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quinta-feira, 13 de maio de 2021

NOS 133 ANOS DO FIM DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL, VEJA 5 MITOS SOBRE A LEI ÁUREA // A história do famoso decreto assinado pela Princesa Isabel é por vezes distorcida


Princesa Isabel



Escravizados numa fazenda na província de Minas Gerais, 1876 - Coleção Princesa Isabel: Fotografia do século XIX, via Wikimedia Commons



 NOS 133 ANOS DO FIM DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL, VEJA 5 MITOS SOBRE A LEI ÁUREA

A história do famoso decreto assinado pela Princesa Isabel é por vezes distorcida


ANDRÉ NOGUEIRA/ ATUALIZADO POR INGREDI BRUNATO, SOB SUPERVISÃO DE THIAGO LINCOLINS PUBLICADO EM 13/05/2020 


O dia 13 de maio possui uma importância inegável para a história brasileira, marcando o data em que a escravidão finalmente foi abolida no Brasil através da promulgação da Lei Áurea. Nosso país foi o último do Ocidente a tomar essa decisão, inclusive, tendo retardado o fim da legalidade do cativeiro de trabalhadores.


Uma ocorrência curiosa é que, apesar desse momento ter uma grande relevância histórica, ainda existem diversos aspectos que são difundidos de maneira que não reflete a realidade da época. 


A figura da própria Princesa Isabel, por exemplo, que foi responsável pela assinatura do decreto, tem suas motivações por trás do ato interpretadas frequentemente de maneira simplificada. 


E não foram apenas os objetivos monárquicos que foram distorcidos: os posicionamentos e atitudes relacionados à escravidão de vários setores da sociedade brasileira passaram por esse processo, escondendo assim uma série de mitos sobre a história do Brasil. 


Pensando nisso, separamos 5 dessas afirmações não tão precisas, para assim devolver a clareza a esse período marcante da trajetória nacional. 


1. A abolição foi obra da Princesa Isabel

A professora Angela Alonso, autora de Flores, Votos e Balas, resume: "Depois da abolição, aconteceram várias celebrações em torno da Princesa Isabel. Parte dos abolicionistas, inclusive, associou a abolição à Coroa. Mas [a Princesa] teve uma importância bem lateral. Há vários líderes negros que foram muito importantes". Ou seja, se esquece dos principais interessados na abolição: os escravos.


“Os próprios escravos contribuíram de forma decisiva para acelerar o processo do fim da escravidão”, adiciona o historiador Ricardo Tadeu Caires Silva, da Universidade Estadual do Paraná, à BBC. “A abolição foi feita muito mais por uma pressão das ruas, das senzalas, do que por uma decisão política com base na bondade”.


Ao contrário do que diz o senso comum, o núcleo da luta pela abolição não era uma vontade humanista por parte da monarquia, mas uma série de lutas e revoltas no interior das fazendas, que foram suprimidas.


A Lei Áurea é o culminar de todo um projeto de pressão social pelo fim da escravidão, que foi adiada com leis conservadoras como o Ventre Livre e a do Sexagenário.

 


Não ha dúvidas: a abolição da escravatura seria assinada por qualquer um que estivesse no poder. O adiamento da execução não ocorreu por uma discordância entre o Imperador e a Princesa, mas por conta de uma inviabilidade vista pelo governo, que tinha seu principal apoio na elite escravista. As pressões sociais, porém, obrigaram o governo a se modernizar economicamente e acabar com a questão servil.


As motivações que levaram à Lei Aurea não eram de motriz humanista ou social, mas essencialmente produtiva, e a herdeira do trono, com pressões causadas pelas revoltas escravas, enxergava, assim como o pai, a ação como premeditada.


3. A luta contra a escravidão foi pacífica



Aqui, prevalece uma confusão de protagonismo. Na luta pela abolição por parte da monarquia, essa questão se tronou pauta a partir de 1850. No entanto, a emancipação dos cativos já era socialmente exigida desde o século 16: escravos lutavam por sua liberdade há séculos.


Famílias negras livres também integraram à luta emancipacionista muito antes dela se tornar uma pauta econômica do Império. Nomes importantes como Luís Gama, José do Patrocínio, André Rebouças e outros negros batalharam não apenas pelo fim do serviço senhorial, mas pelo auxílio aos libertos, que eram desamparados (e continuaram com as decisões políticas da Princesa Isabel e da República).


Uma das maiores especialistas em escravidão do Brasil, Maria Helena Machado, da USP, lembra em entrevista à BBC da pressão que a violência das revoltas contra os senhores teve na pressão pela abolição: "Eram crimes planejados, insurreições. Muitas vezes, em reação à violência física contra os escravos”.


Ou seja, muitas dessas ações tiveram um cunho revolucionário. "Aqueles que vencem a batalha é que fazem a narrativa. Nós historiadores temos que reconstituir o processo da batalha, para recuperar as vozes daqueles que não foram ouvidas".


4. Os governantes estavam do lado dos escravos


Ao contrario do que se costuma afirmar, o que resultou na Lei Áurea não era um afeto da monarquia pelos negros, mas o medo de uma revolta generalizada como aconteceu no Haiti, que quebraria a lógica do poder e dominação senhoriais.


É o que defende Luís Felipe de Alencastro, historiador e cientista político, que afirma que a abolição foi um movimento conservador de manutenção dos privilégios, para a elaboração, ainda excludente, de uma nova fase econômica controlada pela elite. “No final, a ideia de reforma agrária capotou”, disse Luís em entrevista à BBC.


Muitos dos agentes centrais do movimento pela emancipação foram esquecidos e caíram no anonimato, num esforço conjunto de monarquia e república de acabar com a memória dos negros no Brasil.


Resumidos em alguns nomes mais conhecidos e ligados à ideologia monárquica, como José do Patrocínio (normalmente lido como caricatura), isso serve a um projeto de protagonismo da elite branca.


5. Um marco contra o racismo


O período pós-abolição é central na compreensão das mazelas que ainda atingem a sociedade brasileira, marcada pela exclusão de negros em favelas e empregos de baixa remuneração e qualidade.


O projeto abolicionista nunca teve uma matriz humanista de auxílio aos emancipados, que foram deixados à própria sorte, sem propriedade e excluídos do mundo do trabalho, que esperava uma substituição com base na mão de obra europeia.


A inclusão do negro na sociedade não era pauta do governo. “Agora, a gente tem condições mais favoráveis pra voltar a esse 13 de maio com outros olhares e outras perguntas que permitam reconhecer os esforços negros na luta contra a escravidão. Porque, ainda que o projeto dessas pessoas não tenha sido o vitorioso, não se pode ignorar a luta dessas pessoas. Isso é um outro roubo de historicidade da experiência negra”, afirmou Ana Flávia Magalhães, da UnB, ao portal Terra.


“É importante a gente pensar nos abolicionistas lá do século 19 e o que a gente está enfrentando aqui hoje. Essa situação hoje é lastimável, de um racismo atemporal que se organiza no Brasil e que muita gente que está no topo do comando político tem ojeriza de sequer citar esse debate, quanto mais enfrentar o que essa situação de exclusão histórica produziu e impactou no projeto de vida da coletividade negra do país”, lembra a pesquisadora e ativista baiana Vilma Reis.

A democracia racial


 A democracia racial 

A democracia racial é um termo usado por algumas pessoas para descrever relações raciais no Brasil. O termo denota a crença de alguns estudiosos que o Brasil escapou do racismo e da discriminação racial. Estudiosos afirmam que os brasileiros não vêem uns aos outros através da lente da raça e não abrigam o preconceito racial em relação um ao outro. Por isso, enquanto a mobilidade social dos brasileiros pode ser limitada por vários fatores, gênero e classe incluído, a discriminação racial é considerada irrelevante (dentro dos limites do conceito da democracia racial).


O conceito foi apresentado inicialmente pelo sociólogo Gilberto Freyre, na sua obra Casa-Grande & Senzala, publicado em 1933. Embora Freyre jamais tenha usado este termo nesse seu trabalho, ele passou a adotá-lo em publicações posteriores, e suas teorias abriram o caminho para outros estudiosos popularizarem a ideia.



Freyre argumentou que vários fatores, incluindo as relações estreitas entre senhores e escravos antes da emancipação legal dada pela Lei Áurea em 1888, e o caráter supostamente benigno do imperialismo Português impediu o surgimento de categorias raciais rígidas. Freyre também argumentou que a miscigenação continuada entre as três raças (ameríndios, os descendentes de escravos africanos e brancos) levaria a uma "meta-raça". A teoria se tornou uma fonte de orgulho nacional para o Brasil, que se contrastou favoravelmente com outros países, como os Estados Unidos, que enfrentava divisões raciais que levaram a significantes atos de violência. Com o tempo, a democracia racial se tornaria amplamente aceita entre os brasileiros de todas as faixas e entre muitos acadêmicos estrangeiros. Pesquisadores negros nos Estados Unidos costumavam fazer comparações desfavoráveis entre seu país e o Brasil durante a década de 1960.


Nas últimas quatro décadas, principalmente a partir da publicação em 1976 de Preto no Branco, escrito por Thomas Skidmore, um estudo revisionista das relações raciais brasileiras, os estudiosos começaram a criticar a noção de que o Brasil seja de verdade uma democracia racial. Skidmore argumenta que a elite predominantemente branca na sociedade brasileira promoveu a democracia racial para obscurecer formas de opressão racial.



Os críticos que se opõem à ideia da democracia racial, afirmando que ela seja um mito, frequentemente usam como base a alegação genérica de que não seria possível definir com exatidão à qual raça uma pessoa pertença realmente, visto que os próprios indivíduos não são capazes de se definir. Muitos pesquisadores relatam estudos em que demonstram a discriminação generalizada nos campos do emprego, educação e política eleitoral. O uso aparentemente paradoxal da democracia racial para obscurecer a realidade do racismo tem sido referido pelo estudioso Florestan Fernandes como o "preconceito de não ter preconceitos". Ou seja, porque o Estado assume a ausência de preconceito racial, ele não consegue fazer cumprir o que existem poucas leis para combater a discriminação racial, pois acredita que tais esforços sejam desnecessários.


Michael Hanchard, cientista político da Universidade John Hopkins, argumenta que a ideologia da democracia racial, muitas vezes promovida por aparatos estatais, impede uma ação efetiva de combate à discriminação racial, levando as pessoas a atribuírem a discriminação a outras formas de opressão e permitindo que funcionários do governo acusados neguem a sua existência, mesmo que apenas inicialmente.


Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia_racial_no_Brasil

http://www.imil.org.br/artigos/a-importancia-de-gilberto-freyre-para-a-construcao-da-nacao-brasileira-parte-ii/

Anvisa autoriza uso emergencial de coquetel contra a covid-19/ Medicação deve ser usada no início dos sintomas da doença


 Anvisa autoriza uso emergencial de coquetel contra a covid-19

Medicação deve ser usada no início dos sintomas da doença

 

Publicado em 13/05/2021 -  Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil - Brasília

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou hoje (13) o uso em caráter emergencial de um novo coquetel de anticorpos para o tratamento de pacientes com covid-19. A área técnica e os diretores avaliaram que o uso combinado dos medicamentos Banlanivimabe e Etesevimabe, da empresa Eli Lilly do Brasil, para casos em estágios iniciais traz benefícios, ainda que permaneçam algumas incertezas.


Os anticorpos objetivam neutralizar o vírus antes que ele entre na célula. Conforme análise dos técnicos da agência, eles têm potencial de eficácia maior quando empregados conjuntamente do que no uso individual.


De acordo com as equipes de análise da agência, quando utilizados juntos, os dois medicamentos podem reduzir em até 70% a incidência da covid-19. Tal eficácia se daria em pacientes que ainda não tenham evoluído para quadro grave e tenham alto risco de progressão.


O termo “alto risco” envolve pessoas com condições de saúde como idade avançada, obesidade, doença cardiovascular, diabetes mellitus tipos 1 e 2, doença pulmonar crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica ou imunossuprimidos.


A orientação é que a aplicação seja feita em hospitais, em razão da estrutura disponível e dos profissionais que realizam o procedimento. A Anvisa não indicou o uso em pacientes com quadros graves, situações em que o coquetel pode agravar o problema. Os remédios não poderão ser comercializados.


O uso emergencial foi autorizado por 12 meses. O tempo de espera para uso do coquetel, após aberto, não pode ser superior a 24 horas em ambiente refrigerado e sete horas em temperatura ambiente.


“Durante a emergência de saúde pública, a autorização emergencial é instrumento regulatório para fomentar tempestivamente opções terapêuticas mesmo em face de um produto em desenvolvimento clínico”, declarou a diretora Meiruze Freitas.


“A partir dos dados apresentados, os benefícios conhecidos e potenciais dos medicamentos quando utilizados em uso emergencial superam os seus riscos”, complementou o também diretor Alex Campos.


Incertezas

A indicação é que o coquetel seja aplicado a adultos. No caso de adolescentes, não houve comprovação de eficácia nos ensaios clínicos. A equipe técnica da Anvisa também apontou o que chama de “incertezas”, ou pontos não comprovados pelos documentos enviados pelo fabricante. Os técnicos defenderam a continuidade do monitoramento do uso do grupo de medicamentos para avaliar seus efeitos.


Entre as incertezas está a falta de ação contra a variante P1, existente no território brasileiro. “Isso gerou muita discussão na área porque a gente sabe que é uma variante significativa na nossa realidade. Muitas vezes o diagnóstico e teste para identificar a variante é mais limitado. Como essa associação de anticorpo mostrou resultados favoráveis, há incerteza de eficácia contra variante, mas ainda assim tem benefício plausível”, analisou o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes.


Este ponto foi considerado pelos diretores. “Ainda que haja pontos que não podem ser respondidos em sua totalidade, como a comprovação de eficácia clínica do produto contra a variante P1, é indiscutível o impacto que um medicamento que impede a progressão da doença pode trazer aos serviços de saúde”, concluiu a diretora Cristine Jourdan.


Edição: Denise Griesinger


quarta-feira, 12 de maio de 2021

Brasil compra mais 100 milhões de doses da vacina COVID-19 da Pfizer


 Brasil compra mais 100 milhões de doses da vacina COVID-19 da Pfizer

Pela equipe da Reuters

BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Saúde do Brasil anunciou na terça-feira que assinou um acordo para a Pfizer entregar mais 100 milhões de doses de sua vacina COVID-19, dobrando o número de vacinas da empresa.


As vacinas adicionais serão entregues entre setembro e dezembro, informou o Ministério da Saúde em nota.


Isso se soma a um acordo no início do ano para 100 milhões de doses iniciais, das quais o Brasil recebeu apenas 1,6 milhão até agora.


O Brasil registrou o segundo surto de coronavírus mais mortal do mundo e continua com uma média de mais de 2.000 mortes por dia. Mais de 425.000 pessoas morreram de COVID-19 desde o início da pandemia, de acordo com o Ministério da Saúde.


Cerca de 15% da população brasileira recebeu pelo menos uma dose da vacina, de acordo com o ministério, bem menos do que a maioria dos países europeus e norte-americanos.


Reportagem de Ricardo Brito; Escrito por Jake Spring; Edição de Cynthia Osterman


Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.



terça-feira, 11 de maio de 2021

Covid-19: Saúde suspende vacinação de gestantes com AstraZeneca Anúncio foi feito em coletiva com o ministro Marcelo Queiroga


 Covid-19: Saúde suspende vacinação de gestantes com AstraZeneca

Anúncio foi feito em coletiva com o ministro Marcelo Queiroga


Publicado em 11/05/2021   Por Agência Brasil - Brasília


Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orientar a suspensão da vacinação de gestantes com o imunizante Oxford/AstraZeneca, o Ministério da Saúde confirmou hoje (11) a suspensão para este segmento e para puérperas com o imunizante da marca.


No caso das vacinas Coronavac e da Pfizer, o Ministério autoriza o uso apenas nos casos de mulheres com comorbidades. Aquelas que não apresentarem condições de saúde enquadradas nesta categoria não deverão ser imunizadas.


Mesmo com a decisão, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforçou a importância das vacinas, inclusive da Oxford/AstraZeneca. “Quero reiterar a confiança na segurança e eficácia nestas vacinas. Todo programa de vacinação é coordenado por uma equipe técnica com suporte de câmara técnica dos mais renomados especialistas do Brasil”, disse.


A medida anunciada hoje ocorreu após a pasta ter sido informada na última sexta-feira (7) do episódio de uma gestante que teria morrido após ter recebido a vacina Oxford/AstraZeneca. Contudo, em entrevista coletiva hoje (11), representantes do Ministério e especialistas do comitê do Programa Nacional de Imunizações (PNI) alertaram que o caso está em investigação e ainda não foi confirmada se a causa  do óbito está relacionada ao imunizante.


“Ficamos chateados com essa perda. Mas ainda não está claro que a vacina tenha sido a causa desta trombose. Estamos examinando detalhes de todo o prontuário para que a gente chegue a uma conclusão e esclareça a todos. Por isso mesmo que estamos esperando exames para orientarmos de uma forma tranquila”, declarou o professor titular da USP e diretor do Laboratório de Imunologia do Incor, Jorge Kalil.


Kalil contou que a orientação do comitê de especialistas para iniciar a vacinação de gestantes e puérperas se deveu ao fato de que estava havendo aumento do número de mortes por covid-19 dentro deste grupo e que, diante do cenário epidemiológico, os benefícios superavam os riscos.


O secretário de atenção primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Parente, explicou que a avaliação entre riscos e benefícios é comum em um processo de vacinação, ainda mais em um momento como o da pandemia, com novos imunizantes.


“Ainda não há estudos de alto nível de evidências. Mas a gente nota um aumento grande de óbitos [de gestantes]. Este cenário fez com que o PNI [Programa Nacional de Imunização] tenha decidido por unanimidade pelos estudos e cenário epidemiológico que o risco-benefício favorecia a imunização”, comentou o secretário.


A coordenadora do PNI, Francieli Fantinato, informou que ainda não foi definido protocolo para o caso das gestantes e puérperas que tomaram a primeira dose. Uma nota técnica deverá ser divulgada até o fim da semana. Enquanto isso, a orientação é que essas não recebam a segunda dose.


Ela acrescentou que a orientação pode ser revista diante das conclusões da investigação sobre o caso da gestante morta e do avanço dos casos e mortes da pandemia. “À luz do cenário epidemiológico essa orientação pode ser alterada”, sublinhou.




Assista a coletiva na íntegra:

sábado, 8 de maio de 2021

Pinturas do mundo - 100 maiores pinturas de todos os tempos

100 anos de Clarice Lispector: 10 curiosidades sobre a autora que você provavelmente não sabia sobre a autora. Selecionamos 13 livros de sucesso da autora para você começar a colecionar



 100 anos de Clarice Lispector: 10 curiosidades sobre a autora que você provavelmente não sabia sobre a autora


Selecionamos 13 livros de sucesso da autora para você começar a colecionar


https://exitoina.uol.com.br/


100 anos de Clarice Lispector: 10 curiosidades sobre a autora que você provavelmente não sabia sobre a autora


No dia 10 de dezembro de 1920, nascia, na Ucrânia, Chaya Pinkhasovna Lispector. O que nem todos sabem é que, mais tarde, ela se mudaria com a família para o Brasil, passaria a se chamar Clarice Lispector e se tornaria um dos maiores nomes da literatura no país - além de ser considerada a maior autora de origem judaica desde Franz Kafka. Naturalizada brasileira, a autora escreveu diversos romances, contos e ensaios ao longo de sua carreira, com enredos repletos de cenas cotidianas e tramas psicológicas que atravessaram gerações.


Em homenagem aos 100 anos da autora que marcou a literatura brasileira, confira 10 curiosidades sobre sua vida e trajetória profissional:


Filha de pais judeus, Clarice mudou-se com a sua família para Maceió com apenas dois anos de idade, devido às perseguições contra judeus durante a Guerra Civil Russa;

Desde criança, Clarice demonstrava interesse pela escrita por meio de contos e peças que escrevia. Após a morte da sua mãe, em 1930, chegou a compor sua primeira peça para piano em homenagem à ela;

Em 1935, mudou-se para o Rio de Janeiro com seu pai e suas irmãs. Quando terminou a escola, ingressou na faculdade de direito, e sua decisão de estudar causou certo estranhamento - já que ela era mulher e não pertencia à elite carioca;

Aos 19 anos, descobriu sua paixão pela literatura e entrou no ramo jornalístico na Agência Nacional - trabalhando como editora e repórter, escrevendo vários contos e textos de sucesso;

Em 1943, Clarice teve seu primeiro livro publicado, “Perto do Coração Selvagem”. A partir de então, publicou muitas outras obras que a consagraram uma das maiores autoras brasileiras do século XX;

Dentre as características marcantes de suas obras, destacam-se elementos de epifania, além de enredos carregados de momentos rotineiros;

Clarice casou-se em 1943 com o vice-cônsul Maury Gurgel, com quem passou a viajar bastante ao redor do mundo. Como fruto da união, nasceram Pedro Lispector Valente e Paulo Lispector Valente;

Em 1966, a autora quase morreu após dormir com um cigarro aceso ao seu lado, o que provocou um grave acidente em seu quarto. A autora foi resgatada a tempo, mas permaneceu no hospital durante dois meses;

Após a publicação de sua última obra de sucesso, “A Hora da Estrela”, Clarice foi diagnosticada com câncer de ovário. Como a doença foi detectada de maneira tardia, acabou falecendo no dia 9 de dezembro de 1977;

Olga Borelli, melhor amiga de Clarice, permaneceu ao seu lado em todos os momentos. Durante as visitas no hospital, Clarice costumava recitar alguns poemas para a amiga. No entanto, a renomada autora veio a falecer um dia antes de seu 57° aniversário.

Confira alguns livros da autora que você precisa ler. 


1. Todos os contos

2. TODAS AS CARTAS

3. Todas as crônicas

4. A Hora da Estrela

5. Felicidade Clandestina

6. Perto do coração selvagem

7. LAÇOS DE FAMÍLIA (EDIÇÃO COMEMORATIVA)

8. Água viva: Edição com manuscritos e ensaios inéditos: 

9. A paixão segundo G. H.

10. A Cidade Sitiada (EDIÇÃO COMEMORATIVA)

11. Para não esquecer ( EDIÇÃO COMEMORATIVA )

12. A DESCOBERTA DO MUNDO (EDIÇÃO COMEMORATIVA)

13. A BELA E A FERA (EDIÇÃO COMEMORATIVA)


Parte de 20 toneladas de foguete chinês cairá na Terra até amanhã


 Parte de 20 toneladas de foguete chinês cairá na Terra até amanhã


https://agenciabrasil.ebc.com.br/

Órgãos de defesa norte-americanos monitoram rota do objeto


Publicado em 08/05/2021 -Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil* - Brasília

Uma das partes do foguete chinês Longa Marcha CZ-5B cairá na Terra nas próximas horas, ainda com destino desconhecido. O foguete foi lançado em 29 de abril, com a missão de levar ao espaço o primeiro módulo da nova estação espacial da China, e o seu primeiro estágio deverá cair na Terra até amanhã (9). A peça, de 30 metros de altura e 20 toneladas, cairá sem controle e destino previsto.


O local exato da reentrada só será conhecido algumas horas antes de acontecer. “Temos esperança de que vá cair num lugar onde não fará mal a ninguém”, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin. “Esperamos que no oceano, ou num lugar assim”, acrescentou. A queda do fragmento de foguete está sendo monitorada por organismos ligados à segurança aeronáutica e defesa. Eles têm, ao menos, conhecimento da órbita que ocupa e a que altitude se encontra.


O foguete Longa Marcha CZ-5B tem, no total, 57 metros. Mas seu compartimento de carga, na “ponta” do foguete, tem bem menos, cerca de 27 metros e 25 toneladas. O restante do foguete, se desprende do compartimento de carga assim que sua função no lançamento é cumprida. Após o desacoplamento, esses estágios podem voltar à órbita da Terra.


Todos os dias pequenos pedaços de lixo espacial reentram na atmosfera terrestre. Chama-se lixo espacial todo material que tem ficado em órbita terrestre desde o início da exploração do espaço. Os pequenos pedaços, ao caírem, provocam fricção com a atmosfera terrestre e acabam incinerados ou desintegrados, não havendo preocupação.


Já partes maiores, como é o caso do CZ-5B, podem conseguir ultrapassar essa barreira natural e atingir o solo. A aeronave conta com depósitos de combustível com revestimentos reforçados. São estes enormes depósitos que podem cair em zonas habitáveis e provocar grandes estragos.


*Com informações da agência RTP de notícias. 


Edição: Pedro Ivo de Oliveira


sexta-feira, 7 de maio de 2021

FILHOS DE NAPOLEÃO BONAPARTE: CONHEÇA ALGUNS DOS DESCENDENTES DO FAMOSO IMPERADOR


Charles Léon




Napoleão II


Jules Barthélemy-Saint-Hilaire


https://aventurasnahistoria.uol.com.br/

FILHOS DE NAPOLEÃO BONAPARTE: CONHEÇA ALGUNS DOS DESCENDENTES DO FAMOSO IMPERADOR

No bicentenário da morte do general, conheça alguns de seus filhos mais conhecidos


GIOVANNA GOMES PUBLICADO EM 06/12/2020, ÀS 15H57 - ATUALIZADO EM 05/05/2021, ÀS 17H49



Pintura de Napoleão Bonaparte

Pintura de Napoleão Bonaparte - Getty Images

No dia 5 de maio de 1821, morria o imperador Napoleão Bonaparte. O político, que assumiria o comando da França e de diversos territórios da Europa após o período Primeira República da França, que se deu durante Revolução Francesa, ainda é um personagem histórico envolto de mistérios.


Ainda hoje, por exemplo, não há consenso acerca do que teria levado Napoleão a óbito enquanto estava sob custódia britânica, envenenamento ou um câncer no estômago. Além disso, há ainda outras teorias, como a que afirma que não foi Bonaparte quem morreu em Longwood House naquele mês de maio, mas outra pessoa.


E não foi a penas a morte do imperador que suscitou polêmicas. Em vida, Napoleão não deixou muitas informações sobre sua vida pessoal, em especial sobre seus filhos, dando margem a diversas dúvidas entre os historiadores.


Sabe-se que ele teve um único filho legítimo com a princesa Maria Luísa da Áustria, sua segunda esposa. No entanto, havia outros descendentes que não chegaram a ser reconhecidos oficialmente, já que eram frutos de relações extraconjugais do político.


Confira a seguir uma lista dos filhos mais conhecidos do general e o que sabemos sobre a vida de cada um deles.


Charles Léon

Por muitos anos, Napoleão esperou que sua primeira esposa Josefina de Beauharnais, pudesse gerar um herdeiro, o que nunca ocorreu. Com o nascimento de seu filho Charles Léon com sua amante Eléonore, no ano de 1806, ele teve a certeza de que era um homem fértil, enquanto que Josefina era infértil. Assim, se separou e casou com Maria Luísa da Áustria.



Charles León / Crédito: Divulgação

 


Não existem muitas informações documentadas sobre a vida do conde Léon. Sabe-se que ele teve uma filha, Charlotte Mesnard.


A mulher revelou que o pai se casou com uma mulher de origem humilde e teve mais três filhos além dela, sendo que dois deles morreram na Primeira Guerra. Na ocasião, ela afirmou que seu filho era muito parecido com Napoleão, mas que infelizmente havia sido morto.


Napoleão II

François Charles Joseph Bonaparte, conhecido como Napoleão II, foi o único filho do político considerado legítimo. Nascido em 20 de março de 1811, ele foi criado na corte de Viena, onde receberia o título de duque de Reichstad. Ele tinha apenas uma criança quando o pai teve de abdicar do trono, no ano de 1814.



Retrato de Napoleão II / Crédito: Wikimedia Commons

 


O jovem recebeu uma educação filosófica, militar e bastante religiosa. Com apenas 12 anos, em 1823, entrou para o exército austríaco, onde atuou como cadete.


No entanto, foi somente em 1831 que o herdeiro de Napoleão foi convidado para servir em um batalhão austríaco. Era uma péssima decisão: no ano seguinte, contraiu pneumonia, fato que o deixou de cama por meses.


Em julho de 1832, aos 21 anos, o menino acabou morrendo precocemente no Palácio de Schönbrunn, vítima de tuberculose. 


Jules Barthélemy-Saint-Hilaire

Jules nasceu em Paris em 19 de agosto de 1805. Ele seria filho de Napoleão com uma mulher cuja identidade nunca foi revelada. Era jornalista, político e filósofo, sendo suas principais obras uma tradução de Aristóteles e os livros Des Védas (1854), Du Bouddhisme (1856) e Mahomet et le Coran (1865).

 


Como político, Jules exerceu importantes cargos no governo francês. Foi nomeado senador vitalício em 1875, e deputado, além de atuar como ministro das Relações Exteriores entre 23 de setembro de 1880 a 14 de novembro de 1881, contudo, acabou morrendo em sua cidade natal em 1895. 


 

Destruição da floresta amazônica brasileira acelera pelo segundo mês consecutivo

Destruição da floresta amazônica brasileira acelera pelo segundo mês consecutivo

Por Jake Spring


BRASÍLIA (Reuters) - O desmatamento na floresta amazônica brasileira aumentou 43% em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior, mostraram dados preliminares do governo na sexta-feira, o segundo aumento mensal consecutivo com o aumento da destruição antes da temporada anual de queimadas.




Nos primeiros quatro meses de 2021, o desmatamento na Amazônia brasileira totalizou 1.157 quilômetros quadrados, uma área quase do tamanho de Los Angeles e 4% abaixo do ano anterior, segundo a agência nacional de pesquisas espaciais Inpe.


O Brasil está sob intensa pressão internacional liderada pelos Estados Unidos para conter a destruição da maior floresta tropical do mundo, crítica para conter a mudança climática catastrófica devido à grande quantidade de gás de efeito estufa absorvida.


Em uma cúpula de líderes organizada no mês passado pelos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a aumentar o financiamento para a fiscalização ambiental e acabar com o desmatamento até 2030.


Mas o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que está em negociações para possivelmente financiar os esforços conservacionistas brasileiros, diz que espera uma ação imediata para reduzir o desmatamento neste ano.


A extração ilegal de madeira e os incêndios florestais aumentaram desde que Bolsonaro assumiu o cargo em 2019, com o desmatamento atingindo o máximo em 12 anos em 2020, mostraram dados do governo.


PROPAGANDA



“Biden não quer estar em uma posição em que pareça que está sendo muito brando com o Brasil no que diz respeito ao meio ambiente”, disse Anya Prusa, uma associada sênior do Instituto Brasil no think tank Wilson Center em Washington.


A tendência geral do desmatamento importa mais do que um único mês, acrescentou Prusa.


“Se o desmatamento voltar a aumentar, se virmos novamente incêndios florestais significativos na Amazônia em agosto e setembro deste ano, será mais difícil para os EUA continuarem conversando com o Brasil.”


Os representantes da imprensa do Bolsonaro encaminharam as questões ao gabinete do vice-presidente.


A vice-presidência disse em um comunicado que os dados foram elaborados para ajudar as autoridades a responder rapidamente ao desmatamento, acrescentando que comparar meses isolados de anos diferentes não era apropriado e apenas comparações de longo prazo deveriam ser feitas.


PROPAGANDA



As negociações com os Estados Unidos continuam normalmente, disse o comunicado.


Os primeiros meses do ano, quando chuvas intensas impedem que os madeireiros trabalhem facilmente na floresta, têm impacto limitado sobre as taxas gerais de desmatamento anual da Amazônia, já que a destruição atinge o pico na estação mais seca, de maio a outubro.


O desmatamento apenas no mês de julho de 2020 foi maior do que nos quatro meses de janeiro a abril combinados este ano.


Nuvens imensas durante a estação chuvosa também escondem desmatamento recente dos satélites do governo. A cobertura de nuvens na região variou de 26% a 48% nos primeiros quatro meses do ano, muito maior do que os 17% a 32% vistos no mesmo período de 2020.


Qualquer desmatamento oculto no início do ano é registrado por satélites nos meses subsequentes, quando as nuvens se dissipam.


Reportagem de Jake SpringEditing de Brad Haynes, Steve Orlofsky e David Gregorio


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Número de mortos na favela do Jacarezinho sobe para 28


 Número de mortos na favela do Jacarezinho sobe para 28 

OAB manifestou preocupação e MPRJ investiga operação

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Publicado em 07/05/2021 - 22:08 Por Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A Polícia Civil confirmou que subiu para 28 o número de mortos na operação de ontem (6) na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio. O número foi ampliado, depois que três vítimas que deram entrada em hospitais públicos foram levadas hoje (7) para o Instituto Médico Legal (IML).  


Antes o número de mortos era de 25, entre eles o policial civil André Leonardo Frias, 48 anos, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), morto com um tiro na cabeça quando desceu do carro blindado, junto com outros cinco policiais, porque o carro ficou impedido de seguir pela favela por causa de uma barricada colocada pelo tráfico no caminho. 


O disparo que matou o policial partiu de uma espécie de bunker, com furos no muro para passar o cano de armas de guerra, e aconteceu no momento em que a equipe chegava na comunidade, por volta das 6h.


OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Estado do Rio de Janeiro (OAB-RJ), manifestou uma grande preocupação com o resultado da operação policial no Jacarezinho. Segundo a entidade, o número de vítimas coloca essa ação policial entre as mais letais da história do estado.


A OAB-RJ, disse em nota que operações de enfrentamento ao crime organizado são necessárias, mas devem ser feitas com inteligência e planejamento. “Salientamos que o norte permanente da atuação das forças de segurança deve ser a preservação de vidas, inclusive a dos próprios policiais”, diz a entidade.


A nota diz ainda que, independente das circunstâncias, as forças de segurança devem cumprir suas funções respeitando os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. “Nunca será aceitável que um braço do Estado opere acima das leis”. A Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ está acompanhando o caso.


MPRJ

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) está investigando as circunstâncias das mortes na ação policial no Jacarezinho para apurar se houve violações a direitos durante a operação.


“Todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis em decorrência dos fatos ocorridos estão sendo tomadas pelo MPRJ, que na data de ontem esteve presente na comunidade, acompanhando os desdobramentos da operação. Cabe destacar ainda que o MPRJ acompanha a perícia nos corpos das pessoas mortas durante a intervenção policial”, informou a nota.


Os promotores estão recolhendo relatos e outros elementos para subsidiar as investigações. “Dentre esses elementos, foram recebidas comunicações de cidadãos, instituições, associações e coletivos, trazendo relatos, imagens e vídeos da operação, que foram imediatamente levados ao conhecimento da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, responsável pelo procedimento investigatório”.


Edição: Fábio Massalli

Defensoria Pública questiona operação no Jacarezinho e vai ao STF


 Defensoria Pública questiona operação no Jacarezinho e vai ao STF

Segundo órgão, operação desrespeita medida que regula ações policiais


Publicado em 06/05/2021 -  Por Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro se manifestou hoje (6) sobre a operação Exceptis, realizada pela Polícia Civil do estado. No episódio, 25 pessoas, sendo um policial, morreram na comunidade do Jacarezinho, na zona norte da capital fluminense. Os delegados condutores da operação apresentaram posteriormente um balanço, no qual afirmam que houve planejamento rigoroso e que criminosos que não reagiram foram presos.


"Como a polícia considera exitosa uma operação que deixa um saldo de 25 mortos? Isso contradiz tudo que já estudamos sobre segurança pública. Não podemos continuar com um estado em que cerca de 30% das mortes violentas decorrem de intervenção policial", pontuou a defensora pública Maria Júlia Miranda. Ela afirma que a Polícia Civil não informa quais são seus indicadores de êxito de uma operação.


Segundo o anuário divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a polícia do Rio de Janeiro desponta nos indicadores de letalidade. O último balanço divulgado, com dados de 2019, registra 1.810 óbitos decorrentes de intervenções policiais. 


De acordo com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (UFF), a operação no Jacarezinho é a mais letal da história da capital fluminense, superando a que ocorreu no Complexo do Alemão em 2007, quando 19 pessoas morreram.


De acordo com a Polícia Civil, o objetivo era combater grupos armados de traficantes de drogas vinculados à facção Comando Vermelho que estariam aliciando crianças para o crime. Vídeos gravados por moradores, que mostram a tensão na comunidade e registram imagens de mortos, circularam nas redes sociais.


Maria Júlia classificou o episódio de “chacina” e criticou também a falta de transparência dos responsáveis pela operação. "Até agora a gente não sabe que crianças são essas, se elas foram resgatadas, que tipo de acompanhamento será garantido. A gente não tem ideia. Não temos absolutamente nenhum dado. Não sabemos quem são essas crianças. Nada foi apresentado. O que temos de concreto são 25 mortos e três pessoas feridas."


O objetivo da operação apresentado pelos policiais foi questionado pelo defensor público Diogo Lyra. "O envolvimento de jovens com grupos que comercializam armas e drogas no varejo é um fato notório. Não é nenhuma informação nova que surge de uma denúncia e que por isso deve motivar um grupo de policiais e ir numa favela e matar 24 pessoas", criticou.


Segundo ele, escolas e serviços públicos precisaram ser fechados no decorrer da operação, o que seria um indicador de que não houve preocupação real com as crianças. Lyra avalia ainda que a violência policial nas comunidades não é uma forma eficaz de enfrentamento ao crime organizado e não resulta na redução da criminalidade.


Para os defensores públicos, houve descumprimento da decisão tomada no ano passado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). No âmbito da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, movida pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Fachin restringiu a realização de operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro durante o período da pandemia de covid-19, que só devem ocorrer em situação de excepcionalidade.


Os delegados da Polícia Civil, por sua vez, sustentam que se tratava de uma excepcionalidade e que não houve descumprimento da decisão. Eles também dizem ter cumprido o protocolo estabelecido, incluindo o aviso ao Ministério Público no prazo determinado por Fachin.


Observatório da sociedade civil

A Defensoria Pública irá ao STF para defender uma fiscalização cidadã independente para assegurar o cumprimento da ADPF 635. Será solicitada a instauração de um observatório da sociedade civil de monitoramento das medidas cautelares determinadas. 


Além disso, os defensores públicos querem uma investigação capaz de apontar se a operação no Jacarezinho descumpriu a decisão de Fachin. Por fim, pedirão que sejam mais bem definidas quais são as situações de excepcionalidade. Após a repercussão da operação, Fachin já determinou que a ADPF 635 seja apreciada no plenário do STF, o que deve ocorrer a partir do dia 21 de maio.


A seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) também cobra uma investigação rigorosa da operação. A entidade anunciou que irá solicitar ao Instituto Médico Legal (IML), órgão vinculado à Polícia Civil e responsável pelas necropsias e laudos cadavéricos, que peritos independentes possam avaliar os corpos dos envolvidos.


Edição: Pedro Ivo de Oliveira


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quarta-feira, 5 de maio de 2021

Estados Unidos apoiam suspensão de patentes de vacinas contra a COVID-19


 Estados Unidos apoiam suspensão de patentes de vacinas contra a COVID-19 (Imagem: Reprodução/Photocreo/Envato Elements)


EUA propõem quebra de patentes de vacinas contra COVID-19; o que isso significa?

Por Fidel Forato | 05 de Maio de 2021 

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Nesta quarta-feira (5), o governo dos Estados Unidos anunciou o apoio à quebra de patentes de vacinas contra a COVID-19. É o que alguns países, liderados pela África do Sul e pela Índia, propunham na Organização Mundial do Comércio (OMC). Caso aprovada, a suspensão deve aumentar da produção de imunizantes contra o coronavírus SARS-CoV-2, principalmente nos países em desenvolvimento.


“Esta é uma crise de saúde global e as circunstâncias extraordinárias da pandemia da COVID-19 exigem medidas extraordinárias. O governo acredita fortemente nas proteções à propriedade intelectual, mas, a serviço do fim desta pandemia, apoia a dispensa dessas proteções para as vacinas contra a COVID-19”, afirmou Katherine Tai, chefe da agência para comércio exterior do governo norte-americano, em nota.


“Como nosso suprimento de vacina para o povo americano está garantido, o governo continuará a intensificar seus esforços — trabalhando com o setor privado e todos os parceiros possíveis — para expandir a fabricação e distribuição de vacinas. Também trabalhará para aumentar as matérias-primas necessárias para produzir essas vacinas”, completou Tai.


Quebra de patentes das vacinas contra COVID-19 

O novo parecer dos EUA sobre flexibilização das patentes de vacinas contra a COVID-19 aconteceu após as últimas discussões sobre a suspensões a direitos de propriedade intelectual entre os países-membros da OMC. Agora, os países desenvolvem um novo plano que considera a suspensão das patentes e que deve ser discutido nas próximas semanas.


Vale lembrar que a decisão ocorre no momento em que as infecções por coronavírus registram recordes em países que têm dificuldade para adquirir ou distribuir vacinas contra a COVID-19, como a Índia. Caso aprovado, o projeto deve beneficiar também o Brasil, onde menos de 10% da população já recebeu a segunda dose de uma imunizante.


Fonte: CNBC  

Homens Que Marcaram O Século XX: Pablo Neruda



Pablo Neruda

Origem: Wikipédia


Pablo Neruda, nascido Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto  (Parral, 12 de julho de 1904 — Santiago, 23 de setembro de 1973), foi um poeta chileno, considerado um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX e cônsul do Chile na Espanha (1934 — 1938) e no México. Recebeu o Nobel de Literatura em 1971, enquanto ocupava o cargo de embaixador na França, nomeado pelo então presidente chileno Salvador Allende.


Originalmente um pseudônimo, a escolha do nome "Pablo Neruda" ocorreu aos 17 anos de idade, e foi uma declaração de afinidade com o escritor checo Jan Neruda. Esse pseudônimo seria utilizado durante toda a vida e tornou seu nome legal, após ação de modificação do nome civil.


Biografia

Em 1906 seu pai se transferiu para Temuco, onde se casou com Trinidad Candia Marverde, que o poeta menciona em diversos textos, como "Confesso que vivi" e "Memorial de Ilha Negra", com o nome de Mamadre. Estudou no Liceu de Homens dessa cidade e ali publicou seus primeiros poemas no periódico regional A Manhã. Em 1919 obteve o terceiro lugar nos Jogos Florais de Maule com o poema Noturno Ideal.


Em 1921 radicou-se em Santiago e estudou pedagogia e francês na Universidade do Chile, obtendo o primeiro prêmio da festa da primavera com o poema "A Canção de Festa", publicado posteriormente na revista Juventude. Em 1923 publica Crespusculário, que é reconhecido por escritores como Raúl Silva Castro e Pedro Prado. No ano seguinte aparece pela Editorial Nascimento seus Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, no que ainda se nota uma influência do modernismo. Posteriormente se manifesta um propósito de renovação formal de intenção vanguardista em três breves livros publicados em 1936: O habitante e sua esperança, Anéis (colaboração com Tomás Lagos) e Tentativa do homem infinito.


Em 1927 começa sua longa carreira diplomática quando é nomeado cônsul em Rangum, na Birmânia. Em suas múltiplas viagens conhece em Buenos Aires Federico Garcia Lorca e, em Barcelona, Rafael Alberti. Em 1935, Manuel Altolaguirre entrega a Neruda a direção da revista Cavalo verde para a poesia na qual é companheiro dos poetas da geração de 1927. Nesse mesmo ano aparece a edição madrilenha de Residência na terra.


Em 1934, Neruda teve uma única filha, Malva Marina com a holandesa María Antonieta Hagenaar, Maruca. A menina tinha hidrocefalia e morreu aos 8 anos. Neruda costumava se referir a filha em carta a uma amante com termos como "ponto e virgula" e " vampiro de 3kg". Tanto a filha quando a mãe foram a abandonadas por Neruda poucos meses depois do nascimento. O pai se manteve afastado dela durante quase toda a sua vida. A menina veio a falecer com oito anos de idade, em 1943.


Em 1936, eclode a Guerra Civil espanhola; Neruda é destituído do cargo consular e escreve Espanha no coração. Em 1945 é eleito senador. No mesmo ano, lê para mais de 100 mil pessoas no Estádio do Pacaembu em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes. Em 1950 publica Canto Geral, em que sua poesia adota intenção social, ética e política. Em 1952 publica Os Versos do Capitão e em 1954 As uvas e o vento e Odes Elementares.


Em 1953 constrói sua casa em Santiago, apelidada de "La Chascona", para se encontrar clandestinamente com sua amante Matilde, a quem havia dedicado Os Versos do Capitão. A casa foi uma de suas três casas no Chile - as outras duas sendo a "Casa de Isla Negra", na localidade de El Quisco, e "La Sebastiana", em Valparaíso. "La Chascona" foi transformado em museu aberto à visitação. No mesmo ano da construção da casa, Neruda recebeu o Prêmio Lênin da Paz.


Em 1958 apareceu Estravagario com uma nova mudança em sua poesia. Em 1965 lhe foi outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, Grã-Bretanha. Em outubro de 1971 recebeu o Nobel de Literatura. Após o prêmio, Neruda é convidado por Salvador Allende para ler para mais de 70 mil pessoas no Estadio Nacional de Chile.


Morreu em Santiago - oficialmente em consequência de um câncer de próstata -, 11 dias após o golpe militar de 11 de setembro no Chile. Desde aquele dia, sua saúde havia se agravado. No dia, 19 fora transferido, às pressas, de sua casa, na Isla Negra, para Santiago, onde faleceu, no dia 23, às 22 horas e 30 minutos, na Clínica Santa María. Em 2011 um artigo recolheu declarações de Manuel Araya Osorio, assistente do poeta desde novembro de 1972 até sua morte. Segundo Araya, Neruda havia sido assassinado na clínica com uma injeção letal.  Na mesma clínica, em 1982, o ex-presidente Eduardo Frei Montalva, supostamente morto em decorrência de complicações de uma hérnia, foi assassinado, conforme veio a concluir a Justiça chilena, em 2019.


Depois do golpe encabeçado pelo general Augusto Pinochet, "La Chascona", a casa de Neruda em Santiago, foi saqueada, e seus livros, queimados. O funeral do poeta foi realizado no Cementerio General, com a presença dos membros da direção do Partido Comunista. Embora o cortejo fosse acompanhado por soldados armados, escutaram-se desafiantes gritos em homenagem a Neruda e a Salvador Allende, enquanto era cantada "A Internacional". Terminada a cerimônia, muitos dos participantes não puderam fugir e acabaram por engrossar a lista de mortos e desaparecidos forçados da ditadura chilena.


Encontra-se sepultado no jardim da sua propriedade em Isla Negra, na localidade de El Quisco, próximo a Santiago, no Chile,[8] ao lado da sua esposa Matilde Urrutia. Postumamente foram publicadas suas memórias em 1974, com o título Confesso que vivi.


Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro e O Poeta ou O Carteiro de Pablo Neruda no Brasil e em Portugal) conta sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. No filme, que é uma obra de ficção, a ação foi transposta para a Itália, onde Neruda teria se exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos (para poder conquistar uma bonita moça do povoado).


Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de sua candidatura para que Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo. De acordo com Isabel Allende, em seu livro Paula, Neruda teria morrido de "tristeza" em setembro de 1973, ao ver dissolvido o governo de Allende. A versão do regime militar do ditador Augusto Pinochet (1973-1990) é a de que ele teria morrido devido a um câncer de próstata. No entanto, fontes próximas, como o motorista e ajudante do poeta na época, Manuel Araya, afirmam com insistência que o poeta teria sido assassinado, estando a própria justiça do Chile a contestar a versão oficial sobre a sua morte. Em Fevereiro de 2013, um juiz chileno ordenou a exumação do corpo do poeta, no âmbito de uma investigação sobre as circunstâncias da morte.


O juiz Mario Carroza, que anteriormente havia aberto uma investigação para esclarecer as circunstancias da morte de Neruda, ordenou, depois de 20 meses de interrogatórios e perícias, a exumação do corpo do poeta. Em novembro de 2013, Patricio Bustos, diretor do Serviço Médico Legal do Chile, deu a conhecer os resultados dos exames toxicológicos realizados nos EUA e Espanha, que descartaram que Neruda havia sido envenenado e confirmou-se que seu falecimento foi produto de um avançado câncer de próstata.Porém, Rodolfo Reyes, sobrinho do poeta, insistiu que uma terceira pessoa estava envolvida na morte de Neruda e anunciou que se pediria novas investigações.


Em 2004, por ocasião das comemorações do Centenário de seu nascimento, foi instituído o Prêmio Iberoamericano de Poesia Pablo Neruda.


Em 2016, foi lançado o filme "Neruda", que aborda aspectos da vida de Neruda no final da década de 1940, com foco na perseguição anticomunista sofrida por Neruda. Nessa película, dirigida por Pablo Larraín, Neruda foi interpretado por Luis Gnecco.


Obra


Frase de Neruda pichada em Feira de Santana, Bahia, Brasil.

Montanhas de Macchu Picchu

Crepusculario. Santiago, Ediciones Claridad, 1923.

Veinte poemas de amor y una canción desesperada. Santiago, Nascimento, 1924.

Tentativa del hombre infinito. Santiago, Nascimento, 1926.

El habitante y su esperanza. Novela. Santiago, Nascimento, 1926. (prosa)

Residencia en la tierra (1925-1931). Madrid, Ediciones del Arbol, 1935.

España en el corazón. Himno a las glorias del pueblo en la guerra: (1936- 1937). Santiago, Ediciones Ercilla, 1937.

Tercera residencia (1935-1945). Buenos Aires, Losada, 1947.

Canto general. México, Talleres Gráficos de la Nación, 1950.

Los versos del Capitán. Losada, 1952.

Todo el amor. Santiago, Nascimento, 1953.

Odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1954.

Las uvas y el viento. 1954.

Nuevas odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1955.

Tercer libro de las odas. Buenos Aires, Losada, 1957.

Estravagario. Buenos Aires, Losada, 1958.

Cien sonetos de amor (Cem Sonetos de Amor). Santiago, Ed. Universitaria, 1959.

Navegaciones y regresos. Buenos Aires, Losada, 1959.

Poesías: Las piedras de Chile. Buenos Aires, Losada, 1960.

Cantos ceremoniales. Buenos Aires, Losada, 1961.

Memorial de Isla Negra. Buenos Aires, Losada, 1964. 5 vols.

Arte de pájaros. Santiago, Ediciones Sociedad de Amigos del Arte Contemporáneo, 1966.

Fulgor y muerte de Joaquín Murieta. Bandido chileno injusticiado en California el 23 de julio de 1853. Santiago, Zig-Zag, 1967. (obra teatral)

La Barcaola. Buenos Aires, Losada, 1967.

Las manos del día. Buenos Aires, Losada, 1968.

Fin del mundo. Santiago, Edición de la Sociedad de Arte Contemporáneo, 1969.

Maremoto. Santiago, Sociedad de Arte Contemporáneo, 1970.

La espada encendida. Buenos Aires, Losada, 1970.

Discurso de Stockholm. Alpigrano, Italia, A. Tallone, 1972.

Invitación al Nixonicidio y alabanza de la revolución chilena. Santiago, Empresa Editora Nacional Quimantú, 1973.

Libro de las preguntas. Buenos Aires, Losada, 1974.

Jardín de invierno. Buenos Aires, Losada, 1974.

Confieso que he vivido. Memorias. Barcelona, Seix Barral, 1974. (autobiografia)

Para nacer he nacido. Barcelona, Seix Barral, 1977.

El río invisible. Poesía y prosa de juventud. Barcelona, Seix Barral, 1980.

Obras completas. 3a. ed. aum. Buenos Aires, Losada, 1967. 2 vols.


 

Inquérito COVID-19 do Brasil revelou a fé cega de Bolsonaro na cloroquina


 Inquérito COVID-19 do Brasil revelou a fé cega de Bolsonaro na cloroquina

Maria marcello


O ex-ministro da saúde do Brasil disse em um inquérito parlamentar na terça-feira que o governo de direita do presidente Jair Bolsonaro sabia muito bem que o tratamento que defendiam para os pacientes com COVID-19 não tinha base científica.


Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido em abril passado pelo Bolsonaro por não concordar em promover a cloroquina como um tratamento para o COVID-19, testemunhou perante um inquérito parlamentar sobre o manejo da pandemia que matou mais de 408.000 brasileiros.


A investigação do Senado deve prejudicar politicamente o presidente 17 meses antes das eleições, ao mostrar ao país que sua oposição aos bloqueios e medidas de distanciamento social, seu fracasso em garantir vacinas e a propaganda de tratamentos não comprovados aprofundaram a crise em que o Brasil se encontra.


"Eu avisei Bolsonaro sistematicamente sobre as consequências de não adotar as recomendações da ciência para combater o COVID-19", disse Mandetta à comissão.



O ministro disse que foi chamado para uma reunião de gabinete com o presidente, onde havia um plano para mudar as indicações oficiais de uso do antigo medicamento antimalária para dizer que ele poderia ser prescrito para COVID-19.


Antonio Barra Torres, presidente da agência reguladora de saúde do Brasil, Anvisa, que também esteve na reunião, disse que isso não poderia ser feito.


"O governo estava ciente de que estava prescrevendo cloroquina sem nenhuma evidência científica", disse Mandetta.


O Presidente do Brasil Jair Bolsonaro participa de cerimônia de promoção de generais das Forças Armadas, no Palácio do Planalto, em Brasília, Brasil, 8 de abril de 2021. REUTERS / Adriano Machado

O Brasil tem o maior número de mortes no mundo por COVID-19, depois dos Estados Unidos, e o terceiro no total de infecções por coronavírus, depois dos Estados Unidos e da Índia.



O país sul-americano tem tão poucos estoques de vacinas que várias grandes cidades não conseguiram administrar as segundas doses. Algumas enfermarias de terapia intensiva ficaram sem oxigênio e medicamentos necessários para sedar pacientes com COVID-19 intubados.


Os Estados Unidos estão trabalhando para dar ao Brasil acesso a US $ 20 milhões em medicamentos usados ​​para pacientes que precisam de assistência respiratória mecânica. Os medicamentos virão do estoque estratégico do governo dos Estados Unidos e serão entregues em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde, informou a Casa Branca nesta terça-feira.


A investigação do Senado chamou outros ex-ministros da saúde, incluindo o general Eduardo Pazuello, que foi escolhido por Bolsonaro depois que dois ministros foram destituídos por não apoiarem seu plano de tratamento com cloroquina.


A defesa da cloroquina por Bolsonaro refletiu o lobby do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump para o uso da droga relacionada hidroxicloroquina como tratamento COVID-19, apesar da falta de evidência científica de qualquer benefício para esses pacientes.



Reuters.