Estados brasileiros pedem ajuda militar para combater incêndios na Amazônia
Por Jake Spring
BRASÍLIA (Reuters) - Seis dos nove Estados brasileiros na região da Amazônia solicitaram ajuda militar neste sábado para combater incêndios florestais recordes que estão destruindo a floresta tropical e provocando protestos internacionais.
Boca do Acre, Amazonas, Brasil 24/08/2019. REUTERS/Bruno Kelly
Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Acre e Mato Grosso pediram assistência militar oferecida pelo governo brasileiro, de acordo com uma porta-voz da Presidência. O presidente Jair Bolsonaro havia autorizado as forças armadas a intervir na sexta-feira, mas tal ajuda dependia do pedido dos Estados.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e sua proteção é vista como vital para o combate às mudanças climáticas, devido às vastas quantidades de dióxido de carbono que absorve.
O Brasil tem 44 mil soldados posicionados na região norte disponíveis para combater incêndios florestais na Amazônia e pode enviar mais militares de outros lugares do país, disse neste sábado o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).
Em uma coletiva de imprensa com os repórteres, o tenente-brigadeiro Raul Botelho e as principais autoridades do governo não disseram quantas tropas estariam envolvidas e deram poucos detalhes operacionais de como elas seriam usadas e onde.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, disse que as forças se concentrariam em certas áreas, dependendo da missão individual.
Por exemplo, em Porto Velho, no Estado de Rondônia, seriam disponibilizados dois aviões com capacidade para transportar 12 mil litros de água misturados com retardante de fogo, além de uma brigada de infantaria, forças de patrulha fluvial e o escritório local da unidade de monitoramento da Amazônia do Ministério da Defesa, disse.
Neste sábado, menos de 50 funcionários serão enviados de Brasília para Porto Velho, no Estado de Rondônia, para apoiar as operações no país, incluindo 30 bombeiros e 18 especialistas em comunicação, disse Botelho em uma apresentação.
Alfredo Sirkis, diretor executivo do Centro de Clima Brasil e fundador do Partido Verde, disse que, apesar de apoiar o envolvimento militar, duvidava que alguém fosse capaz de apagar os incêndios que já estão ocorrendo.
“Depois de um incêndio florestal enorme como esse, especialmente quando você não tem todo o tipo de equipamento de combate a incêndios florestais que você tem em lugares como EUA ou Portugal, é difícil extinguir”, disse ele.
“Eles só serão extintos por conta própria, dependendo das condições climáticas.”
As forças armadas podem ajudar a impedir incêndios florestais adicionais, aplicando leis ambientais e impedindo as pessoas de colocar fogo, disse Sirkis.
Sirkis culpou os incêndios por especuladores que buscam limpar a terra que esperam vender mais tarde para a agricultura, dizendo que foram encorajados pela forte retórica de Bolsonaro em favor do desenvolvimento da região amazônica.
Bolsonaro enfureceu os críticos na quarta-feira quando acusou organizações não-governamentais de incendiar a floresta amazônica para prejudicar seu governo. Mas na quinta-feira, ele admitiu pela primeira vez que os fazendeiros podem estar envolvidos nas queimadas na região.
Azevedo também disse que os Estados Unidos não estão dando ao Brasil apoio concreto para combater incêndios florestais, apesar da ampla oferta de assistência do presidente norte-americano, Donald Trump.
Não houve mais contatos entre os países em relação aos incêndios além da oferta de assistência de Trump feita em um telefonema ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, disse Azevedo a repórteres na coletiva de imprensa.
Konstantinos - Uranus
sábado, 24 de agosto de 2019
terça-feira, 20 de agosto de 2019
Governo prevê repasses de R$500 bi para Estados e municípios em 15 anos em pacto federativo
Por Marcela Ayres
(Reuters) - O governo federal previu repasses de cerca de 500 bilhões de reais em 15 anos a Estados e municípios no âmbito de várias iniciativas que vão compor o chamado pacto federativo, incluindo um Plano de Fortalecimento Federativo (PFF), que destinará aos entes parcela da União dos royalties e participações especiais do petróleo.
A conta abarca, inclusive, a destinação de 4 bilhões de reais a mais aos Estados ainda neste ano advindos do leilão da cessão onerosa, numa tentativa de pacificar as reivindicações orçamentárias dos governadores ligadas à compensação pela Lei Kandir.
O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou que todas as propostas que compõem o pacto deverão ser unificadas num único texto, a ser a encaminhado ao Senado até o início da próxima semana.
A ideia é chegar num texto de consenso que tenha autoria dos senadores para que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) comece a tramitar na Casa. Caso fosse diretamente enviada pelo Executivo ao Congresso, esse processo teria início na Câmara dos Deputados.
Em reunião com senadores no gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o ministro Paulo Guedes detalhou nesta terça-feira em apresentação as destinações previstas nos próximos anos.
A previsão é que o PFF irá repartir com Estados e municípios uma parcela crescente dos recursos de petróleo, começando em 30% e chegando a 70% em oito anos. Com isso, a estimativa é de “6 bilhões de reais a 32 bilhões de reais por ano”, conforme dados da apresentação.
Em entrevista após a reunião, Waldery afirmou a jornalistas que o compartilhamento não será restrito aos royalties do pré-sal, abarcando também os demais campos de petróleo.
Dentre as outras iniciativas que compõem a conta total de 500 bilhões de reais, está ainda a divisão de 25 bilhões de reais de recursos que ainda serão levantados no leilão da cessão onerosa, previsto para este ano.
Inicialmente, o governo previa repartir um total de 21 bilhões de reais com Estados e municípios, mas aumentou essa conta em 4 bilhões de reais somente para Estados para, com isso, tentar eliminar as discussões sobre o quanto efetivamente deve aos governadores pela Lei Kandir, que desonera as exportações de tributos estaduais.
Pela perda de receita, os Estados requerem compensação à União, pleito envolto em embates históricos sobre os valores efetivamente devidos.
“Esses 4 bilhões a mais, relacionados aos 21 bilhões, é como se tivéssemos fazendo um pagamento aos estados associado à Kandir/Fex (Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações (FEX)”, disse Waldery.
“A discussão que temos com relação à lei Kandir se refere em eliminar qualquer dúvida sobre a necessidade da União compensar os Estados, seria extinguir a compensação”, pontuou.
Na prática, a União deverá ficar com cerca de 48 bilhões de reais líquidos do leilão da cessão onerosa, ante 52 bilhões de reais antes, já que do total de 106,6 bilhões de reais em bônus de assinatura do certame, ela deverá destinar outros 33,6 bilhões de reais à Petrobras.
Questionado se os 4 bilhões de reais adicionais seriam um limite do que o governo federal estava disposto a abrir mão, Waldery respondeu que o montante corresponde a um valor “consensuado” que foi apresentado desta maneira em reunião com senadores nesta terça-feira.
Segundo o secretário, a União vai impor condicionalidades para todos os repasses, no intuito de evitar que os recursos sejam usados por Estados e municípios para o aumento de salários, por exemplo.
Ele acrescentou que a avaliação da equipe econômica é que agora haverá também oportunidae de discutir a inclusão de Estados e municípios na reforma da Previdência.
MAIS MEDIDAS
Na conta de 500 bilhões de reais, o governo também embutiu 40 bilhões de reais em garantia da União para os entes contratarem operações de crédito num prazo de quatro anos, iniciativa que está no chamado Plano Mansueto, projeto ainda pendente de votação no Congresso.
Contudo, os recursos das garantias não sairão diretamente do caixa da União para os governos regionais, mas apenas viabilizarão os financiamentos, sendo eventualmente executados em caso de inadimplência.
O governo também está prevendo um aumento de cerca de 50% dos recursos repassados aos entes por meio do Fundeb, voltado ao financiamento da educação. A ideia é que, a partir de 2021, os repasses anuais aumentem de 13,3 bilhões de reais para 19,8 bilhões de reais, com a fatia adicional sendo coberta com desvinculações de recursos dos fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste (FNO, FCO e FNE).
“Parte desses recursos ainda será mantida, cerca de 40%, mas esses números são preliminares. O Congresso que vai dar o número final. Uma sugestão dada pela minuta do nosso texto é que uma parte seja mantida para os agentes financeiros que operam esses fundos, e que uma parte seja destinada para o Fundeb de forma a qual as mesmas regiões sejam beneficiadas”, disse Waldery.
Em outra frente, o governo prevê que mais 1,5 bilhão a 1,6 bilhão de reais desses fundos sejam desvinculados para projetos de desenvolvimento, incluindo para obras de infraestrutura, mas desde que mantidas as regiões que já eram beneficiadas pelos fundos.
Por Marcela Ayres com reportagem adicional de Gabriel Ponte; edição de Isabel Versiani
segunda-feira, 19 de agosto de 2019
Twitter e Facebook acusam China de usar contas falsas para atrapalhar protestos em Hong Kong
Twitter e Facebook acusam China de usar contas falsas para atrapalhar protestos em Hong Kong
Por Katie Paul e Elizabeth Culliford
(Reuters) - O Twitter e o Facebook disseram nesta segunda-feira que desmontaram uma operação apoiada pelo Estado e com origem na China continental que tenta minar protestos em Hong Kong.
O Twitter disse que suspendeu 936 contas e que as operações pareciam ser uma iniciativa apoiada pelo Estado e com origem na China. A empresa disse que as contas eram apenas a porção mais ativa da campanha, e que uma “rede mais ampla de spams” de cerca de 200 mil contas havia sido suspensa de maneira pró-ativa antes de que fossem ativadas substancialmente.
O Facebook afirmou ter removido contas e páginas de uma pequena rede após o Twitter anunciar que uma investigação encontrou ligações com indivíduos associados ao governo chinês.
Empresas de redes sociais estão sendo pressionadas para impedir campanhas de influência política antes das eleições de novembro de 2020 nos Estados Unidos. Uma investigação norte-americana que durou 22 meses concluiu que a Rússia interferiu de maneira “geral e sistemática” nas eleições de 2016, nas quais o republicano Donald Trump chegou à presidência do país.
A embaixada chinesa em Washington e o Departamento de Estado dos EUA não estavam imediatamente disponíveis para comentários.
Os protestos em Hong Kong, que representam um dos maiores desafios para o presidente chinês, Xi Jinping, desde que ele chegou ao poder em 2012, começaram em junho como oposição a um projeto de lei que permitiria que suspeitos fossem extraditados para a China para julgamento em tribunais controlados pelo Partido Comunista. O projeto está agora suspenso e os protestos cresceram e fazem demandas mais amplas por democracia.
Reportagem de Katie Paul e Elizabeth Culliford
domingo, 18 de agosto de 2019
Janieide Roldão Gestora da Escola Professora Isaura de França em Caetés é premiada pelo Governo do Estado /GREMN/Premiação IDEPE/EPIF/
atingimento da meta pactuada para o Ensino Médio e Ensino Fundamental Anos Finais no IDEPE 2018. Esta é mais uma conquista do grande trabalho em conjunto entre Janieide e Bete gestoras da escola que junto aos seus grandes mestres da qual trabalham com elas de longa data estão sempre preocupados em dar ao bairro o melhor que eles podem oferecer uma boa educação aos seus queridos alunos. Parabéns a todos!
PAULA HITLER: A IRMÃ ESQUECIDA DO FÜHER
PAULA HITLER: A IRMÃ ESQUECIDA DO FÜHER
"Ela tinha grande respeito por [Adolf]", disse um homem que conversou com Paula Hitler em 1959. "Se eu tivesse perguntado sobre qualquer coisa que pudesse ter sido crítica dele, acho que ela o teria protegido"
Paula Hiedler nasceu em 21 de janeiro de 1896. Filha mais nova de uma família alemã de classe média, a garota era fruto da relação de Alois e Clara. Nessa época, Hiedler era simplesmente um sobrenome qualquer alemão. E optou pela ortografia tradicional. Já seu irmão, escolheu outra opção: Hitler.
A família seguia os moldes de qualquer outra. Seu pai era um homem duro, conservador e cruel. Por mais que jamais pudesse imaginar, tais traços seriam características marcantes de seu irmão, anos mais tarde. Adolf era o único entre os irmãos que ousava desafiar o pai, ele não queria trabalhar na fazenda e era castigado todos os dias por seus momentos de rebeldia.
Quando tinha sete anos, seu pai morreu. Alois foi vítima de uma hemorragia pleural, e sua única herança deixada era de uma pensão governamental. Sua mãe assumiu o posto de chefe da casa. Com a morte do marido, ela e os filhos se mudaram da residência da família em Leonding, para um modesto apartamento em Linz.
Quatro anos depois, mais um duro golpe. Clara estava com câncer de mama. A necessidade fez o jovem Adolf se tornar mais forte. Ele assumiu a reponsabilidades da casa quando Paula tinha apenas 11 anos, sua irmã sete anos mais nova, o via como um exemplo — seu apoio era incondicional.
No entanto, a morte de sua mãe separou o destino dos dois. O garoto mudou-se pra Viena, Paula permaneceu no apartamento da família em Linz. Apesar da distância, eles trocavam cartas, o jovem recomendava alguns livros e dava conselhos bem intencionados. Um vez, ela ganhou um exemplar de Dom Quixote do irmão, que se tornara um de seus livros favoritos.
Os dois se sustentavam com a divisão da pensão do governo, quando ficou mais velho, Hitler renunciou sua quantia, e Paula passou a receber sua parte. O reencontro aconteceu somente no início de 1920, quando ela havia se mudado para Viena e Adolf seguia em busca dos seus sonhos, queria ser pintor e líder público. A jovem preferiu uma vida mais pacata, trabalhava como governanta para famílias ricas de Viena.
Passado o período que trabalhou com atividades domésticas, ela passou a ganhar a vida fazendo trabalhos de secretariado para diversas empresas. Mais tarde, durante a Guerra, trabalhou em um hospital.
Pouco se é conhecido sobre as inclinações políticas da moça. Anos antes, ela havia trabalhado em um dormitório judaico e nunca mostrou desprezo pelos residentes locais. Tampouco deu algum tipo de apoio para seu irmão ou para o Partido Nazista.
Apesar do conhecimento de que Hitler estava fazendo com o povo alemão, uma estranha dicotomia existia dentro de si. Ela evidentemente não apoiava suas ações políticas e sociais, mas ao mesmo tempo, documentos apontam que Paula adorava seu irmão mais velho. Muitas vezes, lamentava o fato de que os dois só mantinham um contato esporádico, mas expressava grande satisfação quando eles aconteciam.
Em junho de 1946, durante uma entrevista para o Exército dos Estados Unidos, disse que não acreditava que Adolf teria ordenado o extermínio de milhões de pessoas. Isso, na visão dela, não correspondia ao irmão que conhecia. Realmente, Hitler demonstrava afeições por Paula, depois que ela perdeu o emprego, o irmão não hesitou ao enviá-la dinheiro. O apoio financeiro permaneceu até o suicídio do Fuhrer em abril de 1945.
Adolf Hitler (à direita) com o regimento bávaro com o qual ele serviu durante a Primeira Guerra Mundial / Crédito: Reprodução
Depois da morte do lpider alemão, ela foi detida para interrogatório por agentes da inteligência americana. Na sabatina, revelou que embora amasse Adolf e recebesse o apoio financeiro, ela somente o tinha visto em duas ocasiões durante toda a última década. Paula também afirmou que só conviveu com Eva Braun uma vez durante esse período.
Liberada da custódia, retornou para Viena. Com o fim do dinheiro que havia recebido dele, começou a trabalhar numa loja local de artesanato. Em 1952, mudou-se para Berchtesgaden, nos arredores de Salzburgo. A partir daí, Paula mudou seu sobrenome para Wolff. O nome era o apelido de seu irmão quando criança e foi o codinome que ele usou ao longo de seu tempo como Fuhrer.
Durante a maior parte do resto de sua vida, a irmã do Füher viveu em reclusão, mantendo-se sozinha e não comparecendo a reuniões sociais. Em 1959, ela concordou e concedeu – o que seria a única – entrevista para a imprensa. O repórter era Peter Morleu da rede de televisão Associated-Rediffusion.
A partir da entrevista, ficou claro que ela não sentia nada além de admiração por seu irmão mais velho. Ao longo do questionamento, ela afirmou constantemente que não podia acreditar que ele pudesse fazer algo tão horrível.
"Ela tinha grande respeito por [Adolf]", disse um homem que conversou com Paula Hitler em 1959. "Se eu tivesse perguntado sobre qualquer coisa que pudesse ter sido crítica dele, acho que ela o teria protegido".
Em 1960, aos 64 anos, Paula Hitler morreu, terminando ali a linhagem familiar imediata de Hitler. Sua morte pós fim a uma vida tranquila e pacata, bem diferente da vivida por seu irmão.
FABIO PREVIDELLI PUBLICADO EM 17/08/2019////https://aventurasnahistoria.uol.com.br
sexta-feira, 9 de agosto de 2019
Coaf pode passar para o Banco Central para sair do "jogo político", diz Bolsonaro
Coaf pode passar para o Banco Central para sair do "jogo político", diz Bolsonaro
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que o governo pretende transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o Banco Central, visando tirar o órgão do que chamou de “jogo político”.
Assim que tomou posse, Bolsonaro tentou transferir o Coaf para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a pedido do ministro Sergio Moro, como forma de ampliar o combate à lavagem de dinheiro, mas a medida foi barrada pelo Congresso Nacional.
O órgão, que foi responsável por revelar movimentações financeira atípicas que resultaram em inquéritos contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, agora pode passar para as mãos do Banco Central, segundo o presidente.
“O que nós pretendemos é tirar o Coaf do jogo político, pretendemos. Estamos conversando... vincular ao Banco Central, aí acaba. Tudo onde tem política, mesmo sendo bem intencionado, sempre sofre pressões de um lado ou de outro, a gente quer evitar isso daí”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, ao lado de Moro.
“Se o Coaf, por ventura, vá para o Banco Central, vai fazer o seu trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político”, acrescentou.
De acordo com Bolsonaro, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, será o responsável por escolher o presidente do Coaf caso a transferência se concretize, e o órgão poderia até mudar de nome.
O presidente também afirmou na entrevista que conversou com a equipe econômica para que a proposta de reforma tributária a ser enviada pelo governo ao Congresso inclua mudanças no Imposto de Renda, ao menos para incluir uma correção de alíquotas de acordo com a inflação.
Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que o governo pretende transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o Banco Central, visando tirar o órgão do que chamou de “jogo político”.
Assim que tomou posse, Bolsonaro tentou transferir o Coaf para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a pedido do ministro Sergio Moro, como forma de ampliar o combate à lavagem de dinheiro, mas a medida foi barrada pelo Congresso Nacional.
O órgão, que foi responsável por revelar movimentações financeira atípicas que resultaram em inquéritos contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, agora pode passar para as mãos do Banco Central, segundo o presidente.
“O que nós pretendemos é tirar o Coaf do jogo político, pretendemos. Estamos conversando... vincular ao Banco Central, aí acaba. Tudo onde tem política, mesmo sendo bem intencionado, sempre sofre pressões de um lado ou de outro, a gente quer evitar isso daí”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, ao lado de Moro.
“Se o Coaf, por ventura, vá para o Banco Central, vai fazer o seu trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político”, acrescentou.
De acordo com Bolsonaro, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, será o responsável por escolher o presidente do Coaf caso a transferência se concretize, e o órgão poderia até mudar de nome.
O presidente também afirmou na entrevista que conversou com a equipe econômica para que a proposta de reforma tributária a ser enviada pelo governo ao Congresso inclua mudanças no Imposto de Renda, ao menos para incluir uma correção de alíquotas de acordo com a inflação.
Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro
quinta-feira, 8 de agosto de 2019
Moro pede que PGR investigue presidente da OAB por crimes contra a honra
Moro pede que PGR investigue presidente da OAB por crimes contra a honra
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, encaminhou nesta quinta-feira pedido à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para abrir uma investigação pelos crimes de calúnia, injúria e difamação que teriam sido cometidos pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, em entrevista que ele concedera no mês passado.
Moro diz que Santa Cruz cometeu crime de calúnia ao ter afirmado, em reportagem da Folha de S.Paulo, que o ministro “banca o chefe de quadrilha” quando disse que soube das conversas de autoridades que foram alvo dos hackers, que foram presos em operação da Polícia Federal deflagrada no fim do mês passado.
Segundo a Folha, Moro telefonou para autoridades que teriam sido alvo dos hackers presos e avisou que as mensagens das pessoas seriam destruídas em nome da privacidade.
“Atribuir falsamente ao ministro da Justiça e Segurança Pública a condição de chefe de quadrilha configura em tese o crime de calúnia do art. 138 do Código Penal”, disse Moro na representação encaminhada à Dodge.
O ministro afirmou ainda que o presidente da OAB mentiu ao dizer que ele teria tido acesso ao conteúdo das mensagens das autoridades. E que esse comentário sugere conduta arbitrária do ministro, de ingerência e interferência na Polícia Federal, instituição que está subordinada ao Ministério da Justiça. Por esses fatos, disse o ministro, poderia acarretar crimes de injúria e difamação de Santa Cruz.
O presidente da OAB, que chegou a recorrer à Justiça para que Moro não destruísse por conta própria as mensagens, está no centro de uma polêmica com o presidente Jair Bolsonaro. Para o chefe do Executivo, o pai dele, Fernando Santa Cruz, foi morto durante a ditadura pelo chamou de “grupo terrorista” Ação Popular, ao qual ele estaria à época vinculado —fala essa que contraria documentos oficiais da Comissão da Verdade.
Esse caso foi parar no STF e Bolsonaro terá de explicar essas declarações públicas. Não bastasse, a Petrobras cancelou um contrato que tinha com o escritório de advocacia com o presidente da OAB e Bolsonaro disse que ele teria recebido recursos milionários sem serem auditados.
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, encaminhou nesta quinta-feira pedido à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para abrir uma investigação pelos crimes de calúnia, injúria e difamação que teriam sido cometidos pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, em entrevista que ele concedera no mês passado.
Moro diz que Santa Cruz cometeu crime de calúnia ao ter afirmado, em reportagem da Folha de S.Paulo, que o ministro “banca o chefe de quadrilha” quando disse que soube das conversas de autoridades que foram alvo dos hackers, que foram presos em operação da Polícia Federal deflagrada no fim do mês passado.
Segundo a Folha, Moro telefonou para autoridades que teriam sido alvo dos hackers presos e avisou que as mensagens das pessoas seriam destruídas em nome da privacidade.
“Atribuir falsamente ao ministro da Justiça e Segurança Pública a condição de chefe de quadrilha configura em tese o crime de calúnia do art. 138 do Código Penal”, disse Moro na representação encaminhada à Dodge.
O ministro afirmou ainda que o presidente da OAB mentiu ao dizer que ele teria tido acesso ao conteúdo das mensagens das autoridades. E que esse comentário sugere conduta arbitrária do ministro, de ingerência e interferência na Polícia Federal, instituição que está subordinada ao Ministério da Justiça. Por esses fatos, disse o ministro, poderia acarretar crimes de injúria e difamação de Santa Cruz.
O presidente da OAB, que chegou a recorrer à Justiça para que Moro não destruísse por conta própria as mensagens, está no centro de uma polêmica com o presidente Jair Bolsonaro. Para o chefe do Executivo, o pai dele, Fernando Santa Cruz, foi morto durante a ditadura pelo chamou de “grupo terrorista” Ação Popular, ao qual ele estaria à época vinculado —fala essa que contraria documentos oficiais da Comissão da Verdade.
Esse caso foi parar no STF e Bolsonaro terá de explicar essas declarações públicas. Não bastasse, a Petrobras cancelou um contrato que tinha com o escritório de advocacia com o presidente da OAB e Bolsonaro disse que ele teria recebido recursos milionários sem serem auditados.
domingo, 4 de agosto de 2019
terça-feira, 30 de julho de 2019
Presidente da OAB irá ao STF após Bolsonaro dizer que pode contar como seu pai desapareceu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente Jair Bolsonaro esclareça declarações dadas mais cedo nesta segunda-feira de que pode contar a Santa Cruz como seu pai desapareceu durante a ditadura militar na década de 1970.
Presidente Jair Bolsonaro 11/07/2019 REUTERS/Adriano Machado
“O presidente da OAB vai interpelar o presidente da República no STF para que o presidente esclareça as informações que diz ter sobre a morte de seu pai, reconhecido como desaparecido. As circunstâncias do seu desaparecimento nunca foram esclarecidas pelo Estado”, afirmou a OAB em nota.
Mais cedo, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que o pai do presidente da OAB, Fernando Augusto de Santa Cruz, era membro do grupo Ação Popular, classificado pelo presidente da República “sanguinário”, e que poderia contar a ele como o pai desapareceu.
Irritado com a OAB, que tem questionado ações propostas pelo governo, Bolsonaro reclamou que a entidade teria impedido a quebra do sigilo telefônico do advogado de Adélio Bispo, que o atacou com uma faca durante a campanha eleitoral do ano passado. A OAB e a própria Polícia Federal negaram que tenha sido pedida uma liminar pela OAB para impedir o acesso.
“Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de uma dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto para ele”, disse Bolsonaro.
“Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco, e veio desaparecer no Rio de Janeiro”, acrescentou.
Após as declarações do presidente, Santa Cruz as rebateu no Twitter e disse que os comentários de Bolsonaro são “inqualificáveis” e que demonstram “mais uma vez traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia”.
“É de se estranhar tal comportamento em um homem que se diz cristão”, disse o presidente da OAB. “Lamentavelmente, temos um presidente que trata a perda de um pai como se fosse assunto corriqueiro —e debocha do assassinato de um jovem aos 26 anos.”
“A respeito da defesa das prerrogativas da advocacia brasileira, nossa principal missão, asseguro que permaneceremos irredutíveis na garantia do sigilo da comunicação entre advogado e cliente. Garantia que é do cidadão, e não do advogado”, disse.
Mais um tarde, em uma transmissão ao vivo em uma rede social enquanto cortava o cabelo, Bolsonaro disse que, a informação que teve à época do desaparecimento do pai do presidente da OAB foi de que Fernando Santa Cruz foi assassinado por outros integrantes da Ação Popular. Bolsonaro tinha 18 anos quando o pai do presidente da OAB desapareceu em fevereiro de 1974.
“De onde eu obtive essa informação? Com quem eu conversava na época, ora bolas. Eu conversava com muita gente”, disse Bolsonaro.
“O pessoal da AP no Rio de Janeiro ficou estupefato. ‘Como pode vir esse cara vir do Recife aqui se encontrar com a gente aqui?’ O contato não seria com ele, seria com a cúpula da Ação Popular no Recife. E eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que eu tive na época.”
As declarações de Bolsonaro vão contra as informações da Comissão Nacional da Verdade, que afirma que Fernando Santa Cruz Oliveira foi visto pela última vez em fevereiro de 1974, quando foi preso no Rio de Janeiro por agentes do DOI-Codi.
Em buscas por ele, a família recebeu diversas negativas de que tivesse sido preso, mas em suas investigações a Comissão encontrou um relatório do Ministério da Aeronáutica da década de 1990 em que se informava ao Ministério da Justiça que ele havia sido preso em 23 de fevereiro de 1974 e era considerado desaparecido desde então. Ele tinha 26 anos.
O pai do presidente da OAB era de fato parte da Ação Popular (AP), de acordo com a Comissão Nacional da Verdade, mas não há indícios de que tenha agido em Pernambuco. Ele morava em São Paulo e passava alguns dias na casa dos pais, no Rio de Janeiro, quando houve a prisão.
Apenas em 2014, com o relatório da Comissão da Verdade, Fernando Oliveira foi considerado oficialmente morto.
A Anistia Internacional criticou as declarações do presidente e cobrou que o país assuma suas responsabilidades com as famílias das vítimas.
“É terrível que o filho de um desaparecido pelo Regime Militar tenha que ouvir do presidente do Brasil, que deveria ser o defensor máximo do respeito e da Justiça no país, declarações tão duras. O Brasil deve assumir sua responsabilidade, e adotar todas as medidas necessárias para que casos como esses sejam levados à Justiça”, disse a diretora-executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck.
Reportagem de Lisandra Paraguassu, em Brasília, e Eduardo Simões, em São Paulo
quinta-feira, 25 de julho de 2019
SOS ABREU E LIMA A Nossa Amiga e Gestora da Escola Professora Isaura de França lança Campanha Solidária para ajudar os desabrigados no município
SOS ABREU E LIMA, Local: Escola Professora Isaura de França, Caetés I, Abreu e Lima
SOS ABREU E LIMA A Nossa Amiga e Gestora da Escola Professora Isaura de França lança Campanha Solidária para ajudar os desabrigados no município
SOS ABREU E LIMA, Local Escola Professora Isaura de França, Caetés I, Abreu e Lima
terça-feira, 23 de julho de 2019
NO IRAQUE, SECA REVELA UM IMPORTANTE PALÁCIO MITANI DE 3.400 ANOS
NO IRAQUE, SECA REVELA UM IMPORTANTE PALÁCIO MITANI DE 3.400 ANOS
Enterrado em um reservatório, o palácio dos hurritas, que dominaram a Síria e o norte da Mesopotâmia, foi revelado pela seca iraquiana
ANDRÉ NOGUEIRA
historia.uol.com.br
Em Kemune, um sítio arqueológico no Curdistão, Iraque, uma descoberta instigou os pesquisadores da região. Um palácio hurrita da época do Império Matani, de 3.400 anos atrás, foi descoberto devido à seca que toma o país nos últimos tempos.
Desde 2010, existem informações que apontam para a existência do Palácio Kemune sob esse reservatório. No entanto, o alto nível da água impossibilitava a investigação do caso. Como a seca reduziu o reservatório drasticamente e a região não sofre mais ameaças do Estado Islâmico, uma equipe de pesquisadores curdos e alemães realizaram as escavações. Assim foi descoberta a estrutura composta de tijolos de barro, com paredes de mais de 1,80 m de espessura.
Quando utilizado, o Paláco Kemune ficava num terraço elevado com vista panorâmica para o Vale do Tigre, a apenas 15 metros da margem do rio. Para tanto, foi construída uma barreira em forma de muro que apoiava a frente ocidental do palácio, estabilizando-o na parede íngreme.
Império Mitani em relação a Egito, Babilônia e Hatti / Crédito: Reprodução
A descoberta é de grande relevância. Isso porque não existem muitas informações sobre os hurritas e o Império Mitani, que governou a Síria e o Norte da Mesopotâmia ente os século 14 e 15 a.C. Para se ter ideia, arqueólogos não conseguiram, até hoje, identificar a capital do império dos hurritas.
Com escavações e fotografias aéreas por drones, os arqueólogos descobriram novidades sobre o novo sítio. Entre elas, é possível citar os grandes tijolos queimados usados na construção de pisos e lajes pelo palácio.
Além disso, foi possível identificar diversos quartos com paredes decoradas e ornamentos rebocados, que compunham murais desenhados em tons brilhantes de vermelho e azul. Também foram encontrados tabletes de argila com escrita cuneiforme, que foram levados à Alemanha para serem traduzidos.
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/
Mitani
Mitani
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Localização de Império de Mitani
Reino de Mitani (corresponde atualmente ao chamado Curdistão)
Continente Ásia
Capital Washshukanni
História
• 1600 a.C. Fundação do império pelos hurritas
• Conquista do império pelos egípcios e hititas
• Conquista pelos assírios das terras do império ocupadas pelos egípcios e hititas
• 1150 a.C.Conquista pelos elamitas
Tábua em cuneiforme contendo uma carta do rei Tusserata de Mitani para o faraó Amenófis III, atualmente no Museu Britânico
Mitani (Mi-ta-an-ni em fontes assírias; Hanigalbat, Khanigalbat cuneiforme Ḫa-ni-gal-bat) foi um reino Hurrita no noroeste e nordeste da Mesopotâmia de 1 600 a.C., até o auge de seu poder, no século XV a.C., abrangendo o que é hoje o sudeste da Turquia, o nordeste da Síria, norte do Iraque (o que corresponderia ao chamado Curdistão), estabelecido em torno da capital Washshukanni, possivelmente a atual cidade de Al Hasakah no nordeste da Síria. Nos tempos Neoassírios, o nome era usado como um termo geográfico para a área entre o Rio Khabur e o Eufrates.[1]
Hurritas
Os hurritas foram um povo (mais corretamente, uma denominação linguística de implicações étnicas) que adentrou o Oriente Próximo provavelmente por volta da primeira metade do segundo milênio a.C., instalando-se no noroeste e no nordeste da Mesopotâmia, entre os rios Chabur e Eufrates. Devido à evidência linguística, os especialistas remontam suas origens às regiões montanhosas do alto Eufrates e da atual Turquia oriental, mas não da Península da Anatólia propriamente dita. Com efeito, os hurritas falavam uma língua que não era de matriz semítica nem indo-europeia, mas possivelmente parente de idiomas do Cáucaso, ou então, alternativamente, mais remotamente aparentada com o proto-indo-europeu, mas não era um membro direto dessa família linguística. Documentos antigos revelam a existência de pequenos estados hurritas no norte da Mesopotâmia por volta de 2 200 a.C.[2]
Primórdios
Ver artigo principal: História da Mesopotâmia
Durante o auge do Império Acadiano de Naram-Sin, muitos reinos hurritas primitivos estiveram sob domínio dos acadianos, e assim permaneceram até a queda do Império Acadiano (c. 2 190 a.C.). Os príncipes hurritas mantiveram as tradições e a língua acadianas após a queda do Império e se apresentavam como sucessores do poder de Acad, buscando legitimar seu domínio monárquico. No período que antecede o estabelecimento de um grande reino hurrita, confrontos colocaram os hurritas contra reis da terceira dinastia de Ur. Ao final do século XIX a.C., os hurritas passaram para a órbita de influência do Império de Shamshi-Adad I. Entre os séculos XVIII e XVII a.C. o desenvolvimento dos estados hurritas é virtualmente desconhecido, sobretudo devido à falta de documentação, que se torna bastante mais rara com a destruição de Mari e seus arquivos por Hamurabi nesta época.
Estabelecimento de Mitani
Supõe-se que os estados hurritas independentes do século XIX a.C. se uniram gradualmente nos anos seguintes, conformando-se num Império de grandes dimensões até o século XVI a.C. Nesta época, documentos hititas e egípcios se referem a um grande poder hurrita estabelecido a leste do Eufrates. Os egípcios referem-se a esse reino pelo nome de Mitani, cuja origem etimológica é ainda confusa. Não se sabe se o nome é efetivamente hurrita, mas ele certamente partilha uma origem comum com o nome próprio “Maitta”, que figura nos textos de Nuzi (atual Yorghun Tepe). Os nomes dos primeiros reis hurritas, aliás, são todos derivados do ramo indo-ariano das línguas indo-europeias, o que pode indicar (conforme uma opinião amplamente aceita na academia) a penetração de minorias de guerreiros arianos nas planícies do norte da Mesopotâmia e sua absorção como elite política e dinastia real nos reinos hurritas. O governante hurrita mais antigo de que temos registro foi Shuttarna I.
A expansão do reino de Mitani
Por volta do século XV a.C. o reino de Mitani inicia um processo de expansão, a princípio sobre os territórios que estavam anteriormente sob domínio ou influência dos Hititas. O rei Parrattarna (r. c. 1 500–1 450 a.C.) e seus sucessores avançaram sobre a região entre o Eufrates e o Mediterrâneo, sobretudo as dependências sírias, aproveitando-se da fraqueza do Hatti, dividido por lutas intestinas. Neste período, as fontes egípcias aplicam o termo “hurrita” às regiões que se estendem da Palestina à Síria. Por volta de 1 458 a.C., contudo, Tutemés III do Egito enfrentou príncipes de pequenos estados do Oriente Próximo, aliados de Mitani, num confronto pela supremacia política na região do corredor sírio-palestino, tendo sido vitorioso. No entanto, não conseguiu avançar o suficiente para forçar um confronto direto com os hurritas que, ao final do século quinze, alcançaram o ápice de seu desenvolvimento político sob o reinado de Saushtatar. Este monarca conquistou, por exemplo, a cidade de Assur (capital da Assíria), embora não tenhamos informações adicionais sobre sua conquista. Relatos hurritas contam como Saushtatar carregou ouro e prata saqueados de Assur para a então capital de Mitani, Wasshukkani (até hoje não identificada pelos arqueólogos).[3]
Política externa
Após o confronto com Tutemés III, Mitani deixou de ser visto como reino inimigo pelos egípcios e, com Tutemés IV (r. c. 1401–1391 a.C.), formou uma coalizão com o Egito contra os Hititas na Anatólia. A aliança foi selada com o casamento de uma princesa egípcia com um rei hurrita.
Declínio e queda (c. 1 350 a.C.)
Com a ascensão de Aquenáton (r. 1353–1337 a.C.) ao poder no Egito, contudo, os faraós não mais se interessaram pela expansão dos hititas na Ásia e passaram a centrar suas atenções nos distúrbios político-religiosos internos. Com isso, Mitani se viu isolado num momento em que Hititas e Assírios aumentavam gradualmente seu poder militar, ameaçando seriamente as pretensões imperiais dos hurritas. O rei de Mitani na época, Tusserata, teve sua legitimidade ao trono contestada por grupos internos, o que enfraqueceu a posição hurrita na Síria, logo reconquistada pelos hititas por volta de 1 350 a.C. Por fim, os assírios marcharam por toda a região norte da Mesopotâmia, anexando o que restara do Império de Mitani. Por volta de 1 200 a.C., a língua hurrita havia desaparecido dos registros cuneiformes.[4]
1 532 a.C. — Amósis I, faraó do Egito, continuou a guerra de expulsão dos hicsos, iniciada por seu pai, conseguindo seu objetivo após dez anos de guerra contra Camudi; termina os combates com vitória de Amósis. Ele expulsou os hicsos do Egito, perseguindo-os pela Canaã, Fenícia e Síria onde os hurritas talvez tivessem algum controle ou aliado, até a cidade de Carquemis junto ao rio Eufrates, onde se deteve em choque militar com um povo em marcha: os hurritas do Mitani. Teve início de uma série de conflitos que duraria 132 anos.
1 500 a.C. — inicia-se um longo período de guerras entre o Mitani e o Egito sobre os ricos territórios da Síria, Canaã e Fenícia; durante quase 132 anos ininterruptos os dois povos disputaram palmo a palmo as regiões em litígios — ora um Estado obtinha a supremacia, ora outro.
Morre Telepinu, rei hitita. Após sua morte, pouco se sabe sobre os reis que lhe sucederam nos dois séculos que se seguiram. Por quase 130 anos a história dos hititas se tornou um hiato: foi um período de pouca atividade militar, política e cultural fora das fronteiras naturais da Ásia Menor, somente explicado pela ascensão dos hurritas do Mitani como potência local, entre a Ásia Menor, a Mesopotâmia e o Egito. Sucedendo a uma seqüência de reis fracos da qual Telipinu fora o último, assume o novo rei hitita, Alluwamnas, que inicia um novo período de glória na história dos hititas.
1 459 a.C. — logo após a morte de Hatexepsute, Tutemés III lançou-se em combate pela Ásia para recuperar os territórios perdidos para os mitanitas, em 17 campanhas militares entre esse ano até o ano de 1 439 a.C.; recuperou Canaã de imediato, mas teve de lutar bastante na Síria, onde os mitanitas haviam estabelecido fortes posições; o conflito durou mais de uma geração. Tutemés teve de renunciar aos pontos mais distantes do Eufrates, fixando a fronteira com os mitanitas entre a Síria e Canaã. Lançou-se também em campanhas contra a Núbia, onde estabeleceu a capital provincial em Napata, perto da 4.ª Catarata.
1 423 a.C. — Amenófis II, assume o trono do Egito devido à morte de seu pai. Teve necessidade de afirmar sua autoridade. Seus feitos militares não passaram de demonstração de força para intimidar aqueles que conspiravam contra o seu reinado. Atacou a Síria em poder dos mitanitas, entretanto o resultado foi duvidoso, uma vez que o Egito perdeu terreno na região. O ataque foi uma resposta às constantes incursões das tropas do Mitani em territórios egípcios e uma advertência às outras potências da região — hititas e babilônios que vinham se recuperando de um período de fraqueza.
1 414 a.C. — no nono ano de seu governo, Amenófis recebeu presentes das outras três potências da época: hurritas, hititas e babilônios. Era um sinal de possível acordo diplomático entre os quatro grandes impérios na região. Os hititas e os babilônios vinham se recuperando de um período de relativa fraqueza, enquanto os hurritas estavam no auge de seu poder.
1 410 a.C. — na Mesopotâmia, o sumo-sacerdote da cidade de Assur, na Assíria, faz-se aclamar rei, submetendo-se à vassalagem aos hurritas do Mitani.
1 400 a.C. — os hurritas do Mitani ofereceram a paz ao Egito; de inimigos, tornaram-se aliados, cedendo-lhe os territórios em disputa. Isso porque os hititas começaram a sua expansão através de suas fronteiras ao norte da Mesopotâmia, agora decididos a construir um império na Ásia. Esse acordo evitava guerra em duas frentes, concentrando a luta contra os novos vizinhos com quem disputavam a Anatólia, a Cilícia e a Síria. Provavelmente foi Arnuwandas II quem iniciou esse primeiro ataque fora das fronteiras naturais da Anatólia. Apesar da fraqueza dos reis hititas entre os anos de 1 590 a 1 375 a.C., eles conseguiram preservar os domínios hititas de mudanças fundamentais, embora o império sofresse constante pressão externa dos hurritas do Mitani. Para a sorte da terra de Hatti, os hurritas sofriam concorrência dos egípcios pelo controle da Síria e Fenícia, aliviando a pressão sobre eles, dando-lhes condições de manter-se frente aos mitanitas.
1 396 a.C. — na Mesopotâmia, com a destruição gradativa do poder dos hurritas pelos hititas, o rei de Assur reconquista os territórios assírios aumentando gradativamente o seu poder.
1386 a.C — Eriba-Adad I torna-se rei da Assíria; aliando-se aos hititas na Mesopotâmia contra os hurritas do Mittani, vai ocupando os territórios dos mitanitas à medida que estes são vencidos pelos hititas. É o início do poder da Assíria.
1 370 a.C. — fim do reino do Mitani; os hititas liderados por Shuppiluliumas, dispondo dos mesmos recursos e técnicas militares semelhantes aos hurritas, arrasaram a capital desse reino — a cidade de Nuzi — e, embora a saqueassem, não escravizaram sua população. Numa só batalha todo o reino foi submetido e seus súditos enfileirados nos exércitos hititas. Os hurritas foram tratados como povo federado ao Império dos Hititas, pois ambos pertenciam à mesma etnia. Também era a política de evitar a revolta dos povos submetidos. Seu líder subtraiu do território dos hurritas a Síria e a região da cidade de Carquemis, fundando diversos pequenos reinos, entregando-os a seus filhos. Essa vitória se deveu ao rei hitita Shuppiluliumas e ao novo minério até então desconhecido para eles: o ferro — somente os hititas conheciam a fonte da matéria-prima e a técnica de fundi-lo para a forja adicionando-lhe oxigênio. Com a destruição do Mitani, os hititas ocuparam suas terras entre o rio Tigre e o Orontes, e passam a disputar com o Egito os territórios da Síria-Canaã e Fenícia; os assírios reconquistaram a independência de Nínive e todos os territórios na Mesopotâmia que antes lhes pertenciam, ocupando o norte e o centro da região, fundando o que viria a ser por 747 anos o Império Assírio.
segunda-feira, 22 de julho de 2019
Israel demole casas de palestinos perto de barreira da Cisjordânia
Israel demole casas de palestinos perto de barreira da Cisjordânia
Moradores e organismos internacionais condenaram ação; governo israelense considera construções ilegais
Parte dos edifícios demolidos está dentro da área controlada pela municipalidade de Jerusalém Oriental e parte está do lado de fora da barreira, na Cisjordânia. Algumas construções, contudo, ficam no meio: fora da área de Jerusalém, mas ainda do lado israelense da barreira - 22/07/2019 (Ammar Awad/Reuters)
Forças do exército e da polícia israelense começaram a demolir nesta segunda-feira, 22, dezenas de prédios palestinos em Wadi Hummus, Cisjordânia, nos arredores de Jerusalém.
Segundo organizações pró-Palestina, a área onde os edifícios estão pertence à Área A da Cisjordânia, sob jurisdição exclusiva da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Moradores afirmaram terem recebido permissões para construir suas casas da própria ANP.
O governo de Israel, contudo, diz que os apartamentos ficam muito perto da fronteira que separa a cidade de Jerusalém da área controlada pela ANP.
Em junho, após anos de batalha judicial, a Suprema Corte israelense determinou a demolição dos edifícios por considerar que são perigosos por estarem perto da cerca de separação construída por Israel para delimitar a fronteira.
Partes do bairro palestino estão dentro da área controlada pela municipalidade de Jerusalém Oriental e partes estão do lado de fora da barreira, na Cisjordânia. Algumas construções, contudo, ficam no meio: fora da área de Jerusalém, mas ainda do lado israelense da barreira.
Em nota, a União Europeia (UE) condenou a demolição e afirmou que a maioria dos edifícios está localizada em áreas de controle civil palestino.
Nesta segunda, por volta das 4h (horário local, 22h de domingo em Brasília), as forças de segurança israelenses fecharam todos os acessos, entregaram as ordens de despejo às famílias e retiraram os moradores das casas. Segundo testemunhas, a ação gerou enfrentamentos.
Veículos de construção destruíram os telhados de vários prédios, enquanto escavadeiras grandes recolhiam os escombros. De acordo com moradores, os acessos ao local foram fechados porque parte das demolições será feita com explosivos.
“Hoje foram demolidos 12 edifícios. Estes foram construídos ilegalmente sem as permissões requeridas e em uma zona sob uma norma do Comando Central do Exército que proíbe a construção, muito próxima à cerca de segurança”, disse a COGAT, organização militar israelense que administra a ocupação.
Os prédios “foram derrubados de acordo com a sentença do Superior Tribunal de Justiça de 17 de maio de 2019”, acrescentou a COGAT, antes de ressaltar que a corte “decidiu que os edifícios poderiam ser derrubados, já que constituíam um risco perto da cerca de segurança”.
Já o governo palestino assegura que as construções estão localizadas na Área A da Cisjordânia, onde a ANP tem controle e jurisdição exclusiva segundo os Acordos de Paz de Oslo (1993) e as forças israelenses são proibidas de entrar.
Hussein al-Sheikh, chefe do departamento de assuntos civis da ANP, classificou a demolição como um crime e exigiu uma intervenção internacional.
“Têm permissão da Autoridade Nacional Palestina e agora também exige permissão de Israel. Isto vai contra os Acordos de Oslo”, declarou Jader Hamdam, prefeito da vizinha vila palestina de Jad, próxima a Belém.
Segundo as Nações Unidas, 20 pessoas que já moram nos edifícios foram deslocadas. Outros 350 proprietários de apartamentos que estavam em construção ou ainda não ocupados também serão afetados.
Reação europeia
Em nota, a União Europeia (UE) condenou a demolição. “A política de colonização de Israel, incluindo ações tomadas nesse contexto, como transferências forçadas, despejos, demolições e confiscos de casas, é ilegal sob a lei internacional”, afirmou um porta-voz no comunicado.
A UE disse ainda que a continuação da política israelense “mina a viabilidade da solução de dois Estados e a perspectiva de uma paz duradoura”.
“A maioria dos edifícios está localizada na Área A e B da Cisjordânia, onde, de acordo com os Acordos de Oslo, todas as questões civis estão sob a jurisdição da Autoridade Palestina”, diz a nota.
Gilad Erdan, ministro da Segurança Nacional de Israel, acusou a UE de comprar “as mentiras dos palestinos”. Ele afirmou no Twitter que, sob os acordos de Oslo, Israel tem o direito de agir contra construções ilegais que representam uma ameaça à segurança.
Israel tomou o controle da Cisjordânia durante a Guerra dos Seis Dias em 1967 e posteriormente anexou Jerusalém Oriental ao seu território. A comunidade internacional considera ambas as áreas como territórios ocupados, embora o governo israelense conteste essas afirmações.
Em 1993, os Acordo de Olso determinaram a retirada das forças armadas israelense da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, assim como o direito dos palestinos ao autogoverno em zonas delimitadas.
A área A, onde os palestinos alegam que Wadi Hummus está localizado, é controlado totalmente pela ANP, segundo o tratado.
No início dos anos 2000, Israel construiu uma barreira para separar Jerusalém da Cisjordânia. Segundo o governo, a cerca é necessária para impedir que terroristas palestinos entrem em seu território.
Os palestinos, contudo, dizem que a estrutura é uma apropriação ilegal de terras porque invade áreas sob seu controle em alguns pontos.
Wadi Hummus é uma dessas áreas disputadas. Está atrás do bairro de Sur Baher, que fica do lado de dentro da cerca, segundo o jornal The Guardian.
De acordo com documentos judiciais, a barreira foi construída ali pois, durante negociações com os moradores, Israel quis evitar que a vila fosse dividida.
No entanto, os moradores, alegando que é impossível obter licenças de construção israelenses em Jerusalém Oriental, começaram a construir os prédios de apartamentos na área que pertence aos palestinos com a permissão da Autoridade Palestina.
Os prédios demolidos ficavam dos dois lados da barreira. O governo israelense já havia emitido diversas ordens para que a construção fosse interrompida, alegando que os edifícios eram muitos altos e não poderiam estar tão perto da barreira de separação.
Em junho, a Suprema Corte rejeitou o recurso final dos moradores, abrindo caminho para as demolições.
Segundo uma ordem militar de sete anos atrás, não é permitido construir a uma distância de menos de 250 metros da barreira.
A Justiça israelense aprovou a demolição de um total de 18 edifícios, alguns terminados e outros em construção, e de 20 casas ocupadas e que foram construídas com as permissões pertinentes da ANP.
Em 18 de junho, as autoridades israelenses deram um prazo de 30 dias para evacuação e confirmaram que fariam a demolição.
“Eu construí esta casa pedra por pedra. Meu sonho era morar nessa casa. Agora estou perdendo tudo”, disse Tareq al-Wahash, 37 anos, enquanto um trator destruía sua casa inacabada de três andares. “Eu tinha autorização para construir da Autoridade Palestina. Eu pensei que estava fazendo a coisa certa”, disse ele.
Os palestinos temem que a destruição de edifícios próximos da cerca estabeleça um precedente para outras cidades ao longo da rota da barreira construída por Israel.
(Com EFE e Reuters)
Assinar:
Postagens (Atom)