Temer nega que tenha deixado a articulação política do governo
Presidente Dilma Rousseff fala com o vice-presidente, Michel Temer, durante cerimônia no Palácio do Planalto. 24/06/2015. REUTERS/Bruno Domingos
Por Eduardo Simões e Maria Carolina Marcello
SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente da República, Michel Temer, negou nesta sexta-feira que tenha deixado a articulação política do governo, conforme publicado em reportagem do ValorPro, serviço do jornal Valor Econômico.
"São infundados os boatos de que deixei a articulação política. Continuo. Tenho responsabilidades com meu país e com a presidente Dilma", disse Temer em sua conta na rede social Twitter.
De acordo com fontes do Planalto que pediram para não serem identificadas, o vice adiou embarque para São Paulo para reunir-se com a presidente, na quinta-feira, ocasião em que negou que estivesse fazendo um "jogo duplo" na articulação do governo.
Durante a conversa, o vice sustentou que tem trabalhado para garantir a governabilidade e apaziguar a base, já conturbada, e neste contexto, deixou a presidente à vontade para destituí-lo do cargo de articulador, caso não estivesse satisfeita.
Ainda segundo essas fontes, o vice ouviu de Dilma que ela confia em sua atuação do vice e que é muito importante que ele permaneça na articulação.
Segundo uma das fontes, a conversa entre os dois foi motivada por teoria que circula entre alguns ministros petistas segundo a qual seu recente apelo por unidade e para evitar o agravamento da crise política seria uma tentativa de colocar-se como uma alternativa a Dilma.
Na quarta-feira, Temer fez uma declaração à imprensa em que pediu unidade a todos os setores da sociedade e disse ser necessário que "alguém tenha a capacidade de reunificar a todos", referindo-se ao Congresso Nacional.
Outra fonte próxima do núcleo de articulação, assim como um parlamentar petista, disseram não acreditar que o vice esteja fazendo "jogo duplo". Segundo a reportagem do ValorPro, Temer teria dito em reunião com a presidente Dilma Rousseff na véspera que havia chegado o momento de ele deixar a articulação política do governo.
(Reportagem adicional de Leonardo Goy, em Brasília)
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