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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Preso, tesoureiro do PT é apontado como operador de esquema de corrupção na Petrobras

Preso, tesoureiro do PT é apontado como operador de esquema de corrupção na Petrobras
quarta-feira, 15 de abril de 2015
 Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, em depoimento na CPI da Petrobras.
REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Sergio Spagnuolo

CURITIBA (Reuters) - O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso nesta quarta-feira no âmbito da operação Lava Jato, foi apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras, em meio a acusações de delatores e indícios de pagamentos de propina e lavagem de dinheiro, de acordo com investigadores.

Vaccari foi preso em casa na capital paulista, em caráter preventivo, na manhã desta quarta como parte da 12ª etapa da operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras, empreiteiras e partidos políticos. Ele foi encaminhado à Polícia Federal de Curitiba, onde estão concentradas as investigações da Lava Jato.

“João Vaccari já vem sendo investigado há muito tempo, já temos indicações de doações para oficiais que escondem operações de lavagem de dinheiro, operações relativas a valores da corrupção na Petrobras, e nós verificamos que ele tem uma trajetória desse tipo de operação desde 2004”, disse o procurador regional da República Carlos Fernando Lima a jornalistas.

Segundo o delegado regional de combate ao crime organizado Igor Romário de Paula, há diversas indicações sobre a atuação dele no esquema. “Vaccari já vem sendo mencionado nas delações de cinco delatores diferentes, (e) há material apreendido contundente demonstrando a responsabilidade dele.”

Os delatores que apontaram para Vaccari são o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, o doleiro Alberto Youssef e os executivos Júlio Camargo e Augusto Mendonça, da Toyo Setal, investigada na Lava Jato.

Além dos depoimentos, também foi identificado um pagamento de mais de 1,5 milhão de reais, feito por Mendonça a pedido de Vaccari, a uma gráfica em São Paulo sem que houvesse prestação de serviço. Há fortes indícios de que o dinheiro tenha sido destinado para propinas, sob orientação de Vaccari, segundo os investigadores.

“O serviço nunca foi prestado da forma como foi contratado, e para a investigação fica claro que foi feito para quitar um pagamento de propina”, disse o delegado da PF.

A Editora Gráfica Atitude, segundo a PF, tem histórico de prestação de serviços para campanhas políticas.  PAPEL DE OPERADOR

O papel de Vaccari no escândalo de corrupção da Petrobras era de operador, atuando junto à diretoria de Serviços da estatal, cujo diretor era Renato Duque, que também está preso, de acordo com os investigadores. “Acho que hoje não há mais dúvida quanto a isso”, disse o delegado Romário de Paula.

O procurador Lima comparou a atuação de Vaccari com a do doleiro Youssef, apontado como um dos maiores operadores do esquema de corrupção na estatal.

“A posição de João Vaccari é muito semelhante à (do doleiro) Alberto Youssef, no sentido de que ele aparece como um operador, um representante de um esquema político partidário dentro da Petrobras”, disse o procurador.

O Ministério Público Federal solicitou à Justiça a quebra de sigilo bancário de Vaccari, segundo a PF.

Vaccari responde a processo relacionado à Lava Jato sob acusação de receber doações para o PT oriundas de propinas pagas por empreiteiras para a obtenção de contratos com a Petrobras. Segundo o MPF, o tesoureiro do PT tinha conhecimento da origem ilícita das doações.

Vaccari e o PT negam as acusações. O partido convocou uma reunião de emergência em São Paulo nesta tarde após a prisão.

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse nesta quarta-feira que a prisão do tesoureiro não aumenta a pressão sobre o governo da presidente Dilma Rousseff e também não justifica a saída dele da Secretaria de Finanças do partido. Em depoimento à CPI da Petrobras na semana passada, Vaccari negou ter tratado das finanças do partido com executivos da Petrobras investigados no caso de corrupção na estatal, além de afirmar mais de uma vez que não cuidou da parte financeira da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Além da atual investigação, pesa contra ele o fato de ser réu em uma ação penal no Estado de São Paulo por crime contra o sistema financeiro e crime de corrupção, na época em que atuava como presidente da Cooperativa dos Bancários de São Paulo (Bancoop).

“A característica de reiteração criminosa dele é bem clara, até em tom de desafio às instituições”, afirmou o delegado da PF. A prisão preventiva do tesoureiro também teve como fundamento prevenir o perigo de ele “se evadir à aplicação de uma condenação”.

FAMILIARES

O caso contra Vaccari também atingiu alguns de seus familiares, como a mulher, Giselda Rose de Lima, a cunhada Marice Rose de Lima e até sua filha.

“São operações fragmentadas, típicas de lavagem de dinheiro para ocultar a origem dos pagamentos, que não foram justificadas e que demonstram enriquecimento provavelmente ilícito”, disse o delegado Romário de Paula.

Giselda, que teve pedido de prisão coercitiva decretado, prestou depoimento em casa e não foi encaminhada para a polícia. Investigadores dizem que ela recebeu depósitos bancários “significativos”, somando mais de 300 mil reais em três anos.

Marice teve mandado de prisão temporária decretado, mas ainda não foi localizada pela PF. Ela já vinha sendo investigada “por operar junto do João Vaccari em operações de doações partidárias ilegais e operações financeiras relativas a Petrobras”, segundo a polícia

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Honda HR-V: a revolução na sua garagem

Morre Eduardo Galeano, autor uruguaio que retratou a desigualdade na América Latina






Morre Eduardo Galeano, autor uruguaio que retratou a desigualdade na América Latina

segunda-feira, 13 de abril de 2015


Por Malena Castaldi

MONTEVIDÉU (Reuters) - O reconhecido autor uruguaio Eduardo Galeano, que em seu livro “As Veias Abertas da América Latina” deu forma às tensões entre os países desenvolvidos e o berço de suas matérias-primas, faleceu nesta segunda-feira em Montevidéu, aos 74 anos.

Incisivo em suas opiniões, radical em seus conceitos, sem pudores para escrever, o escritor, jornalista e editor buscou espaço para a voz dos menos favorecidos, as vítimas políticas dos governos militares e até da natureza. As palavras simples – e um pouco de ironia – eram seu segredo.

“Procuro uma linguagem sem solenidade que permita pensar, sentir e se divertir, nada habitual nos discursos de esquerda”, disse em maio de 2012 ao jornal espanhol El País antes de apresentar seu livro “Os Filhos dos Dias”, que reúne 366 histórias tanto de pessoas anônimas como conhecidas, uma para cada dia do ano.

Galeano, que viveu na capital uruguaia, Montevidéu, até o fim da vida, morreu depois de vários anos de luta contra um câncer de pulmão que deteriorou sua saúde. “Somos um instantezinho, nada mais, na memória do tempo”, declarou ao El País em maio de 2004.

Em sua juventude, antes de escrever sua primeira crítica de cinema, teve vários empregos: “Quis ser jogador de futebol, como todos os uruguaios, mas era um perna de pau terrível. Quis ser pintor, desenhista, muitíssimas coisas, e trabalhei em muitas. Fui operário em uma fábrica, cobrador, desenhista de letras, etc.”

Quando arriscou ser cartunista, colocar-se diante de uma folha em branco era motivo de tensão, porque sentia um abismo entre o que pensava e aquilo que por fim desenhava. “O pânico daquela folha em branco ainda é o mesmo hoje”, confessou tempos atrás.

Mas ele descobriu na escrita sua vocação. “Tudo está nisso. Saio todos os dias com meus ouvidos e olhos bem limpos para ouvir as vozes secretas e descobrir as cores escondidas. Sou um caçador de histórias, um escutador de vozes”, afirmou em 2004.

Apesar de reconhecer sua afinidade com a ideologia de esquerda, desdenhava o rótulo de escritor político: “É algo que rejeito, porque me limita e ameaça me converter em um autor panfletário, às ordens de algum partido ou alguma religião, e isso não tem nada a ver comigo.”   Não obstante, foi difícil evitá-lo após a publicação, em 1971, de “As Veias Abertas da América Latina”, livro que o então presidente da Venezuela Hugo Chávez deu de presente ao norte-americano Barack Obama em 2009.

E o mesmo que levou Galeano ao exílio em 1973, quando os militares deram um golpe de Estado no Uruguai, onde se mantiveram no governo até 1985.

“‘As Veias...' foi um ponto de partida, não de chegada. A partir daí fui desenvolvendo uma linguagem própria. Abracei outros estilos, outros perfis, outros temas da realidade”, explicou em fevereiro de 2013 em uma entrevista ao Colectivo de Escritores Aristóteles de España.

Anos depois de terem sido escritas, suas obras ainda são relevantes. Assim, temas polêmicos ou cotidianos sobre a condição humana e sobre como se vinculam pessoas, países e continentes continuarão latentes, ainda que a pena de Galeano tenha silenciado.

domingo, 12 de abril de 2015

Protestos contra Dilma reúnem ao menos 65 mil em 15 Estados e no DF

Protestos contra Dilma reúnem ao menos 65 mil em 15 Estados e no DF

Do UOL, em Brasília

12/04/2015

Protestos de 12 de abril pelo país
Manifestantes fazem protesto contra o PT (Partido dos Trabalhadores) e para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff, na orla de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro Leia mais Júlio Cesar Guimarães/UOL
Ao menos 15 Estados e o Distrito Federal têm manifestações contra o governo Dilma Rousseff (PT) e contra a corrupção neste domingo (12). São registrados protestos no DF e nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia, Pará, Maranhão, Amazonas, Alagoas, Goiás, Santa Catarina, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

De acordo com levantamento feito pelo UOL junto às Polícias Militares destes Estados, as manifestações reuniam ao menos 66 mil pessoas por volta das 15h em todo o país.

Em São Paulo, as manifestações começaram primeiro no interior, em cidades como Campinas (10 mil participantes), Ribeirão Preto e São José dos Campos. Na avenida Paulista, na capital, manifestantes já fecharam os dois sentidos da avenida Paulista, região central, por volta das 13h. Nos protestos do dia 15 março, a via foi a que reuniu mais pessoas em todo o país.manifestantes começaram a chegar por volta das 12h30.

Em Brasília, o protesto começou por volta das 9h30. Os manifestantes levam cartazes contra a corrupção na Petrobras e há um grupo pedindo a intervenção das Forças Armadas. Segundo a PM, 25 mil pessoas participaram do ato na Esplanada dos Ministérios. A segurança foi reforçada: de acordo com a PM do Distrito Federal, pelo menos 3.000 homens fizeram a segurança do local. O protesto terminou por volta das 13h30.

Em Belo Horizonte, as manifestações registram a presença de 9.000 pessoas, segundo a PM. A instituição estimou em 6.000 o número de participantes na praça da Liberdade, onde tiveram início o protesto no período da manhã, por volta de 10h, e em 3.000 na praça Rui Barbosa (praça da Estação), onde o movimento terminou por volta de 14h30.

No Rio de Janeiro, as manifestações começaram pela manhã. A PM do Rio disse que não fará estimativas de público do ato na capital fluminense. Um homem que aparentava ter 50 anos ou mais foi retirado à força pela polícia depois de ser hostilizado pelas pessoas que participam do protesto.

Em Curitiba, por volta das 15h, começou a marcha dos manifestantes em Curitiba. Milhares de pessoas se concentraram na praça Santos Andrade e rumavam para a Boca Maldita pelas ruas 15 de Novembro e Marechal Deodoro. O protesto conta com muitas famílias e, até o momento, não registrou nenhum problema. No Estado, há relatos de atos em Foz do Iguaçu e Paranavaí.

Em Porto Alegre, por volta das 15h30, os manifestantes estavam reunidos no parque Moinhos de Vento, o Parcão, antes de iniciarem a caminhada. Conforme a Brigada Militar, já são entre 8.000 e 10 mil pessoas. Não foi registrado nenhum incidente até o momento.

Em Salvador, cerca de 4.000 pessoas, de acordo com a estimativa da PM, realizaram uma passeata pela manhã entre o Farol da barra e o Morro do Cristo. A concentração no Farol começou por volta de 9h, mas os manifestantes iniciaram a caminhada pelo trajeto de 1,5 km por volta de 10h30. Segundo o major Assemany, comandante da 11ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/ Barra-Graça), não houve registro de ocorrências durante o protesto.

Em São Luís, após 3,5 km de caminhada, o protesto foi encerrado às 12h50. A PM informou que 400 pessoas participaram do ato.

Vestindo amarelo, manifestantes já ocupam o corredor Vera Arruda, na orla de Maceió. Com faixas e cartazes, eles protestam contra a presidente Dilma. O número de manifestantes, até agora, é bem menor que o protesto passado, quando 10 mil pessoas foram às ruas.

Em Belém, o protestou reuniu 5.000 manifestantes, segundo a PM. Eles caminharam pela avenida Presidente Vargas e chegaram à doca Souza Franco. O protesto acabou por volta das 13h na capital paraense.

Em Manaus, o protesto já terminou após manifestantes chegarem à  avenida Djalma Batista, na região centro-sul. A PM informou que 2.300 pessoas participaram da marcha. Os organizadores não souberam informar quantas pessoas aderiram ao movimento contra o governo, mas no início da manhã divulgaram que havia, 1.500 pessoas. O início do protesto teve problemas com a chuva que caiu neste domingo.

Em Santa Catarina, cidades como Chapecó e Balneário Camboriú já tinham manifestações no início da manhã.

Em Goiânia, de acordo com a Polícia Militar e organizadores, cerca de 500 manifestantes se concentravam na praça Tamandaré por volta das 15h30. O local conta com quatro carros de som e um telão. Até o momento, nenhum ato de violência foi registrado.

No Recife, manifestantes já estavam na avenida Boa Viagem, zona sul da capital pernambucana, por volta das 14h30. Um trio elétrico foi contratado pela organização. Pessoas usam faixas e cartazes para protestar. Uma das placas de um manifestante pede a prisão do ex-presidente Lula.

Em Fortaleza, os manifestantes padronizaram um cartaz com os dizeres: "não quero viver em outro país, quero viver em outro Brasil". Outros cartazes distribuídos também dizem "Fora, Dilma, e leve o PT junto". O protesto, marcado para às 15h, tem concentração na praça Portugal, na Aldeota, e reúne menos de 500 pessoas até a hora marcada para o início.

Em Natal, os manifestantes se reúnem no entorno do shopping Midway Mall, na zona leste. Uma faixa de boas-vindas diz que "se você não quer ser roubado, vem pra rua". O protesto, marcado para as 15h, reúne poucos manifestantes.

As fortes chuvas que atingem em Macapá, e alagaram ruas e praças, obrigou a organização a suspender o protesto na cidade, marcado para as 15h (16h de Brasília).

Em 15 de março, centenas de milhares de pessoas foram às ruas do país também para protestar contra a corrupção e alguns grupos também pediram a saída de Dilma, no momento em que ela e o governo enfrentam os piores índices de aprovação desde seu primeiro mandato.

Segundo a pesquisa Datafolha publicada neste sábado, a rejeição a Dilma parou de subir, mas ainda está alta. O levantamento mostrou que 13% dos entrevistados acreditam que Dilma faz um governo bom ou ótimo, mesmo percentual da pequisa anterior, enquanto 60% consideram o governo ruim ou péssimo, 2 pontos abaixo da pesquisa anterior. Ao mesmo tempo, a pesquisa mostrou que 63% dos brasileiros apoiam a abertura de um processo de impeachment contra a presidente..

Se você tem informações sobre os protestos realizados neste domingo (12), envie para o UOL o seu relato em texto, foto ou vídeo via Whatsapp (11) 97500-1925.

Divina Misericórdia. Comemorado no mundo no domingo após a Páscoa. Eis ai um Mar de Misericórdia para todos nós.









Divina Misericórdia.  Comemorado no mundo no domingo após a Páscoa.


Origem: Wikipédia

A primeira imagem/quadro de Jesus Misericordioso mandada pintar por Santa Faustina Kowalska (1934).
Divina Misericórdia 1 é uma devoção religiosa católica de origem polonesa, e cuja divulgação se deve a Santa Faustina Kowalska, que é considerada uma das grandes místicas da Igreja Católica. Em seu Diário, a religiosa relatou ter recebido instruções de Jesus, através de aparições, para que desse a conhecer ao Mundo a Sua Misericórdia. O processo de beatificação desta religiosa se iniciou por iniciativa do, então, Cardeal Arcebispo de Cracóvia, Karol Wojtila, e, posteriormente, foi canonizada pelo mesmo bispo, já enquanto Papa João Paulo II.

Mais tarde, a devoção à Divina Misericórdia foi reforçada pelos apelos feitos por Jesus à famosa mística italiana Mamma Carmela Carabelli.

Elementos da devoção
Segundo os católicos, Jesus Cristo não apenas ensinou à Irmã Faustina Kowalska os pontos fundamentais da confiança e da misericórdia para com os outros, mas também revelou maneiras especiais para vivenciar a resposta à Sua Misericórdia. A isso chamam de devoção à Divina Misericórdia. A palavra "devoção" significa o cumprimento das nossas promessas. É uma entrega da vida ao Senhor, que é a própria Misericórdia. Entregando a vida à Divina Misericórdia - ao próprio Jesus Cristo - a pessoa se torna instrumento da Sua Misericórdia para com os outros, assim podendo vivenciar o mandamento Bíblico:

«Sede misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso.» (Lucas 6:36)
Acreditam ainda, que, através da Irmã Faustina Kowalska, Jesus Cristo deu aos fiéis meios especiais de fazer uso da Sua Misericórdia:

a Imagem da Misericórdia Divina;
o Terço da Divina Misericórdia;
a Festa da Divina Misericórdia;
a Novena da Divina Misericórdia;
a Oração das três horas da tarde (em memória da hora da Sua morte).
Esses meios especiais são, segundo os devotos, um acréscimo ao Sacramento da Eucaristia e da Reconciliação que foram dados à Igreja.

Festa da Divina Misericórdia

Santa Faustina Kowalska foi a vidente de Jesus Misericordioso.

Santuário da Divina Misericórdia em Cracóvia, na Polónia.
O Papa João Paulo II, em Maio de 2000, instituiu a Festa da Divina Misericórdia para toda a Igreja, decretando que a partir de então o segundo Domingo da Páscoa se passasse a chamar Domigo da Divina Misericórdia. Segundo os católicos, por meio desta apóstola da Misericórdia, a Irmã Faustina Kowalska, Jesus prometeu: "Neste dia, estão abertas as entranhas da minha Misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha Misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das penas e culpas. Neste dia, estão abertas todas as comportas divinas pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de mim".

Terço da Divina Misericórdia
Ver artigo principal: Terço da Divina Misericórdia
Orações iniciais:
Pai Nosso... Ave Maria... Credo...

Nas contas grandes:
Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso muito amado Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo,
em expiação dos nossos pecados e dos pecados de todo o Mundo.

Nas contas pequenas:
Pela Sua dolorosa paixão, tende Misericórdia de nós e de todo o Mundo.

No final de cada dezena:
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós: eu confio em Vós!

Oração final (reza-se três vezes):
Deus Santo, Deus Forte, Deus imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.

Leituras recomendadas
Faustina Kowalska, Santa; Diário - A Misericórdia Divina na minha alma. Curitiba: Apostolado da Divina Misericórdia.
Faustina Kowalska, Santa; Diário - A Misericórdia Divina na minha alma. Chacim, Macedo de Cavaleiros: Edição dos Marianos da Imaculada Conceição.
Bergadano, Elena; Faustina Kowalska - A Mensageira da Divina Misericórdia. Lisboa: Paulinas Editora.
Laria, Raffaele; Santa Faustina e a Divina Misericórdia. Lisboa: Paulus Editora.
Ver também[editar | editar código-fonte]
As apóstolas da Divina Misericórdia:

Santa Maria Faustina Kowalska
Beata Maria do Divino Coração Droste zu Vischering
Carmela Carabelli
Outros Rosários/Terços:

Terço do Santo Rosário
Terço de São Miguel Arcanjo
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Páginas oficiais dos Santuários da Divina Misericórdia:

Santuário da Divina Misericórdia de Cracóvia | Site oficial (em polonês)
Santuário da Divina Misericórdia de Płock | Site oficial (em polonês)
Páginas de informação (e divulgação) sobre a devoção:

Portal da Divina Misericórdia
A Mensagem da Divina Misericórdia
Referências
Ir para cima ↑ Misericórdia é a virtude que leva à compaixão pelos semelhantes. É a junção de duas palavras em latim: miseratum (compaixão) + cordis (coração). Assim, poder-se-ia entender literalmente misericórdia, como "coração compadecido".
Categorias: Devoções a JesusOrações da Igreja Católica
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Tchaikovsky O Mestre da Música Soviética




Piotr Ilitch Tchaikovsky





Origem: Wikipédia

Piotr Ilitch Tchaikovsky (em russo: Loudspeaker.svg? Пётр Ильи́ч Чайко́вский, por vezes, traduzido Pyotr Ilyich Tchaikowsky); (Kamsko-Wotkinski Sawod, actual Tchaikovsky, 7 de maio de 1840 — São Petersburgo, 6 de novembro de 1893) foi um compositor romântico russo que compôs géneros como sinfonias, concertos, óperas, ballets, para música de câmara e obras para coro para liturgias da Igreja Ortodoxa Russa. Algumas das suas obras encontram-se entre as mais populares do repertório erudito. Este foi o primeiro compositor russo a conquistar fama internacional, tendo sido maestro convidado no final da sua carreira pelos Estados Unidos e Europa. Como exemplo pode considerar-se o concerto inaugural do Carnegie Hall de Nova Iorque, em 1891. Tchaikovsky foi honrado em 1884 com uma pensão vitalícia pelo Imperador Alexandre III.

Tchaikovsky foi educado para ter uma carreira como funcionário público. Na sua época as oportunidades para se ter uma carreira musical (na Rússia) eram escassas e não existia um sistema público de educação musical. Quando surgiu a oportunidade, ingressou no Conservatório de São Petersburgo, onde se graduou em 1865.

A sua vida foi preenchida por crises pessoais e depressões. Estas crises advém do facto de a sua mãe ter falecido prematuramente e do colapso da sua relação com a viúva Nadezhda von Meck. A sua homossexualidade foi sempre mantida em segredo. A sua morte prematura aos 53 anos de idade é atribuída à Cólera, mas especula-se um possível suicídio.

Embora não faça parte do chamado Grupo dos Cinco (Mussorgsky, César Cui, Rimsky-Korsakov, Balakirev e Borodin) composto por compositores nacionalistas russos, a sua música tornou-se conhecida e admirada pelo seu carácter distintamente russo, bem como pelas suas ricas harmonias e vivas melodias. As suas obras, no entanto, foram muito mais ocidentalizadas que as de seus compatriotas, uma vez que utilizava elementos internacionais em simultâneo com melodias populares nacionalistas russas. Tchaikovsky, assim como Mozart, é um dos poucos compositores aclamados que se sentia igualmente confortável escrevendo óperas, sinfonias, concertos e obras para piano.
Biografia
A família Tchaikovsy em 1848.
Piotr Ilitch Tchaikovsky nasceu em 07 de maio de 1840 na cidade de Votkinsk, localizada na província de Vyatka. Sua família teve um longo histórico de serviço militar. Seu pai, Ilya Petrovich Tchaikovsky, foi um engenheiro que serviu como tenente-coronel do Departamento de Minas. Sua mãe, Alexandra Andreyevna (nome de solteira - d'Assier), foi a segunda das três mulheres de Ilya. Ambos os pais de Tchaikovsky tiveram educação nas artes e incentivaram o interesse dos filhos na música.

Tchaikovsky teve quatro irmãos(Nikolay, Ippolit, e os gêmeos Anatoly e Modest), uma irmã, Aleksandra e uma meia-irmã Zinayda proveniente do primeiro casamento de seu pai. O compositor era particularmente próximo de Aleksandra e dos gêmeos. Com o correr do tempo Anatoly obteve uma carreira proeminente, enquanto Modest se tornou dramaturgo, libretista e tradutor. Aleksandra se casou com Lev Davydov e teve sete filhos.

Em 1843 a família contratou Fanny Dürbach, uma governanta francesa de 22 anos, para cuidar das crianças e ensinar francês a Nikolai. Tchaikovsky era inicialmente considerado muito novo para começar os estudos, mas sua insistência convenceu a governanta. Dürbach se provou uma excelente professora, com seis anos o compositor já havia se tornado fluente em francês e alemão. Tchaikovsky se tornou muito apegado à Fanny, a afeição que ele recebia da jovem moça serviu como compensação pela indiferença de sua mãe a qual teria sido descrita como fria, infeliz e distante. Outros afirmam que a mãe tinha um carinho muito grande pelo filho. A governanta guardou muitos dos trabalhos de Tchaikovsky da época, o que inclui suas primeiras composições.

Tchaikovsky começou a tocar orgão com cinco anos. Um precoce talento, se tornou capaz de ler partituras tão habilmente como seu professor em três anos. Seus pais o apoiaram inicialmente, contratando um tutor, comprando uma orchestrina, e encorajando seus estudos no piano. No entanto, a família decidiu em 1850 enviar Tchaikovsky para a Escola Imperial de Jurisprudência em São Petersburgo. Essa decisão pode ter tido razões práticas. Seus pais se tornaram insensíveis em relação ao seu dom musical, pois os únicos caminhos para uma carreira nesse ramo na época eram como professor ou como instrumentista em um dos teatros imperiais. Ambos eram considerados parte do mais baixo nível social, sem mais direitos do que camponeses.

Em 1848 a família fixa-se em São Petersburgo, onde o compositor toma as primeiras aulas teóricas musicais com diversos professores particulares, entre eles o maestro Filipov.

Em 1850 os desejos da família eram que fosse advogado. Foi para a Escola de Direito de São Petersburgo onde cursou até 1859, mostrando-se um estudante muito aplicado, e antes mesmo de se formar foi empregado como funcionário do Ministério da Justiça.

O sofrimento de Tchaikovsky ao abandonar a mãe para frequentar o internato causou um trauma emocional que o atormentou por toda a sua vida. A morte de Alexandra Andreyevna por cólera em 1854, o devastou, afetando-o de tal forma que ele não poderia se comunicar com Fanny Dürbach durante dois anos. A perda o levou a fazer sua primeira composição séria, uma valsa em sua memória.

Tchaikovsky em sua adolescência. (1863)
O pai de Tchaikovsky, que também havia contraído cólera, assim que recuperado, o mandou de volta para a escola, esperando que os estudos ocupassem a mente do garoto. Em compensação por suas perdas e isolação, Tchaikovsky fez amizades duradouras com seus colegas de classe incluindo Aleksey Apukhtin e Vladimir Gerard. A música se tornou um unificador. Enquanto não era uma prioridade oficial na Escola de Jurisprudência, Tchaikovsky a manteve como uma atividade de lazer, frequentando, com regularidade, a ópera com outros alunos. Pyotr também continuou seus estudos no piano com Franz Becker, um fabricante de instrumentos que visitava ocasionalmente a escola, entretanto, de acordo com o musicologista David Brown, os resultados foram desprezíveis.

Em 1855, Ilya começou a pagar aulas particulares de piano para Tchaikovsky com o professor Rudolph Kündinger. Quando o professor foi questionado a respeito da carreira musical do garoto, respondeu que nada sugeria um futuro como compositor ou intérprete. Kündinger posteriormente admitiu que seu julgamento foi baseado em sua própria experiência negativa como músico na Rússia.

Disseram a Tchaikovsky para terminar seu curso e depois tentar um posto no Ministério da Justiça. Mesmo tendo colocado este conselho em prática, seu pai continuou receptivo quanto à carreira musical de Pyotr. Ele simplesmente não conhecia o potencial de seu filho e estava inseguro com relação ao seu futuro.

Em 1863 Tchaikovsky decide dedicar-se inteiramente à carreira musical. Opondo-se totalmente às expectativas da família, abdica da carreira jurídica e se matricula no Conservatório de São Petersburgo, onde permanece três anos. É no Conservatório que Tchaikovsky tem contato com as obras dos grandes mestres alemães, bem como com composições de Glinka, Meyerbeer, Schumann e Liszt. Foi aluno de Anton Rubinstein em orquestração, e de Nikolai Zaremba.

Depois de se formar no Conservatório, Tchaikovsky considerou voltar aos serviços públicos devido às suas necessidades financeiras, entretanto, foi-lhe oferecido, em 1866, um cargo de professor de teoria musical no Conservatório de Moscou que foi mantido até 1878. Embora a oferta incluísse um salário de apenas 50 rublos por mês, aceitou-a. Foi nesta época que recebeu a notícia da primeira apresentação pública de um de seus trabalhos, “Danças Características”, conduzida por Johann Strauss II em um concerto no Parque de Pavlovsk em 11 de setembro 1865. Em 1867 foi um dos designados pelo Conservatório de Moscou a receber oficialmente Hector Berlioz em sua viagem à Rússia.

Em 1868 trava contato com o Grupo dos Cinco, movimento nacionalista russo que compartilhava do ideal de criar uma música fundada sobre o folclore nacional, contra a tutela e influência das escolas francesa e italiana. O grupo era formado pelos compositores Mily Balakirev, César Cui, Modest Mussorgski, Aleksandr Borodin e Nikolai Rimsky-Korsakov.

Sua primeira ópera, Voyevoda, baseada em uma peça de Alexander Ostrovsky, foi estreada em 1869. O compositor ficou insatisfeito com a obra e, tendo usado partes dela em trabalhos posteriores, destruiu o manuscrito.

Em 1870 compôs Undina. Apenas alguns trechos da ópera foram apresentados, tendo ela posteriormente sido destruída. Entre esses projetos, Tchaikovsky começou a compor uma ópera chama Mandragora, para um libreto de Sergei Rachinskii; a única música que completou foi um pequeno coro de Flores e Insetos.

A primeira ópera de Tchaikovsky a sobreviver intacta, foi "O Oprichnik", estreada em 1874. O autor da peça propriamente dita, Ivan Lazhechnikov havia morrido em 1869, Pyotr então, decidiu escrever o libreto ele mesmo, modelando sua técnica dramática na de Eugène Scribe.
A última das primeiras óperas, "Vakula, o ferreiro", foi composta na segunda metade de 1874. O libreto baseado em "Véspera de Natal" de Gógol deveria ter sido musicalizado por Alexander Serov, mas com a morte do mesmo, Tchaikovsky assumiu o cargo.
Em 1875 viaja pela Europa e conhece em Paris Saint-Saëns, Franz Liszt, Georges Bizet e Jules Massenet.
Em 1876 Nikolai Rubinstein apresenta o compositor à baronesa Nadyezhda von Meck, que se sente profundamente atraída pela obra de Tchaikovsky. Inicialmente a baronesa o incumbe em algumas transcrições para violino e piano, mas em seguida se converte em mecenas de Tchaikovsky, sob a única condição de comunicarem-se somente por carta. Essa correspondência durou quatorze anos, sem nunca terem se visto. O mecenato resguardou Tchaikovsky de dificuldades financeiras durante esse tempo. (A Sinfonia nº 4 em fá menor, opus 36, é dedicada à baronesa) Nesse mesmo ano de 1876, recebe o encargo de coreógrafo do Teatro Bolshoi de Moscou, onde nasce o ballet O Lago dos Cisnes. O mecenato da baronesa von Meck possibilitava Tchaikovsky dedicar-se exclusivamente a composição, então em 1878 deixa sua cátedra no Conservatório de Moscou.
Em 1880 Nikolai Rubinstein o incumbe de compor uma abertura sinfônica-coral de tema patriótico, prevista para a inauguração da uma exposição em Moscou: nasce a Abertura 1812.
Em 1892 já não conta mais com a ajuda da baronesa von Meck. Sua irmã Alexandra morre. E aos cinquenta anos tem a aparência de um homem muito mais velho.
Em junho de 1893 Tchaikovsky recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Cambridge. Em outubro do mesmo ano sua saúde se agrava profundamente. Em 6 de novembro de 1893 Tchaikovsky morre aos 53 anos, em São Petersburgo.
Sexualidade
Tchaikovsky possuiu claras tendências homossexuais; Alguns dos relacionamentos mais íntimos do compositor foram com homens. Procurou a companhia de outros atraídos pelo mesmo sexo em seu círculo por longos períodos, associando-se abertamente e estabelecendo conexões profissionais com eles.

Tchaikovsky sabia das consequências negativas que o conhecimento público de sua orientação podia trazer, especialmente em sua família. Seu pai ainda esperava que o compositor se casasse (e talvez não soubesse da orientação do filho). Tchaikovsky sempre pareceu incomodado com a própria orientação. Às vezes escrevia com pesar em seu diário: “O que posso fazer para ser normal?”. Era um comportamento que se contrapunha ao do próprio irmão, Modest, que também era gay e viveu de maneira relativamente equilibrada, tendo inclusive um relacionamento de 17 anos com Nikolai Konradi (ou 'Kolia'), um menino surdo e mudo a quem tutelava. Graças à presença deste irmão também homossexual, Tchaikovsky conseguia ao menos ter um confidente.

Mesmo levando-se em conta sua situação, Tchaikovsky não negligenciou as convenções sociais e permaneceu conservador por natureza. Sua vida amorosa continuou complicada. Uma combinação de educação, timidez e profundo compromisso com os parentes o impediu de viver abertamente com um amante masculino. Regularmente procurou encontros anônimos, muitos dos quais relatou a Modest, às vezes, demonstrando remorso. Também tentou ser discreto e ajustar seus gostos às convenções da sociedade russa. No entanto, muitos de seus colegas, especialmente aqueles mais próximos a ele, podem ter conhecido ou adivinhado a sua verdadeira natureza sexual. A decisão de Tchaikovsky em entrar em uma união heterossexual e tentar levar uma vida dupla foi motivada por vários fatores, a possibilidade de exposição, a disposição para agradar seu pai, seu próprio desejo de um lar permanente e seu amor pelas crianças e familiares.

Casamento mal sucedido
Foi durante uma crise de meia-idade, aos 36 anos, que o compositor revelou por carta a Modest, seu irmão e confidente, uma decisão contrária ao seu próprio desejo:
Agora estou passando por um período muito crítico em minha vida. Eu vou entrar em mais detalhes mais tarde, mas por agora vou simplesmente dizer-lhe: eu decidi me casar. É inevitável. Eu tenho que fazer isso não apenas para mim, mas por você, Modest, e por todos aqueles que amo. (...) Como é terrível pensar que aqueles que me amam possam, por vezes, sentir vergonha de mim. Em suma, eu procuro casamento ou algum tipo de envolvimento público com uma mulher, para calar a boca de várias criaturas desprezíveis cujas opiniões não significam nada para mim, mas que estão em posição de causar sofrimento aos que estão perto de mim.
A união de fachada aconteceu na Igreja de São Jorge, em Moscovo, no mês de julho de 1877. Tchaikovsky casou-se com Antonina Milyukova, uma mulher de 28 anos, sua ex-aluna no Conservatório de Música de Moscou. Na verdade, ela o havia conhecido muito antes, quando tinha apenas 16 anos, na casa de amigos. Foi lá que se apaixonou platonicamente por ele, decidindo largar tudo pra estudar música ao seu lado. Anos depois de abandonar a escola por dificuldades financeiras, ela escreveu para o compositor, declarando seu envolvimento. Foi nesta ocasião que Tchaikovsky pensou numa possível companheira por conveniência.
Questões de dinheiro e uma incapacidade para compor agravaram a situação e levou Tchaikovsky a níveis profundos de desespero. O casal viveu junto por apenas dois meses antes da crise emocional que o obrigou a deixar a cidade. Pyotr viajou para Clarens, na Suíça para descanso e recuperação. Ele e Antonina permaneceram casados legalmente, mas nunca viveram juntos novamente e nem tiveram filhos, embora Antonina mais tarde tivesse dado à luz a três filhos por outro homem.
"Somente agora, após meu casamento, começo a entender que nada é mais inútil do que não querer assumir como somos", escreveu.
Crescimento público
Apesar de seu desprezo por sua vida pública, Tchaikovsky agora a aceitava tanto como consequência de sua crescente fama, quanto pela obrigação pessoal que sentia em promover a música russa. O compositor também atuou como diretor da filial de Moscovo da Sociedade de Música Russa entre 1889 e 1900. Neste posto, o compositor convidou muitas celebridades internacionais para conduzir a orquestra, inclusive Johannes Brahms, Antonín Dvořák e Jules Massenet, embora nem todas tivessem aceitado.

Tchaikovsky também promoveu a música russa como condutor, procurando estabelecer-se no mundo musical por pelo menos mais uma década. Pyotr estava em demanda considerável por toda a Europa e Rússia, o que o ajudou a superar o medo do palco e aumentou sua autoconfiança. Sua condução o trouxe para a América em 1891, onde liderou a Sociedade de música de Nova Iorque em março, no concerto inaugural do Carnegie Hall.
Morte                      
A última casa onde Tchaikovsky morou, em Klin.
Em 28 de outubro de 1893 Tchaikovsky realizou a estreia de sua Sexta Sinfonia, a Patética em São Petersburgo. Nove dias depois, o compositor morreu aos 53 anos. Foi enterrado no Cemitério Tikhvin no Mosteiro Alexander Nevsky, perto dos túmulos dos companheiros compositores Alexander Borodin, Mikhail Glinka, e Modest Mussorgsky, mais tarde, Rimsky-Korsakov, Balakirev também foram enterrados nas proximidades.

Até hoje, a cada biografia sobre a vida do compositor, surge uma nova teoria ou detalhe sobre a causa de seu falecimento. Embora a morte de Tchaikovsky, tradicionalmente, tenha sido atribuída à cólera, provavelmente contraída através da água potável contaminada, se apresentam teorias diferentes. Já foram descritos casos de supostos assassinatos ou suicídios.

Nesta última linha, uma surpreendente hipótese foi revelada pela musicóloga soviética Alexandra Orlova em 1978. Segundo sua apuração, um membro da aristocracia russa havia escrito uma carta direcionada ao czar Alexandre III acusando Tchaikovsky de seduzir e manter um relacionamento sexual com seu sobrinho de 17 anos. A carta, porém, não foi entregue diretamente ao czar, mas aos cuidados de um funcionário, Nikolay Jacobi, que coincidentemente estudou com Tchaikovsky na Escola de Direito de São Petersburgo.

Escandalizado com o conteúdo da correspondência e temendo que a história manchasse a reputação da Escola, Jacobi não entregou a carta. Preferiu instituir uma corte de honra incluindo outros seis companheiros da Instituição para discutir o assunto e tomar uma decisão. Foi assim que convocaram Tchaikovsky para uma reunião que durou cerca de cinco horas. Nela, induziram o compositor a dar fim à própria vida antes que o pior acontecesse. Caso a denúncia se tornasse pública, Tchaikovsky poderia ser exilado, perderia seus direitos civis e teria sua imagem manchada para o resto da vida, prejudicando familiares, ex-alunos, amigos e companheiros. Ao sair da reunião cambaleante e pálido, o compositor teria decidido ingerir arsênico, morrendo no dia 06 de novembro de 1893. Por ser considerada uma versão aparentemente sensacionalista, muitos historiadores questionam essa hipótese, mesmo que ela tenha sido confirmada por alguns conhecidos de Tchaikovsky.

Obra
Lista das obras de Tchaikovsky
Valsa em fá sustenido menor
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Valsa em fá sustenido menor, de Doze peças para piano, Op. 40, No. 9, gravado em meio digital por Kevin MacLeod
Abertura de Romeu e Julieta
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Abertura de Romeu e Julieta; executado pela Skidmore College Orchestra
Abertura 1812
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Abertura 1812; executado pela Skidmore College Orchestra

Balés
Tchaikovsky talvez seja mais conhecidos por seus bailados, no entanto foi apenas no fim de sua carreira, com seus dois últimos balés, que seus contemporâneos passaram a apreciar suas qualidades como autor desse género.
(1875–1876): O Lago dos Cisnes, Op. 20. O primeiro balé de Tchaikovsky foi encenado pela primeira vez (com algumas omissões) no Teatro Bolshoi em Moscou em 1877.
(1888–1889): A Bela Adormecida, Op. 66. Considerado um dos melhores trabalhos de Tchaikovsky. Encenado pela primeira vez em 1890 no Teatro Mariinsky em São Petersburgo.
(1891–1892): O Quebra Nozes, Op. 71. Tchaikovsky não ficou muito satisfeito com esta obra, seu último balé.
Óperas
Tchaikovsky escreveu onze óperas:
Voyevoda (1867/68)
Undina (1869)
O Oprichnik (1870/72)
Vakula, o Ferreiro (1874)
Eugene Onegin (1877/78)
A Dama de Orleans (1881)
Mazeppa (1884)
Cherevichki (1885)
A Feiticeira (1887)
Dama de Espadas (1890)
Iolanta (1892)
Sinfonias
As sinfonias mais antigas de Tchaikovsky são normalmente trabalhos alegres de caráter nacionalista, enquanto as últimas tratam do destino, perturbação e, em especial a Patética, desespero. As três últimas de suas sinfonias numeradas (quarta, quinta e sexta) são consideradas obras-primas e são freqüentemente executadas. Existe ainda uma "Sétima Sinfonia" que é uma compilação de temas musicais descartados pelo compositor e reunidos após a sua morte pelo compositor soviético Semyon Bogatyrev e lançada como "Sinfonia Nº 7 em Mi Bemol Maior". 1235

(1866): n.º 1 em sol menor, Op. 13, "Sonhos de um dia de Inverno"
(1872): n.º 2 em dó menor, Op. 17, "Pequeno Russo"
(1875): n.º 3 em ré maior, Op. 29, Polonesa
(1877–1878): No. 4 em fá menor, Op. 36
(1885): Sinfonia Manfredo, si menor, Op. 58. Baseada no poema dramático Manfredo, de (Lorde Byron).
(1888): n.º 5 em mi menor, Op. 64
(1893): n.º 6 em si menor, Op. 74, Patética
Tchaikovsky também escreveu quatro suítes para orquestra entre a Quarta e a Quinta Sinfonias. Ele pretendia chamar uma ou mais delas de "sinfonias", mas foi convencido a mudar os títulos.

Concertos
(1874–1875): Dos seus três concertos para piano, é o No.1 em Si Bemol Menor, Op. 23, que é o mais conhecido e admirado. Ele foi inicialmente rejeitado pelo pianista Nikolai Grigorievitch Rubinstein, como mal-escrito e impossível de ser tocado, e depois estreado por Hans von Bülow (que ficou encantado em tocar uma peça dessa qualidade) em Boston, 1875. Van Cliburn, um norte-americano, conquistou a primeira Competição Internacional Tchaikovsky com esta obra deixando os cidadãos russos atordoados, pois esse prêmio havia sido criado para celebrar a Rússia e os russos.'
(1878): Seu Concerto para violino e orquestra (Tchaikovsky) em Ré Maior, Op. 35, foi composto em menos de um mês, entre Abril e Maio de 1878, mas sua primeira execução ocorreu apenas em 1881 porque Leopold Auer, o violinista para quem Tchaikovsky pretendia dedicar a obra, se recusou a tocá-la. Este concerto é considerado um dos melhores já feitos para o instrumento e é muitas vezes executado hoje em dia.
(1889): O chamado "Terceiro Concerto para Piano em mi bemol maior", Op. 75, tem uma história curiosa. Ele foi iniciado após a Quinta, e deveria ser a próxima sinfonia, ou seja, a Sexta. No entanto Tchaikovsky abandonou essa obra e concentrou seus esforços naquela que hoje nós conhecemos como a Sexta Sinfonia, um trabalho totalmente diferente (a Patética). Após a morte de Tchaikovsky o compositor Sergei Taneyev trabalhou a sinfonia abandonada, adicionou uma parte em piano, e a lançou como o "Terceiro Concerto para Piano de Tchaikovsky".
Outros trabalho  Para orquestra

Abertura 1812, completa (com canhões), foi executada em 2005 no Clássicos Espetaculares
(1869, rev, 1870, 1880): Abertura-Fantasia Romeu e Julieta Esta peça contém uma das melodias mais famosas do mundo. O tema romântico do meio desta obra foi utilizado milhares de vezes em comerciais e filmes.
(1876): Marcha Eslava, Op. 31. Esta é outra peça muito conhecida e normalmente executada em conjunto com a Abertura 1812. Tchaikovsky usa o Hino Nacional Tsarista assim como na Abertura 1812, mas o que a torna peculiar é que o tema é russo, e não eslavo.
(1876): Francesca da Rimini, Op. 32
(1880): Abertura 1812, Op. 49. Tchaikovsky escreveu esta peça para comemorar a vitória russa sobre Napoleão nas Guerras Napoleônicas. Ela é conhecida pelos temas de música russa tradicional (como o velho Hino Nacional Tsarista) assim como pelo triunfante e bombástico final, com dezesseis tiros de canhão e o coro de sinos.
Para coral, cantos, música de câmara, e piano solo[editar | editar código-fonte]
(1871) Quarteto de cordas No. 1 em ré maior, Op. 11
(1876) Variações sobre um Tema Rococó, para violoncelo e orquestra, Op. 33.
(1876) Suíte para piano "As Estações" Op. 37a
(1882) Trio para piano, violino e violoncelo em lá menor, op. 50
(1886) Dumka, Cena Rústica Russa em dó menor, para piano
(1890) Sexteto para cordas "Souvenir de Florence", Op. 70
Para uma lista completa dos trabalhos de Tchaikovsky (em inglês) veja [1]. Para detalhes das datas das composições visite [2].

sábado, 11 de abril de 2015

Obama instiga América Latina sobre direitos humanos conforme corteja Cuba

O presidente dos EUA Barack Obama cumprimenta o presidente de Cuba Raul Castro durante encontro na Cúpula das Américas na Cidade do Panamá (Foto: Jonathan Ernst/Reuters)


Obama instiga América Latina sobre direitos humanos conforme corteja Cuba
sábado, 11 de abril de 2015
Por Matt Spetalnick e Daniel Trotta

 O presidente dos EUA  Barack Obama cumprimenta o presidente de Cuba Raul Castro durante encontro na Cúpula das Américas na Cidade do Panamá (Foto: Jonathan Ernst/Reuters)
O presidente dos EUA Barack Obama cumprimenta o presidente de Cuba Raul Castro durante encontro na Cúpula das Américas na Cidade do Panamá (Foto: Jonathan Ernst/Reuters)
CIDADE DO PANAMÁ (Reuters) - O presidente norte-americano Barack Obama desafiou os líderes latino-americanos neste sábado a melhorarem os direitos humanos e a democracia, enquanto ele trabalha para colocar fim a décadas de hostilidade entre os Estados Unidos e Cuba.

Obama ganhou elogios em grande parte da América Latina por tentar reatar as relações diplomáticas com Cuba e apertou a mão do presidente Raul Castro em uma demonstração de tranquilidade na sexta-feira à noite, mas assumiu uma linha mais dura neste sábado, em seu discurso na plenária da VII Cúpula do Américas no Panamá.

"Eu acredito que os nossos governos juntos têm a obrigação de defender a liberdade e os direitos universais de todos os nossos cidadãos", disse Obama a outros líderes de todas as Américas. "As vozes dos nossos cidadãos devem ser ouvidos."

Respondendo às críticas de outros líderes acerca da política dos EUA no passado na América Latina, incluindo o seu apoio de golpes militares e ditaduras durante a Guerra Fria, Obama disse que o histórico de Washington estava longe de ser perfeito, mas que mudou e que ele continuaria a pressionar por uma maior democracia.

"Eu só quero deixar bem claro que quando falamos em algo como os direitos humanos, não é porque nós pensamos que somos perfeitos, mas é porque pensamos que a ideia de não prender as pessoas se eles não concordam com você é a ideia certa", disse Obama.

Acenando com as mãos para dar ênfase, Castro condenou os Estados Unidos por suas tentativas de derrubar o regime comunista na ilha, mas ele elogiou Obama como "um homem honesto" e disse que ele não era o culpado por políticas dos Estados Unidos durante a Guerra Fria.

"Peço desculpas ao presidente Obama, porque ele não é responsável por nada disso", disse o líder cubano de 83.

Obama e Castro devem se reunir ainda neste sábado para discutir o progresso na sua meta, anunciada por ambos em dezembro, de reestabelecer relações diplomáticas plenas e liberar o comércio e as viagens entre os dois países.   Eles apertaram as mãos na cerimônia de abertura da cúpula na sexta-feira à noite, um gesto destacando a melhora gritante nas relações ao longo dos últimos meses.

Obama, de 53 anos, parece perto de retirar Cuba de uma lista norte-americana de países que os EUA dizem que patrocinam o terrorismo. Castro tem insistido na questão como condição para restaurar os laços diplomáticos.

Em seu discurso, Castro celebrou o anúncio do presidente norte-americano de que ele vai decidir rapidamente sobre a presença de Cuba na lista e prometeu diálogo respeitoso conforme os Estados Unidos buscam a aproximação.

(Com reportagem adicional de Dave Graham)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447764))
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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Novena Perpetua ao Menino Jesus de Praga

História do Menino Jesus de Praga



Menino Jesus de Praga


Menino Jesus de Praga

Menino Jesus de Praga é uma devoção que existe na cidade de Praga, na antiga Tchecoslováquia. Hoje Praga é a capital da chamada República Checa. A imagem fica na Igreja de Nossa Senhora Vitoriosa.
História de Menino Jesus de Praga

Vilem de Rozumberk, Imperador da Tchecoslowáquia, fundou um Convento Carmelita após conseguir grande vitória numa batalha importante. Foi um ato de agradecimento. Tempos mais tarde, o convento começou a passar por grande crise. Os padres carmelitas, então, pediram ajuda a Deus.
Logo, receberam a visita da Princesa Polixene Lobkwitz, que estava em seus últimos dias de vida. Ela levou aos padres uma grande oferta em dinheiro que os tirou da crise. A princesa prometeu dar aos padres uma bela imagem do menino Jesus, vestido de Rei, com o globo terrestre na mão esquerda e a mão direita levantada para abençoar.
A princesa então disse aos padres: Meus padres, vos dou o que de mais caro possuo, honrai essa imagem do menino Deus e nada lhes faltará. A imagem do Menino Jesus, de fato, foi entregue aos carmelitas logo após o falecimento da princesa. E como a Princesa havia falado, o convento não passou mais necessidades.
Origens da imagem do Menino Jesus de Praga

A ligação da devoção ao Menino Jesus e os carmelitas já vinha de longa data. Santa Tereza D’Ávila, diz al tradição, teria sido a primeira pessoa a vestir o Menino Jesus com roupas de rei. Foi ea quem introduziu a devoção ao menino Jesus nos conventos carmelitas.
Conta-se que a mãe da Princesa Polixene, que era espanhola, tinha ganhado a imagem da própria Santa Tereza D’Ávila. Quando Polixene se casou com um nobre tcheco, ela ganhou a imagem de sua mãe e a levou para a Tchecoslowáquia. Antes de sua morte, a princesa fez questão de dar a imagem aos carmelitas, como uma homenagem a Santa Tereza.
Invasão da cidade de Praga

No ano de 1630, a violência assolou a cidade de Praga. Os protestantes aliados ao rei da Suécia invadiram e saquearam a cidade. Todos fugiram, inclusive os carmelitas. A imagem do Menino Jesus foi jogada atrás do altar. Ali ela permaneceu por mais de sete anos. Todos pensavam que ela tinha sido destruída pelos invasores.
Redescoberta da imagem

Depois de mais de sete anos da invasão protestante, quando a poeira já havia baixado, um carmelita, Padre Cirilo, voltou para o convento em Praga e encontrou a imagem perdida. Ela estava com as duas mãos quebradas. Feliz, o Padre a recolocou na igreja de Nossa Senhora das vitórias.
Restauração da Imagem do Menino Jesus de Praga

Certo dia, quando o padre Cirilo estava em profunda oração, ouviu uma voz que lhe dizia: Tem piedade de mim e eu terei de ti. Restitui-me as minhas mãos e eu vos darei a paz. Quanto mais me honrardes, mais eu vos favorecerei.
Em outro dia de profunda oração e súplicas o padre ouviu o Menino Jesus lhe dizer: Põe-me à entrada da sacristia e alguém terá piedade de mim. Então um senhor muito rico chegou ali e se ofereceu para restaurar a imagem. Quando ela ficou pronta, foi entronizada na mesma igreja em que estava e o convento passou a ter dias melhores.
Os milagres do Menino Jesus de Praga

Por causa deste acontecimento a devoção ao menino Jesus de Praga começou a se estender pela redondeza. Vários milagres começaram a acontecer quando os fiéis rezavam ao Menino Jesus de Praga. Por isso, a devoção se espalhou por toda a Europa e depois para o mundo. Ainda hoje, a cidade de Praga é famosa por causa da devoção ao Menino Jesus de Praga.
A devoção no Brasil

Foram os padres carmelitas que trouxeram uma imagem e a devoção ao menino Jesus de Praga para o Brasil. Ela chegou primeiro na cidade do Rio de Janeiro. Lá, ela foi entronizada na Basílica de Santa Terezinha.
Os carmelitas difundiram a promessa do Menino Jesus: Quanto mais me honrardes, tanto mais vos favorecerei. Por causa dessa promessa, a devoção se tornou cada vez mais conhecida em muitos lugares.


Oração ao Menino Jesus de Praga


Ó menino Jesus, a vós recorro e a vós suplico pela intercessão de vossa Santíssima Mãe, assisti-me nesta necessidade, (pedir a graça), porque creio firmemente que vossa Divindade pode me socorrer. Espero com toda confiança obter vossa santa graça. Amo-vos de todo o meu coração e com todas as forças da minha alma. Arrependo-me sinceramente de todos os meus pecados, e vos imploro, ó bom Jesus, que me fortaleça para que eu possa ser vitorioso.  Proponho-me a não vos ofender e me ofereço a Vós, dispondo-me a sofrer, antes de vos fazer sofrer.
Doravante, quero servir-vos com toda fidelidade, e por vosso amor, ó menino Deus, amarei o meu próximo como a mim mesmo. Menino Onipotente, Senhor Jesus, mais uma vez vos suplico que me atenda nesta necessidade. Concedei-me a graça de vos possuir eternamente, na companhia de Maria Santíssima e São José, para que possa vos adorar com todos os anjos na corte celestial. Amém.

FMI vê queda de 1% do PIB brasileiro em 2015 e prevê retomada do crescimento com ajustes

FMI vê queda de 1% do PIB brasileiro em 2015 e prevê retomada do crescimento com ajustes
sexta-feira, 10 de abril de 2015
 18/04 2013. REUTERS/Yuri Gripas
SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a economia brasileira irá encolher 1 por cento este ano, e que a retomada do crescimento depende em grande medida da implementação das medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo, de acordo com documento divulgado pela entidade internacional nesta sexta-feira.

No documento, o Fundo considera "prioridade imediata" a resolução de questões ligadas à Petrobras e encoraja o governo a fortalecer a governança das empresas estatais do país.

As considerações foram feitas após visita de funcionários do FMI ao Brasil, dentro do cronograma de consultas periódicas realizadas aos países membros, e que depois são avaliadas pela diretoria do organismo.

O FMI disse que as políticas fiscal e monetária mais restritivas e os cortes de investimento da Petrobras devem piorar neste ano cenário para a atividade econômica, que já vem se deteriorando desde do ano passado

Por outro lado, o documento apontou que o sucesso na implementação do ajuste fiscal e outras medidas podem contribuir para o fortalecimento da confiança, ajudando a atrair investimentos no fim de 2015 e consolidando as bases para a volta do crescimento no ano que vem. O FMI projeta crescimento de 0,9 por cento do PIB em 2016 e de 2,2 por cento em 2017.

Os diretores do Fundo também apontaram a necessidade de reformas para impulsionar a produtividade e a capacidade de crescimento econômico, recomendando prioridade na área de investimento em infraestrutura e iniciativas para melhorar, por exemplo, a eficiência tributária.

"A priorização de reformas e maior participação do setor privado serão chave para o sucesso", disse trecho do documento.

Nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mostrou discurso afinado com o do FMI depois de participar de reunião com secretários da Fazenda dos Estados, reforçando a importância da convergência de alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e ressaltando que a agenda de infraestrutura estaria entre os próximos passos do governo. [nL2N0X70Y9] [nE5N0WX007]

"A palavra-chave para o investimento é a parceria com mercados de capitais e setor financeiro", disse o ministro.
O FMI se mostrou preocupado com a situação das contas externas brasileiras, que classificou de "mais fraca do que o desejado", após o déficit em conta corrente ter subido para 4,2 por cento do PIB em 2014, ante 2,4 por cento em 2012.

[nE6N0V201W]

Mas o organismo saudou a recente decisão do Banco Central de diminuir as intervenções no câmbio e recomendou que as interferências sejam feitas apenas para suavizar a excessiva volatilidade do mercado, "permitindo assim uma maior depreciação da taxa de câmbio em linha com os fundamentos e a promoção da competitividade externa".

POLÍTICA MONETÁRIA

No relatório, os diretores do Fundo concordaram, de maneira geral, com a manutenção da política monetária apertada e saudaram o comprometimento com a meta de inflação e prontidão para tomar novas medidas de forma a não ameaçá-la. O FMI estima que a inflação medida pelo IPCA fechará o ano em 7 por cento--acima do teto da meta--, desacelerando em 2016 para 5,4 por cento.

No início de março, o Banco Central deu prosseguimento ao aperto nos juros básicos da economia, elevando a Selic a 12,75 por cento ao ano.

(Por Flavia Bohone e Marcela Ayres)

quinta-feira, 9 de abril de 2015

A fúria da gripe espanhola











A fúria da gripe espanhola

No início da década de 20, enquanto a Europa reunia os cacos da Primeira Guerra, um inimigo ainda mais devastador assustou o mundo todo e, em dois anos, matou mais de 30 milhões de pessoas: a gripe

Moacyr Scliar

Os sintomas todo mundo conhece: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, mal-estar geral, tosse e coriza, ou seja, corrimento nasal. No entanto, esse quadro que hoje se resolve com um comprimido e alguns dias repouso podia significar uma sentença de morte se você vivesse no início do século, mais precisamente em 1918. É que nesse ano uma epidemia de gripe se espalhou pelo mundo e matou entre 30 e 100 milhões de pessoas. A doença, uma variação do vírus da gripe comum, causava um terrível agravamento dos sintomas e ficou conhecida como gripe espanhola, ou apenas a espanhola.
Na época ninguém conhecia a causa da doença. O microscópio já era usado e muitas bactérias causadoras de enfermidades tinham sido identificadas, já a partir do século 19. Mas os equipamentos não eram lá muito potentes e não podiam mostrar os vírus, que são muito menores que bactérias. Assim, a causa da gripe era (e permaneceu até recentemente) uma incógnita. Ela era associada ao frio. O termo influenza, que é usado como sinônimo para gripe, fala disso. Vem do italiano influenza di freddo, “influência do frio” (de influenza surgiu o nome inglês para a gripe – flu). De fato, é uma doença dos meses frios. Nessa época, tendemos a ficar confinados em casa e o vírus pode passar facilmente de uma pessoa para outra.

Também não se tinha certeza que na Espanha tenham surgido os primeiros casos, ainda que o rei espanhol Afonso XIII tenha sido uma das primeiras vítimas ilustres da doença. Muitos pesquisadores defendem a idéia de que a doença começou não na Europa, mas nos Estados Unidos, e foi levada para a Europa pelos soldados que combateram na Primeira Guerra. Ao certo, sabe-se que foi na Espanha que surgiram as primeiras notícias sobre a doença: o país, neutro no conflito, não impunha a censura à imprensa, como acontecia com as potências beligerantes. Assim que a doença surgia em outros países, era logo chamada de “espanhola”. A moda de uns países atribuírem a outros a origem de doenças não é nova: quando a sífilis apareceu, na Idade Média, os franceses chamavam-na de “mal napolitano”, e os italianos de “mal francês”.

Mesmo a expressão gripe espanhola (ou ainda “La Dansarina”) deu lugar, em alguns países, a distintas denominações. Na Rússia soviética era chamada febre siberiana, na Sibéria febre chinesa e na Espanha (que afinal também tinha de se defender) febre russa. A enfermidade se disseminou rapidamente, chegando ao Sudeste Asiático, à China, ao Japão, ao Caribe, às Américas: cerca de um quinto da humanidade contraiu a doença. A letalidade – isto é, a proporção de mortes entre os doentes – era altíssima, duas vezes e meia maior que nos casos de gripe comum. Estima-se que a gripe tenha matado no mundo todo de 20 a 100 milhões de pessoas – muito mais que a Primeira Guerra (cerca de 15 milhões de vítimas) ou mais do que a aids.

A pandemia de gripe devastou populações inteiras. Alguns historiadores acham inclusive que a guerra de 1914-18 pode ter terminado mais cedo por falta de soldados. O fim da guerra, aliás, não significou o fim da pandemia: a Alemanha, derrotada, recebia de volta 6 milhões de ex-soldados desmoralizados e famintos. Isto sem falar em outras regiões do mundo, como África, Índia e China, onde a ausência de dados tornava impossível avaliar a extensão da hecatombe. No Alasca populações foram dizimadas pelo mal que os esquimós acreditavam ser causado por um “espírito branco”. Em Londres, cartazes afixados nos teatros proibiam expressamente tossir. E, nos Estados Unidos, o costume de apertar as mãos foi praticamente abandonado.

A doença se propagou em duas gigantescas ondas: a primeira, na primavera e no verão de 1918. Nessa fase, a gripe era muito contagiosa, mas causou relativamente poucas mortes. Em agosto, contudo, uma forma altamente virulenta da doença disseminou-se pelo mundo, chegando ao auge nos meses de setembro a novembro (ou seja, o outono do hemisfério norte). A curva que mostrava os óbitos por faixas etárias tinha a forma de um W, com três picos, um correspondendo a crianças pequenas, outro a adultos jovens (o que era uma novidade; pensava-se que esse era um grupo mais resistente) e um terceiro, que era o dos idosos. Nos Estados Unidos a expectativa de vida, isto é, o número de anos que uma pessoa pode esperar viver desde o nascimento, foi reduzida em dez anos.
Os brasileiros foram atingidos pela gripe antes mesmo que a doença chegasse ao país. Uma divisão que o governo enviara em navio para participar da guerra adoeceu enquanto a esquadra que transportava os militares estava ancorada em Dacar, Senegal: 156 mortos. E o país não poderia escapar à espanhola. Ainda que as viagens aéreas, que difundiram a Sars (pneumonia que no ano passado causou pânico no Sudeste Asiático), não fossem comuns à época, muita gente viajava de navio – e o país estava recebendo então grandes contingentes migratórios. Em setembro de 1918 chegava um navio com imigrantes vindos da Espanha, vários dos quais com sintomas de gripe. Outros navios foram apontados, entre eles o inglês Demerara, que atracou em Recife e Salvador, mas o certo é que no início de novembro de 1918 a doença já estava no Brasil. As cidades portuárias foram as que mais sofreram.

“Já morrem 24 pessoas por dia em Coritiba”, dizia uma manchete do dia 14 de outubro. Na mesma data, um anúncio: “Precisa-se de dois cocheiros na Empreza Funerária de P. Falce”. Essas manchetes dos jornais da época reproduzidas no livro O Mez da Grippe (assim mesmo, com essa grafia), de Valêncio Xavier, dão uma idéia do quadro assustador. A reação entre os curitibanos foi de pânico. Por causa disto, as notícias a respeito foram censuradas. O livro mostra a primeira página do jornal Diário da Tarde, em que, de um artigo sobre “A Influenza”, só ficou o título – o resto está em branco. Já o Commercio do Paraná adotou uma atitude diferente; a epidemia seria apenas uma gripe comum. Mas teve de admitir, em 25 de outubro: “A nossa edição de hontem saiu muito aquem da expectativa em conseqüência de terem adoecido operários da secção da composição, obrigando-nos assim ao sacrifício de materia redaccional cuja inserção foi absolutamente impossivel.”

Em outras cidades a repercussão não foi menor. A imprensa carioca estava cheia de notícias alarmantes – e de protestos contra as autoridades sanitárias, consideradas omissas: “O que se está passando na Saúde do Porto da nossa capital é simplesmente assombroso. Os navios entram infeccionados, os passageiros e tripulantes atacados saltam livremente contribuindo para contaminar cada vez mais a cidade, não soffrendo os navios o mais rudimentar expurgo! [...] Telegrammas chegados ha dias de Estados do Norte, annunciaram detalhadamente dezenas de casos de ‘influenza hespanhola’ occoridos a bordo da ‘Itassucê’. Era o caso do Sr. Carlos Seidl tomar providencias energicas, para isolar os enfermos e expurgar o navio, mal chegasse elle á Guanabara, si s.ex levasse a sério seus deveres. Nada disso, entretanto, aconteceu. O ‘Itassucê’ chegou, foi desimpedido e os doentes desceram calmamente á terra, sem que o director da Saude Publica mandasse tomar a minima providencia!” (Rio Jornal, 11 de outubro de 1918).

Ou esta outra notícia: “Em todas as ruas, e a todas as horas, vemos cahir subitamente, tombar sobre a calçada victimas do mal estranho. Os hospitais estão repletos.” (Rio Jornal, 14 de outubro de 1918). A criticada “medicina official”, como aconteceu com as autoridades em Curitiba, tentava minimizar o problema e evitar o pânico. Mas, no final de 1918, a gripe era, no Brasil e no mundo, uma realidade brutal. O jornal A Rua, de 15 de outubro de 1918, fazia uma denúncia: “Desde as primeiras horas em que se declarou a epidemia que a romaria ás pharmacias não parou nem um instante. Houve então uma grande desorientação e uma ignobil exploração por parte de algumas pharmacias. Os preços variavam de pharmacia para pharmacia e de bairro para bairro. O tubo de bromo-quinino passou a custar de 1500 a 8 mil e 9 mil réis. Uma limonada purgativa 4, 6 e 8 mil réis. Uma capsula com 25 ctgrs. de Sulphato de Quinino custava 400 réis, no maximo, custa 2 e até 3 mil réis! É o furto, parecendo que nem se quer estamos numa cidade policiada! Mas a necessidade era grande e os doentes nos milhares, o que fez com que apezar do descabido escandaloso dos preços, os medicamentos se esgotassem. Várias pharmacias, especialmente nos suburbios, allegam tambem a doença do seu pessoal. Que será da população sem ter sequer medicamentos”?

Esses medicamentos, diga-se, não tinham qualquer efeito sobre a doença. O quinino era usado para malária, que é, porém, uma enfermidade totalmente diferente da gripe, causada por protozoário e não por vírus. Também eram inócuos os “Conselhos aos que se acham no inicio da infecção”, dados pela Diretoria Geral de Saúde Pública, e que começavam com um purgativo forte (além de ter gripe, a pessoa ficava também com diarréia). Em termos de dieta, indicava-se a tradicional canja de galinha (que pelo menos, a exemplo da cautela, não fazia mal a ninguém). O resultado foram saques aos armazéns atrás de frangos. Diante disso a Diretoria Geral de Saúde Pública voltou atrás: “O uso do frango ou da gallinha não é indispensavel. A dieta poderá ser mantida por meio de leite, caldo de sopa de cereaes, de legumes, de lentilhas, de arroz, aveia, centeio, etc., etc.”

E continuava: “Fazer diariamente uso de uma solução de essencia de canela, conforme as seguintes dóses: uma colherinha das de café em meio copo de agua assucarada, de duas em duas horas, até desapparecer a febre. Depois tomar uma colherinha em meio copo de agua tres vezes ao dia.”
Claro, é fácil achar graça dessas medidas quase 90 anos depois, mas os médicos recomendavam aquilo que imaginavam ser útil. É preciso dizer que a campanha contra a gripe era comandada por ninguém menos que o sanitarista Carlos Chagas, descobridor da doença que leva seu nome, grande pesquisador e um dos discípulos prediletos de Oswaldo Cruz. Entre os conselhos da saúde pública, havia alguns apropriados: evitar aglomerações, guardar repouso em caso de doença. De qualquer maneira, o quadro era sombrio em 2 de novembro de 1918, Dia de Finados (“Nunca o dia dos mortos foi tão propriamente um dia de mortos como o de hoje”, dizia a manchete de A Noite).

No Rio de Janeiro morreram cerca de 12 mil pessoas em dois meses. Na cidade, como faltavam coveiros, presidiários foram convocados para fazer esse trabalho. Os corpos muitas vezes eram transportados em bondes. Os hospitais não tinham vagas e a hospitalização, por sua vez, não evitava o óbito. No Hospital Deodoro, na Glória, os cadáveres formavam uma pilha de 2 metros de altura. As ruas estavam desertas; as pessoas não se atreviam a sair. Em Porto Alegre, foi criado um cemitério especialmente para as vítimas da gripe. Em todo o país foram cerca de 35 mil mortos. Nos últimos meses de 1918, uma esperança: o novo presidente seria Rodrigues Alves, conhecido por ter livrado, em seu primeiro mandato, a capital Rio de Janeiro de epidemias de febre amarela, peste e varíola. Mas ele não chegou a assumir o cargo. Morreu em 16 de janeiro de 1919, de gripe espanhola.

Dormindo com o inimigo
A virologia progrediu imensamente com o susto de 1918. Mas só em 1933 o vírus da gripe foi isolado pela primeira vez, por Andrew, Smith e Laidlaw, na Inglaterra. Mas não era o agente causador da espanhola. Como era esse vírus? A dúvida persistia e motivou conhecidos pesquisadores, como os americanos Jeffery K. Taubenberger e Johan Hultin. Eles encontraram o vírus em cadáveres preservados pelo frio. Em 1951, os cientistas da Universidade de Iowa exumaram corpos de vítimas da gripe sepultados no Alasca. Uma outra fonte de possível material eram amostras de tecidos obtidas em necrópsias realizadas em 1918, que eram preservados em parafina. Os esforços deram resultado. Uma amostra de tecido pulmonar de um soldado americano forneceu aquilo que Taubenberger e seus colaboradores ansiosamente buscavam: fragmentos intactos da substância viral, cuja composição pôde ser identificada. O mesmo se encontrou na amostra de um segundo cadáver.

Hultin, por sua vez, isolou material viral dos pulmões de uma mulher da etnia inuit, conhecida como “Lucy”, sepultada no Alasca. Taubenberg foi além e, em 2002, conseguiu criar um vírus com os genes mais letais do espécime de 1918 (esse revelou-se mais agressivo para os animais de laboratórios do que os outros ”fabricados” com genes do vírus da gripe habitual). O argumento para esse tipo de estudo é o de conhecer melhor o “inimigo”, identificar sua estrutura e descobrir como ela muda. Muitos cientistas, contudo, fazem objeções a esse trabalho. Alegam que já temos um número suficiente de vírus gripais estudados e que “ressuscitar” o vírus de 1918 significaria “libertar o demônio”. Mas o receio de toda a comunidade é óbvio, sobretudo em uma época que transformou a guerra bacteriológica em ameaça e em obsessão. Como observou outro pesquisador, Jan van Aken, se Jeffery Taubenberger estivesse trabalhando num laboratório russo, chinês ou iraniano, seria visto como um inimigo em potencial.

Da Espanhola à Sars
A gripe de 1918 continuou provocando ondas de choque que chegaram até nossos dias. Cada vez que surgiam casos novos da doença era aquele calafrio: será que a espanhola está voltando? Cepas do vírus da gripe com material genético recentemente incorporado causaram pandemias em 1957 e 1968. A pandemia de 1957 ficou conhecida como gripe asiática, por ter se iniciado na China e na Indonésia. No Brasil, a asiática foi diagnosticada primeiro no Rio Grande do Sul, sendo logo depois detectada no Rio de Janeiro e em São Paulo. Uma nova causa de alarme surgiu em 1976: recrutas de Fort Dix, nos Estados Unidos, contraíram uma doença gripal que levou um deles à morte. Dessa vez o agente causador da doença foi isolado. Era um vírus de gripe suína. Ora, muitos cientistas achavam que a gripe de 1918 tinha sido exatamente isso, uma virose transmitida pelos porcos aos seres humanos. O pânico chegou aos altos escalões do governo americano, na administração do presidente Gerald Ford.
Era véspera de eleições e uma epidemia poderia ter sérias conseqüências políticas. Uma vacina foi preparada às pressas e, em meio a discussões, aplicada em 40 milhões de pessoas. Várias delas tiveram problemas neurológicos (a síndrome de Guillain-Barré), o que só fez aumentar a controvérsia. No fim, a epidemia não ocorreu. Uma outra fonte de infecção foi identificada em 1997, em Hong Kong, quando 18 pessoas foram infectadas por um vírus comum em aves. Isso gera uma alarmante analogia com o vírus da Sars, que possivelmente veio de aves na China.

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Pandemia causada pelo vírus Influenza causa terror e
morte em todo o planeta – Combatentes em ambas as trincheiras são derrubados
pela Gripe Espanhola – No Brasil, moléstia traz pânico às ruas

Rastro sombrio: galpão lotado de soldados contaminados pelo implacável vírus; no mundo, já são milhões de cadáveres

uando se pensava que nada poderia ser mais devastador do que a fúria das colossais bombas e metralhadoras da Grande Guerra, eis que um ente microscópico, sem pedir licença, avançou igualmente por campos de batalha e regiões em paz para deixar um rastro sombrio de desespero e morte. Desde que apareceu, em fevereiro deste ano, até agora, a pandemia do Influenza, batizada Gripe Espanhola, tem índice de mortalidade fulminante e já rivaliza com a Peste Negra como o maior holocausto médico da história. Cientistas trabalham em ritmo acelerado para tentar frear o vírus – sem sucesso, como atestam os milhões e milhões de cadáveres verificados apenas nas primeiras 25 semanas da doença em locais tão distantes como a França, a Índia, os Estados Unidos, a África do Sul, a Austrália e o Brasil. O fim da guerra e a conseqüente desmobilização dos exércitos podem, em teoria, ajudar a diminuir a disseminação do vírus. Em teoria. Na prática, ninguém sabe como, nem se é possível, parar o irascível Influenza.


Além das armas, o vírus: tropa americana no enterro de colega vítima da doença
Quando primeiro se noticiou um surto nas trincheiras da França, em março, com soldados apresentando dor de cabeça, dor de garganta e perda de apetite, a recuperação ainda era rápida – médicos apelidaram a doença de “febre dos três dias”. As baixas eram pequenas, e concentradas nos Estados Unidos e Europa. Em agosto, contudo, o vírus ganhou o mundo, e em versão mutante e fatal, já sob o epíteto Gripe Espanhola – o batismo explica-se pelo fato de que a imprensa da Espanha, sem a censura imposta aos países em guerra, foi a primeira a noticiar a pandemia. Os doentes pereciam pouco tempo após os sintomas: além de febre e dor de cabeça, falta de ar, rostos marrons ou roxos e pés pretos. Os pulmões dos vitimados enchem-se de fluidos e o afogamento é fatal. Quem não sucumbe de imediato, frequentemente morre devido a complicações da gripe, como a pneumonia. Outro fato intriga os cientistas: ao contrário da gripe comum, que atinge principalmente recém-nascidos e idosos, a Gripe Espanhola tem um pico de infecção de 20 a 40 anos. O motivo, como diversos outros, segue desconhecido.

Nesse cenário, soldados de ambos os lados das trincheiras vinham tombando dia após dia. Os aliados – notadamente americanos e franceses – sofreram demais o impacto da pandemia; mas foi no lado oposto que a Gripe Espanhola se verificou ainda mais fatal, ao menos em termos militares. Analistas avaliam que as baixas alemãs e austro-húngaras causaram estragos irreparáveis – com seus exércitos operando no limite, não havia como repor a mão-de-obra ceifada pelo Influenza –, e contribuíram para a queda e a consequente capitulação. Igualmente terríveis têm sido os relatos da pandemia em locais não afetados pela guerra: na Índia, calcula-se que mais de 10 milhões de pessoas já tenham morrido.


'Diga aaa!': médico examina um soldado
De Dacar para Recife – A nova doença já traz pânico também no Brasil. Rio, São Paulo e Curitiba contabilizam milhares de mortos; a Diretoria Geral de Saúde Pública entrou em ação e chamou o sanitarista Carlos Chagas para chefiar a campanha contra a gripe. O discípulo de Oswaldo Cruz criou hospitais e laboratórios improvisados. Acredita-se que o Influenza, em sua forma assassina, tenha chegado a Recife no final de setembro, por meio do retorno de marinheiros que prestaram serviço militar em Dacar. Outros apontam o navio inglês Demerara, que aportou em Salvador naquele mesmo mês, como o portador do vírus. Seja como for, a Gripe Espanhola já interfere também na vida política do país – acometido pela moléstia, o presidente eleito Rodrigues Alves não pôde ser empossado para o início de seu segundo mandato, no último dia 15. O vice Delfim Moreira assumiu interinamente em seu lugar.


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