Konstantinos - Uranus
domingo, 21 de julho de 2013
Jornada Mundial da Juventude Protestos não comprometem a segurança do papa nem de peregrinos, diz especialista
PAPA FRANCISCO NO BRASIL
Agenda do papa
Jornada Mundial da Juventude
Protestos não comprometem a segurança do papa nem de peregrinos, diz especialista
Larissa Leiros Baroni
Do UOL, em São Paulo
Jornada Mundial da Juventude 2013
Ainda que os protestos no Rio de Janeiro tenham sido a principal preocupação das autoridades brasileiras na preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que acontece de 23 a 28 de julho, o coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Ignacio Cano, afirma que as manifestações populares não comprometem a segurança do papa durante sua estada na capital fluminense, tampouco dos peregrinos que participarão do evento.
"Não há nenhum risco eminente para os participantes da Jornada Mundial da Juventude, até porque as ações são contra os políticos e não contra os peregrinos", afirma ele, que explica que a visita do papa é usada pelos manifestantes apenas para que os protestos ganhem mais visibilidade. "Portanto, os peregrinos brasileiros ou estrangeiros não têm nada a temer. O risco é apenas político."
Ainda assim Cano recomenda que os peregrinos evitem os locais onde são realizadas as manifestações, principalmente por causa dos potenciais confrontos com policiais. Conselho também passado pela Embaixada dos Estados Unidos aos americanos que viajam pelo país.
A Jornada Mundial da Juventude espera receber no Rio de Janeiro cerca de 1,5 milhão de católicos, a maioria dos fiéis é do Brasil, da Argentina e dos Estados Unidos, segundo dados oficiais. A quarta posição é ocupada pelos chilenos, seguidos pelos italianos, venezuelanos, franceses, paraguaios, peruanos e mexicanos.
Para o professor da Uerj, o elemento mais perigoso para os participantes é o risco relacionado às grandes aglomerações. Não atoa ele aconselha aos peregrinos os mesmos cuidados dados aos turistas que visitam o Rio de Janeiro: nada de andar com muito dinheiro na rua; deixar objetos de valor no alojamento ou hotel; e evitar o pânico diante de tumultos, roubos ou assalto.
A organização da Jornada Mundial da Juventude também sugere que os peregrinos não se esqueçam de "andar sempre" com um documento com foto. As recomendações também incluem cuidado redobrado com máquinas fotográficas, filmadoras e telefone celular, o uso do popular cinto de viagem para que o dinheiro seja carreado dentro da calça, o uso de cadeados e tiras coloridas para identificação das malas, assim como o fácil acesso a telefones de emergências, tais como da pessoa responsável pelo grupo, do consulado do seu país.
Dicas similares também são passadas pelo Consulado da Argentina no Rio de Janeiro, que acrescenta a necessidade de os turistas optarem sempre por "transportes regulares", principalmente após as ocorrências de estupros e roubos em vans não legalizadas. O órgão sugere ainda que os passeios sejam feitos em grupos e que se evite lugares escuros e isolados.
As recomendações de segurança passadas pela Embaixada da Espanha no Brasil aos espanhóis que visitam o país são mais diretas e podem beneficiar turistas de qualquer nacionalidade, inclusive os brasileiros. O órgão aponta os assaltos à mão armada que forçam as vítimas a retirar dinheiro de caixas eletrônicos como sendo a violência mais comum. "Em caso de agressão, nada de resistência, já que os criminosos podem estar armados ou sob o efeito de drogas", recomenda a notificação, que aponta que ocorrências como essas acontecem a qualquer hora do dia ou da noite.
A Espanha também alerta sobre o aumento da clonagem dos cartões bancários e aconselha aos turistas que visitam o Brasil a utilizarem preferencialmente os caixas eletrônicos dentro de bancos protegidos. E, especificamente sobre o Rio de Janeiro, cidade sede da Jornada Mundial da Juventude, o órgão espanhol aconselha que os bairros marginais (favelas) sejam evitados, assim como andar de carro pela noite por causa do risco de acidentes de trânsito provocado pela "má conservação das vias".
E ainda que reconheça que a segurança na cidade tenha melhorada nos últimos anos, a Embaixada da Espanha enfatiza ser sempre "conveniente" manter atenção redobrada nos pontos turísticos ao entardecer e, principalmente, quando se está sozinho. O parque natural da Tijuca, os bairros de Santa Tereza, Lapa e Cinelândia são citados como zonas de risco, assim como os arredores da rodoviária, a praia de Copacabana. É recomendo ainda que se evite os bairros históricos e comerciais da cidade após o entardecer e aos domingos.
Além de sugerir que os estrangeiros evitem se vestir como gringos, ao usar bonés, óculos brilhantes e meias pretas, o guia turístico Lonely Planet aconselha que os turistas que visitarem o Brasil não usem mochilas e tenham sempre em mãos trocados, principalmente aqueles que andarem de ônibus. Ainda assim o guia turístico alerta ser necessário sempre ter dinheiro (R$ 20 a R$ 40) para acalmar um ladrão. Outra recomendação está relacionada à recusa da oferta de bebidas e cigarros, doces ou comidas.
E, em casos de problemas, seja de assalto ou perda de documentos, Cano orienta que os peregrinos procurem a Delegação Especial de Atendimento ao Turismo da Polícia Civil ou o consulado do seu respectivo país.
Funcionamentos dos consulados
Entre os dias 22 e 29 de julho, os peregrinos da Argentina, Benin, Botswana, Filipinas, Guiana, Indonésia e Ucrânia poderão entrar em contato com seus consulados na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, que fica na avenida Marechal Câmara, 150, na região central da capital fluminense.
O atendimento, segundo a organização do evento, será feito no local porque se trata de países que não têm escritório no Rio de Janeiro, exceto a Argentina que optou pelo espaço devido ao grande número de peregrinos nativos que participarão da Jornada. O funcionamento será 24h.
Os peregrinos de outras nações poderão procurar as sedes dos consulados de seus países no Rio de Janeiro. (Clique aqui e veja como entrar em contato com o cônsul do seu país).
Joaquim Barbosa cria empresa para comprar imóvel em Miami
MATHEUS LEITÃO
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, comprou um apartamento em Miami (EUA) no ano passado, usando uma empresa que abriu para obter benefícios fiscais no futuro.
O valor do imóvel é estimado no mercado entre R$ 546 mil e R$ 1 milhão. O ministro, que pagou o apartamento à vista em maio de 2012, não quis informar seu valor real.
Ao criar uma empresa para realizar a transação, Barbosa diminuiu o custo dos impostos que eventualmente seus herdeiros terão que recolher nos EUA para efetuar a transferência do imóvel depois da morte do ministro.
De acordo com a legislação em vigor, o Estado da Flórida poderia ficar com até 48% do valor do imóvel na hora da transferência para os herdeiros se ele fosse registrado em nome do presidente do STF.
Como o apartamento foi adquirido por uma pessoa jurídica, não haveria cobrança de imposto. As ações da empresa poderiam ser transferidas aos herdeiros sem tocar na propriedade do imóvel.
Dois corretores de imóveis em Miami e dois advogados brasileiros disseram à Folha que o procedimento é perfeitamente legal e costuma ser adotado por outros brasileiros que investem em Miami.
Se Barbosa ou seus herdeiros quiserem vender o imóvel, porém, o custo será maior do que se ele tivesse registrado o apartamento em seu nome. Empresas pagam 35% sobre os eventuais lucros. Pessoas físicas recolhem 15%.
Fabiano Silva/Folhapress
O condomínio de Miami em que fica o apartamento
O condomínio de Miami em que fica o apartamento
Outra vantagem da escolha de Barbosa é a discrição. Nos registros públicos da Flórida, quem aparece como proprietário do apartamento é sua empresa, que foi batizada como Assas JB Corp., e não ele.
A empresa foi criada em maio de 2012, poucos dias antes da compra do apartamento, e o endereço de Barbosa em Brasília aparece como sua sede nos documentos públicos examinados pela Folha.
O apartamento de Barbosa tem 73 metros quadrados, um quarto, sala, cozinha e banheiro. Ele fica no 22º andar de um edifício que faz parte de um condomínio de alto padrão, composto por três torres às margens do rio Miami, na região central da cidade.
'MEIOS DE SOBRA'
Por meio de sua assessoria de imprensa, Barbosa afirmou que a aquisição do apartamento foi feita "em conformidade com a lei norte-americana" e disse que a constituição da empresa foi recomendada por um advogado contratado para a transação.
O ministro afirmou que incluiu a empresa e o imóvel em sua declaração de Imposto de Renda à Receita Federal no Brasil. Segundo ele, o apartamento foi adquirido com economias acumuladas em 25 anos e também declaradas.
Barbosa disse que, como ministro do STF, professor universitário e procurador da República, sempre recebeu salários acima da média do país e sempre teve o hábito de poupar parte de seus ganhos. "Tenho, portanto, meios de sobra para adquirir imóvel desse porte", afirmou.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Encantados com belezas, peregrinos têm dificuldade com dia a dia no Rio
Da Agência Brasil, no Rio
Aos poucos, peregrinos de todas as partes do mundo chegam ao país para participar da JMJ (Jornada Mundial da Juventude), que começa terça-feira (23) no Rio de Janeiro. O evento vai até o dia 28 e é o primeiro que o papa Francisco participa no exterior depois de ter sido eleito, em março, para comandar a Igreja Católica.
Os peregrinos que já estão no Rio elogiam a beleza da cidade e a hospitalidade dos cariocas, mas reclamam das dificuldades do dia a dia e temem sair desacompanhados à noite. Animados com a proximidade do evento, os jovens visitantes mostram-se cuidadosos com questões de segurança e locomoção.
Impressionada com a beleza do Rio, a queniana Victoria Gathogo, de 25 anos, disse que procura andar à noite acompanhada de seu grupo para não passar por nenhuma situação perigosa. "Andar de noite, depois das 21h, é um pouco assustador. Não tem muitas pessoas na rua, há pouca gente andando de metrô e alguns [passageiros] parecem um pouco perigosos, mas nada aconteceu comigo."
Sobre o centro da cidade, Victoria manifestou surpresa com o número de pessoas vivendo nas ruas. "A cidade é muito grande, tem muitas pessoas pobres, muitas pessoas na rua pedindo dinheiro, comida."
O sistema de transportes coletivos do Rio também foi alvo de reclamações. Os peregrinos se queixam da falta de mapas que indiquem onde passam as linhas de ônibus. A mexicana Victoria Visconth, de 20 anos, precisou se informar com pessoas que estão na rua. "Eu não achei nenhum mapa me informando que uma linha de ônibus vai para determinado lugar. Então, tenho que ficar perguntando para as pessoas, que são muito gentis", disse Victoria.
Outra crítica dos peregrinos que estão no Rio é sobre a maneira de dirigir dos motoristas de ônibus da cidade. Para alguns, os motoristas dirigem de modo irresponsável e imprudente. As mexicanas Pilar Perezcalva e Ana Stehle ficaram assustadas com a alta velocidade dos coletivos. "Os ônibus andam muito rápido e não se importam com os passageiros e pedestres. Se alguém tenta atravessar a rua, eles aceleram", disseram as mexicanas.
O metrô, porém, recebeu elogios de vários turistas, que ressaltaram a importância dos mapas para conseguirem se localizar. "É um meio [de transporte] muito fácil de usar, e não é tão caro, comparado com o do meu país", elogiou a colombiana Ana María, de 20 anos. "E os mapas estão muito visíveis", destacou. Ana Maria apontou ainda os altos preços dos serviços na cidade, maior queixa da maioria dos peregrinos. "Tudo na cidade é muito caro, a comida é cara. Eu comparei com Bogotá, de onde eu sou, e o preço aqui é muito mais alto. Até para fazer o câmbio do dólar [a taxa de conversão é mais cara]."
Já os voluntários que moram no Rio e ajudam a receber os peregrinos de outros países destacaram a dificuldade com as diferentes línguas faladas pelos visitantes. Segundo os voluntários, o número de pessoas trabalhando na jornada e que fala outros idiomas é muito pequeno. A coordenadora de equipe de voluntários do BRT (sigla para ônibus rápido no trânsito, em inglês) Alvorada, Vanessa Goulart, disse que, nos postos de informação, há pessoas que falam outros idiomas, mas muitos peregrinos não sabem que esse tipo de atendimento existe, por se tratar da primeira jornada em que esse auxílio aos fiéis é implantado.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Descaso no BRASIL. Idosos são encontrados consumindo ossos de gado e alimentos vencidos em Goiás Lourdes Souza Do UOL, em Goiânia
A polícia de Goiás encontrou dois idosos se alimentando de ossos de gado e produtos vencidos em Anápolis (55 km de Goiânia). Segundo o titular da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso, Manoel Vanderic, eles estão abandonados e utilizando alimentação imprópria para seres humanos.
Dorcílio Mariano de Almeida, 58, e Maria Maura Rodrigues da Silva, 61, foram localizados pela polícia nessa quarta-feira (3), no bairro Recanto do Sol. Vanderic disse que os dois foram encontrados após denúncia anônima encaminhada para a delegacia.
No local, o delegado diz que havia ossos de gado, que foram recolhidos pelos idosos após descarte dos açougues da região. "Eles pegam esses ossos, raspam a carne e quebram o mesmo para consumir o tutano do osso. Na geladeira da casa havia também produtos vencidos, que eles recolhem dos lixos."
Em conversa com o delegado, Maria Maura disse que tem cinco filhos, mas não recebe visita deles há dois anos. "Ela também não soube informar os endereços. Agora, a polícia vai tentar localizar essas pessoas."
O delegado afirma que os filhos podem ser responsabilizados judicialmente por maus tratos. Maria Maura, que vive há cinco anos com Dorcílio, não possui renda fixa. Os dois vivem do recolhimento de materiais recicláveis nas ruas e recebem cerca de R$ 2 por dia.
O caso também será levado ao conhecimento do Conselho dos Direitos da Pessoa Idosa e ao poder Judiciário. Vanderic conta que a delegacia especializada foi criada em maio e até o momento cerca de 150 casos de idosos abandonados foram registrados na cidade. Segundo ele, a polícia atende uma média de 10 denúncias de abandono de idosos por dia.
Hoje, uma nova operação será realizada pela delegacia em outros bairros da cidade para a distribuição de cestas de alimentos para 25 idosos de baixa renda. Segundo o delegado, os alimentos foram doados por profissionais da cidade.
Dorcílio Mariano de Almeida, 58, e Maria Maura Rodrigues da Silva, 61, foram localizados pela polícia nessa quarta-feira (3), no bairro Recanto do Sol. Vanderic disse que os dois foram encontrados após denúncia anônima encaminhada para a delegacia.
No local, o delegado diz que havia ossos de gado, que foram recolhidos pelos idosos após descarte dos açougues da região. "Eles pegam esses ossos, raspam a carne e quebram o mesmo para consumir o tutano do osso. Na geladeira da casa havia também produtos vencidos, que eles recolhem dos lixos."
Em conversa com o delegado, Maria Maura disse que tem cinco filhos, mas não recebe visita deles há dois anos. "Ela também não soube informar os endereços. Agora, a polícia vai tentar localizar essas pessoas."
O delegado afirma que os filhos podem ser responsabilizados judicialmente por maus tratos. Maria Maura, que vive há cinco anos com Dorcílio, não possui renda fixa. Os dois vivem do recolhimento de materiais recicláveis nas ruas e recebem cerca de R$ 2 por dia.
O caso também será levado ao conhecimento do Conselho dos Direitos da Pessoa Idosa e ao poder Judiciário. Vanderic conta que a delegacia especializada foi criada em maio e até o momento cerca de 150 casos de idosos abandonados foram registrados na cidade. Segundo ele, a polícia atende uma média de 10 denúncias de abandono de idosos por dia.
Hoje, uma nova operação será realizada pela delegacia em outros bairros da cidade para a distribuição de cestas de alimentos para 25 idosos de baixa renda. Segundo o delegado, os alimentos foram doados por profissionais da cidade.
Manifestações derrubam popularidade de Dilma e complicam reeleição, mostra CNT/MDA
Por Jeferson Ribeiro
BRASÍLIA, 16 Jul (Reuters) - As manifestações populares que tomaram as ruas em todo o país continuam cobrando seu preço do governo da presidente Dilma Rousseff, com forte queda de popularidade e um caminho bem mais complicado para a reeleição, mostrou pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira.
Segundo o levantamento do instituto MDA encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 31,3 por cento dos entrevistados fizeram uma avaliação positiva do governo neste mês, ante 54,2 por cento em junho.
Já 38,7 por cento veem o governo como regular, ante 35,6 por cento no mês passado. A avaliação negativa mais do que triplicou, passando a 29,5 por cento, ante 9 por cento. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
A aprovação do desempenho pessoal de Dilma desabou para 49,3 por cento neste mês, ante os 73,7 por cento registrados em junho. Já a taxa dos que desaprovam o desempenho da presidente pulou para 47,3 por cento, em comparação aos 20,4 por cento anteriores.
No mês passado, manifestantes tomaram as ruas do país para reivindicar melhores serviços públicos e combate à corrupção, entre outras demandas. As manifestações foram aprovadas por 84,3 por cento dos entrevistados, segundo a pesquisa CNT/MDA.
"Estão muito ligados os protestos a questões específicas e a resultados que as pessoas querem", disse o presidente da CNT, senador Clésio Andrade (PMDB-MG), para argumentar que uma recuperação dos níveis anteriores de popularidade é "muito difícil".
Para Andrade, a resolução dos problemas como transporte público, saúde e educação demandam bilhões de reais em investimentos e os resultados demoram muitos anos para aparecer. Por isso, uma recuperação da popularidade nos níveis do começo do ano dificilmente ocorrerá.
"Se as manifestações continuarem e as manifestações derem a entender que são os políticos e que a presidenta é a principal responsável, na minha opinião, não vai voltar ao seu patamar normal (de aprovação)", analisou. Segundo o levantamento, 49,7 por cento argumentaram que o alvo principal dos protestos foram os "políticos em geral". Para 21 por cento, as manifestações eram contra o "sistema político do Brasil" e 15,9 por cento responderam que os protestos foram contra a "presidente da República".
"Há uma insatisfação geral com os políticos e os governantes", sentenciou Andrade.
Sobre a atuação de Dilma em relação às manifestações, 24,6 por cento avaliaram como ótima ou boa, enquanto 40,3 por cento consideraram a reação da presidente regular e 30,7 por cento viram como ruim ou péssima.
CORRIDA ELEITORAL
Esses números ajudam a explicar ainda as fortes mudanças no quadro eleitoral para o ano que vem.
Agora, 44,7 por cento afirmaram que não votariam em Dilma em 2014 "de jeito nenhum". Para Andrade, "a situação dela não é muito boa... pode recuperar um pouco, mas não como era".
O levantamento anterior mostrava no cenário principal Dilma com 54,2 por cento das intenções de voto, percentual reduzido agora a 33,4 por cento. O seu principal adversário naquele momento era o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, que passou de 17,0 por cento para 15,2 por cento.
Já Marina Silva (sem partido) foi quem deu o maior salto em pontos na pesquisa. A ex-senadora, que teve cerca de 20 milhões de votos na disputa presidencial de 2010, pulou de 12,5 por cento das intenções de voto para 20,7 por cento nesta sondagem.
O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, também subiu, passando de 3,7 por cento para 7,4 por cento. A presidente Dilma Rousseff participa do lançamento do Programa Inova Empresa, em Brasília, em março. Segundo a mais recente pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira, 31,3 por cento dos entrevistados fizeram uma avaliação positiva do governo neste mês, queda ante 54,2 por cento em junho. 14/03/2013 REUTERS/Ueslei Marcelino
Outra mudança importante em relação à pesquisa de junho foi o percentual de eleitores que respondeu que não votaria em nenhum desses candidatos ou anularia o voto, que subiu de 8,4 por cento para 17,9 por cento. Para Andrade isso demonstra "uma rejeição total aos políticos".
Já a forte subida de Marina ocorre, na avaliação do presidente da CNT, porque "ela é considerada a menos política dos políticos".
No caso de Aécio, o percentual de pessoas que não votariam nele "de jeito nenhum" é de 36,0 por cento. A rejeição a Campos é de 31,9 por cento e à Marina, 31,5 por cento.
Apesar da queda abrupta no cenário eleitoral desenhado pela pesquisa, Dilma venceria todos os adversários listados no segundo turno: 39,6 por cento a 26,2 por cento contra Aécio; 42,1 por cento a 17,7 por cento contra Campos; e 38,2 por cento a 30,5 por cento contra Marina.
Na avaliação de Andrade, o atual quadro eleitoral mostra que a eleição para presidente do ano que vem "está em aberto", podendo inclusive abrir espaço para o surgimento de novos nomes, como o do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que tem dito publicamente não ter interesse em disputar o cargo
Foram entrevistadas 2.002 pessoas entre os dias 7 e 10 de julho, em 134 municípios de 20 Estados das cinco regiões do país.
terça-feira, 16 de julho de 2013
Revolta Praieira, Pernambuco 1848/1850
Revolta Praieira
A Revolta Praieira, também denominada como Insurreição Praieira, Revolução Praieira ou simplesmente Praieira, foi um movimento de caráter liberal e separatista que eclodiu, durante o Segundo Reinado, na província de Pernambuco, no Brasil, entre 1848 e 1850.
A Última das revoltas provinciais, está ligada às lutas político-partidárias que marcaram o Período Regencial e o início do Segundo Reinado. Sua derrota representou uma demonstração de força do governo de D. Pedro II (1840-1889).
De forma global, inscreveu-se no contexto das revoluções liberais, socialistas e nacionalistas que varreram a Europa neste período do século XIX, incluindo a Revolução de 1848 na França que promoveu a extinção do Absolutismo no país.
A nível local foi influenciada pelas ideias liberais dos que se queixavam da falta de autonomia provincial, sendo marcada pelo repúdio à monarquia, com manifestações a favor da independência política, da república e por um reformismo radical.
Com fundo social, econômico e político, contou com a participação das camadas menos favorecidas da Província de Pernambuco, oprimidas pela grande concentração fundiária nas mãos de poucos proprietários. Como exemplo, uma quadra popular à época, refere à poderosa família Cavalcanti:
"Quem viver em Pernambuco
não há de estar enganado:
Que, ou há de ser Cavalcanti,
ou há de ser cavalgado." (Quadra popular)
Ainda como fundo sócio-econômico, registra-se a histórica rivalidade com os portugueses, que dominavam o comércio na Província. Em síntese, as principais causas da Rebelião Praieira foram:
o predomínio do latifúndio;
a dependência e marginalização do pequeno agricultor;
o encarecimento dos gêneros de primeira necessidade;
o papel monopolizador dos comerciantes portugueses;
o êxodo rural;
a crise da economia pernambucana.
A luta
A revolta teve como causa imediata a destituição, por D. Pedro II, do Presidente da Província Antônio Pinto Chicorro da Gama (1800-1887), representante dos liberais. Durante quatro anos à frente do poder, Chicorro da Gama combatera o poder local dos gabirus, grupos mais poderosos da aristocracia latifundiária e mercantil, ligados ao Partido Conservador.
A substituição deste liberal pelo ex-regente Araújo Lima, extremamente conservador, foi o estopim para o início da revolução, que já acumulava insatisfação com a política imperial e dificuldades devido ao declínio da economia açucareira.
Os rebeldes queriam formar uma nova Constituinte para alterar a Constituição brasileira de 1824, visando a efetiva liberdade de imprensa (uma vez que esta estava limitada, extinguindo artigos que ferissem a família real ou a moral e os bons costumes), a extinção do poder moderador e do cargo vitalício de senador, voto livre e universal, garantia de trabalho, além da nacionalização do comércio varejista que estava nas mãos dos portugueses
Em abril de 1848, os setores radicais do Partido Liberal pernambucano – reunidos em torno do jornal Diário Novo, na Rua da Praia, no Recife, e conhecidos como praieiros – condenaram a destituição de Chichorro da Gama, interpretando esse gesto como mais uma arbitrariedade imperial.
A revolta contra o novo governo da Província eclodiu em Olinda, a 7 de novembro de 1848, sob a liderança do general José Inácio de Abreu e Lima, do Capitão de Artilharia Pedro Ivo Veloso da Silveira, do deputado liberal Joaquim Nunes Machado e do militante da ala radical do Partido Liberal, Antônio Borges da Fonseca. O Presidente nomeado da Província, Herculano Ferreira Pena, foi afastado e o movimento espalhou-se rapidamente por toda a Zona da Mata de Pernambuco.
A sua primeira batalha foi travada no povoado de Maricota (atual cidade de Abreu e Lima).
Em 1 de Janeiro de 1849, os revoltosos lançaram o seu programa, um documento que denominaram Manifesto ao Mundo, de conteúdo socialista utópico, supostamente escrito por Borges da Fonseca, um jornalista. O manifesto defendia:
o voto livre e universal do povo brasileiro;
a plena e absoluta liberdade de comunicar os pensamentos por meio da imprensa (liberdade de imprensa);
o trabalho, como garantia da vida para o cidadão brasileiro;
o comércio a retalho só para os cidadãos brasileiros;
a inteira e efetiva independência dos poderes constituídos;
a extinção do Poder Moderador e do direito de agraciar;
o elemento federal na nova organização
a completa reforma do Poder Judiciário, de forma a assegurar as garantias dos direitos individuais dos cidadãos;
a extinção da lei do juro convencional;
a extinção do sistema de recrutamento militar então vigente.
Apesar do caráter liberal da revolução, os revoltosos não cogitavam a abolição da escravidão.
Depois de receber a adesão da população urbana que vivia em extrema pobreza, pequenos arrendatários, boiadeiros, mascates e negros libertos, os praieiros marcharam sobre o Recife em fevereiro de 1849 com quase 2.500 combatentes, mas foram rechaçados.
A repressão
A Província foi pacificada por Manuel Vieira Tosta, indicado como novo presidente, auxiliado pelo Brigadeiro José Joaquim Coelho, novo Comandante das Armas. As forças rebeldes foram derrotadas nos combates de Água Preta e de Igaraçu.
Os líderes do movimento pertencentes à classe dominante, foram detidos e julgados apenas em 28 de novembro de 1851, quando os ânimos na província já tinham serenado, ocasião em que o governo imperial pôde lhes conceder anistia. Voltaram, assim, a ocupar os seus cargos públicos e a comandar os seus engenhos.
Por outro lado, os rebeldes das camadas sociais menos privilegiadas - rendeiros, trabalhadores e outros - não tiveram direito a julgamento e, ou sofreram recrutamento forçado ou foram anistiados por intervenção de seus superiores para retornarem ao trabalho, exceto aqueles que foram sumariamente fuzilados durante e logo após os combates.
Consequências
Com o fim da Praieira, no início de 1850, iniciou-se a segunda fase do Segundo Reinado, um período de tranquilidade política, fruto do Parlamentarismo e da Política de Conciliação implantados por D. Pedro II, e da prosperidade trazida pelo café.
Inscrições Para Processo de Ingresso da UPE Começam Nesta Segunda
Inscrições Para Processo de Ingresso Da UPE Começam Nesta Segunda
A Universidade de Pernambuco (UPE) na última sexta-feira (12/07) o cronograma e as novidades do seu processo de ingresso 2014, que inclui o Sistema Seriado de Avaliação (SSA) e o Vestibular. O anúncio foi feito em entrevista coletiva para os jornalistas na Reitoria da instituição.
As inscrições para o SSA começam na próxima segunda-feira (15/07) e seguem até o dia 14 de agosto, exclusivamente pela internet, através do endereço http://processodeingresso.upe.pe.gov.br. A taxa custa R$ 70,00. Já os candidatos ao Vestibular poderão se inscrever no período de 05 de agosto a 04 de setembro, no mesmo endereço eletrônico, com taxa de R$ 110,00.
Entre as mudanças anunciadas, a criação do curso Tecnológico de Gestão em Logística, que será oferecido no campus da instituição em Salgueiro, e a adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujas provas objetivas acontecem nos dias 26 e 27 de outubro e serão aplicadas pelo Inep/MEC, como a primeira etapa do vestibular. A redação do Enem não será utilizada. A segunda fase será realizada pela Comissão Permanente de Concursos Acadêmicos da UPE, em dois dias consecutivos (24 e 25 de novembro), composta por uma redação (com tema único) e um conjunto de provas objetivas específicas, de acordo com o curso escolhido pelo candidato no ato da inscrição. As provas da terceira fase do SSA acontecem em 10 e 11 de novembro, e as da primeira e segunda nos dias 15 e 16 de dezembro, nos turnos da manhã e tarde, respectivamente.
Este ano a UPE oferece 3.470 vagas para 53 cursos de graduação, sendo: 2.080 no vestibular e 1.390 no SSA. O novo formato contempla 60% das vagas para o vestibular e 40% para o SSA. Os cursos oferecidos são distribuídos nas regiões Metropolitana do Recife, Mata Norte, Mata Sul, Agreste e Sertão. O reitor Carlos Calado ressaltou a obrigatoriedade do CPF no ato da inscrição dos candidatos e uma conta de e-mail válida para o recebimento de informações da Comissão. A presidente da Comissão, professora Izabel Avelar, destacou a leitura do manual. “É importante que os candidatos e seus pais ou responsáveis leiam as instruções constantes do manual para saber todos os detalhes da seleção e acompanhar as datas do cronograma”, lembrou.
Os candidatos que possuem o Número de Inscrição Social (NIS), inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais poderão solicitar isenção da taxa de inscrição, em período definido no calendário do manual do candidato. Outras informações através dos telefones: (81) 3183-3660 e 3183-3791 ou ainda pelo e-mail processodeingresso@upe.pe.gov.br .
PERÍODO DE INSCRIÇÕES:
SSA: 15/07 A 14/08/2013 – Taxa: R$ 70,00
VESTIBULAR: 05/08 A 04/09/2013 – Taxa: R$ 110,00
CALENDÁRIO DE PROVAS:
SSA 3: 10 E 11 de novembro de 2013
VESTIBULAR: 24 e 25 de novembro de 2013
SSA 1: 15 e 16 de dezembro de 2013 (manhã)
SSA 2: 15 e 16 de dezembro de 2013 (tarde)
A Universidade de Pernambuco (UPE) na última sexta-feira (12/07) o cronograma e as novidades do seu processo de ingresso 2014, que inclui o Sistema Seriado de Avaliação (SSA) e o Vestibular. O anúncio foi feito em entrevista coletiva para os jornalistas na Reitoria da instituição.
As inscrições para o SSA começam na próxima segunda-feira (15/07) e seguem até o dia 14 de agosto, exclusivamente pela internet, através do endereço http://processodeingresso.upe.pe.gov.br. A taxa custa R$ 70,00. Já os candidatos ao Vestibular poderão se inscrever no período de 05 de agosto a 04 de setembro, no mesmo endereço eletrônico, com taxa de R$ 110,00.
Entre as mudanças anunciadas, a criação do curso Tecnológico de Gestão em Logística, que será oferecido no campus da instituição em Salgueiro, e a adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujas provas objetivas acontecem nos dias 26 e 27 de outubro e serão aplicadas pelo Inep/MEC, como a primeira etapa do vestibular. A redação do Enem não será utilizada. A segunda fase será realizada pela Comissão Permanente de Concursos Acadêmicos da UPE, em dois dias consecutivos (24 e 25 de novembro), composta por uma redação (com tema único) e um conjunto de provas objetivas específicas, de acordo com o curso escolhido pelo candidato no ato da inscrição. As provas da terceira fase do SSA acontecem em 10 e 11 de novembro, e as da primeira e segunda nos dias 15 e 16 de dezembro, nos turnos da manhã e tarde, respectivamente.
Este ano a UPE oferece 3.470 vagas para 53 cursos de graduação, sendo: 2.080 no vestibular e 1.390 no SSA. O novo formato contempla 60% das vagas para o vestibular e 40% para o SSA. Os cursos oferecidos são distribuídos nas regiões Metropolitana do Recife, Mata Norte, Mata Sul, Agreste e Sertão. O reitor Carlos Calado ressaltou a obrigatoriedade do CPF no ato da inscrição dos candidatos e uma conta de e-mail válida para o recebimento de informações da Comissão. A presidente da Comissão, professora Izabel Avelar, destacou a leitura do manual. “É importante que os candidatos e seus pais ou responsáveis leiam as instruções constantes do manual para saber todos os detalhes da seleção e acompanhar as datas do cronograma”, lembrou.
Os candidatos que possuem o Número de Inscrição Social (NIS), inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais poderão solicitar isenção da taxa de inscrição, em período definido no calendário do manual do candidato. Outras informações através dos telefones: (81) 3183-3660 e 3183-3791 ou ainda pelo e-mail processodeingresso@upe.pe.gov.br .
PERÍODO DE INSCRIÇÕES:
SSA: 15/07 A 14/08/2013 – Taxa: R$ 70,00
VESTIBULAR: 05/08 A 04/09/2013 – Taxa: R$ 110,00
CALENDÁRIO DE PROVAS:
SSA 3: 10 E 11 de novembro de 2013
VESTIBULAR: 24 e 25 de novembro de 2013
SSA 1: 15 e 16 de dezembro de 2013 (manhã)
SSA 2: 15 e 16 de dezembro de 2013 (tarde)
domingo, 14 de julho de 2013
Pintor holandês Rembrandt
15/7/1606, Leiden, Holanda
4/10/1669, Amsterdã, Holanda
Lição de anatomia de Dr. Tulp 1632
Auto-retrato de um artista que se celebrizou também por retratar-se a si mesmo
Em 1642, o pintor Rembrandt entregou uma obra que pintara sob encomenda. Era a chamada "A Ronda Noturna" (que, hoje se sabe, não era ronda nem noturna). O cliente a rejeitou, acusando o artista de "não ter pintado seu retrato", de ter representado "o cenário de uma ópera bufa" e de ter cobrado um preço "muito alto". Nos debates que se seguiram, o pintor foi enfim acusado de "pintar só o que queria". Talvez por isso, Rembrandt tornou-se um dos mais importantes nomes da história da arte ocidental.
Embora de família humilde, Rembrandt van Rijn recebeu boa instrução. Freqüentou a Universidade de Leiden, mas em 1620 interrompeu os estudos para dedicar-se à pintura. No ano seguinte, foi aprender as técnicas de Jacob van Swanenburg no ateliê desse pintor.
Em 1623, transferiu-se para Amsterdã, tornando-se discípulo de Pieter Lastman. Dois anos depois, pintou seu primeiro quadro conhecido. Voltou para Leiden em 1627, permanecendo quatro anos. Ali, instalou seu primeiro ateliê, iniciando intensa atividade artística. Dessa época datam várias águas-fortes.
Em 1631, estabeleceu-se definitivamente em Amsterdã, obtendo rapidamente grande reconhecimento. No ano seguinte, pintou a famosa "Lição de Anatomia do Dr. Tulp", que lhe rendeu muitas encomendas de retratos e pinturas sacras.
Já famoso, Rembrandt casou em 1634 com Saskia Uylenburgh (com quem teria um filho, Titus). O casal foi morar numa casa confortável no bairro judeu de Amsterdã. O lugar tornou-se centro de reuniões sociais, abrigando um belo acervo de móveis e objetos antigos. Rembrandt passou a ter muitos alunos e muitos clientes ricos.
Saskia morreu em 1642. Três anos depois, Hendryckje Stoffels começou a trabalhar como babá de Titus e foi morar com Rembrandt, tornando-se sua companheira. Em 1654, Rembrandt teve com ela uma filha ilegítima, a quem deu o nome Cornelia. O fato causou grande escândalo.
Em 1656, após uma série de problemas nos negócios, Rembrandt teve a falência decretada. Dois anos depois, todos os seus bens foram vendidos judicialmente. Num desses leilões, arrematou-se o "Auto-Retrato de Barba Nascente", hoje no Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Em 1660, Titus e Hendryckje abriram uma empresa para comercializar as obras do pintor, evitando o prosseguimento da falência. Em 1663, Rembrandt perdeu a companheira. Mesmo sozinho, continuou executando várias obras, entre elas paisagens e auto-retratos. Pintou também retratos de Titus; num deles (o quadro "São Mateus e o Anjo", que está no Museu do Louvre), o filho aparece como Mateus.
Titus morreu em 1668. Rembrandt pintou ainda um último "Auto-Retrato", uma composição dramática. Rembrandt van Rijn morreu aos 63 anos, na solidão e na miséria.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Mercosul envia dura mensagem aos EUA por espionagem e asilo a Snowden
Por Malena Castaldi e Felipe Llambias
MONTEVIDÉU, 12 Jul (Reuters) - Líderes do Mercosul enviaram nesta sexta-feira uma dura mensagem a Washington sobre as denúncias de espionagem dos Estados Unidos na região e defenderam seu direito de oferecer asilo ao ex-funcionário de inteligência Edward Swnoden.
Na cúpula do bloco em Montevidéu, os presidentes também condenaram Espanha, França, Itália e Portugal por terem fechado na semana passada seu espaço aéreo para o avião que transportava o presidente boliviano, Evo Morales, no trajeto de Moscou a La Paz por suspeitas de que Swnoden estaria a bordo.
Os líderes destacaram que chamarão seus embaixadores nestes países para consultas sobre o ocorrido.
"(Os presidentes) repudiaram as ações que possam minar a autoridade dos Estados de conceder e implementar de forma plena o Direito de Asilo", disse a declaração final do encontro entre os mandatários do bloco.
O Mercosul também rechaçou "toda tentativa de pressão, assédio ou criminalização de um Estado ou de terceiros sobre a decisão soberana de qualquer nação de conceder asilo".
A declaração reflete um claro confronto com os Estados Unidos, que pediram a prisão do ex-funcionário da inteligência sob a acusação de espionagem depois que ele revelou detalhes de programas secretos de vigilância.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou que o país que abrigar Snowden pagará um custo sério por sua decisão, enquanto Washington mobilizou sua artilharia diplomática para evitar que algum governo receba o ex-agente de inteligência.
No entanto, em aberto desafio a Washington, os governos de esquerda de Venezuela, Bolívia e Nicarágua ofereceram asilo a Snowden, retido na área de trânsito de um aeroporto internacional de Moscou desde o fim de junho e com seu passaporte norte-americano revogado. "Foi ratificado o direito de asilo como um direito fundamental, do direito humanitário nestes tempos, especialmente de países democráticos", disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em discurso.
Snowden afirmou nesta sexta-feira que vai pedir asilo temporário na Rússia antes de possivelmente viajar para a América Latina.
Os presidentes do Mercosul também "rejeitaram enfaticamente a interceptação de atividades de telecomunicações e as ações de espionagem em nossos países, já que são uma violação dos direitos humanos, do direito à privacidade e do direito à informação de nossos cidadãos".
Após o incidente com Morales, a tensão entre a América Latina e Washington se intensificou nesta semana depois que o jornal O Globo afirmou que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos realizou atividades de espionagem na região, priorizando Colômbia, Brasil e México.
"Nós fomos atingidos diretamente pelas recentes denúncias de que as comunicações eletrônicas e telefônicas de cidadãos e instituições de nossos países estão sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência. Isso fere a nossa soberania", afirmou a presidente Dilma Rousseff.
O Mercosul é formado por Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela e Paraguai. Morales também esteve presente no encontro, já que a Bolívia é um país associado ao bloco.
O Paraguai não participou da cúpula, pois estava suspenso temporariamente dos órgãos políticos do Mercosul depois do questionado processo de impeachment que tirou do cargo o ex-presidente Fernando Lugo no fim de junho do ano passado. "Este é o mundo que estamos vivendo, onde há novas formas de colonialismo. Mais sutis do que aquelas que conhecemos há dois séculos quando chegavam com exércitos e levavam a prata e o ouro", afirmou a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
O tratamento a Morales levou os líderes latino-americanos a qualificar o episódio como uma afronta a toda a América do Sul e a acusar a Casa Branca de estar por trás do caso.
(Reportagem adicional de Louise Egan)
MONTEVIDÉU, 12 Jul (Reuters) - Líderes do Mercosul enviaram nesta sexta-feira uma dura mensagem a Washington sobre as denúncias de espionagem dos Estados Unidos na região e defenderam seu direito de oferecer asilo ao ex-funcionário de inteligência Edward Swnoden.
Na cúpula do bloco em Montevidéu, os presidentes também condenaram Espanha, França, Itália e Portugal por terem fechado na semana passada seu espaço aéreo para o avião que transportava o presidente boliviano, Evo Morales, no trajeto de Moscou a La Paz por suspeitas de que Swnoden estaria a bordo.
Os líderes destacaram que chamarão seus embaixadores nestes países para consultas sobre o ocorrido.
"(Os presidentes) repudiaram as ações que possam minar a autoridade dos Estados de conceder e implementar de forma plena o Direito de Asilo", disse a declaração final do encontro entre os mandatários do bloco.
O Mercosul também rechaçou "toda tentativa de pressão, assédio ou criminalização de um Estado ou de terceiros sobre a decisão soberana de qualquer nação de conceder asilo".
A declaração reflete um claro confronto com os Estados Unidos, que pediram a prisão do ex-funcionário da inteligência sob a acusação de espionagem depois que ele revelou detalhes de programas secretos de vigilância.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou que o país que abrigar Snowden pagará um custo sério por sua decisão, enquanto Washington mobilizou sua artilharia diplomática para evitar que algum governo receba o ex-agente de inteligência.
No entanto, em aberto desafio a Washington, os governos de esquerda de Venezuela, Bolívia e Nicarágua ofereceram asilo a Snowden, retido na área de trânsito de um aeroporto internacional de Moscou desde o fim de junho e com seu passaporte norte-americano revogado. "Foi ratificado o direito de asilo como um direito fundamental, do direito humanitário nestes tempos, especialmente de países democráticos", disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em discurso.
Snowden afirmou nesta sexta-feira que vai pedir asilo temporário na Rússia antes de possivelmente viajar para a América Latina.
Os presidentes do Mercosul também "rejeitaram enfaticamente a interceptação de atividades de telecomunicações e as ações de espionagem em nossos países, já que são uma violação dos direitos humanos, do direito à privacidade e do direito à informação de nossos cidadãos".
Após o incidente com Morales, a tensão entre a América Latina e Washington se intensificou nesta semana depois que o jornal O Globo afirmou que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos realizou atividades de espionagem na região, priorizando Colômbia, Brasil e México.
"Nós fomos atingidos diretamente pelas recentes denúncias de que as comunicações eletrônicas e telefônicas de cidadãos e instituições de nossos países estão sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência. Isso fere a nossa soberania", afirmou a presidente Dilma Rousseff.
O Mercosul é formado por Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela e Paraguai. Morales também esteve presente no encontro, já que a Bolívia é um país associado ao bloco.
O Paraguai não participou da cúpula, pois estava suspenso temporariamente dos órgãos políticos do Mercosul depois do questionado processo de impeachment que tirou do cargo o ex-presidente Fernando Lugo no fim de junho do ano passado. "Este é o mundo que estamos vivendo, onde há novas formas de colonialismo. Mais sutis do que aquelas que conhecemos há dois séculos quando chegavam com exércitos e levavam a prata e o ouro", afirmou a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
O tratamento a Morales levou os líderes latino-americanos a qualificar o episódio como uma afronta a toda a América do Sul e a acusar a Casa Branca de estar por trás do caso.
(Reportagem adicional de Louise Egan)
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Golda Meir /Primeiro-ministro de Israel Israel ( Mandato 17 de Março de 1969- 3 de Junho de 1974)
Golda Meir, em hebraico: גולדה מאיר, em árabe: جولدا مائير, nascida Golda Mabovitch, (Kiev, 3 de Maio de 1898 — Jerusalém, 8 de Dezembro de 1978) foi uma fundadora do Estado de Israel. Emigrou para a Palestina no ano de 1921, onde militou no sindicato Histadrut e no partido trabalhista Mapai. Além de primeira embaixadora israelense na extinta URSS em 1948, ela foi ministra do Bem-Estar Social, ministra do Exterior, secretária-geral do Mapai e foi o quarto primeiro-ministro de Israel, entre 1969 e 1974. Conhecida pela firmeza de suas convicções, estava à frente do Estado de Israel em seu momento mais dramático: a Guerra do Yom Kippur, na qual tropas egípcias e sírias atacaram Israel, cuja população estava distraída pelas comemorações do Dia do Perdão judaico.
David Ben-Gurion certa vez disse dela: "Golda Meir é o único homem do meu gabinete".
Proveniente de uma humilde família judaica, em 1906, emigra com a família para Milwaukee, Wisconsin nos Estados Unidos. Após a conclusão dos seus estudos, Golda foi, durante algum tempo, professora primária em Milwaukee e delegada da secção americana do Congresso Judaico Mundial.
Em 1917 casou com Morris Myerson, tendo emigrado em 1921 para a Palestina. Golda Meir tornou-se então membro do Kibbutz de Marnavia e, três anos mais tarde, aderiu ao Histadruth (Confederação Geral do Trabalho), passando entre 1932 e 1934 a ser a sua representante no estrangeiro, nomeadamente nos Estados Unidos da América.
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Nos anos que antecederam e durante a Segunda Guerra Mundial, Golda Meir ocupou lugares fulcrais na hierarquia política, foi chefe do departamento político da Agência Judaica (a maior autoridade na Palestina, sob administração britânica) e da Organização Mundial Sionista.
Após a Declaração de Independência do Estado de Israel em 1948, Golda Meir foi nomeada pelo primeiro-ministro, David Ben-Gurion, para o cargo de embaixadora de Israel na União Soviética, por quatro anos. Posteriormente à nomeação, entre 1949 e 1956, Golda exerceu a função de ministra do Trabalho e, na década seguinte (1956-1966), foi ministra dos Negócios Estrangeiros, bem como representante máxima da delegação israelita enviada aos Estados Unidos da América. Foi secretária-geral do movimento socialista entre 1966 e 1968.
Desde a sua fundação, o novo Estado dotou-se de instituições democráticas, tinha uma câmara única - o Knesset - e foram fundados vários partidos políticos. O partido mais representativo de todos era o Mapai (movimento socialista). Sob o impulso de Golda Meir, o Mapai, o Ahduth Haavoda (União do Trabalho) e o Rafi (Movimento de Esquerda) fundiram-se em Julho de 1968, com o objectivo de formarem o Partido Trabalhista. No ano seguinte, esse novo partido uniu-se ao Mapam (Partido Operário Unificado) constituindo uma aliança eleitoral - a Maarakh (Frente Operária).
Em 1969, após a morte do Presidente Levi Eshkol, Golda Meir forma Governo sendo primeira-ministra de Israel por cinco anos (1969-1974). Em sua primeira coletiva de imprensa como primeira-ministra, bradou aos vizinhos árabes que estaria disposta a qualquer coisa pela paz, exceto o suicídio nacional. E convidou explicitamente o então presidente do Egito, Nasser, para a mesa de negociações, dizendo que iria até mesmo ao Cairo, caso necessário, para negociar devoluções de território pacificamente. Embora este tenha recusado, seu sucessor Sadat atendeu aos pedidos. Nesse mesmo ano, Golda Meir profere sua famosa declaração, de que "Não há algo assim como palestinos (...) Não é como se houvesse um povo palestino na Palestina considerando a si mesmo como um povo e nós viéssemos, os jogássemos fora e tomássemos deles o seu país. Eles não existem.", no The Sunday Times (Londres) de 15 de junho de 1969, ignorando que a comunidade árabe que habitava a Palestina antes da fundação do Estado de Israel respondia por mais de dois terços da população (HOURANI, 2006).
Durante esse período não acatou as resoluções da Organização das Nações Unidas, que invalidavam a anexação israelita de Jerusalém oriental e que ordenavam a retirada de Israel dos territórios árabes ocupados em 1967 na guerra dos seis dias, por entender que, como não haveria contrapartida para impedir ataques dos palestinos e de nações árabes, tais medidas colocariam em risco a existencia do Estado de Israel.
Golda Meir aplicou uma política de medidas extremas contra membros de organizações que realizavam atentados, chegando a ordenar o assassinato de suas lideranças.
Em 6 de Outubro de 1973 deu-se a quarta guerra do conflito árabe-israelense, chamada "Guerra do Yom Kippur" (os israelitas celebram nesse dia a grande data religiosa de "Yom Kippur", onde se faz jejum completo por 24 horas, daí o nome atribuído ao conflito).
No início da guerra, os israelenses foram apanhados completamente de surpresa, por acreditarem que seriam respeitados no dia mais importante de seu calendário religioso, por invasões pelo Egipto e Síria.
A Síria atacou pelas Colinas do Golan, ao norte de Israel e o Egito se encarregou da península do Sinai e no canal de Suez, ao sul do país, desencadeando assim uma guerra com duas frentes. Os ataques árabes causaram enormes perdas às forças de defesa de Israel. Porém, após três semanas, as tropas de Israel obrigaram as tropas agressoras a recuarem. Penetraram com tanques e artilharia no território sírio a precisamente 32km da capital Damasco (que teve seus subúrbios bombardeados) e a 100km de Cairo, capital egípcia.
Como consequência do conflito, os países árabes, decidiram parar de exportar petróleo para os Estados Unidos e a países que apoiavam a sobrevivência de Israel, o que levou à crise do petróleo.
Em Abril de 1974, Golda Meir apresenta a sua demissão dadas as críticas à sua actuação e à do seu Ministro da Defesa, Moshe Dayan (herói da guerra dos seis dias), na Guerra do Yom Kippur, e pelos baixos resultados alcançados nas eleições pelo Partido Trabalhista. Meir foi substituída pelo General Yitzhak Rabin.
A 5 de Março de 1976, Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu Partido, em virtude da demissão de Meir Zarmi de Secretário-Geral, tendo publicado nesse mesmo ano um livro de carácter autobiográfico: A minha vida.
Nesse livro, que no Brasil foi publicado em 1976 pela Bloch, Golda Meir lança uma luz sobre alguns pontos até hoje controvertidos ligados à criação de Israel. Um desses pontos foi o apoio do então "bloco socialista" ao nascente Estado Judeu, não só o reconhecendo prontamente, mas também (e este é um fato pouco divulgado) armando Israel na sua "Guerra da Independência". Sobre isso escreve Golda:
Quanto ao reconhecimento soviético, que se seguiu ao americano, possuía outras raízes. Não tenho agora mais dúvida alguma de que a principal razão soviética foi tirar os britânicos do Oriente Médio. Mas no decorrer de todos os debates ocorridos nas Nações Unidas no outono de 1947, me parecera que o bloco soviético nos apoiava também devido ao terrível preço que os próprios russos haviam pago na guerra mundial e seu consequentemente profundo sentimento de que os judeus, que do mesmo modo haviam tão cruelmente sofrido nas mãos dos nazistas, mereciam ter seu Estado. [...] Não fossem as armas e munições que pudemos comprar na Tchecoslováquia e transportar através da Iugoslávia e outros países balcânicos, naqueles dias negros do início da guerra, e não sei se teríamos podido resistir até o refluxo da maré, conforme aconteceu em junho de 1948.
Golda Meir revela também que não era desejo do recém-fundado Estado Judeu que suas populações árabes debandassem (como acabou acontecendo, dando origem ao trágico problema dos refugiados).
Em abril de 1948 eu mesma fiquei durante horas na praia de Haifa, literalmente implorando aos árabes da cidade que não saíssem. Além do mais, foi uma cena que provavelmente nunca esquecerei. A Haganah (o exército judeu) acabara de assumir o controle de Haifa, e os árabes começaram a fugir — porque sua liderança tão eloquentemente lhes assegurara ser essa a atitude mais inteligente a tomar e os britânicos tão generosamente puseram dezenas de caminhões à sua disposição. Nada do que a Haganah disse ou fez adiantou — nem os apelos via alto-falantes, montados em caminhonetas, nem os impressos que então fizemos chover sobre os bairros árabes da cidade (“Não temam!” diziam em árabe e hebraico. “Saindo estarão trazendo para si pobreza e humilhação. Permaneçam na cidade que é tanto sua quanto nossa.”) [...] Por que queríamos que ficassem? Havia dois bons motivos: Primeiro, e antes de tudo, queríamos provar ao mundo que judeus e árabes podiam viver juntos [...]; segundo, sabíamos perfeitamente bem que se meio milhão de árabes saíssem então da Palestina, tal fato acarretaria ao país um sério transtorno econômico.
A 8 de dezembro de 1978, Golda Meir morre de câncer em Jerusalém com 80 anos de idade. Encontra-se sepultada no Cemitério Nacional do Monte Herzl no Monte Herzl, Jerusalém em Israel.
Senadora apresenta requerimento para CPI sobre espionagem americana / Fernanda Calgaro do UOL, em Brasília
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou um requerimento para instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a denúncia de espionagem de cidadãos brasileiros por parte do governo americano.
Foram coletadas 41 assinaturas de parlamentares favoráveis à comissão, cuja abertura dependerá ainda de aprovação do plenário. Pelo regimento do Senado, o número mínimo é de 27 assinaturas.
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Se a Câmara dos Deputados manifestar interesse em compor a comissão, mas a senadora informou que poderá modificar o seu requerimento.
Para Vanessa, a instalação da CPI se justifica por considerar o problema como violação da soberania nacional. "Trata-se de uma invasão de soberania sem precedentes na história do Brasil. Grave sob todos os aspectos", diz no seu requerimento.
"A instalação de uma CPI é um instrumento importante porque estamos diante de um problema do Estado brasileiro", afirmou durante sessão de comissão que ouviu os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores) e Celso Amorim (Defesa), além do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, José Elito Carvalho Siqueira.
terça-feira, 9 de julho de 2013
Comissão do Senado aprova apoio a asilo para Snowden
Ricardo Brito | Agência Estado
A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta terça-feira , em votação simbólica, uma moção de apoio para que a presidente Dilma Rousseff conceda asilo político a Edward Snowden. Reportagens do jornal O Globo de domingo, 7, e segunda-feira, 8, sustentam, com base em documentos vazados pelo ex-técnico da Agência Central de Inteligência (CIA) Edward Snowden, que e-mails e telefonemas de brasileiros foram monitorados bem como uma base de espionagem em Brasília teria sido montada pelos americanos. O colegiado também aprovou um voto de censura ao governo americano.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), autor do requerimento de concessão de asilo, argumentou que o Brasil não está entre os 27 países que Snowden pediu asilo político. O parlamentar do PSOL afirmou que Venezuela, Nicarágua, Equador e Bolívia responderam favoravelmente ao ex-técnico da CIA. Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Snowden vai entrar para a história como "herói", como alguém que defende as liberdades democráticas.
Asilo
Senadores defenderam em plenário que a presidente Dilma Rousseff conceda asilo político a Snowden. "O Snowden é um herói dos Estados Unidos. Amanhã ou depois as pessoas vão se lembrar do Snowden e não do (Barack) Obama", afirmou o senador Roberto Requião (PMDB-PR), referindo-se ao presidente norte-americano que tenta extraditar o ex-técnico da CIA para processá-lo por traição e quebra de sigilo funcional. "É uma vergonha que países latino-americanos tenham oferecido asilo e a gente não", completou.
Câmara enterra plebiscito para valer em 2014 e PT promete reagir / MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA
A maioria dos líderes da Câmara dos Deputados decidiu nesta terça-feira (9) descartar a realização de um plebiscito para discutir uma reforma no sistema político brasileiro com efeitos para as eleições de 2014.
A decisão foi tomada por líderes da base aliada e da oposição. O PT ficou isolado na defesa de um plebiscito imediato, como o Planalto sugeriu ao Congresso.
Aécio propõe fim da reeleição e mandato de cinco anos
Congresso quer votar fim do foro privilegiado até sexta-feira
Em resposta, os petistas devem começar a recolher assinaturas para tentar viabilizar um projeto de decreto legislativo propondo a consulta popular, mas os próprios deputados da legenda reconhecem que há dificuldades para avançar com a proposta na Casa.
São necessárias 171 assinaturas para que a proposta comece a tramitar na Câmara, mas, além do prazo apertado, outra dificuldade é a falta de consenso sobre o conteúdo do plebiscito. O PT espera contar com o apoio das bancadas do PC do B e do PDT_ sendo que juntos os três partidos reúnem 128 parlamentares.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que a proposta do plebiscito com efeitos para a disputa eleitoral de 2014 ficou inviável.
"Se aparecer uma proposta de plebiscito que recolha assinaturas, essa Casa poderá votar, não vai se furtar a votar, mas mesmo vindo o plebiscito só terá validade para 2016", afirmou.
O líder do PT, José Guimarães (CE), afirmou que a prioridade é trabalhar para um plebiscito neste ano e que pode negociar a validade das medida em outra etapa.
"O PT considera que dá, sim, para realizar o plebiscito em 2013. Nossa missão agora é recolher as assinaturas para conformar a ideia do decreto para a convocação do plebiscito. Esse negócio de tempo hábil quando se quer faz, quando se quer consegue", disse.
O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), afirmou que a proposta do plebiscito com uma reforma política em 2014 "foi enterrado e já teve até a missa de 7º de sétimo dia". Segundo ele, o PMDB pode até aceitar discutir uma consulta popular em 2014, junto com as eleições para não "ter custos. "Não queremos despesas".
"É uma questão que está superada. A grande maioria [dos líderes] reconhece que não tem como realizar [o plebiscito]", afirmou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).
A ideia do plebiscito foi lançada pela presidente Dilma Rousseff há duas semanas como uma das principais medidas em resposta às manifestações nas ruas do país.
Na semana passada, os líderes da base aliada já informavam ao governo que não havia condições de realizar a consulta popular para direcionar uma reforma política com impacto nas próximas eleições.
O vice-presidente Michel Temer e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) chegaram a descartar a medida na semana passada, mas recuaram depois de pressionados pelo Planalto.
Além de reclamarem de que Dilma atropelou o Congresso ao anunciar a consulta, os aliados apontam que o prazo de 70 dias estabelecido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para organizar e realizar o plebiscito torna a medida inviável.
Para uma reforma ter validade em 2014, o Congresso teria que aprovar as mudanças na legislação antes de 5 de outubro, um ano antes do pleito.
REFERENDO
Independente do plebiscito, a Câmara decidiu criar hoje um grupo de trabalho para discutir uma reforma política. Essa comissão, que será coordenada pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), terá 90 dias para discutir projetos que proponham mudanças no sistema político. Entre as medidas podem entrar o fim do voto secreto no Congresso, das coligações proporcionais e das reeleições, por exemplo.
O petista deve fazer uma consulta aos representantes de grupos da sociedade civil organizada para discutir uma pauta de votação. Os deputados ainda vão decidir se a reforma política aprovada pelo Congresso será submetida a referendo.
O governo rejeita essa ideia porque acha que exclui a sociedade, que teria motivado esse debate, de orientar as alterações no sistema.
O referendo é defendido especialmente pelos partidos de oposição. "A maioria quer que o grupo de trabalho entregue a reforma política e depois a população siga se aprova por meio de referendo", disse o líder do PPS, Rubens Bueno.
O presidente da Câmara não se comprometeu com o referendo. Ele disse apenas que a reforma "poderá" ser submetida a consulta aos eleitores depois de aprovada.
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