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Italo Magno.
Corpo de Aldo Moro
Corpo de Aldo Moro é abandonado com 11 tiros dentro de um carro na Via Caetani, uma rua localizada entre a sede central dos Democratas Cristãos e do Partido Comunista Italiano.
Entre fins dos anos 1960 e ao longo da década de 1970, diversos países da Europa Ocidental foram palcos do surgimento e atuação de diferentes organizações paramilitares radicais de esquerda surgidas em meio às efervescências do movimento estudantil desta época.
Em um atribulado contexto de importantes transformações ocorridas em todo o mundo, estas organizações se formaram tendo por inspiração direta diferentes ideários e práticas revolucionárias, como a Revolução Cubana e o maoísmo, passando pela resistência vietcong na Guerra do Vietnã e pelas variadas ações armadas desenvolvidas pelas guerrilhas latino-americanas em suas lutas contra as ditaduras então existentes no continente.
Marcadas por sua radicalidade, estas organizações paramilitares igualmente se singularizavam pelo desafio frontal que estabeleceram diante das linhas oficiais de atuação dos partidos comunistas existentes nos países em que atuavam à época. Alinhados e subordinados às diretrizes políticas oriundas da União Soviética, os partidos comunistas da Europa Ocidental nestes anos apregoavam a transição pacífica ao socialismo por meio da conquista democrática das instituições políticas, desestimulando qualquer tipo de atuação armada para a concretização deste objetivo.
Por meio da execução de audaciosos planos de ação armada, indo de sequestros de aviões e personalidades políticas e empresariais a assaltos a banco e atentados à bomba, estas organizações tentavam deflagrar o início de processos revolucionários socialistas nos países onde atuavam. Dentre estas organizações, as Brigadas Vermelhas, atuantes na Itália entre as décadas de 1960 e 1980, foram uma das mais famosas e temidas.
Aldo Moro no cativeiro
Foto tirada quando Aldo Moro estava no cativeiro e enviada aos jornais italianos com o objetivo de pressionar o governo à mudar sua postura de não querer negociar com os terroristas sob nenhuma forma.
O sequestro e assassinato de Aldo Moro
Em 1978, as Brigadas Vermelhas foram responsáveis por um dos mais sombrios capítulos da história política italiana recente. No dia 16 de março de 1978, quando se dirigia para a solenidade de posse como Chefe de Governo de Giulio Andreoti, o líder da Democracia Cristã (DC), Aldo Moro, que apoiava um governo de coalizão com o Partido Comunista Italiano, foi sequestrado em Roma pelas Brigadas Vermelhas e levado para um cativeiro, onde viveu junto com toda a Itália 55 dias de tensão. Ao longo desses dias, as Brigadas Vermelhas tentaram realizar um julgamento popular do sequestrado, bem como exigiam a liberação de militantes presos.
Ignorando os inúmeros e dramáticos pedidos de Moro e da opinião pública italiana, o governo foi inflexível e se recusou a dialogar com os terroristas. Esta recusa teve por resultado a controversa decisão da organização de executar Aldo Moro, assassinado por seus integrantes por meio de 11 tiros. Seu corpo foi encontrado dentro de um carro abandonado na Via Caetani, uma rua localizada entre a sede central dos Democratas Cristãos e do Partido Comunista Italiano em Roma. Moro, que foi duas vezes primeiro-ministro, era um intelectual e hábil negociador, além de ser considerado também uma das personalidades mais eminentes de sua geração. Seu assassinato gerou grande comoção e insegurança entre a população italiana.
A notícia de sua morte foi também um golpe terrível na frágil estabilidade das estruturas políticas da Itália de então, dado que Moro era um homem respeitado não só entre os partidários da Democracia Cristã, como também por diversas personalidades da esquerda italiana e europeia. Dentre as nações que oficialmente manifestaram pesar e condenaram a ação cometida pelas Brigadas Vermelhas em nome de seus ideários revolucionários, se encontrava a União Soviética.
Por Italo Magno Jau. Coautoria de Carlos Frankiw.
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