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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Dilma decide com Lula não mexer na gestão

Vera Rosa e Tânia Monteiro | Agência Estado

A presidente Dilma Rousseff não cortará nenhum dos 39 ministérios nem pretende mexer no primeiro escalão agora. Em conversa de três horas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira, 24, Dilma mostrou preocupação com a queda de popularidade do governo, observada após os protestos de junho, mas disse que não vai ceder, nesse momento, a pressões por mudanças na equipe.
A portas fechadas houve muita reclamação sobre o comportamento do aliado PMDB e também do PT. Não foi só: Dilma pediu ajuda a Lula para "enquadrar" o PT, que, no seu diagnóstico, não está colaborando como deveria para defender o governo e o plebiscito da reforma política. Para a presidente, divisões na seara petista e o coro do "Volta Lula" prejudicam a governabilidade.
Embora a última pesquisa Ibope, feita por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tenha sido divulgada nesta quinta, 25, Dilma e Lula já sabiam dos números quando se reuniram, em Salvador, para analisar o cenário político. Apreensiva, a presidente chegou a perguntar a auxiliares qual seria a repercussão na mídia da má avaliação do governo, em meio à visita do papa Francisco ao Brasil.
O levantamento do Ibope-CNI mostra que o porcentual dos que consideram o governo Dilma "ótimo" ou bom" caiu de 55% para 31% em um período de um mês, após as manifestações de rua. Além disso, a avaliação pessoal da presidente despencou de 71% para 45% e metade dos entrevistados não confia nela.
Segundo a reportagem apurou, Dilma e Lula expressaram contrariedade não só com o racha no PT, mas também com a atitude do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que pregou o corte de ministérios como solução para a crise política. A avaliação reservada é a de que o PMDB quer "surfar" na onda dos protestos.
A proposta de Alves prevê o corte de 14 dos 39 ministérios. Sem mencionar o número de pastas que deveriam ser extintas e ressalvando que a decisão é de Dilma, o vice-presidente Michel Temer considerou "razoável" a ideia de diminuir o tamanho da Esplanada.
Menos de uma semana depois, porém, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) afirmou que seu partido deveria entregar os cinco ministérios que ocupa (Minas e Energia, Previdência, Agricultura, Turismo e Secretaria da Aviação Civil) para dar o exemplo. "Há uma grande desfaçatez de líderes do PMDB, que exigem o enxugamento da máquina, mas não abrem mão de seus postos", criticou Ferraço.
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse que o corte linear de cargos não é solução. "Não é reduzindo ministério que se dá eficiência à máquina pública. É preciso saber para que cada ministério foi construído e isso todos nós sabemos. Quando criamos a Secretaria para Mulheres, por exemplo, é porque sabíamos que era preciso ter foco no que foi abandonado ao longo da história", argumentou ele.
Wagner e o presidente do PT, Rui Falcão, participaram de uma parte da reunião entre Lula e Dilma. O ex-presidente contou como foi sua conversa, no fim de junho, com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), possível adversário de Dilma na disputa de 2014. Na avaliação de Lula, Campos só não lançou ainda a candidatura ao Planalto para não ficar com uma "flecha" sobre sua cabeça, sendo alvo de ataques.
Apesar das queixas recebidas nos últimos dias sobre problemas na articulação política e na comunicação do governo, Dilma avisou que não fará mudanças sob pressão. Na prática, ela não quer mostrar fragilidade num momento em que a própria base aliada está conflagrada. Lula apoiou a decisão da presidente.
Em conversas reservadas, porém, petistas próximos a Lula dizem que Dilma "passou do prazo" para promover uma reforma ministerial. Agora, ela planeja trocas na equipe no fim do ano ou até mesmo no início de 2014, pouco antes do prazo estipulado pela Lei Eleitoral para quem for candidato deixar o Executivo. (Colaborou Rafael Moraes Moura). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

É bom estarmos aqui, botando Cristo na nossa vida, diz papa em Copacabana /Carolina Farias, Julia Affonso e Mauricio Stycer Do UOL, no Rio



Do UOL, no Rio

Papa Francisco fala ao público em palco de Copacabana durante a Cerimônia de Acolhida aos jovens
Papa Francisco fala ao público em palco de Copacabana durante a Cerimônia de Acolhida aos jovens
Durante seu discurso na missa de acolhida realizada nesta quinta-feira (25), em Copacabana, o papa Francisco enfatizou o tema da Jornada Mundial da Juventude, "Bote fé". "É bom estarmos aqui, botando Cristo na nossa vida, botando a fé, a esperança, o amor que Ele nos dá", disse.

"Bote fé e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção. Bote esperança e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso. Bote amor e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. Bote fé, bote esperança, bote amor", afirmou o papa.

Francisco ainda pediu aos fiéis que se questionassem sobre onde têm depositado sua confiança e alertou sobre as ilusões trazidas pelo dinheiro e sobre o poder. "É verdade, o ter, o dinheiro, o poder podem gerar um momento de embriaguez, a ilusão de ser feliz, mas, no fim de contas, são eles que nos possuem e nos levam a querer ter sempre mais, a nunca estar saciados. Bote Cristo na sua vida, deposite nele a sua confiança e você nunca se decepcionará", disse.

O papa encerrou a missa com a saudação e bênção final, rezando um Pai Nosso em latim. Mais cedo, durante a saudação aos jovens, o pontífice elogiou o comportamento dos fiéis, que mesmo com chuva e frio compareceram em grande número à Jornada Mundial da Juventude. "Sempre ouvi dizer que os cariocas não gostam do frio e da chuva. Vocês estão mostrando que a fé de vocês é mais forte que o frio e que a chuva. Parabéns, vocês são verdadeiros guerreiros."

Ele também citou, pela primeira vez durante sua visita ao Brasil, o papa João Paulo 2º, ao se referir à Jornada Mundial da Juventude de 1987, realizada em Buenos Aires, a primeira fora de Roma.

"Lembro-me da primeira Jornada Mundial da Juventude a nível internacional (sic). Foi celebrada em 1987 na Argentina, na minha cidade de Buenos Aires. Guardo vivas na memória estas palavras do bem-aventurado João Paulo 2º aos jovens: 'Tenho muita esperança em vocês. Espero, sobretudo, que renovem a fidelidade de vocês a Jesus Cristo e à sua cruz redentora'", declarou Francisco.

Em seguida, o pontífice homenageou a peregrina Sophie Morinière, da Guiana Francesa, morta em um acidente de ônibus quando viajava ao Brasil. "Queria lembrar o trágico acidente na Guiana Francesa, no qual a jovem Sophie Morinière perdeu a vida, e que deixou outros jovens feridos. Convido-lhes a fazer um minuto de silêncio e dirigir ao Senhor a nossa oração por Sophie, pelos feridos e pelos familiares."

O pronunciamento foi feito diante de uma multidão de jovens que se espalharam por Copacabana, durante festa de acolhida da Jornada Mundial da Juventude. Ele chegou ao local às 17h15, vindo de helicóptero da Residência Assunção, no Sumaré, zona norte do Rio. O pontífice desembarcou no Forte de Copacabana e percorreu de papamóvel a avenida Atlântica até o Leme.

Outro destaque do discurso foi o tom evangelizador adotado por Francisco, que fez diversas referências à Bíblia. "Olhando para este mar, para a praia e todos vocês, me vem ao pensamento o momento em que Jesus chamou os primeiros discípulos a segui-lo nas margens do lago de Tiberíades. Hoje Jesus ainda pergunta: você quer ser meu discípulo? Você quer ser meu amigo? Você quer ser testemunha do meu Evangelho?", questionou o pontífice.

"No coração do Ano da Fé, estas perguntas nos convidam a renovar o nosso compromisso de cristãos. Suas famílias e comunidades locais transmitiram a vocês o grande dom da fé; Cristo cresceu em vocês. Hoje, vim para lhes confirmar nesta fé, a fé no Cristo Vivo que mora dentro de vocês; mas vim também para ser confirmado pelo entusiasmo da fé de vocês", declarou Francisco.

O líder máximo da Igreja encerrou o discurso com novos elogios aos moradores do Rio. "Quero dizer aqui que os cariocas sabem receber bem, sabem dar uma grande acolhida."

No percurso pela avenida Atlântica, o papa bebeu um gole de chimarrão oferecido por um peregrino. No trajeto, ele acenou para os fiéis que reagiram com histeria diante do pontífice. O papamóvel parou diversas vezes durante o percurso para que o papa beijasse crianças. Em um determinado momento, ele substituiu o solidéu, uma espécie de chapéu, que estava usando por outro que ganhou de um fiel anônimo.

Programação intensa
Logo cedo, o papa Francisco celebrou uma missa na Residência Assunção, na zona norte, casa de repouso onde o pontífice está hospedando desde a última segunda-feira (22).

Mais tarde, no Palácio da Cidade, sede da Prefeitura do Rio de Janeiro, recebeu do prefeito Eduardo Paes as chaves da cidade. Em um breve discurso, abençoou os presentes e pediu para que rezassem por ele.

Depois, ele seguiu para a favela de Varginha, no complexo de Manguinhos, na zona norte, onde fez uma breve oração em uma pequena capela, chamada São Jerônimo Emiliani, e, sob garoa, caminhou entre fiéis. Francisco visitou a casa de uma família da comunidade.

Em discurso na favela de Varginha, o papa apelou para que as pessoas se esforcem para que o mundo seja mais justo e solidário. "Sei bem que quando alguém precisa comer e bate em suas portas, vocês sempre dão um jeito de compartilhar comida. Como diz o ditado, sempre se pode colocar mais água no feijão", afirmou.

Após visita à favela, o papa Francisco foi até a Catedral Metropolitana do Rio, na região central, onde encontrou fiéis argentinos que foram ao Rio para participar da Jornada Mundial da Juventude.

Em discurso, ele afirmou que a Igreja Católica precisa sair às ruas para que não se torne uma ONG (Organização Não Governamental).

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Desemprego no Brasil sobe a 6% em junho, maior nível desde abril/2012


RIO DE JANEIRO, 24 Jul (Reuters) - A taxa de desemprego do Brasil subiu para 6,0 por cento em junho, marcando o sexto mês seguido que não cede e o patamar mais alto desde abril de 2012, ao mesmo tempo em que o rendimento da população caiu pela quarta vez seguida.

Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depois dos 5,8 por cento de maio, ficaram acima até da expectativa mais alta de pesquisa da Reuters, cuja mediana indicava estabilidade no mês.

Em abril de 2012, a taxa de desemprego também havia sido de 6,0 por cento. A última vez que o desemprego caiu foi em dezembro, quando atingiu 4,6 por cento, a menor taxa da história, com os quatro meses seguintes mostrando alta e depois se estabilizando em maio.

O mercado de trabalho vem perdendo força sistematicamente. Prova disso foi o país ter fechado o semestre passado com a menor geração de empregos formais desde 2009, auge da crise internacional, com apenas 826 mil novas vagas.

RENDA AFETADA

O IBGE informou ainda que o rendimento médio da população ocupada caiu 0,2 por cento no mês passado ante maio, atingindo 1.869,20 reais, na quarta queda mensal seguida. Em relação a junho do ano passado, o rendimento subiu 0,8 por cento.

A inflação elevada afetou nos últimos meses o poder de compra do trabalhador, e a confiança do consumidor recuou 4,1 por cento em julho, atingindo o menor nível desde maio de 2009.

O IBGE informou também que a população ocupada recuou 0,1 por cento em junho na comparação com maio e cresceu 0,6 por cento ante o mesmo período do ano anterior, totalizando 22,980 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas avaliadas.

Por sua vez, a população desocupada chegou a 1,455 milhão de pessoas, alta de 2,7 por cento ante maio, e alta de 2,4 por cento sobre um ano antes. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho.

(Por Rodrigo Viga Gaier; Texto de Camila Moreira; Edição de Alexandre Caverni)

Snowden obtém documentos para deixar aeroporto de Moscou, diz fonte



Snowden obtém documentos para deixar aeroporto de Moscou, diz fonte
24 Jul (Reuters) - O ex-prestador de serviço de uma agência de espionagem dos EUA Edward Snowden conseguiu nesta quarta-feira os documentos necessários para deixar o aeroporto de Moscou, onde ele está vivendo, disse uma fonte do aeroporto nesta quarta-feira.

A fonte, que falou sob condição de anonimato, disse que Snowden, que é procurado pelos EUA por ter vazado detalhes de programas secretos de vigilância do governo norte-americano, deve encontrar seu advogado no aeroporto de Sheremetyevo ainda nesta quarta, após ter requisitado asilo temporário na Rússia.

As autoridades de imigração recusaram-se a comentar de imediato.

(Reportagem de Lidia Kelly)

No santuário de Aparecida (SP), papa Francisco é 1º pontífice a venerar Nossa Senhora Larissa Leiros Baroni Do UOL, em Aparecida



Papa toca imagem de Nossa Senhora Aparecida antes de rezar missa no santuário dedicado à padroeira do Brasil
Papa toca imagem de Nossa Senhora Aparecida antes de rezar missa no santuário dedicado à padroeira do Brasil
De papamóvel, o papa Francisco chegou por volta das 10h35 desta quarta-feira (24) ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. No ambiente conhecido como Capela dos 12 Apóstolos, ele venerou a imagem de Nossa Senhora. Essa é a primeira vez que um papa entra na sala e faz esta oração.

No santuário, o papa irá celebrar uma missa e a homilia, que é o sermão de pregação do Evangelho. O papa chegou a Aparecida (180 km de São Paulo) de helicóptero, por volta de 10h14.

HOMILIA

É a preleção dada por um sacerdote no decorrer de uma missa após a leitura do Antigo Testamento e do Novo Testamento e antes da recitação do Credo. Veja mais termos usados nas cerimônias católicas
O Sumo Pontífice chegou de carro, às 8h15, na base aérea do Galeão, onde decolou em um avião em direção a São José dos Campos (97 km de São Paulo). Às 9h44 partiu de helicóptero em direção à cidade de Aparecida.

No Santuário, o papa deve ser recepcionado pelo cardeal arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno, e demais autoridades eclesiásticas. O governador do Estado, Geraldo Alckmin, e o prefeito de Aparecida, Marcio Siqueira receberam o papa no heliponto da cidade.

Às 13h, ele dará a benção à imagem de frei Galvão, no seminário Bom Jesus. Lá, ele almoça com a comitiva papal, bispos e seminaristas do local.

Às 16h10, está previsto o retorno de Francisco ao Rio, de helicóptero, com chegada na base aérea do Galeão.

VEJA O RESUMO DO DIA DO PAPA E DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE


A visita a Aparecida foi um pedido pessoal do papa, devoto de Maria. O Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi inaugurado em 1980 pelo papa João Paulo 2º, o primeiro sumo pontífice a pisar em solo brasileiro. Em 2007, recebeu a visita de Bento 16.

A missa será celebrada dentro do Santuário para 15 mil fiéis, e não no pátio externo, para 250 mil --o Vaticano assim determinou alegando razões de segurança. Dos 15 mil que poderão acompanhar a missa no interior da igreja, cerca de 3.000 serão convidados, autoridades e religiosos. As outras 12 mil pessoas tiveram de madrugar para tentar conseguir um lugar. Todos terão de passar pelo detector de metais. As portas abriram às 5h30.
A segurança em Aparecida ficará a cargo de 1.800 policiais militares deslocados pelo governo do Estado. A operação de segurança terá o apoio de três helicópteros e 55 viaturas, além de bombeiros e médicos.

A passagem do papa Francisco deve atrair mais de 200 mil pessoas à cidade, segundo estimativas do governo estadual. A previsão é que o público supere inclusive o total alcançado nas passagens dos papas Bento 16 --150 mil em 2007--, e João Paulo 2º --200 mil em 1980--, pela cidade do interior paulista.

Protestos
O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, o Movimento Periferia Ativa e a Frente Nacional de Movimentos Trabalhadores sem-teto convocaram uma manifestação durante a passagem do papa por Aparecida. O protesto está marcado para começar às 9h30, perto da basílica de Aparecida, onde estará Francisco. O objetivo dos manifestantes é divulgar a luta pela moradia urbana. Eles esperam um posicionamento da Igreja Católica sobre os despejos de moradores para a construção de obras da Copa do Mundo de 2014.

Em nota divulgada para convocar o protesto, os três movimentos sociais afirmam que o discurso do papa, no qual ele ressalta que uma "igreja pobre para os pobres", é um avanço, mas que é preciso um aceno do pontífice.

Agenda
Quando voltar à capital fluminense, o papa fará uma visita ao Hospital São Francisco de Assis, na Usina, zona norte do Rio de Janeiro. A chegada de Francisco no local está agendada para as 18h30. No local, deveria ser inaugurado um centro de reabilitação de dependentes químicos.

No entanto, a obra, que é considerada o principal legado da Jornada Mundial da Juventude não ficou pronta a tempo do início do evento. Por conta disso, o papa vai ao hospital conversar com dependentes químicos já atendidos por entidades religiosas e conhecer as instalações atuais e as que estão em reforma.  Após a visita, o papa volta para a Residência Assunção.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Deficit semestral em transações com o exterior é recorde MARIANA SCHREIBER DE BRASÍLIA/ Folha/Uol


O saldo negativo nas transações correntes do Brasil com o exterior somou US$ 4 bilhões em junho, valor pouco menor que o registrado um ano antes (US$ 4,4 bilhões) e mais baixo que o projetado pelo Banco Central (US$ 5,4 bilhões) para o mês.

No primeiro semestre, o deficit soma US$ 43,5 bilhões, maior valor para o período desde 1995 --data do primeiro ano com a série completa após a implementação do Plano Real-- e 72% superior ao rombo registrado de janeiro a junho de 2012 (US$ 25,2 bilhões).

Disparada do dólar reduz em 14% gastos de brasileiros no exterior

O dado supera, portanto, 1998, quando o país quase foi à moratória, 2002, quando houve crise de confiança, e 2009, na sequência da crise econômica mundial.

Esse número reflete um desempenho fraco da balança comercial, que é influenciado por uma queda nas exportações e por um aumento das importações e também sofre impacto de uma mudança na forma de a Petrobras registrar suas compras de combustível no exterior no ano passado, o que levou parte dessas aquisições a só ser incluída nos dados oficias em 2013.

Essas transações incluem as trocas comerciais de bens e serviços, como viagens e aluguéis de equipamentos, mais as transferências de renda, como remessa de lucros e pagamento de juros.

INVESTIMENTOS

Já a conta capital e financeira --que registra a entrada e saída de investimentos no país-- ficou positiva em junho em US$ 2,7 bilhões, não sendo suficiente portanto para cobrir o deficit nas transações correntes.

O dessa conta destaque ficou pela entrada forte de investimento produtivo e de recursos para aplicação em renda fixa, que somaram US$ 7,2 bilhões cada. O fluxo expressivo de investimentos para títulos de renda fixa refletiu a retirada do impostos sobre investimentos estrangeiros nessas aplicações em 5 de junho.

Por outro lado, houve forte saída de recursos que estavam investidos em ações (US$ 3,7 bilhões).

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O mundo ficou impressionado com o dia 13 de março de 2013, data em que Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, se tornou Papa Francisco. Seus primeiros dias de pontificado são a evidência de uma atitude austera, próxima ao povo, e a favor de uma cultura de encontro entre Deus e os homens, bem como uma nova etapa de evangelização. Este documentário foca o pensamento que deu base à vida de Jorge Mario Bergoglio, um pensamento que o levou a se tornar o novo Sumo Pontífice e que pressagia uma nova era para a Igreja Católica no mundo.
Neste documentário, que pode ser descrito como uma edição especial para colecionadores, é apresentado o pensamento que deu base à vida do religioso. Seu estilo de vida simples, próximo do povo e seus profundos conhecimentos sobre Teologia, contribuíram para que Bergoglio conquistasse a confiança e simpatia dos fiéis e de boa parte da opinião pública, que o conduziram à trajetória de novo Sumo Pontífice. O filme mostra um pouco do estilo de Bergoglio à frente da Igreja Católica na Argentina, que já apontava para a construção de uma nova era da religião para o mundo. Em seus primeiros dias em Roma, o Papa Francisco mostrou que vai conduzir a estrutura da Igreja Católica com uma atitude austera, com forte preocupação social e favorável a uma cultura de encontro entre Deus e os homens

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Francisco deixa aeroporto e circula em carro fechado até a Catedral Metropolitana do Rio Do UOL, no Rio


Após ser recepcionado no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) pela presidente da República, Dilma Rousseff, pelo governador do Estado, Sérgio Cabral, e pelo prefeito da capital, Eduardo Paes, entre outras autoridades, o papa Francisco deixou o terminal, que fica na Ilha do Governador (zona norte), em direção a seu primeiro tour pelo centro da capital fluminense.

Da Base Aérea do Galeão, Francisco segue em carro fechado até a Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro da cidade. O veículo que transporta o pontífice é um Fiat Idea, de cor prata. No banco traseiro, Francisco mantém a janela do carro totalmente aberta.

O avião do papa Francisco pousou no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, às 15h43 desta segunda-feira (22) depois de quase 12 horas de viagem desde Roma, na Itália. O avião, da companhia Alitalia, estava com as bandeiras do Brasil e do Vaticano nas janelas da cabine.

O Sumo Pontífice desceu da aeronave às 16h, acenou para o público e foi recepcionado pela presidente. Ambos conversaram por alguns segundos. Em seguida, ele ganhou dois buquês de flores de uma jovem e, ao lado de Dilma e do arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, cumprimentou um a um os integrantes da comitiva que o aguardavam.

Um coral com crianças e jovens de três paróquias do Rio saudou o líder maior da Igreja Católica com o hino da atual edição da Jornada Mundial da Juventude. Depois, cantaram uma música, em português, espanhol e inglês, com o refrão "Abençoa, abençoa, abençoa este povo que te ama, abençoa, abençoa, papa Francisco o teu povo abençoa". O papa agradeceu o coral, que em seguida cantou a marchinha "Cidade Maravilhosa".

Pelo menos 7.000 pessoas aguardam a chegada do papa Francisco dentro e fora da catedral, segundo estimativa da Guarda Municipal. Os fiéis começaram a chegar às 9h.

No local, o pontífice embarcará pela primeira vez no papamóvel e passará pela avenida República do Chile, avenida Rio Branco, rua Araújo Porto Alegre, avenida Graça Aranha, avenida Nilo Peçanha e novamente pela avenida Rio Branco. O trajeto aberto terminará no Theatro Municipal.

De carro fechado, ele irá para o Terceiro Comando Aéreo Regional, no Castelo, onde pegará o helicóptero em direção ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras (zona sul), para a cerimônia de boas-vindas.

Em seguida, Francisco terá uma reunião privada com a presidente, marcada para começar às 17h40. A previsão é que Dilma proponha ao pontífice apoio a projetos internacionais de combate à pobreza e à exclusão social, como iniciativas voltadas para o continente africano.

Após o encontro, o papa seguirá para a Residência Assunção, no alto da estrada do Sumaré, no Alto da Boa Vista (zona norte), que já hospedou o papa João Paulo 2º duas vezes. Encravada na floresta da Tijuca, a residência hospedará o papa ao longo de toda a semana.

domingo, 21 de julho de 2013

Jornada Mundial da Juventude Protestos não comprometem a segurança do papa nem de peregrinos, diz especialista


PAPA FRANCISCO NO BRASIL
Agenda do papa
Jornada Mundial da Juventude

Protestos não comprometem a segurança do papa nem de peregrinos, diz especialista
Larissa Leiros Baroni
Do UOL, em São Paulo

Jornada Mundial da Juventude 2013

Ainda que os protestos no Rio de Janeiro tenham sido a principal preocupação das autoridades brasileiras na preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que acontece de 23 a 28 de julho, o coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Ignacio Cano, afirma que as manifestações populares não comprometem a segurança do papa durante sua estada na capital fluminense, tampouco dos peregrinos que participarão do evento.

"Não há nenhum risco eminente para os participantes da Jornada Mundial da Juventude, até porque as ações são contra os políticos e não contra os peregrinos", afirma ele, que explica que a visita do papa é usada pelos manifestantes apenas para que os protestos ganhem mais visibilidade. "Portanto, os peregrinos brasileiros ou estrangeiros não têm nada a temer. O risco é apenas político."

Ainda assim Cano recomenda que os peregrinos evitem os locais onde são realizadas as manifestações, principalmente por causa dos potenciais confrontos com policiais. Conselho também passado pela Embaixada dos Estados Unidos aos americanos que viajam pelo país.

A Jornada Mundial da Juventude espera receber no Rio de Janeiro cerca de 1,5 milhão de católicos, a maioria dos fiéis é do Brasil, da Argentina e dos Estados Unidos, segundo dados oficiais. A quarta posição é ocupada pelos chilenos, seguidos pelos italianos, venezuelanos, franceses, paraguaios, peruanos e mexicanos.

Para o professor da Uerj, o elemento mais perigoso para os participantes é o risco relacionado às grandes aglomerações. Não atoa ele aconselha aos peregrinos os mesmos cuidados dados aos turistas que visitam o Rio de Janeiro: nada de andar com muito dinheiro na rua; deixar objetos de valor no alojamento ou hotel; e evitar o pânico diante de tumultos, roubos ou assalto.

A organização da Jornada Mundial da Juventude também sugere que os peregrinos não se esqueçam de "andar sempre" com um documento com foto. As recomendações também incluem cuidado redobrado com máquinas fotográficas, filmadoras e telefone celular, o uso do popular cinto de viagem para que o dinheiro seja carreado dentro da calça, o uso de cadeados e tiras coloridas para identificação das malas, assim como o fácil acesso a telefones de emergências, tais como da pessoa responsável pelo grupo, do consulado do seu país.

Dicas similares também são passadas pelo Consulado da Argentina no Rio de Janeiro, que acrescenta a necessidade de os turistas optarem sempre por "transportes regulares", principalmente após as ocorrências de estupros e roubos em vans não legalizadas. O órgão sugere ainda que os passeios sejam feitos em grupos e que se evite lugares escuros e isolados.

As recomendações de segurança passadas pela Embaixada da Espanha no Brasil aos espanhóis que visitam o país são mais diretas e podem beneficiar turistas de qualquer nacionalidade, inclusive os brasileiros. O órgão aponta os assaltos à mão armada que forçam as vítimas a retirar dinheiro de caixas eletrônicos como sendo a violência mais comum. "Em caso de agressão, nada de resistência, já que os criminosos podem estar armados ou sob o efeito de drogas", recomenda a notificação, que aponta que ocorrências como essas acontecem a qualquer hora do dia ou da noite.

A Espanha também alerta sobre o aumento da clonagem dos cartões bancários e aconselha aos turistas que visitam o Brasil a utilizarem preferencialmente os caixas eletrônicos dentro de bancos protegidos. E, especificamente sobre o Rio de Janeiro, cidade sede da Jornada Mundial da Juventude, o órgão espanhol aconselha que os bairros marginais (favelas) sejam evitados, assim como andar de carro pela noite por causa do risco de acidentes de trânsito provocado pela "má conservação das vias".
E ainda que reconheça que a segurança na cidade tenha melhorada nos últimos anos, a Embaixada da Espanha enfatiza ser sempre "conveniente" manter atenção redobrada nos pontos turísticos ao entardecer e, principalmente, quando se está sozinho. O parque natural da Tijuca, os bairros de Santa Tereza, Lapa e Cinelândia são citados como zonas de risco, assim como os arredores da rodoviária, a praia de Copacabana. É recomendo ainda que se evite os bairros históricos e comerciais da cidade após o entardecer e aos domingos.

Além de sugerir que os estrangeiros evitem se vestir como gringos, ao usar bonés, óculos brilhantes e meias pretas, o guia turístico Lonely Planet aconselha que os turistas que visitarem o Brasil não usem mochilas e tenham sempre em mãos trocados, principalmente aqueles que andarem de ônibus. Ainda assim o guia turístico alerta ser necessário sempre ter dinheiro (R$ 20 a R$ 40) para acalmar um ladrão. Outra recomendação está relacionada à recusa da oferta de bebidas e cigarros, doces ou comidas.

E, em casos de problemas, seja de assalto ou perda de documentos, Cano orienta que os peregrinos procurem a Delegação Especial de Atendimento ao Turismo da Polícia Civil ou o consulado do seu respectivo país.

Funcionamentos dos consulados
Entre os dias 22 e 29 de julho, os peregrinos da Argentina, Benin, Botswana, Filipinas, Guiana, Indonésia e Ucrânia poderão entrar em contato com seus consulados na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, que fica na avenida Marechal Câmara, 150, na região central da capital fluminense.

O atendimento, segundo a organização do evento, será feito no local porque se trata de países que não têm escritório no Rio de Janeiro, exceto a Argentina que optou pelo espaço devido ao grande número de peregrinos nativos que participarão da Jornada. O funcionamento será 24h.

Os peregrinos de outras nações poderão procurar as sedes dos consulados de seus países no Rio de Janeiro. (Clique aqui e veja como entrar em contato com o cônsul do seu país).

Joaquim Barbosa cria empresa para comprar imóvel em Miami




MATHEUS LEITÃO
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, comprou um apartamento em Miami (EUA) no ano passado, usando uma empresa que abriu para obter benefícios fiscais no futuro.

O valor do imóvel é estimado no mercado entre R$ 546 mil e R$ 1 milhão. O ministro, que pagou o apartamento à vista em maio de 2012, não quis informar seu valor real.

Ao criar uma empresa para realizar a transação, Barbosa diminuiu o custo dos impostos que eventualmente seus herdeiros terão que recolher nos EUA para efetuar a transferência do imóvel depois da morte do ministro.

De acordo com a legislação em vigor, o Estado da Flórida poderia ficar com até 48% do valor do imóvel na hora da transferência para os herdeiros se ele fosse registrado em nome do presidente do STF.

Como o apartamento foi adquirido por uma pessoa jurídica, não haveria cobrança de imposto. As ações da empresa poderiam ser transferidas aos herdeiros sem tocar na propriedade do imóvel.

Dois corretores de imóveis em Miami e dois advogados brasileiros disseram à Folha que o procedimento é perfeitamente legal e costuma ser adotado por outros brasileiros que investem em Miami.

Se Barbosa ou seus herdeiros quiserem vender o imóvel, porém, o custo será maior do que se ele tivesse registrado o apartamento em seu nome. Empresas pagam 35% sobre os eventuais lucros. Pessoas físicas recolhem 15%.

Fabiano Silva/Folhapress
O condomínio de Miami em que fica o apartamento
O condomínio de Miami em que fica o apartamento
Outra vantagem da escolha de Barbosa é a discrição. Nos registros públicos da Flórida, quem aparece como proprietário do apartamento é sua empresa, que foi batizada como Assas JB Corp., e não ele.

A empresa foi criada em maio de 2012, poucos dias antes da compra do apartamento, e o endereço de Barbosa em Brasília aparece como sua sede nos documentos públicos examinados pela Folha.

O apartamento de Barbosa tem 73 metros quadrados, um quarto, sala, cozinha e banheiro. Ele fica no 22º andar de um edifício que faz parte de um condomínio de alto padrão, composto por três torres às margens do rio Miami, na região central da cidade.

'MEIOS DE SOBRA'

Por meio de sua assessoria de imprensa, Barbosa afirmou que a aquisição do apartamento foi feita "em conformidade com a lei norte-americana" e disse que a constituição da empresa foi recomendada por um advogado contratado para a transação.

O ministro afirmou que incluiu a empresa e o imóvel em sua declaração de Imposto de Renda à Receita Federal no Brasil. Segundo ele, o apartamento foi adquirido com economias acumuladas em 25 anos e também declaradas.

Barbosa disse que, como ministro do STF, professor universitário e procurador da República, sempre recebeu salários acima da média do país e sempre teve o hábito de poupar parte de seus ganhos. "Tenho, portanto, meios de sobra para adquirir imóvel desse porte", afirmou.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Encantados com belezas, peregrinos têm dificuldade com dia a dia no Rio



Da Agência Brasil, no Rio
Aos poucos, peregrinos de todas as partes do mundo chegam ao país para participar da JMJ (Jornada Mundial da Juventude), que começa terça-feira (23) no Rio de Janeiro. O evento vai até o dia 28 e é o primeiro que o papa Francisco participa no exterior depois de ter sido eleito, em março, para comandar a Igreja Católica.

Os peregrinos que já estão no Rio elogiam a beleza da cidade e a hospitalidade dos cariocas, mas reclamam das dificuldades do dia a dia e temem sair desacompanhados à noite. Animados com a proximidade do evento, os jovens visitantes mostram-se cuidadosos com questões de segurança e locomoção.

Impressionada com a beleza do Rio, a queniana Victoria Gathogo, de 25 anos, disse que procura andar à noite acompanhada de seu grupo para não passar por nenhuma situação perigosa. "Andar de noite, depois das 21h, é um pouco assustador. Não tem muitas pessoas na rua, há pouca gente andando de metrô e alguns [passageiros] parecem um pouco perigosos, mas nada aconteceu comigo."
Sobre o centro da cidade, Victoria manifestou surpresa com o número de pessoas vivendo nas ruas. "A cidade é muito grande, tem muitas pessoas pobres, muitas pessoas na rua pedindo dinheiro, comida."

O sistema de transportes coletivos do Rio também foi alvo de reclamações. Os peregrinos se queixam da falta de mapas que indiquem onde passam as linhas de ônibus. A mexicana Victoria Visconth, de 20 anos, precisou se informar com pessoas que estão na rua. "Eu não achei nenhum mapa me informando que uma linha de ônibus vai para determinado lugar. Então, tenho que ficar perguntando para as pessoas, que são muito gentis", disse Victoria.

Outra crítica dos peregrinos que estão no Rio é sobre a maneira de dirigir dos motoristas de ônibus da cidade. Para alguns, os motoristas dirigem de modo irresponsável e imprudente. As mexicanas Pilar Perezcalva e Ana Stehle ficaram assustadas com a alta velocidade dos coletivos. "Os ônibus andam muito rápido e não se importam com os passageiros e pedestres. Se alguém tenta atravessar a rua, eles aceleram", disseram as mexicanas.

O metrô, porém, recebeu elogios de vários turistas, que ressaltaram a importância dos mapas para conseguirem se localizar. "É um meio [de transporte] muito fácil de usar, e não é tão caro, comparado com o do meu país", elogiou a colombiana Ana María, de 20 anos. "E os mapas estão muito visíveis", destacou. Ana Maria apontou ainda os altos preços dos serviços na cidade, maior queixa da maioria dos peregrinos. "Tudo na cidade é muito caro, a comida é cara. Eu comparei com Bogotá, de onde eu sou, e o preço aqui é muito mais alto. Até para fazer o câmbio do dólar [a taxa de conversão é mais cara]."
Já os voluntários que moram no Rio e ajudam a receber os peregrinos de outros países destacaram a dificuldade com as diferentes línguas faladas pelos visitantes. Segundo os voluntários, o número de pessoas trabalhando na jornada e que fala outros idiomas é muito pequeno. A coordenadora de equipe de voluntários do BRT (sigla para ônibus rápido no trânsito, em inglês) Alvorada, Vanessa Goulart, disse que, nos postos de informação, há pessoas que falam outros idiomas, mas muitos peregrinos não sabem que esse tipo de atendimento existe, por se tratar da primeira jornada em que esse auxílio aos fiéis é implantado.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Rihanna - Right Now ft. David Guetta (Official Music Video)/ Rihanna volta as paradas com Right Now

Descaso no BRASIL. Idosos são encontrados consumindo ossos de gado e alimentos vencidos em Goiás Lourdes Souza Do UOL, em Goiânia

A polícia de Goiás encontrou dois idosos se alimentando de ossos de gado e produtos vencidos em Anápolis (55 km de Goiânia). Segundo o titular da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso, Manoel Vanderic, eles estão abandonados e utilizando alimentação imprópria para seres humanos.

Dorcílio Mariano de Almeida, 58, e Maria Maura Rodrigues da Silva, 61, foram localizados pela polícia nessa quarta-feira (3), no bairro Recanto do Sol. Vanderic disse que os dois foram encontrados após denúncia anônima encaminhada para a delegacia.

No local, o delegado diz que havia ossos de gado, que foram recolhidos pelos idosos após descarte dos açougues da região. "Eles pegam esses ossos, raspam a carne e quebram o mesmo para consumir o tutano do osso. Na geladeira da casa havia também produtos vencidos, que eles recolhem dos lixos."

Em conversa com o delegado, Maria Maura disse que tem cinco filhos, mas não recebe visita deles há dois anos. "Ela também não soube informar os endereços. Agora, a polícia vai tentar localizar essas pessoas."

O delegado afirma que os filhos podem ser responsabilizados judicialmente por maus tratos. Maria Maura, que vive há cinco anos com Dorcílio, não possui renda fixa. Os dois vivem do recolhimento de materiais recicláveis nas ruas e recebem cerca de R$ 2 por dia.

O caso também será levado ao conhecimento do Conselho dos Direitos da Pessoa Idosa e ao poder Judiciário. Vanderic conta que a delegacia especializada foi criada em maio e até o momento cerca de 150 casos de idosos abandonados foram registrados na cidade. Segundo ele, a polícia atende uma média de 10 denúncias de abandono de idosos por dia.

Hoje, uma nova operação será realizada pela delegacia em outros bairros da cidade para a distribuição de cestas de alimentos para 25 idosos de baixa renda. Segundo o delegado, os alimentos foram doados por profissionais da cidade.

Manifestações derrubam popularidade de Dilma e complicam reeleição, mostra CNT/MDA


 A presidente Dilma Rousseff participa do lançamento do Programa Inova Empresa, em Brasília, em março. Segundo a mais recente pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira, 31,3 por cento dos entrevistados fizeram uma avaliação positiva do governo neste mês, queda ante 54,2 por cento em junho. 14/03/2013 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Jeferson Ribeiro

BRASÍLIA, 16 Jul (Reuters) - As manifestações populares que tomaram as ruas em todo o país continuam cobrando seu preço do governo da presidente Dilma Rousseff, com forte queda de popularidade e um caminho bem mais complicado para a reeleição, mostrou pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira.
Segundo o levantamento do instituto MDA encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 31,3 por cento dos entrevistados fizeram uma avaliação positiva do governo neste mês, ante 54,2 por cento em junho.
Já 38,7 por cento veem o governo como regular, ante 35,6 por cento no mês passado. A avaliação negativa mais do que triplicou, passando a 29,5 por cento, ante 9 por cento. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
A aprovação do desempenho pessoal de Dilma desabou para 49,3 por cento neste mês, ante os 73,7 por cento registrados em junho. Já a taxa dos que desaprovam o desempenho da presidente pulou para 47,3 por cento, em comparação aos 20,4 por cento anteriores.
No mês passado, manifestantes tomaram as ruas do país para reivindicar melhores serviços públicos e combate à corrupção, entre outras demandas. As manifestações foram aprovadas por 84,3 por cento dos entrevistados, segundo a pesquisa CNT/MDA.
"Estão muito ligados os protestos a questões específicas e a resultados que as pessoas querem", disse o presidente da CNT, senador Clésio Andrade (PMDB-MG), para argumentar que uma recuperação dos níveis anteriores de popularidade é "muito difícil".
Para Andrade, a resolução dos problemas como transporte público, saúde e educação demandam bilhões de reais em investimentos e os resultados demoram muitos anos para aparecer. Por isso, uma recuperação da popularidade nos níveis do começo do ano dificilmente ocorrerá.
"Se as manifestações continuarem e as manifestações derem a entender que são os políticos e que a presidenta é a principal responsável, na minha opinião, não vai voltar ao seu patamar normal (de aprovação)", analisou. Segundo o levantamento, 49,7 por cento argumentaram que o alvo principal dos protestos foram os "políticos em geral". Para 21 por cento, as manifestações eram contra o "sistema político do Brasil" e 15,9 por cento responderam que os protestos foram contra a "presidente da República".
"Há uma insatisfação geral com os políticos e os governantes", sentenciou Andrade.
Sobre a atuação de Dilma em relação às manifestações, 24,6 por cento avaliaram como ótima ou boa, enquanto 40,3 por cento consideraram a reação da presidente regular e 30,7 por cento viram como ruim ou péssima.

CORRIDA ELEITORAL

Esses números ajudam a explicar ainda as fortes mudanças no quadro eleitoral para o ano que vem.
Agora, 44,7 por cento afirmaram que não votariam em Dilma em 2014 "de jeito nenhum". Para Andrade, "a situação dela não é muito boa... pode recuperar um pouco, mas não como era".
O levantamento anterior mostrava no cenário principal Dilma com 54,2 por cento das intenções de voto, percentual reduzido agora a 33,4 por cento. O seu principal adversário naquele momento era o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, que passou de 17,0 por cento para 15,2 por cento.
Já Marina Silva (sem partido) foi quem deu o maior salto em pontos na pesquisa. A ex-senadora, que teve cerca de 20 milhões de votos na disputa presidencial de 2010, pulou de 12,5 por cento das intenções de voto para 20,7 por cento nesta sondagem.
O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, também subiu, passando de 3,7 por cento para 7,4 por cento. A presidente Dilma Rousseff participa do lançamento do Programa Inova Empresa, em Brasília, em março. Segundo a mais recente pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira, 31,3 por cento dos entrevistados fizeram uma avaliação positiva do governo neste mês, queda ante 54,2 por cento em junho. 14/03/2013 REUTERS/Ueslei Marcelino
Outra mudança importante em relação à pesquisa de junho foi o percentual de eleitores que respondeu que não votaria em nenhum desses candidatos ou anularia o voto, que subiu de 8,4 por cento para 17,9 por cento. Para Andrade isso demonstra "uma rejeição total aos políticos".
Já a forte subida de Marina ocorre, na avaliação do presidente da CNT, porque "ela é considerada a menos política dos políticos".
No caso de Aécio, o percentual de pessoas que não votariam nele "de jeito nenhum" é de 36,0 por cento. A rejeição a Campos é de 31,9 por cento e à Marina, 31,5 por cento.
Apesar da queda abrupta no cenário eleitoral desenhado pela pesquisa, Dilma venceria todos os adversários listados no segundo turno: 39,6 por cento a 26,2 por cento contra Aécio; 42,1 por cento a 17,7 por cento contra Campos; e 38,2 por cento a 30,5 por cento contra Marina.
Na avaliação de Andrade, o atual quadro eleitoral mostra que a eleição para presidente do ano que vem "está em aberto", podendo inclusive abrir espaço para o surgimento de novos nomes, como o do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que tem dito publicamente não ter interesse em disputar o cargo
Foram entrevistadas 2.002 pessoas entre os dias 7 e 10 de julho, em 134 municípios de 20 Estados das cinco regiões do país.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Revolta Praieira, Pernambuco 1848/1850


Revolta Praieira

A Revolta Praieira, também denominada como Insurreição Praieira, Revolução Praieira ou simplesmente Praieira, foi um movimento de caráter liberal e separatista que eclodiu, durante o Segundo Reinado, na província de Pernambuco, no Brasil, entre 1848 e 1850.
A Última das revoltas provinciais, está ligada às lutas político-partidárias que marcaram o Período Regencial e o início do Segundo Reinado. Sua derrota representou uma demonstração de força do governo de D. Pedro II (1840-1889).

De forma global, inscreveu-se no contexto das revoluções liberais, socialistas e nacionalistas que varreram a Europa neste período do século XIX, incluindo a Revolução de 1848 na França que promoveu a extinção do Absolutismo no país.
A nível local foi influenciada pelas ideias liberais dos que se queixavam da falta de autonomia provincial, sendo marcada pelo repúdio à monarquia, com manifestações a favor da independência política, da república e por um reformismo radical.

Com fundo social, econômico e político, contou com a participação das camadas menos favorecidas da Província de Pernambuco, oprimidas pela grande concentração fundiária nas mãos de poucos proprietários. Como exemplo, uma quadra popular à época, refere à poderosa família Cavalcanti:

"Quem viver em Pernambuco
não há de estar enganado:
Que, ou há de ser Cavalcanti,
ou há de ser cavalgado." (Quadra popular)

Ainda como fundo sócio-econômico, registra-se a histórica rivalidade com os portugueses, que dominavam o comércio na Província. Em síntese, as principais causas da Rebelião Praieira foram:
o predomínio do latifúndio;
a dependência e marginalização do pequeno agricultor;
o encarecimento dos gêneros de primeira necessidade;
o papel monopolizador dos comerciantes portugueses;
o êxodo rural;
a crise da economia pernambucana.

A luta

A revolta teve como causa imediata a destituição, por D. Pedro II, do Presidente da Província Antônio Pinto Chicorro da Gama (1800-1887), representante dos liberais. Durante quatro anos à frente do poder, Chicorro da Gama combatera o poder local dos gabirus, grupos mais poderosos da aristocracia latifundiária e mercantil, ligados ao Partido Conservador.
A substituição deste liberal pelo ex-regente Araújo Lima, extremamente conservador, foi o estopim para o início da revolução, que já acumulava insatisfação com a política imperial e dificuldades devido ao declínio da economia açucareira.
Os rebeldes queriam formar uma nova Constituinte para alterar a Constituição brasileira de 1824, visando a efetiva liberdade de imprensa (uma vez que esta estava limitada, extinguindo artigos que ferissem a família real ou a moral e os bons costumes), a extinção do poder moderador e do cargo vitalício de senador, voto livre e universal, garantia de trabalho, além da nacionalização do comércio varejista que estava nas mãos dos portugueses

Em abril de 1848, os setores radicais do Partido Liberal pernambucano – reunidos em torno do jornal Diário Novo, na Rua da Praia, no Recife, e conhecidos como praieiros – condenaram a destituição de Chichorro da Gama, interpretando esse gesto como mais uma arbitrariedade imperial.
A revolta contra o novo governo da Província eclodiu em Olinda, a 7 de novembro de 1848, sob a liderança do general José Inácio de Abreu e Lima, do Capitão de Artilharia Pedro Ivo Veloso da Silveira, do deputado liberal Joaquim Nunes Machado e do militante da ala radical do Partido Liberal, Antônio Borges da Fonseca. O Presidente nomeado da Província, Herculano Ferreira Pena, foi afastado e o movimento espalhou-se rapidamente por toda a Zona da Mata de Pernambuco.
A sua primeira batalha foi travada no povoado de Maricota (atual cidade de Abreu e Lima).
Em 1 de Janeiro de 1849, os revoltosos lançaram o seu programa, um documento que denominaram Manifesto ao Mundo, de conteúdo socialista utópico, supostamente escrito por Borges da Fonseca, um jornalista. O manifesto defendia:

o voto livre e universal do povo brasileiro;
a plena e absoluta liberdade de comunicar os pensamentos por meio da imprensa (liberdade de imprensa);
o trabalho, como garantia da vida para o cidadão brasileiro;
o comércio a retalho só para os cidadãos brasileiros;
a inteira e efetiva independência dos poderes constituídos;
a extinção do Poder Moderador e do direito de agraciar;
o elemento federal na nova organização
a completa reforma do Poder Judiciário, de forma a assegurar as garantias dos direitos individuais dos cidadãos;
a extinção da lei do juro convencional;
a extinção do sistema de recrutamento militar então vigente.
Apesar do caráter liberal da revolução, os revoltosos não cogitavam a abolição da escravidão.
Depois de receber a adesão da população urbana que vivia em extrema pobreza, pequenos arrendatários, boiadeiros, mascates e negros libertos, os praieiros marcharam sobre o Recife em fevereiro de 1849 com quase 2.500 combatentes, mas foram rechaçados.

A repressão

A Província foi pacificada por Manuel Vieira Tosta, indicado como novo presidente, auxiliado pelo Brigadeiro José Joaquim Coelho, novo Comandante das Armas. As forças rebeldes foram derrotadas nos combates de Água Preta e de Igaraçu.
Os líderes do movimento pertencentes à classe dominante, foram detidos e julgados apenas em 28 de novembro de 1851, quando os ânimos na província já tinham serenado, ocasião em que o governo imperial pôde lhes conceder anistia. Voltaram, assim, a ocupar os seus cargos públicos e a comandar os seus engenhos.
Por outro lado, os rebeldes das camadas sociais menos privilegiadas - rendeiros, trabalhadores e outros - não tiveram direito a julgamento e, ou sofreram recrutamento forçado ou foram anistiados por intervenção de seus superiores para retornarem ao trabalho, exceto aqueles que foram sumariamente fuzilados durante e logo após os combates.

Consequências

Com o fim da Praieira, no início de 1850, iniciou-se a segunda fase do Segundo Reinado, um período de tranquilidade política, fruto do Parlamentarismo e da Política de Conciliação implantados por D. Pedro II, e da prosperidade trazida pelo café.