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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Dilma veta reajuste de salários do Judiciário

Dilma veta reajuste de salários do Judiciário

quarta-feira, 22 de julho de 2015

 Presidente Dilma Rousseff. 01/07/2015 REUTERS/Stephen Lam

(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff vetou o projeto de lei que dá reajuste de até 78,6 por cento aos servidores do Judiciário até 2017, informou o Diário Oficial da União nesta quarta-feira.

Dilma e a equipe econômica do governo já vinham sinalizando que a medida seria vetada pela presidente devido ao impacto no esforço de ajuste fiscal promovido pelo governo.

Aprovado pelo Congresso no mês passado, o reajuste teria impacto de 25,7 bilhões de reais nos próximos quatro anos, passando depois disso para impacto de 10 bilhões de reais ao ano, de acordo com estimativas do Ministério do Planejamento.

"Um impacto dessa magnitude é contrário aos esforços necessários para o equilíbrio fiscal na gestão de recursos públicos", informou a presidente em despacho publicado no Diário Oficial.

O governo fez uma contraproposta aos servidores do Judiciário de um reajuste da ordem de 21 por cento escalonados por quatro anos a partir de 2016.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)

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terça-feira, 21 de julho de 2015

Isso é um absurdo, afirma Dilma sobre investigação do MPF contra Lula

Isso é um absurdo, afirma Dilma sobre investigação do MPF contra Lula
Estadão Conteúdo
Redação Folha Vitória

Brasília - A presidente Dilma Rousseff aproveitou a reunião de hoje da coordenação política de governo para sair em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula é alvo de investigação da Procuradoria da República no Distrito Federal, que apura se ele praticou tráfico de influência em favor da empreiteira Odebrecht.

"Isso é um absurdo. Não tem a menor procedência", disse Dilma, conforme relato de dois participantes da reunião. "Se fosse assim, Barack Obama, Angela Merkel e o rei Juan Carlos, que defendem os interesses dos empresários dos seus países, também seriam processados."

A suspeita do Ministério Público é que Lula tenha obtido vantagens econômicas da Odebrecht, ajudando a empreiteira a conseguir obras financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em países da África e da América Latina. Ele nega.

A defesa enfática de Lula marca um gesto de reaproximação de Dilma, que viu sua relação pessoal com o padrinho político estremecer em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato, da deterioração dos indicadores econômicos e da quebra abrupta de sua popularidade.

Dia do amigo

Dilma publicou em sua página no Facebook uma foto com Lula pelo Dia do Amigo, comemorado nesta segunda.

Na imagem, ela aparece abraçada ao padrinho político. A legenda traz até um coraçãozinho, símbolo usado nas redes sociais como demonstração de carinho. "No #DiadoAmigo a homenagem é ao querido companheiro Lula", diz o texto.

Pouco tempo depois, Lula compartilhou a mesma imagem em sua timeline. "À companheira, e antes de tudo amiga Dilma Rousseff, um forte abraço neste #DiadoAmigo. O Brasil e os brasileiros têm certeza de sua dedicação por este país!", afirma a legenda.

Nos últimos meses, o ex-presidente tem feito reiteradas críticas a Dilma, especialmente por causa das medidas do ajuste fiscal patrocinadas pelo governo. Em um dos momentos mais duros, disse a um grupo de religiosos que Dilma e ele estavam "no volume morto" e que o PT estava abaixo desse nível.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também mandou o seu "abraço" para Dilma pelo Twitter. Mas também circulou durante todo o dia pelas redes sociais uma foto da petista ao lado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com a frase "Feliz Dia do Amigo". Na sexta-feira, 17, Cunha anunciou que faria oposição ao governo, após a revelação de que ele teria recebido uma propina de US$ 5 milhões de um dos delatores da Operação Lava Jato.

Justiça condena executivos da Camargo Corrêa e PF indicia Marcelo Odebrecht

Justiça condena executivos da Camargo Corrêa e PF indicia Marcelo Odebrecht

segunda-feira, 20 de julho de 2015

 Prédio da construtora Odebrecht, em São Paulo. 19/06/2015 REUTERS/Rodrigo Paiva

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - Executivos ligados a duas das maiores empreiteiras do país, investigadas pela operação Lava Jato, sofreram reveses nesta segunda-feira, com o indiciamento de Marcelo Odebrecht e outros executivos ligados à construtora controlada por sua família e a condenação de pessoas ligadas à construtora Camargo Corrêa.

Marcelo Odebrecht, que exercia o cargo de presidente-executivo da Odebrecht antes de ter sua prisão preventiva decretada, e outras sete pessoas, entre elas quatro executivos ligados à construtora, foram indiciados pela Polícia Federal por corrupção, fraude, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem econômica e organização criminosa.

Horas antes do indiciamento dos executivos do Odebrecht, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, condenou três executivos ligados à Camargo Corrêa por corrupção ativa e organização criminosa, na primeira condenação de executivos de empreiteiras investigadas na Lava Jato. Dois desses executivos também foram condenados por lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal indiciou, além de Marcelo Odebrecht, os executivos Rogério Santos de Araújo, Alexandrino Alencar, Márcio Farias da Silva e César Ramos Rocha.

O relatório enviado pela PF à Justiça aponta envolvimento dos executivos em irregularidades em obras da Petrobras, como as da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O documento menciona o suposto pagamento de propina ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e a participação da empreiteira em cartel para obter contratos de obras da petroleira.

O relatório afirma ainda haver indícios de que Marcelo Odebrecht tinha conhecimento das supostas irregularidades cometidas por executivos da companhia e de que teria tentado atrapalhar as investigações da Lava Jato.

A Polícia Federal pede ainda a manutenção da prisão preventiva de Marcelo Odebrecht e dos demais executivos que têm ligação com a empreiteira "face a necessária garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal, tanto em face a potencial continuidade delitiva como pela influência negativa que soltos poderiam promover quanto as apurações ainda em curso".

Em nota, a Odebrecht afirmou que, embora sem fundamento sólido, o indiciamento já era esperado e disse que Marcelo Odebrecht e os executivos ligados à companhia "aguardarão a oportunidade de exercer plenamente o contraditório e o direito de defesa".   Também foram indiciados pela PF no mesmo procedimento o ex-funcionário da Odebrecht João Bernardi Filho, o ex-funcionário da Petrobras Celso Araripe e o empresário Eduardo de Oliveira Freitas Filho.

Em nota enviada à imprensa, a defesa de Rogério Santos de Araújo afirmou que as provas contra ele não se sustentam, alegando que o cruzamento de dados feito pelo Ministério Público Federal "está repleto de inconsistências".

CAMARGO CORRÊA

Os executivos ligados à Camargo Corrêa condenados nesta segunda-feira pela Justiça, por envolvimento no esquema de bilionário de corrupção na Petrobras, são João Auler, Dalton Avancini e Eduardo Hermelino Leite.

Avancini e Leite foram condenados pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Como ambos fizeram acordo de delação premiada com a Justiça em troca de redução da pena, vão cumprir prisão domiciliar.

Auler, por sua vez, foi condenado pelos crimes de corrupção ativa e organização criminosa. Ele não firmou acordo de delação premiada e foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão.

Os três foram condenados por irregularidades nas obras das refinarias Abreu e Lima e Getúlio Vargas, no Paraná.

Procurada, a Camargo Corrêa informou que, desde que tomou conhecimento das investigações, se colocou à disposição das autoridades e tem "empreendido esforços para identificar e sanar irregularidades, reforçando sua governança corporativa e sistemas de controle". Também foram condenados no mesmo processo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Ambos já foram considerados culpados em outros processos relacionados à Lava Jato e fizeram acordo de delação premiada em troca de redução da pena.

Outro condenado foi Jayme Alves de Oliveira Filho, agora agente afastado da Polícia Federal.

A sentença de Moro determina, ainda, o pagamento de pouco mais de 50 milhões de reais a título de indenização para a Petrobras por conta das irregularidades nas obras das duas refinarias.


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domingo, 19 de julho de 2015

Oswald de Andrade


Oswald de Andrade
11/1/1890, São Paulo (SP)
22/10/1954, São Paulo (SP)

José Oswald de Souza Andrade era de família abastada. Ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (São Paulo) em 1909. (Só se formaria em 1919, quando seria o orador da turma.)

Publicou seus primeiros trabalhos em "O Pirralho", semanário paulista de crítica e humor, que ele mesmo fundou em 1911.

Em 1912, viajou para Paris, onde, convivendo com a boemia estudantil, entrou em contato com o futurismo e conheceu Kamiá, mãe de Nonê, seu primeiro filho, nascido em 1914.

De volta a São Paulo, continuou no jornalismo literário. Em 1917, passou a viver com Maria de Lourdes Olzani (a Deise).

Defendeu a pintora Anita Malfatti de uma crítica devastadora de Monteiro Lobato e fundou o jornal "Papel e Tinta". Em seguida, ao lado de Anita, de Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 22.

Pelo espírito irreverente e combativo, nenhum outro escritor do modernismo ficou mais conhecido que Oswald. Sua atuação é considerada fundamental na cultura brasileira da primeira metade do século 20.

Publicou "Os Condenados" e "Memórias de João Miramar". Em 1924, iniciou o movimento Pau-Brasil, juntando o nacionalismo às idéias estéticas da Semana de 22. Em 1926, casou com a pintora Tarsila do Amaral, e os dois se tornaram a dupla mais importante das artes brasileiras (Mário de Andrade os apelidou de "Tarsiwald").

Oswald escreveu o "Manifesto Antropofágico", em que propôs que o Brasil devorasse a cultura estrangeira e criasse uma cultura revolucionária própria. Assim fariam Mário de Andrade em "Macunaíma" (1928) e Raul Bopp em "Cobra Norato" (1931).

Com a crise de 29, Oswald teve as finanças abaladas e sofreu uma reviravolta na vida. Rompeu com Mário, separou-se de Tarsila e casou com a escritora e militante política Patrícia Galvão (a Pagu). Da união nasceria Rudá, seu segundo filho.

Filiou-se ao PCB após a revolução de 1930 (romperia com o partido em 1945, embora continuasse sendo de esquerda). Em 1931, quando dirigia o jornal "O Homem do Povo", foi várias vezes detido.

Em 1936, após ter-se separado de Pagu, casou com a poetisa Julieta Bárbara. Em 1944, outro casamento, agora com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem permaneceria até o fim da vida.

Além de poemas, já lançara o romance "Serafim Ponte Grande" (1933) e as peças "O Homem e o Cavalo" (1934) e "O Rei da Vela" (1937).

Em 1939, na Suécia, representou o Brasil num congresso do Pen Club (a entidade internacional que congrega os literatos dos diversos países). Prestou concurso para a cadeira de literatura brasileira na Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP com a tese "A Arcádia e a Inconfidência" e, em 1945, obteve o título de livre-docente.

Oswald morreu aos 64 anos. Sua poesia seria precursora de dois movimentos distintos que marcariam a cultura brasileira na década de 1960: o concretismo e o tropicalismo.
http://educacao.uol.com.br/

Renan chama ajuste fiscal de "tacanho" e elogia Cunha em vídeo

Renan chama ajuste fiscal de "tacanho" e elogia Cunha em vídeo

domingo, 19 de julho de 2015

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou duramente o ajuste fiscal proposto pelo Executivo, classificando-o de "tacanho" e "insuficiente", e previu meses "nebulosos" pela frente, em vídeo divulgado pela TV Senado.

Ao prestar contas sobre as atividades do Senado no primeiro semestre, Renan disse que o país vive um "raro momento de protagonismo do legislativo" e elogiou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que anunciou seu rompimento com o governo na sexta-feira.

"Acho que a atuação dele, sua independência, colaborou muito para este momento do Congresso Nacional", disse Renan, ressaltando que a independência do Legislativo é um "caminho sem volta".

Renan dedicou grande parte do pronunciamento de quase 17 minutos a criticar o ajuste econômico e falar sobre a crise política.

"O ajuste fiscal está mesmo se revelando como um desajuste social... Ele verdadeiramente ameaça as conquistas socieconômicas obtidas com tanto sacrifício", disse Renan, ressaltando que o Congresso não está disposto a aprovar aumento de impostos.

"Não vamos concordar com a asfixia da sociedade, enquanto o governo continuar perdulário e não alterar a sua postura diante das cobranças para diminuir gastos."

CRISE POLÍTICA
Renan comparou a situação política brasileira a um "filme de terror sem fim", e disse não saber o que irá acontecer, mas previu meses nebulosos pela frente, com uma agenda bastante pesada.

"Temos uma crise política, uma crise econômica, temos também uma crise de credibilidade, porque o sistema é presidencialista", disse Renan, acrescentando que o Congresso não irá contribuir para aumentar a instabilidade.

Durante o pronunciamento, Renan elogiou o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e disse que vê com naturalidade a pretensão do PMDB de ter candidato próprio à presidência da República.

"A razão de ser de qualquer agremiação partidária é conquistar o poder pelo voto. Não somos defensores de soluções marginais, que estejam a margem da legalidade. O poder é conquistado nas urnas", disse Renan, em um momento em que cresce os discursos pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff.

(Por Raquel Stenzel)

sábado, 18 de julho de 2015

Cunha rompe com Planalto, põe em xeque pauta governista no Congresso, mas pode se enfraquecer




Cunha rompe com Planalto, põe em xeque pauta governista no Congresso, mas pode se enfraquecer
sexta-feira, 17 de julho de 2015
 Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante sessão, da Câmara, em Brasília, em março. 26/03/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Eduardo Simões e Maria Carolina Marcello

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompeu com o governo da presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira em uma decisão que coloca em xeque a pauta de votações do Executivo, mas também pode enfraquecer o deputado, principal pedra no sapato de Dilma no Congresso Nacional.

Em tom agressivo contra o Palácio do Planalto, Cunha anunciou seu rompimento por conta do que, segundo ele, seria uma ação orquestrada do governo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para constrangê-lo.

Cunha referiu-se ao que chamou de "devassa fiscal" promovida contra ele e ao depoimento dado pelo empresário Julio Camargo, um dos delatores da operação Lava Jato, que acusa o deputado de lhe pedir pessoalmente propina de 5 milhões de dólares, o que é negado pelo presidente da Câmara.

"Eu formalmente, a partir de hoje, estou rompendo com o governo", disse Cunha em entrevista coletiva na Câmara, em Brasília, negando, entretanto, que sua decisão tenha influência em seu papel institucional como presidente da Câmara.

"Não há nenhum gesto da minha parte que possa dizer: acabou a governabilidade do governo hoje. Mas saibam que o presidente da Câmara a partir de hoje é oposição ao governo."

O deputado disse ainda que defenderá a ida do PMDB para a oposição a Dilma no congresso da legenda, marcado para setembro.

"Vou pregar que a minha posição pessoal possa vir a ser a posição do partido", disse.

O governo reagiu ao rompimento de Cunha enfatizando o caráter pessoal de sua decisão, exaltando a importância do PMDB para o Executivo e afirmando esperar que a posição contrária ao Planalto não reflita na atuação de Cunha na presidência da Câmara  "Tanto o vice-presidente da República como os ministros e parlamentares do PMDB tiveram e continuam tendo um papel importante no governo", disse a Presidência da República em nota.

"O governo espera que esta posição (de Cunha) não se reflita nas decisões e nas ações da presidência da Câmara que devem ser pautadas pela imparcialidade e pela impessoalidade", acrescenta o comunicado, que afirma ainda que o Planalto atuou com "total isenção" em relação às investigações em curso.

Em sintonia com a nota da Presidência, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que o PMDB é um "importante e fundamental aliado do governo".

Exaltado pelo Planalto após o rompimento de Cunha, o PMDB também divulgou nota em que reitera o caráter pessoal da decisão do presidente da Câmara, diz respeitar este posicionamento e afirma que cabe às instâncias decisórias da legenda definir um posicionamento partidário.

E é justamente a essas instâncias que a bancada do PMDB na Câmara, até janeiro liderada por Cunha e que hoje tem como líder um parlamentar próximo a ele, o deputado Leonardo Picciani (RJ), pedirá em agosto uma reunião para definir uma posição partidária após o rompimento anunciado nesta sexta-feira.

O PMDB é presidido pelo vice-presidente e articulador político de Dilma, Michel Temer, e comanda seis ministérios no governo.

CORDA ESTICADA

A decisão de Cunha teve o efeito imediato de deteriorar ainda mais o já debilitado cenário político, em um momento em que o governo precisa do Congresso Nacional para aprovar medidas de reequilíbrio das contas públicas.  Diante desse desgaste e indagado no Rio de Janeiro sobre a decisão do presidente da Câmara, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, manifestou confiança na imparcialidade de Cunha ao tomar atitudes no exercício do cargo.

Ainda assim, os mercados financeiros reagiram mal ao anúncio de Cunha. O dólar avançou mais de 1 por cento ante o real e o Ibovespa, índice referência da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu mais de 1 por cento.

Além dos possíveis efeitos negativos na economia, o rompimento de Cunha também pode acarretar efeitos colaterais desagradáveis para o próprio deputado, na visão de analistas e pessoas do meio político ouvidas pela Reuters.

Isso porque o tom agressivo do presidente da Câmara contra o Planalto, aliado a um momento de fragilidade política por conta de sua citação na Lava Jato, pode provocar uma debandada de aliados e até mesmo um isolamento de Cunha.

Uma fonte do PMDB que falou à Reuters sob a condição de anonimato avaliou que Cunha agiu individualmente ao anunciar o rompimento e que tem adotado postura mais impulsiva, o que pode afastar alguns aliados.

Outra fonte, essa do PT, também acredita que Cunha pode ficar mais "solitário" com a decisão de romper com o Planalto.

Essa avaliação de integrantes do meio político é compartilhada por analistas ouvidos pela Reuters.

"Eu acredito que o Eduardo Cunha talvez tenha esticado a corda excessivamente", disse à Reuters o cientista político da Fundação Getulio Vargas Claudio Couto.

"Ele também é vulnerável. Ele começou a cobrir demais essas apostas... de enfrentamento com o governo, e aí quando os problemas começam a aparecer para ele também, ...ele começa a se tornar enfraquecido", acrescentou.   Ainda assim, numa possível sinalização do estrago que pode fazer da cadeira de presidente da Câmara, Cunha autorizou nesta sexta-feira, horas após romper com o Planalto, a criação de duas comissões parlamentares de inquérito (CPI) que desagradam o governo: uma que pretende investigar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outra para apurar as atividades de fundos de pensão de estatais, esta última a ser efetivamente criada em agosto.

IMPEACHMENT

Outro fator de incerteza gerada pela decisão de Cunha gira em torno de um pedido de impeachment contra Dilma, já que cabe a ele, como presidente da Câmara, tomar a decisão sobre dar ou não seguimento a um eventual impedimento contra a presidente.

Na quinta-feira, Cunha disse que deve decidir em 30 dias sobre um pedido de impeachment apresentado contra Dilma. Na ocasião, ele afirmou que aguardava um posicionamento da área jurídica da Câmara e de juristas externos.

Além disso, as contas do governo Dilma em 2014 serão em breve analisadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que enviará um parecer ao Congresso, a quem cabe julgar as contas do Executivo.

Um eventual parecer contrário às contas do governo no TCU ou mesmo a rejeição das contas no Parlamento pode abrir caminho para um pedido de impeachment contra Dilma por crime de responsabilidade.

Questionado nesta sexta-feira sobre sua posição acerca de um eventual pedido de impeachment, Cunha manteve a posição manifestada na véspera, de que um processo de impedimento deve ser tratado dentro da Constituição e não do ponto de vista eleitoral.

Após o anúncio de Cunha, a consultoria política Eurasia Group colocou em 30 por cento as chances de impeachment de Dilma e apontou o possível enfraquecimento do presidente da Câmara como um dos motivos para este baixo percentual.   "A tendência é que a capacidade dele (Cunha) de agregar aliados é declinante. Reduz a nossa visão de impeachment também em função disso. A capacidade de um presidente da Câmara sendo investigado capitanear o impeachment se reduz", avaliou o analista João Augusto de Castro Neves, da Eurasia.

(Reportagem adicional de Walter Brandimarte, em São Paulo)

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Mário de Andrade


Mário de Andrade

Por Cristiana Gomes
Mário Raul de Morais Andrade nasceu em São Paulo no dia 9 de outubro de 1893.
Sua influência foi decisiva para o Modernismo se fixar definitivamente no Brasil.

Estudou música, foi professor de piano, compositor, pesquisador (interessava-se pelas várias manifestações artísticas), estudou e escreveu sobre folclore, pintura (contribuindo para a renovação da arte brasileira), além de ter sido crítico de arte em jornais e revistas.

mario-de-andradeEm 1917, escreveu seu primeiro romance sob o pseudônimo de Mario Sobral: “Há uma gota de sangue em cada poema”, nessa obra Mário de Andrade defendia a paz e criticava a Primeira Guerra Mundial e todas as conseqüências que ela causou.

Viajou o Brasil inteiro para pesquisar e conhecer. Visitou cidades históricas, conheceu poemas e canções populares, festas religiosas, lendas, músicas indígenas e etc.

Entre os anos de 1923 e 1930 escreveu “Clã do Jabuti” e “Remate de males”, frutos de suas pesquisas folclóricas.

Em 1922, publicou “Paulicéia Desvairada”, obra que na época agradou aos modernistas porque destruía os padrões literários vigentes e propunha uma nova linguagem poética (verso livre, neologismos, rupturas sintáticas).

A partir de 1930, a poesia de Mário de Andrade se volta para a reflexão, análise e denúncia dos problemas nacionais tomando dois caminhos:

Poesia intimista e introspectiva: destaca-se a obra “Poesia”, de 1942.
Poesia política: caracterizava-se por ter uma linguagem agressiva e combater as injustiças sociais. Destacam-se as obras “O carro da miséria” e “Lira Paulistana”, ambos de 1946.
Macunaíma
Considerada a obra mais importante da primeira fase modernista.

Para compor esta obra, Mário de Andrade se inspirou na obra do etnógrafo (de etnografia, significa, segundo o dicionário Aurélio: disciplina que tem por fim o estudo e a descrição dos povos, sua língua, raça, religião, etc, e manifestações materiais de sua atividade) Koch-Grünberg “Vom Roraima Zum Orinoco” (um conjunto de lendas dos índios Taulipangues e Arecunás).

Mário de Andrade chamou essa obra de rapsódia (nome que na música significa composição que envolve uma variedade de motivos populares). Porém, também pode ser chamada de Romance pois apresenta semelhanças com os romances medievais.

Características da obra Macunaíma
Vocábulos indígenas e africanos
Gírias
Provérbios
Ditados populares
Modismos
Anedotas da história brasileira
Erotismo
Surrealismo
O fantástico se confunde com o real
Superstições
Aspectos da vida urbana e rural do Brasil
Outras obras
A escrava que não é Isaura (ensaio)
Primeiro de maio (conto)
Peru de natal (conto)
Vestida de Preto (conto)
Losango cáqui (poesia)
Primeiro Andar (conto)
Contos Novos (conto)
Os filhos da Candinha (crônica)
Amar, verbo intransitivo (romance)
Macunaíma (rapsódia)
O Empalhador de Passarinho (ensaio)
Mário de Andrade morreu em São Paulo em 1945 e atualmente é considerado um dos maiores escritores da literatura brasileira.

Muitos pensam que ele e Oswald de Andrade tinham algum parentesco; porém, não é verdade. Os dois se conheceram em 1917 e por alguma razão desconhecida, essa amizade terminou em 1929.
http://www.infoescola.com/

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Dilma diz que não há espaço para "aventuras antidemocráticas" na América do Sul

Dilma diz que não há espaço para "aventuras antidemocráticas" na América do Sul

sexta-feira, 17 de julho de 2015

 Presidente Dilma Rousseff durante cúpula do Mercosul em Brasília.

REUTERS/Ueslei Marcelino

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que não há espaço para "aventuras antidemocráticas" na América do Sul, em meio às crescentes discussões sobre um eventual pedido de impeachment contra ela no Congresso Nacional.

Em plenária de encontro de cúpula do Mercosul em Brasília, a presidente disse também que a crise econômica tem se mostrado persistente e que a recuperação da economia global é incerta, o que aumenta a importância econômica do bloco para os países membros.

(Reportagem de Alonso Soto e Silvio Cascione)

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Cunha rompe com governo e diz que defenderá ida do PMDB para oposição

sexta-feira, 17 de julho de 2015
 Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante entrevista coletiva em Brasília. 12/05/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou nesta sexta-feira seu rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff e disse que defenderá no congresso do PMDB em setembro que o partido também vá para a oposição.

O anúncio acontece no dia seguinte a depoimento do empresário Julio Camargo, um dos delatores da operação Lava Jato, afirmando que Cunha teria pedido 5 milhões de dólares em propina a ele. O presidente da Câmara disse que o depoimento, aliado ao que chamou de "devassa fiscal" promovida pelo governo contra ele, é uma tentativa do Executivo de constrangê-lo, por isso a decisão de rompimento.

"Eu formalmente, a partir de hoje, estou rompendo com o governo", disse Cunha em entrevista coletiva na Câmara, em Brasília.

Ele negou, no entanto, que sua decisão pessoal terá influência em seu papel institucional como presidente da Câmara.

"Não há nenhum gesto da minha parte que possa dizer: acabou a governabilidade do governo hoje. Mas saibam que o presidente da Câmara a partir de hoje é oposição ao governo."

O deputado repetiu diversas vezes que seu rompimento com o governo é uma posição pessoal e que não fala pela bancada do PMDB ou pelo partido. Ele disse, no entanto, que defenderá no congresso da legenda a ida do PMDB para a oposição a Dilma.

"Vou pregar que a minha posição pessoal possa vir a ser a posição do partido."

Cunha disse ter comunicado sua decisão ao vice-presidente da República, Michel Temer, que é presidente do PMDB e articulador político do governo. Segundo o deputado, não há rompimento com Temer, que disse que "respeita" sua decisão. O presidente da Câmara disse ainda ter conversado por telefone com o presidente do Senado antes de anunciar o rompimento para a imprensa e afirmou que Renan Calheiros (PMDB-AL) tem "a mesma convicção" de que há uma "ação do governo" para constranger o Legislativo.

Renan deve conceder entrevista coletiva ainda nesta sexta, inicialmente para fazer um balanço do semestre legislativo. Originalmente, a entrevista do presidente do Senado estava marcada para esta manhã, mas foi postergada depois do anúncio da coletiva de Cunha.

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), que é ligado a Cunha, não estava imediatamente disponível para comentar a decisão do aliado.

Em nota, o PMDB disse que a posição de Cunha é pessoal "que se respeita pela tradição democrática do PMDB", mas que uma posição partidária depende de decisão em consulta às instâncias decisórias da legenda.

IMPEACHMENT

Questionado sobre sua posição sobre um eventual pedido de impeachment contra Dilma, Cunha manteve a posição manifestada na véspera, de que um processo de impedimento deve ser tratado dentro da Constituição e não do ponto de vista eleitoral.

As contas do governo Dilma em 2014 serão em breve analisadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que enviará um parecer à Câmara a quem cabe julgar as contas do Executivo.

Um eventual parecer contrário às contas do governo no TCU ou mesmo a rejeição das contas pela Câmara pode abrir caminho para um pedido de impeachment contra Dilma por crime de responsabilidade e caberá a Cunha, como presidente da Câmara, decidir dar ou não seguimento a um eventual pedido de impedimento contra a presidente. Antes mesmo da decisão do TCU, um outro pedido de impeachment foi apresentado na Câmara e deve ter uma decisão de Cunha em até 30 dias. Na véspera ele disse que tinha pedido mais de uma análise jurídica para definir sua posição nesse caso.

ORQUESTRAÇÃO

Assim como fez na véspera, ao rebater as acusações feitas por Camargo em depoimento na Justiça Federal do Paraná, Cunha voltou a centrar fogo no procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e disse que ele atua em articulação com o governo para buscar sua recondução ao cargo neste ano.

O presidente da Câmara disse que Janot adota procedimentos diferentes ao pedir abertura de inquérito contra ele e outros políticos e não buscar investigar Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social), que também tiveram seus nomes citados por delatores na Lava Jato.

"Se for dar valor à declaração do senhor (Alberto) Youssef, deveria ter aberto inquérito contra a presidente da República. E no entanto, ele não fez. Se fosse dar valor ao delator, teria já que ter aberto um inquérito contra o ministro Mercadante, e não o fez", disse Cunha.

"Eu não estou aqui atribuindo culpa à presidente, ou ao ministro Mercadante, não estou dizendo que a delação é verdadeira. Acho até que não deve ser... mas se o procedimento de investigar é igual para todos, deveria ter aberto (inquérito) para todos", acrescentou.

Dilma e Lula teriam, segundo divulgado por veículos de imprensa, sido citados na delação premiada do doleiro Alberto Youssef, apontado como um dos operadores que lavavam dinheiro do esquema bilionário de corrupção na Petrobras.

Também segundo a mídia, Mercadante, Edinho e Dilma foram mencionados pelo dono da empreiteira UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, apontado como um dos chefes do cartel de empresas formado para obter contratos de obras da Petrobras com sobrepreço.

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quinta-feira, 16 de julho de 2015

ACTIVE CITY STOP - New Focus/ A sensação mais esperada do momento no Brasil. NEW FOCUS 2015/2016

ESTACIONAMIENTO ASISTIDO - Nuevo Focus. Ele já está chegando aguardem NEW FOCUS 2015/2016

Cunha diz que impeachment de Dilma não é improvável, mas seria passo atrás para democracia

quinta-feira, 16 de julho de 2015

 Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em Brasília. 12/05/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não é improvável, mas seria um passo atrás para a democracia e não deveria ocorrer.

Cunha afirmou, em entrevista a jornalistas, que pediu análises jurídicas sobre pedido de impeachment protocolado na Câmara e espera ter uma posição nos próximos 30 dias.

O deputado afirmou ainda que seu partido já não “aguenta mais” a aliança com o PT, e que o discurso unificado do PMDB a favor de uma candidatura própria para a Presidência em 2018 foi um “recado” à sociedade.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

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quarta-feira, 15 de julho de 2015

James Koufos o australiano que se comoveu com o aposentado grego.

 JAMES KOUFOS E SUA ESPOSA

Essa imagem - a de um aposentado de Tessalônica chorando sentado no chão, do lado de fora de uma agência bancária, com sua caderneta da poupança nas mãos e a carteira de identidade no chão - retrata o drama vivido, hoje, pelos gregos.



James Koufos o australiano que se comoveu com o aposentado grego.

Diante das agitações provocadas nos últimos dias pela crise econômica grega que abalou as estruturas da Zona do Euro e  a vida da população grega. Um caso que chamou a atenção do mundo e passou a ser visto como Símbolo da Crise no País, foi a reportagem na TV de um aposentado grego desesperado Giorgos Shatzifotiadis, de 77 anos, que não conseguiu tirar a quantia exata no banco para comprar os medicamentos necessários para sua esposa doente. Já que havia um limite de 60 euros por cidadão por parte das autoridades, diante daquela situação  o aposentado começou a chorar e a se desesperar. Pois bem enquanto a União Europeia estudava uma forma de tirar o país da crise a longo prazo. O aposentado grego pode sorrir de felicidades, pois o mesmo encontrou um Anjo em sua vida. Estamos falando de um australiano preocupado com as causas sociais James Koufos que ao assistir a reportagem, descobriu que o idoso se tratava de um velho amigo de seu pai. Já que Koufos é descendente de gregos. Pois bem a partir daquele momento James Koufos acionou todas as redes sociais para que encontrassem o velho amigo de seu pai. E prometeu como um grande ser humano que é, e em nome do povo grego ajudar o idoso Giorgos Shatzifotiadis até o fim de sua vida. Essa atitude nobre lhe rendeu uma série de comentários carinhosos nos sites de notícias e nas redes sociais do mundo inteiro. Um belo final de uma história comovente a parte. Agora só resta saber qual  será o futuro  do povo grego diante dessa crise tão avassaladora. O legal seria se todos os dirigentes da União Europeia e do mundo pensasse e agisse como o grande ser humano James Koufos. Acredito eu, que grande parte dos problemas do mundo seriam resolvidos. Conversando agora pouco  com James Koufos sobre o caso no FACEBOOK, ele me contou de primeira mão que estará amanhã na Grécia para se encontrar com o velho amigo de seu pai.

Alarcon

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Não pode ficar só nessa agenda de Lava Jato", disse Lula

Não pode ficar só nessa agenda de Lava Jato", disse Lula

REUTERS/Paulo Whitaker

Lula em seminário chamado "Novos caminhao da democracia", em São Paulo
"Tem que governar, ir para a rua, conversar com o povo, divulgar os seus programas. Não pode ficar só nessa agenda de Lava Jato e ajuste fiscal", disse Lula a Dilma

Vera Rosa, do Estadão Conteúdo
Tânia Monteiro e Rafael Moraes Moura, do Estadão Conteúdo
Brasília - Preocupado com os efeitos da Operação Lava Jato sobre o governo, que já enfrenta grave crise política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na terça-feira, 14, com a presidente Dilma Rousseff e ministros, no Palácio da Alvorada, para montar a estratégia de reação.

No diagnóstico de Lula, o estrago foi grande com as buscas e apreensões realizadas em casas de políticos da base aliada, como o senador Fernando Collor (PTB-AL), e o cenário previsto é de mais dificuldades.

"Preparem-se porque as coisas vão ficar piores", afirmou o ex-presidente, segundo relatos obtidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo". O encontro começou por volta de meio-dia, com um almoço, e terminou às 16h30.

Lula estava furioso com a forma como a Polícia Federal vem agindo e disse a Dilma que ela precisa sair logo dessa agenda negativa.

"Você não tem que ficar falando de Lava Jato", esbravejou Lula, de acordo com dois participantes da reunião no Alvorada. "Você tem que governar, ir para a rua, conversar com o povo, divulgar os seus programas. Não pode ficar só nessa agenda de Lava Jato e ajuste fiscal."

Antes de se reunir com Dilma, Lula esteve com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Pediu a ele que insista em divulgar as medidas para a etapa seguinte ao ajuste porque, na sua avaliação, o governo deve "vender" esperança.

Para o ex-presidente, a aprovação de Dilma e mesmo a dele desmoronaram muito mais por problemas na economia do que por denúncias de corrupção na Petrobras.

Lula disse a Levy que o governo ainda erra na comunicação. "O ajuste fiscal não pode ser apresentado como um fim em si mesmo", insistiu. "O que nós temos que mostrar para as pessoas é onde queremos chegar."

A conversa entre os dois foi cordial. Tanto que, no Alvorada, Lula afirmou que as divergências entre Levy e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, sobre a redução da meta fiscal precisam ser contornadas. O ex-presidente cobrou unidade no governo e chegou a elogiar o vice Michel Temer, que comanda o PMDB e é articulador político do Planalto.

Dilma concordou com o padrinho, mas não escondeu a insatisfação com as últimas críticas feitas por ele. Afirmou, ainda, nada poder fazer em relação às investigações da PF.

Nos bastidores, políticos dizem que os próximos alvos são os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Quebrando o gelo

Lula não conversava com Dilma havia quase um mês, desde que criticou a estratégia do Planalto para sair da crise. Num encontro com religiosos, o ex-presidente disse que ele e a sucessora estavam no "volume morto".

O receio do governo é que o novo movimento da PF provoque ainda mais tensão no relacionamento com a base, no momento em que Dilma que sofre ameaças de impeachment.

Há quem avalie, porém, que, se Cunha e Renan forem denunciados, o discurso pró-saída de Dilma perde consistência no Congresso.

Além de Lula, participaram da reunião no Alvorada os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social), Jaques Wagner (Defesa), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), o governador de Minas, Fernando Pimentel, e o presidente do PT, Rui Falcão. Pimentel é alvo de operação da PF que apura arrecadação ilegal de dinheiro em suas campanhas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tópicos: Ajuste fiscal, Governo Dilma, Presidente Lula, Luiz Inácio Lula da Silva, Personalidades, Políticos, Políticos brasileiros, PT, Política no Brasil

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Edgar Allan Poe



Edgar Allan Poe

Por Paula Perin dos Santos

Edgar Allan Poe (1809-1849), poeta, crítico e contista, nasceu em Boston, representando uma tendência à parte do movimento geral do Romantismo nos EUA. A tendência dos escritores pelo fantástico, pelo misterioso, pelo macabro. Cultivando na sua obra esses temas, Poe personifica uma das tendências mais marcantes do movimento romântico transplantado da Inglaterra para a América.
A vida de Edgar Allan Poe foi marcada pelo sofrimento. Seus pais eram atores de teatro. Depois que Edgar nasceu não se ouviu mais falar de seu pai. A mãe faleceu pouco tempo depois, vítima de tuberculose. Ele e seus irmãos foram adotados por John Allan e sua esposa, prósperos negociantes em Baltimore, onde Poe freqüentou a escola primária. Depois estudou na Inglaterra e, em seguida, na Universidade de Virgínia (EUA).

Desde cedo Poe demonstrou interesse em ser escritor e isso desgostava o Tio Allan, que era um homem de negócios e não se conformava com a determinação do garoto. Isso fez com que Poe crescesse com o sentimento de que o tio o rejeitava.

Publicou seu primeiro livro de poemas pouco depois de abandonar a Universidade. Dedicou-se à carreira militar, sabendo que não poderia viver só de literatura. Mas não se adaptou à disciplina militar e deixou a carreira das armas.

Passou a escrever para viver e se tornou editor de uma conceituada revista de Richmond: a “Mensageiro Literário do Sul”. Foi um período feliz na vida de Edgar. Casou-se com Virgínia, uma prima bem jovem. Pouco depois, perdeu o emprego, passou por dificuldades financeiras, a esposa adoeceu e, apesar de sua dedicação ao cuidar dela, ela faleceu.

Edgar Allan Poe foi o mais romântico dos principais escritores americanos. Em suas obras, ele não se preocupava em abordar os problemas entre o bem e o mal, nem tampouco dar lições de comportamento. Ele acreditava que, se fosse capaz de criar a beleza e tocar a sensibilidade dos seus leitores, já era o bastante.

Os poemas mais famosos de Poe são O corvo e Os sinos. Alguns críticos preferem “Para Helena” e “Annabel Lee”. O poeta acreditava que nada seria mais romântico que um poema sobre a morte de uma mulher bonita. Muitas de suas obras exploram a temática do sofrimento causado pela morte de um amante. Outra característica de sua poesia é a musicalidade, dando a impressão de que o som é mais importante que o sentido.

Edgar Allan Poe é considerado o “criador” do conto policial, mas seu principal mérito está na habilidade com que montava suas histórias. Ele as planejava como um bom arquiteto planeja um edifício, envolvendo o leitor de tal maneira que o conduz “hipnoticamente” ao desfecho da história. Isso revela o dualismo de sua arte e personalidade: de um lado “visionário e idealista”, mergulhado em poemas de tristeza e narrativas de horror e policiais. Um homem de vida conturbada, dominado pelo vício do álcool e excesso de ópio. Por outro lado, era um “artesão exigente”, um escritor que orgulhava de sua técnica e do racionalismo com que criava suas histórias. É essa dualidade que o projeta como um dos mestres da literatura mundial.

Principais Obras:

Contos

O gato preto, Ligéia, O coração delator, A queda da casa de Usher, O poço e o pêndulo, Berenice, O barril de Amontillado, Assassinato de Maria Roget, Os crimes da Rua Morgue, A Máscara da Morte Escarlate, William Wilson, A carta roubada, O Retrato Oval.

Poemas

O Corvo e outros Poemas (1845), Annabel Lee, A cidade do mar, Para Helena.

Fontes
POE, Edgar Allan. Biblioteca Universal Estados Unidos: Contos. São Paulo, Três, 1974, p. 09-15.

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