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terça-feira, 27 de abril de 2021

COMO A SEGUNDA MULHER A VENCER O OSCAR DE MELHOR DIREÇÃO ENFURECEU A CHINA



Chlóe Zhao com suas duas estatuetas do Oscar - Getty Images

COMO A SEGUNDA MULHER A VENCER O OSCAR DE MELHOR DIREÇÃO ENFURECEU A CHINA

Chloé Zhao foi homenageada como melhor diretora pela Academia, mas sua conquista inédita na premiação foi ignorada em seu país natal

ALANA SOUSA PUBLICADO EM 27/04/2021


A edição de 2021 do Oscar foi marcada pela diversidade. A premiação da indústria cinematográfica, conhecida por agraciar principalmente artistas brancos, fez história ao homenagear negros e asiáticos — alguns pela primeira vez desde a criação, no ano de 1929, como foi o caso de Youn Yuh-jung, primeira atriz sul-coreana a vencer como 'Melhor Atriz Coadjuvante'.

Entre um dos maiores premiados pela Academia, no último domingo, 25, está a produção Nomadland, lançada em 2020. O filme acompanha a história de uma mulher que perde tudo na Grande Recessão e passa a viver como uma nômade moderna no Oeste americano. O roteiro foi adaptado da obra Nomadland: Surviving America in the Twenty-First Century (Nomadland: Sobrevivendo à América no século 21, em tradução livre para o português), de Jessica Bruder. 

Com seis indicações, Nomadland venceu nas categorias ‘Melhor Filme’, ‘Melhor Atriz’, pela atuação de Frances McDormand e, uma das mais relevantes do Oscar: ‘Melhor Direção’ para Chloé Zhao. A cineasta se tornou a segunda mulher a receber a honraria e a primeira asiática a vencer na categoria.  

Em seu discurso de aceitação, Zhao dedicou o prêmio para as pessoas corajosas: "Sempre achei bondade nas pessoas que conheci — em todos os lugares do mundo. Esse Oscar é para qualquer pessoa que tem a coragem de se manter boa e ver o que há de bom nos outros”. 

A diretora ainda enfatizou detalhes de sua crença pessoal na bondade. “Eu me lembro de um chamado 'The Three Character Classic', e ele dizia: 'As pessoas, ao nascer, são boas'. Essas palavras tinham muito impacto quando eu era criança, e ainda acredito nelas”, disse ela. 

A vitória inédita da cineasta repercutiu mundo afora, nos mais importantes veículos midiáticos, dando destaque à relevância de ter uma mulher com descendência asiática em uma plataforma de tamanha abrangência. Porém, um lugar específico optou por abafar a conquista de Chloé: seu país natal, a China.  

A censura da China 

Ainda que, na época do Globo de Ouro, a China tenha repercutido com orgulho o sucesso de Zhao e de Nomadland com publicações que incentivavam o povo a ir assistir a produção nos cinemas, quando comentários feitos pela cineasta, em 2013, ressurgiram, a história mudou completamente. 

Zhao nasceu em Pequim, onde viveu até os 14 anos; então foi viver na Inglaterra, e depois se formou em Los Angeles. Ao comentar sobre o período de mudança da China para Londres em entrevista à revista Filmmaker, a chinesa afirmou: “Isso remonta a quando eu era adolescente na China, em um lugar onde há mentiras por toda parte”. 

“Você sentiu que nunca seria capaz de sair. Muitas informações que recebi quando era mais jovem não eram verdadeiras e tornei-me muito rebelde em relação à minha família e ao meu passado. Fui para a Inglaterra de repente e reaprendi minha história. Estudar Ciência Política em uma faculdade de artes liberais foi uma maneira de descobrir o que é real. Arme-se com informações e, em seguida, desafie-as também”, acrescentou Zhao na época. 

Ao se deparar com tais comentários, as autoridades da China decidiram retirar do ar todas as matérias que mencionavam as conquistas da diretora, incluindo sua vitória no Oscar. Segundo o The Guardian, 40 mil reportagens despareceram do Weibo, uma das redes sociais mais usadas pela população chinesa. 

A Reuters também anunciou a censura do país asiático com o trabalho de Chloé Zhao. Conforme informou a agência de notícias, uma transmissão ao vivo do Oscar foi bloqueada pelo Grande Firewall chinês por cerca de duas horas. A justificativa em ambas as ocasiões foi de que o conteúdo havia sido removido “de acordo com as leis, regulamentos e políticas pertinentes”. 

Embora tenha se lembrado de sua infância e dos poemas chineses no palco principal do Oscar, parece que os comentários de 2013 tiveram um peso maior para o governo chinês. Ainda assim, é impossível negar a conquista não só de Zhao, mas de seu país, na Academia. 

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Cinema Expressionista alemão: Filme: Nosferatu (1922) -




Cinema Expressionista alemão: Filme: Nosferatu (1922) -

  “Nosferatu - Uma Sinfonia do Horror” (Nosferatu, eine Symphonie des Grauens), de F.W. Murnau (1922) Nosferatu é um filme clássico do expressionismo alemão. Produzido em 1922, suas imagens de horror ainda conseguem nos surpreender. Foi baseado em Drácula, de Bram Stoker (1897). 

O diretor F. W. Murnau não conseguindo os direitos autorais com a viúva de Stoker, acabou produzindo uma versão independente, cuja narrativa preserva o enredo original de Stoker (uma das versões de Nosferatu apresenta o nome de cada personagem com seu equivalente no romance de Stoker). 

Ao invés de Conde Drácula, Nosferatu é Conde Orlok, uma das mais fiéis representações filmicas do vampiro. Alto, esguio, esquálido, com orelhas, nariz e dentes pontiagudos, Murnau consegue representar com sucesso a figura do personagem macabro de Stoker. Na verdade, o horror se transfigura em Nosferatu. 

É a própria representação (e expressão imagética) do Mal e do estranhamento sugerido pela figura mítica do vampiro. O conteúdo do Mal se exprime com vigor na forma de apresentação do personagem. De fato, nunca o cinema de horror conseguiu expressar com tanta fidelidade a dimensão macabra da lenda do vampiro como em Nosferatu, de F.W. Murnau.

 

EM ENTREVISTA, BILL GATES AFIRMA QUE FIM DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS ESTÁ PRÓXIMO


 Fotografia do bilionário Bill Gates - Wikimedia Commons


EM ENTREVISTA, BILL GATES AFIRMA QUE FIM DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS ESTÁ PRÓXIMO

Para o magnata, a preparação para futuras pandemias é uma ‘prioridade máxima’. Confira!


PENÉLOPE COELHO PUBLICADO 



De acordo com informações publicadas pelo portal Exame, recentemente, o filantropo e bilionário Bill Gates, deu uma entrevista para a rede de televisão Sky News. Na ocasião, o homem se mostrou esperançoso para o final da pandemia do novo coronavírus, à medida que a vacinação avança no mundo.


Quando questionado se acredita na possibilidade de que o mundo esteja ‘completamente de volta ao normal’ até o final de 2022, o cofundador da Microsoft deu uma resposta positiva. Anteriormente, no final de 2020, Gates havia dito que tudo estaria melhor em abril de 2021.


Na recente entrevista, Billpontuou a importância da vacinação em âmbito mundial e afirmou que mesmo que a doença não seja erradicada, os números de casos devem diminuir consideravelmente:


"Alguns dos países ricos, incluindo os EUA e o Reino Unido, mesmo neste verão chegarão a altos níveis de vacinação e que ficaremos liberados para que possamos distribuir vacinas para todo o mundo no final de 2021 e até 2022 e, portanto, não teremos erradicado essa doença, mas seremos capazes de reduzi-la a números muito pequenos no final de 2022”, afirmou o empresário.


O norte-americano também pontuou a importância de se preparar para futuras pandemias, de acordo com Gates essa é uma “prioridade máxima”. Em decorrência dos problemas econômicos e psicológicos causados pelo novo coronavírus, o homem acredita que a geração que vivencia essa pandemia irá se lembrar disso.


Sobre a Covid-19

De acordo com as últimas informações divulgadas pelos órgãos de saúde, atualmente, o Brasil registra 14,4 milhões de pessoas infectadas, e as mortes em decorrência da doença já chegam em 392 mil no país.  


Em 1º de dezembro de 2019, o primeiro paciente apresentava sintomas do novo coronavírus em Wuhan, epicentro da doença na China, apontou um estudo publicado na revista científica The Lancet em fevereiro deste ano. 


De lá pra cá, a doença já infectou 148 milhões de pessoas ao redor do mundo, totalizando mais de 3,12 milhões de mortes


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O Cinema Expressionista: Filme O HOMEM QUE RI (1928)



 Por Luiz Santiago


O Homem Que Ri (1928), adaptação da obra homônima de Victor Hugo, foi o penúltimo filme do diretor Paul Leni, já em sua fase americana. Leni vinha da escola expressionista alemã, onde dirigiu 18 filmes (curtas e longa-metragens), dentre os quais, O Gabinete das Figuras de Cera (1924), ao lado de Leo Birinsky.


Além de dirigir filmes, Paul Leni trabalhou como diretor de arte para muitos cineastas na Alemanha, o que explica o cuidado estético, tanto em cenários quanto em fotografia, de suas próprias produções. Ele esteve à frente da equipe artística de diretores como Ernst Lubitsch (Rausch, 1919); Alexander Korda (O Dançarino de Minha Esposa, 1925); e Michael Curtiz (Fiaker Nº13 e A Borboleta Dourada, 1926).


A estreia do diretor nos Estados Unidos foi com o filme O Gato e o Canário (1927), produzido por Paul Kohner, para a Universal Pictures, o mesmo produtor e o mesmo Estúdio que um ano depois lançariam O Homem Que Ri. O filme conta a história de Gwynplaine, uma criança que é entregue pelo rei James II a um grupo de ciganos. A atitude do monarca é para vingar-se do pai de Gwynplaine, acusado de trair o rei. Nas mãos dos ciganos, Gwynplaine passa pela mesa de operações do Dr. Hardquanonne, que corta-lhe os cantos da boca a fim de dar-lhe um eterno sorriso e transformá-lo em uma atração circense.


Quando os ciganos “comprachicos” são expulsos da Inglaterra, Gwynplaine é deixado para trás. Na mesma noite, encontra Dea, um pequeno bebê cego; e Ursus, o homem que o irá acolher, alimentar e criar. A história segue com os protagonistas já adultos e traz intrigas da Corte, fortes sentimentos e um final emocionante, porém distinto da obra de Hugo, que finaliza de maneira trágica a trama do casal protagonista.


Como não podia deixar de ser, os cenários do filme e toda a equipe técnica são admiráveis aqui. A construção de salões e quartos reais, feiras, atrações circenses e docas da cidade recebem tantos detalhes que é difícil não ficar admirado. Com a fotografia belíssima de Gilbert Warrenton e elenco afinado, o longa consegue trazer de maneira impactante os sentimentos do “Homem que Ri”, o homem que, apesar de sua aparência, é amado mas se recusa a aceitar esse amor, por julgar-se indigno dele.


A maldade humana é um dos elementos mais presentes em toda a narrativa. Desde a primeira sequência do rei James II com o bobo Barkilphedro, percebemos o forte contraste moral entre os grupos de personagens, contraste que se arrasta até o desfecho. Essa característica vinda da obra literária é explorada exageradamente pelo texto, o que acaba conferindo a uma parte do filme uma atmosfera melodramática, indo na direção contrária ao realismo e críticas sociais presentes no restante da narrativa.


Conrad Veidt dá vida ao personagem principal e brilha imensamente em sua interpretação. O ator já tinha trabalhado algumas vezes com Paul Leni e já tinha vivido um personagem bastante parecid com Gwynplaine (o Cesare, de O Gabinete do Dr. Caligari), mas o que ele realiza em O Homem Que Ri vai bem mais além. A difícil caracterização do personagem, que o obrigava a atuar com uma prótese para que os cantos da boca fossem esticados em um sorriso permanente, e sua emotiva interpretação (com direito a lágrimas verdadeiras) são responsáveis por nos presentear com uma das personificações mais inesquecíveis do cinema silencioso.


Em 1943, Bill Finger e Bob Kane fizeram uso de uma foto de Conrad Veidt em O Homem Que Ri para criar o mais notável inimigo do Batman: o Coringa, que muitas décadas depois protagonizaria uma história com esse mesmo nome.


O Homem Que Ri é o representante de um momento único do cinema hollywoodiano, um dos pioneiros a utilizar o som no cinema (o filme é mudo na maior parte do tempo, tendo apenas sons gravados de ajuntamento de pessoas e alguns sons do ambiente), além de dar vida a uma poderosa história de Victor Hugo. Um verdadeiro clássico.


O Homem Que Ri (The Man Who Laughs) — EUA, 1928

Direção: Paul Leni

Roteiro: J. Grubb Alexander (baseado na obra de Victor Hugo)

Elenco: Mary Philbin, Conrad Veidt, Julius Molnar, Olga Baclanova, Brandon Hurst, Cesare Gravina, Stuart Holmes, Sam De Grasse, George Siegmann, Josephine Crowell

Duração: 110 min.


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segunda-feira, 26 de abril de 2021

Ucrânia recorda o 35º aniversário da catástrofe de Chernobyl


 Funcionário é visto em centro de controle do reator nuclear nº4, local do acidente de 1986, em Chernobyl, na Ucrânia, no dia 25 de março de 2021. — Foto: Gleb Garanich/Reuters

grupo globo  https://g1.globo.com/mundo


Ucrânia recorda o 35º aniversário da catástrofe de Chernobyl
Em 26 de abril de 1986, o reator número 4 da central de Chernobyl, na Ucrânia, explodiu durante um teste de segurança. Hoje, o país faz uma campanha para que a antiga usina nuclear seja declarada patrimônio pela Unesco.

Por France Presse

26/04/2021 

Funcionário é visto em centro de controle do reator nuclear nº4, local do acidente de 1986, em Chernobyl, na Ucrânia, no dia 25 de março de 2021. — Foto: Gleb Garanich/Reuters
Funcionário é visto em centro de controle do reator nuclear nº4, local do acidente de 1986, em Chernobyl, na Ucrânia, no dia 25 de março de 2021. — Foto: Gleb Garanich/Reuters

A Ucrânia recorda, nesta segunda-feira (26), o pior acidente nuclear da história, ocorrido na planta de Chernobyl há 35 anos.

Na época, boa parte da Europa foi contaminada. Hoje, a fábrica atrai atualmente turistas de todo o mundo e os ucranianos buscam sua inscrição como patrimônio da Unesco.
'Filhos de Chernobyl': o que diz primeiro estudo de descendentes dos atingidos pelo acidente nuclear


Ucrânia inaugura estrutura para selar restos do reator que explodiu em Chernobyl em 1986

"A explosão na central de Chernobyl e suas consequências transformaram o mundo", declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante uma visita à zona de exclusão em torno do reator.

Ele pediu à comunidade internacional o fortalecimento da segurança nuclear para "evitar que catástrofes semelhantes voltem a ocorrer no futuro".

Acidente em 26 de abril de 1986
Em 26 de abril de 1986, às 1H23, o reator número 4 da central de Chernobyl, situado a 100 quilômetros de Kiev, explodiu durante um teste de segurança.

Durante 10 dias, o combustível nuclear queimou e liberou na atmosfera elementos radioativos que contaminaram, segundo algumas estimativas, até 75% da Europa, especialmente as então repúblicas soviéticas da Ucrânia, Belarus e Rússia.

As autoridades soviéticas tentaram esconder o acidente. O líder da URSS na época, Mikhail Gorbachev, não falou publicamente sobre a questão até 14 de maio.

Um total de 116 mil pessoas foram retiradas em 1986 dos arredores da central, que permanecem atualmente praticamente inabitados. Nos anos posteriores, outros 230 mil moradores deixaram a zona.

Durante quatro anos, quase 600 mil pessoas foram enviadas ao local do desastre com pouca ou nenhuma proteção para controlar o incêndio, isolar o reator com uma cobertura de concreto e limpar os arredores.

Balanço do número de vítimas
O balanço do número de vítimas da catástrofe ainda é objeto de debate. O comitê científico da ONU (Unscear) reconhece oficialmente apenas 30 mortes entre os operários e bombeiros que faleceram vítimas da radiação após a explosão.

Em 2006, a ONG Greenpeace calculou em quase 100 mil o número de mortes provocadas pelos efeitos radioativos da catástrofe nuclear.

A central de Chernobyl manteve a produção de energia elétrica até dezembro de 2000, quando a pressão dos países ocidentais resultou na paralisação do último reator operacional.

Após anos de adiamento, no fim de 2016 foi instalado um arco gigante de aço sobre o reator danificado, estrutura que cobriu o "sarcófago" de concreto, rachado e instável, e que deve garantir a segurança pelos próximos 100 anos.

As autoridades afirmam que os humanos não poderão viver na região de forma segura por pelo menos 24 mil anos, mas o local atrai cada vez mais turistas à procura de emoção.

A quase total ausência de atividades humanas na área permitiu a proliferação da flora e da fauna. Existem linces, águias de cauda branca, às vezes até ursos, bem como centenas de alces e dezenas de lobos.

Distúrbios raciais de Tulsa em 1921 . O massacre que destruiu a 'Wall Street Negra' há quase cem anos e voltou à tona na série 'Watchmen' (Sugerido pelo Aluno da 2ª Série do Ensino Médio: Matheus Didier UI/Performance)


 Distúrbios raciais de Tulsa em 1921 . O massacre que destruiu a 'Wall Street Negra' há quase cem anos e voltou à tona na série 'Watchmen'

Alessandra Corrêa


Foi um dos piores capítulos na longa história de violência racial nos Estados Unidos, mas até pouco tempo atrás muitos americanos nunca tinham ouvido falar do massacre que ocorreu em 1921 na cidade de Tulsa, no Estado de Oklahoma.


Em 31 de maio daquele ano, uma multidão de pessoas brancas invadiu e destruiu o distrito de Greenwood, que na época era uma das comunidades negras mais prósperas do país, apelidada de "Wall Street Negra".


A violência se estendeu por 18 horas, durante as quais mais de mil casas e estabelecimentos comerciais foram saqueados e incendiados. Alguns historiadores calculam que até 300 pessoas tenham sido mortas. Cerca de 10 mil ficaram desabrigadas.


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O episódio, ausente de livros escolares durante décadas, voltou a ganhar atenção na semana passada, quando foi tema do capítulo inicial da série Watchmen, da HBO. Muitos espectadores confessaram que não sabiam do que se tratava.


Uma das atrizes da série, Regina King, chegou a tuitar uma reportagem sobre o tema, depois de ver "tantos tuites (dizendo) que Watchmen era a primeira vez que ouviam sobre a 'Wall Street Negra' e que não tinham ideia de que a abertura (da série) mostrava o massacre de Tulsa, que não foi ensinado em aulas de história nos Estados Unidos".


Prosperidade

A Tulsa do início da década de 1920 era uma cidade moderna de mais de 100 mil habitantes. Alguns anos antes, a descoberta de poços de petróleo havia enriquecido muitos moradores brancos e também alguns negros que tinham terras na área.



Mas esse era um período de violência racial, com linchamentos e rígidas leis de segregação, que proibiam que negros frequentassem os mesmos ambientes que a população branca. Assim como em várias outras cidades americanas, os trilhos da ferrovia marcavam a separação entre a parte negra e a parte branca da cidade.


O distrito de Greenwood ficava ao norte dos trilhos. A partir de 1905, a área começou a atrair comerciantes e empreendedores negros, dando início ao que ficaria conhecido como a "Wall Street Negra", uma das mais bem-sucedidas comunidades negras em um país que somente poucas décadas antes havia abolido a escravidão.


Segundo o historiador Scott Ellsworth, autor do livro Death in a Promised Land: The Tulsa Race Riot of 1921 ("Morte em uma terra prometida: o tumulto racial de Tulsa de 1921", em tradução livre), a maioria dos 10 mil residentes negros da cidade vivia em Greenwood.


Moradores tiveram que viver em barracas após destruição


"Um bairro vibrante que abrigava dois jornais, várias igrejas, uma biblioteca e vários estabelecimentos comerciais que pertenciam a proprietários negros", escreveu Ellsworth em um artigo para a Oklahoma Historical Society (Sociedade Histórica de Oklahoma).


Os 40 quarteirões que formavam a chamada "Wall Street Negra" eram pontuados por hotéis, restaurantes, joalherias e cerca de 200 estabelecimentos comerciais de pequeno porte, como farmácias, armarinhos, lavanderias, barbearias e salões de beleza. Havia até um cinema.


As casas elegantes de Greenwood eram endereço de muitos médicos, dentistas, advogados e outros profissionais negros de renome. "A. C. Jackson era considerado o melhor cirurgião negro do país. Simon Berry era um piloto negro que tinha seu próprio avião e era proprietário de um serviço de transportes", diz à BBC News Brasil a diretora de programação do centro cultural de Greenwood, Mechelle Brown.


"Era extraordinária a prosperidade que existia na comunidade negra de Tulsa na época", afirma Brown.


Tensão racial e ressentimento

Mas Ellsworth observa que Tulsa também tinha problemas, com altas taxas de criminalidade e casos de linchamento, inclusive o de um jovem branco acusado de assassinato e morto por uma multidão branca meses antes do massacre em Greenwood.


Historiadores ressaltam que, nessa época, em todo o país, havia ressentimento por parte de muitos brancos com o fato de alguns negros serem bem-sucedidos. Os anos anteriores já haviam registrado dezenas de conflitos raciais em diversas cidades americanas, com centenas de negros mortos.


"Muitos brancos tinham inveja do sucesso dos afro-americanos, faziam comentários do tipo 'como esses negros ousam ter um piano de cauda em sua casa se eu não tenho um piano na minha?'. Também acreditavam que os afro-americanos estavam roubando seus empregos", diz Mechelle Brown.


Ela ressalta ainda que o grupo supremacista branco Ku Klux Klan tinha muita força nos anos 1920. A primeira Ku Klux Klan operou entre as décadas de 1860 e 1870, durante o período de Reconstrução. Em 1915, foi fundada a segunda versão do grupo. "Muitos líderes municipais, policiais, bombeiros eram membros da Ku Klux Klan", afirma Brown.


Segundo Ellsworth, a "explosão de violência" em Greenwood foi um entre vários episódios semelhantes ao redor do país. "Ocorreu durante uma era de profundas tensões raciais, caracterizada pelo nascimento e rápido crescimento da chamada segunda Ku Klux Klan e pelos esforços determinados de afro-americanos para resistir aos ataques contra suas comunidades, particularmente na questão de linchamentos", escreveu o historiador.


Gritos no elevador

O episódio que provocou o massacre em Greenwood ocorreu em 30 de maio de 1921. Naquela tarde, um engraxate negro chamado Dick Rowland, de 19 anos, pegou o elevador no Drexel Building, prédio onde ficava o único banheiro que os negros tinham permissão para usar no centro da cidade. A ascensorista, uma jovem branca chamada Sarah Page, deu um grito.


Segundo Ellsworth, não se sabe o que causou a reação da moça, mas "a explicação mais comum é que Rowland pisou no pé de Page ao entrar no elevador, fazendo com que ela gritasse".


Rowland foi detido e, no dia seguinte, o jornal Tulsa Tribune noticiou que ele havia tentado estuprar Page. "Além disso, segundo testemunhas, o Tribune também publicou um editorial, hoje perdido, intitulado 'Negro será linchado esta noite'", escreveu Ellsworth.


Uma multidão de brancos se dirigiu à cadeia, mas o xerife se recusou a entregar o prisioneiro. Ao ficarem sabendo disso, dezenas de homens negros de Greenwood, muitos deles veteranos da Primeira Guerra Mundial que estavam armados, também se dirigiram até a cadeia, para ajudar a proteger Rowland. A ajuda foi recusada pelo xerife.


"Quando (os negros) estavam indo embora, um homem branco tentou desarmar um veterano negro, e um tiro foi disparado. O tumulto começou", relatou Ellsworth.


Destruição

Frustrados por não terem conseguido linchar Rowland, brancos armados começaram a atacar negros aleatoriamente, atirando contra pessoas e casas. De acordo com Ellsworth, as autoridades pouco fizeram para conter o conflito nessas primeiras horas, concentrando-se em proteger bairros com moradores brancos — que não estavam sob ataque.



Quando a madrugada de 1º de junho chegou, a multidão enfurecida já reunia milhares, e se de dirigiu a Greenwood. Segundo testemunhas, os invasores atearam fogo às casas e lojas. Objetos de valor foram roubados, e o resto destruído. Pelo menos uma metralhadora e até aviões foram usados nos ataques.


Sobreviventes relataram ter visto homens, mulheres e crianças mortos a tiros ao tentar escapar das chamas, entre eles A. C. Jackson, o renomado cirurgião negro, que foi alvejado ao sair de sua casa com as mãos para cima e se render a um grupo de homens brancos. O corpo de bombeiros não respondeu aos chamados de emergência.


"Quando o reforço da guarda nacional chegou a Tulsa, às 9:15 da manhã, a maior parte de Greenwood já havia sido destruída", escreveu Ellsworth. "Quando a violência finalmente chegou a fim, a cidade estava sob lei marcial, milhares de cidadãos haviam sido detidos por guardas armados e a segunda maior comunidade afro-americana do Estado havia sido reduzida a cinzas."


Até hoje não há consenso sobre o número de vítimas. Um relatório publicado em 2001 por uma comissão que investigou o episódio diz que foi possível confirmar 39 mortos, sendo 26 negros e 13 brancos, mas que as estimativas anteriores, de até 300 vítimas, podem ser verdadeiras - já que muitos corpos podem ter sido jogados em valas comuns e no rio Arkansas, conforme o relato de testemunhas.



Os sobreviventes do massacre foram detidos e levados a acampamentos. Os moradores de Greenwood declararam prejuízo de US$ 1,8 milhão de dólares na época, mas as seguradoras se recusaram a pagar.


Sarah Page, a ascensorista, retirou a acusação contra Dick Rowland, e ele não foi indiciado. Mas, mesmo assim, as autoridades decidiram que os negros eram os culpados pela violência, classificada como um motim racial. Nenhum dos invasores brancos jamais foi responsabilizado.


Esquecimento e investigação

Segundo Ellsworth, a maior parte da população negra de Tulsa ficou desabrigada após o episódio, mas dias depois já começaram a trabalhar na reconstrução de sua comunidade em Greenwood. Muitos se mudaram para barracas nos terrenos onde originalmente ficavam suas casas.


"Eles estavam determinados a ficar em Greenwood", diz Mechelle Brown. "E em 1925, a comunidade afro-americana já havia reconstruído Greenwood completamente."



Mas muitas famílias nunca se recuperaram. Com o tempo, o massacre caiu no esquecimento e o assunto virou tabu.


"Os brancos não queriam falar sobre isso, muito tinham vergonha do que tinha acontecido", observa Brown. "Os negros também não queriam falar sobre isso. Eles diziam que era muito doloroso, e que para seguir em frente e reconstruir era preciso colocar essa parte da história no passado."


Em 1997, uma comissão estadual formada para investigar o episódio recomendou o pagamento de reparações aos sobreviventes. Também encontrou evidências de valas comuns e recomendou escavações para confirmar sua existência, mas as autoridades na época decidiram não ir adiante com nenhuma das recomendações.



Agora, às vésperas de completar cem anos, o massacre está sendo investigado novamente. No ano passado, o prefeito de Tulsa, o republicano G.T. Bynum, anunciou a reabertura do que chamou de uma "investigação de homicídio". Cientistas estão usando radares de penetração no solo para tentar encontrar as valas comuns. A investigação deve ser concluída até janeiro.


"O país inteiro vai estar olhando para Tulsa em 2021, na comemoração de cem anos, para ver como a cidade abordou essa história, como mudamos, o que aprendemos", observa Brown.


 Fontes:https://www.bbc.com/ e Wikipedia

Equipe técnica do regulador sanitário brasileiro da Anvisa recomenda contra importação da vacina russa contra Sputnik


 Reuters


Arquivo rotulado como "vacina contra a doença do coronavírus Sputnik V (COVID-19)", 24 de março de 2021. REUTERS / Dado Ruvic


A equipe técnica do órgão regulador de saúde da Anvisa recomendou na segunda-feira contra a aprovação das importações da vacina russa Sputnik V COVID-19 solicitada por governadores que lutam contra uma segunda onda mortal do vírus.


As recomendações da equipe técnica serão atendidas pela diretoria da Anvisa, que anunciará sua decisão ainda nesta segunda-feira. A Anvisa havia dito anteriormente que havia "questões críticas" em torno da eficácia e segurança da vacina que precisavam ser esclarecidas.


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sábado, 24 de abril de 2021

Homens Que Marcaram O Século XX: Valéry Giscard d'Estaing

  


Valéry Giscard d'Estaing

Valéry René Marie Georges Giscard d'Estaing nasceu em  2 de fevereiro de 1926 -  faleceu em 2 de dezembro de 2020), também conhecido como Giscard ou VGE , era um político francês que atuou como Presidente da Françade 1974 a 1981. 


Depois de servir como Ministro das Finanças sob os primeiros-ministros Jacques Chaban-Delmas e Pierre Messmer , ele venceu as eleições presidenciais de 1974 com 50,8% dos votos contra François Mitterrand do Partido Socialista . Seu mandato foi marcado por uma atitude mais liberal em questões sociais - como divórcio, contracepção e aborto - e tentativas de modernizar o país e o gabinete da presidência, notavelmente supervisionando projetos de infraestrutura de longo alcance como o TGV e a virada para a dependência na energia nuclear como fonte principal de energia da França. Giscard d'Estaing lançou o Grande Arche ,Musée d'Orsay , Arab World Institute e Cité des Sciences et de l'Industrie projetos na região de Paris, posteriormente incluídos nos Grands Projets de François Mitterrand . Ele promoveu a liberalização do comércio. 

No entanto, a sua popularidade sofreu com a recessão económica que se seguiu à crise energética de 1973 , marcando o fim das " Trente Glorieuses " (trinta gloriosos anos de prosperidade após 1945). Ele foi forçado a impor orçamentos de austeridade e permitir que o desemprego aumentasse para evitar déficits. Giscard d'Estaing no centro enfrentou oposição política de ambos os lados do espectro: da esquerda recém-unificada sob François Mitterrand e um levanteJacques Chirac , que ressuscitou o gaullismo em uma linha de oposição de direita. Em 1981, apesar de um alto índice de aprovação, ele foi derrotado em um segundo turno contra Mitterrand, com 48,2% dos votos.


Como presidente, Giscard d'Estaing promoveu a cooperação entre as nações europeias, especialmente em parceria com a Alemanha Ocidental. Como ex-presidente, ele foi membro do Conselho Constitucional . Ele também serviu como Presidente do Conselho Regional de Auvergne de 1986 a 2004. Envolvido com a União Europeia , ele presidiu notavelmente a Convenção sobre o Futuro da Europa que elaborou o malfadado Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa . Em 2003, foi eleito para a Académie Française , ocupando o cargo que ocupava o seu amigo e ex-presidente do Senegal Léopold Sédar Senghor . Ele era opresidente da França com maior longevidade na história (94 anos ).



Juventude 

Valéry René Marie Georges Giscard d'Estaing  nasceu em 2 de fevereiro de 1926 em Koblenz , Alemanha , durante a ocupação francesa da Renânia .  Ele era o filho mais velho de Jean Edmond Lucien Giscard d'Estaing, um funcionário público de alto escalão, e sua esposa, Marthe Clémence Jacqueline Marie (maio) Bardoux.  Sua mãe era filha do senador e acadêmico Achille Octave Marie Jacques Bardoux , e neta do ministro da Educação do Estado, Agénor Bardoux . 



Giscard d'Estaing na década de 1940

Giscard tinha uma irmã mais velha, Sylvie, e os irmãos mais novos Olivier , Isabelle e Marie-Laure.   Apesar da adição de "d'Estaing" para o nome da família por seu avô, Giscard não foi linha descendente masculino da família aristocrática extinto de Vice-Almirante d'Estaing .  Sua conexão com a família D'Estaing era muito remota. Sua ancestral foi Lucie Madeleine d'Estaing, Dame de Réquistat (1769–1844), que por sua vez era descendente de Joachim I d'Estaing, sieur de Réquistat (1610–1685), filho ilegítimo de Charles d'Estaing (1585–1661 ), sieur de Cheylade, Cavaleiro de São João de Jerusalém , filho de João III d'Estaing, seigneur de Val (1540-1621) e sua esposa, Gilbertede La Rochefoucauld (1560–1623).


Ele se juntou à Resistência Francesa e participou da Libertação de Paris ; durante a libertação, ele foi encarregado de proteger Alexandre Parodi .  Ele então se juntou ao Primeiro Exército francês e serviu até o final da guerra.  Mais tarde ele foi premiado com a Croix de guerre para o serviço militar. 


Em 1948, ele passou um ano em Montreal , Canadá, onde trabalhou como professor no Collège Stanislas . 


Ele estudou no Lycée Blaise-Pascal em Clermont-Ferrand , École Gerson e Lycées Janson-de-Sailly e Louis-le-Grand em Paris.  Ele se formou na École polytechnique e na École nationale d'administration (1949–1951) e escolheu entrar na prestigiosa Inspection des finances . Ele aderiu ao Serviço de Impostos e Receitas e, em seguida, juntou-se à equipe do primeiro-ministro Edgar Faure (1955–1956).  Ele era fluente em alemão. 


Carreira política cedo 

Primeiros escritórios: 1956-1962 

Em 1956, ele foi eleito para a Assembleia Nacional como deputado para o Puy de Dôme- departamento , no domínio da sua família materna. [17] Ele se juntou ao Centro Nacional de Independentes e Camponeses (CNIP), um grupo conservador. [18] Após a proclamação da Quinta República , o líder do CNIP, Antoine Pinay, tornou-se Ministro da Economia e Finanças e o escolheu como Secretário de Estado das Finanças de 1959 a 1962. [13]


Membro da maioria gaullista: 1962-1974 


Em 1962, enquanto Giscard era nomeado Ministro da Economia e Finanças , seu partido rompeu com os gaullistas e deixou a coalizão da maioria.  Giscard se recusou a renunciar e fundou o Independent Republicans (RI), que se tornou o parceiro júnior dos gaullistas na "maioria presidencial". Foi durante seu tempo no Ministério da Economia que ele cunhou a frase " privilégio exorbitante " para caracterizar a hegemonia do dólar americano nos pagamentos internacionais sob o sistema de Bretton Woods .


No entanto, em 1966, ele foi demitido do gabinete. Ele transformou o RI em um partido político, a Federação Nacional dos Republicanos Independentes (FNRI), e fundou os Clubes de Perspectivas e Realidades .  Nisto, ele criticou a "prática solitária do poder" e resumiu sua posição em relação à política de De Gaulle com um "sim, mas ...".Como presidente do Comitê de Finanças da Assembleia Nacional, ele criticou seu sucessor no gabinete. 


Por essa razão, os gaullistas recusaram-se a reelegê-lo para esse cargo após as eleições legislativas de 1968 .Em 1969, ao contrário da maioria dos funcionários eleitos do FNRI, Giscard defendeu um voto "não" no referendo constitucional relativo às regiões e ao Senado, enquanto De Gaulle havia anunciado sua intenção de renunciar se o "não" vencesse. Os gaullistas o acusaram de ser o grande responsável pela partida de De Gaulle. 


Durante a campanha presidencial de 1969 , apoiou o candidato vencedor Georges Pompidou , após o que voltou ao Ministério da Economia e Finanças.  Ele era representante de uma nova geração de políticos emergentes do alto escalão do serviço público, vistos como " tecnocratas ". 


Vitória nas eleições presidenciais 


Em 1974, após a morte repentina do presidente Georges Pompidou, Giscard anunciou sua candidatura à presidência. Seus dois principais adversários eram François Mitterrand para a esquerda e Jacques Chaban-Delmas , um ex-primeiro-ministro gaullista.  Jacques Chirac e outras personalidades gaullistas publicaram o Call of the 43  [ fr ], onde explicaram que Giscard era o melhor candidato para impedir a eleição de Mitterrand.  Na eleição , Giscard terminou bem à frente de Chaban-Delmas no primeiro turno, embora tenha ficado em segundo lugar para Mitterrand. No segundo turno de 20 de maio, no entanto, Giscard derrotou Mitterrand por pouco, recebendo 50,7% dos votos. 


Presidente da França 


Giscard d'Estaing (à direita) com o presidente dos EUA Jimmy Carter (à esquerda) em 1978

Em 1974, Giscard foi eleito presidente da França , derrotando o candidato socialista François Mitterrand por 425.000 votos.  Aos 48 anos, ele foi o terceiro presidente mais jovem da história da França na época, depois de Louis-Napoléon Bonaparte e Jean Casimir-Perier .


Em suas nomeações foi inovador em relação às mulheres. Ele deu cargos importantes no gabinete para Simone Veil como Ministra da Saúde e Françoise Giroud como secretária para os assuntos da mulher. Giroud trabalhou para melhorar o acesso a empregos significativos e para conciliar carreiras com a gravidez. Veil confrontou a questão do aborto. 


Política interna 


Ao assumir o cargo, Giscard foi rápido em iniciar reformas; incluíam o aumento do salário mínimo, bem como abonos de família e pensões de velhice. Ele estendeu o direito ao asilo político, expandiu o seguro saúde para cobrir todos os franceses, reduziu a idade para votar para 18 anos e modernizou a lei do divórcio. Em 25 de setembro de 1974, Giscard resumiu seus objetivos:


Reformar o sistema judicial, modernizar as instituições sociais, reduzir as desigualdades excessivas de renda, desenvolver a educação, liberalizar a legislação repressiva, desenvolver a cultura. 


Ele impulsionou o desenvolvimento da rede de trens de alta velocidade TGV e a atualização do telefone Minitel , um precursor da Internet.  Ele promoveu a energia nuclear , como uma forma de afirmar a independência francesa. 


Economicamente, a presidência de Giscard registrou um aumento constante da renda pessoal, com o poder de compra dos trabalhadores aumentando em 29% e o dos aposentados em 65%. 


A grande crise que afetou seu mandato foi uma crise econômica mundial baseada no rápido aumento dos preços do petróleo. Ele se voltou para o primeiro-ministro Raymond Barreem 1976, que defendeu várias políticas complexas e rígidas ("Planos Barre"). O primeiro plano Barre surgiu em 22 de setembro de 1976, com a prioridade de conter a inflação. Ele incluiu um congelamento de preços de 3 meses; redução do imposto sobre valor agregado; controles de salários; controles salariais; uma redução do crescimento da oferta monetária; e aumentos no imposto de renda, impostos sobre automóveis, impostos sobre luxo e taxas bancárias. Houve medidas para restaurar a balança comercial e apoiar o crescimento da economia e do emprego. As importações de petróleo, cujo preço disparou, foram limitadas. Houve ajuda especial às exportações e foi criado um fundo de ação para ajudar as indústrias. Houve aumento da ajuda financeira aos agricultores, que estavam sofrendo com a seca, e para a previdência social. O pacote não era muito popular, mas foi perseguido com vigor. 


Giscard inicialmente tentou projetar uma imagem menos monárquica do que havia acontecido com os ex-presidentes franceses. Ele pegou um passeio de metrô , jantou mensalmente com franceses comuns e até convidou lixeiros de Paris para tomar o café da manhã com ele no Palácio do Eliseu . No entanto, quando soube que a maioria dos franceses era um tanto indiferente a essa demonstração de informalidade, Giscard tornou-se tão indiferente e distante que seus oponentes frequentemente o atacavam por estar muito distante dos cidadãos comuns. 


Na política interna, as reformas do presidente preocuparam o eleitorado conservador e o partido gaullista , especialmente a lei de Simone Veil legalizando o aborto.  Embora ele disse que tinha "profunda aversão contra a pena capital", Giscard alegou em sua campanha 1974 que ele iria aplicar a pena de morte a pessoas que cometem os crimes mais hediondos.  Ele não comutou três das sentenças de morte que teve que decidir durante sua presidência. A França sob sua administração foi, portanto, o último país da Comunidade Européia e, se os Estados Unidos não a tivessem reintegrado , o último do mundo ocidental a aplicar a pena de morte. OA última sentença de morte , com a assinatura de Giscard, foi executada em setembro de 1977, a última ratificada pelo Tribunal de Cassação em março de 1981, mas rescindida por perdão presidencial após a derrota de Giscard nas eleições presidenciais de maio. 


Uma rivalidade surgiu com seu primeiro-ministro Jacques Chirac, que renunciou em 1976. [ Raymond Barre , considerado o "melhor economista da França" na época, o sucedeu. 


Inesperadamente, a coalizão de direita venceu as eleições legislativas de 1978 .  No entanto, as relações com Chirac, que havia fundado o Rally da República (RPR), tornaram-se mais tensas. Giscard reagiu fundando uma confederação de centro-direita, a União para a Democracia Francesa (UDF). 


A política externa 


Giscard d'Estaing com o chanceler da Alemanha Ocidental Schmidt (à esquerda), o presidente dos EUA Carter (segundo a partir da esquerda) e o primeiro-ministro britânico Callaghan (à direita) na Conferência de Guadalupe em 1979

Valéry Giscard d'Estaing era amigo íntimo do chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Schmidt, e juntos persuadiram as potências menores da Europa a realizar reuniões de cúpula regulares e a estabelecer o Sistema Monetário Europeu . Eles induziram a União Soviética a estabelecer um certo grau de liberalização por meio dos Acordos de Helsinque .


Ele promoveu a criação do Conselho Europeu na Cúpula de Paris em dezembro de 1974. Em 1975, ele convidou os chefes de governo da Alemanha Ocidental, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos para uma cúpula em Rambouillet , para formar o Grupo dos Seis grandes potências econômicas (agora o G7, incluindo o Canadá). 


Em 1975, Giscard pressionou o futuro rei da Espanha, Juan Carlos I, a deixar o ditador chileno Augusto Pinochet fora de sua coroação, afirmando que se Pinochet comparecesse, ele não o faria.  Embora a França tenha recebido muitos refugiados políticos chilenos, o governo de Giscard d'Estaing secretamente colaborou com as juntas de Pinochet e Videla, como mostrado pela jornalista Marie-Monique Robin . 


África 

Giscard deu continuidade à política africana de de Gaulle e apoiou o fornecimento de petróleo de e para a África.  Senegal , Costa do Marfim , Gabão e Camarões foram os maiores e mais confiáveis ​​aliados africanos e receberam a maior parte dos investimentos. Em 1977, na Opération Lamantin , ele ordenou que caças caças desdobrassem na Mauritânia e suprimissem os guerrilheiros da Polisario que lutavam contra a Mauritânia. 


O mais polêmico foi seu envolvimento com o regime de Jean-Bédel Bokassa na República Centro-Africana . [48] Giscard era inicialmente amigo de Bokassa e fornecia o regime. No entanto, a crescente impopularidade daquele governo levou Giscard a começar a se distanciar de Bokassa. [48] Na Operação Caban de 1979 , as tropas francesas ajudaram a tirar Bokassa do poder e restaurar o ex-presidente David Dacko ao poder. [49] Esta ação também foi polêmica, especialmente porque Dacko era primo de Bokassa e havia nomeado Bokassa como chefe do exército, e os distúrbios continuaram na República Centro-Africana levando aDacko sendo derrubado em outro golpe em 1981 . 


O Caso dos Diamantes , conhecido na França como l'affaire des diamants , foi um grande escândalo político na Quinta República . Em 1973, quando era Ministro das Finanças, Giscard d'Estaing recebeu vários diamantes de Bokassa. O caso foi revelado pelo jornal satírico Le Canard Enchaîné em 10 de outubro de 1979, no final da presidência de Giscard. Isso contribuiu para que Giscard perdesse sua candidatura à reeleição em 1981.


1981 eleição presidencial 

Na eleição presidencial de 1981 , Giscard levou um duro golpe em seu apoio quando Chirac concorreu contra ele no primeiro turno . Chirac terminou em terceiro e se recusou a recomendar que seus apoiadores apoiassem Giscard no segundo turno, embora tenha declarado que ele próprio votaria em Giscard. Giscard perdeu para Mitterrand por 3 pontos no segundo turno e culpou Chirac por sua derrota depois disso.  Nos anos posteriores, foi amplamente dito que Giscard odiava Chirac;  certamente em muitas ocasiões Giscard criticou as políticas de Chirac, apesar de apoiar a coalizão de governo de Chirac. 


Pós-presidência 

Voltar à política: 1984-2004 


Após sua derrota, Giscard retirou-se temporariamente da política.  Em 1984, ele foi reeleito para sua cadeira na Assembleia Nacional  e ganhou a presidência do conselho regional de Auvergne . Ele foi Presidente do Conselho dos Municípios e Regiões da Europa de 1997 a 2004. 


Em 1982, junto com seu amigo Gerald Ford , ele co-fundou o AEI World Forum anual . Ele também serviu na Comissão Trilateral depois de ser presidente, escrevendo documentos com Henry Kissinger .


Ele esperava se tornar primeiro-ministro durante a primeira " coabitação " (1986-88) ou após a reeleição de Mitterrand com o tema "França unida", mas não foi escolhido para esse cargo. Durante a campanha presidencial de 1988 , ele se recusou a escolher publicamente entre os dois candidatos de direita, seus dois ex-primeiros-ministros Jacques Chirac e Raymond Barre .


Ele serviu como presidente da UDF de 1988 a 1996, mas se deparou com a ascensão de uma nova geração de políticos chamados de rénovateurs ("renovadores").  A maioria dos políticos da UDF apoiou a candidatura do primeiro-ministro do RPR Édouard Balladur nas eleições presidenciais de 1995 , mas Giscard apoiou seu antigo rival Jacques Chirac, que venceu a eleição.  Naquele mesmo ano, Giscard sofreu um revés ao perder uma eleição apertada para a prefeitura de Clermont-Ferrand . 


Em 2000, ele fez uma proposta parlamentar para reduzir a duração de um mandato presidencial de sete para cinco anos, proposta que acabou vencendo a proposta de referendo do presidente Chirac.  Após sua aposentadoria da Assembleia Nacional, seu filho Louis Giscard d'Estaing foi eleito em seu antigo círculo eleitoral. 


Se aposentou da política: 2004-2020 

Em 2003, Valéry Giscard d'Estaing foi admitido na Académie Française . 

Após sua estreita derrota nas eleições regionais de março de 2004 , marcadas pela vitória da esquerda em 21 das 22 regiões, ele decidiu deixar a política partidária e tomar assento no Conselho Constitucional como ex-presidente da República.  Algumas de suas ações ali, como sua campanha a favor do Tratado que institui a Constituição Europeia, foram criticadas como impróprias para um membro deste conselho, que deveria incorporar o apartidarismo e não deveria parecer favorecer uma opção política em detrimento da outra. . De fato, a questão da filiação de ex-presidentes no conselho foi levantada neste ponto, com alguns sugerindo que deveria ser substituída por uma filiação vitalícia no Senado. 


Em 19 de abril de 2007, ele apoiou Nicolas Sarkozy para a eleição presidencial .  Ele apoiou a criação da União de Democratas e Independentes centrista em 2012 e a introdução do casamento entre pessoas do mesmo sexo na França em 2013. Em 2016, ele apoiou o ex-primeiro-ministro François Fillon nas primárias presidenciais republicanas . 


Uma pesquisa de 2014 sugeriu que 64% dos franceses achavam que ele tinha sido um bom presidente.  Ele era considerado um político honesto e competente, mas também um homem distante. 


Em 21 de janeiro de 2017, com uma vida útil de 33.226 dias, ele ultrapassou Émile Loubet (1838–1929) em termos de longevidade e se tornou o ex-presidente mais velho da história francesa. 


Actividades europeias 


Ao longo de sua carreira política, Giscard foi um defensor de uma União Europeia maior.  Em 1978, ele foi por esta razão o alvo óbvio de Jacques Chirac 's chamadas de Cochin , denunciando o 'partido dos estrangeiros'. De 1989 a 1993, Giscard foi membro do Parlamento Europeu .  De 1989 a 1991, ele também foi presidente do Grupo Reformista Liberal e Democrata . 


De 2001 a 2004, ele atuou como Presidente da Convenção sobre o Futuro da Europa . Em 29 de outubro de 2004, os chefes de estado europeus , reunidos em Roma, aprovaram e assinaram a Constituição Europeia com base em um projeto fortemente influenciado pelo trabalho de Giscard na convenção.  Embora a Constituição tenha sido rejeitada pelos eleitores franceses em maio de 2005 , Giscard continuou a fazer lobby ativamente para sua aprovação em outros estados da União Europeia. 


Giscard d'Estaing atraiu a atenção internacional na época da votação irlandesa do Tratado de Lisboa em junho de 2008 .  Em um artigo para o Le Monde em junho de 2007, publicado em tradução inglesa pelo The Irish Times , ele disse que uma abordagem "dividir e ratificar", em que "a opinião pública seria levada a adotar, sem saber, as propostas que nós não ousasse apresentá-los directamente ", seria indigno e reforçaria a ideia de que a construção da Europa estava a ser organizada nas costas do público por advogados e diplomatas; a citação foi tirada do contexto por proeminentes defensores de um voto "não" e distorcida para dar a impressão de que Giscard estava defendendo tal engano, em vez de repudiá-lo. 


Em 2008 ele se tornou o Presidente Honorário do Atomium-EISMD Atomium - Instituto Europeu de Ciência .  Em 27 de novembro de 2009, Giscard lançou publicamente a Plataforma Permanente da Cultura Atomium durante sua primeira conferência, realizada no Parlamento Europeu,  declarando: "A inteligência europeia pode estar na própria raiz da identidade do povo europeu. "  Poucos dias antes ele havia assinado, junto com o presidente da Atomium Culture Michelangelo Baracchi Bonvicini , o Manifesto Europeu da Cultura Atomium . 


Vida pessoal 

O nome de Giscard costumava ser encurtado para "VGE" pela mídia francesa . Ele também era conhecido simplesmente como l'Ex , especialmente durante o tempo em que era o único ex-presidente vivo. 


Em 17 de dezembro de 1952, Giscard casou -se com Anne-Aymone Sauvage de Brantes . A vida privada de Giscard foi a fonte de muitos rumores em nível nacional e internacional. Sua família não morava no palácio presidencial do Eliseu , e o The Independent relatou seus casos com mulheres.  Em 1974, o Le Monde relatou que costumava deixar uma carta lacrada informando seu paradeiro em caso de emergência.  Em maio de 2020, Giscard foi acusado de apalpar as nádegas de um jornalista alemão durante uma entrevista em 2018.  Ele negou a acusação. 


A posse do castelo Estaing 


Em 2005, ele e seu irmão compraram o castelo de Estaing , anteriormente propriedade do supracitado almirante d'Estaing, que foi decapitado em 1794. O castelo não era usado como residência, mas tinha valor simbólico e explicou que a compra, apoiada pelo município local, foi um ato de mecenato. No entanto, vários jornais importantes em vários países questionaram seus motivos e alguns sugeriram uma nobreza autoproclamada e uma identidade histórica usurpada.  Foi colocado à venda em 2008 por € 3 milhões  e agora é propriedade da Fundação Valéry Giscard d'Estaing. 


Romance de 2009 

Giscard escreveu seu segundo romance romântico, publicado em 1º de outubro de 2009 na França, intitulado A princesa e o presidente .  Ele conta a história de um chefe de estado francês tendo uma ligação romântica com uma personagem chamada Patricia, princesa de Cardiff.  Isso alimentou rumores de que a peça de ficção foi baseada em uma ligação na vida real entre Giscard e Diana, a princesa de Gales .  Ele ressaltou mais tarde que a história foi inteiramente composto e nenhum caso havia realmente ocorreu. 


Doença e morte 

Em 14 de setembro de 2020, Giscard d'Estaing foi hospitalizado para tratamento de complicações respiratórias no Hôpital Européen Georges-Pompidou em Paris.  Mais tarde ele foi diagnosticado com uma infecção pulmonar . Ele foi hospitalizado novamente em 15 de novembro, mas recebeu alta em 20 de novembro. 


Ele morreu de complicações atribuídas a COVID-19 durante a pandemia de COVID-19 na França em 2 de dezembro de 2020   aos 94 anos. Sua família disse que seu funeral seria realizado em " intimidade estrita ".  Seu funeral e sepultamento foram realizados em 5 de dezembro em Authon com quarenta pessoas presentes no evento. 


O presidente Emmanuel Macron divulgou um comunicado descrevendo Giscard d'Estaing como um "servo do Estado, um político do progresso e da liberdade"; o presidente declarou um dia nacional de luto por Giscard d'Estaing em 9 de dezembro.  Os ex-presidentes Nicolas Sarkozy e François Hollande ,  o candidato presidencial de 2017, Marine Le Pen ,  a chanceler alemã Angela Merkel ,  e os líderes da União Europeia Charles Michel , David Sassoli e Ursula von der Leyentodos emitiram declarações elogiando os esforços de Giscard na modernização da França e no fortalecimento das relações com a União Europeia. 


Legado 


Giscard d'Estaing foi considerado o pioneiro na modernização da França e no fortalecimento da União Europeia.  Ele introduziu várias pequenas reformas sociais, como a redução da idade para votar em três anos, permitindo o divórcio por consentimento comum e legalizando o aborto. Ele estava comprometido em apoiar tecnologias inovadoras e se concentrou na criação da rede ferroviária de alta velocidade TGV , na promoção da energia nuclear e no desenvolvimento do sistema telefônico. 


Apesar de suas ambições, ele foi incapaz de resolver a grande crise econômica de seu mandato, uma recessão econômica mundial causada principalmente por um aumento muito rápido dos preços do petróleo.  Sua política externa foi lembrada por seu relacionamento próximo com o chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Schmidt , e juntos persuadiram as potências econômicas menores da Europa a colaborar e formar novas organizações permanentes, especialmente o Sistema Monetário Europeu e o sistema G-7. 


Honras e prêmios 

Honras nacionais 

Grão-croix ( e ex-Grão-Mestre ) da Legião de Honra 

Grão-croix ( e ex-Grão-Mestre ) da Ordre National du Mérite 

Croix de guerre 1939-1945 

Honras europeus 

Em 2003 ele recebeu o Prêmio Carlos Magno da cidade alemã de Aachen .  Ele também era um cavaleiro de Malta . 


Distinções no exterior 

Como Ministro das Finanças 

 Itália: Cavaleiro da Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Italiana (10/1973) 

Como Presidente da França 

 Brasil: Grande Colar da Ordem do Cruzeiro do Sul (26 de abril de 1976)

 Dinamarca: Cavaleiro da Ordem do Elefante (12 de outubro de 1978) 

 Finlândia: Grã-Cruz com Colar da Ordem da Rosa Branca da Finlândia (1 de junho de 1980) 

 Portugal: Grande Colar da Ordem de São Tiago da Espada (14 de outubro de 1975) 

 Portugal: Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique (21 de outubro de 1978) 

 Espanha: Cavaleiro da Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica (1963) 

 Espanha: Cavaleiro com Colar da Ordem de Isabel a Católica (1976) 

 Espanha: Cavaleiro com Colar da Ordem de Carlos III (1978) 

 Suécia: Cavaleiro da Ordem dos Serafins (6 de junho de 1980) 

 Reino Unido: Cavaleiro Honorário da Grã-Cruz da Ordem de Bath (22 de junho de 1976

Outras homenagens 

 Ordem Soberana de Malta : Bailiff Grã-Cruz de Honra e Devoção da Soberana Ordem Militar de Malta 

 Ordem Soberana de Malta: Grã-Cruz pro Merito Melitensi 

Prêmios internacionais 

Prêmio Nansen para Refugiados , 1979. [119] 

Heráldica 

Giscard d'Estaing recebeu um brasão da Rainha Margrethe II da Dinamarca após sua nomeação para a Ordem do Elefante .  Ele também recebeu um brasão do rei Carl XVI Gustavo da Suécia , por sua indução como Cavaleiro dos Serafins . 


Wikipédia

A Sétima Arte Em Foco: Vittorio De Sica e seu marcante cinema


 Vittorio De Sica e seu marcante cinema


Vittorio De Sica nasceu em 1902 em Sora, perto de Roma, e cresceu em Nápoles em uma família de classe média. Seu pai, Umberto De Sica, um funcionário do banco com uma inclinação para o show business, encorajou seu filho a seguir uma carreira no palco, e logo aos 16 anos, De Sica apareceu no filme "The Clemenceau Affair". Sua carreira decolou na década de 1920, quando ele se juntou a uma companhia de teatro local e mais tarde, formou sua própria companhia, produzindo peças de teatro e co-estrelando com sua primeira esposa, Giuditta Rissone. Ao mesmo tempo, ele começou a atuar em mais filmes italianos, e tornou-se imensamente popular entre o público feminino.


Durante a Segunda Guerra Mundial, De Sica começou a dirigir. Seus primeiros quatro filmes foram produções de comédia. O seu quinto filme, “A Culpa dos Pais", foi um trabalho maduro, perceptivo e profundamente humano sobre o impacto da insensatez adulta na mente inocente de uma criança. O filme marcou o início da colaboração de De Sica com o autor e roteirista Cesare Zavattini, uma relação criativa que daria ao mundo dois dos filmes mais significativos do movimento neorrealista italiano, "Vítimas da Tormenta" (1946) e " Ladrões de Bicicletas" (1948).


Sem dinheiro disponível para produzir seus filmes, De Sica fez o uso de locais reais e atores amadores. Usando a luz disponível e os efeitos documentais, ele explorou a relação entre o trabalho e os personagens de classe baixa em um ambiente social e político indiferente e muitas vezes hostil. O resultado foi uma narrativa corajosa e sarcástica que não só revelou a verdade sobre as duras condições infligidas aos pobres da Itália, mas também representou uma ruptura radical com as convenções de uma produção cinematográfica. Em 1948, “Vítimas da Tormenta” recebeu um Prêmio Especial da Academia do Oscar, acompanhado de uma citação que dizia: “A alta qualidade deste filme, trazido à vida eloquente em um país marcado pela guerra, é prova para o mundo de que o espírito criativo pode triunfar sobre a adversidade”. De fato, o filme foi o ímpeto para a criação de um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Dois anos depois, De Sica voltaria a ganhar um Prêmio Especial da Academia por “Ladrões de Bicicletas”, um trabalho que é amplamente considerado como um dos maiores filmes de todos os tempos.


A próxima colaboração de De Sica com Zavattini foi a fantasia satírica, “Milagre em Milão” (1950), que oscilava entre o otimismo e o desespero em seu tratamento alegórico do sofrimento dos pobres em uma sociedade industrial. “Umberto D” (1952), um triste e perturbador poema cinematográfico sobre a velhice e a solidão, foi o último filme neorrealista de De Sica e, temporariamente, a sua última obra-prima. Com a notável exceção de “O Teto” (1956) e “Duas Mulheres” (1960), pela qual Sophia Loren ganhou um Oscar de Melhor Atriz. Suas produções subsequentes como diretor foi por muito tempo marcadamente menos inspirada e significativa. Ele teve alguns sucessos de bilheteria, como " Matrimônio à italiana" e "Ontem, Hoje e Amanhã ", ambos em 1964, mas os críticos e o público da época chegaram à conclusão de que o diretor já idoso havia perdido o contato com o cinema.


Para financiar suas produções como diretor, De Sica trabalhou como ator ao longo de sua carreira. Ele se voltou quase que exclusivamente para atuar no final dos anos 1950, desfrutando de grande popularidade no papel do policial rural em “Bread Love and Dreams” de Comencini (1954), e em uma série cômica subsequente de mesmo nome co-estrelando Gina Lollobrigida. Ele estava no seu melhor interpretando papéis leves exigindo ironia e charme chamativo, mas provou-se capaz de uma sólida performance dramática em " De Crápula a Herói " de Rossellini (1959).


O diretor voltou a conquistar sucesso como diretor com “O Jardim dos Finzi-Contini”, produzido por Arthur Cohn, que o consagrou um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Os próximos, e últimos, filmes de De Sica foram “Antes Que o Divórcio Chegue” (1972), "Amargo Despertar" (1973), um filme comovente, também produzido por Arthur Cohn, sobre o primeiro gosto de liberdade de uma mulher italiana de classe trabalhadora numa sociedade dominada por homens, e seu último filme, “Viagem Proibida” (1974), foi baseado em um livro de Pirandello.


Vittorio De Sica faleceu em 1974 aos 72 anos e deixou um grande legado como ator e diretor na história do cinema mundial, e uma grande marca em um dos principais movimentos na história do cinema.


Fonte: https://www.rosebud.club




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Bolsonaro, do Brasil, diz que militares seguiriam suas ordens de tomar as ruas


 Bolsonaro, do Brasil, diz que militares seguiriam suas ordens de tomar as ruas

Reuters


O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participa de uma cúpula virtual do clima global por meio de um link de vídeo em Brasília, Brasil, em 22 de abril de 2021. Marcos Correa / Presidência brasileira via REUTERS 

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participa de uma cúpula virtual do clima global por meio de um link de vídeo em Brasília, Brasil, em 22 de abril de 2021. Marcos Correa / Presidência brasileira via REUTERS


O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse na sexta-feira que se ele ordenar aos militares que tomem as ruas e restaurem a ordem, “a ordem será seguida”, levantando novas questões sobre sua politização das Forças Armadas.


Falando durante uma entrevista para a TV, Bolsonaro disse que não iria "entrar em detalhes sobre o que estou preparando". Mas ele disse que "se tivermos problemas, temos um plano de como entrar em campo ... nossas forças armadas podem um dia ir para as ruas".


Os comentários de Bolsonaro, um ex-capitão do Exército de extrema direita que há muito elogia as duas décadas de ditadura militar do Brasil, pouco farão para acalmar os críticos que se preocupam com sua politização dos militares. Outros se preocupam com seu compromisso com uma transferência pacífica do poder no caso de um resultado apertado nas eleições presidenciais do próximo ano.


A pressão sobre o presidente cresceu à medida que a pandemia de coronavírus no Brasil saiu de controle. Ele tem enfrentado críticas generalizadas por sua forma de lidar com o surto no Brasil, que tem o segundo maior número de mortes por coronavírus do mundo, depois dos Estados Unidos.



No mês passado, Bolsonaro colocou seu ex-chefe de gabinete no comando do Ministério da Defesa e trocou os três comandantes das forças armadas como parte de uma remodelação do gabinete que foi recebida com choque por oficiais militares de alto escalão.


Desde sua vitória nas eleições de 2018, Bolsonaro fez alegações infundadas de fraude eleitoral no Brasil, que os críticos dizem que poderia lançar as bases para desafiar as próximas eleições na mesma linha de seu ídolo político, o ex-presidente dos EUA Donald Trump.


Bolsonaro deu seu apoio às conspirações de Trump de uma eleição roubada no ano passado, que culminou no ataque mortal de seus partidários em 6 de janeiro ao prédio do Capitólio em Washington.


Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.


quinta-feira, 22 de abril de 2021

ENTENDA A MANEIRA CURIOSA COMO OS PTEROSSAUROS SEGURAVAM O PESCOÇO AO VOAR







Pesquisa publicada em 2021 ajuda a desvendar a estrutura dessa criatura gigante. Confira!



 ENTENDA A MANEIRA CURIOSA COMO OS PTEROSSAUROS SEGURAVAM O PESCOÇO AO VOAR


PENÉLOPE COELHO PUBLICADO EM 22/04/2021, 

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/


Representação de um pterossauro, de longo pescoço - Davide Bonadonna

Os pterossauros da família Azhdarchidae são seres que ainda causam muitas dúvidas em pesquisadores de todo mundo, mesmo após sua extinção há cerca de 66 milhões de anos, ao final do período Cretáceo.


Esses grandes répteis voadores e primos dos dinossauros foram uma das maiores criaturas que já voaram na Terra, esse aspecto intriga e gera dúvidas nos paleontólogos — já que o pescoço desse animal era comprido como o de uma girafa.


Uma recente pesquisa publicada pela revista científica iScience ajuda desvendar parte desse mistério.


Desvendando o enigma

Após diversas pesquisas realizadas em estruturas ósseas de um fóssil de pterossauros encontrado no Marrocos, os pesquisadores se depararam com uma descoberta inédita.


Inicialmente, a pesquisa estava voltada somente para a captação de imagens da parte externa das vértebras desse animal, entretanto, no caminho, os cientistas encontraram algo ainda mais revelador: uma estrutura intrincada nas vértebras do pescoço dos animais.


O pesquisador da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido e coautor do artigo, Dave Martill, informou em nota que a descoberta é “diferente de tudo o que foi visto anteriormente em uma vértebra de qualquer animal”.


Isso porque, anteriormente, acreditava-se que o pescoço dos pterossauros possuía estruturas bem mais simples. Mas, com a revelação foi descoberto que as vértebras cervicais finas do animal conseguiam resgatar força da estrutura externa intrincada, que teve o formato comparado ao de uma roda de bicicleta.

 

De acordo com os especialistas, essa nova revelação ajuda a compreender melhor como esses répteis voadores conseguiam sustentar o longo pescoço enquanto voavam.


 “Parece que a estrutura de vértebras cervicais extremamente finas e o acréscimo de suportes transversais dispostos helicoidalmente resolveram muitas preocupações sobre a biomecânica de como essas criaturas pesadas e ​​enormes (mais de 1 metro e meio) com pescoços mais longos do que a girafa moderna, conseguiam manter a capacidade de voo”, explica Martil. “A evolução transformou essas criaturas em seres voadores impressionantes e com eficiência de tirar o fôlego”, pontua.


A busca continua 

Sabe-se que a evolução dos pterossauros ainda é considerada misteriosa, e muitas vezes, um beco sem saída para os estudiosos da área. Uma dúvida que ainda paira no ar é a de se esses animais conseguiam capturar presas pesadas e ao mesmo tempo ainda sustentarem seus corpos enquanto voavam. 


Para a pesquisadora envolvida na descoberta, Cariad Williams, essa pergunta ainda não tem uma resposta exata. Mas, os estudos sobre esse assunto devem continuar, para entender ainda melhor o mecanismo de voo dos pterossauros.


Para os especialistas, a recente descoberta sobre a estrutura interna desses animais, fortalece a ideia de que os animais eram seres “fantasticamente complexos e sofisticados”, como definiu Dave Martill.  De acordo com o pesquisador, exatamente por esse motivo, ainda existem muitos aspectos sobre esse réptil gigante que serão objetos de novos estudos no futuro.


Bolsonaro, do Brasil, sob pressão dos EUA, jura neutralidade climática até 2050


 Bolsonaro, do Brasil, sob pressão dos EUA, jura neutralidade climática até 2050



De Jake Spring, Lisandra Paraguassu




BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou na quinta-feira suas metas ambientais mais ambiciosas, dizendo que o país alcançaria a neutralidade das emissões até 2050 em resposta às demandas do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por uma ação climática mais forte.


O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participa de uma cúpula virtual do clima global por meio de um link de vídeo em Brasília, Brasil, em 22 de abril de 2021. Marcos Correa / Presidência brasileira via REUTERS

Falando em uma cúpula de líderes mundiais convocada por Biden para o Dia da Terra, a promessa de Bolsonaro aumentaria a meta anterior de atingir emissões líquidas zero em 10 anos.


Bolsonaro procurou se alinhar estreitamente com os Estados Unidos sob o ex-presidente Donald Trump, que não criticou a política ambiental do Brasil, apesar de um grande aumento no desmatamento da floresta amazônica e incêndios.


O governo Biden parece ter forçado um realinhamento nas relações ao colocar o meio ambiente no centro das negociações diplomáticas Brasil-Estados Unidos nas últimas semanas.


Na quinta-feira, Bolsonaro prometeu dobrar o financiamento para os esforços de fiscalização ambiental em uma aparente reversão da política.


O presidente já havia protestado contra a fiscalização ambiental e enfraquecido ainda mais as agências ambientais, cujos orçamentos e funcionários já vinham diminuindo há anos.



Não estava claro como o Brasil pagaria pela aplicação adicional, com o orçamento de 2021 quase concluído e Bolsonaro enfrentando um prazo na quinta-feira para assiná-lo.


“Esse financiamento está sendo definido agora por ocasião da aprovação do orçamento, em conjunto com o Congresso”, disse o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em coletiva de imprensa após o discurso de Bolsonaro, sem dar maiores detalhes sobre o processo orçamentário.


Salles repetiu uma exigência anterior de US $ 1 bilhão por ano em ajuda externa para os esforços de fiscalização ambiental do Brasil.


Ambientalistas disseram estar céticos quanto ao fato de Bolsonaro cumprir as promessas, dadas suas críticas anteriores aos esforços de conservação e pedidos para desenvolver reservas indígenas protegidas.


“O governo faz promessas totalmente vazias”, disse Marcio Astrini, chefe do grupo ambientalista brasileiro Observatório do Clima.



O desmatamento na porção brasileira da Amazônia aumentou sob o governo de Bolsonaro, atingindo um pico de 12 anos em 2020, com uma área 14 vezes o tamanho da cidade de Nova York destruída.


Bolsonaro repetiu o compromisso feito na semana passada de acabar com o desmatamento ilegal até 2030, acrescentando que isso reduziria as emissões de gases de efeito estufa do país em cerca de 50% até essa data.


Bolsonaro pediu apoio internacional para os esforços climáticos do Brasil, apresentando um tom um pouco mais conciliatório do que em seus comentários públicos anteriores, que disse aos países estrangeiros para ficarem fora dos assuntos ambientais do país.


“Com este espírito de responsabilidade coletiva e destino comum, convido-os mais uma vez a nos apoiar nesta missão”, disse Bolsonaro.


Reportagem de Jake Spring e Lisandra Paraguassu; Edição de Lisa Shumaker

Maioria do STF vota para manter decisão que considerou Moro parcial


 Maioria do STF vota para manter decisão que considerou Moro parcial


Julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Marco Aurélio



Publicado em 22/04/2021 - 19:47 Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou hoje (23) para manter a decisão que reconheceu a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro na condução do processo do triplex envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato. 


Até o momento, por 7 votos a 2, os ministros entenderam que a decisão deve prevalecer. Apesar do placar, o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Marco Aurélio. O presidente, Luiz Fux, também deve votar. 


O STF começou a julgar recurso da defesa de Lula para manter decisão da Segunda Turma, que decidiu, em março, pela parcialidade de Moro, por 3 votos a 2. Para a defesa, o plenário não poderia analisar o caso por questões processuais. 


O relator do caso, ministro Edson Fachin, votou contra o recurso da defesa. Segundo Fachin, a discussão sobre a suspeição de Moro não tem mais cabimento, porque, em outro julgamento, o plenário decidiu anular as condenações de Lula e entendeu que o juízo comandado por Moro não poderia conduzir os processos. 


"A partir da declaração da incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba ao processo e julgamento das ações penais deflagradas em desfavor do paciente  Lula, as demais pretensões deduzidas perante o Supremo Tribunal Federal e expressamente indicadas na decisão agravada, perderam o seu objeto em razão do superveniente prejuízo", votou Fachin. 


O ministro Luís Roberto Barroso acompanhou o voto do relator. 


O ministro Gilmar Mendes abriu a divergência e votou para manter a suspeição de Moro. Além de entender que a decisão da Segunda Turma deve ser mantida, Mendes ainda classificou como "manobra" o envio da questão para o plenário. 


"Essa história toda, está trazendo para o plenário, não fica bem. Não é decente. Não é decente, não é legal, como dizem os jovens. Esse tipo de manobra é um jogo de falsos espertos. Não é bom", disse Gilmar. 


Também acompanharam a divergência os ministros Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber. 


Envio para Brasília

Mais cedo, o STF também decidiu que os processos contra o ex-presidente Lula devem ser remetidos para 13ª Vara Federal em Curitiba para a Justiça Federal em Brasília. 


Há duas semanas, o plenário anulou as condenações relacionadas aos casos do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. As condenações foram proferidas pelo ex-juiz Sérgio Moro e pela juíza Gabriela Hardt.


Pela decisão, ficam anuladas as condenações de Lula nos casos do triplex do Guarujá (SP), com pena de 8 anos e 10 meses de prisão, e do sítio em Atibaia, na qual o ex-presidente recebeu pena de 17 anos de prisão.


Edição: Claudia Felczak

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Construção de Brasília dia 21 de abril de 1960


 Construção de Brasília dia 21 de abril de 1960


Por Mayra Poubel

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No dia 21 de abril de 1960, no governo do presidente Juscelino Kubitschek (JK) foi inaugurada Brasília. Com o Plano Urbano de Lucio Costa – o Plano Piloto – e tendo como chefe da divisão de arquitetura Oscar Niemeyer, a realização de Brasília botava em prática inovações no campo de planejamento urbano e arquitetura. O Rio de Janeiro, um grande e movimentado centro urbano, deixava de ser a sede do governo federal que foi deslocado para o Planalto Central no chamado “Retângulo Cruls” em referência ao engenheiro Luiz Cruls, responsável pela demarcação da área durante a Comissão Exploradora do Planalto Central (1892-1893) ainda no governo de Floriano Peixoto (1891-1894).


Conforme a data da expedição indica, o projeto de transferência da capital era bem anterior à inauguração. Quando Floriano Peixoto organiza esse mapeamento da região, tomava as primeiras medidas para cumprir a “meta mudancista” presente na constituição de 1891, a primeira do período republicano. A carta de 1946 mantém também como projeto a mudança de capital, mas essa ideia não era implementada pois não parecia sensato a transferência da capital da republica para o Centro-Oeste, uma região ainda desconhecida para grande parte dos brasileiros. Só no governo de JK esse projeto saiu do papel virando realidade.



JK tinha como slogam de campanha “50 anos em 5”, isto é, o Brasil atingiria em 5 anos, um crescimento correspondente ao período de 50 anos. Esse slogam sintetizava seu objetivo maior de acelerar o desenvolvimento nacional. A “linguagem do desenvolvimento” estaria expresso em seu Plano de Metas, um documento essencialmente econômico que tinha como alguns de seus objetivos a integração nacional através das construção de Brasília e estradas que ligassem as cidades próximas à mais recente capital. Propunha-se, assim, 2 resultados:


Aceleração do desenvolvimento nacional ao promover a interiorização;

A construção de Brasília foi um projeto que só foi incorporado ao Plano de Metas durante a campanha presidencial, mas tornou-se rapidamente em prioridade de Juscelino que a situava com lugar de destaque. Seria a construção da nova capital a “grande meta de integração nacional”, a “meta síntese” da sua administração. Procurava-se romper com a velha concepção da “vocação essencialmente agrícola do Brasil”, ao por em prática um programa de desenvolvimento industrial de tipo capitalista. O governo de JK ficou conhecido como “anos dourados”, e o Plano de Metas como “revolução industrial brasileira” decorrente dos sucessos obtidos com o seu planeamento nacional-desenvolvimentista.


Alguns setores da esquerda denunciavam que a construção de Brasília era uma medida do governo para mudar o foco da opinião pública que debatia sobre reforma agrária. De fato o governo procurou evitar conflitos com a oligarquia latifundiária ao não promover a reforma agrária e nem uma legislação sobre as fronteiras agrícolas que estavam se abrindo com a construção de Brasília e o cruzeiro rodoviário.

Brasília tornou-se então um monumento controvertido da memória política brasileira, pois o símbolo da modernização e integração nacional trouxe como consequência um aumento da desigualdade regional e também favoreceu a formação de novos latifúndios, pois posseiros, camponeses, e índios representavam o lado mais fraco na luta pela terra no Brasil. E se antes, a população estava perto do centro de decisões políticas facilitando a manifestação das insatisfações, agora o poder tinha se deslocado para o interior do país.


EUA alertam Rússia que haverá 'consequências' caso o opositor Navalny morra


 EUA alertam Rússia que haverá 'consequências' caso o opositor Navalny morra


AFP


Brian KNOWLTON con Anna SMOLCHENKO en Moscú

Os Estados Unidos alertaram a Rússia neste domingo (18) que haverá "consequências" se Alexei Navalny morrer na prisão, enquanto seus seguidores convocaram protestos em todo o país para "salvar a vida" do principal crítico do Kremlin, doente e em greve de fome em uma colônia penal.


Um dia depois de seus médicos terem dito que o proeminente opositor russo poderia sofrer uma parada cardíaca "a qualquer momento", a pressão ocidental aumentou no domingo com a União Europeia alegando estar "profundamente preocupada" e pedindo "sua libertação imediata e incondicional".


Na segunda-feira, os chanceleres da UE também irão discutir a situação do militante anticorrupção de 44 anos. Tanto europeus quanto americanos exigem sua libertação, e a Casa Branca subiu o tom neste fim de semana.


"Haverá consequências se Navalny morrer", afirmou o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, à CNN. As autoridades russas "são responsáveis pela saúde" de Navalny, acrescentou o porta-voz da diplomacia de Washington, Ned Price.


No sábado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já havia julgado a situação do opositor como "totalmente injusta".


"O mundo inteiro está falando sobre Alexei. E apenas (Vladimir) Putin e os médicos da prisão fingem que não há nada errado", disse no Twitter a porta-voz de Navalny, Kira Iarmych.


Não houve reação imediata do Kremlin, embora o embaixador russo em Londres, Andrei Kelin, tenha afirmado que "não será permitido que ele morra na prisão". "Mas posso dizer que o senhor Navalny está se comportando como um hooligan", declarou ele à BBC.


- "Hora de agir" -


A equipe de Navalny convocou no domingo a realização de grandes protestos em toda a Rússia para ajudar a salvar a vida do líder da oposição, que desde 31 de março está em greve de fome na prisão para exigir os cuidados médicos adequados com suas dores nas costas e dormência nas pernas e mãos.


As mobilizações estão programadas para quarta-feira à noite, horas após o presidente Vladimir Putin proferir seu tão esperado discurso anual sobre o estado da nação diante das duas câmaras do Parlamento.


As autoridades, no entanto, aumentaram a pressão sobre os apoiadores do principal adversário do Kremlin nos últimos meses. Mais de 10 mil manifestantes foram detidos entre janeiro e fevereiro.


Na sexta-feira, promotores russos pediram a um tribunal que considerasse a fundação anticorrupção de Navalny e sua rede de escritórios regionais como organizações "extremistas", uma medida que visa vetá-los na Rússia e que pode levar à prisão de seus membros e até mesmo seus partidários.


Um site criado pela oposição há algumas semanas para registrar os cidadãos que querem se manifestar contabilizava cerca de 460 mil pessoas no domingo.


Navalni está preso desde janeiro, quando voltou à Rússia após se recuperar de um envenenamento que quase o matou e que, segundo ele, foi orquestrado por Moscou, acusação que o Kremlin nega.


O opositor cumpre pena de dois anos e meio sob a acusação de estelionato, que ele alega ter motivação política, em uma colônia penal na cidade de Pokrov, cerca de 100 km a leste de Moscou, conhecida como uma das mais severas da Russia.


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