-feira de manhã, ele tentou entregar o pedido de afastamento, mas foi informado sobre a excomunhão.
No comunicado, a diocese afirma que "uma das obrigações do bispo diocesano é defender a fé, a doutrina e a disciplina da igreja" e que, por isso, o padre "não pode mais celebrar nenhum ato de culto divino (sacramentos e sacramentais, nem mais receber a santíssima eucaristia), pois está excomungado".
O bispo convocou um padre canonista perito em Direito Penal Canônico e o nomeou como juiz instrutor para tratar a questão e aplicar a "Lei da Igreja". A partir da decisão da excomunhão, o juiz instrutor iniciará os procedimentos para a "demissão do estado clerical".
Ainda segundo o comunicado, o bispo tenta há muito tempo o diálogo para "superar e resolver de modo fraterno e cristão esta situação". Segundo a diocese, todas as iniciativas foram esgotadas. O juiz instrutor teria tentando mais uma vez o diálogo com o padre, mas Beto reagiu agressivamente e recusou a conversa, afirma a diocese.
Ainda segundo o comunicado, o padre "feriu a Igreja" ao fazer as declarações e ao negar "obediência ao seu pastor", o que resulta "no gravíssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no cânone 1364, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico é a excomunhão anexa a estes delitos".
A assessoria de imprensa da diocese informou que após a decisão nenhum pronunciamento será feito pelo bispo ou padres da diocese. O silêncio é uma determinação do juiz instrutor do processo.
Ao lado de uma advogada, Padre Beto procurou um cartório para registrar seu pedido de afastamento logo após ser informado sobre a excomunhão.
"Ainda bem que não tem fogueira", disse ao comentar de forma irônica a decisão do bispo. Padre Beto afirmou ainda que a decisão não vai mudar nada em sua vida, pois já havia decidido pelo afastamento da Igreja.(Folha/Uol)

domingo, 28 de abril de 2013

Ministro das Finanças alemão chama política de partido antieuro de "insana"



BERLIM, 28 Abr (Reuters) - A principal política do novo partido contra o euro foi criticada de "economicamente insana" pelo ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, em entrevista divulgada neste domingo.
O apoio ao partido "Alternativa para a Alemanha" (AfD, na sigla em alemão), que deseja que a Alemanha deixe o euro e reintroduza o marco alemão, está em 2 por cento, de acordo com uma pesquisa do instituto de pesquisa Emnid também divulgada neste domingo.
"Para a Alemanha, será economicamente insano abandonar o euro", disse Schaeuble à revista semanal alemã Focus, acrescentando que os esforços da Suíça com seu franco valorizado provou o quão problemático pode ser a posse de uma moeda mais forte.
Schaeuble alertou que o apoio ao AfD ainda pode custar votos cruciais à coalizão governista nas eleições de setembro.
Analistas políticos dizem que será difícil para o AfD, criado há poucos meses por um grupo de acadêmicos rebeldes, jornalistas e empresários, ultrapassar a marca dos 5 por cento necessária para entrar no Parlamento em setembro.
(Reportagem de Sarah Marsh)

sábado, 27 de abril de 2013

"A Liberdade Guiando o Povo" - Análise da Obra




"A Liberdade Guiando o Povo” é uma visão romântica sobre a revolução francesa de 1830. Na altura, a França era governada pelo rei Carlos X, que permaneceu no poder durante seis anos. Quando Carlos X tentou abolir a liberdade de impressa e dissolver a recém eleita assembleia, teve início a revolução. O rei é destronado, e Louis-Philippe, um membro mais liberal da família real, assume o poder. É o último rei francês, tendo abdicado em 1848.

Eugène Delacroix não participou na revolução. Para realizar “A Liberdade Guiando o Povo”, é provável que se tenha inspirado em gravuras do conflito, especialmente no trabalho de Nicolas Charlet.
Delacroix pintou “A Liberdade Guiando o Povo” rapidamente, em pouco mais de três meses, e expôs a obra no Salão de 1831. O quadro perturbou tanto os realistas quanto os revolucionários. Foi adquirida pelo Estado por 3 mil francos, e devolvida ao artista, que a deixou na casa de campo de uma tia sua. Durante muito tempo, evitou-se expor “A Liberdade Guiando o Povo” publicamente. Foi apenas em 1874 que o quadro foi adquirido pelo Louvre, e exposto com honrarias.

Destaques da obra “A Liberdade Guiando o Povo”:
• A liberdade: representada como uma deusa clássica, sinónimo de virtude e eternidade. No entanto, os seus traços robustos são comuns ao povo francês, há pelos nas axilas e a mulher não flutua sobre o campo de batalha, mas mistura-se a ele, sujando as próprias mãos. Empunha uma arma moderna – um mosquete.
• Os cadáveres: os mortos são membros da guarda de elite do rei. Por ser uma guerra civil, os revolucionários lutam contra pessoas muito próximas a eles, seus vizinhos e conterrâneos. O realismo dos cadáveres é inspirado em obras de Antoine-Jean Gros, pintor que Delacroix admirava.
 • Homem sem calças: outro factor que torna a obra complexa e ambígua é a presença deste cadáver desnudado, um homem desprovido da sua dignidade. As suas roupas foram roubadas, e provavelmente pelos revoltosos. Outros personagens do quadro apresentam-se com objectos roubados dos cadáveres. Assim, mesmo entre aqueles que lutam pela liberdade, há atitudes censuráveis.
• As bandeiras: duas bandeiras são retratadas no quadro, uma empunhada pela liberdade, e outra sobre a Catedral de Notre Dame. A bandeira tricolor foi utilizada na Revolução Francesa de 1789 e nas guerras de Napoleão. Após a derrota deste em Waterloo, a bandeira não foi mais utilizada. O regresso deste símbolo é carregado de emoção, como se o povo reconquistasse o seu orgulho, após a restauração da monarquia.
• O campo de batalha: o centro da revolução de 1830 foi a Ponte d ‘Arcole, e provavelmente este é o cenário da pintura. Porém, nenhum posto de observação permite esta vista de Notre Dame. Como outros pintores românticos, Delacroix abdica de uma fidelidade literal aos factos em prol de um maior efeito dramático. Converte acontecimentos contemporâneos em imagens míticas.
• A composição: é uma composição clássica, em pirâmide, na qual a liberdade ocupa o vértice da pirâmide. O mosquete com baioneta que a liberdade empunha cria uma linha paralela com a arma empunhada pela criança. No restante do quadro, várias linhas diagonais trazem dinamismo à composição.
• As cores: as cores vivas da bandeira auxiliam o destaque para a mulher que simboliza a liberdade. Nota-se que o vermelho da bandeira está sobre o céu azul, o que o salienta ainda mais. As cores repetem-se nas roupas do trabalhador aos pés da liberdade. As vestes da liberdade são pintadas num tom mais claro do que aqueles encontrados no restante da pintura, facilitando o sentido de leitura.
A luz: Fortes contrastes de luz e sombra conferem maior dramatismo à cena. Na paisagem, a luz do entardecer  mistura-se com o fumo dos canhões, dissolvendo-se num brilho marcante.
• A pincelada: as pinceladas de Delacroix são visíveis na tela, o que contraria as regras académicas que determinam que a pincelada deve ser “invisível”.

LA LIBERTÉ GUIDANT LE PEUPLE
Autor: Eugène Delacroix
Ano: 1830
Técnica: óleo sobre tela
Tamanho: 260cmx325cm
Museu: Museu do Louvre, Paris