Haverá isenção ilimitada para s candidatos que cumprirem pré-requisitos.
Comissão do Vestibular da IFPE espera cerca de 60 mil escritos.
Do G1 PE
O vestibular 2014 do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) vai ofecer 6.627 vagas para o vestibular, um número 10% maior do que o concurso do ano anterior. As vagas serão distribuídas em nove campi e 19 polos de Educação à Distância. Além disso, a unidade vai conceder número ilimitado de inscrições com isenção para os candidatos que cumprirem os pré-requisitos. As pessoas que se encaixarem nas cotas sociais ou vierem de escolas públicas não vão precisar pagar a taxa de R$ 20 para cursos técnicos e R$ 40 para cursos superiores. Os detalhes do ingresso foram divulgados na manhã desta sexta-feira (9), no próprio IFPE.
As provas serão realizadas no dia 1º de dezembro. Terão direito à isenção da taxa estudantes vindos de escolas públicas, estudantes vindos de escola particular desde que tenham recebido o benefício de bolsa integral, mulheres inseridas no programa Mulheres Mil, da Rede Federal de Ensino, moradores da zona rural que se inscreverem em cursos de vocação agrícola, participantes do Proeja, da educação de Jovens e Adultos, e participantes do Proifpe, programa da instituição que visa o acesso e permanência no curso superior e o êxito do estudante no mercado de trabalho.
Das vagas, 5.243 serão para os 27 cursos técnicos e 1.384 para 15 cursos superiores. Metade delas serão destinadas a estudantes inseridos nas cotas raciais (12,5% das vagas para negros, pardos e índios), ou sociais (estudantes com renda familiar de até 1,5 salários mínimos vão corresponder a 25% das vagas disponíveis; alunos com pais agricultores terão os outros 12,5% das vagas reservadas). A outra metade das vagas gerais será para a livre concorrência.
Já das 1384 vagas destinadas aos cursos superiores, 528 serão para estudantes selecionados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), e devem começar a estudar na segunda entrada, no segundo semestre de 2014. Os cursos da IFPE são ministrados pelas unidades de Afogados da Ingazeira, Barreiros, Belo Jardim, Caruaru, Garanhuns, Ipojuca, Pesqueira, Recife, Vitória de Santo Antão e 20 pólos Educação à Distância (EAD) em várias cidades de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia.
A Comissão do Vestibular da IFPE espera cerca de 60 mil escritos. Para solucionar quaisquer dúvidas, o candidato pode entrar em contato com a Instituição pelo telefone (81) 2125.1666 ou pelo e-mail cvest2014@reitoria.ifpe.edu.br.
Cronograma
O edital será publicado no site do IFPE no dia 6 de setembro. Do dia 9 ao dia 11 do mesmo mês, os estudantes que quiserem isenção da taxa devem fazer a solicitação online. Eles terão até o dia 19 de setembro para apresentar, na institução onde será realizado o curso, os documentos necessários à comprovação de renda e aos outros critérios. Os documentos específicos ainda não foram divulgados. O resultado da isenção sai no dia 20 de setembro, também no site.
No mesmo dia, 20 de setembro, terão início as inscrições para o vestibular, que segue até o dia 14 de outubro. O pagamento da taxa deve ser feito em agências do Banco do Brasil até o dia 15 de outubro. Quando confirmada a candidatura, o estudante deve retirar o cartão de inscrição online no período que vai do dia 25 de outubro ao dia 1º de novembro. Para qualquer correção no cartão, o candidato deve retificar presencialmente no IFPE em qualquer dia entre o dia 25/10 e 04/11. O cartão retificado deve ser retirado, também online, a partir do dia 5/11. Candidatos vão fazer a prova no dia 1º de dezembro, às 9h, e o resultado deve ser divulgado no dia 20 de dezembro.
A prova
O concurso que vai selecionar alunos para o Ensino Superior consiste em uma prova com 50 questões de múltipla escolha que correspondem a 80% da nota. São 10 quesitos de matemática, 10 de português, 5 de física, 5 de química, 5 de biologia, 5 de língua estrangeira (português ou espanhol), 5 de história e 5 de geografia. A redação vai valer os outros 20% da nota. A prova para todos os cursos superiores é a mesma, exceto o curso de Licenciatura em Música Popular Brasileira, no campi de Belo Jardim, que também conta com prova específica de instrumento.
Konstantinos - Uranus
sábado, 10 de agosto de 2013
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Euclides da Cunha – autor do clássico Os sertões.
Passou sua infância no Rio de Janeiro, mais precisamente em Teresópolis e São Fidélis, onde foi criado por tias, pois era órfão. Após alguns anos, ingressou na Escola Militar, da qual foi expulso por suas idéias republicanas que o levaram a desacatar o Ministro de Guerra, em 1888. Contudo, com a proclamação da República, o autor voltou à Escola Superior de Guerra e formou-se em Engenharia Militar e Ciências Naturais. Porém, Euclides da Cunha começou a contestar as decisões republicanas e resolveu desligar-se totalmente da carreira militar.
Em 1897, quando mudou-se do Rio para São Paulo, passou a fazer a cobertura da revolta de Canudos para o jornal O Estado de S. Paulo. A experiência como jornalista no nordeste resultou na obra mais conhecida do escritor: Os sertões.
Pertencente ao Pré-Modernismo, o clássico Os sertões de Euclides da Cunha tem como característica principal: o regionalismo. A realidade do Nordeste brasileiro é retratada com fidelidade na obra, a qual descreve as condições precárias de vida da região e os motivos pelos quais ocorreu o drama da Guerra de Canudos. O sucesso da obra foi tamanho que o autor foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1903. O livro Os sertões é consagrado como referência na literatura e na sociologia para o estudo do sertanejo. Em seu livro o autor retrata a terra nordestina, o homem sertanejo e a luta travada pelos nordestinos na Guerra de Canudos.
Euclides da Cunha foi assassinado em 1909, devido a questões familiares.
Vejamos a figura do homem nordestino em um trecho da obra Os sertões:
"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e firme. Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das trilhas sertanejas”. (...)
Obras: Os sertões (1902); Peru versus Bolívia (1907); Contrastes e confrontos (1907); À margem da História (1909).
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
http://www.brasilescola.com/
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lidera os esforços internacionais de erradicação da fome e da insegurança alimentar.
Criada em 16 de outubro de 1945, a FAO atua como um fórum neutro, onde todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, se reúnem em pé de igualdade para negociar acordos, debater políticas e impulsionar iniciativas estratégicas.
Atualmente a FAO tem 191 países membros, mais a Comunidade Europeia. Nossa sede central é em Roma, Itália, e nossa rede mundial compreende cinco escritórios regionais e 78 escritórios nacionais.
FAO no Brasil
A FAO também é fonte de conhecimento e informação. Nós ajudamos os países a aperfeiçoar e modernizar suas atividades agrícolas, florestais e pesqueiras, para assegurar uma boa nutrição a todos e o desenvolvimento agrícola e rural sustentável.
Desde sua fundação, a FAO tem dado atenção especial ao desenvolvimento das áreas rurais, onde vivem 70% das populações de baixa renda, e que ainda passam fome.
Um compromisso
A FAO trabalha no combate à fome e à pobreza, promove o desenvolvimento agrícola, a melhoria da nutrição, a busca da segurança alimentar e o acesso de todas as pessoas, em todos os momentos, aos alimentos necessários para uma vida ativa e saudável.
Reforça a agricultura e o desenvolvimento sustentável, como estratégia a longo prazo para aumentar a produção e o acesso de todos aos alimentos, ao mesmo tempo em que preserva os recursos naturais.
Linhas de ação da FAO
Assistência Técnica aos Países em Desenvolvimento e Cooperação Sul-Sul: Apóia os países em desenvolvimento com a formulação e execução de políticas e projetos de assistência técnica em apoio de programas nas áreas agrícola, alimentar, de desenvolvimento rural, florestal e pesqueira e para a cooperação Sul-Sul.
Informação ao alcance de todos: A FAO funciona como uma rede de conhecimentos. Usamos a excelência de nosso staff – agrônomos, engenheiros florestais e outros profissionais – para coletar, analisar e disseminar informações. Também publicamos newsletters e livros, distribuímos revistas e criamos material em mídia eletrônica.
Assessoramento aos governos: A FAO divide sua experiência com os países membros prestando assessoria sobre política e planejamento agrícola, desenvolvendo legislações e criando estratégias nacionais.
Fórum neutro
Fornece a todos os países oportunidades para se reunirem, discutirem ou formularem políticas relacionadas com agricultura e alimentação. Formula normas internacionais, facilita o estabelecimento de convênios e acordos e organiza conferências, reuniões técnicas e consultorias de especialistas.
Algumas ações da FAO no Brasil desenvolvidas em parceria com programas brasileiros:
Apoio ao Programa Fome Zero, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS).
Apoio ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, em parce- ria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Apoio ao Programa de Organização Produtiva de Comunidades – PRODUZIR, em parceria com o Ministério da Integração Nacional (MI).
Apoio ao Programa Nacional de Florestas – PNF, em parceria com o Ministério do Meio Am- biente (MMA).
Apoio ao Programa Nacional de Gestão Ambiental Rural, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Apoio ao Plano Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aqüicultura, em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura da Presidência da República.
Apoio ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Ministério da Educação (MEC).
Apoio ao Programa de Áreas Degradadas na Amazônia (Pradam), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e iniciativas regionais e subregionais vinculadas a Sanidade Animal, Proteção Vegetal, Biocombustíveis, Segurança Alimentar.
A FAO trabalha em parceria com agências do Sistema da Organização das Nações Unidas, Banco Mundial, Missão Européia, Fundo Global para o Desenvolvimento (GEF), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), entre outras.
Trabalha, também, com a Sociedade Civil como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), universidades e outras organizações. http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/fao/
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lidera os esforços internacionais de erradicação da fome e da insegurança alimentar.
Criada em 16 de outubro de 1945, a FAO atua como um fórum neutro, onde todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, se reúnem em pé de igualdade para negociar acordos, debater políticas e impulsionar iniciativas estratégicas.
Atualmente a FAO tem 191 países membros, mais a Comunidade Europeia. Nossa sede central é em Roma, Itália, e nossa rede mundial compreende cinco escritórios regionais e 78 escritórios nacionais.
FAO no Brasil
A FAO também é fonte de conhecimento e informação. Nós ajudamos os países a aperfeiçoar e modernizar suas atividades agrícolas, florestais e pesqueiras, para assegurar uma boa nutrição a todos e o desenvolvimento agrícola e rural sustentável.
Desde sua fundação, a FAO tem dado atenção especial ao desenvolvimento das áreas rurais, onde vivem 70% das populações de baixa renda, e que ainda passam fome.
Um compromisso
A FAO trabalha no combate à fome e à pobreza, promove o desenvolvimento agrícola, a melhoria da nutrição, a busca da segurança alimentar e o acesso de todas as pessoas, em todos os momentos, aos alimentos necessários para uma vida ativa e saudável.
Reforça a agricultura e o desenvolvimento sustentável, como estratégia a longo prazo para aumentar a produção e o acesso de todos aos alimentos, ao mesmo tempo em que preserva os recursos naturais.
Linhas de ação da FAO
Assistência Técnica aos Países em Desenvolvimento e Cooperação Sul-Sul: Apóia os países em desenvolvimento com a formulação e execução de políticas e projetos de assistência técnica em apoio de programas nas áreas agrícola, alimentar, de desenvolvimento rural, florestal e pesqueira e para a cooperação Sul-Sul.
Informação ao alcance de todos: A FAO funciona como uma rede de conhecimentos. Usamos a excelência de nosso staff – agrônomos, engenheiros florestais e outros profissionais – para coletar, analisar e disseminar informações. Também publicamos newsletters e livros, distribuímos revistas e criamos material em mídia eletrônica.
Assessoramento aos governos: A FAO divide sua experiência com os países membros prestando assessoria sobre política e planejamento agrícola, desenvolvendo legislações e criando estratégias nacionais.
Fórum neutro
Fornece a todos os países oportunidades para se reunirem, discutirem ou formularem políticas relacionadas com agricultura e alimentação. Formula normas internacionais, facilita o estabelecimento de convênios e acordos e organiza conferências, reuniões técnicas e consultorias de especialistas.
Algumas ações da FAO no Brasil desenvolvidas em parceria com programas brasileiros:
Apoio ao Programa Fome Zero, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS).
Apoio ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, em parce- ria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Apoio ao Programa de Organização Produtiva de Comunidades – PRODUZIR, em parceria com o Ministério da Integração Nacional (MI).
Apoio ao Programa Nacional de Florestas – PNF, em parceria com o Ministério do Meio Am- biente (MMA).
Apoio ao Programa Nacional de Gestão Ambiental Rural, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Apoio ao Plano Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aqüicultura, em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura da Presidência da República.
Apoio ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Ministério da Educação (MEC).
Apoio ao Programa de Áreas Degradadas na Amazônia (Pradam), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e iniciativas regionais e subregionais vinculadas a Sanidade Animal, Proteção Vegetal, Biocombustíveis, Segurança Alimentar.
A FAO trabalha em parceria com agências do Sistema da Organização das Nações Unidas, Banco Mundial, Missão Européia, Fundo Global para o Desenvolvimento (GEF), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), entre outras.
Trabalha, também, com a Sociedade Civil como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), universidades e outras organizações. http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/fao/
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Yasser Arafat
Yasser Arafat
Líder palestiniano, de nome completo Mohammad Abdel Rauf Arafat al-Qudwa al-Husseini, nascido em 1929, em Jerusalém, começou cedo a atividade política a favor do seu povo, que se via sem território próprio onde localizar uma pátria. Destacou-se sobretudo pelos cargos de presidente da Organização de Libertação da Palestina (OLP), que assumiu em 1968, e presidente da Autoridade Palestiniana autónoma (com sede em Jerusalém), que governa os territórios de Jericó e da Faixa de Gaza.
Foi, de 1952 a 1956, presidente da União dos Estudantes da Palestina, tendo-se licenciado, ainda em 1956, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Cairo. Em 1959 fundou o movimento Al-Fatah, que se tornou o braço armado da OLP, organização que, em 1974, foi reconhecida como representante do povo palestiniano. Realizou diversas viagens, contactando líderes de diversos países em busca de apoios políticos para a sua causa, e foi também convidado a discursar na Assembleia Geral da ONU, facto que ficou registado na história política palestiniana.
Arafat imprimiu à luta do povo palestiniano um cunho próprio, que valorizava o empenho diplomático e os esforços de conciliação. Em 1988 proclamou a independência do Estado da Palestina. Reconheceu, em 1993, a existência do Estado de Israel, o grande adversário nesta senda, e, no ano seguinte, assinou o acordo de paz que concedia autonomia aos territórios ocupados pelos judeus. Este acontecimento chamou a atenção do Comité Nobel, que decidiu laurear Arafat, juntamente com os líderes israelitas Yitzhak Rabin e Shimon Perez, com o Prémio Nobel da Paz (1994) - Arafat visitaria Israel, pela primeira vez, logo no ano seguinte, aquando da morte de Yitzhak Rabin. Apesar dos esforços, as contendas entre palestinianos e israelitas não pararam devido a ataques de grupos extremistas, que causaram inúmeros problemas à tentativa de manutenção da paz.
O acordo de paz entre os dois territórios passou por várias dificuldades durante o mandato de Benjamin Netanyahu (1996-1999), substituto do primeiro-ministro Yitzhak Rabin.
Em maio de 1999, Ehud Barak foi eleito chefe do governo israelita. Várias tentativas foram levadas a cabo pelos dois líderes para que o acordo de paz fosse cumprido (encontros de Camp David, em 2000, nos EUA), mas fracassaram, e os atos de violência intensificaram-se. O ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 aos EUA agravou ainda mais a situação. Mais tarde, os acordos diplomáticos entre Ehud Barak e Yasser Arafat foram quebrados e ataques israelitas à Palestina proporcionaram o cerco à sede de Yasser Arafat em Ramallah, tornando-o prisioneiro domiciliário, em 2002. O líder palestiniano vivia um período de isolamento diplomático e resolveu anunciar eleições governamentais em 2004, mas o parlamento não lhe deu o voto de confiança necessário e o seu gabinete demitiu-se.
Em março de 2003 cedeu à pressão internacional e nomeou um primeiro-ministro, Mahmoud Abbas (líder parlamentar da Autoridade Palestiniana), que ficaria encarregado da política local, relacionada com os territórios palestinianos. Yasser Arafat continuaria com a política internacional e com o poder de demitir ou eleger o primeiro-ministro.
Em finais de outubro de 2004, sofreu um colapso que o pôs entre a vida e a morte, tendo sido assistido por uma forte equipa médica. O estado de saúde de Arafat inspirava cuidados e as autoridades israelitas levantaram o cerco a Ramallah, permitindo, assim, a hospitalização do líder palestiniano em Paris. Acabou por falecer na madrugada de 11 de novembro do mesmo ano.
Foi substituido, nas eleições de 9 de janeiro de 2005, por Mahmoud Abbas na presidência da Autoridade Palestiniana.
Líder palestiniano, de nome completo Mohammad Abdel Rauf Arafat al-Qudwa al-Husseini, nascido em 1929, em Jerusalém, começou cedo a atividade política a favor do seu povo, que se via sem território próprio onde localizar uma pátria. Destacou-se sobretudo pelos cargos de presidente da Organização de Libertação da Palestina (OLP), que assumiu em 1968, e presidente da Autoridade Palestiniana autónoma (com sede em Jerusalém), que governa os territórios de Jericó e da Faixa de Gaza.
Foi, de 1952 a 1956, presidente da União dos Estudantes da Palestina, tendo-se licenciado, ainda em 1956, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Cairo. Em 1959 fundou o movimento Al-Fatah, que se tornou o braço armado da OLP, organização que, em 1974, foi reconhecida como representante do povo palestiniano. Realizou diversas viagens, contactando líderes de diversos países em busca de apoios políticos para a sua causa, e foi também convidado a discursar na Assembleia Geral da ONU, facto que ficou registado na história política palestiniana.
Arafat imprimiu à luta do povo palestiniano um cunho próprio, que valorizava o empenho diplomático e os esforços de conciliação. Em 1988 proclamou a independência do Estado da Palestina. Reconheceu, em 1993, a existência do Estado de Israel, o grande adversário nesta senda, e, no ano seguinte, assinou o acordo de paz que concedia autonomia aos territórios ocupados pelos judeus. Este acontecimento chamou a atenção do Comité Nobel, que decidiu laurear Arafat, juntamente com os líderes israelitas Yitzhak Rabin e Shimon Perez, com o Prémio Nobel da Paz (1994) - Arafat visitaria Israel, pela primeira vez, logo no ano seguinte, aquando da morte de Yitzhak Rabin. Apesar dos esforços, as contendas entre palestinianos e israelitas não pararam devido a ataques de grupos extremistas, que causaram inúmeros problemas à tentativa de manutenção da paz.
O acordo de paz entre os dois territórios passou por várias dificuldades durante o mandato de Benjamin Netanyahu (1996-1999), substituto do primeiro-ministro Yitzhak Rabin.
Em maio de 1999, Ehud Barak foi eleito chefe do governo israelita. Várias tentativas foram levadas a cabo pelos dois líderes para que o acordo de paz fosse cumprido (encontros de Camp David, em 2000, nos EUA), mas fracassaram, e os atos de violência intensificaram-se. O ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 aos EUA agravou ainda mais a situação. Mais tarde, os acordos diplomáticos entre Ehud Barak e Yasser Arafat foram quebrados e ataques israelitas à Palestina proporcionaram o cerco à sede de Yasser Arafat em Ramallah, tornando-o prisioneiro domiciliário, em 2002. O líder palestiniano vivia um período de isolamento diplomático e resolveu anunciar eleições governamentais em 2004, mas o parlamento não lhe deu o voto de confiança necessário e o seu gabinete demitiu-se.
Em março de 2003 cedeu à pressão internacional e nomeou um primeiro-ministro, Mahmoud Abbas (líder parlamentar da Autoridade Palestiniana), que ficaria encarregado da política local, relacionada com os territórios palestinianos. Yasser Arafat continuaria com a política internacional e com o poder de demitir ou eleger o primeiro-ministro.
Em finais de outubro de 2004, sofreu um colapso que o pôs entre a vida e a morte, tendo sido assistido por uma forte equipa médica. O estado de saúde de Arafat inspirava cuidados e as autoridades israelitas levantaram o cerco a Ramallah, permitindo, assim, a hospitalização do líder palestiniano em Paris. Acabou por falecer na madrugada de 11 de novembro do mesmo ano.
Foi substituido, nas eleições de 9 de janeiro de 2005, por Mahmoud Abbas na presidência da Autoridade Palestiniana.
terça-feira, 30 de julho de 2013
Israel e Palestina negociam a paz / Análise: Por acordo histórico, líderes enfrentam ceticismo e tempo
Clique para ampliar a imagem
HARRIET SHERWOOD
DO "GUARDIAN", EM JERUSALÉM
Negociadores israelenses e palestinos encaram-se depois de quase três anos para negociar um fim ao conflito.
O fato de o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ter chegado tão longe confunde os céticos.
EUA preveem processo difícil para israelenses e palestinos
Prisioneiros a serem soltos por Israel mataram pelo menos 71
Dúvidas, porém, persistem. Questão crítica é se os dois líderes --o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas-- estão dispostos a fazer as concessões necessárias.
Embora Netanyahu relute em ceder terras colonizadas nos últimos 46 anos, ele afirmou como meta "impedir um Estado binacional entre o rio Jordão e o Mediterrâneo".
Isso levaria ao fim do "Estado judaico" ou a um regime como o do apartheid, em que direitos seriam negados a palestinos. Além disso, em seu terceiro mandato, ele talvez cogite abrir mão de territórios para entrar na história.
Soma-se a isso a pressão dos EUA e da União Europeia, cuja diretiva contra apoio financeiro a entidades israelenses em assentamentos impactou a disposição das partes.
Para Mahmoud Abbas, as alternativas também são difíceis. Desistir de um Estado independente traz a perspectiva de um retorno à violência pela frustração dos palestinos.
Abbas, 78, que dedicou a maior parte da vida às negociações --até aqui, sem êxito-- também pondera um legado.
Os obstáculos são enormes. Palestinos e EUA querem fronteiras pré-1967, o que Israel nega. Há diferenças sobre Jerusalém, que ambos querem como capital --divisão rejeitada por Israel--, e o retorno de refugiados palestinos.
Governada pelo Hamas e física e politicamente separada da Cisjordânia, a faixa de Gaza mal tem sido mencionada. E a exigência de que os palestinos reconheçam Israel tem sido rejeitada. O ceticismo ainda está à frente. ( Folha/Uol)
Tradução de CLARA ALLAIN
Político e revolucionário chinês Mao Tsé-Tung
Mao Tsé-Tung
26/12/1893, Shaoshan, China
9/9/1976, Pequim, China
A Revolução Cultural promovida por Mao perseguiu intelectuais e velhas lideranças do PC
Fundador da República Popular da China e um dos mais proeminentes teóricos do comunismo do século 20, Mao Tsé-Tung (ou Mao Zedong) desenvolveu idéias sobre revolução e guerrilha que influenciaram marxistas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, onde o PC do B - então na clandestinidade e ligado à China - desenvolveu ações guerrilheiras durante a década de 1970.
Mao nasceu numa família de camponeses, mas recebeu uma educação esmerada. Desde jovem, porém, revoltou-se com a situação social opressiva de seu país e foi um dos fundadores do Partido Comunista Chinês. Durante os anos 1920, conjuntamente com o Kuomitang - ou Partido Nacionalista Chinês - organizou sindicatos e entidades de classe operárias e camponesas. Em 1927, ocorreu o rompimento entre os dois partidos e teve início o processo revolucionário chinês.
Durante os anos seguintes, após um levante fracassado em Hunan, Mao estabeleceu sovietes no interior do país e organizou o Exército vermelho. Em 1931, foi eleito presidente da República Soviética da China, com base na província rural de Jiangxi. Depois de diversos enfrentamentos com os nacionalistas, e quase derrotado, Mao conduziu o Exército vermelho pela chamada "Longa Marcha", percorrendo 10 mil quilômetros até a província de Shensi. Tornou-se assim o principal líder comunista do país.
Durante a Segunda Guerra Mundial, comunistas e nacionalistas continuaram guerreando entre si, mesmo combatendo os japoneses que invadiram o país. A guerra civil chinesa foi em frente após a derrota do Japão e resultou na tomada da China continental pelos comunistas, que forçaram os nacionalistas a se fixar em Formosa (Taiwan), criando uma divisão do país que permanece até os dias de hoje.
Em 1949, foi fundada a República Popular da China. Mao tornou-se seu presidente, assim como secretário-geral do Partido Comunista Chinês. No entanto, a China era um país atrasado em termos econômicos e industriais. Na tentativa de resolvê-los, usando como combustível a ideologia revolucionária, Mao lançou em 1958 a política que chamou de "Grande Salto para a Frente", com o intuito de industrializar o país.
Essa política revelou-se desastrosa. Não só não conseguiu a industrialização do país como matou de fome cerca de 20 milhões de chineses (estimativas mais recentes mencionam 70 milhões). Isso resultou também na ruptura com a União Soviética que cortou seu auxílio à China. Mao acusou os soviéticos de traidores do marxismo e de "revisionistas".
Após um breve período em plano secundário, Mao retornou ao poder promovendo o que chamou de Revolução Cultural (1966-1976). Através dela, mobilizou as massas contra as velhas lideranças do Partido Comunista Chinês, a quem acusava de burocratização ao estilo soviético.
É desse período, mais precisamente de 1964, que data a publicação do Livro vermelho, coletânea de citações e trechos de discursos de Mao, organizado pelo ministro da defesa e chefe das forças armadas, Lin Piao. O livro, em formato de bolso, foi um instrumento eficaz no desenvolvimento do culto à personalidade de Mao. Utilizado para a doutrinação ideológica das massas, reafirmava a ideia de que o maoísmo era a culminação do pensamento marxista-leninista. Durante esse período, citações do livro eram exigidas inclusive em trabalhos científicos e sua leitura realizada, diariamente, nas escolas e nos locais de trabalho.
O passo seguinte, a criação de grupos armados de estudantes, que perseguiram intelectuais, professores e antigos membros do PC, acabou resultando num banho de sangue cujas mortes ainda não podem ser calculadas, dado o fato de a ditadura comunista chinesa continuar impedindo as investigações.
Vale mencionar que, enquanto os massacres varriam a China, os intelectuais ocidentais garantiam que tudo não passava de propaganda anticomunista e filósofos do porte de Jean-Paul Sartre se proclamava maoísta, tecendo louvores à Revolução Cultural.
Em 1976, porém, com a morte de Mao, o processo se interrompeu. A viúva de Mao, Jiang Qing, que tentou sucedê-lo, não conseguiu se manter por mais de poucos meses no poder. Os oponentes de Mao que lhe haviam sobrevivido, liderados por Deng Xiaoping, deram um golpe de estado e imprimiram novos rumos à China - sem desviar da política ditatorial do partido único.
26/12/1893, Shaoshan, China
9/9/1976, Pequim, China
A Revolução Cultural promovida por Mao perseguiu intelectuais e velhas lideranças do PC
Fundador da República Popular da China e um dos mais proeminentes teóricos do comunismo do século 20, Mao Tsé-Tung (ou Mao Zedong) desenvolveu idéias sobre revolução e guerrilha que influenciaram marxistas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, onde o PC do B - então na clandestinidade e ligado à China - desenvolveu ações guerrilheiras durante a década de 1970.
Mao nasceu numa família de camponeses, mas recebeu uma educação esmerada. Desde jovem, porém, revoltou-se com a situação social opressiva de seu país e foi um dos fundadores do Partido Comunista Chinês. Durante os anos 1920, conjuntamente com o Kuomitang - ou Partido Nacionalista Chinês - organizou sindicatos e entidades de classe operárias e camponesas. Em 1927, ocorreu o rompimento entre os dois partidos e teve início o processo revolucionário chinês.
Durante os anos seguintes, após um levante fracassado em Hunan, Mao estabeleceu sovietes no interior do país e organizou o Exército vermelho. Em 1931, foi eleito presidente da República Soviética da China, com base na província rural de Jiangxi. Depois de diversos enfrentamentos com os nacionalistas, e quase derrotado, Mao conduziu o Exército vermelho pela chamada "Longa Marcha", percorrendo 10 mil quilômetros até a província de Shensi. Tornou-se assim o principal líder comunista do país.
Durante a Segunda Guerra Mundial, comunistas e nacionalistas continuaram guerreando entre si, mesmo combatendo os japoneses que invadiram o país. A guerra civil chinesa foi em frente após a derrota do Japão e resultou na tomada da China continental pelos comunistas, que forçaram os nacionalistas a se fixar em Formosa (Taiwan), criando uma divisão do país que permanece até os dias de hoje.
Em 1949, foi fundada a República Popular da China. Mao tornou-se seu presidente, assim como secretário-geral do Partido Comunista Chinês. No entanto, a China era um país atrasado em termos econômicos e industriais. Na tentativa de resolvê-los, usando como combustível a ideologia revolucionária, Mao lançou em 1958 a política que chamou de "Grande Salto para a Frente", com o intuito de industrializar o país.
Essa política revelou-se desastrosa. Não só não conseguiu a industrialização do país como matou de fome cerca de 20 milhões de chineses (estimativas mais recentes mencionam 70 milhões). Isso resultou também na ruptura com a União Soviética que cortou seu auxílio à China. Mao acusou os soviéticos de traidores do marxismo e de "revisionistas".
Após um breve período em plano secundário, Mao retornou ao poder promovendo o que chamou de Revolução Cultural (1966-1976). Através dela, mobilizou as massas contra as velhas lideranças do Partido Comunista Chinês, a quem acusava de burocratização ao estilo soviético.
É desse período, mais precisamente de 1964, que data a publicação do Livro vermelho, coletânea de citações e trechos de discursos de Mao, organizado pelo ministro da defesa e chefe das forças armadas, Lin Piao. O livro, em formato de bolso, foi um instrumento eficaz no desenvolvimento do culto à personalidade de Mao. Utilizado para a doutrinação ideológica das massas, reafirmava a ideia de que o maoísmo era a culminação do pensamento marxista-leninista. Durante esse período, citações do livro eram exigidas inclusive em trabalhos científicos e sua leitura realizada, diariamente, nas escolas e nos locais de trabalho.
O passo seguinte, a criação de grupos armados de estudantes, que perseguiram intelectuais, professores e antigos membros do PC, acabou resultando num banho de sangue cujas mortes ainda não podem ser calculadas, dado o fato de a ditadura comunista chinesa continuar impedindo as investigações.
Vale mencionar que, enquanto os massacres varriam a China, os intelectuais ocidentais garantiam que tudo não passava de propaganda anticomunista e filósofos do porte de Jean-Paul Sartre se proclamava maoísta, tecendo louvores à Revolução Cultural.
Em 1976, porém, com a morte de Mao, o processo se interrompeu. A viúva de Mao, Jiang Qing, que tentou sucedê-lo, não conseguiu se manter por mais de poucos meses no poder. Os oponentes de Mao que lhe haviam sobrevivido, liderados por Deng Xiaoping, deram um golpe de estado e imprimiram novos rumos à China - sem desviar da política ditatorial do partido único.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
'Se uma pessoa é gay e busca Deus, quem sou eu para julgá-la?', diz papa / FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A ROMA
Papa no Brasil Na mais ousada declaração de um pontífice sobre homossexualismo, o papa Francisco disse que os gays "não devem ser marginalizados, mas integrados à sociedade" e que não se sente em condição de julgá-los.
"Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?", afirmou Francisco aos cerca de 70 jornalistas que embarcaram a Roma com ele. "O catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas integrados à sociedade."
As declarações foram em resposta a recentes revelações de que um assessor próximo seria homossexual e a uma frase atribuída a ele no início de junho, de que havia um "lobby gay" no Vaticano. Segundo ele explicou ontem, o problema não é ser gay, mas o lobby em geral.
"Vocês vêm muita coisa escrita sobre o "lobby gay". Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um cartão de identidade dizendo que é gay. Dizem que há alguns. Acho que, quando alguém se encontra com uma pessoa assim, devemos distinguir entre o fato de que uma pessoa é gay de formar um lobby gay, porque nem todos os lobbies são bons. Isso é o que é ruim."
"O problema não é ter essa tendência [gay]. Devemos ser como irmãos. O problema é o lobby dessa tendência, da tendência de pessoas gananciosas: lobby político, de maçons, tantos lobbies. Esse é o pior problema."
Questionado sobre o movimento carismático no Brasil, Francisco disse que, no início, chegou a compará-los com uma "escola de samba", mas que se arrependeu: diz que os movimentos "bem assessorados" são parte da "igreja que se renova".
Antes de aceitar perguntas, Francisco disse que "foi uma bela viagem" e elogiou o "povo brasileiro". "Espiritualmente me fez bem, estou cansado, mas me fez bem", afirmou.
"A bondade e o coração do povo brasileiro são muito grandes. É um povo tão amável, que é uma festa, que no sofrimento sempre vai achar um caminho para fazer o bem em alguma parte.
Um povo alegre, um povo que sofreu tanto. É corajosa a vida dos brasileiros. Tem um grande coração, este povo."
O papa elogiou os organizadores "tanto da nossa parte quanto dos brasileiros", com menções à parte artística e religiosa. "Era tudo cronometrado, mas muito bonito."
Sobre a segurança, uma grande preocupação principalmente no início, o papa lembrou que "não teve um incidente com esses jovens, foi super espontâneo".
Roberto Stuckert Filho
Papa Francisco conversa com a presidente Dilma Rousseff, Cristina Kirchner, a presidente da Argentina e Evo Morales, presidente da Bolívia durante a missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude
"Com menos segurança, eu pude estar com as pessoas, saudá-los, sem carro blindado. A segurança é a confiança de um povo. Há sempre o perigo de um louco, mas com esse temos o Senhor. Eu prefiro esta loucura, e ter o risco da loucura, que é uma aproximação."
Francisco ressaltou ainda a estimativa oficial de 3,2 milhões de fiéis e a presença de peregrinos de 178 países.
Mesmo depois do domingo intenso, que incluiu um novo percurso de papamóvel e três pronunciamentos, Francisco, 76, respondeu às perguntas de pé por quase 90 minutos, não parando nem durante uma zona de turbulência e com aviso de atar os cintos ligado.
Enquanto falava, surpreendia ao colocar a mão no bolso de sua vestimenta papal com a naturalidade de uma roupa qualquer. Para ouvir melhor um jornalista, se inclinou para frente e apoiou as mãos sobre uma poltrona. Chegou até a se abaixar para pegar um fone de ouvido que caiu na sua frente, mas alguém foi mais rápido.
A seguir, a entrevista a bordo do "volo papale", em que ele defende maior participação da mulher, explica o processo de reforma do Vaticano e fala sobre a sua relação com Bento 16, entre outros temas:
Pergunta - Nestes quatro meses, o senhor criou várias comissões. Que tipo de reforma tem em mente? O sr. quer suprimir o banco do Vaticano?
Papa Francisco - Os passos que eu fui dando nestes quatro meses e meio vão em duas vertentes. O conteúdo do que quero fazer vem da congregação dos cardeais. Eu me lembro que os cardeais pediam muitas coisas para o novo papa, antes do conclave. Eu me lembro de que tinha muita coisa. Por exemplo, a comissão de oito cardeais, a importância de ter uma consulta externa, e não uma consulta apenas interna.
Isso vai na linha do amadurecimento da sinodalidade e do primado. Os vários episcopados do mundo vão se expressando em muitas propostas que foram feitas, como a reforma da secretaria dos sínodos, que a comissão sinodal tenha característica de consultas, como o consistório cardinalício com temáticas específicas, como a canonização.
A vertente dos conteúdos vem daí. A segunda é a oportunidade. A formação da primeira comissão não me custou pouco mais de um mês. Pensava em tratar a parte econômica no ano que vem, porque não é a mais importante. Mas a agenda mudou devido a circunstâncias que vocês conhecem.
O primeiro é o problema do IOR [banco do Vaticano], como encaminhá-lo, como reformá-lo, como sanear o que há de ser sanado. E essa foi então a primeira comissão.
Depois, tivemos a comissão dos 15 cardeais que se ocupam dos assuntos econômicos da Santa Sé. E por isso decidimos fazer uma comissão para toda a economia da Santa Sé, uma única comissão de referência. Notou-se que o problema econômico estava fora da agenda. Mas essas coisas atendem.
Quando estamos no governo, vamos por um lado, mas, se chutam e fazem um golaço por outro lado, temos de atacar. A vida é assim. Eu não sei como o IOR vai ficar. Alguns acham melhor que seja um banco, outros que seja um fundo, uma instituição de ajuda. Eu não sei. Eu confio no trabalho das pessoas que estão trabalhando sobre isso.
O presidente do IOR permanence, o tesoureiro também, enquanto o diretor e o vice-diretor pediram demissão. Não sei como vai terminar essa história. E isso é bom. Não somos máquinas. Temos de achar o melhor. A característica de, seja o que for, tem de ter transparência e honestidade.
Uma fotografia do sr. deu a volta ao mundo, quando o sr. desceu as escadas do helicóptero, carregando sua mala preta. Artigos de todo o mundo comentaram o papa que sai com sua própria mala. Foram levantadas hipóteses também sobre o conteúdo da mala. Por que o sr. saiu carregando a maleta preta, e não seus colaboradores? E o sr. poderia dizer o que tinha dentro?
Não tinha a chave da bomba atômica. Eu sempre fiz isso, Quando viajo, levo minhas coisas. E dentro o que tem? Um barbeador, um breviário (livro de liturgia), uma agenda, tinha um livro para ler, sobre Santa Terezinha. Sou devoto de Santa Terezinha. Eu sempre levei a minha maleta. É normal. Temos de ser normais. É um pouco estranho isso que você me diz que a foto deu a volta ao mundo. Mas temos de nos habituar a sermos normais, à normalidade da vida.
Por que o senhor pede tanto para que rezem pelo senhor? Não é habitual ouvir de um papa que peça que rezem por ele.
Sempre pedi isso. Quando era padre, pedia, mas nem tanto nem tão frequentemente. Comecei a pedir mais frequentemente quando passei a bispo. Porque eu sinto que, se o Senhor não ajuda nesse trabalho de ajudar aos outros, não se pode. Preciso da ajuda do Senhor. Eu de verdade me sinto com tantos limites, tantos problemas, e também pecador. Peço a Nossa Senhora que reze por mim. É um hábito, mas que vem da necessidade. Sinto que devo pedir. Não sei
Na busca por fazer essas mudanças, o sr. disse que existem muitos santos que trabalham no Vaticano e outros um pouco menos santos. O sr. enfrenta resistências a essa sua vontade de mudar as coisas no Vaticano? O sr. vive num ambiente muito austero, de Santa Marta. Os seus colaboradores também vivem essa austeridade? Isso é algo apenas do sr. ou da comunidade?
As mudanças vêm de duas vertentes: do que pediram os cardeais e também o que vem da minha personalidade. Você falou que eu fico na Santa Marta. Eu não poderia viver sozinho no palácio, que não é luxuoso. O apartamento pontifício é grande, mas não é luxuoso. Mas eu não posso viver sozinho. Preciso de gente, falar com gente. Trabalhar com as pessoas. Porque, quando os meninos da escola jesuíta me perguntaram se eu estava aqui pela austeridade e pobreza, eu respondi: "Não, por motivos psiquiátricos."
Psicologicamente, não posso. Cada um deve levar adiante sua vida, seguir seu modo de vida. Os cardeais que trabalham na Cúria não vivem como ricos. Têm apartamentos pequenos. São austeros. Os que eu conheço têm apartamentos pequenos.
Cada um tem de viver como o Senhor disse que tem de viver. A austeridade é necessária para todos. Trabalhamos a serviço da igreja. É verdade que há santos, sacerdotes, padres, gente que prega, que trabalha tanto, que vai aos pobres, se preocupa de fazer comer os pobres. Têm santos na Cúria. Também têm alguns que não têm muitos santos. E são estes que fazem mais barulho. Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que nasce. Isso me dói. Porque são alguns que causam escândalos. São escândalos que fazem mal. Uma coisa que nunca disse: a Cúria deveria ter o nível que tinha dos velhos padres, pessoas que trabalham. Os velhos membros da Cúria. Precisamos deles. Precisamos o perfil do velho da Cúria.
Sobre resistência, se tem, ainda não vi. É verdade que aconteceram muitas coisas. Mas eu preciso dizer: eu encontrei ajuda, encontrei pessoas leais. Por exemplo, eu gosto quando alguém me diz :"Eu não estou de acordo". Esse é um verdadeiro colaborador. Mas, quando vejo aqueles que dizem "ah, que belo, que belo" e depois dizem o contrario por trás, isso não ajuda.
O mundo mudou, os jovens mudaram. Temos no Brasil muitos jovens, mas o senhor não falou de aborto, sobre a posição do Vaticano em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. No Brasil foram aprovadas leis que ampliam os direitos para estes casamentos em relação ao aborto. Por que o senhor não falou sobre isso?
A igreja já se expressou perfeitamente sobre isso. Eu não queria voltar sobre isso. Não era necessário voltar sobre isso, como também não era necessário falar sobre outros assuntos. Eu também não falei sobre o roubo, sobre a mentira. Para isso, a igreja tem uma doutrina clara. Queria falar de coisas positivas, que abrem caminho aos jovens. Além disso, os jovens sabem perfeitamente qual a posição da igreja.
E a do papa?
É a da Igreja, eu sou filho da Igreja.
Qual o sentido mais profundo de se apresentar como o bispo de Roma?
Não se deve andar mais adiante do que o que se fala. O papa é bispo de Roma e por isso é papa, o sucessor de Pedro. Não é o caso pensar que isso quer dizer que é o primeiro. Não é esse o sentido. O primeiro sentido do papa é ser o bispo de Roma.
O sr. teve sua primeira experiência multidinária no Rio. Como se sente como papa, é um trabalho duro?
Ser bispo é belo. O problema é quando alguém busca ter esse trabalho, assim não é tão belo. Mas, quando o Senhor chama para ser biso, isso é belo. Tem sempre o perigo e o pecado de pensar com superioridade, como se fosse um príncipe. Mas o trabalho é belo. Ajudar o irmão a ir adiante. Têm o filtro da estrada.
O bispo tem de indicar o caminho. Eu gosto de ser bispo. Em Buenos Aires, eu era tão feliz. Como padre, era feliz. Como bispo, era feliz e isso me faz bem.
E ser papa?
Se você faz o que o Senhor quer, é feliz. Esse é meu sentimento.
Igreja no Brasil está perdendo fieis. A Renovação Carismática é uma possibilidade para evitar que eles sigam para as igrejas pentecostais?
É verdade, as estatísticas mostram. Falamos sobre isso ontem com os bispos brasileiros. E isso é um problema que incomoda os bispos brasileiros.
Eu vou dizer uma coisa: nos anos 1970, início dos 1980, eu não podia nem vê-los. Uma vez, falando sobre eles, disse a seguinte frase: eles confundem uma celebração musical com uma escola de samba.
Eu me arrependi. Vi que os movimentos bem assessorados trilharam um bom caminho. Agora, vejo que esse movimento faz muito bem à igreja em geral. Em Buenos Aires, eu fazia uma missa com eles uma vez por ano, na catedral. Vi o bem que eles faziam.
Neste momento da igreja, creio que os movimentos são necessários. Esses movimentos são um graça para a igreja. A Renovação Carismática não serve apenas para evitar que alguns sigam os pentecostais. Eles são importantes para a própria igreja, a igreja que se renova.
A igreja sem a mulher perde a fecundidade? Quais as medidas concretas? O senhor disse que está cansado. Há algum tratamento especial neste voo?
Vamos começar pelo fim. Não há nenhum tratamento especial neste voo. Na frente, tem uma bela poltrona. Escrevi para dizer que não queria tratamento especial.
Segundo, as mulheres. Uma igreja sem as mulheres é como o colégio apostólico sem Maria. O papal da mulher na igreja não é só maternidade, a mãe da família. É muito mais forte. A mulher ajuda a igreja a crescer. E pensar que a Nossa Senhora é mais importante do que os apóstolos! A igreja é feminina, esposa, mãe.
O papel da mulher na igreja não deve ser só o de mãe e com um trabalho limitado. Não, tem outra coisa. O papa Paulo 6° escreveu uma coisa belíssima sobre as mulheres. Creio que se deva ir adiante esse papel. Não se pode entender uma igreja sem uma mulher ativa.
Um exemplo histórico: para mim, as mulheres paraguaias são as mais gloriosas da América Latina. Sobraram, depois da guerra (1864-1870), oito mulheres para cada homem. E essas mulheres fizeram uma escolha um pouco difícil. A escolha de ter filhos para salvar a pátria, a cultura, a fé, a língua.
Na igreja, se deve pensar nas mulheres sob essa perspectiva. Escolhas de risco, mas como mulher. Acredito que, até agora, não fizemos uma profunda teologia sobre a mulher. Somente um pouco aqui, um pouco lá. Tem a que faz a leitura, a presidente da Cáritas, mas há mais o que fazer. É necessário fazer uma profunda teologia da mulher. Isso é o que eu penso.
Queremos saber qual a sua relação de trabalho com Bento 16, não a amistosa, a de colaboração. Não houve antes uma circunstância assim. Os contatos são frequentes?
A última vez que houve dois ou três papa, eles não se falavam. Estavam brigando entre si, para ver quem era o verdadeiro. Eu fiquei muito feliz quando se tornou papa. Também, quando renunciou, foi, pra mim, um exemplo muito grande. É um homem de Deus, de reza. Hoje, ele mora no Vaticano.
Alguns me perguntam: como dois papas podem viver no Vaticano? Eu achei uma frase para explicar isso. É como ter um avô em casa. Um avô sábio. Na família, um avô é amado, admirado. Ele é um homem com prudência. Eu o convidei para vir comigo em algumas ocasiões. Ele prefere ficar reservado. Se eu tenho alguma dificuldade, não entendo alguma coisa, posso ir até ele.
Sobre o problema grave do Vatileaks [vazamento de documentos secretos], ele me disse tudo com simplicidade. Tem uma coisa que não sei se vocês sabem: Em 8 de fevereiro, no discurso, ele falou: "Entre vocês está o próximo papa. Eu prometo obediência". Isso é grande.
O sr. falou com os bispos brasileiros sobre a participação das mulheres na igreja. Gostaria de entender melhor como deve ser essa participação. O que sr. pensa sobre a ordenação das mulheres?
Sobre a participação das mulheres na igreja, não se pode limitar a alguns cargos: a catequista, a presidente da Cáritas. Deve ser mais, muito mais. Sobre a ordenação, a igreja já falou e disse que não. João Paulo 2° disse com uma formulação definitiva. Essa porta está fechada. Nossa senhora, Maria, é mais importante que os apóstolos. A mulher na igreja é mais importante que os bispos e os padres. Acredito que falte uma especificação teológica.
Nesta viagem, o sr. falou de misericórdia Sobre o acesso aos sacreamentos dos divorciados, existe a possibilidade de mudar alguma coisa na disciplina da igreja?
Essa é uma pergunta que sempre se faz. A misericórdia é maior do que o exemplo que você deu. Essa mudança de época e també tantos problemas na igreja, como alguns testemunhos de alguns padres, problemas de corrupção, do clericalismo A igreja é mãe. Ela cura os feridos. Ela não se cansa de perdoar.
Os divorciados podem fazer a comunhão. Não podem quando estão na segunda união. Esse problema deve ser estudado pela pastoral matrimonial. Há 15 dias, esteve comigo o secretário do sínodo dos bispos, para discutir o tema do próximo sínodo. E posso dizer que estamos a caminho de uma pastoral matrimonial mais profunda. O cardeal Guarantino disse ao meu antecessor que a metade dos matrimônios é nula. Porque as pessoas se casam sem maturidade ou porque socialmente devem se casar. Isso também entra na Pastoral do Matrimônio.
A questão da anulação do casamento deve ser revisada. É complexa a questão pastoral do matrimônio.
Em quatro meses de Pontificado, pode nos fazer um pequeno balanço e dizer o que foi o pior e o melhor de ser Papa? O que mais lhe surpreendeu neste período?
Não sei como responder isso, de verdade. Coisas ruins, ruins, não aconteceram. Coisas belas, sim. Por exemplo, o encontro com os bispos italianos, que foi tão bonito. Como bispo da capital da Itália, me senti em casa com eles. Uma coisa dolorosa foi a visita a Lampeduse [ilha que recebe imigrantes africanos], me fez chorar. Me fez bem. Quando chegam estes barcos, que os deixam a algumas milhas de distância da costa e eles têm de chegar (à costa) sozinhos, isso me dói porque penso que essas pessoas são vítimas do sistema sócio-econômico mundial.
Mas a coisa pior é o nervo ciático, é verdade, tive isso no primeiro mês. É verdade! Para uma entrevista, tive de me acomodar numa poltrona e isso me fez mal, era dolorosíssimo, não desejo isso a ninguém. O encontro com os seminaristas religiosos foi belíssimo. Também o encontro com os alunos do colégio jesuíta foi belíssimo. As pessoasconheci tantas pessoas boas no Vaticano. Isso é verdade, eu faço justiça. Tantas pessoas boas, mas boas, boas, boas.
Tem a esperança de que esta viagem ao Brasil contribua para trazer de volta os fiéis? Os argentinos se perguntam: não sente falta de estar em Buenos Aires, pegar um ônibus?
Uma viagem do papa sempre faz bem. E creio que a viagem ao Brasil fará bem, não apenas a presença do Papa. Eles (os brasileiros) se mobilizaram e vão ajudar muito a igreja. Tantos fiéis que foram se sentem felizes. Acho que será positivo não só pela viagem, mas pela jornada, um evento maravilhoso. Buenos Aires, sim, sinto falta. Mas é uma saudade serena.
O que o senhor pretende fazer em relação ao monsenhor Ricca e como pretende enfrentar toda esta questão do lobby gay?
Sobre monsenhor Ricca, fiz o que o direito canônico manda fazer, a investigação prévia. E nessa investigação não tem nada do que o acusam. Não achamos nada. É a minha resposta.
Quero acrescentar uma coisa a mais sobre isso. Tenho visto que muitas vezes na igreja se buscam os pecados da juventude, por exemplo. E se publica.
Abuso de menores é diferente. Mas, se uma pessoa, seja laica ou padre ou freira, pecou e esconde, o Senhor perdoa. Quando o Senhor perdoa, o Senhor esquece.
E isso é importante para a nossa vida. Quando vamos confessar e nós dizemos que pecamos, o senhor esquece e nós não temos o direito de não esquecer. Isso é um perigo.
O que é importante é uma teologia do pecado. Tantas vezes penso em São Pedro, que cometeu tantos pecados e venerava Cristo. E esse pecador foi transformado em Papa.
Vocês vêm muita coisa escrita sobre o lobby gay. Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um cartão de identidade dizendo que é gay. Dizem que há alguns. Acho que, quando alguém se vê com uma pessoa assim, devemos distinguir entre o fato de que uma pessoa é gay e formar um lobby gay, porque nem todos os lobbys são bons. Isso é o que é ruim.
Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-lo? O catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas integrados na sociedade. O problema não é ter essa tendência. Não! Devemos ser como irmãos. O problema é o lobby dessa tendência, da tendência de pessoas gananciosas: lobby político, de maçons, tantos lobbies. Esse é o pior problema. http://www1.folha.uol.com.br/
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Dilma decide com Lula não mexer na gestão
Vera Rosa e Tânia Monteiro | Agência Estado
A presidente Dilma Rousseff não cortará nenhum dos 39 ministérios nem pretende mexer no primeiro escalão agora. Em conversa de três horas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira, 24, Dilma mostrou preocupação com a queda de popularidade do governo, observada após os protestos de junho, mas disse que não vai ceder, nesse momento, a pressões por mudanças na equipe.
A portas fechadas houve muita reclamação sobre o comportamento do aliado PMDB e também do PT. Não foi só: Dilma pediu ajuda a Lula para "enquadrar" o PT, que, no seu diagnóstico, não está colaborando como deveria para defender o governo e o plebiscito da reforma política. Para a presidente, divisões na seara petista e o coro do "Volta Lula" prejudicam a governabilidade.
Embora a última pesquisa Ibope, feita por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tenha sido divulgada nesta quinta, 25, Dilma e Lula já sabiam dos números quando se reuniram, em Salvador, para analisar o cenário político. Apreensiva, a presidente chegou a perguntar a auxiliares qual seria a repercussão na mídia da má avaliação do governo, em meio à visita do papa Francisco ao Brasil.
O levantamento do Ibope-CNI mostra que o porcentual dos que consideram o governo Dilma "ótimo" ou bom" caiu de 55% para 31% em um período de um mês, após as manifestações de rua. Além disso, a avaliação pessoal da presidente despencou de 71% para 45% e metade dos entrevistados não confia nela.
Segundo a reportagem apurou, Dilma e Lula expressaram contrariedade não só com o racha no PT, mas também com a atitude do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que pregou o corte de ministérios como solução para a crise política. A avaliação reservada é a de que o PMDB quer "surfar" na onda dos protestos.
A proposta de Alves prevê o corte de 14 dos 39 ministérios. Sem mencionar o número de pastas que deveriam ser extintas e ressalvando que a decisão é de Dilma, o vice-presidente Michel Temer considerou "razoável" a ideia de diminuir o tamanho da Esplanada.
Menos de uma semana depois, porém, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) afirmou que seu partido deveria entregar os cinco ministérios que ocupa (Minas e Energia, Previdência, Agricultura, Turismo e Secretaria da Aviação Civil) para dar o exemplo. "Há uma grande desfaçatez de líderes do PMDB, que exigem o enxugamento da máquina, mas não abrem mão de seus postos", criticou Ferraço.
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse que o corte linear de cargos não é solução. "Não é reduzindo ministério que se dá eficiência à máquina pública. É preciso saber para que cada ministério foi construído e isso todos nós sabemos. Quando criamos a Secretaria para Mulheres, por exemplo, é porque sabíamos que era preciso ter foco no que foi abandonado ao longo da história", argumentou ele.
Wagner e o presidente do PT, Rui Falcão, participaram de uma parte da reunião entre Lula e Dilma. O ex-presidente contou como foi sua conversa, no fim de junho, com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), possível adversário de Dilma na disputa de 2014. Na avaliação de Lula, Campos só não lançou ainda a candidatura ao Planalto para não ficar com uma "flecha" sobre sua cabeça, sendo alvo de ataques.
Apesar das queixas recebidas nos últimos dias sobre problemas na articulação política e na comunicação do governo, Dilma avisou que não fará mudanças sob pressão. Na prática, ela não quer mostrar fragilidade num momento em que a própria base aliada está conflagrada. Lula apoiou a decisão da presidente.
Em conversas reservadas, porém, petistas próximos a Lula dizem que Dilma "passou do prazo" para promover uma reforma ministerial. Agora, ela planeja trocas na equipe no fim do ano ou até mesmo no início de 2014, pouco antes do prazo estipulado pela Lei Eleitoral para quem for candidato deixar o Executivo. (Colaborou Rafael Moraes Moura). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
A presidente Dilma Rousseff não cortará nenhum dos 39 ministérios nem pretende mexer no primeiro escalão agora. Em conversa de três horas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira, 24, Dilma mostrou preocupação com a queda de popularidade do governo, observada após os protestos de junho, mas disse que não vai ceder, nesse momento, a pressões por mudanças na equipe.
A portas fechadas houve muita reclamação sobre o comportamento do aliado PMDB e também do PT. Não foi só: Dilma pediu ajuda a Lula para "enquadrar" o PT, que, no seu diagnóstico, não está colaborando como deveria para defender o governo e o plebiscito da reforma política. Para a presidente, divisões na seara petista e o coro do "Volta Lula" prejudicam a governabilidade.
Embora a última pesquisa Ibope, feita por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tenha sido divulgada nesta quinta, 25, Dilma e Lula já sabiam dos números quando se reuniram, em Salvador, para analisar o cenário político. Apreensiva, a presidente chegou a perguntar a auxiliares qual seria a repercussão na mídia da má avaliação do governo, em meio à visita do papa Francisco ao Brasil.
O levantamento do Ibope-CNI mostra que o porcentual dos que consideram o governo Dilma "ótimo" ou bom" caiu de 55% para 31% em um período de um mês, após as manifestações de rua. Além disso, a avaliação pessoal da presidente despencou de 71% para 45% e metade dos entrevistados não confia nela.
Segundo a reportagem apurou, Dilma e Lula expressaram contrariedade não só com o racha no PT, mas também com a atitude do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que pregou o corte de ministérios como solução para a crise política. A avaliação reservada é a de que o PMDB quer "surfar" na onda dos protestos.
A proposta de Alves prevê o corte de 14 dos 39 ministérios. Sem mencionar o número de pastas que deveriam ser extintas e ressalvando que a decisão é de Dilma, o vice-presidente Michel Temer considerou "razoável" a ideia de diminuir o tamanho da Esplanada.
Menos de uma semana depois, porém, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) afirmou que seu partido deveria entregar os cinco ministérios que ocupa (Minas e Energia, Previdência, Agricultura, Turismo e Secretaria da Aviação Civil) para dar o exemplo. "Há uma grande desfaçatez de líderes do PMDB, que exigem o enxugamento da máquina, mas não abrem mão de seus postos", criticou Ferraço.
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse que o corte linear de cargos não é solução. "Não é reduzindo ministério que se dá eficiência à máquina pública. É preciso saber para que cada ministério foi construído e isso todos nós sabemos. Quando criamos a Secretaria para Mulheres, por exemplo, é porque sabíamos que era preciso ter foco no que foi abandonado ao longo da história", argumentou ele.
Wagner e o presidente do PT, Rui Falcão, participaram de uma parte da reunião entre Lula e Dilma. O ex-presidente contou como foi sua conversa, no fim de junho, com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), possível adversário de Dilma na disputa de 2014. Na avaliação de Lula, Campos só não lançou ainda a candidatura ao Planalto para não ficar com uma "flecha" sobre sua cabeça, sendo alvo de ataques.
Apesar das queixas recebidas nos últimos dias sobre problemas na articulação política e na comunicação do governo, Dilma avisou que não fará mudanças sob pressão. Na prática, ela não quer mostrar fragilidade num momento em que a própria base aliada está conflagrada. Lula apoiou a decisão da presidente.
Em conversas reservadas, porém, petistas próximos a Lula dizem que Dilma "passou do prazo" para promover uma reforma ministerial. Agora, ela planeja trocas na equipe no fim do ano ou até mesmo no início de 2014, pouco antes do prazo estipulado pela Lei Eleitoral para quem for candidato deixar o Executivo. (Colaborou Rafael Moraes Moura). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
É bom estarmos aqui, botando Cristo na nossa vida, diz papa em Copacabana /Carolina Farias, Julia Affonso e Mauricio Stycer Do UOL, no Rio
Papa Francisco fala ao público em palco de Copacabana durante a Cerimônia de Acolhida aos jovens
Papa Francisco fala ao público em palco de Copacabana durante a Cerimônia de Acolhida aos jovens
Durante seu discurso na missa de acolhida realizada nesta quinta-feira (25), em Copacabana, o papa Francisco enfatizou o tema da Jornada Mundial da Juventude, "Bote fé". "É bom estarmos aqui, botando Cristo na nossa vida, botando a fé, a esperança, o amor que Ele nos dá", disse.
"Bote fé e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção. Bote esperança e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso. Bote amor e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. Bote fé, bote esperança, bote amor", afirmou o papa.
Francisco ainda pediu aos fiéis que se questionassem sobre onde têm depositado sua confiança e alertou sobre as ilusões trazidas pelo dinheiro e sobre o poder. "É verdade, o ter, o dinheiro, o poder podem gerar um momento de embriaguez, a ilusão de ser feliz, mas, no fim de contas, são eles que nos possuem e nos levam a querer ter sempre mais, a nunca estar saciados. Bote Cristo na sua vida, deposite nele a sua confiança e você nunca se decepcionará", disse.
O papa encerrou a missa com a saudação e bênção final, rezando um Pai Nosso em latim. Mais cedo, durante a saudação aos jovens, o pontífice elogiou o comportamento dos fiéis, que mesmo com chuva e frio compareceram em grande número à Jornada Mundial da Juventude. "Sempre ouvi dizer que os cariocas não gostam do frio e da chuva. Vocês estão mostrando que a fé de vocês é mais forte que o frio e que a chuva. Parabéns, vocês são verdadeiros guerreiros."
Ele também citou, pela primeira vez durante sua visita ao Brasil, o papa João Paulo 2º, ao se referir à Jornada Mundial da Juventude de 1987, realizada em Buenos Aires, a primeira fora de Roma.
"Lembro-me da primeira Jornada Mundial da Juventude a nível internacional (sic). Foi celebrada em 1987 na Argentina, na minha cidade de Buenos Aires. Guardo vivas na memória estas palavras do bem-aventurado João Paulo 2º aos jovens: 'Tenho muita esperança em vocês. Espero, sobretudo, que renovem a fidelidade de vocês a Jesus Cristo e à sua cruz redentora'", declarou Francisco.
Em seguida, o pontífice homenageou a peregrina Sophie Morinière, da Guiana Francesa, morta em um acidente de ônibus quando viajava ao Brasil. "Queria lembrar o trágico acidente na Guiana Francesa, no qual a jovem Sophie Morinière perdeu a vida, e que deixou outros jovens feridos. Convido-lhes a fazer um minuto de silêncio e dirigir ao Senhor a nossa oração por Sophie, pelos feridos e pelos familiares."
O pronunciamento foi feito diante de uma multidão de jovens que se espalharam por Copacabana, durante festa de acolhida da Jornada Mundial da Juventude. Ele chegou ao local às 17h15, vindo de helicóptero da Residência Assunção, no Sumaré, zona norte do Rio. O pontífice desembarcou no Forte de Copacabana e percorreu de papamóvel a avenida Atlântica até o Leme.
Outro destaque do discurso foi o tom evangelizador adotado por Francisco, que fez diversas referências à Bíblia. "Olhando para este mar, para a praia e todos vocês, me vem ao pensamento o momento em que Jesus chamou os primeiros discípulos a segui-lo nas margens do lago de Tiberíades. Hoje Jesus ainda pergunta: você quer ser meu discípulo? Você quer ser meu amigo? Você quer ser testemunha do meu Evangelho?", questionou o pontífice.
"No coração do Ano da Fé, estas perguntas nos convidam a renovar o nosso compromisso de cristãos. Suas famílias e comunidades locais transmitiram a vocês o grande dom da fé; Cristo cresceu em vocês. Hoje, vim para lhes confirmar nesta fé, a fé no Cristo Vivo que mora dentro de vocês; mas vim também para ser confirmado pelo entusiasmo da fé de vocês", declarou Francisco.
O líder máximo da Igreja encerrou o discurso com novos elogios aos moradores do Rio. "Quero dizer aqui que os cariocas sabem receber bem, sabem dar uma grande acolhida."
No percurso pela avenida Atlântica, o papa bebeu um gole de chimarrão oferecido por um peregrino. No trajeto, ele acenou para os fiéis que reagiram com histeria diante do pontífice. O papamóvel parou diversas vezes durante o percurso para que o papa beijasse crianças. Em um determinado momento, ele substituiu o solidéu, uma espécie de chapéu, que estava usando por outro que ganhou de um fiel anônimo.
Programação intensa
Logo cedo, o papa Francisco celebrou uma missa na Residência Assunção, na zona norte, casa de repouso onde o pontífice está hospedando desde a última segunda-feira (22).
Mais tarde, no Palácio da Cidade, sede da Prefeitura do Rio de Janeiro, recebeu do prefeito Eduardo Paes as chaves da cidade. Em um breve discurso, abençoou os presentes e pediu para que rezassem por ele.
Depois, ele seguiu para a favela de Varginha, no complexo de Manguinhos, na zona norte, onde fez uma breve oração em uma pequena capela, chamada São Jerônimo Emiliani, e, sob garoa, caminhou entre fiéis. Francisco visitou a casa de uma família da comunidade.
Em discurso na favela de Varginha, o papa apelou para que as pessoas se esforcem para que o mundo seja mais justo e solidário. "Sei bem que quando alguém precisa comer e bate em suas portas, vocês sempre dão um jeito de compartilhar comida. Como diz o ditado, sempre se pode colocar mais água no feijão", afirmou.
Após visita à favela, o papa Francisco foi até a Catedral Metropolitana do Rio, na região central, onde encontrou fiéis argentinos que foram ao Rio para participar da Jornada Mundial da Juventude.
Em discurso, ele afirmou que a Igreja Católica precisa sair às ruas para que não se torne uma ONG (Organização Não Governamental).
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Desemprego no Brasil sobe a 6% em junho, maior nível desde abril/2012
RIO DE JANEIRO, 24 Jul (Reuters) - A taxa de desemprego do Brasil subiu para 6,0 por cento em junho, marcando o sexto mês seguido que não cede e o patamar mais alto desde abril de 2012, ao mesmo tempo em que o rendimento da população caiu pela quarta vez seguida.
Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depois dos 5,8 por cento de maio, ficaram acima até da expectativa mais alta de pesquisa da Reuters, cuja mediana indicava estabilidade no mês.
Em abril de 2012, a taxa de desemprego também havia sido de 6,0 por cento. A última vez que o desemprego caiu foi em dezembro, quando atingiu 4,6 por cento, a menor taxa da história, com os quatro meses seguintes mostrando alta e depois se estabilizando em maio.
O mercado de trabalho vem perdendo força sistematicamente. Prova disso foi o país ter fechado o semestre passado com a menor geração de empregos formais desde 2009, auge da crise internacional, com apenas 826 mil novas vagas.
RENDA AFETADA
O IBGE informou ainda que o rendimento médio da população ocupada caiu 0,2 por cento no mês passado ante maio, atingindo 1.869,20 reais, na quarta queda mensal seguida. Em relação a junho do ano passado, o rendimento subiu 0,8 por cento.
A inflação elevada afetou nos últimos meses o poder de compra do trabalhador, e a confiança do consumidor recuou 4,1 por cento em julho, atingindo o menor nível desde maio de 2009.
O IBGE informou também que a população ocupada recuou 0,1 por cento em junho na comparação com maio e cresceu 0,6 por cento ante o mesmo período do ano anterior, totalizando 22,980 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas avaliadas.
Por sua vez, a população desocupada chegou a 1,455 milhão de pessoas, alta de 2,7 por cento ante maio, e alta de 2,4 por cento sobre um ano antes. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho.
(Por Rodrigo Viga Gaier; Texto de Camila Moreira; Edição de Alexandre Caverni)
Snowden obtém documentos para deixar aeroporto de Moscou, diz fonte
24 Jul (Reuters) - O ex-prestador de serviço de uma agência de espionagem dos EUA Edward Snowden conseguiu nesta quarta-feira os documentos necessários para deixar o aeroporto de Moscou, onde ele está vivendo, disse uma fonte do aeroporto nesta quarta-feira.
A fonte, que falou sob condição de anonimato, disse que Snowden, que é procurado pelos EUA por ter vazado detalhes de programas secretos de vigilância do governo norte-americano, deve encontrar seu advogado no aeroporto de Sheremetyevo ainda nesta quarta, após ter requisitado asilo temporário na Rússia.
As autoridades de imigração recusaram-se a comentar de imediato.
(Reportagem de Lidia Kelly)
No santuário de Aparecida (SP), papa Francisco é 1º pontífice a venerar Nossa Senhora Larissa Leiros Baroni Do UOL, em Aparecida
Papa toca imagem de Nossa Senhora Aparecida antes de rezar missa no santuário dedicado à padroeira do Brasil
Papa toca imagem de Nossa Senhora Aparecida antes de rezar missa no santuário dedicado à padroeira do Brasil
De papamóvel, o papa Francisco chegou por volta das 10h35 desta quarta-feira (24) ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. No ambiente conhecido como Capela dos 12 Apóstolos, ele venerou a imagem de Nossa Senhora. Essa é a primeira vez que um papa entra na sala e faz esta oração.
No santuário, o papa irá celebrar uma missa e a homilia, que é o sermão de pregação do Evangelho. O papa chegou a Aparecida (180 km de São Paulo) de helicóptero, por volta de 10h14.
HOMILIA
É a preleção dada por um sacerdote no decorrer de uma missa após a leitura do Antigo Testamento e do Novo Testamento e antes da recitação do Credo. Veja mais termos usados nas cerimônias católicas
O Sumo Pontífice chegou de carro, às 8h15, na base aérea do Galeão, onde decolou em um avião em direção a São José dos Campos (97 km de São Paulo). Às 9h44 partiu de helicóptero em direção à cidade de Aparecida.
No Santuário, o papa deve ser recepcionado pelo cardeal arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno, e demais autoridades eclesiásticas. O governador do Estado, Geraldo Alckmin, e o prefeito de Aparecida, Marcio Siqueira receberam o papa no heliponto da cidade.
Às 13h, ele dará a benção à imagem de frei Galvão, no seminário Bom Jesus. Lá, ele almoça com a comitiva papal, bispos e seminaristas do local.
Às 16h10, está previsto o retorno de Francisco ao Rio, de helicóptero, com chegada na base aérea do Galeão.
VEJA O RESUMO DO DIA DO PAPA E DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
A visita a Aparecida foi um pedido pessoal do papa, devoto de Maria. O Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi inaugurado em 1980 pelo papa João Paulo 2º, o primeiro sumo pontífice a pisar em solo brasileiro. Em 2007, recebeu a visita de Bento 16.
A missa será celebrada dentro do Santuário para 15 mil fiéis, e não no pátio externo, para 250 mil --o Vaticano assim determinou alegando razões de segurança. Dos 15 mil que poderão acompanhar a missa no interior da igreja, cerca de 3.000 serão convidados, autoridades e religiosos. As outras 12 mil pessoas tiveram de madrugar para tentar conseguir um lugar. Todos terão de passar pelo detector de metais. As portas abriram às 5h30.
A segurança em Aparecida ficará a cargo de 1.800 policiais militares deslocados pelo governo do Estado. A operação de segurança terá o apoio de três helicópteros e 55 viaturas, além de bombeiros e médicos.
A passagem do papa Francisco deve atrair mais de 200 mil pessoas à cidade, segundo estimativas do governo estadual. A previsão é que o público supere inclusive o total alcançado nas passagens dos papas Bento 16 --150 mil em 2007--, e João Paulo 2º --200 mil em 1980--, pela cidade do interior paulista.
Protestos
O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, o Movimento Periferia Ativa e a Frente Nacional de Movimentos Trabalhadores sem-teto convocaram uma manifestação durante a passagem do papa por Aparecida. O protesto está marcado para começar às 9h30, perto da basílica de Aparecida, onde estará Francisco. O objetivo dos manifestantes é divulgar a luta pela moradia urbana. Eles esperam um posicionamento da Igreja Católica sobre os despejos de moradores para a construção de obras da Copa do Mundo de 2014.
Em nota divulgada para convocar o protesto, os três movimentos sociais afirmam que o discurso do papa, no qual ele ressalta que uma "igreja pobre para os pobres", é um avanço, mas que é preciso um aceno do pontífice.
Agenda
Quando voltar à capital fluminense, o papa fará uma visita ao Hospital São Francisco de Assis, na Usina, zona norte do Rio de Janeiro. A chegada de Francisco no local está agendada para as 18h30. No local, deveria ser inaugurado um centro de reabilitação de dependentes químicos.
No entanto, a obra, que é considerada o principal legado da Jornada Mundial da Juventude não ficou pronta a tempo do início do evento. Por conta disso, o papa vai ao hospital conversar com dependentes químicos já atendidos por entidades religiosas e conhecer as instalações atuais e as que estão em reforma. Após a visita, o papa volta para a Residência Assunção.
terça-feira, 23 de julho de 2013
Deficit semestral em transações com o exterior é recorde MARIANA SCHREIBER DE BRASÍLIA/ Folha/Uol
No primeiro semestre, o deficit soma US$ 43,5 bilhões, maior valor para o período desde 1995 --data do primeiro ano com a série completa após a implementação do Plano Real-- e 72% superior ao rombo registrado de janeiro a junho de 2012 (US$ 25,2 bilhões).
Disparada do dólar reduz em 14% gastos de brasileiros no exterior
O dado supera, portanto, 1998, quando o país quase foi à moratória, 2002, quando houve crise de confiança, e 2009, na sequência da crise econômica mundial.
Esse número reflete um desempenho fraco da balança comercial, que é influenciado por uma queda nas exportações e por um aumento das importações e também sofre impacto de uma mudança na forma de a Petrobras registrar suas compras de combustível no exterior no ano passado, o que levou parte dessas aquisições a só ser incluída nos dados oficias em 2013.
Essas transações incluem as trocas comerciais de bens e serviços, como viagens e aluguéis de equipamentos, mais as transferências de renda, como remessa de lucros e pagamento de juros.
INVESTIMENTOS
Já a conta capital e financeira --que registra a entrada e saída de investimentos no país-- ficou positiva em junho em US$ 2,7 bilhões, não sendo suficiente portanto para cobrir o deficit nas transações correntes.
O dessa conta destaque ficou pela entrada forte de investimento produtivo e de recursos para aplicação em renda fixa, que somaram US$ 7,2 bilhões cada. O fluxo expressivo de investimentos para títulos de renda fixa refletiu a retirada do impostos sobre investimentos estrangeiros nessas aplicações em 5 de junho.
Por outro lado, houve forte saída de recursos que estavam investidos em ações (US$ 3,7 bilhões).
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O mundo ficou impressionado com o dia 13 de março de 2013, data em que Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, se tornou Papa Francisco. Seus primeiros dias de pontificado são a evidência de uma atitude austera, próxima ao povo, e a favor de uma cultura de encontro entre Deus e os homens, bem como uma nova etapa de evangelização. Este documentário foca o pensamento que deu base à vida de Jorge Mario Bergoglio, um pensamento que o levou a se tornar o novo Sumo Pontífice e que pressagia uma nova era para a Igreja Católica no mundo.
Neste documentário, que pode ser descrito como uma edição especial para colecionadores, é apresentado o pensamento que deu base à vida do religioso. Seu estilo de vida simples, próximo do povo e seus profundos conhecimentos sobre Teologia, contribuíram para que Bergoglio conquistasse a confiança e simpatia dos fiéis e de boa parte da opinião pública, que o conduziram à trajetória de novo Sumo Pontífice. O filme mostra um pouco do estilo de Bergoglio à frente da Igreja Católica na Argentina, que já apontava para a construção de uma nova era da religião para o mundo. Em seus primeiros dias em Roma, o Papa Francisco mostrou que vai conduzir a estrutura da Igreja Católica com uma atitude austera, com forte preocupação social e favorável a uma cultura de encontro entre Deus e os homens
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Francisco deixa aeroporto e circula em carro fechado até a Catedral Metropolitana do Rio Do UOL, no Rio
Após ser recepcionado no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) pela presidente da República, Dilma Rousseff, pelo governador do Estado, Sérgio Cabral, e pelo prefeito da capital, Eduardo Paes, entre outras autoridades, o papa Francisco deixou o terminal, que fica na Ilha do Governador (zona norte), em direção a seu primeiro tour pelo centro da capital fluminense.
Da Base Aérea do Galeão, Francisco segue em carro fechado até a Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro da cidade. O veículo que transporta o pontífice é um Fiat Idea, de cor prata. No banco traseiro, Francisco mantém a janela do carro totalmente aberta.
O avião do papa Francisco pousou no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, às 15h43 desta segunda-feira (22) depois de quase 12 horas de viagem desde Roma, na Itália. O avião, da companhia Alitalia, estava com as bandeiras do Brasil e do Vaticano nas janelas da cabine.
O Sumo Pontífice desceu da aeronave às 16h, acenou para o público e foi recepcionado pela presidente. Ambos conversaram por alguns segundos. Em seguida, ele ganhou dois buquês de flores de uma jovem e, ao lado de Dilma e do arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, cumprimentou um a um os integrantes da comitiva que o aguardavam.
Um coral com crianças e jovens de três paróquias do Rio saudou o líder maior da Igreja Católica com o hino da atual edição da Jornada Mundial da Juventude. Depois, cantaram uma música, em português, espanhol e inglês, com o refrão "Abençoa, abençoa, abençoa este povo que te ama, abençoa, abençoa, papa Francisco o teu povo abençoa". O papa agradeceu o coral, que em seguida cantou a marchinha "Cidade Maravilhosa".
Pelo menos 7.000 pessoas aguardam a chegada do papa Francisco dentro e fora da catedral, segundo estimativa da Guarda Municipal. Os fiéis começaram a chegar às 9h.
No local, o pontífice embarcará pela primeira vez no papamóvel e passará pela avenida República do Chile, avenida Rio Branco, rua Araújo Porto Alegre, avenida Graça Aranha, avenida Nilo Peçanha e novamente pela avenida Rio Branco. O trajeto aberto terminará no Theatro Municipal.
De carro fechado, ele irá para o Terceiro Comando Aéreo Regional, no Castelo, onde pegará o helicóptero em direção ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras (zona sul), para a cerimônia de boas-vindas.
Em seguida, Francisco terá uma reunião privada com a presidente, marcada para começar às 17h40. A previsão é que Dilma proponha ao pontífice apoio a projetos internacionais de combate à pobreza e à exclusão social, como iniciativas voltadas para o continente africano.
Após o encontro, o papa seguirá para a Residência Assunção, no alto da estrada do Sumaré, no Alto da Boa Vista (zona norte), que já hospedou o papa João Paulo 2º duas vezes. Encravada na floresta da Tijuca, a residência hospedará o papa ao longo de toda a semana.
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