Konstantinos - Uranus
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Confederação do Equador 1824
Confederação do Equador 1824
Por Cristiana Gomes
O absolutismo de D. Pedro I trouxe grande insatisfação à população e isso gerou protestos em Pernambuco, Paraíba e Ceará.
Os jornais “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata e o “Tífis Pernambuco” de Frei Caneca (ambos liberais) ajudaram ainda mais a preparar o espírito das pessoas para a revolução.
Cipriano Barata era natural da Bahia e tornou-se notável pela sua atividade jornalística defendendo os valores liberais da época. Dedicou a sua vida à luta revolucionária e esteve ligado às camadas mais populares e por essa razão, foi preso várias vezes.
Frei Caneca era um dos discípulos de Cipriano e principal líder da Confederação do Equador contra D. Pedro.
Frei Caneca, preso
Em 1823, as idéias republicanas dominavam o nordeste e se acentuaram em face das ameaças do Imperador que, com a Constituição outorgada em 1824, impôs ao país um estado unitário. Pernambuco não aceitou essa Constituição e em 2 de julho de 1824, seu presidente Manuel de Carvalho Pais de Andrade proclamou a Confederação do Equador (movimento republicano e separatista que uniu Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte). No início a Constituição adotada foi a Colombiana. O objetivo era formar um novo estado completamente separado do Império, cujas bases eram um governo representativo e republicano, garantindo a autonomia das províncias confederadas.
Porém, a repressão ao movimento estava sendo preparada no Rio de Janeiro. Várias tropas foram enviadas para o Nordeste sob o comando do brigadeiro Francisco de Lima e Silva (forças terrestres) e de Lord Cochrane (forças navais).
Em setembro de 1824, as forças de Lima e Silva dominaram Recife e Olinda (principais centros de resistência), e dois meses depois foi a vez do Ceará.
As penas impostas aos revoltosos foram severas e D. Pedro não atendeu aos pedidos para que elas fossem mudadas. Frei Caneca foi condenado à forca, contudo, acabou sendo fuzilado, diante da recusa do carrasco em executar a sentença. Muitos companheiros de Caneca receberam a mesma condenação, outros tiveram mais sorte e conseguiram fugir.
Mesmo com o fim da Confederação do Equador, a insatisfação contra o absolutismo do Imperador continuava e crescia cada vez mais.
O jornal “A Aurora Fluminense” de Evaristo Veiga era o principal porta-voz da oposição e seu líder mais destacado era o deputado mineiro Bernardo Pereira de Vasconcelos.
Ambos defendiam a monarquia constitucional, criticavam a autocracia do Imperador e a distribuição de cargos públicos às pessoas de origem aristocrática (pregavam a conquista desses mesmos cargos por mérito próprio). InfoEscola » História »
domingo, 27 de outubro de 2013
EUA espionaram Merkel por mais de dez anos, diz revistaCelular de chanceler estava em lista de "coleta especial" da NSA desde 2002
Agência Efe
Os Estados Unidos espionaram o celular da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, por mais de dez anos, segundo informou neste sábado (26/10) a revista alemã Der Spiegel. De acordo com a publicação, o presidente Barack Obama disse a Merkel que teria parado a prática se soubesse o que estava acontecendo.
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Der Spiegel, cuja edição será publicada amanhã (27), revela que espionar Merkel já aparece na lista de “coleta especial” da NSA (Agência de Segurança Nacional, na sigla em inglês) em documentos de 2002, três anos antes de ela ser eleita chanceler. A ordem de vigilância à líder alemã seguia em vigência poucas semanas antes da visita de Obama a Berlim, em junho.
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A revista não esclarece se a agência ouvia as conversas de Merkel e lia suas mensagens de texto ou apenas acessava dados de conexão sobre quando, com quem e a partir de onde a chanceler se comunicava.
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De acordo com a documentação da NSA, além de Berlim, os EUA teriam mantido na Alemanha uma base de espionagem em Frankfurt. Sobre o centro da capital, o documento da agência diz que “não é legalmente registrado” e que sua descoberta provocaria “graves danos para as relações entre os EUA e outros países”.
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A publicação acrescenta que, em 2010, os Estados Unidos contavam com cerca de 80 centros de espionagem ao redor do mundo, 19 dos quais em cidades como Madri, Berlim, Paris, Roma, Praga e Genebra.
Desculpas
Obama se desculpou com Merkel quando ela telefonou para ele na última quarta (23) cobrando explicações sobre a suspeita de que tinha sido espionada, baseada em documentos vazados pelo ex-analista da CIA Edward Snowden.
O presidente norte-americano teria dito também que não sabia que a chanceler estava sendo espionada. Tanto o porta-voz de Merkel quanto a da Casa Branca se recusaram a comentar o ocorrido.
“Não vamos comentar os detalhes sobre nossas discussões diplomáticas”, afirmou Caitlin Hayden, uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional na Casa Branca.
A Alemanha deve enviar chefes da inteligência a Washington na próxima semana para tentar obter respostas sobre as alegações de que Merkel teria sido espionada. Na quinta (24), diplomatas alemães e brasileiros se reuniram em Nova York para discutir a espionagem dos EUA. Eles desejam que a ONU vote resolução por privacidade na internet ainda esse ano. http://operamundi.uol.com.br/
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Calote nos EUA emperraria recuperação da economia mundial, diz Mantega
MARIANA SCHREIBER
DE BRASÍLIA
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta quarta-feira que acredita numa solução intermediária para o problema do limite de endividamento dos Estados Unidos.
Segundo ele, se a capacidade do governo americano de contrair dívida não for elevada, haverá muitos prejuízos à economia global que poderão emperrar o atual processo de recuperação da atividade mundial.
Sua expectativa é que os políticos americanos cheguem a algum entendimento.
"Certamente, não exatamente o que o governo americano gostaria, mas alguma coisa intermediária, algum fôlego intermediário, que eles vão continuar empurrando essa questão por algum tempo", observou ao entrar no Ministério da Fazenda.
Caso o aumento do limite de endividamento dos EUA não seja elevado, o país não terá como rolar seus empréstimos, o que resultaria em calote.
"Se de fato o Senado americano conseguir prorrogar ou aumentar o limite da dívida, será um alívio para todo mundo. A economia mundial está numa fase de recuperação, estamos indo até razoavelmente bem, e uma medida dessa natureza [um calote dos EUA] poderia emperrar esse processo de recuperação", acrescentou Mantega.
Segundo o ministro, o problema da dívida americana cria uma insegurança nos mercados, atrapalhando os negócios de modo geral. Um exemplo disso, destacou, é a maior dificuldade das empresas em emitir bônus para captar recursos no mercado financeiro.
"Imagino que para algumas empresas privadas, [a incerteza] possa ter prejudicado, porque o mercado fica um pouco nervoso", afirmou, quando questionado sobre os impactos da questão no Brasil.
DÓLAR
Mantega disse ainda que a recente queda do dólar "é um testemunho de confiança" dos mercados no Brasil, "porque significa que estão entrando recursos" no país.
Ele voltou a afirmar que a cotação da moeda americana é flutuante. "O dólar é flutuante no Brasil, então nós temos que admitir que ele flutue tanto para cima quanto para baixo", disse. http://www1.folha.uol.com.br/
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Dilma diz que não pode se preocupar com oscilações do cenário eleitoral
A presidente Dilma Rousseff fala durante coletiva de imprensa recebendo Horacio Cartes, presidente do Paraguai, ao fim de setembro, no Palácio do Planalto, em Brasília. Nesta sexta-feira a presidente afirmou que não pode se preocupar com oscilações do cenário eleitoral. 30/09/2013 REUTERS/Ueslei Marcelino
11 Out (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que não pode ficar preocupada com as oscilações do processo eleitoral, pois tem um mandato a cumprir, ao ser questionada sobre a mudança do cenário para a eleição presidencial de 2014 com a aliança entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva.
"A mim, atualmente, o que tem de me interessar e ser a prioridade na minha vida é exercer (o mandato), sem a menor condicionante ou nenhum adversativo... eu tenho de exercer isso 24 horas por dia", disse Dilma em entrevista a rádios gaúchas, durante visita ao Rio Grande do Sul para cerimônias de formatura de alunos do Pronatec e de inauguração de unidades de educação infantil.
Dilma acrescentou que não pode ficar preocupada com "oscilações conjunturais, que são naturais num processo eleitoral, que todos nós sabemos como vão e voltam". Ela citou compromissos recentes de sua agenda, como as negociações com a Rússia em busca da libertação de uma brasileira detida no país, para ilustrar os compromissos do mandato.
Campos e Marina anunciaram uma aliança no sábado, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, partido que ela tentava criar com vistas às eleições do ano que vem. Pelo acordo, Marina se filiou ao PSB, que abrigou integrantes da Rede dentro da legenda.
Embora Marina tenha afirmado que ao fechar a parceria com o PSB sabia que a candidatura presidencial do governador pernambucano já "está posta", Campos tem dito que uma decisão sobre o nome do partido para disputar o Palácio do Planalto será tomada em 2014. Recentemente o PSB deixou o governo Dilma para abrir espaço para uma candidatura própria no ano que vem.
Dilma já afirmou algumas vezes que não tem interesse em antecipar a discussão eleitoral de 2014, dizendo que os adversários que desejam vencê-la na disputa presidencial é que devem se preocupar com a campanha.
A presidente lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência, à frente de Marina, que aparece em segundo lugar, e do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que é o terceiro. Campos é apenas o quarto colocado.
A aliança entre Marina, que foi ministra do Meio Ambiente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Campos, também um ex-ministro de Lula, no entanto, muda o cenário e seu impacto ainda é incerto, pois não foi medido por nenhum levantamento.
Em resposta a uma segunda pergunta sobre o eventual impacto da aliança Campos-Marina na disputa do ano que vem, Dilma reiterou que está concentrada em cuidar do governo, e que essa é a sua estratégia desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2011.
"A minha principal estratégia nos meus quatro anos é cuidar do governo. Eu tenho não só obrigação moral, eu tenho obrigação política, obrigação ética e obrigação com o meu povo", afirmou.
"Se eu ficar pensando na próxima eleição, eu acordo de manhã pensando na próxima eleição, almoço pensando na próxima eleição, janto pensando na próxima eleição, eu não governo. Eu não tenho de pensar na próxima eleição", acrescentou.
A presidente, no entanto, reconheceu que conversou "sobre tudo" com Lula, um de seus principais conselheiros políticos, durante encontro no Palácio do Alvorada, na quinta-feira.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
Golpe Militar de 1964
Por Thais Pacievitch
O Governo estadunidense tornou públicos, em 31 de março de 2004, documentos da política dos Estados Unidos e das operações da CIA que, ao ajudar os militares brasileiros, conduziram à deposição do presidente João Goulart, no dia 1º de abril de 1964. O governo americano e os militares brasileiros viam em João Goulart alguém perigoso porque, além de simpatizar com o regime Castrista de Cuba, mantinha uma política exterior independente de Washington, e tinha nacionalizado uma subsidiaria da ITT (eumpresa norteamericana). Além disso, Goulart tinha nacionalizado, no início de 1964, o petróleo, bem como a terra ociosa nas mãos de grandes latifundiários, e aprovado uma lei que limitava a quantidade de benefícios que as multinacionais poderiam retirar do país. Outro motivo foi o Brasil ser o maior exportador de suco de laranja do mundo, fato que punha em risco a indústria norte-americana deste setor, situada no estado da Flórida.
Em 1964, o comício organizado por Leonel Brizola e João Goulart, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, serviu como estopim para o golpe. Neste comício eram anunciadas as reformas que mudariam o Brasil, tais como um plebiscito pela convocação de uma nova constituinte, reforma agrária e a nacionalização de refinarias estrangeiras.
Foi neste cenário que, depois de um encontro com trabalhadores, em 1964, João Goulart (eleito à época, democraticamente, pelo Partido Trabalhista Brasileiro – PTB) foi deposto e teve de fugir para o Rio Grande do Sul e, em seguida, para o Uruguai. Desta maneira, o Chefe Maior do Exército, o General Humberto Castelo Branco, tornou-se presidente do Brasil.
As principais cidades brasileiras foram tomadas por soldados armados, tanques, jipes, etc. Os militares incendiaram a Sede, situada no Rio de Janeiro, da União Nacional dos Estudantes (UNE). As associações que apoiavam João Goulart foram tomadas pelos soldados, dentre elas podemos citar: sedes de partidos políticos e sindicatos de diversas categorias.
O golpe militar de 1964 foi amplamente apoiado à época e um pouco antes por jornais como O Globo, Jornal do Brasil e Diário de notícias. Um dos motivos que conduziram ao golpe foi uma campanha, organizada pelos meios de comunicação, para convencer as pessoas de que Jango levaria o Brasil a um tipo de governo semelhante ao adotado por países como China e Cuba, ou seja, comunista, algo inadmissível naquele tempo, quando se dizia que o que era bom para os Estados Unidos era bom para o Brasil.
Em 1965, as liberdades civis foram reduzidas, o poder do governo aumentou e foi concedida ao Congresso a tarefa de designar o presidente e o vice-presidente da república. InfoEscola
G20 diz que EUA têm de agir sobre as incertezas fiscais--comunicado
Por Anna Yukhananov e Louise Egan
WASHINGTON, 11 Out (Reuters) - Autoridades das Finanças do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, pressionaram os Estados Unidos nesta sexta-feira para evitarem um default potencialmente devastador e prometeram proceder com cuidado quando chegar a hora de normalizar a política monetária.
De acordo com o comunicado emitido no final da reunião do grupo dos ministros das Finanças e banqueiros centrais, os Estados Unidos "precisam tomar medidas urgentes para enfrentar as incertezas fiscais de curto prazo."
O governo federal dos EUA está parcialmente paralisado desde 1º de outubro em meio a um impasse orçamentário entre republicanos do Congresso e a Casa Branca. Republicanos também têm se recusado a elevar o teto da dívida norte-americana, o que pode causar um default e lançar os mercados globais no caos.
Autoridades de todo o mundo alertaram que um fracasso do Congresso em aumentar o limite de endividamento causará estragos na economia global.
O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, caracterizou a referência como "um desejo geral para uma solução rápida do problema".
O presidente dos EUA, Barack Obama, e líderes republicanos negociam para acabar com impasse fiscal, mas ainda esbarram em detalhes. Resolver o impasse é crucial para a economia mundial, que, segundo o G20, está mostrando sinais de melhora, mas ainda enfrenta "riscos de deterioração".
O grupo sustentou que o ritmo de crescimento é suscetível a cenários mais desafiadores quando os bancos centrais começarem a reduzir os estímulos monetários lançados durante a crise financeira global de 2007-2009.
O G20 se comprometeu a "garantir que futuras mudanças nas configurações monetárias continuarão a ser cuidadosamente calibradas e claramente comunicadas", acrescentando que as fortes oscilações nos fluxos de investimento conti. Os mercados emergentes, que nos últimos anos se expandiram de forma mais rápida que países avançados, continuam a ser um importante motor do crescimento global, informou o G20.
Apesar disso, o foco foi o impasse com a elevação do teto da dívida. O ministro das Finanças russo, em entrevista após a reunião, disse que o secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew, saiu antes do encontro para participar de negociações entre Obama e congressistas republicanos.
"Estamos confiantes que o governo e o Congresso vão chegar a uma solução aceitável para os dois lados", afirmou Siluanov.
(Reportagem da equipe para cobertura do FMI da Reuters)
domingo, 6 de outubro de 2013
Confrontos deixam ao menos 44 mortos no Egito; mais protestos são esperados
Um oficial da polícia dispara balas de borracha contra mebros da Irmandade Muçulmana e apoiadores presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, no Cairo. Cerca de 15 pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas em confrontos durante protestos no Egito neste domingo, disseram fontes de segurança e a TV estatal do país. 6/10/2013. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
Por Yara Bayoumy
CAIRO, (Reuters) - Ao menos 44 pessoas morreram em confrontos durante protestos no Egito neste domingo, disseram fontes do serviço de segurança, depois que apoiadores e opositores ao presidente deposto Mohamad Mursi foram para as ruas em um dos dias mais sangrentos desde que o exército assumiu o poder.
Em um sinal de que mais violência está por vir, um aliança incluindo a Irmandade Muçulmana chamou os egípcios para um protesto a partir de terça-feira e um encontro na praça Tahrir, no Cairo, na sexta-feira, declarando: "Ninguém vai nos deter (na Tahrir) não importa qual seja o sacrifício".
Os confrontos começaram depois que apoiadores e opositores do presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, tomaram as ruas.
Uma agência estatal noticiou que durante os confrontes na província de Qulubiya, na região do Delta do Nilo, as autoridades prenderam 25 membros da Irmandade que carregava 51 granadas.
A Irmandade argumenta que é contra os métodos violentos de outros grupos islamitas. Os ataques de militantes contra a polícia e soldados na Península do Sina têm aumentado fortemente desde que Mursi foi derrubado.
INSURGÊNCIA
Numa cidade a 300 quilômetros ao sul da capital, um membro da Irmandade morreu e ao menos dois outros resultaram feridos, disseram fontes médicas e de segurança.
Autoridades egípcias alertaram no sábado que qualquer um que protestasse contra as Forças Armadas poderia ser visto como um agente de forças estrangeiras.
A Irmandade vinha fazendo protestos seguidas vezes contra as Forças Armadas, depois da derrubada do poder do presidente Mohamed Mursi em julho.
Neste domingo, a tevê estatal mostrou imagens ao vivo de multidões na praça Tahrir e da cidade de Alexandria carregando fotos do chefe militar, general Abdel Fatah el-Sisi, e bandeiras do país.
Segundo testemunhas, forças de segurança dispersaram manifestantes pró-Irmandade em Alexandria com gás lacrimogênio.
Islam Tawfik, um membro da Irmandade e jornalista, disse mais cedo que apoiadores do grupo, que tem diversos integrantes presos desde a derrubada de Mursi, estavam determinados a chegar à praça Tahrir. Continuação...
Os mortos sofreram, em sua maioria no Cairo, ferimentos a bala, afirmaram fontes de segurança. Outra fonte da segurança disse que 13 pessoas morreram na área próxima à estação de trem Ramses.
O ministério do Interior descreveu os confrontes como uma tentativa da Irmandade Muçulmana de "arruinar as celebrações e provocar atritos com as pessoas".
Em comunicado, o ministério disse que 423 pessoas foram presas. A agência de notícias estatal noticiou que 44 pessoas foram mortas e que é grande o número de feridos.
Os seguidores da Irmandade Muçulmana se manifestaram no Cairo e em outras cidades pedindo a queda do chefe do Exército que derrubou Mursi.
Os militares acusam frequentemente a Irmandade de incitar a violência durante os protestos, mas o grupo nega as acusações. 1 de 1Versão na íntegra
"Os nossos que estão nas ruas hoje querem celebrar o Exército que costumava apontar as armas contra o inimigo e não seu povo", disse Tawfik à Reuters. Partidários das Forças Armadas reuniram-se na praça Tahrir para celebrar o aniversário de um ataque a forças israelenses em 1973.
"Nós queremos entrar na Tahrir e Rabaa (local de protestos e acampamento da Irmandade Muçulmana) porque não estão reservadas àqueles que apoiam o golpe", afirmou.
A Irmandade acusa os militares de liderarem um golpe e sabotarem a democracia egípcia com a remoção de Mursi, o primeiro presidente eleito livremente no país, preso após ser derrubado da Presidência.
No dia 14 de agosto, autoridades egípcias atacaram dois acampamentos pró-Mursi no Cairo, deixando centenas de mortos, para depois declarar Estado de emergência e impor um toque de recolher.
Autoridades egípcias reforçaram a segurança no país após confrontos terem deixado ao menos quatro mortos na sexta-feira, quando partidários de Mursi realizavam as demonstrações mais intensas desde que seus acampamentos foram arrasados.
Por Yara Bayoumy
CAIRO, (Reuters) - Ao menos 44 pessoas morreram em confrontos durante protestos no Egito neste domingo, disseram fontes do serviço de segurança, depois que apoiadores e opositores ao presidente deposto Mohamad Mursi foram para as ruas em um dos dias mais sangrentos desde que o exército assumiu o poder.
Em um sinal de que mais violência está por vir, um aliança incluindo a Irmandade Muçulmana chamou os egípcios para um protesto a partir de terça-feira e um encontro na praça Tahrir, no Cairo, na sexta-feira, declarando: "Ninguém vai nos deter (na Tahrir) não importa qual seja o sacrifício".
Os confrontos começaram depois que apoiadores e opositores do presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, tomaram as ruas.
Uma agência estatal noticiou que durante os confrontes na província de Qulubiya, na região do Delta do Nilo, as autoridades prenderam 25 membros da Irmandade que carregava 51 granadas.
A Irmandade argumenta que é contra os métodos violentos de outros grupos islamitas. Os ataques de militantes contra a polícia e soldados na Península do Sina têm aumentado fortemente desde que Mursi foi derrubado.
INSURGÊNCIA
Numa cidade a 300 quilômetros ao sul da capital, um membro da Irmandade morreu e ao menos dois outros resultaram feridos, disseram fontes médicas e de segurança.
Autoridades egípcias alertaram no sábado que qualquer um que protestasse contra as Forças Armadas poderia ser visto como um agente de forças estrangeiras.
A Irmandade vinha fazendo protestos seguidas vezes contra as Forças Armadas, depois da derrubada do poder do presidente Mohamed Mursi em julho.
Neste domingo, a tevê estatal mostrou imagens ao vivo de multidões na praça Tahrir e da cidade de Alexandria carregando fotos do chefe militar, general Abdel Fatah el-Sisi, e bandeiras do país.
Segundo testemunhas, forças de segurança dispersaram manifestantes pró-Irmandade em Alexandria com gás lacrimogênio.
Islam Tawfik, um membro da Irmandade e jornalista, disse mais cedo que apoiadores do grupo, que tem diversos integrantes presos desde a derrubada de Mursi, estavam determinados a chegar à praça Tahrir. Continuação...
Os mortos sofreram, em sua maioria no Cairo, ferimentos a bala, afirmaram fontes de segurança. Outra fonte da segurança disse que 13 pessoas morreram na área próxima à estação de trem Ramses.
O ministério do Interior descreveu os confrontes como uma tentativa da Irmandade Muçulmana de "arruinar as celebrações e provocar atritos com as pessoas".
Em comunicado, o ministério disse que 423 pessoas foram presas. A agência de notícias estatal noticiou que 44 pessoas foram mortas e que é grande o número de feridos.
Os seguidores da Irmandade Muçulmana se manifestaram no Cairo e em outras cidades pedindo a queda do chefe do Exército que derrubou Mursi.
Os militares acusam frequentemente a Irmandade de incitar a violência durante os protestos, mas o grupo nega as acusações. 1 de 1Versão na íntegra
"Os nossos que estão nas ruas hoje querem celebrar o Exército que costumava apontar as armas contra o inimigo e não seu povo", disse Tawfik à Reuters. Partidários das Forças Armadas reuniram-se na praça Tahrir para celebrar o aniversário de um ataque a forças israelenses em 1973.
"Nós queremos entrar na Tahrir e Rabaa (local de protestos e acampamento da Irmandade Muçulmana) porque não estão reservadas àqueles que apoiam o golpe", afirmou.
A Irmandade acusa os militares de liderarem um golpe e sabotarem a democracia egípcia com a remoção de Mursi, o primeiro presidente eleito livremente no país, preso após ser derrubado da Presidência.
No dia 14 de agosto, autoridades egípcias atacaram dois acampamentos pró-Mursi no Cairo, deixando centenas de mortos, para depois declarar Estado de emergência e impor um toque de recolher.
Autoridades egípcias reforçaram a segurança no país após confrontos terem deixado ao menos quatro mortos na sexta-feira, quando partidários de Mursi realizavam as demonstrações mais intensas desde que seus acampamentos foram arrasados.
Guerrilha do Araguaia
Tropas do Exército Brasileiro no Araguaia (década de 1970)
Da esq. p/ dir. em sentido horário:
João Amazonas, Elza Monnerat, Ângelo Arroyo e Maurício Grabois, comandantes da guerrilha.
No mapa, em amarelo, a região do Araguaia. No círculo, a área de enfrentamento entre guerrilha e exército (1972-74)
Guerrilha do Araguaia
Por Fernando Rebouças
A Guerrilha do Araguaia era composta por um grupo de esquerda que tentaram se opor à ditadura militar existente no Brasil, a partir dos anos 60.
Essa guerrilha ocorreu no início da década de 70, e aconteceu nas proximidades do rio Araguaia, entre os estados do Pará, Maranhão e Tocantins (na época, parte de Góias). A “Guerrilha do Araguaia” foi organizada pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B).
O partido tinha o objetivo de obter apoio popular e enfrentar a ditadura a partir das zonas rurais, dominar o Estado e organizar uma revolução. Antes da luta armada, o partido tentou uma ação democrática contra a ditadura.
A decisão de atuar por meio das armas viria depois da decretação do AI-5 e do endurecimento do regime militar. Outros partidos também tentaram seguir pelas armas no meio rural e urbano. O PC do B manteve-se somente no campo, seguindo como exemplo o sucesso conquistado pelos guerrilheiros cubanos e chineses.
O PC do B tinha a perspectiva de desequilibrar a ditadura por meio da luta armada, perante o endurecimento da ditadura, o partido enviou grande parte de seus membros à região do Araguaia. A guerrilha foi estrutura a partir da Comissão Militar, responsável pela coordenação de três agrupamentos menores, cada agrupamento era composto por cerca de 21 militantes.
A guerrilha seguia uma estrutura rígida e organizada. Acredita-se, historicamente, que a guerrilha teria sido descoberta antes de qualquer conflito, através de informações delatadas por um integrante do partido. Em abril de 1972, o Exército brasileiro avançou até a região em busca de guerrilheiros que viviam entre os civis.
Cerca de setenta militantes do partido viviam na região, exerciam tarefas profissionais de agricultor, farmacêutico, professor e comerciante. Aparentemente, disfarçados em suas atividades, ninguém transparecia postura política.
A guerrilha resistiu por quase dois anos às investidas do Exército, que encerrou o conflito na região do Araguaia, em dezembro de 1973, depois da aniquilação da Comissão Militar.
Além de sua base rural desmantelada, o PC do B também desmantelou-se nas áreas urbanas, não conseguindo manter comunicação entre as suas bases. O Exército ao perseguir e agir contra os guerrilheiros, investiu violentamente contra os moradores da região, num clima de caça aos comunistas.
Estima-se que o conflito tenha deixado 76 mortos, referentes à partidários e recrutados da região. Na época, a guerrilha não foi abertamente noticiada na imprensa local e nacional, mantida em sigilo pela dura censura da época. O governo só noticiaria o fato, pela sua própria voz, depois de findado o conflito. InfoEscola!
Carlos Lamarca: vilão ou herói?
Os corpos de Lamarca e Zequinha Barreto no chão da base aérea de Salvador após a morte em Pintada, interior da Bahia.
A figura de Lamarca gerou controversos debates históricos, por se tratar de um dos principais combatentes armados à ditadura civil-militar.
Imagem de manual de contra insurgência, retirado do site da Biblioteca JFK. Orientações eram usadas contra as guerrilhas, como as criadas por Lamarca*
Imagem de manual de contra insurgência, retirado do site da Biblioteca JFK. Orientações eram usadas contra as guerrilhas, como as criadas por Lamarca*
O debate em torno da figura de Carlos Lamarca é representativo das posições políticas assumidas frente ao acirramento dos conflitos sociais pelos quais passaram o Brasil entre o final da década de 1950 até o início do século XXI. Para algumas correntes políticas, Lamarca foi um herói que lutou pela restauração da democracia no Brasil; para outros, um traidor do exército brasileiro e vilão responsável por algumas mortes durante a luta contra o regime.
Para além de criar heróis ou vilões, cumpre à historiografia apresentar os fatos da vida dos personagens históricos e inseri-los nos contextos sociais nos quais atuaram. No caso de Carlos Lamarca, o contexto de sua atuação foi a ditadura civil-militar ocorrida no Brasil entre 1964 e 1985, em que uma variedade de grupos políticos resolveram adotar a estratégia da luta armada para enfrentar a ditadura.
Filho de pai sapateiro e mãe dona de casa, Lamarca nasceu no Rio de Janeiro em 1937, adentrando na Escola Preparatória de Cadetes de Porto Alegre em 1955. Participou das Forças de Paz da ONU, servindo no Batalhão Suez, na região de Gaza, Palestina, em 1962. Essa experiência marcou sua vida, pois segundo seus biógrafos, foi no Oriente Médio que as questões decorrentes da injustiça social sensibilizaram o jovem oficial. Quando eclodiu o golpe em 1964, Lamarca servia à 6ª Companhia de Polícia do Exército, em Porto Alegre. Em 1965, pediu transferência para Osasco, após facilitar a fuga de um brizolista que estava sob sua responsabilidade. Em 1967, foi promovido a capitão do exército, sendo que em 1969 organizou a ação para sua deserção do exército, que constaria do assalto de armamentos do quartel de Quitaúna. Descoberto antes da ação, Lamarca conseguiu obter apenas alguns fuzis e submetralhadoras, que utilizou na formação da Vanguarda Popular Revolucionária (VAR).
Foi na VAR que Lamarca e seus companheiros passaram a realizar ações contra o regime civil-militar, que constou no sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher, em 1970, além de vários assaltos a bancos para financiar as ações do grupo armado e de ações características de guerrilha rural no Vale do Ribeira, no litoral sul do estado de São Paulo. Os assaltos a bancos e as ações da guerrilha resultaram em mortes de policiais e membros do exército que os perseguiam.
Nesse sentido, o fato que ganhou maior notoriedade foi a execução do tenente da polícia militar de São Paulo, Alberto Mendes Júnior, de 22 anos, que compunha uma força de segurança que os cercou nas matas paulistas. O tenente se rendeu em troca de companheiros feridos, que estavam aprisionados pelos guerrilheiros. Entretanto, dois membros do VAR sumiram durante os deslocamentos pela mata, surgindo a suspeita que haviam sido mortos pelas forças policiais. Frente a essa situação, Lamarca e os demais guerrilheiros decidiram formar um “tribunal revolucionário”, que julgou o jovem tenente responsável pelas mortes, decretando seu fuzilamento. Apesar da sentença, os guerrilheiros decidiram executá-lo com golpes na cabeça, com a coronha de um fuzil, para evitar o barulho dos tiros. A brutalidade da morte, posteriormente descoberta, serviu para intensificar a campanha contra Lamarca e os guerrilheiros em geral.
Lamarca e seus companheiros conseguiram fugir, participando posteriormente de dois outros grupos guerrilheiros, o VAR-Palmares e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Foi em ações desse último grupo, no interior da Bahia, que Lamarca foi denunciado e cercado por forças do exército da Operação Pajussara, sendo morto a tiros, em 1971.
A figura de Lamarca gerou controvérsias justamente por ter sido um dos principais combatentes de guerrilhas de esquerda a lutar contra o regime civil-militar. Terrorista ou herói, essa dicotomia apenas será superada com a abertura irrestrita dos documentos oficiais das Forças Armadas e do Estado Brasileiro, produzidos durante a ditadura civil-militar, criando as bases para uma análise histórica menos vinculada a interesses políticos pessoais.
* Créditos da imagem: Biblioteca e Museu presidencial John. F. Kennedy.
Por Tales Pinto
Graduado em História
http://www.brasilescola.com/
A figura de Lamarca gerou controversos debates históricos, por se tratar de um dos principais combatentes armados à ditadura civil-militar.
Imagem de manual de contra insurgência, retirado do site da Biblioteca JFK. Orientações eram usadas contra as guerrilhas, como as criadas por Lamarca*
Imagem de manual de contra insurgência, retirado do site da Biblioteca JFK. Orientações eram usadas contra as guerrilhas, como as criadas por Lamarca*
O debate em torno da figura de Carlos Lamarca é representativo das posições políticas assumidas frente ao acirramento dos conflitos sociais pelos quais passaram o Brasil entre o final da década de 1950 até o início do século XXI. Para algumas correntes políticas, Lamarca foi um herói que lutou pela restauração da democracia no Brasil; para outros, um traidor do exército brasileiro e vilão responsável por algumas mortes durante a luta contra o regime.
Para além de criar heróis ou vilões, cumpre à historiografia apresentar os fatos da vida dos personagens históricos e inseri-los nos contextos sociais nos quais atuaram. No caso de Carlos Lamarca, o contexto de sua atuação foi a ditadura civil-militar ocorrida no Brasil entre 1964 e 1985, em que uma variedade de grupos políticos resolveram adotar a estratégia da luta armada para enfrentar a ditadura.
Filho de pai sapateiro e mãe dona de casa, Lamarca nasceu no Rio de Janeiro em 1937, adentrando na Escola Preparatória de Cadetes de Porto Alegre em 1955. Participou das Forças de Paz da ONU, servindo no Batalhão Suez, na região de Gaza, Palestina, em 1962. Essa experiência marcou sua vida, pois segundo seus biógrafos, foi no Oriente Médio que as questões decorrentes da injustiça social sensibilizaram o jovem oficial. Quando eclodiu o golpe em 1964, Lamarca servia à 6ª Companhia de Polícia do Exército, em Porto Alegre. Em 1965, pediu transferência para Osasco, após facilitar a fuga de um brizolista que estava sob sua responsabilidade. Em 1967, foi promovido a capitão do exército, sendo que em 1969 organizou a ação para sua deserção do exército, que constaria do assalto de armamentos do quartel de Quitaúna. Descoberto antes da ação, Lamarca conseguiu obter apenas alguns fuzis e submetralhadoras, que utilizou na formação da Vanguarda Popular Revolucionária (VAR).
Foi na VAR que Lamarca e seus companheiros passaram a realizar ações contra o regime civil-militar, que constou no sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher, em 1970, além de vários assaltos a bancos para financiar as ações do grupo armado e de ações características de guerrilha rural no Vale do Ribeira, no litoral sul do estado de São Paulo. Os assaltos a bancos e as ações da guerrilha resultaram em mortes de policiais e membros do exército que os perseguiam.
Nesse sentido, o fato que ganhou maior notoriedade foi a execução do tenente da polícia militar de São Paulo, Alberto Mendes Júnior, de 22 anos, que compunha uma força de segurança que os cercou nas matas paulistas. O tenente se rendeu em troca de companheiros feridos, que estavam aprisionados pelos guerrilheiros. Entretanto, dois membros do VAR sumiram durante os deslocamentos pela mata, surgindo a suspeita que haviam sido mortos pelas forças policiais. Frente a essa situação, Lamarca e os demais guerrilheiros decidiram formar um “tribunal revolucionário”, que julgou o jovem tenente responsável pelas mortes, decretando seu fuzilamento. Apesar da sentença, os guerrilheiros decidiram executá-lo com golpes na cabeça, com a coronha de um fuzil, para evitar o barulho dos tiros. A brutalidade da morte, posteriormente descoberta, serviu para intensificar a campanha contra Lamarca e os guerrilheiros em geral.
Lamarca e seus companheiros conseguiram fugir, participando posteriormente de dois outros grupos guerrilheiros, o VAR-Palmares e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Foi em ações desse último grupo, no interior da Bahia, que Lamarca foi denunciado e cercado por forças do exército da Operação Pajussara, sendo morto a tiros, em 1971.
A figura de Lamarca gerou controvérsias justamente por ter sido um dos principais combatentes de guerrilhas de esquerda a lutar contra o regime civil-militar. Terrorista ou herói, essa dicotomia apenas será superada com a abertura irrestrita dos documentos oficiais das Forças Armadas e do Estado Brasileiro, produzidos durante a ditadura civil-militar, criando as bases para uma análise histórica menos vinculada a interesses políticos pessoais.
* Créditos da imagem: Biblioteca e Museu presidencial John. F. Kennedy.
Por Tales Pinto
Graduado em História
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Caso Watergate
O Caso Watergate foi um dos maiores escândalos políticos da história norte-americana.
O Complexo Watergate
Richard Nixon deixa a Casa Branca em consequência do Caso Watergate.
O caso Watergate foi o escândalo político ocorrido na década de 1970 nos Estados Unidos que, ao vir à tona, acabou por culminar com a renúncia do presidente americano Richard Nixon eleito pelo partido republicano. "Watergate" de certo modo tornou-se um caso paradigmático de corrupção.
Em 18 de Junho de 1972, o jornal Washington Post noticiava na primeira página o assalto do dia anterior à sede do Comitê Nacional Democrata, no Complexo Watergate, na capital dos Estados Unidos. Durante a campanha eleitoral, cinco pessoas foram detidas quando tentavam fotografar documentos e instalar aparelhos de escuta no escritório do Partido Democrata.
Bob Woodward e Carl Bernstein, dois repórteres do Washington Post, começaram a investigar o então já chamado caso Watergate. Durante muitos meses, os dois repórteres estabeleceram as ligações entre a Casa Branca e o assalto ao edifício de Watergate. Eles foram informados por uma pessoa conhecida apenas por Garganta profunda (Deep Throat) que revelou que o presidente sabia das operações ilegais.
Richard Nixon foi eleito presidente em 1968, sucedendo a Lyndon Johnson, tornando-se o terceiro presidente dos Estados Unidos a ter de lidar com a Guerra do Vietnã. Nixon voltou a candidatar-se em 1972, tendo como opositor o senador democrata George McGovern, e obteve uma vitória esmagadora, ganhando em 48 dos 50 estados. McGovern venceu apenas em Massachusetts e em Washington.
Foi durante essa campanha de 1972 que se verificou o incidente na sede do Comitê Nacional Democrático. Durante a investigação oficial que se seguiu, foram apreendidas fitas gravadas que demonstravam que o presidente tinha conhecimento das operações ilegais contra a oposição. Em 9 de Agosto de 1974, quando várias provas já ligavam os atos de espionagem ao Partido Republicano, Nixon renunciou à presidência. Foi substituído pelo vice Gerald Ford, que assinou uma anistia, retirando-lhe as devidas responsabilidades legais perante qualquer infração que tivesse cometido.
Por muitos anos a identidade de "Garganta Profunda" foi desconhecida, até que a 31 de Maio de 2005 o ex-vice-presidente do FBI, W. Mark Felt, revelou que era o Garganta. Bob Woodward e Carl Bernstein confirmaram o fato.
No dia 9 de agosto de 1974, Richard Nixon foi o primeiro governante estadunidense que anunciou a sua renúncia ao cargo de presidente da nação. Buscando findar as agitações do momento, o novo presidente Gerald Ford concedeu o perdão oficial para que o julgamento de Nixon fosse interrompido. Por fim, somente os assessores do ex-presidente – John Mitchell, HR Haldeman e John Ehrlichman – foram condenados pelo envolvimento em Watergate.
A partir desse episódio, a opinião pública norte-americana abandonou o antigo olhar de reverência e distinção reservado ao presidente. Os deslizes dessa importante figura pública não poderiam se colocar acima das leis que organizavam a vida política dos Estados Unidos. Nos anos seguintes de sua vida, Nixon evitou qualquer especulação relacionada ao seu patrimônio financeiro. Sempre que convidado a fazer algum discurso ou palestra recusava o pagamento de cachê.
Richard Nixon passou seus últimos dias vivendo em Nova York, onde vivia uma rotina discreta alternada por caminhadas noturnas, frequentes visitas às bibliotecas e a produção de textos. Em abril de 1994, Nixon não suportou os efeitos de um derrame cerebral que determinaram seu falecimento aos oitenta e um anos de idade.
Adaptação ao cinema
A carta de renúncia de Nixon
O Caso Watergate foi retratado ainda em forma cinematográfica no filme "Todos os Homens do Presidente" tendo como protagonistas os atores Robert Redford e Dustin Hoffman representando Bob Woodward e Carl Bernstein respectivamente. O filme foi dirigido por Alan J. Pakula e ganhou 4 Oscar, nas seguintes categorias: Melhor Ator Coadjuvante (Jason Robards), Melhor Direção de Arte, Melhor Som e Melhor Roteiro Adaptado. Foi ainda indicado em outras 4 categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante (Jane Alexander) e Melhor Edição.
Na comédia Dick de 1999 (que no Brasil recebeu o título de Todas as Garotas do Presidente), Garganta profunda seriam duas estudantes: Arlene Lorenzo (Michelle Williams) e Betsy Jobs (Kirsten Dunst) que ,em uma de suas saídas noturnas, acabaram descobrindo sobre o caso Watergate. Ao descobrirem sobre o caso, Nixon resolve contratá-las para serem acompanhantes oficiais do cão presidencial. Mas ao descobrirem a destruição dos documentos sobre Watergate, Richard Nixon resolve promovê-las a "Conselheiras Oficiais da Presidência". Quando vêem as coisas apertarem ainda mais, resolvem chamar os dois jornalistas do Washington Post. Segundo os críticos, este filme é uma das melhores paródias do filme Todos os Homens do Presidente.
Em Nixon, filme realizado por Oliver Stone, com interpretações de: Anthony Hopkins (no papel de Richard M. Nixon), Joan Allen e Ed Harris, este caso é também retratado.
Em 2008, o filme Frost/Nixon, de Ron Howard, retratou uma série de entrevistas pós-Watergate dadas por Nixon em 1977 para o jornalista britânico David Frost, interpretado por Michael Sheen. Neste filme, Frank Langella recebeu uma indicação para o Oscar de melhor ator interpretando Nixo
sábado, 5 de outubro de 2013
Especialistas divergem sobre autenticidade de novo Da Vinci
DE SÃO PAULO
Uma suposta pintura de Leonardo Da Vinci, o retrato da marquesa italiana Isabella d'Este, de Mântua, foi descoberta no porão de uma casa na Suíça. A tela permaneceu 500 anos em anonimato.
D'Este é a mesma personagem que aparece em desenhos de Da Vinci hoje no Louvre, em Paris, e num museu em Oxford, no Reino Unido.
Reprodução/Corriero della Sera
Retrato da marquesa Isabella d'Este que foi atribuído a Leonardo Da Vinci
Retrato da marquesa Isabella d'Este que foi atribuído a Leonardo Da Vinci
Segundo especialistas, o retrato tem semelhanças com o método de composição usado pelo mestre na "Mona Lisa", o que a torna uma peça- chave na história da arte.
Mas estudiosos divergem sobre a autenticidade do quadro. Enquanto Carlo Pedretti, considerado a maior autoridade em Da Vinci no mundo, atesta sua legitimidade, o britânico Martin Kemp disse à Folha que a existência da pintura contradiz documentos históricos. Segundo Kemp, Da Vinci não pintava sobre tela nessa época e cartas que trocou com Isabella d'Este indicam que a pintura nunca foi feita. (SILAS MARTÍ)
http://www1.folha.uol.com.br
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Brasil deve anunciar grande descoberta de petróleo em semanas
Por Jeb Blount
RIO DE JANEIRO,(Reuters) - Autoridades brasileiras pretendem anunciar a descoberta de uma gigantesca reserva de petróleo no mar, situada perto do Estado de Sergipe, nas próximas semanas, no que poderia ser a maior do país fora da grande região do "pré-sal", informou o governo estadual.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vai "anunciar oficialmente a descoberta" durante uma visita à capital do Estado, Aracaju, disse à Reuters um porta-voz do governador em exercício, Jackson Barreto, nesta quinta-feira.
Uma campanha exploratória na costa de Sergipe mostra que uma área controlada pela Petrobras e um parceiro indiano possivelmente possui mais de 1 bilhão de barris de petróleo, disseram à Reuters fontes do governo e da indústria, em reportagem publicada no dia 26 de setembro.
Esse volume é mais do que suficiente para suprir todas as necessidades de petróleo dos Estados Unidos, o maior consumidor de petróleo do mundo, por quase dois meses.
"Lobão aceitou o convite do governador para viajar para Aracaju no dia 23 de outubro" disse o governo de Sergipe em um comunicado. "Naquele dia, de acordo com o governador, a maior descoberta de petróleo em 2013 será anunciada oficialmente."
O Ministério de Minas e Energia do Brasil confirmou que Lobão está com viagem programada para ir para Aracaju em 23 de outubro. A pasta se recusou a informar a razão para a sua viagem.
A Petrobras se recusou a confirmar o tamanho da descoberta. Mas a presidente-executiva da estatal, Maria das Graças Foster, chamou de "uma bela descoberta" em uma entrevista coletiva em 27 de setembro.
Ela disse que a empresa planeja produzir pelo menos 100 mil barris por dia a partir de campos offshore de águas profundas em Sergipe, a partir de 2018.
A Petrobras, operadora do SEAL-11, é dona de 60 por cento do bloco, e a indiana IBV detém o restante.
Fontes da indústria e do governo disseram anteriormente à Reuters que o bloco SEAL-11 e as áreas adjacentes podem conter mais de 3 bilhões de barris de petróleo in situ, um termo que inclui recursos irrecuperáveis, bem como o petróleo que pode ser economicamente produzido.
Essa quantidade pode ser suficiente para permitir a produção de cerca de 1 bilhão de barris, de acordo com fontes da indústria brasileira, com base em taxas de recuperação da indústria local.
Barreto está substituindo o governador em Sergipe, Marcelo Deda, que está em licença médica.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
A imperdoável cegueira ideológica de Eric Hobsbawm Faleceu hoje Eric Hobsbawm, aos 95 anos de idade 04/10/2012 - O historiador Eric Hobsbawm
O historiador Eric Hobsbawm
Maior historiador esquerdista de língua inglesa, Eric Hobsbawn, morto na última segunda-feira, aos 95 anos, foi um idiota moral. Essa é a verdade incômoda que os necrológios, publicados em profusão, quase sempre fizeram questão de ignorar. Marxista irredutível, Hobsbawm chegou a defender o indefensável: numa entrevista que chocou leitores, críticos e colegas, alegou que o assassinato de milhões orquestrado por Stalin na União Soviética teria valido a pena se dele tivesse resultado uma "genuína sociedade comunista". Hobsbawn foi de fato um historiador talentoso. Nunca fez doutrinação rasteira em suas obras. Mas o talento de historiador, é forçoso dizer, ficará para sempre manchado pela cegueira com que ele se agarrou a uma posição ideológica insustentável.
Essa posição lança sombras sobre uma de suas obras mais famosas, A Era dos Extremos, livro de 1994 que, depois da trilogia sobre o século XIX composta pelos livros A Era das Revoluções, A Era do Capital e A Era dos Impérios, lançados entre 1962 e 1987, se dedica a investigar a história do século XX – quando Hitler matou milhões em seus campos de concentração e os regimes comunistas empreenderam os seus próprios extermínios. Hobsbawm se abstém de condenar os crimes soviéticos, embora o faça, com toda a ênfase, com relação aos nazistas.
Outro eminente historiador de origem britânica, Tony Judt (1948-2010), professor de história da New York University que fez uma longa resenha do livro de memórias de Hobsbawm, Tempos Interessantes, advertia já em 2008 que o colega ficaria marcado por sua posição política. “Ele pagará um preço: ser lembrado não como ‘o’ historiador, mas como o historiador comunista”, disse em entrevista ao jornal The New York Times. Em texto publicado pela revista The New Criterion, o escritor David Pryce-Jones também apontou o prejuízo da ligação de Hobsbawm com o pensamento marxista. “A devoção ao comunismo destruiu o historiador como um pensador ou um intérprete de fatos.”
O entusiasmo com a revolução bolchevique, aliás, não foi a única fonte de tropeços morais para Hobsbawm. A conflituosa relação com as raízes judaicas – seu sobrenome deriva de Hobsbaum, modificado por um erro de grafia – o levou a apoiar o nacionalismo palestino e, ao mesmo tempo, a negar igual tratamento a Israel.
Biografia – A história pessoal de Hobsbawm ajuda a entender sua adesão ao marxismo. Nascido no ano da Revolução Russa, 1917, em Alexandria, no Egito, ele se mudou na infância para Viena, terra natal materna, onde perdeu ainda adolescente tanto a mãe quanto o pai, um fracassado negociante inglês que permitiu a ele ter desde cedo o passaporte britânico. Criado por parentes em Berlim na época em que Hitler ascendia ao poder, ele viu no comunismo uma contrapartida ao nazismo.
Da Alemanha, Hobsbawn seguiu para a Inglaterra. Durante a guerra, serviu numa unidade de sapadores quase que inteiramente formada por soldados de origem operária - e daí viria, mais que a simpatia, uma espécie de identificação com aquela que, segundo Marx, era a classe revolucionária. Ele estudou em Cambridge, e se filiou ao Partido Comunista, ao qual se aferraria por anos. Nem mesmo após a denúncia das atrocidades stalinistas feita por Nikita Khrushchov em 1956, quando diversos intelectuais romperam com o comunismo, ele deixou o partido.
Hobsbawm só desistiu de defender com unhas e dentes o sistema após a queda do Muro de Berlim, em 1989. “Eu não queria romper com a tradição que era a minha vida e com o que eu pensava quando me envolvi com ela. Ainda acho que era uma grande causa, a causa da emancipação da humanidade. Talvez nós tenhamos ido pelo caminho errado, talvez tenhamos montado o cavalo errado, mas você tem de permanecer na corrida, caso contrário, a vida não vale a pena ser vivida”, disse ele ao The New York Times, em 2003, em uma das poucas declarações em que admitia as falhas do comunismo – porém, sem dar o braço verdadeiramente a torcer.
Maior historiador esquerdista de língua inglesa, Eric Hobsbawn, morto na última segunda-feira, aos 95 anos, foi um idiota moral. Essa é a verdade incômoda que os necrológios, publicados em profusão, quase sempre fizeram questão de ignorar. Marxista irredutível, Hobsbawm chegou a defender o indefensável: numa entrevista que chocou leitores, críticos e colegas, alegou que o assassinato de milhões orquestrado por Stalin na União Soviética teria valido a pena se dele tivesse resultado uma "genuína sociedade comunista". Hobsbawn foi de fato um historiador talentoso. Nunca fez doutrinação rasteira em suas obras. Mas o talento de historiador, é forçoso dizer, ficará para sempre manchado pela cegueira com que ele se agarrou a uma posição ideológica insustentável.
Essa posição lança sombras sobre uma de suas obras mais famosas, A Era dos Extremos, livro de 1994 que, depois da trilogia sobre o século XIX composta pelos livros A Era das Revoluções, A Era do Capital e A Era dos Impérios, lançados entre 1962 e 1987, se dedica a investigar a história do século XX – quando Hitler matou milhões em seus campos de concentração e os regimes comunistas empreenderam os seus próprios extermínios. Hobsbawm se abstém de condenar os crimes soviéticos, embora o faça, com toda a ênfase, com relação aos nazistas.
Outro eminente historiador de origem britânica, Tony Judt (1948-2010), professor de história da New York University que fez uma longa resenha do livro de memórias de Hobsbawm, Tempos Interessantes, advertia já em 2008 que o colega ficaria marcado por sua posição política. “Ele pagará um preço: ser lembrado não como ‘o’ historiador, mas como o historiador comunista”, disse em entrevista ao jornal The New York Times. Em texto publicado pela revista The New Criterion, o escritor David Pryce-Jones também apontou o prejuízo da ligação de Hobsbawm com o pensamento marxista. “A devoção ao comunismo destruiu o historiador como um pensador ou um intérprete de fatos.”
O entusiasmo com a revolução bolchevique, aliás, não foi a única fonte de tropeços morais para Hobsbawm. A conflituosa relação com as raízes judaicas – seu sobrenome deriva de Hobsbaum, modificado por um erro de grafia – o levou a apoiar o nacionalismo palestino e, ao mesmo tempo, a negar igual tratamento a Israel.
Biografia – A história pessoal de Hobsbawm ajuda a entender sua adesão ao marxismo. Nascido no ano da Revolução Russa, 1917, em Alexandria, no Egito, ele se mudou na infância para Viena, terra natal materna, onde perdeu ainda adolescente tanto a mãe quanto o pai, um fracassado negociante inglês que permitiu a ele ter desde cedo o passaporte britânico. Criado por parentes em Berlim na época em que Hitler ascendia ao poder, ele viu no comunismo uma contrapartida ao nazismo.
Da Alemanha, Hobsbawn seguiu para a Inglaterra. Durante a guerra, serviu numa unidade de sapadores quase que inteiramente formada por soldados de origem operária - e daí viria, mais que a simpatia, uma espécie de identificação com aquela que, segundo Marx, era a classe revolucionária. Ele estudou em Cambridge, e se filiou ao Partido Comunista, ao qual se aferraria por anos. Nem mesmo após a denúncia das atrocidades stalinistas feita por Nikita Khrushchov em 1956, quando diversos intelectuais romperam com o comunismo, ele deixou o partido.
Hobsbawm só desistiu de defender com unhas e dentes o sistema após a queda do Muro de Berlim, em 1989. “Eu não queria romper com a tradição que era a minha vida e com o que eu pensava quando me envolvi com ela. Ainda acho que era uma grande causa, a causa da emancipação da humanidade. Talvez nós tenhamos ido pelo caminho errado, talvez tenhamos montado o cavalo errado, mas você tem de permanecer na corrida, caso contrário, a vida não vale a pena ser vivida”, disse ele ao The New York Times, em 2003, em uma das poucas declarações em que admitia as falhas do comunismo – porém, sem dar o braço verdadeiramente a torcer.
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