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domingo, 4 de abril de 2021

Brasil busca US $ 1 bilhão em ajuda externa para conter o desmatamento na Amazônia por 30-40% - ministro do Meio Ambiente (Reuters)


 

SÃO PAULO (Reuters) - O ministro do Meio Ambiente do Brasil quer US $ 1 bilhão em ajuda externa de países como os Estados Unidos para ajudar a reduzir o desmatamento na Amazônia entre 30% e 40%, segundo entrevista publicada sábado no jornal O Estado de São Paulo.


“O plano é de US $ 1 bilhão em 12 meses”, disse o ministro Ricardo Salles ao jornal. “Se esses recursos estivessem disponíveis para serem usados ​​dessa forma (no combate ao desmatamento), podemos nos comprometer com uma redução entre 30% e 40% em 12 meses.”



O Brasil tem sido amplamente criticado por não conter o desmatamento na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. O presidente de extrema direita Jair Bolsonaro disse que prefere explorar os recursos econômicos da floresta tropical ao invés de protegê-la, e enviou tropas para tentar lidar com o problema com pouco sucesso.


Um terço do dinheiro seria usado para financiar ações de combate direto ao desmatamento, disse Salles, enquanto os dois terços restantes seriam usados ​​para o desenvolvimento econômico, para dar oportunidades alternativas às pessoas que se beneficiaram com a floresta tropical



Ele acrescentou que pediu dinheiro aos Estados Unidos e também perguntou à Noruega “se eles queriam colaborar”.


Os militares permaneceriam no comando, disse Salles, porque é mais barato pagar suas diárias do que contratar funcionários em tempo integral no Ibama. A agência sofreu cortes no orçamento sob o governo de Bolsonaro.


“Se não conseguirmos o dinheiro, faremos o melhor que pudermos com nossos recursos, mas não posso me comprometer com uma porcentagem específica de redução (do desmatamento)”, disse Salles.


Reportagem de Marcelo Rochabrun; Edição de Bill Berkrot


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Cangaço


 Cangaço


As referências deste artigo necessitam de formatação. Por favor, utilize fontes apropriadas contendo referência ao título, autor, data e fonte de publicação do trabalho para que o artigo permaneça verificável no futuro. (Janeiro de 2020)

Disambig grey.svg Nota: Se procura por por algum dos filmes sobre o Cangaço, veja O Cangaceiro.


Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, considerado o Rei do Cangaço por ter sido o mais bem-sucedido bandoleiro do Nordeste brasileiro.


Lampião e seu bando fotografados em Limoeiro do norte após ataque à cidade de Mossoró em 1927.

O cangaço foi um fenômeno do banditismo, crimes e violência ocorrido em quase todo o sertão do Nordeste do Brasil, entre o século XVIII e meados do século XX. Seus membros vagavam em grupos, atravessando estados e atacando cidades, onde cometiam pilhagens, assassinatos e estupros. Para muitos especialistas, o cangaço nasceu como uma forma de defesa dos sertanejos diante de graves problemas sociais e da ineficácia do Estado em manter a ordem e aplicar a lei. Um dos principais líderes do cangaço foi Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião. O termo cangaço vem da palavra canga, uma peça de madeira usada para prender junta de bois a carro ou arado, conhecida também como jugo.


Origem da palavra


Por volta de 1834, o termo cangaceiro já era utilizado para se referir a bandos de camponeses pobres que habitavam os desertos do nordeste brasileiro, vestindo roupas de couro e chapéus, carregando carabinas, revólveres, espingardas e facas longas e estreitas, conhecidas como peixeiras.


O termo Cangaceiro era uma expressão pejorativa, que designava a pessoa que não podia se adaptar ao estilo de vida costeira.


Por esta altura naquela região, havia dois principais grupos de bandidos armados frouxamente organizados: os jagunços, mercenários que trabalhavam para quem pagou o seu preço, geralmente proprietários de terras que queriam proteger ou expandir seus limites territoriais e também lidar com os trabalhadores rurais e os cangaceiros, bandidos que tinham algum nível de apoio da população mais pobre, com ​​os bandidos sustentando alguns comportamentos benéficos, como atos de caridade, a compra de bens por preços mais altos e promovendo bailes. A população fornecia abrigo e as informações que os ajudavam a escapar das forças policiais, conhecidos como volantes, enviados pelo governo para detê-los.


Divisão


O Cangaço pode ser dividido em três subgrupos: os que prestavam serviços caracterizados para os latifundiários; os satisfatórios, expressão de poder dos grandes fazendeiros; e os cangaceiros independentes, com características de banditismo.


Os cangaceiros conheciam bem a Caatinga, por isso era fácil fugir das autoridades. Estavam sempre preparados para enfrentar todo o tipo de situação. Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais com alimentos, rotas de fuga e lugares de difícil acesso.


O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, Jesuíno Brilhante, que agiu por volta de 1870, nas proximidades da cidade de Patu e entre a divisa dos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, embora alguns historiadores atribuam a Lucas Evangelista o feito de ser o primeiro a agregar um grupo característico de cangaço, nos arredores de Feira de Santana, em 1828, sendo ele preso junto com a sua quadrilha em 28 de janeiro de 1848, por provocar, durante vinte anos, assaltos contra a população de Feira.  O último grupo cangaceiro famoso foi o de Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto), morto em 25 de maio de 1940.


Lampião


O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, também denominado Senhor do Sertão e O Rei do Cangaço. Atuou durante as décadas de 1920 e 1930, em praticamente todos os estados do nordeste. Ele começou sua vida criminosa ainda jovem, alegando uma vingança que nunca aconteceu.


Vagando por Santa Brígida, no estado da Bahia, ele conheceu Maria Alia da Silva, também conhecida como Maria de Déia, esposa do sapateiro Zé de Nenê. Mais tarde ela seria conhecida como Maria Bonita.


Por parte das autoridades, Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão, ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra, semelhante ao que acontecia com o mexicano Pancho Villa.


O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do então Presidente da República, Getúlio Vargas, de eliminar todo e qualquer foco de desordem sobre o território nacional. O regime denominado Estado Novo incluiu Lampião e seus cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem.


No dia 28 de julho de 1938, na localidade de Angico, no estado de Sergipe, Lampião finalmente foi apanhado em uma emboscada das autoridades, onde foi morto junto com sua companheira, Maria Bonita, e mais nove cangaceiros. Pedro de Cândida teria passado sua localização à polícia. Na ofensiva, onze dos integrantes do bando foram mortos: Lampião, Maria Bonita, Luís Pedro, Mergulhão, Enedina, Elétrico, Quinta-Feira, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela.


Os cangaceiros foram degolados e suas cabeças colocadas em aguardente e cal, para conservá-las. Foram expostas por todo o Nordeste e por onde eram levadas atraiam multidões.


Este acontecimento veio a marcar o final do cangaço, pois, a partir da repercussão da morte de Virgulino, os chefes dos outros bandos existentes na Nordeste vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem mortos.


História do cangaço


Consta que o primeiro homem a agir como cangaceiro teria sido o Cabeleira, como era chamado José Gomes. Nascido em 1751, em Glória do Goitá, cidade da zona da mata pernambucana, ele aterrorizou sua região. Mas foi somente no final do século XIX que o cangaço ganhou força e prestígio, principalmente com Antonio Silvino, Lampião e Corisco.


Entre meados do século XIX e início do século XX, o Nordeste do Brasil viveu momentos difíceis, aterrorizado por grupos de homens que espalhavam a violência por onde andavam. Eles eram os cangaceiros, bandidos que abraçaram a vida nômade e irregular de malfeitores por motivos diversos. Alguns deles foram impelidos pelo despotismo das mulheres poderosas.


Lucas da Feira, ou Lucas Evangelista, agiu na região da cidade baiana de Feira de Santana entre 1828 e 1848. Ele e seu bando de mais de 30 homens roubavam viajantes e estupravam mulheres. Foi enforcado em 1849.[7] No ano de 1877, em meio a estiagem, destaca-se no sul do Ceará as ações do cangaceiro João Calangro, que chefiava um bando que atuava em todo o Cariri. Calangro era um capanga do grupo de Inocêncio Vermelho, que tinha o apoio do juiz do município de Jardim. Com a morte de Inocêncio Vermelho, João Calangro lidera um séquito de cangaceiros, que em virtude de seu nome, passam a ser intitulados de calangos. Após muitos embates, João Calangro, que jactava-se de ter cometido 32 homicídios, foge para Piauí, e a partir de então o desfecho de seu destino torna-se ignoto concernente aos registros sobre o mesmo.


Os cangaceiros conseguiram dominar o sertão durante muito tempo, pois eram protegidos de coronéis, que se utilizavam deles para cobrança de dívidas, entre outros serviços sujos.


Um caso particular foi o de Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, que agiu no sudeste do Brasil, no início do século XIX, tendo sido considerado justiceiro e honrado por uns, e cangaceiro por outros.


No sertão, consolidou-se uma forma de relação entre os grandes proprietários e seus vaqueiros.


A base desta relação era a fidelidade dos vaqueiros aos fazendeiros. O vaqueiro se disponibilizava a defender, de armas na mão, os interesses do patrão.


Como as rivalidades políticas eram grandes, havia muitos conflitos entre as poderosas famílias, que se cercavam de jagunços para defesa, formando assim verdadeiros exércitos. Porém, chegou o momento em que começaram a surgir os primeiros bandos armados, livres do controle dos fazendeiros.


Os coronéis tinham poder suficiente para impedir a ação dos cangaceiros.


O cangaceiro, em especial Lampião, tornou-se personagem do imaginário nacional, ora caracterizado como uma espécie de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, ora caracterizado como uma figura pré-revolucionária, que questionava e subvertia a ordem social de sua época e região.


Coiteiros


Coiteiros eram pessoas que ajudaram os cangaceiros, dando-lhes abrigo e comida. Faziam isso por serem parentes, amigos, ex-vizinhos, ou ainda por interesse ou medo.


Volantes e macacos


Os volantes eram pequenos grupos de soldados, cerca de 20 a 60, de todos os estados da federação brasileira, formada pelo governo através das agências de aplicação da lei, enviados para procurar e destruir os cangaceiros, que muitas vezes se referiam a eles como macacos, devido seus uniformes marrons e sua vontade de obedecer ordens. Alguns deles portavam as estão modernas metralhadoras Hotchkiss, armas que os cangaceiros rapidamente aprenderam a temer, mas estavam sempre dispostos a roubar para seu próprio uso.


Estilo cangaceiro



Lampião e sua esposa, Maria Bonita, a direita.

Os cangaceiros tinham noções muito específicas de como se comportar e de se vestir. Primeiro de tudo, a maioria deles sabia costurar muito bem. Vivendo nas terras semiáridas do nordeste do Brasil, tiveram que sobreviver em meio a arbustos secos pontiagudos. Apesar do calor durante o dia, os cangaceiros preferiam usar roupas de couro, enfeitadas com todos os tipos de fitas coloridas e peças de metal.


Eles também usaram luvas de couro com moedas e outras peças de metal costuradas por eles, quase como uma armadura.

Por causa do forte calor e da ausência de água, alguns cangaceiros, especialmente Lampião, usavam perfumes, inclusive caros como os franceses, muitas vezes roubados de casas das pessoas ricas e usados em grandes quantidades.


Kit básico para o cangaço:


Chapéu de couro com abas largas dobradas

Munição (até 18 quilos) e armas (a mais comum era o rifle Winchester 44)

Bolsa (capanga) com remédios, fumo e brilhantina

Punhal

Lenço para proteger boca e nariz contra a poeira

Roupa resistente com mangas compridas contra o sol

Cantil com água ou cachaça

Armas do cangaceiro

Arma do cangaço

Rifle


As armas dos cangaceiros eram principalmente revólveres, espingardas, e o famoso pára belo. Alega-se que como macaco, belo era outra gíria para os policiais. Assim, pistolas e rifles Winchester eram apelidados de pára belo. No entanto, o nome parece ser na verdade uma derivação do nome oficial da pistola alemã Luger P08 Parabellum, cuja expressão latina parabellum significa preparar para a guerra. Foi designada como arma oficial das tropas governamentais brasileiras e por alguns soldados responsáveis pela aplicação da lei.


Eles também ficaram famosos por usarem uma faca fina, longa e bem afiada chamada Peixeira, criada originalmente para a limpeza de peixe, usada pelos cangaceiros para torturar e matar seus inimigos.


Cultura popular

Literatura de cordel

Exemplo de cordéis

O cangaço é um dos principais temas mais explorados na literatura de cordel, onde o cangaceiro é retratado como herói.  Literatura de Cordel é, como qualquer outra forma artística, uma manifestação cultural. Por meio da escrita são transmitidas as cantigas, os poemas e as histórias do povo — pelo próprio povo. O nome de Cordel teve origem em Portugal, onde os livretos, antigamente, eram expostos em cordéis, como roupas no varal.


Livros

O Cabeleira, de Franklin Távora

Jurisdição dos Capitães — A História de Januário Garcia Leal e Seu Bando — Editora Del Rey, Belo Horizonte, 2001, Marcos Paulo de Souza Miranda.

Lampião e Maria bonita de Liliana Iacocca, Editora Ática

Flor de Romances Trágicos, de Luís da Câmara Cascudo, Editora Cátedra.

Lampião: herói ou bandido, de Antonio Amaury Correa de Araújo e Carlos Elydio Correa. São Paulo: Editora Claridade, 2009.

Filmes


Alberto Ruschel e Milton Ribeiro em cena do filme O Cangaceiro

Os primeiros filmes sobre o cangaço datam de meados da década de 1920 e início da década de 1930. Entre as década de 1950 e década de 1960, os filmes brasileiros sobre o cangaço eram bastante influenciados pelos filmes de faroeste dos Estados Unidos e são conhecidos como nordestern, western macaxeira,  ou western feijoada,  um deles foi O Cangaceiro (1953).


O Cangaceiro, de Lima Barreto, 1953 (trilha sonora original por Riz Ortolani)

A Morte Comanda o Cangaço, Walter Guimarães Motta 1961

Deus e o Diabo na Terra do Sol, Inglês título: "Deus Branco, Black Devil", de Glauber Rocha, 1963

O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro , de Glauber Rocha, 1968

O' Cangaceiro (no Brasil, Rebelião dos Brutos), Itália-Espanha, filme inspirado no cinema de faroeste italiano (western spaghetti), 1970 

Baile Perfumado, Paulo Caldas e Lírio Ferreira, 1997

O Matador de Marcelo Galvão, 2017, feito para a a Netflix

Histórias em quadrinhos

Em 1938, Euclides Santos publicou a tira Vida de Lampeão na revista A Noite Ilustrada. Na década de 1950, inspirado no sucesso de O Cangaceiro, o quadrinista Gedeone Malagola lança uma revista em quadrinhos sobre o fictício "Milton Ribeiro, O Cangaceiro", Milton Ribeiro é o ator que interpretou o cangaceiro Galdino no filme de 1953, a diferença de Milton Ribeiro para Galdino, é que nos quadrinhos Milton é o herói.[16] Em 1953, José Lanzellotti lança Raimundo, o Cangaceiro para a revista Aliança Juvenil da editora Aliança, na década de 1960, a série seria publicada pela La Selva.  Em 1954, o haitiano André LeBlanc adaptou o romance Os Cangaceiros de José Lins do Rego para a revista Edição Maravilhosa da EBAL.


Em 1963, Mauricio de Sousa comandava o Suplemento Infanto-Juvenil do jornal Folha de S. Paulo, Mauricio então pediu a Julio Shimamoto que criasse uma tira para o suplemento, Shimamoto elaborou dois projetos: uma tira sobre cangaceiros e outra sobre gaúchos, no fim resolveu criar a tira O Gaúcho, na época, cangaceiros eram retratados como bandidos.  Os programas de rádio Jerônimo, o Herói do Sertão e Juvêncio, o justiceiro do sertão transportavam as histórias dos faroeste para o sertão brasileiro e também tiveram histórias em quadrinhos, Jerônimo em 1957 pela Rio Gráfica Editora, com textos de Moysés Weltman e desenhos de Edmundo Rodrigues,[20] e Juvêncio entre 1968 e 1969 pela Editora Prelúdio, com roteiros de Gedeone Malagola, R. F. Lucchetti, Helena Fonseca e Fred Jorge e desenhos de Sérgio Lima, Rodolfo Zalla, Eugênio Colonnese e Mário Cafiero,[21] a Editora Prelúdio também publicava literatura de cordel e publicou uma adaptação de "A Chegada de Lampião no inferno" de José Pachêco por Sérgio Lima.


Na década de 1970, O quadrinista Floriano Hermeto de Almeida Filho, um dos responsáveis pelas histórias do super-herói Judoka, chegou a produzir sete páginas de uma história sobre o cangaço, que permaneceram inéditas até novembro de 2018, quando foram publicadas no livro "O Judoka por FHAF", publicado pela AVEC Editora, apos uma campanha de financiamento coletivo no site Catarse.


Em 1974, o brasileiro Jô Oliveira publicou a história "A Guerra do Reino Divino" na revista italiana alterlinus, dois anos depois a editora brasileira Codecri (mesma editora responsável por O Pasquim) publicou a obra no país.  A arte de Jô Oliveira é bastante influenciada pela xilogravura presente nos cordéis e é apontada como uma das primeiras graphic novels brasileiras. Apesar de ser um tema brasileiro, o tema também é explorado por autores de outros países, em Mister No 3, 4 e 5, publicada em 1975 pela editora italiana Sergio Bonelli Editore, o piloto americano com histórias ambientadas no Brasil, encontra com cangaceiros, o belga Hermann Huppen que escreveu e desenhou a HQ Caatinga (publicada no Brasil pela Editora Globo), ou também o italiano Hugo Pratt ("La macumba du Gringo").


Zagor, série de faroeste também publicada pela Bonelli, encontrou com cangaceiros em Zagor n° 452 (março de 2002)  e Zagor n° 573 (abril de 2013). 


Na oitava edição da revista Spektro da Editora Vecchi, publicada em 1978, o pernambucano Watson Portela publica Paralela, uma história de ficção científica com um cangaceiro chamado Asa Branca.


Outros autores retrataram o cangaço como Ataide Braz (roteiro) e Flavio Colin (desenhos) com Mulher Diaba no rastro de Lampião, publicada em 1994 pelo selo Graphic Brasil da Nova Sampa,  Danilo Beyruth em Bando de dois,  Flávio Luiz com a futurista O Cabra, Wilson Vieira, Eugênio Colonnese e Mozart Couto no álbum Cangaceiros - Homens de Couro da editora CLUQ de Wagner Augusto, o cordelista e editor Klévisson Viana com Lampião — era o cavalo do tempo atrás da besta da vida: uma história em quadrinhos, Haroldo Magno (roteiro) e Edvan Bezerra (desenhos) nos álbuns Sertão Vermelho - Lampião em Quadrinhos (2004) e Sertão Vermelho - Lampião em Quadrinhos 2 (2005), financiados com apoio da prefeitura e empresas locais de Paulo Afonso, na Bahia, o primeiro álbum teve capa de Júlio Shimamoto, o segundo teve participações do próprio Shimamoto, Rodolfo Zalla, Eugênio Colonnese e Vítor Barreto. 


Fim do cangaço

O cangaço em sua forma de banditismo foi um dos últimos movimentos do Brasil de luta armada e de classe pobre, que dominou por um longo período de tempo o nordeste brasileiro. Virgulino Ferreira conhecido como Lampião foi um dos maiores líderes da história dos movimentos armados independentes do Brasil.


Os cangaceiros atingiam tanto pessoas pobres como ricas, porém o espírito de liberdade e independência demonstradas pelos integrantes desses grupos ao infringirem as normas da sociedade, iludiam e fascinavam os demais habitantes das regiões do Sertão Nordestino. Muitos destes cangaceiros utilizavam dessa imagem de instrumento de justiça social para justificar seus crimes.


A extinção desse fenômeno foi consequência, sobretudo da mudança das condições sociais no país, das perspectivas de uma vida melhor que se abria para a massa nordestina com a migração para Sul, e das maiores facilidades de comunicação, entre outros fatores.[carece de fontes]


Os traficantes das grandes favelas brasileiras roubam e matam criando seus próprios protocolos e leis em seus locais de dominância, característica semelhante à dos cangaceiros nordestinos. Foram os cangaceiros que introduziram o sequestro em larga escala no Brasil. Faziam reféns em troca de dinheiro para financiar novos crimes. Caso não recebessem o resgate, torturavam e matavam as vítimas, a tiro ou punhaladas. A extorsão era outra fonte de renda. Essas características são evidentes nas favelas quando relacionadas às milícias. Os cangaceiros corrompiam oficiais militares e autoridades civis, de quem recebiam armas e munição. Um arsenal bélico sempre mais moderno e com maior poder de fogo que aquele utilizado pelas tropas que os combatiam.[carece de fontes]


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