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quarta-feira, 28 de junho de 2023

Revolta dos Malês


 Revolta dos Malês

A Revolta dos Malês foi uma revolta de africanos escravizados que aconteceu na cidade de Salvador, em 1835, e mobilizou cerca de 600 africanos.

A cidade de Salvador foi palco da maior revolta de escravos da história do Brasil.


A Revolta dos Malês foi uma revolta de escravos que aconteceu na cidade de Salvador, na Bahia, em 1835. Essa foi a maior revolta de escravos da história do Brasil e mobilizou cerca de 600 escravos que marcharam nas ruas de Salvador convocando outros escravos a se rebelarem contra a escravidão. A Revolta dos Malês, que ficou marcada pela grande adesão de africanos muçulmanos, acabou fracassando e os envolvidos foram duramente punidos.


Escravidão no Brasil

A escravidão foi introduzida no Brasil ainda no século XVI pelos portugueses. Os primeiros africanos a desembarcarem como escravos foram trazidos para Recife. Ao longo de mais de 300 anos de escravidão, indígenas, africanos e crioulos (nascidos no Brasil) sofreram com a violência e a exploração dessa instituição.


Os escravos, por sua vez, não eram passivos à sua situação e resistiam ao trabalho escravo de diversas maneiras. Os escravos poderiam fugir individualmente ou até coletivamente e muitos dos que fugiam se abrigavam em quilombos, um reduto de escravos fugidos que teve em Palmares seu grande símbolo.


As revoltas também eram um ponto importante e muitas delas eram violentas. Nelas, os escravos voltavam-se contra seus senhores ou até mesmo contra as próprias autoridades da região em que eram escravizados. A Bahia foi um grande símbolo de revoltas de escravos, sobretudo na primeira metade do século XIX.


Acesse também: Entenda as diferenças da escravidão de indígenas e africanos


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Revoltas na Bahia escravista

Na primeira metade do século XIX, a Bahia recebeu um grande número de africanos escravizados, sobretudo nagôs (iorubás) e haussás. A grande presença de africanos naquele estado contribuía para que eles se organizassem contra a escravidão, mas a rebeldia dos escravos instalados na Bahia é explicada também pelo fato de que esses dois grupos citados haviam um histórico recente de envolvimento em guerras.


Na primeira metade do século XIX, aconteceram trinta revoltas de escravos na Bahia, das quais metade aconteceu na década de 1820, conforme pontua o historiador João José Reis|1|. A Revolta dos Malês foi o maior exemplo dessas revoltas escravas na Bahia do XIX, mas além dela outras revoltas aconteceram, como foi o caso da Revolta de 1807.


No caso da Revolta de 1807, uma conspiração de escravos foi descoberta em maio daquele ano. Os escravos que estavam se organizando, planejavam atacar igrejas católicas, queimar imagens católicas e promover a ascensão de um líder muçulmano no poder de Salvador. Os planos dos escravos incluíam a expansão territorial por parte do Nordeste brasileiro.


Outras revoltas aconteceram em 1809, 1814, 1826 etc. A maior revolta africana que aconteceu no Brasil foi a Revolta do Malês, que se passou em Salvador em 1835. Essa revolta mobilizou cerca de 600 africanos escravizados e, apesar de ter sido fracassada no final, a possibilidade de novas revoltas de escravos atemorizou os senhores de escravos, sobretudo pelo medo de que o exemplo haitiano pudesse se repetir aqui.


Participantes

A Revolta do Malês aconteceu em Salvador, em 25 de janeiro de 1835. Na época, a capital da Bahia possuía cerca de 65 mil habitantes e desse número cerca de 40% era de escravos. Se fosse aglomerada toda a população de negros em Salvador, o número chegava a 78% da população da cidade. Assim, somente 22% da população de Salvador era de brancos|2|.


Os envolvidos nessa revolta foram, em sua maioria, escravos nagôs (também conhecidos como iorubás) e haussás – embora os segundos estivessem em menor número. Os participantes da revolta eram, em geral, muçulmanos, embora tenham existido aqueles que fossem adeptos de religiões de matriz africana.


O grande número de muçulmanos participando dessa revolta influenciou na forma como ela foi chamada. A palavra “malês” utilizada para nomear o acontecimento é derivado de imalê, que no idioma iorubá significa “muçulmano”. Ao todo, cerca de 600 africanos participaram da Revolta do Malês.


Os envolvidos com a Revolta do Malês optaram por fazer sua revolta no final do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. Os africanos escolheram exatamente o dia da festa conhecida como Lailat al-Qadr, traduzida como Noite da Glória, que relembrava o dia em que o Corão foi revelado a Muhammad (Maomé).


Essa revolta foi formada exclusivamente por escravos nascidos na África, e os historiadores possuem algumas evidências que apontam que os africanos envolvidos na revolta, caso fossem vitoriosos, voltariam-se contra todos aqueles que tivessem nascidos no Brasil, sejam eles escravos ou livres.


Os escravos que participaram da Revolta do Malês eram majoritariamente escravos urbanos e trabalhavam em diversos ofícios como sapateiros, ferreiros, carregadores de cadeira etc. Os escravos da lavoura era a minoria dos envolvidos e os poucos que participaram da revolta vieram da região do Recôncavo Baiano.


Líderes

A Revolta dos Malês contou com oito líderes dos quais a maioria era nagô. O nome dos líderes dessa revolta eram:


Ahuna


Pacífico Licutan


Sule ou Nicobé


Dassalu ou Damalu


Gustard


Manuel Calafate


Luís Sanim (esse era do povo tapa e também chamados de nupes)


Elesbão do Carmo ou Dandará (esse era haussá)


Como terminou a Revolta dos Malês?

A revolta eclodiu na madrugada do dia 25 de janeiro de 1835. Na ocasião, alguns escravos rebelaram-se abruptamente, porque sua conspiração havia sido denunciada. Todo o planejamento tinha sido realizado pelos escravos urbanos – aproveitavam-se do fato de possuírem uma maior liberdade em relação ao escravo da lavoura.


As reuniões aconteceram em diversos locais de Salvador, como nos locais de trabalho. Os escravos africanos que se rebelaram estavam usando um abadá branco (roupa típica dos muçulmanos) e estavam usando amuletos com escritos do Corão em árabe, como forma de proteção. As batalhas estenderam-se na cidade de Salvador por quatro horas e resultou na morte de 70 africanos e 9 mortos daqueles que lutaram contra os africanos|3|.


A última batalha aconteceu em um local de Salvador chamado Água de Meninos e ali, os africanos foram derrotados. O combate em Água de Meninos estendeu-se até por volta das 4 horas da madrugada e muitos dos escravos encurralados tentaram fugir a nado pelo mar e muitos se afogaram tentando fazer isso.


Acesse também: Entenda a revolta que agitou Salvador entre 1837 e 1840


Formas de punição

O historiador João José Reis listou que as formas de punição foram as seguintes: prisão simples, prisão com trabalho, açoite, morte e deportação para a África|4|. Houve casos de africanos sentenciados a sofrer 1200 chibatadas e dezesseis foram condenados à morte, mas desses, 12 reverteram sua pena e só quatro foram de fato executados.


O acontecimento da Revolta dos Malês aumentou consideravelmente a repressão sobre os escravos africanos na Bahia nos anos seguintes. Essa repressão afetou tanto escravos como libertos e existem estudos que afirmam que dos 5 mil libertos que habitavam em Salvador cerca de 20% foi forçada a retornar para a África|5|.


Esses libertos obrigados a retornar para a África foram o reflexo de uma lei aprovada em Salvador no mesmo ano da Revolta dos Malês, que afirmava que todos os africanos suspeitos de envolvimento com revoltas seriam deportados para o continente africano.


https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/revolta-males.htm

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Homens Que Marcaram O Século XX: David Ben-Gurion

 

David Ben-Gurion

Estadista israelense 

16 de outubro de 1886, Plonsk (Polônia)

1º de dezembro de 1973, Tel-Aviv (Israel)

Ben-Gurion ocupou o cargo de primeiro-ministro de Israel até 1963

David Ben-Gurion estudou na Universidade de Constantinopla, aderindo desde cedo ao socialismo e ao sionismo. Em 1906 estabeleceu-se na Palestina, onde organizou um corpo de guarda para a defesa dos estabelecimentos agrícolas judaicos na região.


Ben-Gurion fundou e dirigiu o movimento Poale Sion (sionismo socialista-democrático), bem como o semanário Ha-Achdut (A União). Pouco após o início da Primeira Guerra Mundial, foi expulso da Palestina pelos turcos e mudou-se para Nova York, onde organizou o movimento sionista.


Em 1918 voltou para a Palestina como soldado e transformou aquele movimento em partido, conhecido desde 1930 como MAPAI, Mifleghet Poalei Eretz Israel (Partido dos Trabalhadores da Terra de Israel).


Ben-Gurion foi secretário-geral da Histadrut (Federação dos Sindicatos). Convencido de que os judeus necessitavam de um Estado independente, dedicou-se a lutar por sua obtenção e organizou a Haganah como força de combate.


Embora não estivesse presente à assembléia da ONU, sua ação diplomática contribuiu para a resolução favorável a Israel - e a 14 de maio de 1948 leu a declaração de independência em Tel-Aviv. Tornou-se primeiro-ministro e ministro da Defesa do novo Estado. Sua meta era levar para Israel o maior número possível de judeus, e na primeira década os imigrantes chegaram a um milhão.


Liderança

Em 1956, por ocasião do conflito de Suez, Ben-Gurion mobilizou as forças israelenses, enviando-as ao Sinai. Em cinco dias o exército israelense ocupara a maior parte da península a leste do canal, destruindo bases egípcias e pretendendo abrir uma passagem através do golfo de Aqaba.


Um ultimato franco-britânico ordenou o cessar-fogo, mas Ben-Gurion declarou que Israel só retiraria seus homens quando as tropas inglesas e francesas fossem substituídas por uma força da ONU. Sua atuação nessa crise fortaleceu enormemente sua autoridade.


No campo interno, após cada eleição, Ben-Gurion era obrigado a formar um governo de coalizão, mas o MAPAI manteve sua posição de maioria relativa. Em 1959, após a quarta eleição geral, surgiu o escândalo de espionagem conhecido como caso Lavon, envolvendo um secretário do MAPAI, o que levou Ben-Gurion a pedir demissão, por não concordar com a posição do partido.


Embora Lavon tenha sido demitido e Ben-Gurion tenha voltado ao MAPAI, em 1965 separou-se definitivamente do partido, formando a chapa Rafi.


Presidente da Agência Judaica e do Executivo Sionista desde 1935, e autor do programa mínimo do sionismo (Programa de Biltmore, 1942), Ben-Gurion ocupou o cargo de primeiro-ministro de Israel até 1963.


Vivendo retirado na colônia Sedeh Boker, em Neguev, Ben-Gurion continuou a exercer forte influência na política de Israel.


Enciclopédia Mirador Internacional

https://educacao.uol.com.br/biografias/ben-gurion.jhtm


Por que julgamento de Bolsonaro no TSE não mobiliza bolsonaristas?

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Mulheres Que Marcaram o Século XX: Golda Meir

 


Golda Meir

Golda Meir (em hebraico: גולדה מאיר; em árabe: جولدا مائير; nascida Golda Mabovitch) (Kiev, Império Russo, 3 de maio de 1898 — Jerusalém, 8 de dezembro de 1978 foi uma fundadora e primeira-ministra do Estado de Israel. Emigrou para a Terra de Israel no ano de 1921, onde atuou no sindicato Histadrut e no partido trabalhista Mapai. Além de primeira embaixadora israelense, na extinta União Soviética, em 1948, ela foi ministra do Interior, ministra das Relações Exteriores, ministra do Trabalho e secretária-geral do Mapai.


Conhecida pela firmeza de suas convicções, estava à frente do Estado de Israel em seu momento mais dramático: a Guerra do Yom Kipur, na qual tropas egípcias e sírias atacaram Israel, cuja população estava distraída pelas comemorações do Dia do Perdão judaico. David Ben-Gurion, certa vez, disse, dela: "Golda Meir é o único homem do meu gabinete".


Biografia


Em 1959 (Arquivo Nacional).
Proveniente de uma humilde família judaica, em 1906, emigra com a família para Milwaukee, em Wisconsin, nos Estados Unidos. Após a conclusão dos seus estudos, Golda foi, durante algum tempo, professora primária em Milwaukee e delegada da secção americana do Congresso Judaico Mundial.


Em 1917, casou com Morris Myerson, tendo emigrado em 1921 à Palestina. Golda Meir tornou-se, então, membro do Kibutz Merchavia e, três anos mais tarde, aderiu à Histadrut (Confederação Geral do Trabalho), passando entre 1932 e 1934 a ser a sua representante no estrangeiro, nomeadamente nos Estados Unidos da América.


Nos anos que antecederam e durante a Segunda Guerra Mundial, Golda Meir ocupou lugares fulcrais na hierarquia política: foi chefe do departamento político da Agência Judaica (a maior autoridade em Israel sob administração britânica) e da Organização Sionista Mundial.


Após a Declaração de Independência do Estado de Israel, em 1948, Golda Meir foi nomeada pelo primeiro-ministro, David Ben-Gurion, para o cargo de embaixadora de Israel na União Soviética, por quatro anos. Posteriormente à nomeação, entre 1949 e 1956, Golda exerceu a função de ministra do Trabalho e, na década seguinte (1956-1966), foi ministra dos Negócios Estrangeiros, bem como representante máxima da delegação israelita enviada aos Estados Unidos da América. Foi secretária-geral do Mapai entre 1966 e 1968.


Desde a sua fundação, o novo Estado dotou-se de instituições democráticas: tinha uma câmara única - o Knesset - e foram fundados vários partidos políticos. O partido mais representativo de todos era o Mapai (movimento socialista). Sob o impulso de Golda Meir, o Mapai, o Ahduth Haavoda (União do Trabalho) e o Rafi (Movimento de Esquerda) fundiram-se em Julho de 1968, com o objetivo de formarem o Partido Trabalhista. No ano seguinte, esse novo partido uniu-se ao Mapam (Partido Operário Unificado) constituindo uma aliança eleitoral - a Maarakh (Frente Operária).


Em 1969, após a morte do Primeiro-ministro Levi Eshkol, Golda Meir forma governo sendo primeira-ministra de Israel por cinco anos (1969-1974). Em sua primeira coletiva de imprensa como primeira-ministra, bradou, aos vizinhos árabes, que estaria disposta a qualquer coisa pela paz, exceto o suicídio nacional. E convidou, explicitamente, o então presidente do Egito, Nasser, para a mesa de negociações, dizendo que iria até mesmo ao Cairo, caso necessário, para negociar devoluções de território pacificamente. Embora este tenha recusado, seu sucessor Sadat atendeu aos pedidos. Nesse mesmo ano, Golda Meir profere sua famosa declaração, de que "Não há algo assim como palestinos (...) Não é como se houvesse um povo palestino na Palestina considerando a si mesmo como um povo e nós viéssemos, os jogássemos fora e tomássemos deles o seu país. Eles não existem e têm em Arafat, nascido no Egito, o seu líder.", no The Sunday Times (Londres) de 15 de junho de 1969.


Durante esse período, não acatou as resoluções da Organização das Nações Unidas, que invalidavam a anexação israelita de Jerusalém Oriental e que ordenavam a retirada de Israel dos territórios árabes ocupados em 1967 na guerra dos seis dias, por entender que, como não haveria contrapartida para impedir ataques dos palestinos e de nações árabes, tais medidas colocariam, em risco, a existência do Estado de Israel.


Golda Meir aplicou uma política de medidas extremas contra membros de organizações que realizavam atentados, chegando a ordenar o assassinato de suas lideranças.


Em 6 de Outubro de 1973, deu-se a quarta guerra do conflito árabe-israelense, chamada "Guerra do Yom Kippur" (os israelitas celebram, nesse dia, a grande data religiosa de "Yom Kippur", onde se faz jejum completo por 25 horas, daí o nome atribuído ao conflito).


No início da guerra, os israelenses foram apanhados completamente de surpresa, por acreditarem que seriam respeitados no dia mais importante de seu calendário religioso, por invasões pelo Egito e Síria.


A Síria atacou pelas Colinas do Golan, ao norte de Israel e o Egito se encarregou da península do Sinai e no canal de Suez, ao sul do país, desencadeando, assim, uma guerra com duas frentes. Os ataques árabes causaram enormes perdas às forças de defesa de Israel. Porém, após três semanas, as tropas de Israel obrigaram as tropas agressoras a recuarem. Penetraram com tanques e artilharia no território sírio a precisamente 32 quilômetros da capital Damasco (que teve seus subúrbios bombardeados) e a 100 quilômetros de Cairo, capital egípcia.


Como consequência do conflito, os países árabes decidiram parar de exportar petróleo para os Estados Unidos e países que apoiavam a sobrevivência de Israel, o que levou à crise do petróleo.


Em Abril de 1974, Golda Meir apresenta a sua demissão dadas as críticas à sua atuação e à do seu Ministro da Defesa, Moshe Dayan (herói da guerra dos seis dias), na Guerra do Yom Kippur, e pelos baixos resultados alcançados nas eleições pelo Partido Trabalhista. Meir foi substituída pelo General Yitzhak Rabin.


A 5 de Março de 1976, Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu Partido, em virtude da demissão de Meir Zarmi do cargo de Secretário-Geral, tendo publicado, nesse mesmo ano, um livro de carácter autobiográfico: A minha vida.


Nesse livro, que, no Brasil, foi publicado em 1976 pela Bloch Editores, Golda Meir lança uma luz sobre alguns pontos até hoje controvertidos ligados à criação de Israel. Um desses pontos foi o apoio do então bloco socialista ao nascente Estado Judeu, não só o reconhecendo prontamente, mas também (e este é um fato pouco divulgado) armando Israel na sua Guerra da Independência. Sobre isso, escreve Golda:


Quanto ao reconhecimento soviético, que se seguiu ao americano, possuía outras raízes. Não tenho agora mais dúvida alguma de que a principal razão soviética foi tirar os britânicos do Oriente Médio. Mas no decorrer de todos os debates ocorridos nas Nações Unidas no outono de 1947, me parecera que o bloco soviético nos apoiava também devido ao terrível preço que os próprios russos haviam pago na guerra mundial e seu consequentemente profundo sentimento de que os judeus, que do mesmo modo haviam tão cruelmente sofrido nas mãos dos nazistas, mereciam ter seu Estado. [...] Não fossem as armas e munições que pudemos comprar na Tchecoslováquia e transportar através da Iugoslávia e outros países balcânicos, naqueles dias negros do início da guerra, e não sei se teríamos podido resistir até o refluxo da maré, conforme aconteceu em junho de 1948.
Golda Meir revela também que não era desejo do recém-fundado Estado Judeu que suas populações árabes debandassem (como acabou acontecendo, dando origem ao trágico problema dos refugiados).


Em abril de 1948 eu mesma fiquei durante horas na praia de Haifa, literalmente implorando aos árabes da cidade que não saíssem. Além do mais, foi uma cena que provavelmente nunca esquecerei. A Haganah (o exército judeu) acabara de assumir o controle de Haifa, e os árabes começaram a fugir — porque sua liderança tão eloquentemente lhes assegurara ser essa a atitude mais inteligente a tomar e os britânicos tão generosamente puseram dezenas de caminhões à sua disposição. Nada do que a Haganah disse ou fez adiantou — nem os apelos via alto-falantes, montados em caminhonetas, nem os impressos que, então, fizemos chover sobre os bairros árabes da cidade ("Não temam!" diziam em árabe e hebraico. "Saindo estarão trazendo para si pobreza e humilhação. Permaneçam na cidade que é tanto sua quanto nossa.") [...] Por que queríamos que ficassem? Havia dois bons motivos: primeiro, e antes de tudo, queríamos provar ao mundo que judeus e árabes podiam viver juntos [...]; segundo, sabíamos perfeitamente bem que se meio milhão de árabes saíssem então da Palestina, tal fato acarretaria ao país um sério transtorno econômico.


A 8 de dezembro de 1978, Golda Meir morre de câncer em Jerusalém com 80 anos de idade. Encontra-se sepultada no Cemitério Nacional do Monte.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Uma década de crises fez o Brasil perder uma geração?

'Devolve nosso ouro': o destino da riqueza do Brasil Colônia

domingo, 28 de maio de 2023

Love to Love You, Donna Summer | Official Trailer | HBO



O novo documentário "Love to Love You, Donna Summer" conta a história da lendária vocalista, desde sua infância até sua morte em 2012. O Access Hollywood sentou-se exclusivamente com as filhas de Donna – Mimi, Brooklyn e Amanda Sudano – antes da estreia do filme estréia no tapete, e eles compartilharam memórias de sua amada mãe. "Ela era muito divertida. Ela adorava trotes, ligar para nossos amigos e muitas piadas, bobagens e união." "Love to Love You, Donna Summer" estreia em 20 de maio na HBO Max.




segunda-feira, 24 de abril de 2023

Galileu (1564-1642)

Galileu (1564-1642) é em geral considerado o fundador da ciência moderna. Pelo menos, é indiscutivelmente o seu símbolo.


Tendo vivido em pleno Renascimento, Galileu  vai  rebelar-se contra  o aristotelismo escolástico. Como mostra Koyré, a importância dada por Galileu à Matemática provém de uma forte influência platónica, que se tinha já feito sentir na Antiguidade em Arquimedes.   Contestando os dogmas da Igreja àcerca da filosofia natural, fundamentalmente assentes na autoridade indiscutível de Aristóteles, Galileu  pretendia investigar a Natureza directamente, com base nos dados fornecidos pelos sentidos, isto é,  na observação e  na experiência empírica.  Por outro lado, considerava que, para observar a Natureza era necessário conhecer a língua em que estava escrito o "Grande Livro do Mundo": a Matemática. É justamente a conjugação destes dois factores, ou seja, a valorização da experiência e da matemática, que faz de Galileu o fundador do método  experimental e, portanto, de uma nova atitude em relação à ciência.


Na verdade,  Galileu considerava a matemática como um instrumento de obtenção de certeza superior à própria lógica. Assim sendo,  defendia que se deve medir tudo o que pode ser medido e tornar mensurável o que não pode ser medido. Quando uma relação matemática podia ser encontrada na Natureza, aceitava-a como correcta e  tratava de desmentir todas as declarações  que com ela conflituassem.  As discrepâncias entre as relações  matemáticas e os eventos físicos eram sempre atribuídas a causas subjectivas, decorrentes de erros praticados pelos investigadores. Em momento algum Galileu aceitava que o equilíbrio entre a Natureza e a matemática pudesse ser posto em causa.  O que significa que Galileu não adoptou a perspectiva  platónica segundo a qual  o nosso mundo é uma cópia distorcida do mundo "ideal". Pelo contrário, a matemática era a expressão correcta da Natureza. O trabalho de matematização do real podia começar.


Galileu: um investigador incansável


Galileu é indiscutivelmente um grande matemático. As sua ideias  sobre as questões da matemática pura eram bastante originais, como transparece da sua observação «nem o número de quadrados é menor do que o da totalidade dos números, nem o último é maior que o primeiro». Esta defesa do infinito actual (sustentada por Salviati nos Discorsi) foi conscienciosamente dirigida contra as posições aristotélica e escolástica (representadas por Simplício).


Não se pense porém que Galileu era  um matemático puro. Muitos dos seus textos, correspondência, notas e livros dão-nos  a imagem de um Galileu   investigador,  mudando de opinião, usando a experimentação para criticar e rever a teoria, usando a teoria para criticar e rever a experimentação, decidindo-se, flutuando, metendo-se em becos sem saída, precisamente o que seria de esperar de uma pessoa com a sua inteligência penetrante trabalhando activamente durante mais de 50 anos, inclusive depois de cego.  



 Um problema para Galileu


            Um dia, já estava Galileu no seu retiro em Arcetri, um indivíduo dirigiu-se-lhe para lhe colocar o seguinte problema: tendo aberto um poço muito profundo, no jardim, não consegue que a água suba acima  dos 10 metros e 30, pois a partir desta altura a bomba deixa de aspirar a água.


            Galileu fica intrigado, pois a água deveria seguir o êmbolo da bomba aspiradora como se a ele aderisse, para não permitir a criação de vácuo, contrária ao que se acreditava ser as leis da natureza. Mas, se a água não subia era porque, de facto, se criava um espaço vazio de água e de ar.


            Depois de muito reflectir no problema, Galileu encontra uma solução que expõe nos Diálogos, em 1638: uma corda amarrada pela extremidade superior pode partir pelo seu próprio peso, se é muito comprida, o mesmo deve ter acontecido a esta "corda de água" que se quebra quando a sua altura a torna muito pesada.


            A partir desta conclusão de Galileu, Torricelli e Pascal desenvolveram uma série de experiências que levaram à descoberta da pressão atmosférica e à invenção do barómetro.


https://webpages.ciencias.ulisboa.pt/


 

 

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Tiradentes, Líder da Inconfidência Mineira


 Tiradentes

Líder da Inconfidência Mineira

Por Dilva Frazão


Tiradentes (1746-1792) foi o líder da Inconfidência Mineira, movimento de tentativa de libertação colonial do Brasil.


Tiradentes, mártir da independência, foi executado e esquartejado no dia 21 de abril. Mais tarde, já sob a república, o dia de sua morte foi declarado feriado nacional.


Infância e juventude

Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, nasceu na Fazenda do Pombal, entre a Vila de São José, hoje Tiradentes, e São João del-Rei, Minas Gerais.


Era filho do português Domingos da Silva Santos, proprietário rural, que se dedicava à mineração, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier. Era o quarto filho entre sete irmãos. Batizou-se no dia 12 de novembro de 1746.


O Apelido de Tiradentes

Aprendeu as primeiras letras com o irmão mais velho e não fez os estudos regulares. Com nove anos ficou órfão de mãe e aos 11, de pai. Foi criado na casa do padrinho, o cirurgião Sebastião Ferreira Leite, que lhe ensinou noções práticas de odontologia.  


Tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe rendeu o apelido de Tiradentes.


A decadência da mineração

Ainda jovem, Tiradentes foi tropeiro e mascate. Trabalhou no transporte de mercadorias entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro com uma tropa de burros. Tentou a mineração, mas não obteve êxito.


Nessa época, o auge da mineração de Minas Gerais já havia passado e os portugueses acusavam o povo da colônia de burlar a coroa, quando estes diziam que as minas estavam esgotadas.


A Cobrança do Reino

Tiradentes começou a sentir a pressão do reino. Portugal exigia que grandes recursos humanos fossem aplicados exclusivamente na mineração, proibindo o estabelecimento de engenhos na região de Minas e punindo todos os contrabandistas.


Não só os mineiros, mas toda a população era obrigada a pagar elevados impostos, o que promovia um descontentamento geral na colônia.


Primeiras ideias de rebelião

Em 1787, Tiradentes pediu licença do exército e seguiu para o Rio de Janeiro onde foi tentar vida nova. Interessado pela engenharia, elaborou projetos para construir armazéns no cais para proteção e guarda das mercadorias. Projetou a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para melhoria do abastecimento de água da cidade e aguardava a liberação do financiamento. 


Tiradentes permaneceu um ano na capital. Nessa época, já pregava a liberdade da colônia. Em setembro de 1788, procurou o filho do capitão-mor de Vila Rica, José Álvares Maciel, que chegara recentemente da Europa e também alimentava os sonhos da independência.


A Organização dos Conspiradores

Em dezembro de 1788, terminada a licença, Tiradentes foi requisitado para acompanhar a Minas Gerais a família do novo governador da colônia, Luís Antônio Furtado de Mendonça (o Visconde de Barbacena).


O Visconde estava trazendo a incumbência de decretar a derrama, ou seja, a cobrança de todos os impostos atrasados, motivo que intensificou ainda mais o sonho de liberdade.  


Tiradentes passou a fazer propaganda, em Vila Rica e em seus arredores a favor da independência do Brasil. A primeira reunião dos conspiradores ocorreu na casa do Tenente-Coronel Francisco de Paula Freire.


A eles uniram-se o Padre Carlos Correia de Toledo e Melo - vigário de São João del-Rei, homem rico e influente, e pessoas de certa projeção social, como Cláudio Manuel da Costa, poeta e antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, poeta e ex-ouvidor da Comarca e o minerador, Inácio José de Alvarenga Peixoto.


Os Planos Para Tomar o Poder

A Inconfidência Mineira, como ficou conhecida a rebelião - já que os revoltosos estavam negando fidelidade à Coroa portuguesa, foi planejada. Um projeto de constituição chegou a ser efetivamente redigido. A nova capital, sugerida pelos inconfidentes, deveria ser São João Del-Rei.


Tiradentes propôs que a bandeira da Nova República fosse um triângulo vermelho com fundo branco, simbolizando a Santíssima Trindade. Alvarenga sugere a inscrição tomada ao poeta latino Virgílio: “Libertas quae sera tamen” – “Liberdade ainda que tardia”.


Bandeira Inconfidência Mineira


O Delator e a procura por Tiradentes

No dia 15 de março de 1789, o coronel Silvério dos Reis, fazendeiro e minerador, introduzido no movimento, delata a conspiração em troca do perdão para as suas dívidas.


Nessa época, Tiradentes encontrava-se no Rio de Janeiro em busca de conquistar novos adeptos à causa revolucionária.


No dia 1 de maio, Silvério chega ao Rio, e vai em busca de Tiradentes.


A prisão de Tiradentes

No dia 10 de maio de 1789, a casa de Domingos Fernandes da Cruz, onde Tiradentes se encontrava, foi cercada e Tiradentes foi preso.


Dias depois, em Vila Rica, os seus companheiros também foram detidos, e iniciou-se a investigação e o processo dos acusados. No dia 4 de julho, Cláudio Manuel da Costa foi encontrado enforcado na cela.


A condenação de Tiradentes

No dia 22 de maio, na primeira audiência da devassa, Tiradentes foi interrogado. No dia 18 de janeiro de 1790, diante do quarto interrogatório, Tiradentes confessa a conspiração e assume toda a responsabilidade, como comprovam as atas do processo.


No dia 19 de abril de 1792, os inconfidentes receberam as suas penas: onze condenações à morte, cinco a degredo perpétuo e várias condenações à prisão. Todos perderam os seus bens.


A Morte de Tiradentes

No dia 20 de abril de 1792, a rainha D. Maria I concede a comutação da pena de enforcamento para prisão perpétua àqueles indiciados, exceto a Tiradentes, que seria enforcado, decapitado e esquartejado


Tiradentes foi enforcado no Largo da Lampadosa (atual Praça Tiradentes) no Rio de Janeiro, no dia 21 de abril de 1792. O seu corpo foi esquartejado, a sua cabeça exposta em Vila Rica e os seus membros espalhados em postes no caminho entre Minas e o Rio de Janeiro.


O reconhecimento do mérito de Tiradentes só veio em 1867, época em que foi erguido um monumento em Ouro Preto. Mais tarde é que o 21 de abril foi declarado feriado nacional pela lei 4.897, de 9 de dezembro de 1965, e ele foi proclamado “patrono cívico da nação brasileira”.


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Mulheres Que Marcaram O Século XX: Angela Davis


 Angela Davis (1944) 

personalidades negras importantes da história

Angela Yvonne Davis nasceu no Alabama, EUA, e tornou-se uma dos principais mulheres negras na luta pelos direitos civis na década de 1960 - 1970. Cresceu em um dos estados do sul americano onde a segregação racial era mais dura, e organizações civis como a Ku Klux Klan tinha o hábito de perseguir, linchar e enforcar pessoas negras. 


No fim da adolescência Ângela conseguiu uma bolsa para estudar filosofia em Nova York, onde conheceu ideais socialistas e passou a militar em favor dos direitos civis, igualdade de gêneros, entre outras causas. Quando tinha por volta de 20 anos, associou-se ao partido dos Panteras Negras, chegou a ser uma das dez pessoas mais procuradas no país pelo FBI, mas depois foi inocentada de todas as acusações. 


Desde então, Ângela é símbolo de resistência negra, acadêmica respeitada nos estudos étnicos e de gênero. Em 1977-1978 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz. 


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Homens Que Marcaram O Século XX: Kwame Nkrumah


 Kwame Nkrumah (1909 - 1972)

personalidades negras importantes da história

Se hoje consideramos líderes negros Martin Luther King Jr., Malcolm X, e outros, um dos responsáveis é este líder ganense, principal voz por trás da lutas de libertação africanas das colônias europeias. 


Educado em uma escola católica durante a sua infância, na juventude partiu para o EUA formando-se em teologia e fazendo um mestrado em filosofia. Foi desenvolvendo as suas ideias de um continente africano livre e desenvolvido até que ajudou a fundar o Pan-Africanismo. 


Aos 38 anos retornou ao Gana, seu país de origem, já como um político respeitado. Aos poucos, foi recrutando pessoas para sua causa: implantar um autogoverno no país, na época colônia do Reino Unido. Gana foi o primeiro país africano a tornar-se independente em 1957 e a luta e ideais de Nkrumah inspirou líderes africanos e negros em todo mundo pela conquista de liberdade. 

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quinta-feira, 20 de abril de 2023

Gonçalves Dias: 3 perguntas ainda sem resposta sobre vídeo que derrubou ministro de Lula /// BBC News, Brasil


 Gonçalves Dias: 3 perguntas ainda sem resposta sobre vídeo que derrubou ministro de Lula

Homem caminhando CRÉDITO,REPRODUÇÃO

Legenda da foto,

Gonçalves Dias aparece em imagens de segurança do Planalto no dia da invasão


20 abril 2023

Atualizado Há 6 horas

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve sua primeira baixa nesta semana quando o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, entregou seu cargo, em meio ao vazamento de imagens de câmeras de segurança onde ele aparece interagindo com pessoas que invadiram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.


As imagens reveladas pela CNN Brasil mostram Dias caminhando no terceiro andar do Palácio do Planalto e conversando com invasores.


Aparentemente ele está mostrando a saída de emergência aos invasores. Outros funcionários do GSI aparecem dando água para alguns dos invasores.




O dia 8 de janeiro foi marcado pela invasão violenta e quebradeira das sedes do Três Poderes em Brasília.


As imagens levantam dúvidas sobre a atuação de Gonçalves Dias e do GSI no dia. O ministro entregou seu cargo alegando que isso facilitaria investigações sobre as imagens. O ministério, sob novo comando, já determinou a investigação.


A crise que derrubou 1° ministro do governo Lula

19 abril 2023

Existe também a possibilidade de instauração de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos violentos do dia 8 de janeiro em Brasília.


Inicialmente a CPMI era uma reivindicação da oposição, mas há sinais de que o próprio governo pode apoiar a iniciativa agora.


Em entrevista à BBC News Brasil em Londres nesta quinta-feira (20/4), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que o pedido de criação da CPMI será lido no Congresso em 26 de abril e que a polêmica envolvendo o GSI "é um fato que tem que ser esclarecido".


Após sua saída, ele concedeu entrevistas — mas ainda há diversas dúvidas que ainda não foram esclarecidas.


1. Por que houve um tratamento aparentemente tão cordial aos invasores?

Essa é a questão mais importante na queda do ministro — e segundo interlocutores do governo foi a que mais irritou o presidente. Ela foi determinante na queda do ministro.


As imagens mostram que os invasores não eram pacíficos. Eles aparecem destruindo vidros e um relógio histórico.


As imagens revelam uma série de evidências de um comportamento cordial por parte dos funcionários e seguranças do GSI — alguns deles militares:


Em alguns trechos, os funcionários do GSI aparecem conversando calmamente com todos os invasores;

Em algumas imagens, os funcionários cumprimentam cordialmente os vândalos;

Em outras, um homem pega um extintor de incêndio, que foi usador por diversos vândalos para destruir os prédios. Um funcionário do GSI assiste passivamente e não fala nada;

Um dos militares aparece abrindo uma porta de onde os invasores tiram garrafas de água para se refrescar;

Gonçalves Dias aparece caminhando ao lado dos invasores, aparentemente mostrando a saída para eles.

As investigações precisarão esclarecer porque não houve prisão imediata dos invasores — e porque os funcionários e o ex-ministro não parecem estar tentando evitar as invasões ou chamar reforços.


Dias se defendeu afirmando que suas ações e da equipe naquele dia tiveram o objetivo de tirar os invasores de locais sensíveis e levá-los ao segundo andar para serem presos.


"Eu entrei no palácio depois que o palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do terceiro piso e do quarto piso para que houvesse a prisão no segundo", disse o agora ex-ministro à Globonews.


"Na sala ao lado (da sala) do presidente, eu retirei três pessoas que estavam lá dentro e mandei descer pro segundo (andar). Eu fui verificar se as portas estavam fechadas e se não houve nenhuma depredação lá dentro."


"Prendemos mais 250 pessoas pessoas aqui dentro, que invadiram, que depredaram tudo. Minha amiga, ninguém fala, mas nós preservamos praticamente o terceiro piso todinho — o coração do Planalto, que é a sala do presidente, ela foi preservada."


O ex-ministro defendeu também que condutas como a do funcionário que foi filmado distribuindo água aos invasores sejam punidas.


"Aquilo é um desvio de atitude", disse, referindo-se à cena.


Ainda assim, Dias defendeu que a escolha de imagens como essa, de um funcionário distribuindo água, foi seletiva demais.


"O major distribuindo águas a manifestantes, fizeram um corte específico na produção dos vídeos que vocês olharem (sic). Aquilo é um absurdo para minha imagem. "


2. Por que essas imagens demoraram tanto para aparecer?

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Lula teria pedido diversas vezes ao general as imagens do sistema de segurança daquele dia. Uma das explicações dadas anteriormente era de que uma das câmeras tinha sido quebrada.


De acordo com o jornal, o presidente teria sido surpreendido pelo vazamento das imagens nesta semana.


Oficialmente, o governo diz que a Polícia Federal está investigando todas as imagens do dia.


Dias depois do ataque, o governo chegou a divulgar imagens da invasão do Palácio do Planalto — como as que mostram um invasor derrubando o relógio histórico — mas os trechos eram editados.


Gonçalves Dias nega que tenha impedido acesso do presidente às imagens, e disse que tudo foi distribuído aos órgãos competentes que investigam as invasões.


3. Por que Gonçalves Dias estava em Brasília naquele domingo?

Ainda não está claro porque o ministro estava no gabinete no dia dos ataques. As imagens mostram que ele anda sem escolta em meio aos invasores.


Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-comandante militar do Palácio do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, enviou reforços do Batalhão da Guarda Presidencial para o Palácio do Planalto dois dias antes dos ataques para Brasília.


Mas a presença do efetivo foi dispensada pelo GSI no dia 7 de janeiro — um dia antes da invasão. Não se sabe porque esse efetivo foi dispensado, justamente na véspera dos atos violentos.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/c4n7lzm6md6o

Homens Que Marcaram O Século XX: Chiang Kai-shek


 Chiang Kai-shek


Chiang Kai-shek (  3 de outubro de 1887 – 5 de abril de 1975), também conhecido como Generalíssimo Chiang ou Chiang Chungcheng, romanizado como Chiang Chieh-shih ou Jiang Jieshi, foi um político e militar chinês que serviu como Presidente da República da China, de forma intermitente, de 1928 e 1949, e depois de Taiwan de 1950 a 1975. Ele foi reconhecido como legítimo governante de toda a China até 1971, período em que as Nações Unidas passaram a Resolução 2 758.


Chiang foi um influente membro do movimento Kuomintang (KMT), o Partido Nacionalista Chinês, além de um grande aliado de Sun Yat-sen. Chiang se tornou o comandante da Academia Militar Whampoa e substituiu Sun como líder do KMT após o Golpe de Canton, em 1926. Após ter neutralizado a ala esquerdista do partido, Chiang liderou a Expedição do Norte, conquistando toda a China após derrotar o Governo de Beiyang e pacificado os Senhores da guerra da China.[2]


De 1928 a 1948, Chiang serviu como presidente e generalíssimo do Governo Nacional da República da China. Chiang era um nacionalista, promovendo a cultura tradicional chinesa no chamado "movimento nova vida". Incapaz de manter as boas relações que seu antecessor tinha com o Partido Comunista da China (PCC), Chiang tentou expurga-los do país através do massacre de Xangai de 1927 e depois reprimiu várias rebeliões, primeiro na região de Cantão e depois em outros territórios. Com o passar dos anos, seu governo foi ficando cada vez mais autoritário, embora perdesse apoio nas zonas rurais e ainda havia a crescente ameaça dos socialistas que, apresar das repressões, ganhavam apoiadores e atiçavam uma guerra civil contra o governo de Chiang Kai-shek.[3]


No começo da Segunda Guerra Sino-Japonesa, que mais tarde se tornou o teatro de operações da China na Segunda Guerra Mundial, o marechal Zhang Xueliang sequestrou Chiang e o obrigou a estabelecer a Segunda Frente Unida com os Comunistas. Após a derrota dos japoneses, o plano americano (a "Missão Marshall"), tentou negociar um governo de coalizão, mas falhou. Em 1946, a Guerra Civil Chinesa recomeçou a todo o vapor, com as forças do Partido Comunista, lideradas por Mao Zedong, derrotando os exércitos do KMT e proclamando a República Popular da China em 1949. O governo de Chiang e o que sobrou de suas tropas recuaram para Taiwan, onde ele impôs lei marcial e perseguiu todos os socialistas, críticos e opositores do seu regime na ilha no que ficou conhecido como "Terror Branco". Após evacuar para Taiwan, o governo de Chiang e seus apoiadores continuaram a declarar sua intenção de, um dia, retomar a China dos comunistas. Chiang governaria Taiwan como presidente e Diretor-geral do Kuomintang até sua morte em outubro de 1975, um ano antes da morte de Mao.[4][5]


Assim como Mao, Chiang Kai-shek é considerado uma figura controversa. Seus apoiadores o creditam por ter desempenhado um grande papel durante a vitória dos Aliados da Segunda Guerra Mundial e ter unificado a nação, sendo também um símbolo nacional e uma figura importante na resistência contra os japoneses, os soviéticos e os comunistas. Detratores e críticos o denunciam como um ditador, um autocrata autoritário que reprimiu e expurgou seus opositores a todo o custo, com prisões arbitrárias, torturas e assassinatos a todos que não apoiavam o Kuomintang e outros.[6]


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