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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Homens Que Marcaram O Século XX: Ho Chi Minh

Ho Chi Minh


Hồ Chí Minh (Kiem Lan, 19 de maio de 1890 – 2 de setembro de 1969) foi um revolucionário e estadista vietnamita. Nguyễn Sinh Cung nasceu na província de Nghệ An e somente mais tarde seria mundialmente conhecido como Hồ Chí Minh ("aquele que ilumina").  Embora Ho desejasse ser cremado, ele foi embalsamado e seu corpo actualmente encontra-se no seu mausoléu em Hanoi.

Biografia

Ho Chi Minh, 1921
Em 1911 começa a trabalhar como cozinheiro num navio francês, em que visita o mundo todo. Instala-se em Londres em 1915; e com 21 anos de idade parte para a França, onde vive como jardineiro e garçom. Envolve-se com os movimentos socialistas Franceses e, em 1920, ajuda a fundar o Partido Comunista Francês. Em 1923 vai para Moscovo estudar táticas de guerrilha e entra para o Comintern, braço internacional do Partido Comunista Russo.[3][4] Dois anos depois, é enviado para a China, país de onde é expulso em 1927. Vive em vários países até chegar a Hong Kong, de onde dirige o movimento anti-imperialista na Indochina, dominada pela França desde 1854.

Preso pelos Ingleses em 1930, consegue escapar e refugia-se em Moscovo. Em 1941 funda a Liga pela Independência (Viet Minh), para lutar contra os Franceses. Durante a II Guerra Mundial utiliza a guerrilha no combate aos japoneses, invasores da Indochina. No fim do conflito, forma um Estado independente ao norte da região, o Vietname. A França contra-ataca e a Guerra da Indochina só termina em 1954, com a vitória do Việt Minh. O país é dividido em dois. Ho Chi Minh, presidente do Vietname do Norte, treina e aparelha as forças da Frente de Libertação Nacional do Vietname do Sul (Vietcong), que visam reunificar o país, o que leva à Guerra do Vietname. Morre em Hanói em 2 de setembro de 1969. Em 30 de abril de 1975 um tanque Norte-Vietnamita entrou no palácio presidencial do regime Sul-Vietnamita, apoiado pelos Estados Unidos, encerrando mais de dez anos de conflito. Saigon, antiga capital do Vietname do sul, foi rebatizada posteriormente com o nome de Ho Chi Minh.

Em 1976 o Vietname vira independente.

A Batalha de Dien Bien Phu

O comandante das tropas francesas no Vietname, general Navarre, construiu uma fortaleza em Dien Bien Phu para conter a rota de fuga dos Vietnamitas para Laos e forçar uma batalha frontal. Mas, em contrapartida o general Vo Nguyen Giap, braço direito de Ho Chi Minh, cercou a fortaleza de Navarre com trincheiras. Quando os combates se iniciaram em Março de 1954, mais de 70 mil soldados do Vietname encurralaram o inimigo. Os Franceses foram atacados pela artilharia, enquanto os seus helicópteros e aviões eram vítimas de baterias anti-aéreas. A resistência durou 57 dias. Mais de sete mil soldados Franceses morreram e 11 mil foram capturados. A França estava totalmente derrotada.[

A Guerra do Vietname em números

O conflito, que perdurou por quinze anos, alcançou proporções catastróficas. Os Estados Unidos perderam 58.224 soldados e, ainda, levaram para casa mais de 150 mil feridos. A Austrália, aliada dos norte-americanos, mandou 57 mil homens para o cenário de guerra. Devido à guerra ser travada no território Vietnamita houve um alto número de baixas civis pelo lado vietnamita e não apenas militares. A Nova Zelândia, também aliada dos EUA, contribuiu para aumentar os números: 38 mortos e 186 soldados feridos. O conflito acabou numa perda táctica para França, Japão e Estados Unidos.

As inúmeras faces de Ho Chi Minh

Ho Chi Minh nasceu no distrito de Nam Dan da província de Nghe An. O seu nome verdadeiro foi Nguyen Sinh Cung. Ele era pródigo em pseudônimos, muitos usados para despistar inimigos e outros por fetiche. Quando se alistou a navio que o levou à Europa usou Nguyen Van Ba. Já na liderança do Partido Comunista da Indochina, criou o jornalista Tran Dan Tien, para se auto-entrevistar e divulgar as suas ideias. Ao todo, eram dez alcunhas. O apelido Ho Chi Minh possui duas acepções. Muitos defendem que este era o nome de um mendigo, surrupiado pelo líder do Vietname. Outra corrente afirma que Ho Chi Minh significa "aquele que traz a verdade" ou "aquele que ilumina", e por isso foi escolhida como alcunha oficial.

Os oito mandamentos de Ho Chi Minh

As directrizes do Vietminh para o trato com os camponeses, em 1948, mostram que conquistar a confiança das pessoas do campo era fundamental para vencer a guerra.

1) Não estrague a terra ou as colheitas.

2) Não insista em comprar ou pedir emprestado aquilo que as pessoas não querem vender ou emprestar.

3) Mantenha a palavra.

4) Faça os camponeses sentirem-se livres.

5) Ajude-os no seu trabalho diário.

6) No tempo livre, conte histórias simples e engraçadas que estimulem a resistência, mas não conte segredos militares.

7) Sempre que possível, compre coisas para aqueles que moram longe do mercado.

8) Ensine à população noções de cidadania e higiene.

Culto à personalidade e repressão

Apesar de ser considerado pelos socialistas e terceiro-mundistas em geral como um herói por seu desempenho na Guerra do Vietnã, pela luta contra o imperialismo norte-americano e pela luta pela independência, Ho Chi-Minh também é acusado de ter mantido, desde a década de 1950, grande censura, repressão e culto à personalidade em seu período de liderança no Vietnã. Nesse sentido, Ho Chi-Minh costuma ser comparado a Mao Zedong e a Kim Il-Sung. Sob a liderança de Ho Chi-Minh, foi criada a política do Nhân Văn-Giai Phẩm, em que eram presos intelectuais e críticos do regime de Ho Chi-Minh. Estima-se que tenham sido mortos em campos de concentração cerca de 24000 vietnamitas entre 1945 e 1956. Critica-se também a forma com que foi conduzida a Reforma Agrária e a coletivização - de forma forçada, o que acabou gerando uma série de mortes.

Atualidade

Atualmente, ainda é mantido no Vietnam gigantesco culto a Ho Chi-Minh: sua imagem é presente em quase todas as construções, em salas de aula (tanto as públicas quanto as privadas) e altares de famílias. Todos os textos que contenham críticas a Ho Chi-Minh são censurados e seus escritores são presos, por atentarem contra a revolução popular. Além disso, o Partido Comunista do Vietnam bane quaisquer textos que digam sobre relações amorosas envolvendo Ho Chi-Minh, para manter acerca do glorificado Ho Chi-Minh uma imagem puritana ao público vietnamita, realçando a imagem de Ho como "o pai da revolução" e de um "celibatário casado somente com a causa da revolução".[6] Um editor de jornal no Vietnã foi demitido de seu posto em 1991 por publicar uma história sobre Tang Tuyet Minh. De acordo com o governo do Vietnã Ho Chi-Minh não teve esposa e nem filhos.


https://pt.wikipedia.org


Hospital do Câncer lança campanha para arrecadar alimentos no Estado

Hospital do Câncer lança campanha para arrecadar alimentos no Estado


Com a iniciativa, a instituição espera reduzir as despesas com cerca de duas mil refeições diárias  / Foto: Edmar Melo/ JC Imagem
Com a iniciativa, a instituição espera reduzir as despesas com cerca de duas mil refeições diárias
Foto: Edmar Melo/ JC Imagem
O Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP) lança uma campanha para arrecadar cerca de dez toneladas de alimentos não perecíveis, a partir desta terça-feira (22), estimulando o espírito solidário das pessoas. A iniciativa, que conta com o apoio do Instituto Ser Educacional, segue até a próxima terça-feira (29), data em que comemora o Dia do Doador.

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Pelo menos oito pontos recebem arrecadações no Recife, sendo sete apenas nos blocos do Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau) dos bairros das Graças, Boa Vista e Boa Viagem. Além da instituição, os doares podem se dirigir até o Quartel do Derby, na área central da capital pernambucana. Todos os itens serão revertidos para o HCP.

A estimativa é que, se a meta for atingida, as despesas com cerca de duas mil refeições fornecidas diariamente sejam reduzidas. “Dez toneladas de alimentos são suficientes para garantir as refeições que são servidas no HCP por três meses", explicou Hélio Fonseca, superintendente geral do HCP.
A iniciativa
Desde a criação em 2012 nos Estados Unidos, a campanha se expandiu pelo mundo estimulando a cultura da doação. A iniciativa, além do Brasil, ocorre nos países da Alemanha, Espanha e Quênia. No País, a primeira edição do projeto ocorreu em 2013
http://noticias.ne10.uol.com.br/

O presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, concede entrevista à Reuters em Brasília, no Brasil

BC continua monitorando mercados; reservas são um seguro, diz Ilan

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

 O presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, concede entrevista à Reuters em Brasília, no Brasil

15/09/2016

REUTERS/Adriano Machado

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira que a autoridade monetária continua monitorando o mercado para garantir liquidez e tem um papel no fortalecimento do regime de câmbio flutuante e na retomada da confiança, com o controle da inflação.

Ilan também afirmou que as reservas internacionais do país, de cerca de 373 bilhões de dólares, são um seguro para o país e contribuem para reduzir o risco.

"O BC tem monitorado de perto esses desenvolvimentos dos mercados internacionais e atuado tempestivamente para não permitir que os efeitos dos choques externos se transformem numa ameaça para a estabilidade macroeconômica", afirmou ele, em apresentação via vídeo em um evento no Rio de Janeiro

O BC reduziu nesta segunda-feira sua intervenção no mercado cambial, ao realizar apenas leilão de swaps tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolar os contratos que vencem em 1º de dezembro. Na semana passada, além dos leilões para rolagem, o BC também ofertou novos swaps.

O dólar recuava cerca de 1 por cento sobre o real nesta sessão, na casa de 3,35 reais, mas ainda longe dos 3,16 reais que estava antes da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. No pico do período, chegou a superar 3,50 reais no intradia.

Ilan disse ainda que o BC tem um papel bem definido da recomposição da confiança dos agentes econômicos no Brasil, que é o controle da inflação.

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente e a ampla expectativa é de que mantenha o passo e reduza a Selic em 0,25 ponto percentual, para 13,75 por cento ao ano.

Ilan defendeu os ajustes fiscais e as reformas estruturais para alavancar investimentos.

"Precisamos levar em consideração a nova conjuntura internacional e fazer os ajustes necessários para fortalecer nossos fundamentos econômicos", afirmou ele. "A ênfase atual deve ser na aprovação das reformas capazes de restaurar a confiança e em criar as condições para a recuperação econômica, com inflação baixa e estável", acrescentou.

(Por Caio Saad)

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Delcídio diz ser "surreal" afirmar que Lula não sabia de corrupção na Petrobras


Delcídio diz ser "surreal" afirmar que Lula não sabia de corrupção na Petrobras
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Por Eduardo Simões

(Reuters) - O ex-senador Delcídio do Amaral disse nesta segunda-feira em depoimento à Justiça ser "surreal" a afirmação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabia do esquema de corrupção na Petrobras e afirmou que Lula era próximo de empresários que tinham negócios com a estatal.

Em depoimento no processo em que Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido um triplex da OAS e de ter tido despesas de armanazenamento pagas pela empreiteira, Delcídio disse que, ao contrário de outras estatais, o que acontece na Petrobras é sempre acompanhado pelos presidentes da República e isso ocorria com Lula.

"O presidente não entrava nos detalhes, mas ele tinha conhecimento absoluto de todos os interesses que rodeavam a gestão da Petrobras, as diretorias e dos partidos que apoiavam os diretores", disse Delcídio no depoimento, cuja gravação foi disponibilizada nos autos do processo.
 Foto de arquivo de Lula no Rio de Janeiro.  3/12/2015. REUTERS/Ricardo Moraes
1 de 1Versão na íntegra
"Numa das conversas que eu tive com o doutor José Carlos Bumlai ele me relatou sobre as reformas nesse sítio, que estava aliviado, porque tinha contratado arquiteto, engenheiro, assim por diante, mas aí sobreveio uma orientação de que ele saísse do processo porque a OAS faria essa obra do sítio e dentro do prazo estabelecido, dentro do prazo desejado", disse.

Segundo Delcídio, Lula tinha relação próxima com o ex-presidente da OAS José Aldemario Pinheiro Filho, conhecido como Leo Pinheiro.

"O Léo era uma pessoa que conversava sistematicamente com o presidente Lula", disse.

Sobre o apartamento triplex em Guarujá, litoral de São Paulo, Delcídio declarou não ter informações sobre este assunto.

"Essa questão desse prédio, desse edifício, eu nunca tive nenhuma informação", afirmou.

Além de Delcídio, também foram ouvidas outras três testemunhas de acusação contra o ex-presidente.

Em nota, a defesa de Lula disse que nenhuma das testemunhas ouvidas nesta segunda apresentou qualquer prova de que o ex-presidente tenha cometido irregularidades na Petrobras ou de que seja o proprietário do triplex.

Sobre Delcídio, os advogados do ex-presidente acusaram o ex-parlamentar de ter uma "obsessão" de incriminar Lula.

"Essa obsessão por incriminar o ex-presidente, mesmo sabendo de sua inocência, foi hoje mais uma vez comprovada. Delcídio foi incapaz de apontar um fato ou conversa concreta em relação a Lula", afirma a nota.

"Mais uma vez ficou claro que as acusações que o MPF fez contra Lula são frívolas, sem materialidade e fazem parte de um processo de lawfare, que é o uso de procedimento jurídico para fins de perseguição política", acrescentaram os advogados.


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Forte terremoto atinge Japão; moradores de Fukushima são orientados a fugir de tsunami


segunda-feira, 21 de novembro de 2016
 Tráfego no Japão após recomendação para fugir de tsunami em Iwaki.  Kyodo/via REUTERS

TÓQUIO (Reuters) - Um forte terremoto atingiu o norte do Japão na terça-feira (horário local), informou a Agência Meteorológica do Japão, gerando um tsunami que atingiu a costa do Pacífico no norte do país.

O terremoto, sentido em Tóquio, teve magnitude preliminar de 7,3, foi centralizado na costa de Fukushima, a uma profundidade de cerca de 10 km, e ocorreu às 5h59, segundo a agência.

Um tsunami de até 1 metro foi observado na zona de Fukushima, disse a emissora pública NHK. A região é a mesma que foi devastada por um tsunami após um terremoto em 2011.

Um alerta de tsunami de até 3 metros foi emitido.

Uma mulher sofreu cortes na cabeça ao ser atingida por pratos que caíram, informou a agência de notícias Kyodo, citando funcionários do corpo de bombeiros.

A Tokyo Electric Power, conhecida como Tepco, disse em seu site que nenhum dano do terremoto foi confirmado em qualquer uma de suas usinas, embora tenha havido apagões em algumas áreas. A central nuclear de Fukushima Daiichi, da Tepco, causou o pior desastre nuclear do Japão quando foi varrida pelo tsunami de 2011.

A Tohoku Electric Power afirmou que não houve danos à sua usina nuclear Onagawa, enquanto a agência de notícias Kyodo informou que não havia irregularidades na usina nuclear Tokai Daini, em Ibaraki.

Os terremotos são comuns no Japão, uma das áreas mais sísmicas do mundo. O Japão é responsável por cerca de 20 por cento dos terremotos de magnitude 6 ou mais.

O terremoto de 11 de março de 2011 foi de magnitude 9, o mais forte já registrado no Japão. O enorme tsunami que veio a seguir causou a pior crise nuclear do mundo desde Chernobyl, 25 anos antes. O Serviço Geológico dos Estados Unidos inicialmente colocou o terremoto de terça-feira em uma magnitude de 7,3, e depois o rebaixou para 6,9.

(Por Yuka Obayashi e William Mallard, reportagem adicional de Chris Gallagher, Jon Herskovitz e Aaron Sheldrick)

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domingo, 20 de novembro de 2016

Homens Que Marcaram O Século XX: Dom Hélder Câmara


Hélder Câmara
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Arcebispo da Igreja Católica

Dom Hélder Pessoa Câmara OFS (Fortaleza, 7 de fevereiro de 1909 — Recife, 27 de agosto de 1999) foi um bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife. Foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres, e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o brasileiro por mais vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz, com quatro indicações.

Biografia
Décimo primeiro filho de João Eduardo Torres Câmara Filho, jornalista, crítico teatral e funcionário de uma firma comercial e da professora primária Adelaide Pessoa Câmara, desde cedo manifestou sua vocação para o sacerdócio

Formação e presbiterado
Ingressou no Seminário Diocesano de Fortaleza em 1923, o Seminário da Prainha, então sob direção dos padres lazaristas. Nesta instituição, cursou o ginásio e concluiu os estudos de filosofia e teologia[2]. Foi ordenado padre no dia 15 de agosto de 1931, em Fortaleza, aos 22 anos de idade, com autorização especial da Santa Sé, por não possuir a idade mínima exigida[1]. No mesmo ano, fundou a Legião Cearense do Trabalho e, em 1933, a Sindicalização Operária Feminina Católica, que congregava as lavadeiras, passadeiras e empregadas domésticas[1]. Atuou na área da educação, participando de políticas governamentais do estado do Ceará na área da educação pública. Foi nomeado diretor do Departamento de Educação do Ceará[1]. Para aprofundar seus estudos nesta área, foi transferido em 1936 para a cidade do Rio de Janeiro, então capital da república, onde se dedicou a atividades apostólicas. Foi Diretor Técnico do Ensino da Religião.

Neste período, sente-se atraído pela Ação Integralista Brasileira, que propunha o resgate dos valores de "Deus, Pátria e Família" e declarou em discurso: "Esse programa social da Ação Integralista Brasileira é o maior programa cristão de assistencialismo da história do Brasil".[3] Entretanto, afastou-se de qualquer compromisso político-partidário ao perceber as implicações ideológicas desta opção.

No Rio de Janeiro, teve como diretor espiritual o Pe. Leonel Franca, criador da primeira universidade católica do Brasil - a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro[2]. No período pós-guerra, fundou a Comissão Católica Nacional de Imigração, para apoio à imigração de refugiados.

Episcopado
Foi nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro no dia 3 de março de 1952. Foi ordenado bispo, aos 43 anos de idade, no dia 20 de abril de 1952, pelas mãos de dom Jaime de Barros Câmara, dom Rosalvo Costa Rego e dom Jorge Marcos de Oliveira[1].

Foi um grande promotor do colegiado dos bispos e da renovação da Igreja Católica, fortalecendo a dimensão do compromisso social[2]. Em 1950, D. Hélder entrou em contato com o Monsenhor Giovanni Batista Montini, então subsecretário de estado do Vaticano e futuro papa Paulo VI, que o apoiou e conseguiu a aprovação, em 1952, para a criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com sede no palácio arquiepiscopal do Rio de Janeiro. Nesta instituição, exerceu a função de secretário geral até 1964[2]. O mesmo monsenhor Montini apoiou a criação do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), fundado em 1955, com sede em Bogotá. A fundação ocorreu na Primeira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano realizada no Rio de Janeiro, tendo D. Hélder como articulador. Ele viria a participar das conferências gerais do CELAM como delegado do episcopado brasileiro até 1992. Além da conferência do Rio de Janeiro, esteve presente na Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (Medellín, 1968), na Terceira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (Puebla, 1979) e na Quarta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (Santo Domingo, 1992) . No CELAM, exerceu os cargos de presidente e vice-presidente.

Sua capacidade de articulação torna realidade o XXXVI Congresso Eucarístico Internacional, em 1955, no Rio de Janeiro, que contou com a presença de cardeais e bispos do mundo inteiro .

Em 1956, fundou a Cruzada São Sebastião, com a finalidade de dar moradia decente aos favelados. Desta primeira iniciativa, outros conjuntos habitacionais surgiram. Em 1959, fundou o Banco da Providência, cuja atuação se desenvolve no atendimento a pessoas que vivem em condições miseráveis .

Teve participação ativa no Concílio Ecumênico Vaticano II, sendo eleito padre conciliar nas quatro sessões do concílio. Foi um dos propositores e signatários do Pacto das Catacumbas, um documento assinado por cerca de 40 padres conciliares no dia 16 de novembro de 1965, nas catacumbas de Domitila, em Roma, durante o Concílio Vaticano II, depois de celebrarem juntos a Eucaristia[2]. Este pacto teve forte influência na Teologia da Libertação.

Diante da conturbada situação sociopolítica nacional, a divergência de posições com Cardeal Dom Jaime Câmara torna difícil sua permanência no Rio de Janeiro.

Arcebispo de Olinda e Recife
No dia 12 de março de 1964 foi designado para ser arcebispo de Olinda e Recife, Pernambuco, múnus que exerceu até 2 de abril de 1985. Instituiu um governo colegiado nesta diocese, organizada em setores pastorais. Criou o Movimento Encontro de Irmãos, o Banco da Providência e a Comissão de Justiça e Paz daquela diocese . Fortaleceu as comunidades eclesiais de base.

Estabeleceu uma clara resistência ao regime militar. Tornou-se líder contra o autoritarismo e pelos direitos humanos. Nâo hesitou em utilizar todos os meios de comunicação para denunciar a injustiça[2]. Pregava no Brasil e no exterior uma fé cristã comprometida com os anseios dos empobrecidos. Foi perseguido pelos militares por sua atuação social e política, sendo acusado de comunismo. Foi chamado de "Arcebispo Vermelho". Foi-lhe negado o acesso aos meios de comunicação social após a decretação do AI-5, sendo proibido inclusive qualquer referência a ele[2]. Desconhecido da opinião pública nacional, fez frequentes viagens ao exterior, onde divulgou amplamente suas ideias e denúncias de violações de direitos humanos no Brasil[2]. Foi adepto e promotor do movimento de não-violência ativa.

Suas posições políticas lhe renderam pesadas críticas, sendo seu algoz nos meios de comunicação o jornalista e teatrólogo Nélson Rodrigues, que afirmava que "D. Helder só olha o céu para saber se leva ou não o guarda-chuva"

Em 1984, ao completar 75 anos, apresentou sua renúncia. Em 15 de julho de 1985, passou o comando da Arquidiocese a Dom José Cardoso Sobrinho. Continuou a viver em Recife, nos fundos da Igreja das Fronteiras, onde vivia desde 1968 . Morreu aos 90 anos em Recife no dia 27 de Agosto de 1999.

O Regional Nordeste 2 da CNBB, a arquidiocese de Olinda e Recife, o Instituto Dom Hélder Câmara (IDHeC) e a Universidade Católica de Pernambuco estão promovendo a comemoração do centenário de Dom Hélder, que foi celebrado em 7 de fevereiro de 2009. O objetivo é manter viva a sua memória e a sua luta pela solidariedade e justiça social.

Títulos
Seu primeiro título veio em 1969, de doutor honoris causa pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos. Este mesmo título foi-lhe conferido por diversas universidades brasileiras e estrangeiras: Bélgica, Suíça, Alemanha, Países Baixos, Itália, Canadá e Estados Unidos, alcançando um total de 32 títulos.

Foi intitulado Cidadão Honorário de 28 cidades brasileiras e da cidade de São Nicolau na Suíça e Rocamadour, na França. Recebeu o Prêmio Martin Luther King, nos Estados Unidos e o Prêmio Popular da Paz, na Noruega e diversos outros prêmios internacionais.

Foi o segundo mais votado como Brasileiro do Século na categoria Religião pela revista IstoÉ.

Disputa do prêmio Nobel
Foi indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz pelo seu combate à ditadura e às torturas no Brasil. Em 1970, o então presidente da República Emílio Garrastazu Médici instruiu pessoalmente o embaixador brasileiro na Noruega para tentar impedir que este prêmio lhe fosse concedido.  Sofreu uma intensa campanha por parte do regime militar. O Serviço Nacional de Informações se encarregou de divulgar, por meio das embaixadas do Brasil em Oslo e em Paris, uma foto de quando D. Hélder era integralista na década de 1930 e esta foto foi difundida na Europa. Colaborando com o esforço da ditadura na Noruega, o milionário Tore Munch escreveu um artigo propondo a desclassificação de D. Hélder, acusando-o de oportunista.  Estas manobras fizeram com que o ganhador fosse Norman Borlaug, criador do milho híbrido.  Por outro lado, a campanha contra d. Hélder fez com que a igreja brasileira se unisse em sua defesa, mesmo aqueles que toleravam o regime.

Instituto Dom Hélder Câmara
O acervo histórico de Dom Hélder é mantido pelo Instituto Dom Hélder Câmara, em Recife.
Manuel Bandeira (3º da esquerda para direita em pé), Alceu Amoroso Lima (5ª posição) e Dom Hélder Câmara (7ª) e sentados (da esquerda para direita), Lourenço Filho, Edgar Roquette-Pinto e Gustavo Capanema, Rio de Janeiro, 1936
Ordenações episcopais
Dom Hélder ordenou varios padres entre eles:

Dom Antônio Fernando Saburido
Dom Hélder presidiu às celebrações das ordenações episcopais dos seguintes bispos:

Dom Tiago Postma
Dom Marcelo Pinto Carvalheira
Foi concelebrante da ordenação episcopal de:

Dom José Vicente Távora
Dom Agnelo Cardeal Rossi
Dom Geraldo Maria de Morais Penido
Dom João Batista da Mota e Albuquerque
Dom Diego Parodi, MCCI
Dom Giovanni Ferrofino
Dom José Lamartine Soares.
Homenagens póstumas
Prêmio Dom Hélder Câmara de Imprensa
O Prêmio Dom Hélder Câmara de Imprensa foi instituído pela Assessoria de Imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 2002, por ocasião dos seus 50 anos de fundação. Tem por objetivo premiar profissionais e trabalhos jornalísticos voltados para a promoção do bem comum, a construção de valores humanos, cristãos e éticos.

O nome para o Prêmio é mais que justo, pois dom Hélder Câmara foi uma personalidade que muito contribuiu para a construção de uma comunicação em estreita aliança com a libertação do homem e a elevação dos valores que dão fundamento a uma sociedade justa, igualitária.

O troféu Dom Hélder Câmara de Imprensa traz a escultura de um cajado, símbolo do Pastor. Na Bíblia, a missão do Pastor é proteger e defender a vida das ovelhas, assegurar-lhes pastagem e matar-lhe a sede. O cajado é sua arma para afugentar tudo que ameaça as ovelhas. A Igreja tomou este símbolo para significar a missão do bispo, pastor do povo de Deus. Sua missão é cuidar e anunciar a todos a vida trazida por Jesus Cristo

Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara
Ver artigo principal: Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara
A Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara, do Senado Federal, foi criada em 2010, e destina-se a agraciar personalidades que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos humanos no Brasil.

Abertura de processo de canonização
Em 27 de maio de 2014, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido anunciou o envio de uma carta ao Vaticano solicitando a abertura de processo de canonização de Dom Hélder. A carta foi recebida pelo Vaticano no dia 16 de fevereiro de 2015 e, menos de dez dias depois, o parecer favorável foi emitido pela Congregação para as Causas dos Santos, com o que recebeu o título de Servo de Deus em 7 de abril de 2015. A abertura do processo de beatificação foi convocada para o dia 3 de maio, na catedral de Olinda. A instalação do tribunal nessa data marcou o início da fase diocesana do processo de beatificação

Na Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Dom Hélder já se encontra no calendário de santos e sua festa litúrgica é comemorada em 27 de agosto.

Governo estuda usar verba oriunda do BNDES e repatriação para ajudar Estados, diz Padilha


Governo estuda usar verba oriunda do BNDES e repatriação para ajudar Estados, diz Padilha


 Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto em Brasília
07/07/2016 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal estuda usar parte dos 100 bilhões de reais devolvidos à União pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar os Estados, que terão que cumprir metas de ajustes de contas para receber os recursos em parcelas, afirmou nesta sexta-feira o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

De acordo com o ministro, também entrará na composição dessa ajuda recursos da repatriação de recursos de brasileiros no exterior, mas esses valores não são suficientes para resolver o problema dos governos estaduais.

"Esse é pouco. Esse é um dinheiro que deve entrar na composição, mas não resolve. O que área econômica colocou na mesa foi todo dinheiro da repatriação mais esse (do BNDES) para fazer com que tenha solução para o problema da União e também dos Estados", disse Padilha em entrevista à Rádio Gaúcha.

O modelo que está sendo estudado pelo governo federal prevê repasses mensais e com contrapartidas dos Estados. De acordo com Padilha, os governos estaduais teriam que cumprir metas mensais de ajustes de contas e só com isso poderiam receber as parcelas seguintes.

"A ideia do presidente Michel Temer é pactuar com os Estados um ajuste nas suas contas em uma fórmula que será acertada com cada um. Com isso vai havendo liberação progressiva dos recursos, conforme as metas vão sendo cumpridas mês a mês", disse o ministro.

A intenção do governo federal, segundo Padilha, é que no menor prazo possível os Estados consigam sobreviver com suas próprias receitas, mas o Palácio do Planalto sabe ser necessário um prazo, por isso as metas. "Cumpriu a meta do mês, vai receber", disse.

O que não está definido ainda, de acordo com o ministro, é a fórmula de distribuição desses recursos. O uso dos critérios do Fundo de Participação dos Estados foi cogitado, mas não resolveria o problema dos Estados hoje em pior situação, como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Isso porque os Estados do sul e sudeste, tradicionalmente mais ricos, têm uma participação menor no fundo.

Temer pretende conversar com os governadores na próxima semana, já apresentando uma fórmula. "Não tem nada decidido ainda, vamos deixar bastante claro, mas melhorou muito porque faz 15 dias que governo está estudando isso", afirmou Padilha.  "Os governadores terão que ter presentes que eles terão que levar uma demonstração clara que vão ajustar suas contas, se não resolve hoje e daqui a um ano o problema está de volta. Mas há sim vontade política do governo de encontrar uma solução".

O governo federal já deu o aval para um novo projeto de repatriação de recursos de brasileiros no exterior, que deve ser votado na próxima terça-feira. A nova proposta aumenta já a participação de Estados e municípios, incluindo-os na divisão da multa aplicada à repatriação -- na primeira repatriação, a divisão era feita apenas no valor dos impostos.

O governo estuda também dividir 5 bilhões de reais da multa da repatriação já recebida. Em troca, os Estados retirariam as ações no Supremo Tribunal Federal (STF). Esta semana, em uma decisão liminar, o STF mandou que o depósito das multas fosse feito em juízo, até a decisão do pleno sobre o assunto.

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Merkel anuncia que vai concorrer a 4º mandato como chanceler da Alemanha


Merkel anuncia que vai concorrer a 4º mandato como chanceler da Alemanha
domingo, 20 de novembro de 2016 18:12 BRST Imprimir | Uma página [-] Texto [+]
Por Andreas Rinke e Madeline Chambers

BERLIM (Reuters) - Angela Merkel anunciou neste domingo que quer concorrer a um quarto mandato como chanceler da Alemanha nas eleições do próximo ano, em um sinal de estabilidade após o Reino Unido ter votado para deixar a União Europeia e a eleição de Donald Trump como próximo presidente dos Estados Unidos.

Apesar da reação adversa do eleitor à sua política migratória de portas abertas, Merkel, de 62 anos, disse que vai concorrer novamente na eleição de setembro, encerrando meses de especulação sobre a sua decisão.

"Eu pensei sobre isso por um tempo infinitamente longo. A decisão de concorrer a um quarto mandato --depois de 11 anos no cargo-- é tudo, menos trivial para o país, o partido e, eu digo isso conscientemente nessa ordem, para mim pessoalmente", disse Merkel a jornalistas, em um tom sério, quase sombrio.

"É uma decisão não apenas para uma campanha eleitoral, mas para os próximos quatro anos ... se a saúde permitir", acrescentou após reunião dos principais líderes do partido conservador democrata-cristão (CDU).

Cerca de 55 por cento dos alemães querem que Merkel, a oitava chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial, sirva um quarto mandato, com 39 por cento contra, mostrou uma pesquisa da Emnid no domingo, destacando que, apesar dos contratempos, ela ainda é um ativo eleitoral.

Merkel dirigiu a maior economia da Europa durante a crise da dívida da zona do euro e ganhou respeito internacionalmente, por exemplo, com seus esforços para ajudar a resolver a crise da Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a descreveu na semana passada como uma aliada "notável".

Com a vitória de Trump nos Estados Unidos e o aumento do apoio aos partidos de direita na Europa, alguns comentaristas vêem Merkel como um bastião de valores liberais ocidentais.

"Angela Merkel é a resposta ao populismo desta época, ela é, por assim dizer, o anti-Trump", disse o aliado de partido Stanislaw Tillich, primeiro-ministro do Estado da Saxônia, ao grupo jornal do grupo RND, acrescentando que ela confiável e previsível. Merkel anuncia que vai concorrer a 4º mandato como chanceler da Alemanha
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No entanto, Merkel rejeitou a responsabilidade que lhe foi conferida após a vitória de Trump como "grotesca e absurda".

"Nenhuma pessoa sozinha - mesmo com a maior experiência - pode mudar as coisas na Alemanha, na Europa e no mundo para melhor, e certamente não o chanceler da Alemanha", disse ela.

A decisão de Merkel no ano passado de abrir as fronteiras da Alemanha para cerca de 900 mil imigrantes, principalmente de zonas de guerra no Oriente Médio, irritou muitos eleitores em casa e prejudicou sua popularidade.

Seu partido sofreu uma baixa nas eleições regionais no ano passado, enquanto aumentou o apoio ao partido anti-imigrantista Alternativa para a Alemanha (AfD).

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terça-feira, 15 de novembro de 2016

FMI vê recuperação lenta no Brasil e alerta para riscos à frente

FMI vê recuperação lenta no Brasil e alerta para riscos à frente

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Por Alonso Soto

SÃO PAULO (Reuters) - O comitê executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta terça-feira que a economia brasileira pode estar perto de sair de uma forte recessão, mas enfrenta um longo e duro caminho de recuperação que depende da aprovação de reformas impopulares.

Nas considerações do relatório anual do FMI sobre o Brasil, o comitê executivo disse que apesar dos esforços do novo governo para evitar uma crise fiscal, eles esperam uma recuperação gradual do país.

"Os diretores destacaram fortemente a necessidade por consolidação fiscal para garantir estabilidade macroeconômica", disse o FMI em comunicado.

Dados decepcionantes de produção industrial e consumo acabaram com esperanças de uma recuperação mais rápida no próximo ano, com algumas autoridades do governo reduzindo suas projeções de crescimento de 2 por cento para 1 por cento em 2017. O FMI está ainda mais pessimista, com uma projeção de expansão de 0,5 por cento no próximo ano, após dois anos seguidos de queda na economia.

Uma forte valorização do dólar frente ao real desde a semana passada em meio a preocupações com uma mudança em políticas econômicas nos Estados Unidos após a eleição de Donald Trump para a Presidência norte-americana também levantou preocupações sobre a recuperação.

Uma autoridade do FMI disse que ainda é muito cedo para medir o impacto de futuras políticas de Trump sobre o Brasil, mas que as amplas reservas do país e o regime de câmbio flutuante podem oferecer alguma proteção.

Esperanças de uma rápida recuperação haviam sido levantadas após Michel Temer assumir a Presidência em decorrência do impeachment de Dilma Rousseff.

Temer apresentou uma medida para limitar o crescimento do gasto público, em tramitação no Congresso Nacional, e prometeu rever o custoso sistema previdenciário do país. Embora elogiem essas reformas, a maioria dos diretores do comitê do FMI acredita que o Brasil poderia se beneficiar mais acelerando a consolidação fiscal com medidas para aumentar a receita.

Entretanto, Temer disse que não planeja elevar impostos a menos que essas reformas não passem, o que ecoa a opinião de alguns diretores do FMI que alertaram que aumento de impostos pode precisar esperar até que a economia esteja em um passo mais firme.

O comitê foi unânime em suas preocupações sobre as fracas finanças dos Estados e municípios do Brasil. Muitos Estados brasileiros, incluindo o Rio de Janeiro, estão sofrendo para pagar seus funcionários e honrar suas dívidas.

(Por Alonso Soto)

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Trump e Putin não vão se encontrar antes da posse de Trump, diz Kremlim

Trump e Putin não vão se encontrar antes da posse de Trump, diz Kremlim

terça-feira, 15 de novembro de 2016

MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não vão se encontrar antes que Trump assuma o cargo em 20 de janeiro de 2017, disse o Kremlin nesta terça-feira.

Os dois líderes falaram por telefone na segunda-feira à noite e aceitaram trabalhar juntos para uma "cooperação construtiva", incluindo na luta contra o terrorismo.

Trump havia anteriormente falado que queria encontrar Putin, possivelmente antes de sua posse.

Mas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a jornalistas em uma teleconferência nesta terça-feira que nenhum acordo para um encontro antes de 20 de janeiro foi fechado no primeiro contato por telefone entre Trump e Putin após o resultado das eleições.

Ele também disse que os dois não discutiram a crise da Ucrânia ou o status da Crimeia, que pertencia à Ucrânia e foi anexada pela Rússia em 2014.

(Por Maria Tsvetkova)

Presidente do México diz que país vai precisar de pragmatismo para lidar com Trump

Presidente do México diz que país vai precisar de pragmatismo para lidar com Trump

terça-feira, 15 de novembro de 2016

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O México vai precisar mostrar um "enorme pragmatismo" ao lidar com o governo de Donald Trump, disse nesta terça-feira o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, à medida que sua administração se prepara para buscar pontos em comum sobre temas comerciais e migratórios.

Os mexicanos estão ansiosos à espera da posse de Trump na presidência dos Estados Unidos por conta das suas várias ameaças durante a campanha de impor tarifas sobre bens produzidos no México e isolar o país com um enorme muro na fronteira.

Reconhecendo que a vitória de Trump gerou alguma incerteza, Peña Nieto reiterou que o seu governo vai buscar o diálogo com a próxima administração na Casa Branca para fechar acordos.

"Vamos ter que trabalhar com enorme pragmatismo para concordar sobre o que é útil e conveniente para o México e para toda a América do Norte”, afirmou ele durante uma conferência empresarial na cidade de Puebla, sede da Volkswagen no México.

O presidente mexicano acrescentou que o seu governo está comprometido em garantir estabilidade macroeconômica para investidores, com uma taxa de câmbio flexível, um banco central independente e um sistema bancário sólido.

As preocupações têm sido gerais entre líderes empresariais e autoridades no México de que Trump poderia cumprir suas ameaças de abandonar a zona de livre comércio da América do Norte se ele não puder renegociar o acordo.

Firmado entre EUA, México e Canadá, o chamado Nafta entrou em vigor em 1994 e tem sido um alicerce na política de comércio internacional do México, que vende quatro quintos de suas exportações de bens para os EUA.

Ainda assim, o ministro da Economia mexicano, Ildefonso Guajardo, disse acreditar que Trump não vai se afastar do Nafta. Ele também disse que o México pode acrescentar novos capítulos ao acordo para atualizá-lo.

(Por Dave Graham)

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Eventual prisão de Lula traria instabilidade ao país, diz Temer em entrevista

Eventual prisão de Lula traria instabilidade ao país, diz Temer em entrevista

terça-feira, 15 de novembro de 2016

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da República, Michel Temer, disse, em entrevista ao programa Roda Viva, que uma condenação ou prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva traria instabilidade ao país.

"Se você me perguntar 'se Lula for preso isso causa um problema para o governo?' Eu acho que causa. Não para o governo, mas para o país. Porque haverá evidentemente movimentos sociais. Toda vez que você tem um movimento social de contestação, especialmente de uma decisão do Judiciário, isso pode criar uma instabilidade", disse Temer ao ser questionado sobre o tema pelo jornalista Ricardo Noblat.

O presidente afirmou esperar que "no plano presidencial", se existirem acusações contra Lula, que essas sejam "processadas com naturalidade", mas reconheceu que as reações possivelmente desestabilizariam o país.

"Eu até registro que muitas vezes, por mais que você faça, por mais que eu esteja descrevendo aqui a mudança que o governo está fazendo para preservar a integridade do país, da economia, das relações sociais, surge uma noticiazinha qualquer, isso cria uma instabilidade no governo. Imagina a mera hipótese de prisão do Lula. É um ex-presidente, foi presidente duas vezes, pode criar problemas não tenho dúvida disso", afirmou.

A entrevista foi gravada na última sexta-feira, no Palácio do Alvorada, e teve como entrevistadores diretores e colunistas dos maiores jornais do país.

Na conversa, Temer mais uma vez negou que a operação Lava Jato possa paralisar o país, assim como as prometidas delações premiadas de executivos da empreiteira Odebrecht.

"A primeira coisa que eu sugiro é, vamos deixar a lava jato em paz?", disse, afirmando que as delações precisam ser seguidas de investigações, inquéritos, denúncias, além de um longo processo judicial.

"Eu acho que devemos deixar o judiciário exercer seu papel juntamente com o Ministério Público, mas não nos preocuparmos no governo com o que nós devemos ou não fazer", disse Temer, alegando que se no final do processo acontecerem "variadas condenações", aí sim o governo teria de agir.

Temer voltou a se defender da acusação de ter recebido diretamente da empreiteira Andrade Gutierrez um cheque de um milhão de reais para sua campanha à vice-presidência, em 2014, de recursos vindos de propina da Petrobras. O presidente alega que o cheque em nome da sua campanha veio do diretório nacional do PMDB.  Na entrevista, Temer evitou responder se concordava ou não com projetos que hoje tramitam no Congresso e são vistos como tentativa de limitar o poder do Ministério Público ou evitar a condenação de políticos pegos pela Lava Jato. Entre elas, a proposta de abuso de autoridade, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, ou a tentativa de criminalizar o caixa dois a partir de agora, o que daria uma anistia aos crimes cometidos anteriormente.

O presidente disse simplesmente que a decisão de aprovar ou não essas medidas é uma decisão do Congresso. "Eu não posso interferir", afirmou. Temer, no entanto, defendeu a iniciativa de Renan Calheiros de fazer um pente-fino nos salários do Judiciário, muitos acima do teto. Afirmou que é o "cumprimento de um preceito constitucional".

"Isto não é um confronto. Agora, numa análise muito fria, você relacionou muitos casos que podem ser analisados como ‘olha, nós também vamos agir’ pode ser que haja isso. Mas isso não vai impedir o prosseguimento das ações penais, não é por isso que a chamada Lava Jato vai ficar paralisada, pelo contrário, pode ser um elemento incentivador da Lava Jato”, disse.

REFORMAS

Na entrevista, Temer voltou a defender as reformas que pretende ver passar pelo Congresso, especialmente a previdenciária e a trabalhista. Garantiu que a reforma da Previdência é para "perdurar para sempre" e para que em 20 anos não seja necessário perguntar novamente sobre a sobrevivência do sistema.

No entanto, ministros do seu governo --especialmente o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha-- afirmam que a proposta atual deve valer por cerca de 10 anos, quando será necessário mexer novamente em temas como idade mínima.

Temer ainda acrescentou uma nova reforma às suas propostas, a tributária, que o governo até agora tem evitado falar. "É preciso uma reformulação tributária, quem sabe uma simplificação tributária", disse o presidente, acrescentando que "gostaria muito" de tratar desse tema depois de aprovadas as mudanças previdenciária, trabalhista e política. PARLAMENTARISMO

O presidente ainda afirmou que gostaria de ver incluída na reforma política uma proposta de mudança do regime brasileiro de presidencialista para parlamentarista. Mas, esclareceu, com um modelo completo aprovado pelo Congresso e que passasse por um referendo.

"Eu estou convencido hoje que o parlamentarismo é uma coisa útil para o país", defendeu. "Sou muito mais favorável a um referendo, não um plebiscito. O Congresso poderia produzir um projeto e submeter, se for o caso, a uma consulta popular".

(Por Lisandra Paraguassu)

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Obama alerta para perigo do "nacionalismo bruto" após Trump e Brexit

Obama alerta para perigo do "nacionalismo bruto" após Trump e Brexit
As declarações vieram na primeira etapa de sua última viagem internacional como chefe de Estado, que ocorre em Atenas, na Grécia


SÃO PAULO - Em visita à Atenas, na Grécia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que a eleição do republicano Donald Trump é um reflexo de uma onda de medo e frustração no país, assim como a saída do Reino Unido da União Europeia. As declarações vieram na primeira etapa de sua última viagem internacional como chefe de Estado. O roteiro de Obama também inclui Alemanha e Peru em meio à incerteza sobre o futuro das relações entre os EUA e aliados da Europa e da Ásia/Pacífico após a vitória de Trump.

Embora tenham sido votações em formatos diferentes, ele disse que o Brexit e a eleição de Trump mostram que há uma onda de meda e preocupação no mundo globalizado, em que muitas pessoas parecem estar menos seguras de suas identidades nacionais e de "seu lugar no mundo". Segundo ele, isso favorece o surgimento de movimentos populistas em diversos países, incluindo na Europa, e o avanço de candidatos não convencionais, como Bernie Sanders e Donald Trump nos EUA.

Obama alertou também para o perigo do "nacionalismo bruto", após o Brexit e Trump. “Teremos que vigiar o aumento de uma espécie de nacionalismo bruto ou de identidade étnica ou de tribalismo que se constrói ao redor de um ‘nós e eles'”, disse Obama.

Sobre a escolha de seu sucessor, Obama disse que, "às vezes, as pessoas têm apenas vontade de tentar alguma coisa para ver se isto pode mudar, e acredito que isso teve um papel importante" no resultado eleitoral.
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Presidente chinês diz a Trump que a cooperação "é a única via" para ambos

Presidente chinês diz a Trump que a cooperação "é a única via" para ambos

Em conversa telefónica, Xi Jinping felicitou o novo Presidente dos Estados Unidos quase uma semana depois e os dois concordaram reunir-se "em breve"
Xi Jinping (REUTERS)
 
O Presidente chinês, Xi Jinping, e o futuro homólogo norte-americano, Donald Trump, concordaram hoje reunir-se "em breve" para discutir a relação entre os dois países, noticiou a televisão estatal CCTV.

Numa conversa por telefone, os dois líderes "prometeram manter um contacto próximo, construir boas relações de trabalho e reunir em breve para uma troca de opiniões em assuntos de interesse mútuo", indicou o canal.

Durante a campanha eleitoral, o país asiático foi um dos alvos preferidos do magnata nova-iorquino, que acusou a China de "manipulação da moeda", ou "batotice" e ameaçou taxar os produtos chineses em 45%.

Mas para o Presidente chinês, a cooperação é a melhor decisão para ambos.

Os factos provam que a cooperação é a única via correta para a China e EUA", disse Xi Jinping a Donald Trump.

Segundo a CCTV, Xi Jinping também aproveitou para felicitar Trump pela vitória nas presidenciais norte-americanas, felicitação que surge quase uma semana depois das eleições, realizadas a 8 de novembro.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Justiça nega pedido de suspensão e mantém Enem em duas datas diferentes

Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL, em Maceió

A juíza Federal Elise Avesque Frota, substituta da 8ª Vara Federal do Ceará, negou, na tarde desta quinta-feira (3), pedido de liminar feito pelo Ministério Público Federal (MPF) para suspender o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016.
Na quarta-feira (2), o procurador da República Oscar Costa Filho pediu o cancelamento do exame por entender que a realização de provas em diferentes datas fere o princípio de isonomia da seleção.
O MEC (Ministério da Educação) adiou a prova de 191.494 inscritos para os dias 3 e 4 de dezembro --eles fariam a prova em locais que estão ocupados por estudantes contrários à PEC 241, que estabelece limite para os gastos do governo, e à reforma do ensino médio, proposta pelo governo por meio da MP (Medida Provisória) 746.


É injusto com os estudantes?

Segundo Costa Filho, o problema não está nas questões objetivas, mas sim, na redação, que não deve ocorrer em dois dias. "Isso fere o princípio da isonomia e prejudica o estudante. Quando você adia, você contamina quem fica para fazer. Quando fez o adiamento, temos duas provas, para dois grupos", afirmou.
Em sua decisão, Frota afirma que "apesar da diversidade de temas que inafastavelmente ocorrerá com a aplicação de provas de redação distintas, verifica-se que a garantia da isonomia decorre dos critérios de correção previamente estabelecidos, em que há ênfase na avaliação do domínio da língua e de outras competências que não têm 'o tema' como ponto central".
Para Frota, "o acolhimento do pleito do MPF, a meu ver, ocasionaria danos ainda maiores aos princípios que fundamentam o próprio pleito ministerial, notadamente a isonomia e a economicidade. O adiamento do Enem em sua totalidade resultaria em uma majoração do prejuízo ao erário que já ocorrerá com a mudança de datas para os cerca de 191 mil estudantes - de aproximadamente R$ 17 milhões -, para R$ 776 milhões, restando clara a medida que melhor atende a economicidade".
O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) afirma que não haverá dano, já que, todos os anos, "o Enem realiza dois tipos de prova e, consequentemente, duas redações" e que elas têm "o mesmo princípio da equivalência garantindo igualdade de condições a todos os inscritos".
Costa Filho informou ao UOL que vai recorrer da decisão. Para ele, a discussão sobre o princípio da isonomia dos candidatos deve ser levada em conta pela Justiça. "O debate é: não foi uma calamidade que dividiu os candidatos no exame. Foi o MEC. Foi um erro, existe um grupo só [de candidatos ao Enem], que foi artificialmente separado. Quem criou esse apartheid foi o MEC, que separou, quando poderia ser feito tudo junto", afirmou.


Maratona em dezembro

Cerca de 25 outras seleções de vestibular acontecem nos dias 3 e 4 de dezembro, a data do Enem para os 191.494 inscritos. Em Minas, Estado com maior número de atingidos, o Enem vai coincidir com os vestibulares do Instituto Federal do Sul de Minas (IFSuldeMinas) e da Universidade de Uberaba (Uniube), por exemplo.
"Será que eu vou ter vontade de sentar e estudar? Pensei que ia me livrar dessa prova no próximo final de semana, para focar nos outros vestibulares que tenho para fazer. Agora vou fazer o Enem bem próximo da data dos outros exames", contou a alagoana Fernanda Kelly Mello Freitas, 22, que, além do Enem, vai tentar os vestibulares da Universidade Estadual de Alagoas e de uma faculdade privada.
No próximo final de semana, 97,78% dos 8.627.195 participantes comparecerão aos locais de prova que não registraram ocupações. Os demais farão as provas nos dias 3 e 4 de dezembro.

Alunos do 3º ano médio Performance já se preparam para a grande largada do ENEM 2016





Todos os professores, coordenadores e todos que formam a Família UI/Performance desejam a esses grandes guerreiros (Nossos alunos) um bom desempenho nas avaliações do ENEM 2016 que serão realizadas no próximo fim de semana. Confiamos em todos vocês e temos a certeza que no próximo ano estarão ingressando nas melhores universidades do nosso estado. Boa Sorte queridos alunos estamos torcendo por vocês e lembrem-se que todos vocês são capazes de atingirem os seus objetivos. Com carinho de todos os professores. A sorte está lançada!!!!!!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Após derrota, irmão de Eduardo Campos bate forte no governo Paulo Câmara e racha PSB








Publicado por Marcos Oliveira em Notícias às 10:55


O irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, o advogado Antônio Campos, após perder as eleições em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), soltou críticas duras, nesta terça-feira (1º) contra o governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB), pessoas da sua administração, como o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira. Também sobrou para a viúva de Eduardo, Renata Campos.


Em uma das denúncias, ele revela que, dez dias antes das eleições do segundo turno, o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira, o principal auxiliar e articulador do governador Paulo Câmara, perguntou em um grupo secreto da cúpula do PSB o e-mail de Augusto Coutinho, presidente do Solidariedade no Estado e patrocinador do nome de Lupércio, para que uma pesquisa fosse enviada.


 










Antônio, que recebeu de um integrante do grupo a informação privilegiada, procurou Antônio Figueira. "Eu mandei para ele (Figueira) e ele não desmentiu"O blog perguntou a Antonio Campos se o governador Paulo Câmara havia sido comunicado e qual a sua reação e Tonca disse que sim, mas que foi ignorado, nenhuma resposta havia sido dada.


Mensagem de Whatsaap que seria de Figueira


Desde o início da campanha de Antônio, o racha socialista ficou evidenciado pela falta de envolvimento do PSB estadual com o palanque de Tonca, como ele também é conhecido. Mesmo tendo ido fazer campanha para outros socialistas, em Jaboatão, com Heraldo Selva, e no Recife, ao lado de Geraldo Julio, Paulo Câmara não esteve no palanque de Antônio durante todo o primeiro turno.


» "Nasci na política e vou permanecer na política", afirmou Antônio Campos


A briga nos bastidores é pelo legado político de Eduardo. Enquanto os afilhados de Eduardo no Estado e na capital preparam terreno para a "maioridade" do filho mais velho do ex-governador, João Campos, Antônio tenta ocupar um espaço de liderança no presente. Para se lançar em Olinda, contou com a articulação nacional vinda de São Paulo – do presidente do PSB, Carlos Siqueira – e da sua mãe, a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes. Coube aos dirigentes socialistas locais engolir Tonca.


Nem na convenção, em 31 de julho, algum deles esteve presente.


Em entrevista para a Folha de Pernambuco, Antônio disse que o "PSB trabalhou contra (a candidatura dele), o tempo todo".


Ele lembrou que Olinda teve nove candidatos no primeiro turno, sendo sete da base do governo. "A fragmentação das candidaturas no 1º turno teve o apoio de setores expressivos do Palácio do Governo. Isso se deve a não querer o surgimento de uma força nova nos quadros do PSB. Sequer recebi um telefonema do Palácio após o resultado das eleições. É o mínimo de elegância", acusa.


Durante toda eleição, o filho mais velho de Eduardo, João Campos, não pisou em Olinda. Para Antônio, isso foi uma ingratidão da viúva, Renata Campos.


"Acho que Renata Andrade Lima Campos não foi grata comigo…essa é uma história que remonta há muito tempo, ela jamais gostou dos Campos, inclusive do meu pai", afirmou, se referindo a Maximiano Accioly Campos, falecido em 1998.






segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Setor público tem pior déficit primário para setembro, de R$26,643 bi



Por Cesar Raizer e Patricia Duarte


BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - Em meio à forte recessão e gastos com a Previdência, o Brasil registrou o pior déficit primário para setembro, com rombo de 26,643 bilhões de reais, elevando o rombo em 12 meses a 3,08 cento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o Banco Central nesta segunda-feira.


O resultado veio em linha com a mediana das projeções em pesquisa Reuters, de déficit de 26,5 bilhões de reais para o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais).


Segundo o BC, o governo central (governo federal, BC e INSS) registrou rombo primário de 26,499 bilhões de reais no mês passado, com destaque para a Previdência, com perdas de 25,076 bilhões de reais.


O Tesouro, na semana passada, havia informado que houve forte impacto nas contas da Previdência devido à mudança na sistemática de pagamento da antecipação do 13º salário, que ocorreu neste ano em agosto e setembro, com maior impacto no último mês. Em 2015, o pagamento se deu em setembro e outubro, sendo mais forte em outubro.


Ainda segundo o BC, os governos regionais fecharam setembro com déficit primário de 298 milhões de reais, enquanto que as estatais, com superávit primário --economia feita para pagamento de juros da dívida pública-- de 154 milhões de reais.


Com isso, o setor público consolidado registrou resultado nominal (receitas menos despesas, incluindo o pagamento de juros) negativo em 67,1 bilhões de reais no mês passado.


No acumulado 12 meses, ainda segundo o BC, o déficit primário do setor público consolidado estava em 188,327 bilhões de reais até setembro, segundo o BC. O número já extrapola com margem a meta fiscal de 2016, de déficit primário de 163,9 bilhões de reais, ou 2,6 por cento do PIB, por incorporar o pagamento extraordinário de 55,6 bilhões de reais pelas chamadas pedaladas fiscais em dezembro do ano passado.


Na semana passada, a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, ressaltou que a meta fiscal do ano será cumprida, acrescentando que os recursos com a regularização de ativos no exterior serão utilizados para melhorar o resultado primário do setor público, além de diminuir o volume de restos a pagar do governo.


O prazo para adesão à chamada repatriação termina nesta segunda-feira.


Com mais um forte déficit primário no mês, o endividamento público seguiu em deterioração. Em setembro, segundo o BC, a dívida líquida subiu a 44,1 por cento do PIB, contra 43,3 por cento em agosto. Já a dívida bruta avançou a 70,7 por cento do PIB, ante 70,2 por cento em agosto.


(Edição de Luiz Guilherme Gerbelli)


 


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domingo, 30 de outubro de 2016

Anita Baker - No More Tears. Anita Baker é uma das maiores expressões do R&B norte-americano estreiou em 1983 como cantora solo no ano seguinte emplacou nas paradas mundiais chegando a ganhar o seu primeiro Grammy de melhor cantora de R&B com a canção Sweet Love e assim sucessivamente. Com milhares de fãs espalhados pelo mundo inteiro, cada canção de Anita encanta e emociona.Nesse fim de semana dediquei a canção Sometimes a dois grandes alunos da qual tenho grande admiração Rafael Santos e Maria Di Lorenna e eles adoraram.


Ao saber de vitória, Geraldo Julio chorou copiosamente, rezou um Pai Nosso e lembrou Eduardo Campos





Publicado por jamildo em Notícias às 20:39


 


O prefeito Geraldo Julio estava em uma sala no sexto andar do Monte Hotéis, no Pina, quando recebeu a confirmação da vitória na eleição do Recife. Ele abraçou a mulher e o filho chorou copiosamente. Depois do longo abraço na mulher, Geraldo Julio pediu que todos rezassem um Pai Nosso, em agradecimento pela vitória. Estava aliviado, segundo os presentes.


 


No primeiro momento, também gritou o nome do ex-governador Eduardo Campos e depois Camilo, secretário de Turismo que faleceu durante a campanha, de infarto. A viúva de Eduardo Campos, Renata, estava presente, com os filhos João e Eduarda.


O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, também estava na comemoração mais reservada, com a esposa.


O marqueteiro Diego Brant também presenciou a comemoração.


O governador Paulo Câmara também estava presente, com secretários como Antônio Figueira (Casa Civil), Frederico Amâncio (Educação) e Iran Costa (Saúde).


ambém estava presente o ex-secretário Felipe Carreras, secretário de Turismo do Estado hoje, além do ex-petista Isaltino Nascimento.


Entre os auxiliares mais próximos, João Suassuna, secretário executivo na PCR, além de Alexandre Gabriel.


Do parlamento, na sala, o deputado federal Tadeu Alencar e o deputado estadual Guilherme Uchoa, presidente da Alepe.


Na festa íntima, não houve comemoração pela derrota de Antônio Campos, mas alguns achavam ‘menos ruim’ que Lupercio tenha vencido. Já em relação à derrota do aliado Tony Gel, não houve um lamento maior. A tônica era de que Raquel Lyra, ex-secretária de Eduardo Campos, era ‘gente fina’.


NE10

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Entenda o que é a PEC 241 e como ela pode afetar sua vida ///Com o objetivo de congelar gastos públicos e contornar a crise econômica, proposta divide especialistas






O que é a PEC do teto de gastos?



A PEC, a iniciativa para modificar a Constituição proposta pelo Governo, tem como objetivo frear a trajetória de crescimento dos gastos públicos e tenta equilibrar as contas públicas. A ideia é fixar por até 20 anos, podendo ser revisado depois dos primeiros dez anos, um limite para as despesas: será o gasto realizado no ano anterior corrigido pela inflação (na prática, em termos reais - na comparação do que o dinheiro é capaz de comprar em dado momento - fica praticamente congelado). Se entrar em vigor em 2017, portanto, o Orçamento disponível para gastos será o mesmo de 2016, acrescido da inflação daquele ano. A medida irá valer para os três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Pela proposta atual, os limites em saúde e educação só começarão a valer em 2018.



Por que o Governo diz que ela é necessária?


O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz que "não há possibilidade de prosseguir economicamente no Brasil gastando muito mais do que a sociedade pode pagar. Este não é um plano meramente fiscal." Para a equipe econômica, mesmo sem atacar frontalmente outros problemas crônicos das contas, como a Previdência, o mecanismo vai ajudar "a recuperar a confiança do mercado, a gerar emprego e renda" ao mesmo tempo em que conterá os gastos públicos, que estão crescendo ano a ano, sem serem acompanhados pela arrecadação de impostos. Para uma parte dos especialistas, pela primeira vez o Governo está atacando os gastos, e não apenas pensando em aumentar as receitas. O Governo Temer não cogita, no momento, lançar mão de outras estratégias, como aumento de impostos ou mesmo uma reforma tributária, para ajudar a sanar o problema do aumento de gasto público no tempo.



O que dizem os críticos da PEC?


Do ponto de vista de atacar o problema do aumento anual dos gastos públicos, uma das principais críticas é que uma conta importante ficou de fora do pacote de congelamento: os gastos com a Previdência. É um segmento que abocanha mais de 40% dos gastos públicos obrigatórios. Logo, a PEC colocaria freios em pouco mais de 50% do Orçamento, enquanto que o restante ficaria fora dos limites impostos - só a regra sobre o salário mínimo tem consequências na questão da Previdência. A Fazenda afirmou, de todo modo, que a questão da Previdência será tratada de forma separada mais à frente. "Se não aprovar mudanças na Previdência, um gasto que cresce acima da inflação todos os anos, vai ter de cortar de outras áreas, como saúde e educação", diz Márcio Holland, ex-secretário de política econômica da Fazenda. "Nesse sentido, a PEC deixa para a sociedade, por meio do Congresso, escolher com o que quer gastar", complementa. Há vários especialistas que dizem que, na prática, o texto determina uma diminuição de investimento em áreas como saúde e educação, para as quais há regras constitucionais. Os críticos argumentam que, na melhor das hipóteses, o teto cria um horizonte de tempo grande demais (ao menos dez anos) para tomar decisões sobre toda a forma de gasto do Estado brasileiro, ainda mais para um Governo que chegou ao poder sem ratificação de seu programa nas urnas. Eles dizem ainda que, mesmo que a economia volte a crescer, o Estado já vai ter decidido congelar a aplicação de recursos em setores considerados críticos e que já não atendem a população como deveriam e muito menos no nível dos países desenvolvidos. Se a economia crescer, e o teto seguir corrigido apenas de acordo com a inflação, na prática, o investido nestas áreas vai ser menor em termos de porcentagem do PIB (toda a riqueza produzida pelo país). O investimento em educação pública é tido como um dos motores para diminuir a desigualdade brasileira.



Quando a PEC começa a valer?


Se aprovada na Câmara e no Senado, começa a valer a partir de 2017. No caso das áreas de saúde e educação, as mudanças só passariam a valer após 2018, quanto Temer não será mais o presidente.



Qual o impacto da PEC no salário mínimo?


A proposta também inclui um mecanismo que pode levar ao congelamento do valor do salário mínimo, que seria reajustado apenas segundo a inflação. O texto prevê que, se o Estado não cumprir o teto de gastos da PEC, fica vetado a dar aumento acima da inflação com impacto nas despesas obrigatórias. Como o salário mínimo está vinculado atualmente a benefícios da Previdência, o aumento real ficaria proibido. O Governo tem dito que na prática nada deve mudar até 2019, data formal em que fica valendo a regra atual para o cálculo deste valor, soma a inflação à variação (percentual de crescimento real) do PIB de dois anos antes. A regra em vigor possibilitou aumento real (acima da inflação), um fator que ajudou a reduzir o nível de desigualdade dos últimos anos.



O que acontece se a PEC for aprovada e o teto de gastos não for cumprido?


Algumas das sanções previstas no texto da PEC para o não cumprimento dos limites inclui o veto à realização de concursos públicos, à criação de novos cargos e à contratação de pessoal. Em outras palavras, pretende ser uma trava muito mais ampla que a Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo, que cria um teto de gastos com pessoal (vários Estados e outros entes a burlam atualmente).



A PEC do teto vale para os Estados também?


A PEC se aplicará apenas aos gastos do Governo Federal. No entanto, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, já sinalizou que o Planalto deve encaminhar em breve uma segunda PEC que limita os gastos estaduais. Por enquanto não há consenso entre o Executivo Federal e os governadores sobre o assunto.



Quais impactos a PEC pode ter nas áreas de educação e saúde?


Os críticos afirmam que a PEC irá colocar limites em gastos que historicamente crescem todos os anos em um ritmo acima da inflação, como educação e saúde. Além disso, gastos com programas sociais também podem ser afetados pelo congelamento. Segundo especialistas e entidades setoriais, esta medida prejudicaria o alcance e a qualidade dos serviços públicos oferecidos. Especialistas apontam problemas para cumprir mecanismos já em vigor, como os investimentos do Plano Nacional de Educação. Aprovado em 2014, o PNE tem metas de universalização da educação e cria um plano de carreira para professores da rede pública, uma das categorias mais mal pagas do país. "A população brasileira está envelhecendo. Deixar de investir na educação nos patamares necessários, como identificados no PNE, nos vinte anos de vigência da emenda proposta – tempo de dois PNEs -, é condenar as gerações que serão a população economicamente ativa daqui vinte anos, a terem uma baixa qualificação", disse o consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Paulo Sena, ao site Anped, que reúne especialistas em educação.

Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que mais importante do que o valor despendido com áreas como saúde, educação e segurança, é a qualidade desses gastos. "Dados da educação e da saúde hoje mostram que a alocação de recursos não é o problema. É preciso melhorar a qualidade do serviço prestado à população", disse. "Teremos muito trabalho. O principal deles será o de mostrar que a saúde e educação não terão cortes, como a oposição tenta fazer a população acreditar", afirmou a líder do Governo no Congresso, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES).



A PEC do teto atingirá de maneira igual ricos e pobres?


A população mais pobre, que depende do sistema público de saúde e educação, tende a ser mais prejudicada com o congelamento dos gastos do Governo do que as classes mais abastadas. A Associação Brasileira de Saúde Pública, por exemplo, divulgou carta aberta criticando a PEC. No documento a entidade afirma que a proposta pode sucatear o Sistema Único de Saúde, utilizado principalmente pela população de baixa renda que não dispõe de plano de saúde. Além disso, de acordo com o texto da proposta, o reajuste do salário mínimo só poderá ser feito com base na inflação - e não pela fórmula antiga que somava a inflação ao percentual de crescimento do PIB. Isso atingirá diretamente o bolso de quem tem o seu ganho atrelado ao mínimo.



Por que a Procuradoria Geral da República diz que é inconstitucional?


Em nota técnica divulgada em 7 de outubro o órgão máximo do Ministério Público Federal afirmou que a PEC é inconstitucional. De acordo com o documento, "as alterações por ela pretendidas são flagrantemente inconstitucionais, por ofenderem a independência e a autonomia dos Poderes Legislativo e Judiciário e por ofenderem a autonomia do Ministério Público e demais instituições constitucionais do Sistema de Justiça [...] e, por consequência, o princípio constitucional da separação dos poderes, o que justifica seu arquivamento". A crítica vem pela criação de regras de gastos para os demais Poderes. Na nota, a procuradoria argumenta que, caso aprovada, a PEC irá prejudicar a "atuação estatal no combate às demandas de que necessita a sociedade, entre as quais: o combate à corrupção; o combate ao crime; a atuação na tutela coletiva; e a defesa do interesse público". A Secretaria de Comunicação Social da Presidência rebateu a PGR, afirmando que na proposta não existe "qualquer tratamento discriminatório que possa configurar violação ao princípio da separação dos poderes".



O que vem depois da PEC, se ela for aprovada tal como está?


A PEC é a prioridade da equipe econômica do Governo Temer, que vai pressionar por outras reformas nos próximos meses, como a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista.

Com informações de Ana Carolina Cortez.

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ENTREVISTA-Procurador da Lava Jato diz que qualquer acordo de delação com Odebrecht levará meses

Por Brad Brooks


CURITIBA (Reuters) - O aguardado acordo de delação premiada da Odebrecht com a operação Lava Jato ainda levará ao menos alguns meses para ser finalizado, e pode até mesmo não ser concretizado devido à resistência de políticos, disse à Reuters um dos principais procuradores da força-tarefa.
A maior construtora da América Latina, que está no cerne do maior escândalo de corrupção da história do Brasil, é apontada como o principal agente privado do esquema que envolve o pagamento de propinas a políticos e operadores em contratos da Petrobras.
Reportagens recentes afirmando que um acordo teria sido finalizado intensificaram as expectativas de uma bomba política iminente. Se os executivos da Odebrecht se transformarem em delatores eles podem implicar dezenas de políticos que supostamente receberam pagamentos indevidos.
"Não há um acordo firmado com a Odebrecht, não há nenhum acordo. Existem muitos detalhes para resolver", disse Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos principais procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) na investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
"Todas essas negociações são muitos complexas, demoram muito para terminar porque envolvem muitos fatos, muitos pessoas", disse Lima na quinta-feira em seu escritório em Curitiba, onde a Polícia Federal, procuradores e o juiz federal Sérgio Moro vêm conduzindo a ação contra a corrupção.
O procurador enfatizou repetidamente que "não há acordo com a Odebrecht, nem com indivíduos nem um acordo (de leniência) com a empresa". Os advogados da Odebrecht afirmaram, em um comunicado enviado por email, que não podem falar sobre negociações em andamento com os procuradores.
A corrupção, disseram os investigadores, aconteceu não somente no Brasil, mas em várias nações sul-americanas e na África, onde a companhia conquistou projetos de infraestrutura, alguns dos quais já estão sendo investigados.
O ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht está cumprindo uma pena de 19 anos em uma prisão de Curitiba depois de ter sido condenado por acusações de corrupção este ano. Depois de sua prisão, ocorrida em 2015, ele passou meses negando a possibilidade de se tornar uma testemunha do Estado.
Os procuradores deixaram claro que se ele mantivesse o silêncio iriam descartar qualquer espécie de acordo com dezenas de outros executivos da empreiteira ou um acordo de leniência para a própria corporação.
Antes de receber a sentença, Marcelo Odebrecht disse a parlamentares de uma CPI da Petrobras que "para alguém dedurar, ele precisa ter o que dedurar". Ele acrescentou que se uma de suas filhos fizesse algo errado, "eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que com aquele que fez o fato".
SEM MUITA CONFIANÇA
Mas os tempos mudaram, assim como a atitude de Marcelo Odebrecht, disseram os investigadores. Em março, a polícia descobriu, por meio de documentos e de celulares de executivos, que a empresa tinha um departamento totalmente dedicado a monitorar bilhões de reais em propinas que pagou a políticos ao longo dos anos para garantir contratos públicos superfaturados.
Quase imediatamente, a companhia reverteu sua postura recalcitrante e disse em um comunicado público que estava disposta a cooperar com os investigadores "para ajudar a construir um Brasil melhor".
Uma motivação a mais para a Odebrecht [ODBES.UL] querer fechar um acordo de leniência é que, como outras construtoras envolvidas no esquema da Petrobras, ela está impedida de participar de qualquer licitação do governo. O crédito secou, e a empresa está tentando reestruturar mais de 100 bilhões de reais em dívidas.
Isso levou Emilio Odebrecht, pai de Marcelo e ex-presidente da corporação, a implorar ao filho que engolisse o orgulho e buscasse firmar um acordo de delação com os procuradores.
Lima não quis discutir os detalhes das negociações. Embora tenha dito que está mais otimista agora de que um acordo será obtido do que há alguns meses, ele emitiu um alerta.
"Não tenho confiança absoluta em fechar um acordo, porque estamos num ambiente de instabilidade institucional no Brasil", disse. "Não sei se há interesse do governo federal em que essas colaborações se efetivem."
"Boa parte do que é falado nessas colaborações, e não estou falando só da Odebrecht, se refere a personagens políticos que foram ou são do governo".
Críticos têm atacado o governo do presidente Michel Temer e ações de parlamentares do PMDB por supostos esforços para enfraquecer não somente a investigação da Petrobras, mas a independência de todos os inquéritos sobre corrupção.
Lima apontou para um projeto de retorno da Lei de Abuso de Autoridade dos tempos da ditadura defendida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que está sendo investigado no esquema de corrupção da estatal petroleira.
A lei responsabilizaria criminalmente juízes e investigadores se, por exemplo, decidissem mandar prender um suspeito ou fazer acusações e essas decisões fossem anuladas por instâncias superiores.
Juízes e procuradores federais se manifestaram contra a lei nas últimas semanas, alegando se tratar de uma ameaça direta contra sua busca de suspeitos no número crescente de casos complexos de corrupção surgindo no Brasil.
"Estão, na verdade, desincentivando que as pessoas investiguem, é muito simples", disse Lima. "Não tem realmente proteção em relação a sua investigação e não ser ameaçado pelo poder político, e isso vai impedir que novos casos apareçam. Por que eu vou arriscar e fazer isso se eu ganho o mesmo salário no final do mês se eu não fizer absolutamente nada?".
 
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