O Presidente do Brasil Jair Bolsonaro caminha antes de uma cerimônia no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 29 de junho de 2021. REUTERS / Adriano Machado
Bolsonaro demite oficial após alegações de corrupção enquanto crescem os pedidos de impeachment
Pedro Fonseca Gabriel Stargardter
RIO DE JANEIRO, 30 de junho (Reuters) - O presidente brasileiro Jair Bolsonaro demitiu um oficial de saúde na quarta-feira depois que ele supostamente pediu suborno em um acordo de vacina contra o coronavírus, a última acusação de enxerto para abalar o governo e desencadear novos pedidos de impeachment do presidente.
Com mais de meio milhão de mortes por COVID-19, os brasileiros estão furiosos com as oportunidades perdidas de comprar vacinas. Uma investigação do Senado revelou suposta corrupção, com membros do ministério da saúde e legisladores pró-Bolsonaro supostamente buscando agilizar e pagar a mais por uma vacina indiana desenvolvida pela Bharat Biotech.
Na quarta-feira, quando o Brasil registrou 2.081 novas mortes de COVID-19, promotores federais e a Polícia Federal lançaram uma investigação criminal sobre o negócio da vacina indiana, de acordo com um documento visto pela Reuters.
O escândalo gerou novos pedidos de impeachment contra Bolsonaro, um direitista divisivo, que subestimou a gravidade da pandemia, protestou contra os bloqueios, promoveu remédios não comprovados e semeou dúvidas sobre as vacinas.
Na quarta-feira, legisladores de todo o espectro político, grupos sociais e advogados entraram com um pedido de impeachment coletivo, o mais recente em mais de 100 processos semelhantes que foram ignorados pelo presidente da Câmara dos Deputados.
Bolsonaro e Bharat negaram qualquer irregularidade. Na quarta-feira, ele se manifestou contra a investigação do Senado.
“Eles não podem nos tocar”, disse ele em comentários na televisão durante uma visita à cidade de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. "Não será com mentiras ... que eles vão nos tirar daqui."
Ele não comentou a demissão do dirigente, o chefe de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, formalizada no Diário Oficial desta quarta-feira, nem as denúncias contra ele.
Na terça-feira, o Brasil suspendeu o contrato da vacina indiana, no valor de R $ 1,6 bilhão (US $ 321 milhões). Na quarta-feira, o regulador de saúde do país suspendeu seu pedido de uso de emergência, citando a papelada incompleta fornecida pelo intermediário que vendeu a injeção. consulte Mais informação
O jornal Folha de S.Paulo noticiou na noite desta terça-feira que Dias havia sugerido um suborno de um dólar por dose em um jantar para discutir um pedido diferente de 400 milhões de vacinas, citando um representante de uma empresa de suprimentos médicos.
O ministério da saúde disse que a demissão de Dias foi decidida na manhã de terça-feira, mas não respondeu às acusações.
Dias não foi encontrado imediatamente para comentar.
Líderes do inquérito do Senado, que já estão investigando supostas irregularidades em um contrato separado de vacina, disseram que convocariam testemunhas sobre as novas acusações.
O chefe da coalizão de governo na Câmara dos Deputados, o deputado Ricardo Barros, citado pela Folha como tendo sugerido Dias para o cargo em janeiro de 2019, negou que o tivesse feito.
"Ele não foi minha escolha", escreveu nas redes sociais Barros, ex-ministro da saúde e mediador do bloco de centro que protegeu Bolsonaro de pedidos de impeachment.
($ 1 = 4,98 reais)
Reportagem de Eduardo Simões em São Paulo, Pedro Fonseca e Gabriel Stargardter no Rio de Janeiro Reportagem adicional de Tatiana Bautzer em São Paulo Edição de Brad Haynes, Alistair Bell e Marguerita Choy
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