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domingo, 23 de maio de 2021

Em campanha antecipada, Bolsonaro acelera a moto e dá uma banana ao Brasil.


 Em campanha antecipada, Bolsonaro acelera a moto e dá uma banana ao Brasil.

BALAIO DO KOTSCHO

https://noticias.uol.com.br

Com 448.291 mortes nas costas, acossado por denúncias de corrupção contra seu governo e pela CPI do Genocídio, caindo nas pesquisas e vendo Lula disparar para 2022, Bolsonaro caiu de cabeça na campanha pela reeleição. Viajou pelo nordeste e, na manhã deste domingo, desceu do helicóptero, montou numa motocicleta, na zona oeste do Rio, para mais uma manifestação contra a democracia, o distanciamento social e o uso de máscaras de proteção, os governadores e prefeitos, o STF e a imprensa, e o Datafolha, seu mais novo inimigo.

Até o general Pazuello subiu no palanque, alegre e fagueiro, recebido como herói pelos seguidores da seita, por ter mentido 14 vezes na CPI para proteger o chefe, todos protegidos por um esquema de segurança com mais de 1 mil homens de 20 unidades, sob o comando do GSI do general Heleninho. No trajeto, viu-se mais policiais do que motoqueiros.

Assim até eu viro valente... Quanto custa para os cofres públicos o deslocamento da comitiva oficial e a montagem do poderoso esquema de segurança para mais um ato de campanha antecipada?

A oposição chamou o presidente de debochado, perverso, cruel e deprimente, mas ele não se comove com isso. Não está nem aí aí para o que falam dele. Para os 75% de brasileiros que não o apoiam, segundo as últimas pesquisas, o capitão oferece uma banana, bota o capacete sem máscara e toca em frente.

Bolsonaro resolveu governar só para os seus seguidores mais fanáticos, que logo cedo invadiram as redes sociais para escrever coisas como "o Brasil é seu, presidente! Pegue o que quiser KKK". Pouco importa que o cenário da pandemia tenha voltado a se agravar, com a ameaça de uma terceira onda e a chegada do novo vírus da Índia, e os hospitais estejam novamente superlotados, reclamando a falta de remédios para salvar vidas.

Ninguém segura Bolsonaro e sua tropa de aloprados, que vivem numa realidade paralela, onde uns mandam e outros obedecem, para não perder suas boquinhas. A maioria dos brasileiros (54%) rejeita a nomeação de militares para cargos civis no governo federal, segundo o Datafolha divulgado hoje, mas os bolsonaristas não ligam para pesquisas, nem de opinião nem científicas.

Qual é o problema de promover aglomerações? Todos vão morrer um dia, diz o chefe. O importante é aproveitar as mordomias enquanto estão vivos, desfrutar das benesses do poder, com picanha de R$ 1.700 o quilo e toneladas de cerveja e leite condensado na dispensa dos quartéis. Para a caravana bolsonarista montada em suas potentes e caras máquinas, domingo é dia de festa, de desafiar as normas sanitárias e tocar em frente, sem olhar para os lados.

Se teve buzinaços de protesto em alguns bairros da zona sul por onde os motoqueiros passaram, só pode ser coisa de comunistas e vagabundos. Os cães ladram, mas a caravana passa, devem ter pensado, rindo do decreto estadual que obriga o uso de máscaras e proíbe aglomerações, mas o governador fluminense, um tal de Cláudio Castro, é da turma, não vai multar ninguém. Ele mesmo gosta de uma boa festa.

Enquanto o resto do Brasil chora seus mortos, o Brasil de Bolsonaro pede passagem para se divertir, rindo da nossa cara. Quem não estiver satisfeito, que vá se queixar aos bispos... Vida que segue.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

A Seca No Nordeste e a Indústria da Seca. Culpa de Deus ou Dos Governantes.


 Alimentada pela escassez, "indústria da seca" fatura com a estiagem no Nordeste.


Carlos Madeiro

Do UOL, em Tacaratu (PE)


A seca no Nordeste é sempre sinal de sofrimento para o sertanejo. Mas a falta de chuva também movimenta o meio político e o comércio das cidades atingidas pela estiagem. A chamada “indústria da seca” fatura alto com a falta de alimentos para os animais e de água para os moradores.


O exemplo mais conhecido no sertão –e relatado por diversos moradores ao UOL–  é o uso político na distribuição dos carros-pipa, marca registrada do assistencialismo simples. Segundo os relatos, alguns políticos visitam as comunidades e se apresentam como “responsáveis” pelo envio da água. Os moradores também reclamam da alta nos preços de serviços e alimentos para os animais.


 - Carro-pipa recolhe água do rio São Francisco para abastecer cidades afetadas pela seca em Sergipe Beto Macário/UOL

“A prefeitura nos ajuda muito, nos mandando água por carros-pipa. Às vezes demora, mas sempre vem”, conta a agricultora Maria Gildaci, 66, de Tacaratu (PE), sempre citando que o prefeito é "quem manda" o carro para a sobrevivência dela e da família, que vive em uma pequena casa no sítio Espinheiro. 


Falas como a Gildaci, agradecendo os políticos, são comuns, mas a prática está sendo combatida por organizações do semiárido. “Água é um direito, não é dada de favor. Agricultores relatam com frequência que vereadores se apresentam trazendo carros-pipa e que prefeitos estão se utilizando disso para as eleições. Estamos fazendo levantamentos e vamos tentar identificar onde isso está ocorrendo para tomarmos providências”, afirma o coordenador da ASA (Articulação do Semiárido), Naidson Batista.


Para Batista, o uso político da água é histórico no Nordeste, mas vem perdendo força nos últimos anos. “A indústria da seca, na história brasileira, é um instrumento de alguns, em detrimento de outros, para aumento de poder econômico, político ou social de determinado grupos. Embora ela venha perdendo força, não seria possível erradicar uma prática de 400 anos em apenas 10”, afirma.


Segundo o coordenador, os investimentos cobrados, como poços, barragens e cisternas, não foram feitos a contento ao longo dos anos, o que facilitou a política assistencialista. "Isso faz parte da indústria da seca, pois deixa o sertanejo vulnerável, à espera sempre de ações emergenciais."


O diretor do Polo Sindical do Médio São Francisco da Fetape (Federação dos Trabalhadores em Agricultura de Pernambuco), Jorge de Melo, também relata que políticos e fazendeiros ainda se aproveitam da seca para lucrar. “É só começar a escassez de alimentos para ter gente aumentando o preço das coisas. É o que chamam da lei da oferta e procura. Além disso, há um claro uso político, que vem sendo combatido e está enfraquecendo, mas ainda existe no sertão”, diz.


Para tentar reduzir o desvio político da água, o governo de Pernambuco anunciou, na última quarta-feira (16), que os carros-pipa contratados pelo Estado serão equipados com GPS e terão fiscalização dos conselhos de desenvolvimento dos municípios –que ficarão responsáveis por enviar relatórios mensais sobre o cumprimento dos cronogramas.



Ganho econômico

Além do uso político, muitos setores da economia também faturam com a venda de produtos. Um dos exemplos é a palma (espécie de cacto que serve de alimento para o gado). Segundo os moradores, o preço da tarefa de palma (equivalente a uma área plantada de 3.053 m²), que antes da estiagem ficava em torno de R$ 1.200, hoje chega a custar até R$ 2.500 em algumas localidades de Alagoas e Sergipe.


“Quem tem sua palma plantada para os seus animais não quer vender. Agora a seca é boa para aqueles que plantam a palma como investimento e estão vendendo mais caro e lucrando muito”, citou o produtor Vilibaldo Pina de Albuquerque, de Batalha (AL).


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O carro-pipa também é um negócio rentável. Os preços cobrados pelos “pipeiros” no sertão inflacionaram com a seca. “Existe, e muito, a indústria da seca. Um exemplo: antes, a prefeitura contratava um carro-pipa por R$ 100 para lavar o matadouro. Hoje, para o sujeito trazer a mesma quantidade de água ele obra R$ 200. E olhe que o preço do combustível não subiu e ele pega água no mesmo lugar”, afirma o secretário de Infraestrutura de Batalha (AL), Abelardo Rodrigues de Melo.


Em Sergipe, os investidores estão comprando carros-pipa para ganhar dinheiro. “Hoje, quem tem um dinheiro sobrando está comprando um carro-pipa para distribuir água. Demanda é o que não falta. Aqui estamos precisando de mais, mas não há”, diz o coordenador da Defesa Civil de Poço Redondo (SE), José Carlos Aragão. "E o carro-pipa não é a solução, e só uma política emergencial. Hoje você leva a água, amanhã já precisa de novo. É um investimento de curta duração."


Na cidade sergipana –a mais afetada do Estado, com 15 mil pessoas atingidas pela estiagem--, o movimento de carros-pipa é intenso e atua em diversos setores da economia. Na oficina de Antônio Rodrigues, cresceu a procura por consertos dos caminhões. “Hoje 30% do que faturo é com esses carros. Contratei até uma pessoa para me ajudar, porque a procura é grande e tem caminhão aqui todo dia. Queria não ter mais esse serviço, que aqui chovesse e o povo parasse de sofrer. Mas estou trabalhando dignamente.”


Melhores condições

Para o economista Cícero Péricles, apesar da “indústria da seca” ainda existir, as condições de enfrentamento do sertanejo à seca atual são melhores do que aquelas enfrentadas na última grande estiagem, em 1998.


“Há mais de uma década a política de água obteve ganhos consideráveis pela entrada das cisternas e barragens subterrâneas nos espaços da agricultura familiar, reforçando os antigos instrumentos, como os poços artesianos, tubulares, barreiros, açudes e adutoras. A presença dos órgãos públicos mudou da intervenção exclusivamente assistencialista e emergencial para instituições públicas, com maior capilaridade, municipalizadas, que fazem a cobertura permanente com os programas sociais. A ampliação da Previdência Social no campo, assim como de programas de transferências de renda, a exemplo do Bolsa família, reduziram em muito a pobreza absoluta no meio rural”, afirma o economista. ( Fonte: uol.com.br)

Postado por thebestsingerdonnasummer.blogspot.com 


Qual é a importância de Jerônimo para a Igreja?



Qual é a importância de São Jerônimo para a Igreja?


Jerônimo foi uma personalidade célebre de seu tempo. Sua capacidade intelectual é demonstrada pela vasta quantidade de textos escritos e traduzidos por ele. Com absoluta certeza, seu trabalho mais conhecido é a Vulgata, ou seja, uma versão da Bíblia em latim. Histórias antigas, quando recontadas com frequência, terminam por receber novos elementos que, por vezes, acrescentam, abreviam ou modificam a história original. Por ser este o mês da Bíblia, resolvemos abordar a questão da Vulgata, juntamente com todo o trabalho realizado por São Jerônimo ao traduzi-la.


Qual é a importância de São Jerônimo para a Igreja?


São Jerônimo recebeu a incumbência de revisar uma antiga tradução dos quatro Evangelhos em latim

Ordenado sacerdote em 379 d.C., São Jerônimo acompanhou o Bispo Paulino a um concílio regional em Roma. Nesse tempo, foi apresentado ao Papa Dâmaso como um exegeta e profundo conhecedor das línguas bíblicas. Por causa da clareza de suas ideias e grande conhecimento, o Pontífice o escolheu para ser seu secretário e, em 382 d.C., confiou-lhe a incumbência de revisar uma antiga tradução dos quatro Evangelhos em latim. Ele concluiu esse trabalho antes da morte do Papa Dâmaso (11/12/384), e acrescentou também uma versão dos Salmos, traduzida do texto grego, que ficou conhecida como Septuaginta.


Expulso de Roma em 385, São Jerônimo se deslocou para Belém, na Terra Santa, onde teve contato com a versão hebraica do Antigo Testamento, especialmente com um livro que apresentava lado a lado, de forma comparativa, os diferentes textos do Antigo Testamento nas línguas disponíveis naquele tempo.


Tradução do Antigo Testamento


Esse santo e doutor da Igreja interessou-se pelo texto em hebraico e iniciou uma nova revisão, de cunho pessoal, em sua tradução dos Salmos, por meio da qual comparava o texto hebraico e grego, para depois escrevê-lo em latim. Essa versão dos Salmos ficou conhecida como Galicana, porque foi usada amplamente na Igreja da França (Galia em latim).


Com o sucesso dessa tradução, ele começou a traduzir todo o Antigo Testamento, mas, a partir desse momento, não utilizava mais a versão grega, e sim a hebraica. Esse enorme trabalho prolongou-se por 15 anos, do ano 390 a 405, incluindo uma nova tradução dos Salmos feita somente do texto hebraico. Essa tradução do Antigo Testamento foi chamada por São Jerônimo de iuxta hebraeos (que significa “próximo aos hebreus” em português), a qual somada aos textos do Novo Testamento, traduzidos para o latim, chamou-se Vulgata, isto é, em língua vulgar ou comum.


Ela [Vulgata] era a única versão oficial da Bíblia usada na Igreja até o ano 1.530, quando, devido ao povo não mais falar latim, iniciou-se o processo de tradução para as línguas modernas.


Durante a tradução, Jerônimo deparou-se com passagens difíceis de serem compreendidas, por isso, logo após a conclusão desse trabalho, dedicou-se a escrever prefácios e comentários para os livros da Sagrada Escritura, além de responder às polêmicas teológicas existentes em seu tempo, devido ao uso de textos mal traduzidos ou interpretações equivocadas.


Vulgata


No ano 419, esse grande santo da Igreja morreu e não chegou a ver a Vulgata ser publicada. Esse fato só aconteceu quando foram reunidos todos os textos e escritos que ele havia traduzido. Importante lembrar que a Vulgata não foi imposta à Igreja, esse processo foi acontecendo à medida que se reconhecia que o texto traduzido por Jerônimo era mais exato e claro do que outras traduções livres disponíveis na época.


Progressivamente, a Vulgata foi recebendo pequenas correções, por isso, hoje, esse nome pode designar diversas versões oficiais em latim. Aquela que chamamos, hoje, de Vulgata foi publicada em 1.592, pelo Papa Clemente VIII. Por isso, também é conhecida como Vulgata Clementina.


20 curiosidades sobre David, a mais famosa escultura do mundo Por Keka Consiglio


 20 curiosidades sobre David, a mais famosa escultura do mundo

Por Keka Consiglio

https://istoe.com.br/

 

A mais famosa escultura do mundo foi produzida por Michelangelo, mestre do renascimento. Foi criada a partir de uma única peça de mármore, tem 5 metros de altura e pesa 5,5 toneladas. Exatamente nesta semana, 500 anos após sua criação, a escultura volta as manchetes mundiais como um exemplo de vanguarda na inovação digital. Isso mesmo! Pesquisadores da Universidade de Florença criaram uma réplica exata da estátua para o Pavilhão da Itália na Expo 2020 Dubai.


Cerca de 25 milhões de pessoas poderão ver na exposição a réplica, feita com tecnologia de impressão 3D, usando o conceito de Digital Twins (gêmeo virtual idêntico ao original). Michelangelo demorou três anos de trabalho ininterrupto para esculpir David a partir do zero e, mesmo com a mais moderna tecnologia, a versão digital precisou de 120 dias para ser produzida mesmo tendo disponível o original para cópia. Realmente, impressionante.


Espero que as artes italianas possam viajar o mundo, promover o turismo e disseminar conhecimento pela Internet. Enquanto isso, na torcida de que o Brasil tenha em breve uma réplica, compartilho na coluna de hoje 20 curiosidades sobre essa obra, uma das mais belas e impressionantes do mundo:


1-Fama – A estátua de David é a mais famosa escultura do mundo. Retrata David após sua triunfante vitória sobre Golias de uma forma diferente do tradicional. Ao invés de representar David com a cabeça do gigante aos seus pés, como fazia na época Caravaggio e Donatello, a obra mostra um jovem em uma fase antes da batalha, pensativo e enigmático. A obra, que se tornou um símbolo de força e de beleza humana, foi produzida por Michelangelo.


2-Dimensões e limitações – A escultura tem 5 metros de altura e pesa 5,5 toneladas. Michelangelo exagerou o tamanho da mão direita de David. Dizem que é uma referência a um apelido bíblico de David, que significa “mão forte”. Os tornozelos estão fracos e podem ceder a qualquer momento por causa das dimensões da obra. Obviamente, os italianos estão monitorando essa questão, mas é um fato que a escultura já tem mais de 500 anos.


3-Encomenda – Em 1501, Michelangelo foi chamado para criar uma obra para adornar a Catedral de Florença. Mas, após sua conclusão, todos ficaram tão maravilhados com a beleza de David que decidiram dar outro destino para a escultura. Todos os membros do Conselho da Sacristia concordaram que David era perfeito demais para ser colocado na catedral. Sorte a nossa porque o projeto inicial de ter grandes estátuas nos nichos da catedral era bem estranho, para não dizer horroroso.


4-Um único bloco – David foi esculpido a partir de um único bloco de mármore carrara. Estudiosos dizem que a peça veio da pedreira de Fantiscritti, localizada no distrito de Miseglia em Carrara. O mármore era considerado frágil e de má qualidade. Estudos mostram que a peça já havia sido trabalhada inicialmente por outros escultores como Agostino di Duccio e Antonio Rossellino. Além deles, Donatello desistiu da pedra mais de quatro décadas antes de Michelangelo começar a esculpi-la. Quando Michelangelo conseguiu o mármore, teve que adaptar sua ideia para conseguir ajustar pois o mármore tinha limitações, era frágil, tinhas orifícios que interferiam na estética e mudanças de tonalidades bem estranhas que pareciam veias.


5-Sem um músculo – A estátua de Davi tem um músculo a menos nas costas. Na realidade, essa lacuna não foi um erro de Michelangelo, mas sim uma forma genial de resolver um defeito no bloco de mármore justamente nessa área. A solução que ele encontrou é quase imperceptível.


6-Detalhes e obstáculos – Até os dias de hoje é difícil imaginar a ginástica necessária para transformar aquele enorme bloco maciço de mármore em uma das esculturas mais belas do mundo. David está nu e segura uma tipoia sobre o ombro esquerdo e uma pedra na mão direita. Seu olhar transmite emoção, sua pose é imponente e suas mãos parecem que acabaram de se movimentar. Está apoiado na perna direita, tem a perna esquerda levemente dobrada e sua mão direita acompanha seu corpo, ao cair na altura da coxa. Sua mão esquerda mostra um movimento e seu rosto é pensativo e enigmático, parecendo desafiar o adversário. Toda a anatomia de David exprime tensão e apreensão, mas também ousadia. Suas veias chamam a atenção por estarem dilatadas, sua testa está franzida e o olhar é agressivo e sereno simultaneamente.


7-Em segredo – Michelangelo trabalhou na escultura em segredo, escondendo sua obra-prima até janeiro de 1504. Como trabalhava no pátio aberto, sob sol e chuva, teve que criar um método de trabalho diferente, a partir de um modelo de cera, submergido na água. Enquanto trabalhava, ele deixava o nível da água baixar, esculpindo o que conseguir ver.


8-Mestre renascentista – Pietà tornou Michelangelo famoso aos 26 anos. Concluiu a escultura mais famosa do mundo antes dos trinta anos. Depois dessa escultura, ele começou a trabalhar na Capela Sistina, outra grande obra-prima (leia minha coluna sobre este tema). Como era de costume quando ele iniciava uma obra, Michelangelo ficava absolutamente alucinado com suas produções a ponto de quase não dormir, não trocar de roupas e raramente tomar banho.


9-Detalhes – Michelangelo rompeu as convenções ao não incluir o temível inimigo do futuro rei em sua escultura. Em um afastamento ainda maior da tradição, os historiadores da arte acreditam que David retrata o lendário oprimido antes da grande batalha, em parte por causa da ansiedade que está claramente gravada em seu rosto.


 

10-Inspiração – Acredita-se que David foi inspirado em Hércules, um herói com laços profundos com a cidade de Florença e que apareceu no selo da cidade durante séculos. Dessa forma, David foi não só admirado pela beleza, mas aceito por todos os florentinos. Sua localização no meio da praça criou uma conexão ainda mais forte com a cidade e seus moradores.


11-Rumo à praça – Embora o mármore fosse originalmente parte de um projeto da Igreja Santa Maria del Fiore, não estava decidido na época se a estátua seria incluída na ornamentação da catedral. Na primavera de 1504, decidiu-se que a obra seria instalada na praça mais importante de Florença, bem na frente do Palazzo della Signoria (hoje chamado Palazzo Vecchio). Essa decisão foi tomada por um comitê formado pelos mais eminentes artistas de Florença da época: Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli, Giuliano da Sangallo, Cosimo Rosselli, Piero di Cosimo, Filippino Lippi, Andrea della Robbia, Pietro Perugino. Só um parêntese: imaginem o quanto a Itália respirava arte na época, com mestres artísticos como esses.


12-Batalhão para a mudança – Mudar a estátua do estúdio de Michelangelo para o Palazzo Vecchio precisou do apoio de quarenta homens e demandou quatro dias de trabalho intenso, embora a distância fosse inferior a um quilômetro.


13-Folhinha para tapar a nudez- Em 1857, o Grão-Duque da Toscana presenteou a Rainha Vitória da Inglaterra com uma réplica da estátua de David. A rainha Vitória ficou tão surpresa com a nudez que pediu que a réplica a ser exposta no Victoria and Albert Museum, em Londres, tivesse uma folhinha sobre a genital estátua. Risos!


14-Stress- Em 1873, o governo italiano decidiu mover David para dentro da Galleria dell’Accademia di Firenze para protegê-lo de intempéries. No entanto, mesmo estando em um local fechado, a obra de mais de 500 anos agora está sofrendo de fraturas por estresse causadas pelas vibrações de milhões de turistas que visitam o local a cada ano. Juntos, esses turistas causam uma movimentação semelhante a um pequeno terremoto.


15-Existem 3 Davids – O original de Michelangelo está na Galleria dell’Accademia. Porém, existem duas réplicas com o mesmo tamanho localizadas na Piazza della Signoria, na frente do Palazzo Vecchio, e na Piazzale Michelangelo. Porém, existem um número incontável de cópias ao redor do mundo.


16-Canhoto ou destro – A escultura sugere que David é canhoto, porque segura um estilingue com essa mão, mas seu corpo demonstra que ele é destro. Esse é um enigma talvez causado pelas limitações da peça de mármore antes de ser esculpida.


17-Olhar defeituoso – Durantes séculos, quase ninguém percebeu a sutileza do olhar de David. Foram os especialistas da Universidade de Stanford que conseguiram mostrar com a ajuda de computadores que o olho esquerdo de David enxerga para a frente enquanto o olho direito está focado em algum ponto distante. Definitivamente, os americanos não entenderam que é justamente esse movimento que faz com que o olhar da escultura seja um dos mais enigmáticos e interessantes da história da arte. Além disso, dizem que o olhar propositalmente estava direcionado para Roma, longe dos conflitos políticos da época e que envolviam os Médicis.


18-Danos – A estátua foi apedrejada no ano de sua estreia e manifestantes rebeldes (e idiotas) arremessaram uma cadeira que quebrou o braço esquerdo da escultura em três pontos durante uma manifestação em 1527 contra a família Médici. Em 1991, o artista italiano Piero Cannata assinou com sangue seu nome na história ao martelar e quebrar o segundo dedo do pé esquerdo. Uma pena ter tantos idiotas no mundo. Por causa desses cidadãos, a visita está cada vez mais restrita e sem ingressos antecipados é impossível ver David.


19-Disputa pela propriedade – Os italianos discutem quem é o dono da obra: Florença ou a Itália. Mas, afinal, Florença não faz parte da Itália? Respondendo seriamente tudo é uma questão de dinheiro, pois o proprietário desse tesouro nacional recebe milhões ao ano com os turistas e com licenciamento da marca para réplicas e aplicação em cadernos, camisetas e demais materiais.


20-Visitação – A Galleria dell’Accademia é o museu mais famoso de Florença e o segundo mais visitado, logo depois da Galleria Uffizi. David é também um dos principais pontos turísticos de toda a Itália. Para conseguir entrar no local é necessário comprar ingressos com antecedência. Geralmente, compro um mês antes de ir ao local para conseguir dia e horário adequados. O local tem filas enormes e a pré-reserva é uma maneira de economizar um tempo precioso e garantir a visitação, uma vez que a quantidade de ingressos é bem restrita.


Para mim, David é a escultura mais impressionante que já vi. Fico impressionada com todos os detalhes obra e em saber que foi produzida a partir de uma única peça de mármore. Sem dúvida, é uma demonstração de que o impossível pode, sim, ser feito. Basta ter coragem. Como Michelangelo disse, ela é maravilhosa. Só falta falar. Parla! Se tiver uma boa história para compartilhar, aguardo contato pelo Instagram Keka Consiglio, Facebook ou Twitter.


Ricardo Salles: o que se sabe sobre denúncia contra ministro que motivou busca e apreensão da PF


 CRÉDITO,REUTERS  Ricardo Salles   


Ricardo Salles: o que se sabe sobre denúncia contra ministro que motivou busca e apreensão da PF

https://www.bbc.com/portuguese/brasil

19 maio 2021


Além de Ricardo Salles, a operação da PF também teve empresários e servidores públicos como alvo


A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (19/05) uma operação que teve como alvo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, empresários do ramo madeireiro e servidores públicos, entre eles o presidente do Ibama, Eduardo Bim. Os investigadores apuram suspeitas de exportação ilegal de madeira.


Segundo a PF, a ação investiga desde janeiro deste ano suspeitas de crimes como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando. A investigação, diz a PF, começou a partir de denúncias feitas por autoridades estrangeiras sobre suposto "desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira".


Ao todo, cerca de 160 policiais federais cumprem 35 mandados de busca e apreensão em endereços no Distrito Federal, em São Paulo e no Pará, alguns deles ligados a Salles.


O ministro também teve quebrado seu sigilo bancário e fiscal. Em resposta, Salles afirmou que a operação é "exagerada, desnecessária", porque ele e os demais envolvidos na investigação "sempre estiveram à disposição para esclarecer quaisquer questões".


A decisão de Moraes desta quarta-feira diz que "os depoimentos, os documentos e os dados coligidos sinalizam, em tese, para a existência de grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais, o qual teria o envolvimento de autoridade com prerrogativa de foro nessa Suprema Corte, no caso, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles; além de servidores públicos e de pessoas jurídicas".


A operação, batizada de Akuanduba (divindade indígena tida como protetora da boa humanidade), foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado determinou o afastamento do cargo de 10 servidores, incluindo o presidente do Ibama.


Além da operação, Moraes também suspendeu um despacho do Ibama (7036900/2020), de fevereiro de 2020, que autorizava a exportação de produtos florestais sem emissão de uma autorização mais rigorosa.


Segundo a notícia-crime apresentada ainda no ano passado contra Salles e arquivada em outubro (medida agora revertida por Moraes), esse despacho do Ibama teria "legalizado milhares de cargas que teriam sido exportadas entre os anos de 2019 e 2020, sem as respectivas documentações".


O ministro determinou o desarquivamento do caso a pedido da Polícia Federal, que apresentou novas provas relacionadas à notícia-crime.


Na decisão publicada nesta quarta pelo Supremo, é citada a conhecida fala de Salles na reunião ministerial de 22 de abril de 2020, quando o ministro disse que o foco da imprensa na pandemia de covid-19 permitiria "passar a boiada mudando todo o regramento", particularmente via pareceres do ministério.


"Esse referido modus operandi ('parecer, caneta') teria sido aplicado na questão das exportações ilícitas de produtos florestais", aponta a decisão.


'Exportar mercadorias sem o controle prévio'

O despacho em questão foi publicado pelo Ibama 20 dias depois de ser provocado por duas entidades do setor madeireiro: Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex) e pela Associação Brasileira de Empresas Concessionárias Florestais (Confloresta), que atua no Pará e em Rondônia.


"A pressa incomum e a retaliação a funcionário comissionado demonstram, salvo melhor juízo, possível pré-disposição por parte do atual chefe do Ibama no acolhimento da solicitação das madeireiras, que almejam confessadamente exportar as mercadorias sem o controle prévio e efetivo por parte do órgão ambiental, ao arrepio da legislação constitucional e infraconstitucional", afirmou uma ação civil pública contra esse despacho que foi movida pelo Instituto Socioambiental, pelo Greenpeace e pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa).


Madeira apreendida em operação do Ibama

Ação civil pública contra despacho do Ibama afirmava que documento facilitava desmatamento ilegal


Em seus pedidos ao Ibama, o setor madeireiro defendia que mudanças feitas no processo de autorização de exportação havia criado redundâncias e caducado parte das normas. O órgão ambiental concordou e revogou, no despacho 7036900/2020, parte das exigências previstas na lei que visam garantir que a madeira exportada tenha origem legal.


Para as entidades ambientalistas e a Abrampa, o despacho do Ibama acabou facilitando exportação de madeira extraída de forma ilegal porque a mudança afetou "a única formalidade que garante controle próximo e eficaz do Ibama da madeira exportada".


Segundo esses grupos, "a decisão do presidente do Ibama tenta por vias tortas 'legalizar' a situação que era antes ilegal, mas, ao revogar o principal mecanismo de controle de exportação de madeira, incentivou o aumento da atividade e, consequentemente, do desmatamento ilegal da floresta".


Em fevereiro de 2020, o Centro das Indústrias do Pará (CIP) divulgou uma carta de agradecimento ao Ibama pelo despacho do Ibama que "colocou em ordem as exportações de madeira legal e autorizada do Brasil e, particularmente, da Amazônia".


No documento, o CIP afirma que antes do despacho o Ibama havia causado mal ao setor ao confundir "os legais com os ilegais, quando incendiou equipamentos e, por fim, envolveu-se em um episódio no qual morreu de forma não explicada um homem da floresta".

Homens Que Marcaram O Século XX: Desmond Tutu




 Desmond Tutu


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Desmond Mpilo Tutu (Klerksdorp, 7 de outubro de 1931) é um arcebispo da Igreja Anglicana consagrado com o Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua luta contra o Apartheid em seu país natal. Desmond é o primeiro negro a ocupar o cargo de Arcebispo da Cidade do Cabo, tendo sido também o Primaz da Igreja Anglicana da África Austral entre 1986 e 1996.


Biografia

Desmond Mpilo Tutu nasceu em Klerksdorp em 7 de Outubro de 1931, sendo o segundo filho de Zacheriah Zililo Tutu, um professor, e de Aleta, uma cozinheira. A família de Tutu mudou-se para Johannesburgo quando ele tinha apenas 12 anos de idade. Na cidade de Johannesburgo, Tutu conheceu Trevor Philips, chefe da paróquia de Sophiatown.


Apesar de Tutu ter o desejo de se tornar um médico, sua família não tinha como pagar os seus estudos de Física e Tutu resolveu seguir os passos de seu pai. Tutu estudou na Pretoria Bantu Normal College entre 1951 e 1953, quando foi para a Escola Normal de Johannesburgo. Depois foi para a King's College de Londres onde adquiriu bacharelato em Teologia.


Em 1975, se tornou o primeiro negro a ser nomeado deão da catedral de Santa Maria, em Johannesburgo. Após ser sagrado bispo, dirigiu a diocese de Lesoto de 1976 a 1978, ano em que se tornou secretário-geral do Conselho das Igrejas da África do Sul. Sua proposta para a sociedade sul-africana incluía direitos civis iguais para todos; abolição das leis que limitavam a circulação dos negros; um sistema educacional comum; e o fim das deportações forçadas de negros.


Sua firme posição antiapartheid – a política oficial de segregação racial – lhe garantiu, em 1984, o Nobel da Paz. Recebeu o título de doutor honoris causa de importantes universidades dos Estados Unidos (EUA), do Reino Unido, do Brasil e da Alemanha.


Em 1996 presidiu a Comissão de Reconciliação e Verdade, destinada a promover a integração racial na África do Sul após a extinção do apartheid. Esta comissão tem poderes para investigar, julgar e anistiar crimes contra os direitos humanos praticados na vigência do regime.


Em 1997 divulgou o relatório final da comissão, que acusa de violação dos direitos humanos tanto as autoridades do regime racista sul-africano quanto as organizações que lutavam contra o apartheid na África do sul. Atualmente é membro do comitê de patrocínio da Coordenação internacional para o Decênio da cultura da não violência e da paz.


Apartheid

Ao lado de Nelson Mandela, Desmond Tutu foi uma das figuras centrais do movimento contra o Apartheid. Tutu iniciou centenas de protestos em locais públicos contra o governo sul-africano, mesmo assumindo posições altas no clero africano, Tutu continuou a lutar contra a segregação racial em seu país. Como reconhecimento por seus esforços para promover a igualdade na África do Sul, Desmond Tutu recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1984.


Reconhecimento

Desmond Tutu já recebeu 4 prêmios internacionais por seu trabalho pela igualdade entre as raças:


Prêmio Nobel da Paz em 1984;

Prêmio Albert Schweitzer em 1986;

Prêmio Gandhi da Paz em 2005;

Medalha Presidencial da Liberdade em 2009;

Prémio Internacional Catalunha em 2014;

Doutor Honoris Causa pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em 28 de Outubro de 2011.

Tutu também já foi condecorado Capelão da Ordem de São João pela Rainha Isabel II em 1995.


Vida Pessoal

Em 2 de julho de 1955, Desmond Tutu se casou com Nomalizo Leah Shenxane, uma professora que ele conheceu durante a época colegial. Tutu e Nomalizo tiveram quatro filhos: Trevor Thamsanqa Tutu, Theresa Thandeka Tutu, Naomi Nontombi Tutu e Mpho Andrea Tutu. Todos se formaram na Waterford Kamhlaba School na Suazilândia.


Trevor Tutu, o filho mais velho e mais polêmico de Desmond Tutu, provocou uma evacuação no Aeroporto de Londres em 1989 através de uma falsa denúncia de bomba e foi detido. Três anos depois Trevor foi condenado por causar pânico em um avião da South African Airways no mesmo aeroporto, porém se recusou a pagar a sentença e só foi preso em Johannesburgo em 1997.


Naomi Tutu é a fundadora da Fundação Tutu baseada na cidade de Hartford no estado norte-americano de Connecticut. Naomi seguiu os passos de seu pai e ingressou no ativismo dos direitos humanos, sendo atualmente uma coordenadora da Fisk University de Nashville, Tennessee.


Mpho Tutu também seguiu os passos de seus pais na religião e em 2004 foi ordenada sacerdotisa por seu pai.


Em 10 de junho de 2010, durante o Show de Abertura da Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, Desmond Tutu reapareceu publicamente. Trajado com o uniforme da Seleção Sul-Africana, discursou de forma bem-humorada no palco do espetáculo, causando a euforia do público presente. Tutu falou sobre nacionalismo e sobre os efeitos do evento no país, e ao final pediu que o povo saudasse Nelson Mandela.


Tutu no mundo atual

África do Sul

Arcebispo Desmont Tutu no Forum econômico mundial de 2009.

Desde o fim do Apartheid, Tutu é uma das figuras centrais da política sul-africana. Ao lado de seu amigo, Nelson Mandela, Tutu é respeitado por toda a população de seu país natal por sua luta incansável contra a segregação racial. Certa vez Mandela disse que "a voz de Desmond Tutu será sempre a voz dos sem vozes". Desde seu afastamento da política, Tutu tem mantido uma relação estreita com os políticos da África do Sul e tem feito duras críticas ao governo, acusando os governantes de corrupção e ineficácia para lidar com a pobreza e com os surtos de xenofobia recentes no país.


Tutu também é muito crítico com a elite política do país e já chegou a dizer em um discurso público que o país estava "sentado num barril de pólvora".


As principais críticas de Tutu são de que o país não conseguiu amenizar os índices de pobreza uma década após o Apartheid. Tutu também não se conforma com a exclusão dos negros em alguns ambientes. Tutu ainda se mantém extremamente crítico com os governantes de seu país e os acusa de xenofobia e corrupção ativa.


Desmond Tutu participa ainda, com outros ex-líderes de Estado, do grupo "The Elders", fundado por Nelson Mandela.


Oriente Médio

Embora Tutu reconheça os judeus como participantes ativos da luta contra o Apartheid na África do Sul, Tutu se posiciona contra os conflitos na Palestina e o incentivo ao armamento bélico de Israel. Tutu compara a segregação israelita contra os palestinos à segregação racial que seu povo sofreu durante o Apartheid.


Em 1988, o American Jewish Committee (AJC) fez algumas observações sobre as críticas de Tutu e chegaram à conclusão de que Tutu se mostrou muito crítico com Israel e comparou os militares israelenses com os racistas do Apartheid. Tutu negou ter feito declarações antissemitas,[8] mas manteve sua posição contra os militares judeus e afirmou que "o Sionismo é paralelo ao Apartheid e parecido com o racismo e o efeito de ambos é o mesmo".[9]


Durante os anos 2000, Tutu têm se mostrado menos crítico com Israel,[carece de fontes] mas ainda defende intensamente o fim dos conflitos na Faixa de Gaza. Em 2006, Tutu foi convocado pela ONU para ser o líder de uma investigação sobre os ataques israelenses contra a cidade de Beit Hanoun durante a Operação Chuvas de Verão. O estado de Israel não permitiu a entrada de Tutu no país até 2008.


Theatro Municipal celebra centenário de sua primeira bailarina negra Mercedes Baptista é apontada como criadora da dança afrobrasileira


 Theatro Municipal celebra centenário de sua primeira bailarina negra

Mercedes Baptista é apontada como criadora da dança afrobrasileira

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Publicado em 20/05/2021 -   Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Em transmissão online ao vivo, na noite desta quinta-feira (20), o Theatro Municipal do Rio de Janeiro comemora o centenário de nascimento de Mercedes Baptista, primeira bailarina negra de seu corpo de baile. O evento será transmitido na página do Municipal no Instagram.


Durante o programa, o professor e pesquisador da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa do teatro, Paulo Melgaço, autor da biografia de Mercedes Baptista, vai conversar com Wagner Gonçalves, carnavalesco e artista plástico que homenageou a bailarina em 2008 com o enredo Mercedes Baptista, de Passo a Passo, um Passo, com a Escola de Samba Acadêmicos do Cubango, do Grupo de Acesso.


Mercedes ingressou na Escola de Danças Clássicas do Municipal nos idos de 1940, mas somente em 1948 entrou profissionalmente para o corpo de baile do teatro. Sentiu na pele o preconceito e a discriminação racial em diversos momentos, inclusive no próprio teatro, quando não foi avisada da última prova prática para ingressar no corpo de baile, por ser uma mulher negra. Ela, entretanto, descobriu a tempo a data da prova, mas precisou realizar a seleção junto com os bailarinos do sexo masculino para concorrer e ganhar um lugar no elenco.


Falando à Agência Brasil, Paulo Melgaço revelou que Mercedes Baptista teve grande importância também para a luta contra o racismo no Brasil. “Ela buscou enfrentar a questão do negro na sociedade, no espaço do negro no Municipal que, na verdade, sempre foi uma instituição branca, para a elite”.


Em termos de dança, Mercedes é importante porque, além do balé clássico, ela foi a criadora da dança afrobrasileira, efetuando a fusão da cultura negra com a cultura popular. Pesquisou o ritmo dos orixás e os movimentos do candomblé e criou, em 1953, o Ballet Folclórico Mercedes Baptista, que apresentou um novo mundo profissional para muitos negros no país.Em 1958, a companhia passou a fazer shows no exterior.


Carnaval

A bailarina Mercedes Baptista participou também trabalhos de shows do teatro de revista e, no carnaval, sua outra grande paixão, foi considerada a precursora das alas de passos marcados nos desfiles das escolas de samba. Ela estreou na avenida em 1960, na Escola de Samba Salgueiro, quando coreografou Quilombo dos Palmares, a convite de Fernando Pamplona. O maior sucesso nesta agremiação, porém, ocorreu no carnaval de 1963, quando coreografou o minueto para o desfile Xica da Silva. Naquele ano, o Salgueiro foi a grande campeã do carnaval.


Além do Salgueiro, coreografou e desfilou em diversas escolas, como Beija-Flor e Imperatriz Leopoldinense, entre outras. Em 2008, a Escola de Samba Acadêmicos do Cubango mostrou o enredo Mercedes Baptista, de Passo a Passo, um Passo, do carnavalesco Wagner Gonçalves. A última vez que desfilou no Sambódromo foi em 2009, como destaque da Escola de Samba Vila Isabel, que homenageava o centenário do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.


.”Na verdade, o nome de Mercedes Baptista na dança figura quase em todas as linguagens, do clássico ao popular”, enfatizou Paulo Melgaço. O nome de Mercedes tem uma representatividade muito forte para as meninas negras porque “ela é uma referência, é um indicativo da importância de lutar para romper espaços, para romper barreiras, de não acreditar nos nãos”, acrescentou.


Carreira

Mercedes Baptista nasceu em Campos dos Goytacazes, norte fluminense. Filha de João Baptista Ribeiro e Maria Ignácia da Silva, Mercedes foi com a mãe, que era costureira, para a capital. Grande amiga da filha, Maria Ignácia começou a trabalhar como empregada doméstica no bairro do Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro, para que a menina pudesse ter uma vida melhor. Pouco se sabe sobre o pai.


Para ajudar a mãe, Mercedes trabalhou em uma gráfica, em uma fábrica de chapéus e foi bilheteira de cinema, local onde descobriu que sua vocação era ser bailarina.


Teve as primeiras aulas com a professora Eros Volúsia, bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e pesquisadora da cultura e do folclore nacionais. Logo, a garota talentosa apresentou uma coreografia ao lado do bailarino Octacílio Rodrigues. Fez tanto sucesso que foi destaque no jornal O Globo da época.


Já na Escola de Dança do Theatro Municipal, teve aulas com o estoniano Yuco Lindberg e o tcheco Vaslav Veltchek. O mestre Yuco viu o potencial da nova aluna e conseguiu ajudá-la, inclusive coreografando para ela o balé Iracema, no papel da índia Ceci, do romance de José de Alencar.


Concurso

O concurso Rainha das Mulatas, promovido pelo Teatro Experimental Negro, que tinha como fundador o ativista Abdias Nascimento, acabou aproximando os dois porque, em 1948, a bailarina foi eleita a mais bela mulata.


Durante o Primeiro Congresso do Negro Brasileiro, em 1950, Mercedes foi selecionada pela coreógrafa e antropóloga afro-americana Katherine Dunham para estudar na Duham School of Dance, em Nova York.


Depois que retornou ao Brasil, Mercedes começou a trabalhar com um grupo de jovens negros, com pouco poder aquisitivo, e desenvolveu uma técnica específica para dança afro. Mercedes Baptista foi casada durante 50 anos com Paulo Krieger, que faleceu em 2002. Com o marido, teve um filho em 1966, morto de tétano neonatal, conhecido como “mal dos sete dias”. Dizia que seus quatro grandes companheiros eram o marido, a mãe e duas ex-alunas que cuidavam dela: Jandira Lima e Ruth de Souza. Mercedes Baptista morreu em 18 de agosto de 2014, aos 93 anos de idade.


A segunda edição da biografia Mercedes Baptista, a Criação da Identidade Negra na Dança, de Paulo Melgaço, deve ser lançada em novembro deste ano. A primeira edição, publicada em 2007, está esgotada.


Edição: Nádia Franco

segunda-feira, 17 de maio de 2021

TIRANO SANGUINÁRIO OU LÍDER REVOLUCIONÁRIO? A POLÊMICA VIDA POLÍTICA DE JOSEF STALIN


 O líder soviético Josef Stalin - Getty Images


TIRANO SANGUINÁRIO OU LÍDER REVOLUCIONÁRIO? A POLÊMICA VIDA POLÍTICA DE JOSEF STALIN

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Responsável por massacres e pelo êxito econômico da URSS, o líder soviético se transformou em um dos homens mais poderosos e temidos do século 20

Soso era um garoto pálido, com o rosto marcado por um ataque de varíola. Nasceu com dois dedos do pé esquerdo grudados e tinha tudo para virar um adulto retraído, atormentado pelos traumas da infância, mas era dono de uma inteligência excepcional.

Aos cinco anos, dava aulas de alfabetização para crianças de 13. Fazendo uso dessa brilhante capacidade intelectual, o menino tímido acabou se transformando em Josef Stalin, um dos homens mais poderosos e temidos do século 20. Com mãos de ferro, governou a extinta URSS por quase 30 anos, aniquilando qualquer um que se opusesse à cartilha bolchevique. 


A vida do generalíssimo, como era chamado, foi permeada por lendas e histórias fantasiosas  — até porque, houve espaço para isso, uma vez que, ao contrário de Lenin, Stalin teve a maior parte de seus documentos destruídos depois de sua morte. O que se sabe é que, assim como Hitler, muita psicologia de botequim foi escrita sobre ele e sua personalidade.


Segundo os registros oficiais, Josef nasceu na pequena cidade de Gori, na Geórgia, em 1878. Filho de uma costureira e de um sapateiro, cresceu em uma família pobre e influenciada por padres. Era vítima constante de violência, especialmente de espancamentos praticados pela mãe.


"Stalin não gostava de falar sobre seus pais e sua infância, mas não faz sentido exagerar em sua análise psicológica. Era emocionalmente atrofiado, anormal. Mas o próprio Stalin dizia que os políticos raramente são normais", afirmam os historiadores russos e dissidentes soviéticos Zhores e Roy Medvedev.


Em um de seus últimos encontros com a mãe, Stalin explicou a ela o cargo que exercia: uma espécie de czar. Perguntou por que ela tanto o espancara na infância. A resposta: "Parece que você acabou dando certo. Ainda assim, é uma pena que não tenha se tornado padre".



Bem que ele tentou. Para satisfazer a mãe, estudou em um seminário em Tbilisi. Mas, em 1899, foi expulso e entrou para o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR). Foi aí que Soso se tornou um revolucionário profissional, adotando o nome de Koba, inspirado pelo herói do romance O Parricida, de Alexander Kazbegi.


Nessa época, nosso homem forte adorava escrever poesias e chegou a trabalhar como meteorologista no Instituto Meteorológico de Tbilisi, o único emprego que teve antes de se tornar um dos governantes da Rússia, em 1917.


Até tomarem o poder, Koba e seus camaradas estudavam obsessivamente a literatura marxista e promoviam greves, agitos e expropriações. Nesta turma, seus amigos mais próximos eram o líder Lenin, Nikolai Bukharin e Leon Trotski — estes dois últimos, posteriormente, foram assassinados a partir de suas próprias ordens.


Em 1902, Stalin foi preso e mandado para a Sibéria pela primeira vez — no total, foram sete prisões. Esses exílios, no fim das contas, acabavam funcionando como um ponto de encontro para os revolucionários, ajudando-os a se organizar. E fugir até que não era difícil, pois os policiais do czar, meio frouxos, deixavam os prisioneiros escaparem com facilidade — algo bem diferente do que seria verificado, mais tarde, nos campos de concentração stalinistas.


Dois anos depois de sua primeira prisão, Stalin conheceu a família de sua futura mulher, Nádia. Em um único episódio de romantismo, ele teria salvado a moça de um afogamento no Mar Cáspio. Não se sabe se o casal foi feliz. Mas o fato é que Nádia acabou se suicidando em 1932, evento que abalou profundamente o ditador.


Eles tiveram dois filhos, Vasily e Svetlana — esta última, moça de cachos ruivos, era a menina dos olhos de Josef. O dirigente soviético teve ainda um filho em seu primeiro casamento, Yakov, que foi morto pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial — Stalin recusou-se a negociar a vida de Yakov.


Terror e progresso


Calcula-se que Stalin tenha sido o responsável pela morte de mais de um milhão de pessoas durante seu regime ditatorial — entre inimigos declarados, oponentes políticos, supostos traidores e gente inocente.


Mas o número de vítimas do stalinismo fica muito maior se contabilizados todos aqueles que foram perseguidos, torturados e enviados para campos de trabalhos forçados na Sibéria.


Desde o início da tomada do poder pelos comunistas, quando ainda tinha a função de Comissário do Povo para as Nacionalidades, ele já preconizava a inclemência e uma atitude severa e implacável do governo soviético na luta contra seus inimigos.


Após a morte de Lenin, em 1924, Stalin ainda levou alguns anos para ascender ao papel de ditador. Foi ampliando, vagarosamente, a conquista de sua autoridade pessoal. Ganhou força e popularidadede a partir de 1928, com a chamada revolução de cima para baixo — a agricultura foi coletivizada e um grande plano de industrialização fez a economia da URSS dar um salto.


Stalin também investiu pesado em habitação, educação, saúde e esporte, colhendo resultados impressionantes. O analfabetismo, por exemplo, praticamente foi erradicado. Uma das principais característica do stalinismo era justamente essa contradição: grandes realizações socioeconômicas, mas com o terror coletivo como pano de fundo.


Seja como for, a legitimidade política de Stalin baseava-se na continuidade do leninismo e nas tradições da revolução. "Por toda sua vida, ele continuou a se escorar na autoridade de Lenin", afirma o historiador Simon Sebag Montefiore.

 


Seus horários eram curiosos: insone, costumava ir ao Kremlin à noite, a partir das 23 horas. Depois de examinar documentos, ele concedia audiências, participava de reuniões, debatia questões até as 5 horas da manhã. Segundo testemunhas, Stalin chegava a examinar 200 documentos por jornada de trabalho.


Redigia textos gramaticalmente corretos, com uma caligrafia clara e legível. Desconfiado de tudo e de todos, gostava de trabalhar sozinho. "Não uso estenógrafo. Não consigo trabalhar com alguém por perto", disse certa vez ao jornalista russo Dmitri Shepilov.


Sua morte, aos 73 anos, foi cercada de mistério, uma vez que ele parecia gozar de ótima saúde. Teorias conspiratórias falam em envenenamento, mas até agora o que foi provado é que ele morreu vítima de hemorragia cerebral.


Segundo escreveu Svetlana, sua filha, no dia seguinte à morte do general, antes mesmo do sepultamento, todos os seus pertences foram recolhidos e levados pelo governo. Poucos documentos foram recuperados.


Entre eles, destacam-se três cartas que o ditador guardava a sete chaves. Uma delas era um puxão de orelhas escrito por Lenin. A segunda, um recado enviado em 1950 pelo marechal Tito, então no comando da Iugoslávia: "Stalin, pare de mandar assassinos para me matar. Já apanhamos cinco. Se isto não parar, vou mandar um homem a Moscou. E não será necessário mandar um segundo".


A terceira era do amigo Bukharin, escrita pouco antes de ser fuzilado por ordem de Stalin. Suas últimas palavras: "Koba, por que você precisa que eu morra?".


MARIANA SGARIONI/ ATUALIZADO POR FABIO PREVIDELLI PUBLICADO EM 22/01/2021


Benjamin Netanyahu dirigente israelita, incapaz de promover uma diplomacia na atual Faixa de Gaza e Cisjordânia


 PRIMEIRO-MINISTRO DE ISRAEL

Entre  1996 e 1999, eleito em  2009 é  atualmente o  Primeiro Ministro de Israel


Benjamin Netanyahu dirigente israelita, incapaz de promover uma diplomacia na atual Faixa de Gaza e Cisjordânia

 Benjamin Netanyahu, filho de professor universitário, passou grande parte de sua juventude nos Estados Unidos, onde fez estudos de Arquitetura, interrompidos para participar na Guerra Árabe-Israelense de 1967 e de 1973. Retomou os estudos em Israel em Ciências Empresariais. Iniciou a carreira política como embaixador nas Nações Unidas.

 Depois das eleições para o Parlamento de 1988, foi deputado pelo Likud no Knesset e ministro dos Negócios Estrangeiros no gabinete de Yitzhak Shamir. Em 1991, chefiou a delegação israelita na Conferência de Paz do Oriente Próximo. 

Adquirindo  fama de intransigente durante as conversações com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e, em 1933, foi presidente do Likud. Derrotou o presidente interino Shimon Peres, por estreita margem de votos, nas eleições presidenciais antecipadas devido ao assassinato de Itzhak Rabin. 

Benjamin Netanyahu revelou-se inflexível nas questões relacionadas com o processo de paz no conflito do Oriente Médio: definição das competências dos palestinos nos territórios autônomos em face da criação de um Estado independente, a devolução dos montes Golã à Síria ou os colonatos judaicos. 

Esse tipo de política causou certo esfriamento nas relações entre Israel e seus tradicionais aliados, particularmente os Estados Unidos. No Acordo de Hebron, assinado em 1997 sob pressão dos Estados Unidos, Netanyahu respeitou os princípios defendidos por Rabin. A criação, porém, de um novo colonato judaico em território palestino levou a nova fase de confrontos. Em maio de 1999, o trabalhista Ehud Barak foi eleito presidente, sucedendo a Netanyahu no cargo.

Atualmente os confrontos entre judeus e árabes palestinos na faixa de Gaza entre o Exército Israelita e  o Hamas do lado palestino. Provam que o Israel de Netanyahu não estão dispostos a  nenhum tipo de conversação para pacificar ambos os lados o que torna a diplomacia muito fraca dos israelita quanto ao futuro do nascimento da Pátria Livre Palestina. Enquanto isso milhares de inocentes de ambos os lados pagam muito caro por essa falta de uma diplomacia mais dinamizada para pacificar a região. Onde vidas de inocentes são ceifadas principalmente do lado palestino onde o alvo preciso de Israel são jovens e crianças em seus ataques que parece ser de forma proposital como se quisesse de certa forma destruir o futuro dos palestinos.


domingo, 16 de maio de 2021

Angola manda fechar templos da Igreja Universal no país


 Angola manda fechar templos da Igreja Universal no país

https://www.dw.com/

Ao menos sete templos já foram interditados. Igreja de Edir Macedo é alvo de processo na nação africana, sob acusação de fraude fiscal e outros crimes. Centenas de bispos angolanos romperam com liderança brasileira.


Fachada de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus em Luanda, Angola

Igreja Universal está presente em mais de cem países, com templos em pelo menos 12 nações africanas


A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola ordenou o fechamento dos templos da Igreja Universal do Reino de Deus no país africano. A instituição brasileira é acusada de praticar uma série de crimes e virou alvo de um processo penal na Justiça angolana.


Ao menos sete templos foram fechados pelas autoridades desde sexta-feira (14/08), todos em Luanda, capital do país. Eles ficarão sob responsabilidade do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos (Inar), ligado ao Ministério da Cultura, até que seja tomada uma decisão judicial.


A Igreja Universal afirma ter 8 milhões de fiéis no Brasil e está presente em mais de cem países ao redor do mundo, com templos em pelo menos 12 nações africanas.


Funcionando em Angola desde 1992, a Universal vive uma disputa de poder no país africano entre dois grupos. De um lado estão brasileiros e angolanos ligados ao bispo Edir Macedo, fundador da instituição, e ao líder da Universal em Angola, bispo Honorilton Gonçalves; do outro lado, pastores angolanos dissidentes comandados pelo bispo Valente Bezerra Luís.


A tensão se arrasta desde novembro do ano passado, quando cerca de 300 bispos angolanos romperam com a liderança brasileira, denunciando práticas contrárias à "realidade de Angola e da África" e acusando a Igreja de sonegação fiscal. As queixas levaram a PGR angolana a abrir um processo penal contra a Universal em dezembro.


A disputa se agravou em junho deste ano, quando os dissidentes assumiram o comando de mais de 80 templos na capital, Luanda, e nas províncias vizinhas. Em julho, uma ata foi publicada pelo grupo angolano no Diário Oficial do país, "formalizando" a destituição da liderança brasileira.


A turma pró-Macedo reagiu à publicação da ata, tachando-a de ilícita. Em meio ao processo na Justiça, a disputa entre os dois grupos segue no país.


O caso se elevou à esfera diplomática também em julho, quando o presidente Jair Bolsonaro – que tem Macedo como um de seus maiores aliados – pediu ao líder angolano, João Lourenço, garantias de proteção aos pastores brasileiros e ao patrimônio da Universal. Lourenço respondeu prometendo um "tratamento adequado" do caso na Justiça.


Em nota na sexta-feira, o procurador-geral do país, Álvaro da Silva João, disse que decidiu interditar os templos pois "há indícios suficientes da prática de crimes como associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilícita de capitais, quebra de confiança e outros atos ilegais".


Até o momento, líderes da Igreja Universal não comentaram a apreensão dos templos. Anteriormente, eles negaram as acusações dos bispos angolanos, classificando-as de "difamatórias".


Fundada pelo bispo evangélico brasileiro Edir Macedo em 1977, a Universal tem gerado polêmica por seu suposto envolvimento em atividades criminosas em todo o mundo, incluindo redes de adoção ilegal em Portugal e outros países de língua portuguesa.


Macedo, que fez grande fortuna graças à organização, foi preso em 1992 acusado de charlatanismo, estelionato e curandeirismo. Ele foi solto pouco tempo depois, e as acusações foram arquivadas por falta de provas.


EK/afp/lusa/ots

Brasil tem a maior biblioteca da América Latina Biblioteca Nacional é tema do programa Brasil em Pauta deste domingo


 Brasil tem a maior biblioteca da América Latina

Biblioteca Nacional é tema do programa Brasil em Pauta deste domingo

 

Publicado em 16/05/2021 - Por Agência Brasil - Brasília

O ano é 1810. Dom João VI estava no Brasil há dois anos e decidiu que era hora de a colônia ter sua própria biblioteca. Com livros vindos de Portugal, nasce a Biblioteca Nacional, que, em 2010 completou 200 anos e está entre as dez maiores bibliotecas do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).


Localizada no Rio de Janeiro, a Biblioteca Nacional acumula mais de 9 milhões de itens entre livros, periódicos, partituras, discos, gravuras, CDs e manuscritos. Entre os tesouros está a primeira edição do clássico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, e dois exemplares da bíblia de Mogúncia, que foi impressa em 1462 pelo próprio Johann Gutenberg, considerado o pai da imprensa.


Essas e outras curiosidades são apresentadas pelo presidente da Biblioteca Nacional, Rafael Nogueira, durante entrevista ao programa Brasil em Pauta deste domingo (16).


No programa, Nogueira também aborda os mudanças trazidas pela pandemia, já que a Biblioteca teve de suspender as visitas. “Tínhamos 1.500 visitantes por dia entre locais e estrangeiros”. Em contrapartida, segundo ele, houve um crescimento de mais de 300% na plataforma digital da biblioteca. Para o futuro, a previsão é criar uma visita virtual ao espaço. “A pandemia atrasou tudo, mas a gente vai realizar e as pessoas poderão visitá-la a partir de suas casas”, diz.



Rafael Nogueira, presidente da Biblioteca Nacional, participa do programa Brasil em Pauta na TV Brasil - Marcello Casal jr/Agência Brasil

A entrevista completa você confere no Brasil em Pauta que vai ao ar neste domingo, na TV Brasil, às 19h30.


Edição: Paula Laboissière


Morre o prefeito de São Paulo, Bruno Covas


 Morre o prefeito de São Paulo, Bruno Covas


Político estava licenciado do cargo e tratava-se no Sírio-Libanês


Publicado em 16/05/2021 -  Por Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil - São Paulo


O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morreu às 8h20 deste domingo (16), aos 41 anos, em decorrência do câncer da transição esôfago-gástrica e complicações do tratamento. O corpo do prefeito será levado para o hall do Edifício Matarazzo, sede da prefeitura paulistana, onde será feita uma homenagem restrita a amigos e familiares, devido à pandemia.


Em seguida, o corpo de Bruno Covas seguirá em carro aberto, em cortejo, pela Avenida Paulista, pelo Viaduto do Chá e Largo Paissandu e pelas avenidas São João e Ipiranga, além da Rua da Consolação e outras vias. O corpo será sepultado na cidade de Santos, terra natal do prefeito, em cerimônia também restrita à família.


Licenciado do cargo no início deste mês, Bruno Covas estava em tratamento no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.


Filho de Pedro Lopes e Renata Covas Lopes e pai do jovem Tomás Covas, Bruno nasceu em Santos, no litoral paulista, no dia 7 de abril de 1980, e foi advogado, economista e político brasileiro.


Mudou-se para a capital paulista em 1995 e, dois anos depois, filiou-se ao PSDB, seguindo os passos do avô, o ex-governador Mário Covas (1930-2001), sua grande inspiração e influência política . No partido, chegou a ser presidente estadual e nacional da Juventude do PSDB e ocupou cargos na Executiva Estadual.


Sua carreira na política começou em 2004, quando se candidatou a vice-prefeito de sua cidade natal. Dois anos depois, foi eleito deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo e reeleito para o mesmo cargo e m 2010, com mais de 239 mil votos, sendo o mais votado d aquele ano.


No ano seguinte, assumiu a Secretaria Estadual do Meio Ambiente no governo de Geraldo Alckmin, permanecendo no cargo até 2014, quando foi eleito deputado federal para o mandato 2015-2019.


Edição: Nádia Franco


sexta-feira, 14 de maio de 2021

Covid-19: mortes continuam a cair e casos oscilam positivamente Média móvel de mortes ficou em 2.126 na semana epidemiológica 18


 Covid-19: mortes continuam a cair e casos oscilam positivamente

Média móvel de mortes ficou em 2.126 na semana epidemiológica 18


 https://agenciabrasil.ebc.com.br/


Publicado em 14/05/2021        Por Jonas Valente - Repórter Agência Brasil - Brasília

A curva de mortes por covid-19 continuou na semana epidemiológica (SE) 18, de 2 a 8 de maio, a mesma trajetória de queda da semana anterior, conforme o novo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. No boletim divulgado hoje (14), foram registrados 14.879 óbitos, enquanto na semana anterior o levantamento trouxe 16.945 vidas perdidas para a doença.


O resultado representa uma queda de 12% entre as duas semanas epidemiológicas. Especialistas consideram as variações de até 15% como quadros de estabilidade. Na semana anterior a redução havia sido de 5%. A média móvel de mortes (total de vidas perdidas durante a semana dividida pelo número de dias) na semana epidemiológica 18 ficou em 2.126.


A curva de mortes durante a pandemia segue o movimento de reversão da tendência de alta da 2ª onda registrada neste ano, iniciada por um aumento intenso a partir do fim do mês de fevereiro. A inflexão teve início na semana epidemiológica 14, na 1ª quinzena de abril.


Os boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde sobre o novo coronavírus reúnem a avaliação da pasta sobre a evolução da pandemia, considerando as semanas epidemiológicas e o tipo de mediação empregada por autoridades de saúde para essas situações. A semana epidemiológica é um recorte temporal adotado por autoridades de saúde para analisar esses movimentos.


Distribuição dos novos registros de óbitos (A) por covid-19 por semana epidemiológica de notificação. Brasil, 2020-21.

Distribuição dos novos registros de óbitos (A) por covid-19 por semana epidemiológica de notificação. Brasil, 2020-21. - Divulgação/Ministério da Saúde

O número de novos casos oscilou 1% para cima. Na SE 18 foram registrados 419.904 novos diagnósticos positivos da covid-19, contra 417.760 na semana anterior. A média móvel de casos ficou em 59.986.


O resultado da SE 18 marcou um avanço na tendência de reversão do movimento de queda da curva de casos, já iniciada na semana anterior. A redução dos novos diagnósticos positivos de covid-19 foi iniciada em março, apenas com um revés na SE 13.  


Distribuição dos novos registros de casos por covid-19 por semana epidemiológica de notificação. Brasil, 2020-21.

Distribuição dos novos registros de casos por covid-19 por semana epidemiológica de notificação. Brasil, 2020-21. - Divulgação/Ministério da Saúde

Estados

Conforme o boletim epidemiológico, o número de estados com aumento nos novos casos ficou em três na semana epidemiológica 18, 15 ficaram estáveis e oito mais o Distrito Federal tiveram redução. Os acréscimos mais efetivos ocorreram no Rio de Janeiro (79%) e Piauí (31%). Já as quedas mais intensas se deram no Rio Grande do Sul (-13%) e Espírito Santo (-13%).


Quando consideradas as mortes, o número de estados com queda das curvas foi de 19 mais o DF, seis ficaram estáveis e apenas um teve acréscimo em relação ao balanço da semana anterior. As quedas mais expressivas aconteceram no Pará (-33%) e no Amazonas (-32%). O aumento ocorreu no Paraná (13%)


Mundo

A Índia ampliou sua liderança como país com mais novas mortes em todo o mundo, a partir da explosão da pandemia no local. Lá foram registrados 26.805 novos óbitos. O Brasil mantém a 2ª colocação. Em seguida, vêm Estados Unidos (4.614), Colômbia (3.367) e Argentina (2.946). Quando considerados números absolutos desde o início da pandemia, o Brasil segue na 2ª posição, atrás dos Estados Unidos (576.722).


Evolução do número de novos óbitos confirmados de covid-19 por semana epidemiológica, segundo países com maior número de óbitos.

Evolução do número de novos óbitos confirmados de covid-19 por semana epidemiológica, segundo países com maior número de óbitos. - Divulgação/Ministério da Saúde

O Brasil ocupou a 2ª colocação no ranking de casos. A liderança continuou com a Índia, que teve 2.738.624 novos diagnósticos no período. O Brasil é seguido por Estados Unidos (294.084), Turquia (166.733) e Argentina (142.293). Na comparação em números absolutos, o Brasil fica na 3ª posição, atrás dos EUA (32,6 milhões) e Índia (22,2 milhões).


Evolução do número de novos casos confirmados de covid-19 por semana epidemiológica, segundo países com maior número de casos.

Evolução do número de novos casos confirmados de covid-19 por semana epidemiológica, segundo países com maior número de casos. - Divulgação/Ministério da Saúde

 


Edição: Aline Leal


quinta-feira, 13 de maio de 2021

Giotto Pintor e arquiteto italiano / Humanismo do Trecento

Giotto di Bondone

Fuga para o Egito

A Lamentação
O beijo de Judas

São francisco pregando aos pássaros





Giotto
Pintor e arquiteto italiano
Por Dilva Frazão

Biografia de Giotto
Giotto (1266-1337) foi um pintor italiano, considerado o primeiro expoente da Pintura Renascentista. Autor do desenho do "Campanário de Giotto", torre que se ergue na Praça do Dumo, junto à Catedral Santa Maria del Fior, de Florença. Realizou obras em Assis, Roma, Pádua, Florença, Nápoles e Bolonha.

Infância e juventude
Giotto (Ambrogiotto Bordone) nasceu na pequena aldeia de Colle di Vespignano, perto de Florença, no ano de 1266. Filho de camponeses cresceu em meio ao pastoreio de ovelhas.

Conta-se que em 1272 ele foi descoberto pelo pintor Cenni di Pepo, conhecido como Cimabue, que viu seus desenhos sobre as pedras lisas do campo e o levou para estudar em seu estúdio em Florença. Dez anos durou o aprendizado de Giotto no estúdio do pintor florentino.

Início da carreira
Em 1280, Giotto acompanhou seu mestre em frequentes viagens entre Roma e Assis. Em 1287, com 21 anos, o jovem pintor casa-se com Ricevuta di Lapo del Pele, com quem teve oito filhos.
Durante esse período, aprendeu a dominar os pincéis, as cores e as formas e ao mesmo tempo desenvolveu suas próprias ideias sobre pintura. Giotto achava indispensável representar traços humanos nos santos.
São dessa fase as obras: “O Crucifixo de Santa Maria Novella” (1288-1289), conservado na nave central da Basílica de Santa Maria Novella, em Florença, “A Vírgem com o Menino e os Anjos” (1290), conservado no Museu Diocesano da Igreja de San Giorgio ala Costa, Florença e a Histórias de Isaac (1290), na Igreja de São Francisco de Assis, que compreende dois afrescos e foi pintado com a ajuda de Cimabue:
Em 1295, Gioto é consagrado mestre e filia-se à Confraria dos Pintores. Em 1296, é chamado para pintar uma série de afrescos para decorar a capela superior da Basílica de Assis. O pintor dividiu a parede da igreja em 23 afrescos e durante quatro anos, pintou em cada um deles um episódio da vida do santo.

Entre a série de afrescos pintados na Basílica de Assis estão: O Êxtase de São Francisco, A Regra Franciscana, A Morte de São Francisco, São Francisco Recebendo os Estigmas, São Francisco Diante do Papa Horácio III e Sermão aos Pássaros:

Giotto
São Francisco Diante do Papa Horácio III
Giotto
Sermão aos Pássaros
Famoso pelos afrescos de Assis, em 1298, Giotto foi levado para Roma pelo cardeal Jacopo Stefaneschi, cônego de São Pedro, para pintar um mosaico gradioso - “La Navicella” na antiga Basílica de São Pedro. Hoje, fragmentos restaurados da obra se encontram no átrio da Basílica de São Pedro.

Giotto participou também da pintura do mural comemorativo do jubileu de 1300, nas paredes da Igreja de São João de Latrão. Hoje restam fragmentos do mural - Bonifácio VIII Proclamando o Jubileu.

Giotto
Bonifácio VIII
Em 1301, Giotto abre um estúdio em Florença. Em 1304, vai para Pádua, para executar a encomenda da decoração da Cappella degli Scrovegni também conhecida como Capela Arena. 

Atrás do altar, Giotto pintou o Juízo Final, em cuja parte inferior figura Enrico Scrovegni, doando a capela dedicada à virgem. Nas paredes laterais, pintou 38 afrescos com cenas do Evangelho e da vida da Virgem e a série virtudes e os vícios. Entre eles, destaca-se Lamento ante Cristo Morto. 

Cappella degli Scrovegni
Juízo Final (Giotto)
Lamento ante Cristo Morto

 

Em 1311, Giotto retorna para Florença onde trabalha intensamente. Nessa época, pinta a Madona para a Igreja de Ognissanti.

 
Madona

 

Em 1315 inicia a pintura das capelas Peruzzi e Bardi, na Igreja de Santa Cruz. Em 1329, viaja para Nápoles a serviço de Roberto d’Anjou, onde permanece durante cinco anos. Em 1332, viaja para Bolonha, onde pinta um retábulo e decora a Capela do Castelo Galliera.

Em 1334, já em Florença é contratado como mestre-chefe das obras da construção da Catedral de Santa Maria del Fiori. Projeta o Campanário de Giotto, uma torre recoberta de mármore que se ergue junto à Catedral.


Campanário de Giotto

 

O mestre-chefe das obras desenhou o campanário, mas não pode vê-lo pronto, faleceu antes do seu término. Giotto faleceu em Florença, Itália, no dia 8 de janeiro de 1337.

Dilva Frazão


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A ESCOLA NÃO COMBINA COM IDEOLOGIAS, BULLYING, AUTORITARISMO OU QUALQUER TIPO DE OPRESSÃO /// Esse é o caso de Another Brick In The Wall, do quarteto Pink Floyd. A música foi lançada em 1979, no disco The Wall, e é, até hoje, um hino do rock progressivo. E não é para menos: a letra fala sobre temáticas bastante importantes, como sistema educacional, ideologia, autoritarismo e sociedade. //Another Brick In The Wall - Pink Floyd (Legendado PT-BR)




O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO 

A escola exerce dois papéis fundamentais na sociedade: socializar e democratizar o acesso ao conhecimento e promover a construção moral e ética nos estudantes. Esses dois papéis compõem a formação de pessoas conscientes, críticas, engajadas e com potencial de transformação de si mesmas e da sociedade.

O papel da escola na formação do cidadão é essencial para o bom funcionamento da sociedade. De todo educador e de toda instituição da Educação Básica é esperada atenção especial a esse propósito social e, ainda mais após a aprovação da Base Nacional Comum Curricular, esse princípio deve nortear cada etapa do processo de aprendizagem.

Neste artigo, você vai entender com mais detalhes o lugar na escola na formação cidadã e qual é o papel dos educadores no desenvolvimento de seus estudantes para enfrentar os desafios da vida adulta e do que fazer após a escola.

Entenda o papel da escola na formação do cidadão
A escola atua em vários campos possíveis na formação integral das crianças e adolescentes. Continue lendo e saiba mais sobre a importância e o papel da escola na formação da sociedade:

A criança é o futuro da sociedade
Trabalhar para um futuro melhor, uma sociedade mais justa e um país mais próspero deve necessariamente passar por um investimento direto nas gerações futuras, ou seja, as crianças.

Como futuros cidadãos e cidadãs, as crianças devem aprender desde o princípio da vida social qual é o seu lugar no mundo, quais são os direitos e deveres de que dispõem (e como lutar por eles), e a importância de formar opiniões críticas e engajadas sobre os problemas da sociedade, do país e do mundo.

Nesse processo, as crianças estão inseridas em um contexto histórico e social próprio, no qual serão também agentes. A escola deve colaborar para que os mais jovens aprendam a ser e estar nesse contexto, assimilando o funcionamento das instituições, o modo como os conhecimentos são construídos e qual é o espaço que temos de transformação.

O trabalho educativo, portanto, está centrado na assimilação da cultura e do conhecimento que levará à formação histórica e social necessária para que o novo cidadão consiga compreender o contexto de sua existência e como pode se tornar um agente histórico.

O desenvolvimento da individualidade

A escola é o ambiente primário da socialização fora da família, sendo um dos espaços primordiais para a construção da personalidade de cada um. Cada indivíduo que ingressa na escola tem a oportunidade de construir as próprias opiniões, compartilhar ideias e, em último lugar, formar a própria personalidade.

Sendo assim, a socialização escolar é fundamental para desenvolver a autonomia na criança, que aprende a reproduzir as relações sociais e, a partir da convivência, consegue construir seu próprio modo de pensar e existir em sociedade. É esse trabalho que levará à formação de indivíduos críticos.

O estímulo ao pensamento crítico e à autonomia

Uma vez consolidados os aprendizados básicos sobre o funcionamento da sociedade, o papel da escola é estimular o pensamento crítico, a autonomia, a colaboração e cooperação entre indivíduos e a capacidade de tomada de decisões. Essas são habilidades essenciais para os futuros cidadãos na condução dos processos históricos dos quais eles serão agentes.

A escola pode trabalhar para isso promovendo debates e discussões com rigor e excelência de conhecimento; estimulando que os alunos desenvolvam projetos próprios e estimulando o ingresso na vida acadêmica e, a depender, na produção de conhecimento, como veremos adiante.

Saiba como motivar os alunos para a vida acadêmica

O trabalho de tornar os estudantes mais autônomos, independentes e críticos já é parte do preparo que a escola deve ter na formação e já serve como gatilho para que eles tenham interesse natural em continuar os estudos e investir na própria vida acadêmica.

Especialmente na terceira série do Ensino Médio, falar sobre carreira, profissão e cursos universitários deve ser comum. Os professores devem informar os estudantes sobre processos seletivos, bolsas de estudo, ENEM, além de incentivar uma boa orientação profissional por meio de eventos e programação especial.

ENEM e vestibulares

A escola deve preparar palestras específicas e inserir, na grade curricular normal, alguns momentos para explicar e tirar dúvidas dos estudantes sobre vestibulares e processos seletivos em geral, além de obtenção de bolsas de estudo e financiamento estudantil. Um dos focos principais deve ser o ENEM, principal porta de entrada para o Ensino Superior no Brasil.

Orientação profissional

Se a escola contar com psicólogo e orientador profissional em seu corpo de funcionários, a preparação psicológica e o processo de escolha de curso superior e de carreira para os alunos e alunas pode ganhar um bom aliado com este profissional. Docentes e coordenação devem estimular os estudantes a procurarem o orientador e marcarem sessões fixas esporádicas para que o acompanhamento seja feito de forma mais próxima.

Feiras de profissões

A escola pode organizar ao longo do ano uma feira de profissões, ou articular recursos para organizar uma excursão para levar os estudantes a uma feira universitária. Essa programação é uma ótima forma de aproximar os alunos e alunas do ambiente universitário e dos cursos na prática, podendo conversar com estudantes dos cursos e profissionais já formados.

Uma outra forma fácil de promover essa vivência dentro da escola é organizar um evento e convidar ex-estudantes da instituição, que estejam cursando diferentes tipos de graduação, para conversar com os alunos do Ensino Médio.

O pós-escola: Orientando para os desafios da vida adulta
A formação de um cidadão e adulto vai para muito além do vestibular e da definição profissional. É preciso orientar o jovem para os desafios que virão com a grande autonomia que a vida adulta, como um todo, traz.

Nesse momento, os estudantes estão enfrentando grandes desafios em suas vidas: escolher uma graduação, por vezes sair de casa, mudar-se de cidade, ter que lidar com muitas transformações muito rapidamente em ambiente não familiar.

A responsabilidade por suavizar os baques e eventuais problemas não é apenas da família, mas também da escola, que tem estrutura e suporte para oferecer uma orientação especializada.

Essa orientação pode estar dentro da grade curricular, com palestras e oficinas sobre esse momento de transição, ou também por meio de trabalhos e projetos extracurriculares que podem ser desenvolvidos, como oficinas de cidadania e responsabilidade civil, cursos de empreendedorismo e projeto de vida, entre outros.

O intuito é, também, mostrar a infinidade de possibilidades que há na vida para se seguir, ajudando a reduzir o peso do momento da escolha no vestibular e dando uma perspectiva mais ampla para o que é possível fazer e apostar na vida.

Conclusão

O papel último da escola é formar, idealmente, cidadãos éticos, social e ambientalmente responsáveis, com criticidade e autonomia de pensamento e engajados em transformar e melhorar a sociedade em que vivem. A formação cidadã busca este ideal orientando da melhor forma possível o processo de crescer e começar a atuar.

Docentes e coordenadores, ao longo de todo o Ensino Básico, devem ter essa referência em mente, reforçando em cada estudante a importância de colocar-se politicamente no mundo e de transformar seu meio com base na profissão que escolherem e no caminho que estiverem aptos a seguir.



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