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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Tertuliano




Tertuliano

Tertuliano (em latim: Quintus Septimius Florens Tertullianus; ca. 160 — ca. 220 (60 anos)foi um prolífico autor das primeiras fases do Cristianismo, nascido em Cartago na província romana da África.  Ele foi o primeiro autor cristão a produzir uma obra literária (corpus) em latim. Ele também foi um notável apologista cristão e um polemista contra a heresia.

Ele organizou e avançou a nova teologia da Igreja antiga. Ele é talvez mais famoso por ser o autor mais antigo cuja obra sobreviveu a utilizar o termo "Trindade" (em latim: Trinitas)[a] e por nos dar a mais antiga exposição formal ainda existente sobre a teologia trinitária. É um dos Padres latinos.

Algumas das ideias de Tertuliano não eram aceitáveis para os ortodoxos e, no fim de sua vida, ele se tornou um montanista.

Tertuliano

Pouquíssima informação confiável existe sobre a vida de Tertuliano. A maior parte do que sabemos sobre ele vem de seus próprios escritos.

De acordo com a tradição, ele foi criado em Cartago e acreditava ser o filho de um centurião romano, um advogado treinado e um padre ordenado. Estas assertivas se baseiam principalmente em Eusébio de Cesareia na sua História Eclesiástica (livro II, cap 2 e em São Jerônimo, em De Viris Illustribus (cap. 53 ). Jerônimo alegou que o pai de Tertuliano tina a posição de centurio proconsularis no exército romano na África. Porém, não está claro se esta posição sequer existiu nas forças militares romanas.

Adicionalmente, acredita-se que Tertuliano foi um advogado por causa do uso que ele faz de analogias legais e de uma identificação dele com o jurista Tertulianus, que foi citado no "Digesta seu Pandectae". Embora Tertuliano utilize conhecimentos da lei romana em seus escritos, seu conhecimento legal não é — de forma demonstrável — superior ao que se esperaria de um romano com educação suficiente. Dos escritos de Tertulianus, um advogado com o mesmo cognome, existem apenas fragmentos e eles não demonstram uma autoria cristã. E Tertulianus só foi confundido com Tertuliano muito depois, por historiadores cristãos.[10] Finalmente, também é questionável se ele era ou não um padre. Em suas obras sobreviventes, ele jamais se descreve como ordenado[8] pela Igreja e parece se colocar como leigo em trechos de "Exortação à Castidade") e "Sobre a Monogamia".

A África era famosa por ser terra de oradores. Esta influência pode ser percebida no estilo de Tertuliano, permeado de arcaísmos e provincialismos, suas imagens brilhantes e o seu temperamento apaixonado. Ele era um estudioso de grande erudição, tendo escrito pelo menos dois livros em grego. Neles, ele se refere a si mesmo, mas nenhum sobreviveu até hoje. Sua principal área de estudo era a jurisprudência e sua forma de raciocinar revela algumas marcas de um treinamento jurídico mais formal.

Conversão

Sua conversão ao cristianismo aconteceu por volta de 197–198 (de acordo com Adolf Harnack, Bonwetsch e outros), mas seus antecedentes imediatos são desconhecidos, exceto o que pode ser conjecturado a partir de seus escritos. O evento deve ter sido repentino e decisivo, transformando de uma vez sua própria personalidade. Ele escreveu que não podia imaginar uma vida verdadeiramente cristã sem um ato consciente e radical de conversão:

Nós somos da mesma laia e natureza: cristãos são feitos e não nascidos
 
— Apologia, Tertuliano.
Dois livros endereçados à sua esposa confirmam que ele foi casado com cristã.

No meio de sua vida (por volta de 207 d.C.), ele foi atraído pela "Nova profecia" do Montanismo e parece ter deixado o ramo principal da Igreja. No tempo de Santo Agostinho, um grupo de "tertulianistas" ainda tinham uma basílica em Cartago que, nesta mesma época, passou para a Igreja. Não sabemos se esta é apenas uma outra denominação para os montanistas  e se significa que Tertuliano rompeu também com os montanistas e fundou seu próprio grupo. Tertuliano tinha um temperamento violento e enérgico, quase fanático, lutador empedernido e muitos dos seus escritos são polémicos. Este temperamento, impressionado com o exemplo dos mártires, que o levou à conversão, permite compreender a sua passagem ao montanismo.

Jerônimo  diz que Tertuliano morreu com idade bastante avançada, mas não há outra fonte confiável que ateste sua sobrevivência além do ano estimado de 220 d.C.. À despeito de seu cisma com a ortodoxia da Igreja, ele continuou a escrever contra as heresias, especialmente o Gnosticismo. Assim, através de suas obras doutrinárias que publicou, Tertuliano se tornou professor de Cipriano de Cartago e o predecessor de Santo Agostinho que, por sua vez, se tornou o principal fundador da teologia latina.

Obras

Podemos dividir o conjunto das suas obras em três grandes grupos:

Escritos apologéticos (de defesa da fé contra os opositores): Aos pagãos, Apologeticum (a sua obra mas conhecida), O testemunho da alma, Contra Escápula, Contra os judeus.
Escritos polémicos: A prescrição dos hereges, Contra Marcião, Contra Hermógenes, Contra os valentinianos, O baptismo, Scorpiace, A carne de Cristo, A ressurreição da carne, Contra Práxeas, A alma.

Escritos disciplinares, morais e ascéticos: Aos mártires, Os espectáculos, O vestido das mulheres, A oração, A paciência, A penitência, À esposa, A exortação da castidade, A monogamia, O véu das virgens, A coroa, A fuga na perseguição, A idolatria, O jejum, A pudicícia, O manto.

Teologia

Apesar de ser considerado por muitos o fundador da teologia ocidental, a verdade é que tal designação é exagerada, porque Tertuliano não tem propriamente um sistema teológico. De facto, para isso faltou-lhe o equilíbrio necessário para organizar os vários artigos da fé, assim como a preocupação pela coerência, pois não era do seu interesse conciliar a fé com a razão humana.

A fé e a filosofia

Para Tertuliano, a questão das relações entre a fé e a filosofia nem sequer se colocavam, pois entre ambas nada existia de comum. A filosofia era vista como adversária da fé, e os filósofos antigos como patriarcas dos hereges. Para ele, de facto, fé e razão opõem-se, e podemos encontrar na filosofia a origem de todos os desvios da fé. No entanto, é forçado a reconhecer que algumas vezes os filósofos pensaram como os cristãos, e denuncia algumas influências de correntes filosóficas antigas, nomeadamente do Estoicismo.

É bem conhecida a frase "credo quia absurdum". Apesar de ela não se encontrar nos escritos de Tertuliano, mas apenas algumas semelhantes, ela condensa bem o seu pensamento acerca da razão. Note-se que o seu significado é não apenas "creio embora seja absurdo", mas sim "creio porque é absurdo". A verdadeira fé tem de se opor à razão.

A teologia e o direito

Tertuliano era jurista, advogado, e isso se refletiu em sua teologia e em seus escritos de duas maneiras:

quanto ao método argumentação
:
Nascia na Igreja a procura de uma argumentação precisa e cerrada, sem falhas, à imagem daquela usada nos tribunais. Foi Tertuliano que usou contra os hereges o argumento da prescriptio, que mostrava que apenas a Igreja unida a Roma provinha das origens, enquanto todos os outros teriam surgido depois e seriam, por isso, falsificadores;
quanto à linguagem:
Tertuliano introduziu na teologia latina, e na da Igreja em geral, uma série de termos e conceitos provenientes do direito. Concebeu a vida cristã e a salvação à semelhança de um processo penal, em que Deus é o legislador, o Evangelho a lei, quem obedece recebe a compensação, quem desobedece torna-se culpado e é castigado. Tertuliano introduziu ou consagrou algumas distinções importantes, como por exemplo a de preceito e conselho evangélico.

A regra da fé

Para Tertuliano, a regra da fé constitui-se como lei da fé. Nos seus escritos encontramos fórmulas de dois elementos, com menção do Pai e do Filho, e outras de três, que acrescentam o Espírito Santo. As várias fórmulas apresentadas por Tertuliano, semelhantes entre si na forma e no conteúdo, mostram a existência dum resumo da fé próximo do símbolo baptismal.

A "Apologia" de Tertuliano no Códice Balliolensis.

O maior contributo de Tertuliano para a teologia foi a sua reflexão acerca do mistério trinitário. Criou um vocabulário que passou a fazer parte da linguagem oficial da teologia cristã. Foi ele que introduziu a palavra “Trinitas”, como complemento da “Unitas”. Segundo Tertuliano, Pai, Filho e Espírito Santo são um só Deus porque uma só é a substância, um só estado (status) e um só poder. Mas, por outro lado, distinguem-se, sem separação, pelo grau, pela forma e pela espécie (manifestação). Tertuliano introduz assim o termo “pessoa”, (persona), para significar cada um dos três, considerado individualmente. Este vocabulário passou a vigorar, até hoje, para referir as realidades trinitárias. No entanto, Tertuliano deixa transparecer alguma influência subordinacionista. Ao falar da geração do Filho, sem querer comprometer a sua divindade, admite uma certa gradação, desde uma fase anterior à criação, em que o Logos de Deus se contempla a Si mesmo, para passar a contemplar a economia salvífica, e é engendrado de forma imanente em Deus, até à criação, em que a Palavra se realiza como tal ao ser proferida. Cristo é, assim, o primogénito do Pai, gerado antes de todas as coisas, mas não é eterno. O Filho é como que uma porção ou emanação do Pai.


Tertuliano, apesar de ter dotado a teologia trinitária dum vocabulário preciso, e de ter procurado a exactidão, não se livrou de algumas ambiguidades e deficiências.

Cristologia

Tertuliano formulou algumas doutrinas relativas à pessoa de Cristo, que haviam de ser reconhecidas mais tarde em concílios, de tal modo que podemos dizer que a sua cristologia tem os méritos da sua teologia trinitária, sem os seus defeitos. Tertuliano afirma com clareza as duas naturezas de Cristo, sem confusão entre as duas, nem redução de alguma delas. Nisso, proclama já o que mais tarde havia de ser solenemente afirmado no Concílio de Calcedónia (451).

Mariologia

Na sequência da sua cristologia, Tertuliano acentua que Maria deu realmente à luz o Verbo Encarnado. Reconhece que ela era virgem quando concebeu mas, para lutar contra a cristologia doceta, que defendia que o nascimento de Jesus tinha sido apenas aparente, nega a virgindade de Maria no parto e após o parto (pois isso parecia-lhe dar argumentos ao adversário). Do mesmo modo, entende que os “irmãos de Jesus” são filhos de Maria.

Apesar de tudo, Tertuliano proclama Maria como a nova Eva.

Eclesiologia

Tertuliano considera a Igreja como Mãe, numa expressão de extremo respeito e veneração. Tal como Eva foi formada da costela de Adão, também a Igreja teve a sua origem na chaga do lado de Cristo. A Igreja é guardiã de Fé e da Revelação. Assim, as Escrituras pertencem-lhe, e só ela mantém o ensinamento dos Apóstolos e pode transmiti-lo. Esta concepção, do período católico de Tertuliano, é ortodoxa, e semelhante à defendida por Ireneu de Lyon. Na sua fase montanista, porém, torna-se visivelmente herege, concebendo a Igreja como um corpo puramente espiritual, de tal modo que bastam dois ou três cristãos para que se possa dizer que se manifesta a totalidade da Igreja una. Essa seria a Igreja do Espírito, oposta à “Igreja dos bispos”. É por esta teoria que Tertuliano, já herege, substitui a da sucessão apostólica.

A penitência

Tertuliano fornece-nos pormenores importantes acerca da disciplina penitencial da Igreja, mas a sua teologia da penitência sofre das mesmas contradições e insuficiências da sua eclesiologia. Mas é o primeiro a descrever concretamente com clareza o processo e as formas da penitência. Há possibilidade duma nova conversão após o baptismo, conseguida na sequência duma confissão pública do pecado. Ao pedir perdão, o pecador usufrui da intercessão da Igreja e recebe a absolvição final pela pessoa do bispo. Na sua fase católica, Tertuliano mostra considerar que todo o pecador, por maior que fosse, tinha direito a esta penitência. Distinção entre pecados, só entre corporais e espirituais, consumados ou de desejo, mas todos eles podendo ser perdoados através da Igreja. Quando se torna montanista, porém, passa a considerar alguns pecados irremissíveis, tais como a fornicação, a idolatria e o homicídio. Isto é um dado novo, sem precedentes na disciplina primitiva, e testemunha o aparecimento duma facção rigorista, sob a influência do montanismo. Os católicos argumentavam com a Escritura, mostrando que Cristo perdoou todos os pecados, mesmo os “irremissíveis”. Tertuliano responde a isto dizendo que perdoar tais pecados era um poder pessoal e exclusivo do Salvador, não transmitido à Igreja. Para Tertuliano, por conseguinte, só Deus perdoa os pecados. Confrontado com a passagem do Evangelho em que Cristo concede o poder de ligar e desligar, Tertuliano nega que assim a Igreja detenha o poder das chaves, pois tal poder foi dado pessoalmente só a São Pedro, não a todos os bispos. Quando muito, para o Tertuliano montanista, o poder de perdoar os pecados pertence a “homens espirituais”, não aos bispos.

A Eucaristia

Tertuliano emprega vários nomes para referir a Eucaristia. São contudo poucas as suas referências explícitas a esse mistério. Ao falar dos sacramentos da iniciação cristã, diz que “a carne é alimentada com o Corpo e Sangue de Cristo, para que a alma seja saciada de Deus (De resurrectione mortuorum, 8). Isto manifesta a sua fé na presença real de Cristo na Eucaristia. O mesmo se torna patente quando manifesta a sua indignação por alguns se aproximarem indignamente do Corpo do Senhor.

Tertuliano testemunha também o carácter sacrificial da Eucaristia. Fá-lo ao referir o temor que alguns tinham de quebrar o jejum ao receberem o pão eucarístico. Tertuliano refere o costume de levar a espécie eucarística para casa e tomá-la privadamente. É esta uma das mais antigas alusões à reserva eucarística.

Apesar de algumas palavras ambíguas, Tertuliano manifesta a fé na presença real, que acontece mediante as palavras da instituição, mas salvaguarda a sua natureza sacramental pois refere as espécies como sinal e representação (no sentido de tornar presente). A fé nessa presença real exprime-se ainda na condenação daqueles que negam a realidade do corpo crucificado de Cristo, mas celebram a Eucaristia: tal comportamento é absurdo, pois tratam-se da mesma coisa.

Escatologia

Tertuliano admite a ideia duma penitência da alma após a morte. Somente os mártires escapam a ela. Todos os outros têm um tempo de espera até ao juízo final, e só a intercessão dos vivos lhes pode valer. Tal como os milenaristas, Tertuliano considera que, no fim, os justos, ressuscitados, reinarão durante mil anos com Cristo. Depois do juízo final, os justos estarão com Deus, enquanto que os ímpios irão para o fogo eterno.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Pedro Lombardo / PAPA BENTO XVI EXPLICA QUEM FOI PEDRO LOMBARDO



Pedro Lombardo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Sententiae, 1280 circa, Biblioteca Medicea Laurenziana, Florence
Pedro Lombardo (aportuguesamento de Petrus Lombardus) foi um filósofo escolástico do século XII nascido por volta de 1100 em Lumellogno, perto de Novara, no norte da Itália, e falecido em 20 de Julho de 1160, ainda que haja algumas dúvidas sobre o ano exato do seu falecimento.

Vida

De origem humilde, Pedro provavelmente começou seus estudos nas escolas catedralícias de Novara e Lucca, onde manteve contato com Otão, bispo de Lucca, que por sua vez recomendou-o a Bernardo de Claraval. Com o patrocínio de Bernardo, Pedro Lombardo foi estudar em Paris com os canônicos da Abadia de São Vítor, onde conviveu com Pedro Abelardo e Hugo de São Vitor, dois dos maiores teólogos da época. Sabe-se também que, antes de vir para Paris, tinha estudado em Reims. Cerca de 1145, dez anos após chegar à cidade, Pedro tornou-se magister (professor) da escola catedralícia de Notre Dame em Paris. Em 1159 foi eleito bispo de Paris. Exerceu o cargo por pouco tempo, falecendo logo em 1160 e sendo sucedido por Maurício de Sully, o construtor da Catedral de Notre-Dame da cidade.

Obra

Pedro Lombardo escreveu comentários sobre os Salmos e sobre as cartas de São Paulo, mas sua obra mais célebre é o Libri quatuor sententiarum, os Quatro Livros das Sentenças, derivados dos textos de suas aulas na escola catedralícia. As Sentenças são uma cuidadosa compilação de textos bíblicos e frases (sentenças) de Padres da Igreja e outros pensadores medievais que juntos compõem uma detalhada exposição da teologia cristã da época. Para a redação da sua obra, Pedro utilizou tanto os escritos da escola como a Summa Sententiarum de Otão de Lucca e a obra de pensadores como Ivo de Chartres, Graciano, Hugo de São Vitor e Pedro Abelardo. A importância das Sentenças na filosofia escolástica medieval é evidenciada pelo fato de que, nos séculos seguintes, a obra foi comentada por pensadores como Alberto Magno, Boaventura, Tomás de Aquino e Duns Escoto.

PAPA BENTO XVI EXPLICA QUEM FOI PEDRO LOMBARDO


30.12.09: Cidade do Vaticano, - Bento XVI concedeu nesta quarta-feira a última audiência geral de 2009. Em seu encontro com fiéis e turistas esta manhã na Sala Paulo VI, o pontífice prosseguiu a série de catequeses que vem fazendo sobre a cultura cristã da Idade Média. O tema de hoje foi o teólogo Pedro Lombardo.

Pedro Lombardo ensinou na prestigiosa escola de Notre-Dame; magistério este, que motivou e modelou a obra-prima que nos deixou: Sentenças. Composto no século XII, seria o livro usado em todas as escolas de teologia até ao século XVI. O método teológico consistia em dar a conhecer, estudar e comentar o pensamento dos Padres da Igreja. Depois de ter cuidadosamente recolhido as sentenças – isto é, as fontes patrísticas –, ele distribuiu-as num quadro sistemático e harmonioso, que inclui quase todas as verdades da fé católica.

"Face aos riscos atuais de fragmentação e desvalorização de algumas verdades, o papa destacou a exigência irrenunciável da apresentação orgânica da fé, pois as diversas verdades iluminam-se mutuamente, e apresentam, em sua visão total e unitária, a harmonia do plano de salvação e a centralidade do mistério de Cristo" - disse aos presentes.

Bento XVI repetiu esta explicação em várias línguas, como o faz sempre nas audiências abertas ao público. E na seqüência, saudou diretamente os peregrinos de língua portuguesa, agradecendo os votos, preces e sinais de amizade recebidos nestes dias de festa. Naturalmente o papa fez votos de felicidades a todos pelo ano novo que se inicia.


Fonte: Rádio Vaticano.



Sentenças de Pedro Lombardo.


Queridos irmãos e irmãs,

Nesta última audiência do ano, falarei de Pedro Lombardo: um teólogo que viveu no século XII e gozou de grande notoriedade, graças à sua obra intitulada Sentenças, adotada como um manual de Teologia durante muitos séculos.

Quem, então, foi Pedro Lombardo? Embora as notícias sobre sua vida sejam escassas, podemos reconstruir as linhas essenciais de sua biografia. Nascido entre os séculos XI e XII, perto de Novara, no norte da Itália, em um território pertencido à Lombardia durante certo tempo: precisamente por isso lhe foi aplicado o nome de "Lombardo".

Ele pertencia a uma família de condições modestas, como se pode inferir a partir da carta de apresentação que Bernardo de Claraval escreveu a Gilduino, superior da abadia de São Vitor em Paris, pedindo-lhe que mantivesse Pedro hospedado gratuitamente, que viajaria àquela cidade por motivos de estudo. Com efeito, mesmo na Idade Média, não apenas os nobres e ricos podiam estudar e adquirir papéis importantes na vida eclesial e social, mas também pessoas de origem humilde, como Gregório VII, o Papa que fez frente ao imperador Henrique IV, ou Maurício Sully, o Arcebispo de Paris que fez construir a Catedral de Notre Dame e era filho de um fazendeiro pobre.

Pedro Lombardo começou seus estudos em Bolonha, depois foi para Reims e finalmente para Paris. A partir de 1140, ele lecionou na prestigiosa escola de Notre-Dame. Respeitado e apreciado como um teólogo, oito anos depois, foi nomeado pelo papa Eugênio III a examinar as doutrinas de Gilberto Porretano, que suscitou muita discussão, já que não era de todo ortodoxa. Tornou-se sacerdote e foi nomeado Bispo de Paris em 1159, um ano antes de sua morte, em 1160.

Como todos os mestres da teologia de seu tempo, Pedro também escreveu discursos e textos com comentários sobre as Escrituras. Sua obra-prima, no entanto, consiste nos quatro livros das Sentenças. Se trata de um texto nascido e destinado a ensinar. De acordo com o método teológico em uso naquele tempo, era necessário primeiro conhecer, estudar e comentar sobre o pensamento dos Padres da Igreja e outros escritores considerados autoridades. Pedro recorreu a uma documentação muito extensa, constituída principalmente a partir do ensinamento dos grandes Padres latinos, especialmente Santo Agostinho, e aberto a contribuições de teólogos de seu tempo. Entre outras coisas, ele utilizou também uma enciclopédia de teologia grega, há pouco tempo conhecida no Ocidente: A fé ortodoxa, composta por São João Damasceno. O grande mérito de Pedro Lombardo é o de haver organizado todo o material, que tinha recolhido e selecionado com cuidado, de forma sistemática e harmoniosa. Com efeito, uma das características da teologia é organizar de modo unificado e ordenado o patrimônio da fé. Ele distribui portanto as sentenças, isto é, fontes patrísticas sobre vários assuntos, em quatro livros.

No primeiro livro se trata de Deus e do mistério da Trindade; no segundo, da obra da criação, do pecado e da graça; no terceiro, do Mistério da Encarnação e da obra da Redenção, com uma ampla exposição sobre as virtudes. O quarto livro é dedicado aos sacramentos e à realidade última, aquela da vida eterna, ou Novissima. A visão global que ali se encontra inclui quase todas as verdades da fé católica. Este olhar sintético e apresentação clara, ordenada, esquemática e sempre coerente explica o extraordinário sucesso das Sentenças de Pedro Lombardo. Elas permitem um aprendizado seguro para os alunos, e um amplo espaço de aprofundamento aos professores e educadores que as utilizam. Um teólogo franciscano, Alessandro di Hales, que viveu uma geração depois de Pedro, introduziu nas Sentenças uma subdivisão, que tornou mais fácil a consulta e estudo. Mesmo os maiores teólogos do século XIII, Alberto Magno, Boaventura de Boanerges e Tomás de Aquino iniciaram suas atividades acadêmicas comentando os quatro livros das Sentenças de Pedro Lombardo, complementando-as com suas reflexões. O texto de Lombardo foi o livro usado em todas as escolas de teologia até o final do século XVI.

Gostaria de salientar que a apresentação orgânica da fé é uma exigência irrenunciável. De fato, as verdades singulares da fé iluminam os outros e, em sua visão total e unitária, amparam a harmonia do plano de salvação de Deus e a centralidade do mistério de Cristo. Seguindo o exemplo de Pedro Lombardo, convido todos os teólogos e padres a manter sempre presente a visão integral do conjunto da doutrina cristã contra os riscos modernos de fragmentação e desvalorização daquelas verdades. O Catecismo da Igreja Católica, bem como o Compêndio do Catecismo, se apresentam como um panorama muito completo da Revelação cristã, e devem ser acolhidos com fé e gratidão. Gostaria, portanto, de encorajar também os fiéis e comunidades cristãs a fazer uso dessas ferramenta para conhecer e aprofundar o conteúdo de nossa fé. Isso se tornará semelhante a uma maravilhosa sinfonia, em que se fala de Deus e de seu amor e se convida a nossa firma adesão e ativa resposta.

Para se ter uma idéia do interesse que ainda hoje pode suscitar a leitura das Sentenças de Pedro Lombardo, proponho dois exemplos. Inspirado pelo comentário de Santo Agostinho ao livro do Gênesis, Pedro se pergunto o motivo por que a criação da mulher veio da costela de Adão e não de sua cabeça ou seus pés. Pedro explica: "Não foi formada como uma dominadora ou uma escrava do homem, mas sua companheira" (Sentenças 3, 18, 3). Então, sempre com base no ensinamento patrístico, acrescenta: "Nesta ação está representado o mistério de Cristo e da Igreja. Do mesmo modo que a mulher foi formada da costela de Adão enquanto ele dormia, também a Igreja nasceu dos sacramentos, que começaram a fluir a partir do lado de Cristo adormecido na Cruz, sangue e água com os quais somos redimidos das penas e purificados da culpa" (Sentenças 3, 18, 4). São reflexões profundas e válidas ainda hoje quando a teologia e a espiritualidade do matrimônio cristão aprofundaram bastante a analogia com a relação esponsal entre Cristo e a sua Igreja.

Em outra passagem de sua obra principal, Pedro Lombardo, tratando dos méritos de Cristo, se pergunta: "Por qual razão, então, [Cristo] quis sofrer e morrer, se suas virtudes já eram suficientes para obter todo o mérito?". Sua resposta é incisiva e eficaz: "Por ti, não para si mesmo!". Ele continua com outra pergunta e outra resposta, que parecem reproduzir as discussões que tiveram lugar durante as aulas dos mestres de teologia da Idade Média: "E, nesse sentido, ele sofreu e morreu por mim? Sua paixão e sua morte foram para ti exemplo e causa. Exemplo de virtude e humildade, causa de glória e libertação; exemplo dado por Deus obediente até à morte, por causa de tua liberdade e felicidade" (Sentenças 3, 18, 5).

Entre as mais importantes contribuições oferecidas por Pedro Lombardo para a história da teologia, eu recordaria o seu tratamento com relação aos sacramentos, sobre os quais deu, eu diria, uma definição definitiva: "O sacramento, em sentido estrito, é um sinal da graça de Deus e forma visível da graça invisível, de tal modo que leva à imagem e essência da causa" (4, 1, 4). Com esta definição, Pedro Lombardo capta a essência dos sacramentos: são a causa da graça e tem a capacidade de comunicar realmente a vida divina. Os teólogos posteriores não abandonaram essa visão e utilizarão também a distinção entre o material e o elemento formal, introduzido pelo "Mestre das Sentenças", como era chamado Pedro Lombardo.

O elemento material é a realidade sensível e visível, suja forma são as palavras pronunciadas pelo ministro. Ambos são essenciais para uma celebração completa e válida dos sacramentos: a matéria, a realidade com a qual o Senhor nos toca visivelmente, e a palavra que dá significado espiritual. No Batismo, por exemplo, o elemento material é a água que se derrama sobre a cabeça da criança e o elemento formal são as palavras "Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Lombardo também clarifica que somente os sacramentos transmitem objetivamente a graça divina e que são sete: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio (cf. Sentenças 4, 2, 1).

Queridos irmãos e irmãs, é importante reconhecer o quanto isso é importante e essencial para toda a vida cristã sacramental, na qual o Senhor transmite aquela matéria, na comunidade da Igreja, que toca e transforma. Como afirma o Catecismo da Igreja Católica, os sacramentos são "forças que fluem do corpo de Cristo, sempre vivo e vivificante, sob a ação do Espírito Santo" (n. 1116). Neste Ano Sacerdotal, que estamos celebrando, exorto os sacerdotes, sobretudo ministros encarregados das almas, a terem uma intensa vida sacramental, motivo de ajuda aos fiéis. A celebração dos sacramentos seja marcada pela dignidade e decoro, favoreça o recolhimento pessoal e a participação da comunidade, no sentido da presença de Deus e o ardor missionário. Os sacramentos são o grande tesouro da Igreja e cada um de nós tem a tarefa de celebrá-lo com frutos espirituais. Neles, um evento sempre surpreendente toca nossa vida: Cristo, através dos sinais visíveis, que vêm ao nosso encontro, nos purifica, nos transforma e nos torna participantes de sua amizade divina.

Queridos amigos, estamos juntos ao final deste ano e às portas do novo ano. Espero que a amizade de nosso Senhor Jesus Cristo vos acompanhe todos os dias deste ano que está prestes a começar. Possa essa amizade de Cristo ser nossa luz e guia, ajudando-nos a ser homens de paz, da sua paz. Feliz Ano Novo para todos vós!

O Papa dirigiu as seguintes palavras aos peregrinos de língua portuguesa

Amados peregrinos de língua portuguesa, agradecido pelos votos, preces e sinais de amizade que tivestes para comigo nestes dias de festa em honra do Deus-Menino, de coração desejo a todos um Ano Novo feliz, colocando vossa vida e família sob a protecção da Virgem Maria, para serdes autênticos amigos do seu Filho Jesus e corajosos construtores do seu Reino no mundo. Assim Deus vos abençoe!

Fonte: Serviço de informação do Vaticano.

       © Últimas e Derradeiras Graças

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

São Boaventura Teólogo e Doutor da Igreja

São Boaventura Teólogo e  Doutor da Igreja

São Boaventura de Bagnoregio, O.F.M.

Contemporaneidade

Boaventura, O.F.M. (em italiano: Bonaventura), nascido Giovanni di Fidanza, foi um teólogo e filósofo escolástico medieval nascido na Itália no século XIII. Sétimo ministro-geral da Ordem dos Frades Menores, foi também cardeal-bispo de Albano. Boaventura foi canonizado em 14 de abril de 1482 pelo papa Sisto IV e declarado Doutor da Igreja em 1588 pelo papa Sisto V como "Doutor Seráfico" (em latim: Doctor Seraphicus). Diversas obras que durante a Idade Média se acreditava ser de Boaventura foram depois atribuídas ao chamado "Pseudo-Boaventura".

Biografia

Boaventura nasceu em Bagnoregio, na região do Lácio perto de Viterbo, na época parte dos Estados Papais. Quase nada se sabe sobre sua infância, exceto os nomes de seus pais, Giovanni di Fidanza e Maria Ritella.

Ele entrou para a Ordem Franciscana em 1243 e estudou na Universidade de Paris, possivelmente sob a direção de Alexandre de Hales e certamente sob a de seu sucessor, João de la Rochelle. Em 1253, era o titular da cadeira franciscana em Paris. Infelizmente para Boaventura, a disputa entre os franciscanos seculares e os mendicantes atrasou seu mestrado até 1257, quando finalmente conseguiu o título - equivalente medieval ao de doutor - juntamente com Tomás de Aquino. Três anos antes, sua fama já tinha lhe valido a posição de palestrante sobre "Os Quatro Livros de Sentenças", um livro de teologia escrito por Pedro Lombardo no século XII.

Depois de conseguir defender com sucesso sua ordem contra as críticas do grupo contrário aos mendicantes, Boaventura foi eleito ministro-geral da ordem. Em 24 de novembro de 1265, foi selecionado para o posto de arcebispo de York, mas jamais foi consagrado e acabou renunciando ao posto em outubro de 1266.

Durante seu mandato, o capítulo geral de Narbona, realizado em 1260, promulgou um decreto proibindo a publicação de qualquer obra por membros da ordem sem permissão prévia dos altos escalões. Esta proibição induziu muitos autores modernos a criticarem os superiores de Roger Bacon, acusados de invejarem as habilidades do pupilo[6]. Porém, a proibição que afetou Bacon foi uma geral, que se estendia a toda e qualquer obra e não apenas a de Bacon. Ademais, sua promulgação não tinha suas obras como alvo e sim as de Gerard de Borgo San Donnino, que havia publicado em 1254, sem permissão, uma obra herética chamada "Introductorius in Evangelium æternum. Foi para evitar que algo assim se repetisse que o capítulo-geral emitiu a proibição, idêntica à "constitutio gravis in contrarium" citada por Bacon. O decreto foi finalmente revogado, o que favoreceu Bacon, de forma inesperada em 1266.

Boaventura foi instrumental para a eleição do papa Gregório X, que premiou-o com o título de cardeal-bispo da Diocese de Albano e insistiu que ele comparecesse ao grande Concílio de Lyon de 1274. Lá, depois que suas importantes contribuições ajudaram a aprovar uma fugaz reunião das igrejas latina e grega, Boaventura morreu repentinamente e em circunstâncias suspeitas. O artigo sobre ele na "Enciclopédia Católica" traz citações que sugerem que ele teria sido envenenado. A única relíquia existente do santo são o braço e a mão que ele utilizou para escrever seu "Comentários sobre as Sentenças", ambos agora preservados em Bagnoregio, na igreja paroquial de São Nicolau.

Sua teologia é marcada pela tentativa de integrar completamente a fé e a razão. Ele acreditava que Cristo era o "único mestre verdadeiro" que oferece à humanidade conhecimentos que nascem da fé, se desenvolvem através de uma compreensão racional e tornam-se perfeitos pela união mística com Deus.

Teologia e obras

As obras de Boaventura, de acordo com a mais recente edição crítica pelo Collegio di San Bonaventura, são compostas por um "Comentário sobre as Sentenças de (Pedro) Lombardo", em 4 volumes, dentre os quais um "Comentário sobre o Evangelho de São Lucas" e diversas outras obras menores. As mais famosas destas são "Itinerarium Mentis in Deum", "Breviloquium", "De Reductione Artium ad Theologiam", "Soliloquium" e "De septem itineribus aeternitatis", nas quais se encontram as mais peculiares características de sua doutrina. O filósofo alemão Dieter Hattrup não acreditava que "De reductione artium ad theologiam" possa ter sido escrita por Boaventura alegando diferenças no estilo do pensamento em relação às demais obras dele ], mas sua posição tem sido amplamente desacreditada depois das pesquisas de Benson, Hammond, Hughes & Johnson no volume 67 dos "Estudos Franciscanos" (2009).

Foi para Santa Isabel da França, a irmã do rei São Luis IX da França, e seu mosteiro de clarissas em Longchamps (atualmente parte do Bois de Bologne, em Paris), que Boaventura escreveu seu tratado "Sobre a Perfeição da Vida".

O "Comentário sobre as Sentenças" ainda é, sem dúvida, a obra-prima de Boaventura e todas as suas demais obras lhes são devedoras. Ela foi escrita por ordem de seus superiores (superiorum praecepto) quando ele tinha apenas 27 anos de idade e é uma obra teológica de grande qualidade.

Filosofia

Boaventura escreveu sobre quase todos os assuntos acadêmicos de sua época e suas obras são numerosas. Contudo, a maioria trata de filosofia e teologia. Nenhuma delas é exclusivamente filosófica e todas são excelentes testemunhas da mútua interpenetração entre as duas disciplinas que marcou o período escolástico.

Muito do pensamento filosófico de Boaventura revela uma considerável influência de Santo Agostinho, tanta que De Wulf considera-o como o melhor representante do agostinianismo. Boaventura acrescenta princípios aristotélicos à doutrina platonista agostiniana, especialmente no que tange à iluminação do intelecto[11]. O místico Dionísio, o Areopagita, foi outra notável influência.

Na filosofia, Boaventura foi bastante diferente de seus contemporâneos ilustres, Roger Bacon e Tomás de Aquino. Enquanto estes podem ser vistos como representantes, respectivamente, da ciência física - ainda que na sua infância - e do escolasticismo aristotélico em sua forma mais perfeita, ele apresenta uma forma de especulação teológica mística e platonizadora que já tinha, de alguma forma, aparecido nas obras de Bernardo de Claraval, Hugo e Ricardo de São Vítor. Para ele, o elemento puramente intelectual, embora jamais ausente, é de menor interesse quando comparado com o poder vivo dos sentimentos ou do coração.

Como Aquino, com quem compartilhava importantes opiniões em assuntos teológicos e filosóficos, Boaventura combatia vigorosamente a noção aristotélica da eternidade do mundo. Ele aceitava a doutrina platônica de que as ideias não existem in rerum natura, mas como ideais exemplificados pelo Divino, de acordo com o qual as coisas são formadas; e esta concepção tem grande influência sobre sua filosofia. Por conta dela, o filósofo e físico Max Bernhard Weinstein propôs que a doutrina de Boaventura revela fortes inclinações pandeísticas[12]. Como todos os grandes doutores escolásticos, Boaventura inicia seus argumentos com uma discussão sobre a relação entre fé e razão. Todas as ciências seriam, de acordo com ele, empregadas da teologia; a razão pode descobrir algumas das verdades morais que formam a base do sistema cristão, mas outras só são podem ser recebidas e aprendidas através da divina iluminação. Para obter esta iluminação, a alma precisa empregar os métodos apropriados - a oração, o exercício da virtude, através dos quais ela se apronta para receber a luz divina, e a meditação, que pode chegar até mesmo à união extática com Deus. O objetivo supremo da vida seria esta união, uma união em contemplação ou no intelecto e de intensa absorção do amor. Contudo, ele defende que ela não pode ser inteiramente alcançada nesta vida e permanece sempre, para os fieis, como uma esperança para o futuro.

Um mestre das frases memoráveis, Boaventura defendia que a filosofia abre a mente para pelo menos três diferentes caminhos que os seres humanos podem escolher em suas jornadas para Deus. As criaturas materiais não-intelectuais ele concebeu como sombras e vestígios (literalmente "pegadas") de Deus, compreendido como a causa final do mundo que a razão filosófica pode provar como tendo sido criado junto com o tempo. As criaturas intelectuais seriam as criadas à imagem e semelhança de Deus; o resultado da mente e da vontade humanas levando-nos a Deus, entendido como iluminador (revelador) do conhecimento e doador da graça e da virtude. A rota final é rota do ser, na qual Boaventura incorporou o argumento de Anselmo junto com a metafísica de Aristóteles e Platão para defender uma visão de Deus como um ser absolutamente perfeito cuja essência requer existência, um ser absolutamente simples que é a causa da existência de todos os demais seres compostos.

Na forma e no objetivo, as obras de São Boaventura são sempre obras teológicas e seu único ângulo de visão e critério de aproximação da verdade é a fé cristã. Este viés influencia sua própria importância na história da filosofia e, quando se soma o julgamento sobre seu estilo literário, Boaventura aparece como sendo, provavelmente, o menos acessível dentre as grandes figuras da filosofia do século XIII. E isto se dá não por ele ser um teólogo, mas por que a filosofia só lhe interessa como preparatio evangelica ("preparação para a pregação evangélica"), como algo que deve ser interpretado como uma sobra ou um desvio do que Deus revelou. De certa forma, o mesmo não vale para Aquino ou Alberto ou Duns Escoto e, conclui-se, Boaventura não sobreviveu bem à transição de seu tempo para o mundo contemporâneo. É difícil imaginar um filósofo contemporâneo, cristão ou não, citando uma passagem de Boaventura para apoiar um ponto de vista puramente filosófico. É claro que muitos filósofos leem Boaventura, mas o estudo de sua obra raramente é útil para compreender filósofos e seus característicos problemas. Boaventura, como teólogo, é outra história, é óbvio, assim como é Boaventura, o "autor edificante". Nestas disciplinas, e não propriamente na filosofia, que sua importância deve ser buscada.

Influência

Boaventura foi formalmente canonizado em 1482 pelo papa franciscano Sisto IV e foi declarado, juntamente com Tomás de Aquino, como o maior dos Doutores da Igreja por outro, papa Sisto V, em 1587. Ele era também considerado como um dos maiores filósofos da Idade Média[.

A festa de São Boaventura foi incluída no Calendário Geral Romano logo depois de sua canonização. Inicialmente, era celebrada no segundo domingo de julho, mas foi movida em 1568 para o dia 14 de julho, pois no dia quinze, o aniversário de sua morte, já se comemorava a festa de Santo Henrique. A festa permaneceu sendo celebrada nesta data como festa de "segunda classe", até 1960, quando foi reclassificada como festa de "terceira classe". Em 1969, ela foi novamente classificada como uma memoria obrigatória e movida novamente para 15 de julho, aniversário de sua morte, data na qual se celebra São Boaventura atualmente.


Títulos da Igreja Católica
Precedido por:
João de Parma Ministro-geral da Ordem dos Frades Menores
1257—1274 Sucedido por:
Jerônimo de Ascoli
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Manifesto de Dresden: Maria e os protestantes


O Manifesto de Dresden

O Manifesto de Dresden é um texto de um grupo de Teólogos Protestantes Luteranos publicado em Dresden, então Alemanha Oriental na revista Spiritus Domini em Maio de 1982, (nº 05, maio de 1982) em que questionam a “recusa e indiferença” por parte de outras denominações evangélicas à Maria, argumentam que o próprio Martinho Lutero  foi devoto de Maria e dentre outras questões, se demonstram “perplexos” diante da recusa dos Milagres  e aparições de Maria por estes grupos.

Amigo leitor, leia este manifesto e reflita você mesmo!!


O Manifesto de Dresden

“Em Lourdes, em Fátima e em outros santuários marianos, a crítica imparcial se encontra diante de fatos sobrenaturais, que tem relação direta com a Virgem Maria, seja mediante as aparições, seja por causa das causas milagrosas solicitadas por sua intercessão. Estes fatos são tais que desafiam toda a explicação natural.”

Sabemos, ou deveríamos saber, que as curas de Lourdes e Fátima são examinadas com elevado rigor científico por médicos católicos e não-católicos. Conhecemos a praxe da Igreja Católica, que deixa transcorrer vários anos antes de declarar alguma cura milagrosa. Até hoje, 1200 curas ocorridas em Lourdes foram consideradas pelos médicos cientificamente inexplicáveis, todavia a Igreja Católica só declarou milagrosas 44 delas.

Nos últimos 30 anos, 11 mil médicos passaram por Lourdes. E todos eles, qualquer que seja a sua religião ou posição científica, tem livre acesso ao Bureau des Constatatione Medicales. Por conseguinte, uma cura milagrosa é cercada das maiores garantias possíveis. Qual é, pois, o sentido profundo destes milagres no plano de Deus? Bem parece que Deus quer dar uma resposta irrefutável à incredulidade dos nossos dias. Como poderá um incrédulo continuar a viver de boa fé na sua incredulidade diante de tais fatos? E também nós, “cristãos evangélicos”, podemos ainda, em virtude de preconceitos, passar ao lado destes fatos sem nos aplicarmos a um atento exame?

Uma tal atitude não implicaria grave responsabilidade para nós? Por que um cristão evangélico pode ter o direito de ignorar tais realidades pelo fato de se apresentarem na Igreja Católica e não na sua comunidade religiosa? Tais fatos não deveriam, ao contrário, levar-nos a restaurar a figura da Mãe de Deus na Igreja Evangélica? Somente Deus pode permitir que Maria se dirija ao mundo, através de aparições. Não nos arriscamos, talvez a cometer um erro fatal, fechando os olhos diante de tais realidades e não lhes dando atenção alguma?

Cristãos evangélicos da Alemanha, deveremos talvez continuar a opor-lhes recusa e indiferença? Continuaremos a nos comportar de modo que o inimigo de Deus nos mantenha em atitude de intencional cegueira? Não deveremos talvez abrir o nosso coração a esta luz que Deus faz brilhar para a nossa salvação?

Tal problema evidentemente merece exame, não deve ser afastado de antemão, por preconceito, pelo único motivo de que tais curas são apresentadas pela Igreja Católica. Uma tal atitude acarretaria grave dano para nós mesmos e para o mundo inteiro. Grande responsabilidade nos toca. Temos o direito de examinar tais fatos. Não nos é possível passar ao largo e encampar tudo no silêncio. Hoje, em alguns países, está em causa a existência mesmo do Cristianismo. Seria o cúmulo da tolice ignorarmos a voz de Deus, que fala ao mundo pela mediação de Maria, e dar-lhes as costas unicamente porque Ele faz ouvir sua voz através da Igreja Católica. Como quer que seja, não podemos calar por muito tempo sobre tais realidades.

Temos que examiná-las, sem preconceito, pois é iminente uma catástrofe. Poderia acontecer que, rejeitando ou ignorando a mensagem que Deus nos faz chegar através de Maria, estejamos recusando a última graça que Ele nos oferece para a nossa salvação.

É, por isso, um dever muito grave para todos os chefes da Igreja Luterana, e para outras comunidades cristãs, examinar tais fatos e tomar uma posição objetiva. Este dever impõem-se também pelo fato de que a Mãe de Deus não foi esquecida somente depois da Guerra dos 30 anos e na época dos livres pensadores da metade do século XVIII. Sufocando no coração dos evangélicos o culto da Virgem, destruíram os sentimentos mais delicados da piedade cristã.

No seu Magnificat, Maria declara que todas as gerações a proclamarão bem-aventurada até o fim dos tempos. Todos nós verificamos que esta profecia se cumpre na Igreja Católica e, nestes tempos dolorosos, com intensidade sem precedentes. Na Igreja Evangélica tal profecia caiu em tão grande esquecimento que dificilmente se encontra algum vestígio da mesma.

Lutero honrou Maria até o fim de sua vida; santificava suas festas e cantava diariamente o Magnificat. Perdeu-se na Igreja Evangélica, em tempos posteriores à Reforma, todas as festas a Maria e tudo o que nos trazia sua lembrança. Estamos padecendo as conseqüências dessa herança de receio e temor. Entretanto, Lutero nos diz que nunca poderemos exaltar suficientemente a Mulher que constitui o maior tesouro da Cristandade depois de Cristo.

É, portanto, um profundo desejo de meu coração poder ajudar agora a que, da nossa parte, católicos evangélicos, Maria seja novamente amada e venerada como a Mãe do Nosso Senhor. E isso corresponde ao testemunho da Sagrada Escritura e também ao que o reformador protestante Lutero indicou. O temor de diminuir a glória de Jesus foi a causa de que as Igrejas Evangélicas se negassem à Maria a veneração e os louvores devidos.

Entretanto, temos que afirmar que, através da justa veneração que aos apóstolos e a ela corresponde, multiplica-se a glória e o louvor ao Senhor, porque foi Ele que a elegeu (e a fez) pela Sua Graça um instrumento seu. Jesus espera que veneremos Maria e a amemos. Assim nos diz a Palavra de Deus e esta é, portanto, a Sua Vontade. E só aqueles que guardam a Sua Palavra são os que amam verdadeiramente a Jesus (Jo 14, 23).”

Fonte: Revista Luterana “Spiritus Domini”, nº 05, maio de 1982



Esse Manifesto feito pelos evangélicos protestantes da Alemanha encontra-se citado na Internet em diversos e inúmeros Sites, basta procurar por “Manifesto de Dresden”, que você poderá vê-lo em vários locais.



Abraços do Benito Pepe

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

The Doors - Touch Me (Official HD Music Video) THE DOORS LYRICS





THE DOORS LYRICS

"Touch Me"

Yeah! Come on, come on, come on, come on
Now touch me, baby
Can't you see that I am not afraid?
What was that promise that you made?
Why won't you tell me what she said?
What was that promise that you made?

Now, I'm gonna love you
Till the heavens stop the rain
I'm gonna love you
Till the stars fall from the sky for you and I

Come on, come on, come on, come on
Now touch me, baby
Can't you see that I am not afraid?
What was that promise that you made?
Why won't you tell me what she said?
What was that promise that you made?

I'm gonna love you
Till the heavens stop the rain
I'm gonna love you
Till the stars fall from the sky for you and I
I'm gonna love you
Till the heavens stop the rain
I'm gonna love you
Till the stars fall from the sky for you and I

Stronger than dirt

The Doors - Light My Fire ( HQ Official Video ) THE DOORS LYRICS






THE DOORS    LYRICS

"Light My Fire"

You know that it would be untrue
You know that I would be a liar
If I was to say to you
Girl, we couldn't get much higher

Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire

The time to hesitate is through
No time to wallow in the mire
Try now we can only lose
And our love become a funeral pyre

Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire, yeah

The time to hesitate is through
No time to wallow in the mire
Try now we can only lose
And our love become a funeral pyre

Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire, yeah

You know that it would be untrue
You know that I would be a liar
If I was to say to you
Girl, we couldn't get much higher

Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire
Try to set the night on fire
Try to set the night on fire
Try to set the night on fire



The Doors - Light My Fire

Entenda o Novo Ensino Médio


Entenda o Novo Ensino Médio

Ensino médio

Proposta prevê que escolas passem para o período integral; currículo deve ser dividido entre disciplinas obrigatórias e optativas
 
por Portal Brasil
Divulgação/Sesisp
O Novo Ensino Médio vai ofertar formação técnica profissional, com aulas teóricas e práticas
O Novo Ensino Médio vai ofertar formação técnica profissional, com aulas teóricas e práticas

Projeto de lei propõe reestruturação do ensino médio
O Ensino Médio, no Brasil, vai passar por uma reformulação para reforçar e melhorar a qualidade da educação. Ao longo de dois anos, o governo vai investir R$ 1,5 bilhão para converter escolas para tempo integral.

Pela programação do Ministério da Educação, a mudança começará a partir do primeiro semestre de 2017. Até o fim de 2018, a meta é ter 500 mil jovens em escolas de tempo integral. Mais do que o tempo maior, o objetivo é ajudar o estudante a se desenvolver mais plenamente.

Para a mudança ocorrer, as secretarias estaduais de Educação deverão indicar um número de escolas para participar do programa. Cada unidade que aderir ao projeto vai receber R$ 2 mil por aluno ao ano.

A mudança será feita por meio de Medida Provisória. O texto diz que as disciplinas da base comum continuam a existir, mas a grade será definida pela Secretaria de Educação do Estado.

Ampliação gradual da carga horária

A carga horária mínima anual, de 800 horas, será gradualmente ampliada para 1,4 mil horas. O Plano Nacional de Educação (PNE) prevê para 2024 até 50% das escolas atendidas pelo ensino integral e 25% das matrículas no Ensino Fundamental dentro do mesmo modelo.

Flexibilidade do currículo

Com as mudanças, o currículo do Ensino Médio vai ser dividido em dois, uma parte com disciplinas fixas obrigatórias e outra com optativas, nas quais o aluno poderá construir uma grade adequada ao seu perfil e seu próprio projeto de futuro.

Autonomia para os Estados

O currículo básico não poderá superar 1,2 mil horas por ano, e a parte optativa será associada ao contexto histórico, econômico, social, ambiental e cultural de cada região. Esse modelo dará mais autonomia para os Estados, que poderão criar seus próprios currículos e políticas para o Ensino Médio.

Formação técnica

O Novo Ensino Médio vai ofertar formação técnica profissional, com aulas teóricas e práticas. Essa qualificação técnica vai ocorrer dentro do período normal, sem a necessidade de que o aluno esteja no ensino integral.

Créditos para o Ensino Superior

Quando o aluno concluir uma disciplina no Ensino Médio, ele terá adquirido um número específico de créditos. Esses créditos poderão ser usados quando ele chegar ao ensino superior, ou seja, ao entrar na Universidade ou no Ensino Técnico, poderá aproveitar disciplinas que já cursou.

Novo Ensino Médio



Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Educação

Dólar recua ante real com dados positivos da China

Dólar recua ante real com dados positivos da China

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava ante o real nesta terça-feira, diante de dados favoráveis da China que animavam os investidores pela perspectiva de melhora na economia global e devolvendo parte dos ganhos da véspera, quando subiu 1 por cento.

Às 10:29, o dólar recuava 0,30 por cento, a 3,2720 reais na venda, após ter saltado 1 por cento na sessão anterior. O dólar futuro tinha variação negativa de cerca de 0,60 por cento.

"Os dados positivos da China ajudam o Brasil, sobretudo nas exportações. Os números da balança comercial também vieram bons", afirmou o sócio-gestor da gestora Leme Investimentos, Paulo Petrassi.

A atividade industrial da China expandiu mais do que o esperado em dezembro diante da demanda acelerando, com a produção alcançando a máxima em quase seis anos, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit.

Na véspera, foi divulgado que a balança comercial brasileira encerrou 2016 com superávit recorde de 47,692 bilhões de dólares.

A moeda norte-americana chegou a abrir em alta neste pregão, acompanhando o cenário internacional e chegando à máxima do dia de 3,2931 reais, mas inverteu a tendência. O dólar saltava mias de 1 por cento frente a uma cesta de moedas nesta manhã, chegando a bater a máxima de seis dias.

O Banco Central brasileiro não anunciou nenhuma intervenção no mercado de câmbio por enquanto, estando de fora desde o último dia 13 de dezembro.

(Por Luiz Guilherme Gerbelli)

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Alunos do Ano da Universidade Infantil 2016/ Lista Oficial


Alunos do Ano da Universidade Infantil 2016/ Lista Oficial

6º Ano A

Ana Carolna Santos
Carlos Vinicius Martins
Vitória Vicente
Arthur Vinicius

6º Ano B

Olga Nunes
Kauâ Eliá
Evellin Beatriz da Silva
Guilherme Barros

7º Ano A

Allana Morais ( Três anos consecutivos)
Giovanna Santos ( Dois anos consecutivos)
Laís Sousa

7º Ano B

Cauã Rafael de Queiroz
Maria Clara Leandro
João Gabriel Silvestre

8º Ano A

Maria Clara Felix  ( Três Anos Consecutivos)
Eyshila de Lima

8º Ano B

Sarah Emily

9º Ano

Pyetra Morais ( Quatro anos consecutivos)
Ingrid Bezerra ( Dois Anos consecutivos)
Yasmin Alves   (   Três anos consecutivos)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Anita Baker - Will You Be Mine (1983)





Will You Be Mine

Anita Baker

Lyrics

Something has come over me
A feeling I can't explain
The love I lost I found again
My broken heart you came to mend
But it still seems as though we are miles and miles apart

The very best is all I got
It's all I got to give
My soul was lost in darkness
But you arrived to see me through
And you came to me all by surprise
Then I moved the dark ness right out of my eyes
And it's plain to see
That you were all I need
And I want to know

Will you be mine?
Sugar will you be mine
Sugar will you be mine
Sugar will you be mine

This kind of love only comes around
Only once in a lifetime
But the last love I tried to hold
It left me feelin' so empty and blue
And it made me afraid to let my true feelings show

I need you here right by my side
Each and every night
My soul is cryin' out to you
It's reaching out for somethin' true
Do I have to go
To get you into my life
The suspense is tearing me, tearing me apart

Won't you bring your love
Bring it all to me
So we can live together eternally
Will you be mine?

Will you be mine?
Sugar will you be mine
Sugar will you be mine
Sugar will you be mine

Balança comercial brasileira fecha 2016 com superávit recorde de US$47,7 bi


Balança comercial brasileira fecha 2016 com superávit recorde de US$47,7 bi

Por Leonardo Goy

BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira terminou 2016 com superávit recorde de 47,692 bilhões de dólares, após saldo positivo de 19,685 bilhões de dólares registrado no ano anterior, informou nesta segunda-feira o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que espera, para 2017, um superávit comercial em patamar semelhante ao do ano passado, mas como crescimento de exportações e importações

O recorde anterior havia sido registrado em 2006, um superávit de 46,45 bilhões de dólares.

Em dezembro, o saldo da balança comercial foi positivo em 4,415 bilhões de dólares.

O saldo recorde no ano foi impactado por uma redução de cerca de 20 por cento nas importações entre janeiro e dezembro do ano passado, em um momento de forte recessão econômica no país. As importações em 2016 ficaram em 137,5 bilhões de dólares, ante os 171,4 bilhões de dólares registrados em 2015.

As exportações no ano também caíram, para 185,2 bilhões de dólares no ano passado, ante os 191,1 bilhões exportados em 2015.

Para 2017, o secretário de Comércio Exterior do Ministério, Abrão Neto, acredita em aumento tanto das exportações quanto das importações, em um cenário de retomada da economia brasileira e de crescimento da economia mundial.

Um fator que deve contribuir para o resultado do ano que vem é a expectativa de melhora nos preços das commodities minerais em 2017, disse Neto, lembrando que nos últimos meses de 2016 já houve recuperação nas cotações do petróleo e dos minérios.

As exportações brasileiras de minério de ferro e seus concentrados em 2016 atingiram um volume recorde de 373,962 milhões de toneladas, aumento de 1,7 por cento em relação a 2015. Mas a receita com os embarques de minério de ferro e seus concentrados, um dos principais produtos da pauta de exportação do Brasil, caiu 6 por cento, para 13,289 bilhões de dólares, por causa dos preços mais baixos dos produtos ao longo do ano.

Abrão Neto destacou que a conta petróleo teve um inédito superávit, de 410 milhões de dólares, em 2016, mas destacou que isso é um resultado "conjuntural". "Isso diz respeito a fatores específicos que ocorreram em 2016, como a redução do preço do petróleo, o aumento das exportações de petróleo bruto e a redução nas importações. A curto e médio prazo o Brasil deve continuar sendo importador", disse.

No ano passado, o dólar registrou desvalorização de 17,7 por cento sobre o real. Por outro lado, os brasileiros vêm enfrentando a forte recessão econômica e mostram menos disposição para comprar e investir.

"A expectativa do mercado é de manutenção da taxa de câmbio em 2017", disse Neto.

No último mês do ano as exportações atingiram 15,941 bilhões de dólares, com as importações chegando a 11,525 bilhões de dólares.

Os produtos industrializados mantiveram-se à frente das exportações, correspondendo a 55 por cento do valor exportado entre janeiro e dezembro, seguido dos bens básicos, com 42,7 por cento.

(Por Leonardo Goy)


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domingo, 1 de janeiro de 2017

Atirador mata 39 em ataque a casa noturna em Istambul e vira alvo de caçada


Atirador mata 39 em ataque a casa noturna em Istambul e vira alvo de caçada
domingo, 1 de janeiro de 2017
ISTAMBUL (Reuters) - Um atirador abriu fogo sobre o público que comemorava o ano novo em uma lotada casa noturna às margens de uma hidrovia em Istambul no domingo, matando ao menos 39 pessoas, incluindo muitos estrangeiros, e depois fugiu do local.

Algumas pessoas pularam nas águas do rio Bosphorus para se salvar após o responsável pelo ataque abrir fogo aleatoriamente na casa noturna Reina apenas uma hora após o ano novo. Autoridades falaram em um único responsável, mas alguns relatos, incluindo em mídias sociais, sugerem que pode ter havido mais pessoas envolvidas.

O ataque chocou a Turquia conforme o país tenta se recuperar de uma tentativa fracassada de golpe de Estado em julho e de uma série de ataques a bombas em cidades, incluindo Istambul e a capital Ankara, alguns reivindicados pelo Estado Islâmico e outros por militantes curdos.

Serviços de segurança estavam em alerta ao redor da Europa para as festas de final de ano após um ataque a um mercado de Natal em Berlim que matou 12 pessoas. Há apenas alguns dias atrás, uma mensagem online de um grupo pró-Estado Islâmico havia pedido por ataques de "lobos solitários" sobre "celebrações, encontros e clubes".

O jornal Hurriyet citou testemunhas dizendo que os responsáveis pelo ataque gritaram em árabe conforme abriram fogo em Reina.

"Nós estávamos nos divertindo. De repente as pessoas começaram a correr. Meu marido disse para eu não ficar com medo, e pulou sobre mim. As pessoas corriam sobre mim. Meu marido foi atingido em três lugares", disse ao jornal uma das pessoas que estavam no clube, Sinem Uyanik.

Ela disse ter visto pessoas encharcadas de sangue.

O incidente lembra o ataque de militantes islâmicos ao clube Bataclan, em Paris, em novembro de 2015, que junto com ataques a bares e restaurantes matou 130 pessoas.

O ministro do Interior Suleyman Soylu disse que 15 ou 16 dos mortos em Reina eram estrangeiros, mas apenas 21 corpos foram identificados até o momento. Ele disse a jornalistas que 69 pessoas estavam no hospital, quatro delas em estado crítico.
"Uma caçada humana pelo terrorista está em andamento", afirmou ele.

Pessoas de Arábia Saudita, Marrocos, Líbano, Libia, Israel e Bélgica estão entre os mortos, segundo as autoridades. A França disse que teve três cidadãos feridos.

A Turquia faz parte da coalizão liderada pelos Estados Unidos que tem lutado contra o Estado Islâmico e lançou uma incursão sobre a Síria em agosto para retirar os radicais islâmicos de suas fronteiras. O país também ajudou a intermediar um frágil cessar fogo na Síria com a Rússia.

Ainda não houve ninguém clamando responsabilidade pelos ataques, mas o presidente turco Tayyip Erdogan ligou os ataques aos acontecimentos na região, na qual a Turquia enfrenta conflitos ao longo de sua fronteira com Síria e Iraque. Cerca de três milhões de refugiados sírios vivem atualmente em solo turco.

O clube Reina é um dos mais populares da noite de Istambul, sendo popular entre locais e estrangeiros. Acredita-se que cerca de 600 pessoas estavam no local quando o atirador matou um policial e um civil na porta e forçou a entrada na casa, onde abriu fogo.

O presidente dos EUA, Barack Obama, em férias no Havaí, expressou condolências e ordenou a sua equipe que ofereça ajuda às autoridades turcas, disse a Casa Branca.

(Por Nick Tattersall e Humeyra Pamuk; reportagem adicional de Yesim Dikmen e Daren Butler em Istambul, Ece Toksabay em Ankara, Jeffrey Heller em Jerusalém, Jan Strupczewski em Bruxelas e Laurence Frost em Paris)


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Dialética

O filósofo Hegel

Dialética

Dialética (AO 1945: dialéctica) (do grego διαλεκτική (τέχνη), pelo latim dialectĭca ou dialectĭce) é um método de diálogo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que levam a outras ideias e que tem sido um tema central na filosofia ocidental e oriental desde os tempos antigos. A tradução literal de dialética significa "caminho entre as ideias".

"Aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão." Também conhecida como a arte da palavra.

"Aristóteles considerava Zenão de Eleia (aprox. 490-430 a.C.) o fundador da dialética. Outros consideraram Sócrates (469-399 AEC)".

No período medieval, o estudo da dialética (ou lógica) era obrigatório e, parte integrante do Trivium que, junto com o Quadrivium, compunha a metodologia de ensino das sete Artes liberais.

Um dos métodos diáleticos mais conhecidos é o desenvolvido pelo filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831).

Visões sobre a dialética

Para Kant, a dialética é uma ilusão.
O conceito de dialética, porém, é utilizado por diferentes doutrinas filosóficas e, de acordo com cada uma, assume um significado distinto.

Para Platão, a dialética é sinônimo de filosofia, o método mais eficaz de aproximação entre as ideias particulares e as ideias universais ou puras. É a técnica de perguntar, responder e refutar que ele teria aprendido com Sócrates (470 a.C.-399 a.C.). Platão considera que apenas através do diálogo o filósofo deve procurar atingir o verdadeiro conhecimento, partindo do mundo sensível e chegando ao mundo das ideias. Pela decomposição e investigação racional de um conceito, chega-se a uma síntese, que também deve ser examinada, num processo que busca a verdade.

Aristóteles define a dialética como a lógica do provável, do processo racional que não pode ser demonstrado. "Provável é o que parece aceitável a todos, ou à maioria, ou aos mais conhecidos e ilustres", diz o filósofo.

O alemão Immanuel Kant retoma a noção aristotélica quando define a dialética como a "lógica da aparência". Para ele, a dialética é uma ilusão, pois baseia-se em princípios que são subjetivos.

O método dialético possui várias definições, tal como a hegeliana, a marxista entre outras. Para alguns, ela consiste em um modo esquemático de explicação da realidade que se baseia em oposições e em choques entre situações diversas ou opostas. Diferentemente do método causal, no qual se estabelecem relações de causa e efeito entre os fatos (ex: as radiações solares provocam a evaporação das águas, estas contribuem para a formação de nuvens, que, por sua vez, causa as chuvas), o modo dialético busca elementos conflitantes entre dois ou mais fatos para explicar uma nova situação decorrente desse conflito.

Método dialético
A filosofia descreve a realidade e a reflete, portanto a dialética busca, não interpretar, mas refletir acerca da realidade.

A dialética é a história das contradições. Em alemão aufheben significa supressão (ou suprassunção) e ao mesmo tempo manutenção da coisa suprimida. O reprimido ou negado permanece dentro da totalidade.


Hegel, um dos filósofos que mais tratou da dialética
Esta contradição não é apenas do pensamento, mas da realidade. Então, tudo está em processo de constante devir.

História da dialética
Até hoje, não foi definido quem teria sido o fundador da dialética: alguns acreditam que tenha sido Sócrates, e outros, assim como Aristóteles, acreditam que tenha sido Zenão de Eleia. Na Grécia Antiga, a dialética era considerada a arte de argumentar no diálogo. Atualmente é considerada como o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em permanente transformação.

Desde a Grécia Antiga, a dialética sempre encontrou quem fosse contra, como Parmênides, mesmo vivendo na mesma época do mais radical pensador dialético: Heráclito. Para compreensão do tema, o autor passa por vários itens, começando pelo trabalho.

Heráclito foi o pensador dialético mais radical da Grécia Antiga. Para ele, os seres não têm estabilidade alguma, estão em constante movimento, modificando-se. É dele a famosa frase “um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio”, porque nem o homem nem o rio serão os mesmos. No século XX, Osho Rajneesh, nascido na Índia, retoma o pensamento de Heráclito sobre a dialética com a publicação do livro "A Harmonia Oculta: Discursos sobre os fragmentos de Heráclito".


Heráclito, o pensador dialético mais radical da Grécia Antiga.
Porém, na época, os gregos preferiram acreditar na metafísica de Parmênides, a qual pregava que a essência do ser é imutável, e as mudanças só acontecem na superfície. Esse pensamento prevaleceu, por atender aos interesses da classe dominante, na época. Para sobreviver, a dialética precisou renunciar às expressões mais radicais, conciliando-se com a metafísica.

Depois de um século, Aristóteles reintroduziu a dialética, sendo responsável, em boa parte, pela sua sobrevivência. Ele estudou muito sobre o conceito de movimento, que seriam potencialidades, atualizando-se. Graças a isso, os filósofos não deixaram de estudar o lado dinâmico e mutável do real. Com a chegada do feudalismo, a dialética perdeu forças novamente, reaparecendo, no Renascimento e no Iluminismo.

A dialética hegeliana é idealista, aborda o movimento do espírito. A dialética marxista é um método de análise da realidade, que vai do concreto ao abstrato e que oferece um papel fundamental para o processo de abstração. Engels retomou, em seu livro, "A Dialética da Natureza", alguns elementos de Hegel, concebendo a dialética como sendo formada por leis; esta tese será desenvolvida por Lênin e Stálin. Por outro lado, outros pensadores criticarão ferrenhamente esta posição, qualificando-a de não-marxista. Assim, se instaurou uma polêmica em torno da dialética.

Dialética e trabalho

Com o trabalho, surge a oportunidade de o ser humano atuar em contraposição à natureza. O homem faz parte da natureza, mas, com o trabalho, ele vai além. Para Hegel, o trabalho é o conceito chave para compreensão da superação da dialética, atribuindo o verbo suspender (com três significados): negação de uma determinada realidade, conservação de algo essencial dessa realidade e elevação a um nível superior. Mas Marx criticou Hegel, pois Hegel não viveu nessa realidade, mas apenas em sala de aula e bibliotecas, não enxergando problemas como a alienação nesse trabalho.

Na ordem, a segunda contradição é justamente essa alienação. O trabalho é a atividade na qual o homem domina as forças naturais, cria a si mesmo, e torna-se seu algoz. Tudo isso devido à divisão do trabalho, propriedade privada e o agravamento da exploração do trabalho sob o capitalismo. Mas não são apenas os trabalhadores que foram afetados. A burguesia também, pela busca do lucro não consegue ter uma perspectiva totalizante.

Dialética e totalidade

Engels defendia o caráter materialista da dialética.
A visão total é necessária para enxergar, e encaminhar uma solução a um problema. Hegel dizia que a verdade é o todo. Que se não enxergamos o todo, podemos atribuir valores exagerados a verdades limitadas, prejudicando a compreensão de uma verdade geral. Essa visão é sempre provisória, nunca alcança uma etapa definitiva e acabada, caso contrário a dialética estaria negando a si própria.

Logo é fundamental enxergar o todo. Mas nunca temos certeza de que estamos trabalhando com a totalidade correta. Porém a teoria fornece indicações: a teoria dialética alerta nossa atenção para as sínteses, identificando as contradições concretas e as mediações específicas que constituem o "tecido" de cada totalidade. Sendo que a contradição é reconhecida pela dialética como princípio básico do movimento pelo qual os seres existem.

Na dialética, fala-se também na “fluidificação” dos conceitos. Isso porque a realidade sempre está assumindo novas formas, e assim o conhecimento (conceitos) precisam aprender a ser "fluidos".

Junto com Karl Marx, Engels sempre defendeu o caráter materialista da dialética. Ele resumiu a dialética em três leis. A primeira lei é sobre a passagem da quantidade à qualidade, mas que varia no ritmo/período. A segunda é a lei da interpenetração dos contrários, ou seja, a ideia de que tudo tem a ver com tudo, que os lados que se opõem, são na verdade uma unidade, na qual um dos lados prevalece. A terceira lei é a negação da negação, na qual a negação e a afirmação são superadas. Porém, essas leis devem ser usadas com precaução, pois a dialética não se deixa reduzir a três leis apenas.

Após a morte de Marx, Lênin foi um dos revolucionários que lutaram contra a deformação da concepção marxista da história. A partir dos estudos da obra de Hegel, Lênin aplicou os conhecimentos na prática, como na estratégia que liderou a tomada do poder na Rússia.

Com a morte de Lênin, vem uma tendência anti-dialética com Stálin, que desprezava a teoria. Ele chegou a "corrigir" as três leis de Engels, traçando por cima, quatro itens fundamentais para ele: conexão universal e interdependência dos fenômenos; movimento, transformação e desenvolvimento; passagem de um estado qualitativo a outro; e luta dos contrários como fonte interna do desenvolvimento.

O método dialético nos incita a revermos o passado, à luz do que está acontecendo no presente, ele questiona o presente em nome do futuro, o que está sendo em nome do que “ainda não é”. É por isso que o argentino Carlos Astrada define a dialética como “semente de dragões”, a qual alimenta dragões que talvez causem tumulto, mas não uma baderna inconsequente.

Ver também
Outro

Dialética erística
Ética da discussão

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O MÉTODO DIALÉTICO NA DIDÁTICA / O professor tem um compromisso político com o aluno

O MÉTODO DIALÉTICO NA DIDÁTICA

O professor tem um compromisso político com o aluno

EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA


Segundo URBANETZ e Melo (2008), a didática instrumentaliza o bom professor, sendo que o bom professor precisa dominar três aspectos do ensino: o conteúdo a ensinar, o saber ensinar e as relações situacionais.


Estudando o autor anteriormente citado pode-se inferir de seu trabalho que o ato de ensinar não se baseia simplesmente em passar o conteúdo, mas em utilizar o conteúdo como instrumento. Este instrumento que o professor utiliza tem o objetivo de socializar o aluno, ou melhor, de humanizá-lo.  Para o autor, o pensamento sobre uma educação como uma instituição destinada a formar trabalhadores obedientes e competentes é fato proscrito. Porque a nova corrente que tem se difundido é a de que o professor escreve na lousa com uma mão e com a outra ele humaniza o aluno. A despeito do nível de neutralidade da didática, o autor ainda afirma que ela não é neutra a maneira que ensinamos imprime, e muito nos alunos, a visão que eles têm do mundo.


Assim fica claro que não se ensina somente o conteúdo, mas também o modo de agir em sociedade. O professor tem um compromisso político com o aluno. Em suma para URBANETZ ST. e Melo, A (2008) o trabalho educativo é o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens.


Para ser mais preciso URBANETZ e Melo (2008) aponta que o ato de ensinar precisa ser fundamentado no diálogo entre professor e aluno, aonde o docente tem o papel de mediador do conhecimento. Este fundamento recebe o nome de método dialético e segue alguns passos que foram delimitados por URBANETZ e Melo (2008) e os transcrevo assim:


1) Prática social - deve-se buscar ensinar ao aluno buscando informações que ele já tenha coisas que já são da prática social dele e do professor;


2) Problematização - a partir do que o aluno as sabe levantam-se as questões do problema; é nesse ponto que o aluno é instigado novamente a perguntar o "porquê" das coisas.


3) Instrumentalização - neste ponto o professor disponibiliza instrumentos para o aluno resolver o problema levantado;


4) Catarse - este é o ponto culminante do processo de aprendizagem, neste ínterim o aluno tem o "insight", o "click" que diz: "Agora entendi esse negócio!" A aprendizagem somente acontece quando o aluno se sujeita a aprender algo, afinal é uma via de mão dupla. E a catarse que o professor busca a cada aula dada.


5) Prática social - após o aluno fazer o "insight" de "entender a matéria" o que tem-se pedido: que voltemos este conhecimento para a pratica social. Isto significa trazer o que foi aprendido para o dia a dia do aluno; é mostrar o "porquê" o aluno aprendeu aquilo.


Este método dialógico de URBANETZ e Melo (2008) leva em consideração a pergunta rotineira dos alunos: por que eu preciso saber disto? Assim na didática dialética, nosso papel é mostrar a utilidade dos conhecimentos que eles estão adquirindo, pois os tempos em que o professor simplesmente pregava a matéria para os alunos e estes somente aceitavam está proscrita.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.

por Alexandre do Prado Caldas Serafim

Especialista em Biologia Celular e Molecular. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior. Especialista em Metodologia do Ensino de Biologia e Química pelo Centro Universitário Internacional. Licenciatura em Ciências Biológicas. Licenciatura em Ciências Naturais pela USP. Licenciatura em Pedagogia.
https://www.portaleducacao.com.br





O QUE É MARIOLOGIA?




                                





Mariologia

Doutrina da Igreja Católica

Mariologia é o conjunto de estudos teológicos acerca de Maria, mãe de Jesus Cristo na Igreja Católica, que compreende uma vasta produção bibliográfica que visa a salientar a importância da figura feminina de Maria e a profunda e piedosa crença dos fiéis a ela, com o objetivo de enriquecer o âmbito teológico cristão.

Subdivisões

A Mariologia tradicionalmente sub-divide-se em Mariologia Histórica (estuda os dados históricos, sociais e afins que permitem aceder à figura histórica de Maria), Mariologia Bíblica (versa sobre os fundamentos bíblicos das afirmações sobre Maria), Mariologia "popular" (trabalha os dados que as devoções populares sobre Maria receberam da Tradição eclesiástica e vice-versa) e Mariologia Sistemática (aprofunda os dados da história, das Escrituras e da piedade sistematizando-os em coerência com as doutrinas cristológicas e eclesiológicas).

História

Há seis períodos a considerar na divulgação pública da mariologia:
O início da igreja.
Período compreendido entre o final da revelação para o Concílio de Éfeso 431.
Período de Éfeso para a Reforma Gregoriana.
A partir de 1000 até que o Concílio de Trento.
De Trento até Vaticano II.
Desde o Concílio Vaticano II ao presente.

Catolicismo

No catolicismo os estudos mariológicos são parte integrante da teologia. Na Encíclica Ecclesia de Eucharistia o Papa João Paulo II preconizou:

"Se quisermos redescobrir em toda a sua riqueza a relação íntima entre a Igreja e a Eucaristia, não podemos esquecer Maria, Mãe e modelo da Igreja. Um exame acurado dos Evangelhos demonstra Maria tendo como único filho Jesus Cristo. Com efeito, Maria pode guiar-nos para o Santíssimo Sacramento porque tem uma profunda ligação com ele."

Principais documentos mariológicos da Igreja promulgados nos últimos cento e cinquenta anos:

Papa Leão XIII: Encíclicas Magnae Dei Matris, 1892, Adiutricem populi, 1895, Augustissimae Virginis Mariae, 1897.
Papa Pio IX: Bula dogmática Ineffabilis Deus, de 8 de dezembro de 1854.
Papa Pio X: Encíclica Ad diem illum laetissimum, 1904
Papa Pio XI: Encíclica Lux veritatis, 1931.
Papa Pio XII: Encíclicas Bulla Munificentissimus Deus, 1950, Fulgens corona, 1953 e Ad Caeli Reginam, 1954.
Concílio Vaticano II, Constituição Lumen Gentium, cap. VIII, 1964.
Papa Paulo VI: Exortações apostólicas Marialis cultus, 1974 e Signum magnum, 1967.
Papa João Paulo II: Encíclica Redentoris Mater (1987), Exortação Apostólica Redentoris custos, 1989 e Carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, (2002).

Fonte Wikipedia


A Mariologia pela ótica da Igreja Católica.

O que é Mariologia?

Pe. Eugênio Antônio Bisinoto C. Ss. R., 08 de Agosto de 2016 às 14h09. Atualizada em 31 de Agosto de 2016 às 11h42.

MARIOLOGIA, ESTUDO ATUAL

No contexto atual, os cristãos, que buscam viver seu cristianismo de maneira consciente e responsável, sentem a necessidade de conhecer melhor a figura e a missão de Maria, a Mãe de Jesus Cristo. Por isso, procuram aprofundar seus conhecimentos pelo estudo das Sagradas Escrituras, da Tradição e da doutrina da Igreja, da teologia e de outras formas científicas de análise da fé.
A veneração da Virgem Maria está presente na vida da Igreja, tanto na piedade popular como no culto oficial. É “um fato eclesial relevante e universal. Ela brota da fé e do amor do povo de Deus para com Cristo, Redentor do gênero humano, e da percepção da missão salvífica que Deus confiou a Maria de Nazaré, através da qual a Virgem não é somente Mãe do Senhor e do Salvador, mas também, no plano da graça, a Mãe de todos os homens” (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, nº. 183).
Quando os cristãos, que estão imbuídos da veneração mariana, desejam compreender bem as verdades da fé, experimentam o dever e a urgência de considerar e refletir sobre a pessoa e o lugar de Maria no projeto de Deus e na vida da Igreja. Com razão buscam aprender a mariologia, disciplina valorosa e importante na caminhada da comunidade cristã.
Mariologia



O QUE É MARIOLOGIA?

A formulação da palavra “mariologia” foi feita pelo siciliano Plácido Nigido, que usando o nome de seu irmão Nicolau publicou, em Palermo, no ano de 1602, a sua obra mariana. “Mariologia” é um termo grego, que significa “discurso” ou “estudo” de Maria.
A mariologia é a parte da teologia que estuda a figura, o mistério, a missão e o significado de Maria na história da salvação. É “a ciência teológica que investiga, esclarece e aprofunda a presença atuante de Nossa Senhora no mistério de Cristo e da Igreja” (Ir. Aleixo Maria Autran, marista e escritor mariano).
Paulatinamente, os cristãos, que têm sede de compreender melhor os fundamentos de sua fé, vão descobrindo a importância e o valor da mariologia, realizando estudos em seus grupos, comunidades, centros culturais, academias, associações, institutos e faculdades.

ORIENTAÇÕES DO CONCÍLIO VATICANO II


O próprio Concílio Vaticano II (1962-1965) incentivou e orientou o estudo da mariologia, expondo bases sólidas e diretrizes seguras.
Na Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, que trata da Igreja, o Concílio recomendou aos “os teólogos e pregadores da palavra divina a que na consideração da singular dignidade da Mãe de Deus se abstenham com diligência tanto de todo o falso exagero quanto da demasiada estreiteza de espírito. Sob a direção do Magistério cultivem o estudo da Sagrada Escritura, dos Santos Padres e Doutores e das liturgias da Igreja para retamente ilustrar os ofícios e privilégios da Bem-aventurada Virgem que sempre levam a Cristo, origem de toda verdade, santidade e piedade” (LG no. 67).


Ao mesmo tempo em que insiste, com diligência e abertura, na atitude de diálogo ecumênico, o Concílio faz saber aos cristãos que “a verdadeira devoção não consiste num estéril e transitório afeto, nem numa certa vã credulidade, mas procede da fé verdadeira pela qual somos levados a reconhecer a excelência da Mãe de Deus, excitados a um amor filial para com nossa Mãe e à imitação das suas virtudes” (LG no. 67).

Conscientes das orientações do Concílio, os cristãos assumem o estudo da mariologia com solicitude, seriedade, método, perseverança e ternura, esclarecendo e aprofundando seu conhecimento, sua reflexão e sua cultura. De maneira didática, o estudo, que se baseia nas Sagradas Escrituras e considera o contexto atual, abrange a tradição e vida da Igreja, a história da mariologia, a compreensão dos dogmas marianos, a reflexão teológica e cultural, o diálogo ecumênico e inter-religioso, o culto e piedade do povo, a aproximação com as ciências humanas e a missão dos cristãos na Igreja e na sociedade.

MARIOLOGIA NO CONJUNTO DA FÉ CRISTÃ

A mariologia há estar sempre integrada no conjunto da fé cristã. “O estudo da mariologia não é e jamais poderia ser uma reflexão isolada. É preciso evitar apresentações unilaterais da figura e da missão de Maria. Há necessidade de ligá-la aos estudos de cristologia, eclesiologia, pneumatologia, antropologia, escatologia etc.” (Dom Murilo S. R. Krieger, bispo e escritor mariano).
A mariologia ilumina e orienta a vida e missão dos cristãos. Não é uma ciência fechada em si mesma, presa em seus conceitos e formulações. Ao contrário, constitui um estudo teológico que ajuda os devotos em sua caminhada humana e espiritual. Iluminada pela mariologia e desenvolvida por uma dinâmica pastoral mariana, a piedade para com a Virgem Maria tem uma “grande força pastoral e constitui uma força inovadora dos costumes cristãos” (Paulo VI. Exortação Apostólica “Marialis Cultus”, nº. 31).
O estudo de mariologia ajuda os cristãos a renovarem e a aprofundarem o seu culto autêntico para com a Mãe do Salvador. O próprio Papa Paulo VI insiste na necessidade desta renovação mariana, dizendo que a “veneração dos fiéis pela Mãe de Deus tem revestido, de fato, formas diversas, de acordo com as circunstâncias de lugar e de tempo, com a distinta sensibilidade dos povos e com as suas diferentes tradições culturais. Disso resulta que, sujeitas ao desgaste do tempo, essas formas em que se expressa a piedade se apresentam necessitadas de uma renovação, que permita substituir nelas os elementos caducos, precisam valorizar os perenes e incorporar os novos dados doutrinais adquiridos pela reflexão teológica e propostos pelo magistério eclesiástico” (Exortação Apostólica “Marialis Cultus”, nº. 24).

 ESTUDO E ESPIRITUALIDADE

 “Mariologia” é um termo grego, que significa “discurso” ou “estudo” de Maria.
É de fundamental importância que o estudo de mariologia seja feito em clima de espiritualidade, inspirando e favorecendo a oração dos cristãos. Teólogo franciscano, São Boaventura (1221-1274) já recomendava: “Ninguém creia que basta a leitura sem a unção, a especulação sem o estupor, a pesquisa sem o exultamento, a atividade sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humilde, o estudo sem a graça divina, o perscrutar sem a sabedoria da inteligência divina” (Itinerarium Mentis in Deum, Prologus 4,53).

Por outro lado, o estudo da mariologia deve favorecer o cristão a adquirir uma sólida e ardorosa espiritualidade mariana. O estudioso não pode reduzir suas reflexões marianas a um conjunto de conceitos intelectuais bem expressos. Precisa unir o esforço mental com a prática espiritual, sem cair tanto no racionalismo como no sentimentalismo. Estudando a mariologia, procura também inspirar sua vida nas atitudes e virtudes de Nossa Senhora, querendo seguir, com a Igreja, “as pegadas do itinerário percorrido pela Virgem Maria, a qual avançou na peregrinação da fé, mantendo fiel a união com seu Filho até a cruz” (João Paulo II. Carta Encíclica “Redemptoris Mater”, nº. 2).

A formação do cristão na mariologia deve ser sempre completa, integrando bem e de forma harmoniosa o estudo, o culto e a vivência. Para isso, é imprescindível que ele adquira um conhecimento abrangente e exato da doutrina que a Igreja tem sobre a Mãe de Jesus. É preciso também que nutra um amor verdadeiro à Mãe de Deus, cultivando a devoção mariana com conteúdos e expressões profundas e autênticas. Além disso, o devoto deve desenvolver a habilidade de comunicar os seus conhecimentos marianos aos outros com competência, cordialidade e sabedoria.



ROTEIRO DE ESTUDO DA MARIOLOGIA

Para estudar a mariologia, o cristão precisa perceber e analisar, com critérios e a ajuda das ciências humanas, a situação atual da Igreja, da sociedade e da cultura em relação à presença e ao significado da Mãe de Jesus. Existem vários livros e revistas que mostram como os nossos contemporâneos se relacionam com a figura de Nossa Senhora.

Outro passo imprescindível do estudo de mariologia é a leitura e a meditação da Bíblia. A Sagrada Escritura é a alma e a base da formação mariana. Com ajuda de publicações de obras de exegese, o devoto pode conhecer e estudar a figura e a presença de Maria nos textos bíblicos. Nós encontramos a Mãe de Deus sempre “junto de Cristo, unida a Ele e à sua Igreja. A Palavra de Deus nas Escrituras (Antigo e Novo Testamento), lida e interpretada pela Igreja, é fonte do nosso culto de veneração, amor filial e imitação da Virgem Maria” (Ir. Aleixo Maria Autran).
Realizando sua formação mariana, o cristão deve levar em conta a tradição da Igreja, estudando os fatores, os desdobramentos e as contribuições referentes à doutrina e ao culto da Virgem Maria ao longo dos séculos. É importante aqui que estudar os documentos do magistério eclesiástico, os dogmas, as obras dos Padres da Igreja, os apócrifos, os escritores, os santos, a liturgia e piedade das comunidades.

Aprofundando e esclarecendo seus conhecimentos marianos, o cristão precisa do auxílio da teologia. Os leigos têm acesso ao estudo da teologia. “De uns tempos para cá, há algumas décadas já, o estudo da teologia, como ciência, deixou os ambientes restritos dos seminários e das casas de formação para se tornar um curso acessível a todos, não somente aos futuros padres e pastores, mas também aos leigos, religiosos, animadores de comunidade, e demais agentes de pastoral” (Antônio Mesquita Galvão, teólogo leigo e escritor). Existem vários cursos de mariologia, quer nos centros de teologia e nas comunidades, quer por correspondência. As editoras têm publicado muitos livros marianos, que trazem as reflexões dos teólogos.

Veja também

Mulher e religião
Virgem Maria nos concílios ecumênicos
Anexo:Títulos de Maria, mãe de Jesus
Dogmas e doutrinas marianas
Manifesto de Dresden
Maria no Código de Direito Canônico
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
A Virgem Maria na formação intelectual e espiritual. Texto da Congregação para a Educação Católica.
Livro:"As Aparições da Cova da Iria" por António Monteiro (edição digital em pdf, download)