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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Dilma diz que não pode se preocupar com oscilações do cenário eleitoral


 A presidente Dilma Rousseff fala durante coletiva de imprensa recebendo Horacio Cartes, presidente do Paraguai, ao fim de setembro, no Palácio do Planalto, em Brasília. Nesta sexta-feira a presidente afirmou que não pode se preocupar com oscilações do cenário eleitoral. 30/09/2013 REUTERS/Ueslei Marcelino

11 Out (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que não pode ficar preocupada com as oscilações do processo eleitoral, pois tem um mandato a cumprir, ao ser questionada sobre a mudança do cenário para a eleição presidencial de 2014 com a aliança entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva.

"A mim, atualmente, o que tem de me interessar e ser a prioridade na minha vida é exercer (o mandato), sem a menor condicionante ou nenhum adversativo... eu tenho de exercer isso 24 horas por dia", disse Dilma em entrevista a rádios gaúchas, durante visita ao Rio Grande do Sul para cerimônias de formatura de alunos do Pronatec e de inauguração de unidades de educação infantil.

Dilma acrescentou que não pode ficar preocupada com "oscilações conjunturais, que são naturais num processo eleitoral, que todos nós sabemos como vão e voltam". Ela citou compromissos recentes de sua agenda, como as negociações com a Rússia em busca da libertação de uma brasileira detida no país, para ilustrar os compromissos do mandato.

Campos e Marina anunciaram uma aliança no sábado, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, partido que ela tentava criar com vistas às eleições do ano que vem. Pelo acordo, Marina se filiou ao PSB, que abrigou integrantes da Rede dentro da legenda.

Embora Marina tenha afirmado que ao fechar a parceria com o PSB sabia que a candidatura presidencial do governador pernambucano já "está posta", Campos tem dito que uma decisão sobre o nome do partido para disputar o Palácio do Planalto será tomada em 2014. Recentemente o PSB deixou o governo Dilma para abrir espaço para uma candidatura própria no ano que vem.

Dilma já afirmou algumas vezes que não tem interesse em antecipar a discussão eleitoral de 2014, dizendo que os adversários que desejam vencê-la na disputa presidencial é que devem se preocupar com a campanha.

A presidente lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência, à frente de Marina, que aparece em segundo lugar, e do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que é o terceiro. Campos é apenas o quarto colocado.

A aliança entre Marina, que foi ministra do Meio Ambiente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Campos, também um ex-ministro de Lula, no entanto, muda o cenário e seu impacto ainda é incerto, pois não foi medido por nenhum levantamento.

Em resposta a uma segunda pergunta sobre o eventual impacto da aliança Campos-Marina na disputa do ano que vem, Dilma reiterou que está concentrada em cuidar do governo, e que essa é a sua estratégia desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2011.
"A minha principal estratégia nos meus quatro anos é cuidar do governo. Eu tenho não só obrigação moral, eu tenho obrigação política, obrigação ética e obrigação com o meu povo", afirmou.

"Se eu ficar pensando na próxima eleição, eu acordo de manhã pensando na próxima eleição, almoço pensando na próxima eleição, janto pensando na próxima eleição, eu não governo. Eu não tenho de pensar na próxima eleição", acrescentou.

A presidente, no entanto, reconheceu que conversou "sobre tudo" com Lula, um de seus principais conselheiros políticos, durante encontro no Palácio do Alvorada, na quinta-feira.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)

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