Konstantinos - Uranus

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Mulheres Que Marcaram O Século XX: Shirley Temple




Shirley Temple

Shirley Temple Black (Santa Mônica, 23 de abril de 1928 — Woodside, 10 de fevereiro de 2014[1] [2] ) foi uma atriz, dançarina, cantora e diplomata norte-americana. Já com mais de quarenta anos de idade, concorreu a cargos políticos, sem sucesso. Em 1974, foi nomeada pelo presidente Gerald Ford embaixadora dos Estados Unidos na extinta Checoslováquia, posto que ocupou até 1976. De 1989 a 1992 foi embaixadora no Gana nomeada por George H. W. Bush.[3]

Uma das estrelas mais importantes de Hollywood, Shirley estrelou filmes como A Pequena Princesa e A Pequena Órfã. Ao longo da carreira fez 43 longas metragens. Ela morreu de causas naturais.

Biografia
Shirley Temple nasceu em 23 de abril de 1928, em Santa Monica, Califórnia. Era filha de Gertrudes Amelia Temple (nascida Krieger), uma dona de casa, e George Francis Temple, um funcionário de banco. A família era de ascendência inglesa, alemã e holandesa. Ela tinha dois irmãos, George Francis, Jr. e John Stanley. A mãe de Temple incentivou sua filha desde recém-nascida a cantar, dançar e atuar, e em setembro de 1931 matriculou-a na Meglin's Dance School em Los Angeles. Por esse tempo, a mãe de Temple começou a pentear o cabelo de sua filha em cachos semelhantes aos da estrela de cinema mudo Mary Pickford.

Autógrafo e impressões das mãos e dos pés de Shirley Temple na calçada do Teatro Chinês em Hollywood.
Shirley começou a ter aula de dança com três anos de idade e foi contratada para participar de uma série de curtas chamadas "Baby Burlesks", que parodiavam estrelas e astros adultos, mais notadamente Marlene Dietrich. No mesmo ano, atuou numa sucessão de curta metragens e filmes, incluindo "Little Miss Marker", "Change of Heart", "Now I'll Tell", "Now and Forever" e "Bright Eyes" (no qual cantou seu mais popular sucesso, a canção "On The Good Ship Lollipop").

Vencedora de um Óscar especial aos seis anos de idade, Temple foi a salvadora da Fox e do público na época da Grande Depressão. Inclusive o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt sucumbiu a seus encantos e lhe agradeceu por "ter feito a América atravessar a Grande Depressão com um sorriso".

Shirley foi campeã de bilheteria de 1935 a 1938 com seu eterno otimismo e seu sorriso vencedor. Depois de adulta porém, não teve o mesmo sucesso como atriz, e aposentou-se do cinema em 1949, e em 1967, se candidatou ao cargo de representante do estado da Califórnia no congresso norte-americano, mas não obteve êxito. Nos anos de 1969 e 1970, foi delegada junto às Organização das Nações Unidas (ONU). Além de ter sido nomeada embaixadora por duas vezes, foi chefe de protocolo para o presidente Gerald R. Ford (1976-1977) e membro da delegação americana que tratava dos problemas dos refugiados africanos (1981).

Ela produziu duas obras autobiográficas sobre sua infância "My Young Life" (1945) e "Child Star" (1988).

Vida pessoal
Com 17 anos, Temple casou com o soldado convertido em ator John Agar (1921-2002) em 19 de setembro de 1945. Tiveram uma filha, Linda Susan Agar (mais tarde conhecida como Susan Black) nascida em 20 de janeiro de 1948. Temple entrou com uma ação de divórcio de Agar no final de 1949 por causa do alcoolismo do marido sendo o divórcio efetivado em 5 de dezembro de 1950. No princípio de 1950, enquanto estava de férias no Hawai, Shirley conheceu e se apaixonou pelo executivo Charles Alden Black (1919-2005) e se casaram em 16 de dezembro de 1950. Juntos tiveram dois filhos: Charles Alden Black Jr. nascido em 29 de abril de 1952 e Lori Black nascida em 9 de abril de 1954. Permaneceram casados até à morte dele com 86 anos, por síndrome mielodisplásico, em 4 de agosto de 2005.

Homenagens em desenhos animados

Cartão de Dia de São Valentim da década de 1930, com uma ilustração inspirada em Shirley Temple.
Durante a década de 1930, Shirley Temple recebeu algumas homenagens em desenhos animados famosos, de Walt Disney, Walter Lantz e Warner Bros:

Shirley apareceu em um desenho animado do Pato Donald chamado "The Autograph Hound" ("O Caçador de Autógrafos") de 1939, onde ela e outros conhecidos atores daquela época gravaram as vozes de suas versões em desenho animado.
Em 1934, ela também havia aparecido em um desenho do Coelho Oswald produzido por Walter Lantz, chamado "Toyland Premiere" (no Brasil ganhou o título de "O Desfile de Natal"), porém neste desenho a voz de sua "versão animada" não foi feita por ela própria, mas sim por Mae Questel a dubladora original de Betty Boop e Olívia Palito.
Shirley também tem uma rápida aparição em um episódio do Mickey Mouse de 1936, intitulado "Mickey's Polo Team" ("O Time de Pólo do Mickey"), onde aparecem várias celebridades conhecidas em Hollywood na época. Ela aparece sentada em uma arquibancada junto dos Três Porquinhos, Prático, Heitor e Cícero, provocando o Lobo Mau, que era um dos jogadores de Pólo.
Em um episódio do Pernalonga chamado "What's Cookin Doc" de 1944, aparece as marcas dos pés e mãos de Shirley Temple na calçada da fama.
Citações e referências na cultura popular

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Shirley Temple e Eddie Cantor cortando o bolo de aniversário do presidente Franklin D. Roosevelt em Los Angeles, Califórnia, 1937.
Em 1935, durante a Grande Depressão, o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt agradeceu Shirley Temple por fazer a América atravessar aquele triste período com um sorriso. Ele declarou: "During this Depression, when the spirit of the people is lower than at any other time, it is a splendid thing that for just 15 cents an American can go to a movie and look at the smiling face of a baby and forget his troubles." ("Durante esta Depressão, quando o espírito do povo está mais triste do que em qualquer outro momento, é uma coisa magnífica que por apenas 15 centavos, um americano pode ir ao cinema e olhar para o rosto sorridente de um bebê e esquecer de seus problemas.").
Shirley Temple é citada no filme Uma Cilada para Roger Rabbit de 1988. Quando Roger encontra o táxi Benny, batido em um poste, há o seguinte diálogo, Roger Rabbit: "Benny! É Você?!", Benny, o Táxi: "Não, é a Shirley Temple!".
No episódio "O Último Sapateado em Springfield" da série Os Simpsons, aparece uma personagem chamada "Vicki Valentine", uma ex-atriz infantil, mais conhecida como "Pequena Vicki", ela é uma sátira de Shirley Temple. Em uma cena do episódio também aparece uma sátira de um dos filmes de Temple, na cena em questão é exibido um filme em preto e branco na TV, estrelado pela Pequena Vicki, onde um homem negro ensina Vicki a dançar sapateado. A cena satiriza o filme "The Little Colonel" (1935), onde o ator Bill Bojangles dança e sapateia com Shirley Temple. No mesmo episódio também há uma paródia de uma das canções mais famosas cantadas por Shirley, "On the Good Ship Lollipop", que no episódio se tornou "On the Spaceship Lollipop".
No filme Shrek Terceiro, há uma cena em que o "Homem-Biscoito" cantarola a música "On The Good Ship Lollipop". Na dublagem brasileira do filme, a música foi substituída por "Pirulito que Bate Bate", pois a outra não era tão conhecida no Brasil.
No livro Memórias da Emília escrito em 1936 pelo escritor brasileiro Monteiro Lobato, a boneca Emília inventa em seu livro de memórias uma viagem à Hollywood, onde ela e o Visconde de Sabugosa se encontram com Shirley Temple, e juntos com a pequena atriz, brincam de encenar um filme sobre Dom Quixote de la Mancha.
A apresentadora mirim Maísa Silva do SBT, teve seu visual inspirado no de Shirley Temple; ao ir para o SBT no final de 2007, ela passou a apresentar desenhos animados dentro do "Sábado Animado" usando vestidos infantis, e penteado curto. Segundo a Revista Veja, a ideia teria sido de Silvio Santos, que teria selecionado fotos de Shirley que, penduradas no camarim, inspiram os figurinistas e cabeleireiros de Maísa; porém, a informação não é totalmente confirmada, já que segundo uma outra matéria da Revista Quem a ideia teria partido não de Silvio, mas de sua filha, Silvia Abravanel, diretora do Sábado Animado. Tanto Maísa quanto Silvio Santos, já mencionaram algumas vezes durante o Programa Silvio Santos, o fato dela se parecer com Shirley quando criança.
A personagem "Darla Dimple", do longa-metragem de animação "Gatos não sabem dançar" ("Cats don't dance"), é o que se pode chamar de "versão cartunizada de Shirley Temple", pois ela fora baseada inteiramente em Shirley, desde o final do nome até à aparência.
Outras curiosidades

Shirley Temple aos 10 anos de idade, junto da primeira-dama Eleanor Roosevelt, em julho de 1938.
Shirley, com apenas 6 anos, ganhou uma mini-estatueta simbólica em 1935 por sua contribuição ao cinema.
Em 2004, a Legend Films restaurou e colorizou todos os filmes de Shirley Temple produzidos originalmente em preto e branco nos anos 30.
Shirley Temple foi a criança mais fotografada no mundo, e estrelou mais de 40 filmes e 50 produções para televisão.
Quando adulta, ela foi a primeira mulher na história a servir como chefe de protocolo.
Em 1972, aos 44 anos, Shirley descobriu que tinha câncer de mama, e foi a primeira celebridade a admitir em público a sua doença. A razão para isso, foi encorajar outras mulheres a previnirem este problema.
No México a voz de Shirley Temple em seus filmes, era dublada pela atriz María Antonieta de las Nieves, a Chiquinha do seriado Chaves.
Shirley contou depois de adulta que deixou de acreditar em Papai Noel aos seis anos de idade, quando a mãe dela a levou em uma loja para o conhecer, e o homem vestido de Papai Noel lhe pediu um autógrafo.
Em Hollywood conta-se que um diretor ao rodar uma cena que exigia muitas lágrimas da pequena atriz, mentiu para Shirley, dizendo que seu cachorrinho de estimação havia morrido. Neste dia o diretor conseguiu rodar só esta cena, porque depois desta notícia, Shirley não conseguiu mais se concentrar nos textos seguintes.
Em um dos primeiros filmes de Shirley Temple, "Baby Take a Bow" de 1934, há cenas que hoje em dia podem ser consideradas fortes para as crianças, que envolvem armas de fogo ou objetos perigosos. Como uma cena em que Shirley Temple ainda com 5 anos, tem que manusear uma grande faca quando vai ajudar a libertar um homem que estava amarrado, e usa a faca para cortar as cordas. Na internet existem alguns screenshots desta cena, que hoje em dia, poucos acreditam que foi tirada realmente de um filme da pequena atriz [1].
O penteado que Shirley Temple usava tinha exatamente 52 cachos. A mãe de Shirley, Gertrude, era quem prendia os seus cabelos e os dava forma, e os amarrava pouco antes dela ir dormir. Também aplicava produtos para que ficassem mais loiros. Shirley quando ia nadar não podia mergulhar os cabelos na piscina, podia apenas umedecê-los, usando toucas de banho uma sobre a outra. Ela também tinha que ter cuidado nas ruas com a perseguição de "caçadores de souvenirs", que queriam um cacho de seus cabelos como recordação.
Durante sua infância, em todos os lugares em que ia, Shirley tinha de ser escoltada por um agente federal que o governo mantinha para sua proteção.
Na época da popularidade de Shirley, surgiam vários boatos sobre ela, um deles dizia que seria na verdade uma atriz anã de 30 anos (ou "a 30 year old midget."); outros rumores diziam que ela era uma órfã adotada pelo casal Temple com o propósito de exploração, ou que depois de algum tempo ela já estava tão crescida, que o estúdio tinha que colocar nos cenários móveis especiais em tamanho grande para que ela parecesse menor.
Outro rumor, era que obrigavam-na a lixar os dentes, para os manter sempre pequenos, conservando assim sua aparência infantil. Mas ao contrário do que diziam os boatos, o único trabalho artificial que já foi feito nos dentes de Shirley, foi quando ela perdeu um dente de leite da frente, e os diretores a aconselharam a substituir por um minúsculo dente falso durante as filmagens.
Em 1938 Shirley Temple entregou a Walt Disney um Óscar especial e sete mini-estatuetas, representando a Branca de Neve e Os Sete Anões, uma das maiores obras animadas da história. Durante a entrega, Disney tentou conter a emoção. Mas quando a pequena Shirley lhe disse: "Não são bonitos e brilhantes, não está orgulhoso Sr. Disney?" Ele respondeu: "Sim, estou tão orgulhoso que poderia chorar". Shirley então pediu graciosamente: "Não faça isso!". Os dois foram aplaudidos de pé pelos convidados, admirados.
Shirley chegou a ser escalada para interpretar o papel de Dorothy no filme O Mágico de Oz, mas a 20th. Century Fox negou-se a emprestá-la. Então a atriz de 16 anos Judy Garland, que já havia sido cogitada antes, mas era considerada a princípio velha demais para o papel, acabou protagonizando o filme, após um trabalho de maquiagem que ajudou a disfarçar sua idade.
Ao sair da Fox, Shirley foi contratada pela MGM para ingressar o elenco da série Família Hardy. Seu contrato também previa uma série de filmes anuais em número inferior aos produzidos anualmente com ela pela Fox. No entanto, ela apenas participou de um: Kathleen. Antes, ela foi confirmada no elenco do musical Panama Hattie[4] e Babes On Broadway, onde atuaria com Mickey Rooney e Judy Garland[5] . Nesse filme, foi substituída por Virginia Weidler.
Filmografia selecionada

Shirley com 11 anos no filme "The Little Princess" (1939).

Shirley Temple aos 62 anos como embaixadora.
Filme
Ano Título Papel Nota
1932 Red Haired Alibi Gloria Shelton Primeiro filme
1933 Out All Night Criança Creditada como Shirley Jane Temple
To the Last Man Mary Stanley Não creditada
1934 Carolina Joan Connelly Não creditada
Mandalay Betty Shaw Cenas deletadas
As the Earth Turns Criança Não creditada
Stand Up and Cheer! Shirley Dugan
Change of Heart Shirley
Little Miss Marker Marthy 'Marky' Jane
Now I'll Tell Mary Doran
Baby Take a Bow Shirley Ellison
Now and Forever Penelope 'Penny' Day
Bright Eyes Shirley Blake
1935 The Little Colonel Lloyd Sherman
Our Little Girl Molly Middleton
Curly Top Elizabeth Blair
The Littlest Rebel Virginia 'Virgie' Cary
1936 Captain January Star
Poor Little Rich Girl Barbara Barry
Dimples Dimples Appleby
Stowaway Barbara 'Ching-Ching' Stewart
1937 Wee Willie Winkie Priscilla 'Winkie' Williams
Heidi Heidi Kramer
1938 Rebecca of Sunnybrook Farm Rebecca Winstead
Little Miss Broadway Betsy Brown Shea
Just Around The Corner Penny Hale
1939 The Little Princess Sara Crewe
Susannah of the Mounties Susannah Sheldon
1940 The Blue Bird Mytyl
Young People Wendy Ballantine
1941 Kathleen Kathleen Davis
1942 Miss Annie Rooney Anne Rooney
1944 Since You Went Away Bridget 'Brig' Hilton
I'll Be Seeing You Barbara Marshall
1945 Kiss and Tell Corliss Archer
1947 Honeymoon Barbara Olmstead
The Bachelor and the Bobby-Soxer Susan
That Hagen Girl Mary Hagen
1948 Fort Apache Philadelphia Thursday
1949 Mr. Belvedere Goes to College Ellen Baker
Adventure in Baltimore Dinah Sheldon
The Story of Seabiscuit Margareth O'Hara/Knowles
A Kiss for Corliss Corliss Archer
Curta-metragem
Ano Título Papel Nota
1932 Runt Page Luu Parsnips
War Babies Charmaine
The Pie-Covered Wagon Shirley
1933 New Deal Rhythm Garota que detesta espinafre Não creditada
Glad Rags to Riches Nell/La Belle Diaperina
Kid in Hollywood Morelegs Sweettrick
The Kid's Last Fight Shirley
Polly Tix in Washington Polly Tix
Dora's Dunking Doughnuts Shirley
Merrily Yours Mary Lou Rogers
Kid 'in' Africa Madame Cradlebait
What's to Do? Mary Lou Rogers
1934 Pardon My Pups Mary Lou Rogers
Managed Money Mary Lou Rogers

Origem: Wikipédia

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Dólar sobe 1,62% e vai a R$3,55, máxima em mais de 12 anos, por China

Dólar sobe 1,62% e vai a R$3,55, máxima em mais de 12 anos, por China
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou com alta superior a 1,5 por cento nesta segunda-feira, no patamar de 3,55 reais e no maior nível em 12 anos e meio, reagindo à intensa aversão ao risco nos mercados globais após as bolsas da China derreterem diante dos sinais de desaceleração da segunda maior economia do mundo

A moeda norte-americana avançou 1,62 por cento, a 3,5525 reais na venda, maior cotação de fechamento desde 5 de março de 2003, quando foi negociado a 3,555 reais. No ano até agora, dólar já subiu 33,62 por cento.

"A China deu início ao pânico no mundo hoje. Aliado a isso, a gente tem grande vulnerabilidade por causa das incertezas políticas", disse o especialista em câmbio da Icap Corretora, Ítalo Abucater, para quem o dólar deve chegar a 4 reais ainda este ano, mas encerrará 2015 no patamar entre 3,70 e 3,80 reais.

Na máxima desta sessão, o dólar subiu 2,43 por cento e foi a 3,5809 reais, nível mais alto no intradia desde 27 de fevereiro de 2003, quando alcançou 3,6050 reais, mas a alta acabou perdendo força no fim da manhã.

"São forças de pânico, não há racionalidade. Em um dia como hoje, não há nada a fazer: é esperar e ver o quanto o dólar sobe", disse o economista da 4Cast, Pedro Tuesta.

Ele ressaltou, no entanto, que o avanço visto mais cedo foi exagerado. Além disso, ponderou que, "se não houver recuperação (da China), o Fed preferirá adiar (a alta dos juros). Os danos foram significativos", referindo-se ao Federal Reserve, banco central norte-americano, que está na iminência de elevar os juros nos Estados Unidos.

As bolsas de Xangai e Shenzhen desabaram mais de 8 por cento nesta sessão, reforçando o quadro de preocupações com a China, que vem afetando o apetite por ativos de risco, como aqueles denominados em reais, nos mercados globais.

"Os agentes internacionais esperavam que o banco central chinês anunciasse novas medidas no final de semana para dar suporte ao sistema financeiro. Como nada foi feito, as principais bolsas chinesas fecharam novamente com fortes quedas hoje, arrastando as demais praças para um pregão de perdas", escreveu o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa, em nota a clientes.

Agentes financeiros também buscavam pistas sobre a intervenção do Banco Central brasileiro no câmbio, uma vez que aumentou sua atuação na última vez em que a moeda dos EUA operou em patamares próximos aos atuais.  Nesta segunda-feira, uma importante fonte da equipe econômica disse à Reuters que o programa de swap cambial está funcionando "muito bem", e não há necessidade de usar as reservas internacionais no mercado de câmbio.

"O BC não vai mexer nas reservas... Na teoria, ele deve dar sequência às rolagens de 100 por cento (dos contratos de swap) até que se tenha uma luz no fim do túnel", disse Abucater, da Icap.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou 7,562 bilhões de dólares, ou cerca de 75 por cento, do total de 10,027 bilhões de dólares e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.

No Brasil, preocupações políticas também atingiram o ânimo dos agentes financeiros, após o vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, determinar que as contas de campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e o PT sejam investigados por suposta prática de crimes, argumentando que há "vários indicativos" de que ambos foram financiados por propina desviada da Petrobras.

Além disso, nesta sessão, o vice-presidente da República Michel Temer deixou o comando da articulação política do governo da presidente Dilma Rousseff, disse à Reuters uma fonte próxima ao setor de articulação do Planalto.

Os mercados financeiros têm sido profundamente afetados pelas incertezas em torno da permanência de Dilma no cargo até o fim de seu mandato.

"Está cada vez mais difícil imaginar a luz no fim do túnel", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

(Por Bruno Federowski; Reportagem adicional de Flavia Bohone)

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Impeachment NÃO !!!!


Cunha reafirma que seguirá no comando da Câmara e nega retaliação após denúncia ao STF

Cunha reafirma que seguirá no comando da Câmara e nega retaliação após denúncia ao STF
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
 Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em São Paulo. 21/8/2015 REUTERS/Paulo Whitaker

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reafirmou nesta sexta-feira que seguirá no cargo e prometeu que não haverá retaliações, um dia depois de ter sido denunciado pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

"Renúncia não faz parte do meu vocabulário, e não fará, podem ter certeza disso, assim como covardia não faz parte do meu vocabulário e não fará", disse Cunha em evento na sede da Força Sindical, em São Paulo, onde foi recebido aos gritos de "Cunha, guerreiro, do povo brasileiro" e "Cunha é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo".

Cunha ressaltou que não há nenhuma prova contra ele e garantiu que ninguém vai constrangê-lo a abrir mão do cargo para o qual foi eleito pela maioria dos deputados.

Na véspera, deputados de 10 partidos pediram seu afastamento da presidência da Casa após ter sido apresentada a denúncia contra ele ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou na quinta-feira denúncia contra Cunha, que passou a ser o primeiro político com foro privilegiado acusado por envolvimento no escândalo de corrupção apurado pela operação Lava Jato. Se o STF acatar a denúncia em decisão colegiada, ele se tornará réu. [nL1N10V2OT]

Ao iniciar sua fala aos sindicalistas, Cunha fez questão de ressaltar que, por causa da papel institucional do cargo que ocupa, não está alinhado a nenhum movimento de defesa ou de exclusão de quem quer que seja.

Seu comentário inicial ocorreu logo depois de um inflamado discurso contra o governo feito pelo deputado e presidente do partido Solidariedade, Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, em meio a gritos na plateia de "fora Dilma". Pelo cargo que ocupa, cabe a Cunha aceitar ou não os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Ao falar sobre a situação política do país, Cunha afirmou que parte da crise que o Brasil está vivendo é devido ao fato de a população ter a percepção de que a palavra não foi cumprida.

"Essa sensação de você não cumprir a palavra é que gera a todos a sensação de repulsa à situação vigente hoje", disse.   Perguntado sobre como ficará a relação do PMDB com o PT depois da denúncia formal contra ele, Cunha voltou a dizer que defende que seu partido deixe a aliança com os petistas e que isso será discutido no fórum adequado.

(Reportagem de Renan Fagalde)

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Steve Biko


Steve Biko

Stephen Bantu Biko (18 de dezembro de 1946 - 12 de setembro de 1977) era um ativista anti-apartheid da África do Sul na década de 1960 e 1970.

Líder estudantil, fundou o Movimento da Conciência Negra (Black Consciousness Movement), que capacitava e mobilizava grande parte da população negra urbana. Desde sua morte sob custódia da polícia, ele foi chamado de mártir de um movimento anti-apartheid. Enquanto vivia, seus escritos e ativismo tentou capacitar as pessoas negras, e era famoso por seu slogan "black is beautiful", que o próprio descreveu como: "você está bem como você é, comece a olhar para si mesmo como um ser humano".

Mesmo que Biko nunca tenha sido um membro do Congresso Nacional Africano (ANC), foi incluído no panteão dos heróis de luta, indo tão longe como a utilização de sua imagem para cartazes de campanha nas primeiras eleições não-raciais da África do Sul em 1994. Nelson Mandela disse a respeito de Biko: "Eles tiveram que matá-lo para prolongar a vida do apartheid".


Início da vida
Stephen Bantu Biko é filho de Mzingayi Mathew e Alice 'Mamcete' Biko, nascido em Ginsberg Township, na atual província do Cabo Oriental da África do Sul. Seu pai era funcionário do governo, enquanto sua mãe fez o trabalho doméstico em casas de brancos. O terceiro de quatro filhos, Biko cresceu com sua irmã mais velha, Bukelwa; seu irmão mais velho, Khaya; e sua irmã mais nova, Bobandile. Em 1950, com 4 anos, Biko sofreu a perda de seu pai, que estava estudando direito.

Steve era um Xjosa. Além de Xhosa, ele falava fluente inglês e africâner. Quando criança, ele estudou na Brownlee Primary School e Charles Morgan Higher Primary School. Foi enviado para Lovedale High School em 1964, um internato de prestígio em Alice Eastern Cape, onde seu irmão mais velho, Khaya, anteriormente havia estudado. Durante a era do apartheid, sem liberdade de associação protetora para Sul-africanos não-brancos, Biko foi expulso de Lovedale por suas opiniões políticas,e seu irmão foi preso por sua suposta associação com Poqo (agora conhecido como Azaniam People's Liberation Army). Depois de ser expulso, se formou mais tarde na St. Francis College, uma instituição católica romana em Miriannhill, Natal.

Ele estudou para ser médico na Universidade Médica de Natal.

Casamento e filhos
Biko se casou com Ntsiki Mashalaba em 1970. Eles tiveram dois filhos juntos: Nkosinathi, nascido em 1971, e Samora.

Ele também tinha dois filhos com a Dra. Mamphela Ramphele, uma ativista de destaque dentro do BCM: a filha, Lerato, nascida em 1974, que morreu de pneumonia quando ela tinha apenas dois meses de idade, e um filho, Hlumelo, que nasceu em 1978 após a morte de seu pai.

Biko também teve uma filha com Lorraine Tabane, chamada Motlatsi, nascida em maio de 1977.

Ativismo
Ele foi envolvido com a multirracial União Nacional dos Estudantes Sul-Africanos, mas depois que se convenceu que era negro, decidiu que precisava de uma organização própria, e ajudou a fundar a Organização dos Estudantes Sul-Africanos (SASO), cuja ageda incluiu auto-suficiência política e da unificação de estudantes universitários em uma "consciência negra". Em 1968, Biko foi o primeiro presidente negro eleir. SASO evoluiu para o Movimento de Consciência Negra influente (BCM) e também estava envolvido com a Federação Mundial dos Estudantes Cristãos.

No início de 1970, Biko tornou-se uma figura-chave no momento Durban. Em 1972, ele foi expulso da Universidade de Natal por causa de suas atividades políticas e tornou-se presidente honorário da Convenção do Povo Negro. Ele foi "banido" pelo governo do apartheid em fevereiro de 1973, ou seja, ele não estava autorizado a falar com mais do que uma pessoa, impossibilitando assim que ele falasse em público, era restrito à cidade distrito judiciário do Rei William e não poderia escrever publicamente ou falar com a mídia. Também foi proibido citar qualquer coisa que ele disse, incluindo discursos ou conversas simples.

Quando Biko foi "banido", o seu movimento dentro do país estava restrito ao Cabo Oriental, onde ele nasceu. Depois de voltar paralá, ele formou uma série de organizações de base com base na noção de auto-suficiência: Zanempilo, o Fundo Fiduciário Zimele (que ajudou a apoiar ex-presos políticos e suas famílias).

Apesar da representação do governo do apartheid, Biko e o BCM desempenharam um papel significativo na organização dos protestos que culminou com a Revolta de Soweto de 16 de junho de 1976. Na sequência da revolta, que foi recebido com uma mão pesada pela força de seguranças, as autoridades começaram a alvejar Biko ainda mais.

Morte e rescaldo
Em 18 de agosto de 1977, Biko foi preso em uma barreira policial e interrogado por oficiais da polícia. Esse interrogatório ocorreu na sala de polícia 619 do Edifício Sanlam em Port Elizabeth. O interrogatório durou 22 horas e incluiu tortura e espancamentos, resultando em coma. Ele sofreu ferimento na cabeça quanto estava sob custódia policial na delegacia Walmer, em um subúrbio de Port Elizabeth, e foi acorrentado a uma grade de uma janela durante um dia.

Em 11 de setembro de 1977, a polícia carregou-o nas costas de um Land Rover, nu e contido em algemas para levá-lo para uma prisão com instalações hospitalares. Ele estava quase morto devido às lesões anteriores. Ele morreu logo após a chegada na prisão, em 12 de setembro. A polícia alegou que sua morte foi um resultado de uma greve de fome prolongada, mas a autópsia revelou múltiplas contusões e escoriações e que ele finalmente sucumbiu a uma hemorragia cerebral maciça dos ferimentos na cabeça, que muitos vieram como evidência forte que ele havia sido brutalmente agredido por seus captores. Em seguida, Donald Woods, jornalista, editor e amigo de Biko, junto com Helen Zille, mais tarde líder do partido político da aliança democrática, expuseram a verdade por trás da morte de Steve.

Por causa de sua grande visibilidade, a notícia da morte de Biko se espalhou rapidamente, divulgando a natureza repressiva do governo do apartheid. Seu funeral foi assistido por mais de 10.000 pessoas, incluindo numerosos embaixadores e outros diplomatas dos Estados Unidos e Europa Ocidental. O liberal branco jornalista sul-africano Donald Woods, amigo pessoal de Biko, fotografou seus ferimentos no necrotério. Woods foi mais tarde forçado a fugir da África do Sul para a Inglaterra, e fez campanha contra o apartheid e divulgou mais ainda a vida e a morte de Biko, escrevendo muitos artigos de jornal e autor do livro "Biko" que mais tarde foi transformado em filme de nome "Freedom Cry".

Depois de um inquérito com 15 dias em 1978, um juiz magistrado disse que não havia provas suficientes para acusar os oficiais de homicídio, pois não havia testemunhas. Em 2 de fevereiro de 1978, com base ans provas dadas no inquérito, o procurador-geral do Cabo Oriental declarou que não iria processar os policiais. Em 28 de julho de 1979, o advogado da família Biko anunciou que o governo Sul-Africano teria que pagar 78 milhões de dólares em compensação pela morte de Biko.

Em outubro de 2003, o Ministério da Justiça Sul-Africano anunciou que os cinco policiais acusados de matar Biko não seriam processados judicialmente por causa do limite de tempo para a acusação tinha decorrido e por causa da insuficiência de provas.

Um ano após sua morte, alguns de seus escritos foram recolhidos e lançado sob o título "Eu escrevo o que eu gosto".

Influências e formação da ideologia
Como Frantz Fanon, Biko originalmente estudou medicina e, como Fanon, Biko desenvolveu uma intensa preocupação para o desenvolvimento da consciência negra, como a solução para as lutas existenciais que a existência forma, tanto como um ser humano como um africano. Biko, portanto, pode ser visto como um seguidor de Fanon e Aimé Césaire.

Biko viu a luta pela consciência africana como tendo duas fases: "libertação psicológica" e "libertação física". A influência não-violenta de Gandhi e Martin Luther King sobre Biko é então suspeito, como Biko sabia que por sua luta para dar lugar a libertação física, era necessário que ele existisse dentro das realidades políticas do governo do apartheid, e não-violência a ser bisto mais como uma tática de uma convicção pessoal.

Em sua homenagem, o cantor Peter Gabriel compôs em 1980 a música "Biko".

Citações:

"Um dia nós estaremos em condições de dar à África do Sul o maior dos presentes - uma face mais humana (In time, we shall be in a position to bestow on South Africa the greatest possible gift - a more human face.)
"O gesto de violência de um adulto não merece o sorriso de uma criança".
"O racismo não implica apenas a exclusão de uma raça por outra - ele sempre pressupõe que a exclusão se faz para fins de dominação", contra-argumento em relação ao que os brancos falam sobre o racismo do negro em relação ao branco (o que é cabível, dialeticamente falando).
"Racismo e capitalismo são faces da mesma moeda".

Origem: Wikipédia

PGR denuncia Cunha e Collor ao STF e pede restituição de US$ 40 milhões


PGR denuncia Cunha e Collor ao STF e pede restituição de US$ 40 milhões
Leandro Prazeres
Do UOL, em Brasília 20/08/2015

Pedro Ladeira - 16.jul.2015 /Folhapress
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

A PGR (Procuradoria Geral da República) denunciou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador Fernando Collor (PTB-AL) ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (20). Cunha foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção supostamente praticados dentro do esquema da Lava Jato. A denúncia ainda precisa ser aceita pelo STF para que os parlamentares sejam considerados réu no processo. Novas denúncias ainda poderão ser feitas nos próximos dias.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede a condenação de Cunha pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e da ex-deputada federal Solange Almeida, atual prefeita de Rio Bonito (RJ), por corrupção passiva.

Além da condenação, Janot pede a restituição do produto e proveito dos crimes no valor de US$ 40 milhões e a reparação dos danos causados à Petrobras e à administração pública também no valor de US$ 40 milhões.

No caso de Collor, a PGR afirma que a denúncia é sigilosa e não há informações sobre por quais crimes o senador foi denunciado.

A operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014, investiga um esquema de desvio de recursos da Petrobras estimado em pelo menos R$ 10 bilhões. Segundo as investigações, contratos da Petrobras com empreiteiras eram superfaturados e parte do dinheiro arrecadado por meio do superfaturamento era depois direcionado a políticos e partidos. Entre os partidos investigados estão o PT, PMDB e o PP.

Em março deste ano, a PGR pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito para investigar a suposta participação de 54 pessoas no esquema. As investigações conduzidas pela PGR envolvem 37 políticos de seis partidos diferentes, entre eles o PP, PMDB e PT. Entre os políticos com foro privilegiado estão Cunha, 13 senadores, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), dois governadores e vários deputados federais.

As penas para o crime de lavagem de dinheiro vão de três a 10 anos de reclusão mais o pagamento de multa. Para o crime de corrupção passiva, as penas variam de dois a 12 anos de reclusão e o pagamento de multa.

Indícios contra Cunha
O principal indício do suposto envolvimento de Cunha no esquema da Lava Jato é o depoimento do lobista Júlio Camargo à Justiça Federal do Paraná. Camargo é um dos principais delatores da Lava Jato.

O lobista disse ter pago US$ 5 milhões em propina a Eduardo Cunha por meio do também lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como o principal operador do esquema junto ao PMDB. Cunha negou a alegação feita por Camargo.

Na última segunda-feira (17), o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato na primeira instância, condenou Fernando Soares a 16 anos de cadeia em um processo relacionado à compra de navios-sonda pela Petrobras.

Os processos da operação Lava Jato serão analisados pela 2ª turma do STF, composta por cinco ministros: Dias Toffoli, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia  e Teori Zavascki, relator dos processos. Porém, como Cunha é presidente da Câmara, seu processo seria analisado pelo plenário da Corte, composto por 11 ministros.

Outro indício de um possível envolvimento de Eduardo Cunha no esquema da Lava Jato são os registros do sistema de informática da Câmara que indicam que Cunha foi o verdadeiro autor de requerimentos apresentados pela então deputada Solange Almeida (PMDB), hoje prefeita de Rio Bonito, no Rio de Janeiro.

Os requerimentos pediam ao TCU (Tribunal de Contas da União) informações sobre contratos da empresa Mitsui com a Petrobras em 2011. Segundo as investigações, os requerimentos seria uma forma de pressionar a Mitsui a continuar pagando propinas. Cunha, no entanto, alega que não pediu à deputada que apresentasse os requerimentos e que seu nome só aparece como autor porque seu login era usado por assessores.

Na quarta-feira (19), Cunha disse que não iria pedir afastamento do cargo de presidente da Câmara caso fosse denunciado pela PGR. Ainda na última quarta, um grupo de deputados do PT, PSB, PPS e PSOL preparou um manifesto pedindo o afastamento de Cunha do cargo.

Investigação sobre Collor
Collor foi investigado com a autorização do STF por suspeitas de que ele teria recebido até R$ 26 milhões em pagamento de propinas desviadas da Petrobras entre 2010 e 2014.

Segundo as investigações, os repasses tinham origem em contratos de troca de bandeira de postos de combustíveis entre a Petrobras Distribuidora e a DVDR Derivados do Brasil.

De acordo com as investigações, os três carros de luxo apreendidos do senador e ex-presidente da República durante uma operação da PF em julho deste ano teriam sido comprados por meio de operações de lavagem de dinheiro.

O senador nega participação no esquema investigado pela operação Lava Jato e acusa o MPF (Ministério Público Federal) de perseguição.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Mulheres Que Marcaram O Século XX: Winnie Mandela



Winnie Mandela
Winnie Madikizela-Mandela (Bizana, 26 de setembro de 1936) é uma enfermeira, política e ativista sul-africana.

Nascida Nomzamo Winifred Zanyiwe Madikizela, ficou mundialmente conhecida como esposa de Nelson Mandela durante o período da prisão do líder sul-africano. Com a libertação deste, escândalos de seu envolvimento em crimes e de infidelidade causaram a separação do casal e uma consequente perda de prestígio.

Biografia
Seu nome original em xhosa era Nomzamo (aquela que tenta), havendo nascido na pequena aldeia de Mbongweni, em Bizana, na província de Cabo Oriental (à época o bantustão de Transkei);

Quarta de oito filhos de Columbus, ministro de Florestas e Agricultura do governo do bantustão natal, e da professora Nomathamsanqa Mzaidume (de nome ocidental Gertrude), que morreu quando Winnie tinha oito anos.

Fez os estudos elementares em Bizana e, dali, ingressou na Shawbury High School. Em 1953 mudou-se para Joanesburgo onde foi admitida na Jan Hofmeyr School of Social Work, onde formou-se dois anos depois, ocasião em que recusa uma bolsa nos EUA, optando por trabalhar num hospital para negros da capital.

Durante seu trabalho realizou uma pesquisa de mortalidade infantil no subúrbio de Alexandra, o que a levou a interessar-se pela política, envolvendo-se com o Congresso Nacional Africano; ali, em 1957, conhece Nelson Mandela, que então respondia ao Julgamento por Traição, e se casam a 19 de junho de 1958, passando ambos a morar no subúrbio pobre de Soweto.

Teve suas filhas Zenani (1959) e Zinzi (1960) e, em 1961, Mandela é absolvido. Contudo, sua atividade política o leva a sucessivas prisões, sendo que a última delas, passada a maior parte do tempo na Ilha de Robben, durou vinte e seis anos; ali ela podia visitá-lo, mas sem maiores contatos.

Ela própria sofreria as ações persecutórias do regime racista do Apartheid, a partir de 1962: ordens judiciais de restrição que a impediam de trabalhar e de lutar em causas sociais e a mantinham restrita ao distrito de Orlando, em Soweto. Tudo isso a levou a trabalhar clandestinamente no CNA.

Após enviar as duas filhas para um internato na Suazilândia, visando privá-las das perseguições que seus pais sofriam, foi detida em 1969 sob auspícios da Lei Anti-terrorismo, passando dezessete meses na cadeia e, a partir de 1970, em prisão domiciliar - período em que sofreu vários processos.

Em 1976, durante as revoltas juvenis, criou a Federação das Mulheres Negras e a Associação dos Pais Negros, ambas afiliadas ao Movimento da Consciência Negra - organização que rejeitava todos os valores brancos e adotava uma visão positiva da cultura negra; este envolvimento levou-a a nova prisão, em 1977, e seu banimento para o Estado Livre de Orange

Retornando em 1986, sua oposição ao regime passou a incluir métodos de castigo aos dissidentes, como uso do "colar bárbaro", que consistia em colocar um pneu ao pescoço da vítima e, com gasolina, atear fogo.

Criou, ainda, uma milícia particular, travestida de equipe de futebol (o Mandela United Football Club), o que aumentou seu distanciamento dos demais militantes anti-apartheid, em 1988.

Quando da libertação de Mandela, em 11 de fevereiro de 1990, Winnie ainda apareceu ao seu lado, como a "mama" da luta contra o regime - mas dois anos depois se divorciaram. Após isto ela transformou sua casa em Orlando num museu, e adotou o sobrenome de Madikizela-Mandela.

Desde 1991 sua vida enfrentou diversas polêmicas, sendo então banida do CNA e outras instituições, quando foi acusada da morte de um jovem militante, que suspeitava ser informante da polícia. Condenada no ano seguinte, teve a prisão comutada em multa; apesar disto, em 1993 retornou ao cenário político, sendo eleita presidenta da Liga das Mulheres do CNA, cargo que ocupou até 2003.

Durante o governo do ex-marido Winnie ocupou o cargo de Ministra das Artes, Cultura, Ciência e Tecnologia (1994), mas foi demitida sob alegação de malversação financeira, em 1994.

Em 2001 foi acusada de dezenas de crimes, sendo considerada culpada por 43 acusações de fraude e 25 de roubo, condenada a cinco anos de prisão; recorrendo, em 2004 foi absolvida das acusações de roubo, mas não das de fraude, e teve suspensa a pena de três anos e seis meses de cadeia. Em 2003 renunciara à presidência da Liga das Mulheres, mas foi eleita para o Comitê Executivo Nacional do CNA, na sua 52ª Conferência (2009).
Origem: Wikipédia

Arrecadação cai 3% e tem pior resultado para julho, de R$104,868 bi

Arrecadação cai 3% e tem pior resultado para julho, de R$104,868 bi
terça-feira, 18 de agosto de 2015
 Funcionário inspeciona notas de 100 reais recém impressas na Casa da Moeda, no Rio de Janeiro. 23/08/2012 REUTERS/Sergio Moraes

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal arrecadou 104,868 bilhões de reais em impostos e contribuições no mês passado, com queda real de 3,13 por cento sobre um ano antes, pior desempenho para julho desde 2010 afetado pela fraca economia e que reforça a grande dependência do governo por receita extras para tentar fechar as contas deste ano.

Em julho de 2010, a arrecadação havia sido de 97,047 bilhões de reais. Pesquisa Reuters feita com analistas mostrou que a mediana das expectativas era de que a arrecadação somaria 104 bilhões de reais no mês passado.

A queda da arrecadação de julho foi influenciada pela retração em quase todos os tributos, com destaque para contribuição previdenciária (-5,55 por cento), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) (-13,41 por cento) e Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (-10,76 por cento.

Pesou ainda no mês a renúncia por desoneração tributária de 7,748 bilhões de reais.

No acumulado dos sete primeiros meses do ano, a arrecadação somou 712,076 bilhões de reais, com recuo real de 2,91 por cento em relação a igual período do ano passado.

Nesse período, a renúncia por desonerações chegou a 62,630 bilhões de reais, 11,76 por cento acima do verificado entre janeiro e julho de 2014.

Os dados mostram que a arrecadação continua afetada pela recessão econômica, acertando em cheio as contas públicas do país.

Diante desse entrave, o governo anunciou no mês passado redução da meta de superávit primário do ano a 8,747 bilhões de reais, equivalente a 0,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), sobre o alvo anterior correspondente a 1,1 por cento do PIB.

Para cumprir a nova meta fiscal num cenário marcado por fraca arrecadação o governo depende de receitas extras provenientes de concessão, recebimento de tributos atrasados e com o projeto em tramitação no Congresso Nacional de regularização de ativos não declarados de brasileiros no exterior.

(Por Luciana Otoni)

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domingo, 16 de agosto de 2015

Dezenas de milhares pedem impeachment de Dilma em várias cidades do país



Dezenas de milhares pedem impeachment de Dilma em várias cidades do país

domingo, 16 de agosto de 2015

SÃO PAULO (Reuters) - Dezenas de milhares de pessoas protestavam nas ruas de várias cidades do país neste domingo pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff e com palavras de ordem contra o PT, a corrupção e de apoio ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras.

A terceira manifestação nacional contra o governo Dilma neste ano, após protestos similares em março e abril, acontece depois de uma semana em que a presidente ganhou fôlego político, com decisões favoráveis a ela no Judiciário e uma reaproximação com o Senado, especialmente o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Entretanto, os manifestantes que foram às ruas neste domingo não pareciam dispostos a dar trégua à presidente. Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Brasília destacavam-se enormes faixas verdes e amarela com os dizeres "Impeachment Já" em preto.

Os manifestantes não pouparam também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja popularidade chegou à casa dos 80 por cento no período em que comandou o país. Na capital federal, um enorme boneco inflável fazia referência a um Lula vestido de presidiário em meio aos 25 mil manifestantes estimados pela Polícia Militar.

Vestidos com camisas da seleção brasileira e de verde e amarelo, os manifestantes aproveitaram o dia de sol em várias cidades do país e, no Rio de Janeiro, tomaram a orla de Copacabana com gritos de "Fora PT" e elogios a Moro.

"A corrupção no Brasil chegou ao limite do limite, e esse governo desonra os brasileiros dignos", disse o advogado Carlos Andrade, que foi a Copacabana acompanhado da família.

Em Belo Horizonte, os manifestantes contrários à presidente se reuniram na Praça da Liberdade e o protestos na capital mineira contou com a presença do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), derrotado por Dilma na eleição do ano passado. O tucano teve o nome gritado por um grupo de manifestantes ao chegar para o protesto.

Em São Paulo, os participantes da manifestação se reuniam no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Em um contraponto aos protestos anti-PT, militantes do partido e sindicalistas se reuniam em frente à sede do Instituto Lula, na zona sul da cidade, com bandeiras do PT e cartazes de defesa da democracia.

Os protestos também aconteciam em capitais como Belém, Maceió e Salvador, além de cidades do interior do país. Em Jundiaí, a 60 quilômetros de São Paulo, numa das avenidas mais movimentadas da cidade, um caminhão de som tocava músicas contra o governo Dilma e com muitas palavras de ordem também contra Lula. BAIXA POPULARIDADE

Segundo pesquisa Datafolha, 71 por cento dos entrevistados para a sondagem consideram o governo Dilma ruim ou péssimo e 66 por cento são favoráveis ao impeachment e, diante desse cenário, Dilma decidiu ficar em Brasília no fim de semana para acompanhar as manifestações com ministros do núcleo de coordenação política.

A presidente pode designar um de seus auxiliares diretos para fazer uma avaliação oficial dos protestos, informaram duas fontes do governo.

Os protestos pelo impeachment de Dilma acontecem em meio a um certo alívio conseguido pela presidente na última semana. Seu governo se reaproximou de Renan e do Senado, fazendo um contraponto à situação difícil enfrentada na Câmara dos Deputados, cujo presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rompeu com o governo após ser acusado por um delator da Lava Jato de pedir propina.

Também colaborou para dar um certo fôlego à gestão petista as decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Judiciário.

O TCU deu prazo de mais 15 dias para o governo dar explicações sobre suas contas do ano passado, em análise no órgão; do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar que as contas do governo sejam avaliadas em sessão conjunta do Congresso; e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que adiou a decisão sobre a continuidade de um processo que pede a cassação de Dilma.

Integrantes do governo, políticos e analistas, no entanto, têm adotado postura cautelosa em relação a esse fôlego conseguido por Dilma. Isso por conta das manifestações e das investigações da Lava Jato, apontadas como imprevisíveis e classificadas de "fio desencapado" por um importante parlamentar da base aliada.

Paralelamente, Dilma tem afirmado em discursos e entrevistas que não renunciará ao cargo e tem ainda pregado o respeito à democracia e ao resultado das eleições.

(Por Eduardo Simões)


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sábado, 15 de agosto de 2015

Protestos e Lava Jato podem atrapalhar governo após semana de alívio

Protestos e Lava Jato podem atrapalhar governo após semana de alívio
sexta-feira, 14 de agosto de 2015


Por Leonardo Goy e Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - A semana trouxe algum alívio para a presidente Dilma Rousseff com a aproximação do Senado e decisões favoráveis a ela no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Judiciário, mas a situação segue delicada com os protestos contra o governo marcados para o domingo e a imprevisível operação Lava Jato.

Para parlamentares aliados, integrantes da equipe econômica e da oposição ouvidos pela Reuters, o acalmar da crise ainda é frágil, tanto na política quanto na economia.

Desde o recomeço dos trabalhos legislativos, no início do mês, o Planalto trabalhou numa frente de reaproximação com o Senado, dando-lhe um protagonismo para atuar como um contraponto à turbulenta Câmara dos Deputados.

Já no início desta semana, na segunda-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tomou a iniciativa de apresentar uma agenda de enfrentamento da crise, em três eixos temáticos: melhoria do ambiente de negócios, equilíbrio fiscal e proteção social. As propostas foram apresentadas por Renan após reuniões com parlamentares e os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).

Se pouco antes do recesso parlamentar em julho Renan adotava uma postura de enfrentamento ao governo, o que incluiu a devolução de uma medida provisória e a proposição de pautas que não contavam com a simpatia do Executivo, agora o presidente do Senado encabeça um movimento de reversão da crise, com disposição de levar adiante matérias prioritárias para o Palácio do Planalto que aguardavam votação.

Os efeitos dos afagos do governo aos senadores, no entanto, podem ter um prazo de validade e azedar, a depender do comportamento da economia e do desenrolar da Lava Jato, que apura corrupção em empresas como a Petrobras com o suposto envolvimento de diversos políticos, incluindo Renan e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"A coisa vai até ligarem o jato", disse uma liderança da base no Senado. "É um fio desencapado", avaliou.

Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), a trégua precisa durar "o suficiente para acabar com o clima ruim  "Essa pauta (do Renan) é uma oportunidade de o Parlamento mostrar o protagonismo", disse a senadora, embora reconhecendo que o desenrolar da Lava Jato é "imponderável".

Já a oposição vê no plano de Renan um mero "fato político".

Para o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), isso dará um fôlego de curto prazo ao governo, uma vez que as propostas não terão a força necessária para reverter a piora nas taxas de desemprego e a inflação.

"É uma coisa costurada, mal-ajambrada, costurada às pressas para produzir um fato político, que é 'olha, no Senado existe alguma coisa que se assemelha a uma base de sustentação da presidente Dilma, já que a base de sustentação dela na Câmara desapareceu'", disse o tucano.

A estratégia de aproximação com Renan é válida, uma vez que a presidente aparentava estar sem saída, mas tem seus riscos. Isso porque o Executivo terá de driblar o presidente da Câmara, que rompeu com o governo em julho e declarou-se da oposição após ver seu nome envolvido na Lava Jato por um delator, embora tenha destacado que manterá postura "institucional".

Segundo o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, as lideranças da Câmara e do Senado estão "conscientes" desse desafio. "Se não melhorar a política, não melhora a economia."

Além da aproximação do presidente do Senado, a semana reservou outras boas notícias ao governo.

Na quarta-feira, o TCU, que analisa as contas de 2014 de Dilma, deu mais 15 dias para a Presidência da República prestar esclarecimentos. A análise das contas pelo tribunal é acompanhada de perto pela oposição, que pode usar uma eventual reprovação como argumento para um pedido de impeachment.

Na quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, decidiu que as contas do governo devem ser analisadas em sessão conjunta do Congresso Nacional, e não em cada Casa separadamente. Assim, perde força a articulação do presidente da Câmara para apreciar as contas de Dilma referentes ao ano passado.TESTE DE POPULARIDADE

Fora do ambiente parlamentar, Dilma buscou nesta semana se aproximar de movimentos sociais historicamente ligados ao PT, tendo participado de um evento no Planalto com lideranças desses movimentos que discursaram com palavras de ordem contra um eventual impeachment.

No domingo, no entanto, a palavra de ordem deverá ser pela saída da presidente, em novo teste à popularidade de Dilma. Manifestações convocadas principalmente pelas redes sociais prometem reunir centenas de milhares de brasileiros em muitas cidades do Brasil e do exterior em meio à desaprovação recorde de Dilma em pesquisas de opinião.

Diante disso, a presidente decidiu permanecer em Brasília no fim de semana acompanhada por ministros do núcleo da coordenação política para monitorar as manifestações e poderá designar um de seus auxiliares diretos para fazer uma avaliação oficial dos protestos, segundo fontes do governo.

(Reportagem adicional de Eduardo Simões e Luciana Otoni)


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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Resultado da eleição deve ser respeitado, diz Dilma a movimentos sociais

Resultado da eleição deve ser respeitado, diz Dilma a movimentos sociais
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
 Presidente Dilma Rousseff durante encontro com líderes sindicais e movimentos sociais, em Brasília, nesta quinta-feira. 13/08/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff garantiu nesta quinta-feira que tomará todas as medidas possíveis para que a economia do país volte a crescer o mais rápido possível e disse durante evento com movimentos sociais que a democracia obriga a respeitar o resultado das eleições.

Dilma, em discurso recheado de palavras de ordem contra uma eventual interrupção de seu mandato, falou após o pronunciamento de líderes de movimentos como a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Esses líderes fizeram críticas aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), assim como à política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Em sua fala, Dilma defendeu a democracia, afirmando ser "algo que nós temos de preservar custe o que custar". O discurso foi interrompido várias vezes por gritos de ordem como o de "não vai ter golpe".

"Respeitar o adversário não é ficar agradando. Eu brigo até a hora do voto, depois eu respeito o resultado da eleição", disse Dilma, em um momento de especulações em torno da eventual abertura de um processo de impeachment contra ela.

Às vésperas de mais uma manifestação de rua contra o governo federal, marcada para o domingo em várias cidades do país, Dilma lembrou seu tempo de militante contra a ditadura militar para afirmar que não é contra os protestos. "Não vejo nenhum problema, nem nunca verei, em manifestação", disse.

Em tom mais agressivo que o da presidente, no entanto, o presidente da CUT, Wagner Freitas, disse que os movimentos sociais têm toda a disposição de "enfrentar os coxinhas na rua", e chegou a falar em armas na mão para defender o mandato de Dilma.

"Nós iremos entrincheirados, de arma na mão, se tentarem tirar a presidente... Nós seremos o exército que vai enfrentar essa burguesia na rua", afirmou o líder sindical.

PRÉ-SAL E ECONOMIA

Dilma aproveitou o discurso ainda para assegurar aos movimentos sociais que lutará "até a minha última força" para garantir a lei de partilha do pré-sal, e para garantir que, apesar do momento econômico difícil, fará todo o possível para o país voltar a crescer o quanto antes.

Ela, no entanto, alertou que o governo terá de promover uma redução dos gastos públicos, para reequilibrar as contas públicas diante do atual déficit fiscal no Brasil.

"O governo tem de fazer também economia, sim. Ele tem de fazer. Não tem essa conversa que o governo vai sair gastando como nós gastamos em momentos que nós tínhamos mais dinheiro", avisou.

(Reportagem de Silvio Cascione)


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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Homens Que Marcaram O Século XX: SAMORA MACHEL


SAMORA MACHEL
Samora Moisés Machel nasceu em 29 de Setembro de 1933, na localidade tradicional de Xilambene, a que os portugueses deram o sugestivo nome de “aldeia da Madragoa”, no colonato do Limpopo, província de Gaza.

O seu avô, Maguivelani, era parente de Gungunhanha, o chefe tradicional que se opôs à colonização, no tempo de el-rei D. Carlos I, e que por isso foi preso em Chaimite por Mouzinho de Albuquerque e deportado para a Europa, vindo a morrer em Angra do Heroísmo, nos Açores.

Samora, cujo nome evocava as terras de Samora Correia, no vale do Tejo, passou a infância a ajudar os pais nos trabalhos  agrícolas e na criação de gado, mas sempre conseguiu algum tempo para fazer a instrução primária com os missionários católicos que se tinham instalado na região.

Durante a adolescência, foi viver para a então Lourenço Marques, hoje Maputo, e completou o curso de enfermeiro, profissão que exercia no Hospital Central da cidade quando em 1962 se criou a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), sob a égide de Eduardo Mondlane, outro elemento da etnia xangane, aparentada com os zulus.

Deixando de parte a enfermagem, Samora - que também era Moisés, como o velho condutor do povo judaico - fez-se então á estrada e foi até Tanganica, daí a pouco Tanzânia, alistar-se na guerrilha; e em 1963 já havia notícias dele a receber treino militar na Argélia.

De regresso à pátria de Julius Nyerere, estava então a fazer 31 anos, Samora Machel participou em 1964 nas primeiras colunas da Frelimo que cruzavam o rio Rovuma e se infiltraram na província moçambicana de Cabo Delgado, a fim de aí desencadearem a luta pela independência nacional, independência de um país que só tinha identidade própria porque Portugal aí se instalara, submetendo e congregando os povos bem diversos.

Em 1967 ascendeu a secretário da Defesa no movimento que controlava o Norte do território e dois anos depois, com a morte de Mondlane, vítima de uma carta armadilhada, na Tanzânia, chegou a líder, depois de suplantar facções dirigidas por Lázaro Kavandame e por Uria Simango.

Imbuído do pensamento de Mao Tsetung, transformou a luta de libertação de um território colonizado por uma autêntica revolução popular, criou aldeias comunais, combateu o tribalismo e instituiu o português como língua de unidade entre todos os moçambicanos, que viviam - e vivem - rodeados por territórios onde se fala oficialmente inglês.

Em Setembro de 1974 concluiu, com Portugal, em Lusaca, os acordos de transferencia de soberania, a concretizar em Junho de 1975, durante uma cerimónia no estádio da Machava, junto ao Maputo. Fora tudo demasiado rápido: numa dúzia de anos passara de praticante de enfermagem a Chefe de Estado, com enorme vontade de cumprir mas porventura sem todas as condições necessárias para tal.

Numa época de extremismos, de que mais tarde ele e muitos outros dirigentes da Frelimo se teriam arrependido, nacionalizou a terra, os imóveis urbanos e quase todo o comércio e indústria, levando á fuga da maioria dos portugueses que viviam em Moçambique e que ali mantinham a economia a funcionar.

Generoso, Samora Machel ofereceu bases e auxílio aos guerrilheiros de Robert Mugabe, para que lutassem pela independência do Zimbabwe, acolheu militantes do ANC que combatiam o apartheid sul-africano e reservou na delegação moçambicana na ONU um lugar para José Ramos Horta defender os pontos de vista da Fretilin, favoráveis à autodeterminação de Timor Leste.

A Rodésia/Zimbabwe e a África do Sul vingaram-se dele apoiando a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), que a partir de 1977 iria lançar a luta armada contra a Frelimo, tal como 13 anos antes a lançara contra Portugal.

Extrovertido, o presidente era uma figura extremamente popular, tanto no seu país como em parte do estrangeiro. Defendia grandes princípios e queria mudar por completo a sociedade, acabando com vícios como a corrupção e a prostituição, mas fê-lo por vezes de forma bastante dura, arrebatando todos os marginais que havia pelas ruas da capital e mandando-os para campos de trabalho no Norte, os chamados “campos de reeducação” de má memória.

Em 1986, decorridos 12 anos de governação cheia de escolhos, o “Tupolev 134A” em que o Presidente regressava de uma reunião na Zâmbia caiu na região sul-africana de Mbuzini, junto à fronteira com a Suazilândia, tendo perecido Samora Machel, o ministro dos Transportes e Comunicações, Alcântara Santos, e mais três dezenas de ocupantes do aparelho.
Nunca foram apuradas as causas do acidentes

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Homens que Marcaram O Século XX: Agostinho Neto

BIOGRAFIA DE AGOSTINHO NETO

Agostinho Neto1922 - As cinco horas do dia dezassete de Setembro nasce Agostinho Neto em Kaxicane, freguesia de S. José, conselho de Icolo e Bengo, Distrito de Luanda, filho de Agostinho Neto, catequista de Missão americana em Luanda, sendo mais tarde pastor e professor nos Dembos, e de Maria d Silva Neto, professora.

1934 - A dez de Junho obtém o certificado da escola primária, que frequentou em Luanda.
1937 - Os seus pais mudam-se para Luanda, onde Agostinho Neto prossegue os seus estudos secundários no Liceu Salvador Correia.
1944 - Completa o 7º ano dos Liceus, obtido no Liceu Salvador Correia, de Luanda.
         -Sendo funcionário dos serviços de saúde deixa Angola e embarca para Portugal, a fim de frequentar a Faculdade de Medicina de Coimbra.
         -Integra-se e participa nas actividades sociais, politicas e culturais da secção de Coimbra da Casa dos Estudantes do Império, com sede em Lisboa, que esteve sob o regime compulsivo de “direcção administrativa” (nomeada pelo Governo) desde 1951 até 1957.
1947 - Surge o grupo que actua sob o lema “vamos Descobrir Angola”, que dá origem ao Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola de que Agostinho Neto foi elemento integrante, embora vivendo em Portugal.  
1948 - É concedida a Agostinho Neto uma bolsa de estudos pelos Metodistas americanos.
          - Transfere a sua matrícula para a Faculdade de Medicina de Lisboa, cidade onde passa a residir e onde continua a sua actividade cultural e politica no seio da Casa dos Estudantes do Império.
         - Funda em Coimbra, com Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque a revista Momento, na qual colabora.
1950 - Publicação em Luanda, da revista Mensagem, órgão da Associação dos Naturais de Angola, de que se publicaram 4 números (2 cadernos, sendo o ultimo em 1952, no qual Agostinho Neto colabora).
        - Preso pela PIDE, em Lisboa, quando recolhia assinaturas para a conferência Mundial da Paz de Estocolmo ficando encarcerado durante três meses.
        - Em Lisboa, Agostinho neto, de parceria com Amilcar Cabral, Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro fundam, clandestinamente o Centro de estudos Africanos, que tinham finalidades culturais e políticas orientadas para a afirmação da nacionalidade africana.
1951 - Representante da Juventude das colónias portuguesas junto do MUD - Juvenil (Movimento de unidade democrática - Juvenil) português.
         - Novamente preso pela PIDE, em Lisboa,
1951 - As autoridades policiais acabam com o centro de Estudos Africanos, fundado no ano anterior.
         - Em Lisboa, “com trabalhadores marítimos angolanos funda o Club Marítimo Africano, correia de transmissão entre os patriotas angolanos que se encontravam em Portugal e os que, em Angola, preparavam os Alicerces do movimento de libertação”.
1955 - Preso no mês de Fevereiro e, posteriormente, condenado a dezoito meses de prisão.
1956 - Uma petição internacional circula nos meios intelectuais a pedir a sua libertação que, em França é assinada por nomes altamente prestigiados, como aragon, Simone de Beauvoir, François Mariac, Jean-paul Sartre e o poeta cubano Nicolás Guillén.
        -Em Setembro realiza-se em paris o 1º congresso de escritores e Artistas Negros, no qual participaram escritores das colónias portuguesas, tais com Marcelino dos Santos, e onde foi lamentada a ausência de Agostinho Neto.
       - A 10 de Dezembro funda-se o MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, a partir da fusão de vários movimentos patrióticos, encontrando-se Agostinho neto, nessa data, nas prisões de Lisboa.
1957 - Solto das prisões da PIDE no mês de Julho.
1958 - A 27 de Outubro é licenciado em medicina pela Universidade de Lisboa e no mesmo dia casa com Maria Eugenia Neto.
         -Toma parte na fundação do Movimento Anticolonialista (MAC). Que congregava patriotas das diversas colónias portuguesas para uma acção revolucionária conjunta nas cinco colónias portuguesas: Angola, Guine, Cabo Verde, Moçambique, S. Tomé e Príncipe.
1959 - A 29 de Março, em Luanda, efectuam-se prisões massivas de nacionalistas proeminentes e assiste-se a uma escalada de terror policial.  

        - Em Julho irrompe novas escaladas de terror, mais prisões massivas e sequentes julgamentos em que são aplicadas penas severas aos militantes do MPLA.
         - Nasce em Lisboa, o seu primeiro filho, Mário Jorge Neto aos 9/11/58
         - A 22 de Dezembro, de 1959 acompanhado da mulher e do filho Mário Jorge, de tenra idade, deixa Lisboa regressando a Luanda, onde abre um consultório médico.
         - Agostinho neto ocupa a chefia do MPLA, em território angolano.
1960 - Eleito Presidente Honorário do MPLA.
         - 8 De Junho de 1960 é preso em Luanda. As manifestações de solidariedade diante do seu consultório médico e na sua aldeia são esmagadas pela polícia. Transita para cadeia do Algarve em Portugal, Pouco depois é deportado para o arquipélago de Cabo Verde, ficando instalado na Vila de Ponta do Sol, ilha de Santo Antão; depois transita para Santiago até Outubro de 1962.
1961 - A 4 de Fevereiro é desencadeada a luta armada pelo MPLA, com assalto as cadeias de Luanda, seguindo-se uma forte repressão.
         - A 5 de Fevereiro realiza-se o funeral dos policias mortos durante os ataques as prisões de Luanda e urdem-se pretextos para um massacre sobre os patriotas angolanos.
        - Agostinho Neto é preso na cidade da Praia, ilha de Santiago, Cabo verde e é transferido para as prisões do Aljube, em Lisboa, onde deu entrada a 17 de Outubro de 1962.
1961 - Campanha internacional em prol da libertação de Agostinho Neto. A revista Présence Africaine dedica um número especial a Angola e condena severamente as autoridades fascistas portuguesas, expondo o receio pela vida dos prisioneiros, incluindo Agostinho neto, formulando um apelo universal contra os torturadores da PIDE.
          - The Times publica manifestações de protesto contra a prisão de Agostinho Neto, assinadas por figuras de mais elevada craveira intelectual, como o historiador Basil Davidson; os romancistas – Day Lewis, Doris Lessing, Iris Murdoch, angus Wilson, Alan Silitoe; o poeta Jonh wain; o crítico de teatro inglês Kermeth Tynan; os dramaturgos jonh Osborne e Arnold Wesker.
         - A propósito da resposta inaceitável por parte das entidades portuguesas à denúncia feita por aqueles intelectuais, estes desencadeiam novo e veemente protesto.
     - A peguin Books edita o livro Persecution 1961, da autoria de Peter Benenson, denunciado a situação de nove prisioneiros políticos, entre eles Agostinho Neto, através de artigos para a Imprensa e em carta para a embaixada de Portugal, solicitando os cuidados urgentes, para melhorar a situação de saúde de Agostinho Neto, que se temia pudesse tuberculizar.
      - Fica preso nas prisões do Aljube, em Lisboa, até Março de 1963.
       - Solto das prisões, em Lisboa, com residência fixa na capital portuguesa. Em Junho de 1963 vade-se de Portugal com sua mulher Maria Eugenia Neto e os filhos, Mário Jorge e Irene Alexandra, chegando a Léopoldville (Kinshasa), onde o MPLA tinha a sua sede Exterior.
        - Eleito presidente do MPLA durante a Conferência Nacional do Movimento.
1963 - O MPLA instala-se em Brazaville em consequência da sua expulsão do Congo (R. do Zaire) que passou a dar o apoio total a FNLA.          

        - Abertura de uma frente em Cabinda – a Segunda Região politica - Militar.
1966 - Abertura de nova frente no Leste de Angola - a Terceira Região
1968 - Transfere a sua família para Dar-es-Salaam onde continuará até 1975.
1970 - Galardoado com o prémio Lotus, atribuído pela 4ª Conferência dos Escritores afro-asiático.  
1974 - A guerra nas colónias, componente determinante, conduz a Revolução dos Capitães, em Portugal, a 25 de Abril.
          - Apenas em Outubro o novo regime português reconhece o direito das colónias a independência, após que o MPLA assina o cessar-fogo.
1975 - Em 4 de Fevereiro regressa a Luanda.
         - Está presente no encontro de Alvor, em Portugal, onde é acordado estabelecer um “governo de transição” que inclui o MPLA, Portugal, FNLA e UNITA.
         - È recebido pela associação Portuguesa de Escritores, na sua sede em Lisboa, que assim o quis homenagear, sendo presidente José Gomes Ferreira e vice-presidente Manuel Ferreira. Acompanhado de sua mulher, Agostinho Neto agradece as saudações que lhe foram dirigidas por José Gomes Ferreira, e apela para que os escritores portugueses continuem fiéis e interessados no processo revolucionário angolano.
          - Em Março, a FNLA declara guerra ao MPLA e inicia o massacre da população de Luanda. Agostinho Neto lidera a resistência popular e apela a mobilização geral do povo para se opor à invasão do pais por forças estrangeiras, pelo Norte e pelo Sul, que procuram impedir o MPLA de proclamar a independência.
1975 - A 11 de Novembro é proclamado seu presidente, continuando Comandante-em-Chefe das forças Armadas Populares de Libertação de Angola e Presidente do MPLA.
         - Membro fundador da União dos Escritores Angolanos, criada em 10 de Dezembro de 1975.
         - Foi o primeiro Reitor da universidade Agostinho neto.
         - Presidente da Assembleia Geral da União dos Escritores Angolanos, cargo que desempenhou até a data do seu falecimento.
         - Reconhecimento da República popular de Angola por mais de uma centena de países.
1976 - O exército invasor Sul-Africano é expulso de Angola a 27 de Março.
1977 - Em 10 de Dezembro cria o MPLA – Partido do Trabalho
1979 - Preside à cerimónia do encerramento da 6ª Conferência dos Escritores Afro – Asiáticos, realizada de 26 de Junho a 3 de Julho, proferindo o discurso de encerramento.
         - A 10 de Setembro, Agostinho Neto falece em Moscou

O CHORO DE ÁFRICA  (Agostinho Neto )

O choro durante séculos
nos seus olhos traidores pela servidão dos homens
no desejo alimentado entre ambições de lufadas românticas
nos batuques choro de África
nos sorrisos choro de África
nos sarcasmos no trabalho choro de África

Sempre o choro mesmo na vossa alegria imortal
meu irmão Nguxi e amigo Mussunda
no círculo das violências
mesmo na magia poderosa da terra
e da vida jorrante das fontes e de toda a parte e de todas as almas
e das hemorragias dos ritmos das feridas de África

e mesmo na morte do sangue ao contato com o chão
mesmo no florir aromatizado da floresta
mesmo na folha
no fruto
na agilidade da zebra
na secura do deserto
na harmonia das correntes ou no sossego dos lagos
mesmo na beleza do trabalho construtivo dos homens

o choro de séculos
inventado na servidão
em historias de dramas negros almas brancas preguiças
e espíritos infantis de África
as mentiras choros verdadeiros nas suas bocas

o choro de séculos
onde a verdade violentada se estiola no circulo de ferro
da desonesta forca
sacrificadora dos corpos cadaverizados
inimiga da vida

fechada em estreitos cérebros de maquinas de contar
na violência
na violência
na violência

O choro de África e' um sintoma

Nos temos em nossas mãos outras vidas e alegrias
desmentidas nos lamentos falsos de suas bocas - por nós!
E amor
e os olhos secos.



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