Konstantinos - Uranus

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Martin Luther King: A agonia de um rei em depressão





Um dos maiores heróis americanos, Martin Luther King enfrentou a injustiça de uma nação. Mas, por trás do poderoso líder, havia um homem infiel e deprimido, que vivia à sombra do suicídio
Adriana Maximiliano

Quando foi avisado de que tinha ganhado o prêmio Nobel da Paz, em 14 de outubro de 1964, Martin Luther King Jr. estava sob o efeito de tranqüilizantes, sozinho num quarto de hospital em Atlanta. Sua mulher, Coretta Scott King, ligara para dar a notícia. Logo depois, o quarto foi inva­dido por fotógrafos. Os jornais do dia se­­­­­guin­te diriam que King tinha sido inter­nado três dias antes, sofrendo de febre e exaustão. Uma meia verdade. Aos 35 anos, ele estava lá por causa de um problema que o acompanhava desde criança: a depressão.

A imagem de King que se eternizou é a do pastor, líder político e pacifista que lutou pela igualdade entre negros e brancos nos Estados Unidos. Um homem corajoso e otimista. Mas ele também era frágil e vulnerável. “Durante entrevistas que fiz com amigos de Martin Luther King, seu comportamento deprimido foi citado inúmeras vezes. Ele chegou a questionar em alguns momentos se sua vida valia a pena. Mas essas histórias de desespero não ganharam os jornais na época porque a imprensa não costumava noticiar dramas desse tipo como faz hoje”, diz o escritor americano Taylor Branch, que passou um quarto de século estudando a vida de King e, no ano passado, lançou At Canaan’s Edge (“À beira de Canaã”, inédito no Brasil), o último volume de uma trilogia sobre o líder.

Entre 1965 e 1968, nos anos finais de sua vida, King estava numa encruzilhada. Depois da vitória contra as leis racistas dos Estados Unidos, o líder se envolveu com causas como a luta contra a Guerra do Vietnã. Ao fazer isso, perdeu o apoio de vários aliados, fossem eles negros ou brancos. Enquanto isso, seus constantes casos extraconjugais eram usados pelo FBI (a polícia federal americana) para desestabilizar seu casamento e aprofundar sua depressão. O objetivo era tirar King da vida pública – ou mesmo fazê-lo dar cabo da própria vida. Em meados dos anos 60, o homem que enfrentara todo o racismo de uma nação estava encurralado, ameaçando sucumbir ao próprio sofrimento.
No caminho, uma Rosa

Nascido em 15 de janeiro de 1929, em Atlanta, no estado da Geórgia, King vivia com os pais, os irmãos e a avó materna, Jennie Williams. Quando o menino tinha 5 anos, ela sofreu um desmaio em casa. King não suportou a idéia de que Jennie pudesse ter morrido. Subiu as escadas correndo e se jogou por uma janela do segundo andar. Sua mãe, Alberta, o encontrou no quintal, estatelado no chão – o pequeno King só abriu os olhos depois que disseram que Jennie estava bem. A cena se repetiria sete anos depois, em maio de 1941. Ao saber que sua avó tinha sofrido um ataque cardíaco, voltou correndo para casa e encontrou a família chorando. King se jogou pela mesma janela, sobrevivendo de novo. Mas, dessa vez, a avó estava morta. O menino passou diversas noites em claro, chorando sem parar.

O lado depressivo do garoto contrastava com as boas condições de sua família. Martin Luther King pai, pastor da Igreja Batista, era o negro mais bem pago de Atlanta. Nascido Michael, ele trocara o nome para Martin Luther em 1935, homenageando o fundador do protestantismo. A mudança se estendeu ao filho, que acabaria herdando também a vocação religiosa. Aos 19 anos, Martin Luther King Jr. se formou em Sociologia no Morehouse College, a melhor escola para negros de Atlanta. Em 1954, depois de se doutorar em Teologia pela Universidade de Boston, King se tornou pastor batista em Montgomery, no Alabama.
Nos anos 50, King já estava envolvido na luta pelos direitos dos negros: era do comitê executivo da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês). Nos estados americanos do Sul, como o Alabama, os negros eram cidadãos de segunda classe. Não podiam votar, eram proibidos de entrar em certos clubes, lojas e igrejas e, no transporte público, tinham que dar preferência aos brancos.

Em 1º de dezembro de 1955, toda essa discriminação foi posta em xeque por uma inofensiva costureira negra de 42 anos. Cansada e com dores nos pés depois de um dia de trabalho, Rosa ­Par­ks se recusou a ceder seu lugar no ônibus a um homem branco. Foi presa. Ao saber da notícia, King e outros líderes da NAACP transformaram o caso de Rosa no estopim da luta contra a desigualdade racial que ficaria conhecida como o Movimento pelos Direitos Civis. No dia seguinte, os negros de Montgomery iniciaram um boicote aos ônibus, sob a liderança do quase desconhecido pastor de 26 anos. Foram necessários 382 dias até que, em 21 de dezembro de 1956, a Suprema Corte dos Estados Unidos declarasse inconstitucional a segregação racial nos transportes públicos do país.

Durante o boicote em Montgomery, viajando cerca de 25 dias por mês, King se tornara respeitado em todo o Sul dos Estados Unidos. Em contrapartida, tinha sido preso, criticado por membros de sua igreja e acordado inúmeras vezes de madrugada por telefonemas com ameaças. Diante disso, King não escondia a importância do apoio da esposa. Ele e a musicista Coretta haviam se conhecido em Boston, em 1952. O casamento rendeu quatro filhos ao casal, mas não era um modelo a ser seguido. Desde o primeiro momento, o pastor foi infiel. Quando estava longe de casa, King se encontrava com várias amantes.
Um sonho de liberdade

Apesar do fim da segregação no transporte público, o racismo continuava em várias instituições dos Estados Unidos. Após o boicote de Montgomery, Martin Luther King continuou trabalhando por reformas. Seguidor declarado de Mahatma Gandhi, ele promovia manifestações pacíficas como boicotes, greves e passeatas, pontuadas por seus poderosos discursos. Em 1957, ele ajudou a fundar a Conferência da Liderança Cristã Sulista (SCLC, na sigla em inglês), instituição que presidiu até a morte.

Diversas organizações iam surgindo para engrossar o Movimento pelos Direitos Civis. O problema é que elas muitas vezes acabavam entrando em conflito entre si. Uma das principais polêmicas era a doutrina de não-violência de King. No início dos anos 60, ela ainda soava bem, mas já não convencia os que estavam cansados de apanhar da polícia. O líder muçulmano Malcolm X, por exemplo, não hesitava em dizer que os negros deviam responder com violência à brutalidade das autoridades. King, entretanto, tinha boas razões para preferir o pacifismo: ele fazia com que a violência vista no noticiário fosse protagonizada pela polícia. Assim, o público americano tendia a simpatizar cada vez mais com a causa da SCLC – e a doar dinheiro para a instituição.

Em abril de 1963, King lançou uma campanha para acabar com a segregação nos banheiros e lanchonetes de Birmingham, no Alabama, então considerado o mais racista dos municípios americanos. Durante uma passeata na cidade, o pastor acabou preso. A cadeia não era novidade para King – ao todo, foram mais de 20 prisões –, mas, daquela vez, o presidente John Kennedy interveio diretamente por sua libertação. O prestígio do pastor estava no auge. Em 28 de agosto, King liderou a Marcha sobre Washington, que reuniu mais de 200 mil pessoas na capital americana. Diante delas, disse estar feliz por fazer parte da “maior manifestação pela liberdade” da história dos Estados Unidos. Essas palavras foram o início de um dos mais pungentes discursos de todos os tempos, que ficaria conhecido como “Eu tenho um sonho”. Por 16 minutos, King hipnotizou a multidão enquanto dizia sonhar com o fim da discriminação racial, evocando desde a Bíblia até a Declaração de Independência americana. Foi ovacionado.

A eloqüência de King chamou a atenção de todo o país. Inclusive a do FBI. Em um documento secreto escrito após a Marcha, ele foi apontado pelo órgão como “um potencial messias, capaz de unificar e eletrificar o movimento nacionalista negro”. O relatório citava uma prova inequívoca do carisma de King: sua nomeação, pela revista Time, como o Homem do Ano de 1963 – honraria inédita para um negro. A conclusão do documento não deixava dúvidas: era preciso acabar de uma vez com a influência do pastor.
Vitória e angústia

O assassinato do presidente John Kennedy, em 22 de novembro de 1963, fez King ter um mau pressentimento sobre a morte. “É o que também vai acontecer comigo. Esta sociedade está doen­te”, disse ele a um amigo logo após o atentado, de acordo com Taylor Branch. Sem dúvida, King era um alvo potencial da ira alheia. Afinal, ele não era só um líder pacifista negro. Era o maior ativista de esquerda dos Estados Unidos.

Durante todo o ano de 1964, o excesso de trabalho, as ame­a­ças anônimas e as intrigas en­tre as organizações negras fizeram King sair de cena. Segundo Branch, o líder se tornou assíduo freqüentador do hospital St. Joseph – onde, inclusive, receberia a notícia do Nobel. “Ele pediu para ser internado lá pelo menos uma dezena de vezes, porque só assim podia ficar sozinho e descansar à base de pílulas para dormir”, afirma. Mas, em 2 de julho, King interrompeu o isolamento para viver outro mo­mento de glória em Washington: a cerimônia em que o presidente Lyndon Johnson assinou a Lei dos Direitos Civis, que tornou inconstitucional toda a legisl­a­­­ção segregacionista dos Estados Unidos.
A euforia pela conquista histórica não significou o fim do Movimento pelos Direitos Civis. Faltava ainda garantir que os negros do Sul pudessem votar sem restrições. Isso motivou King a promover mais uma grande marcha, partindo da cidade de Selma em direção a Montgomery, em março de 1965. A polícia tentou parar os manifestantes, que resistiram sem violência até conseguir che­gar ao destino final. Cinco meses depois, a Lei do Direito ao Voto foi aprova­da pelo Con­­gresso, a­ca­­­­­­­­­bando com os en­­traves legais para os negros nas eleições

Dez anos depois do início do boicote aos ônibus, o Movimento pelos Direitos Civis havia conseguido, ao menos em termos de legislação, igualar negros e brancos nos Estados Unidos. A vitória poderia ter garantido a King dias de felicidade. Mas sua vida privada estava em frangalhos. No início de 1965, quando ele ainda estava preparando a marcha de Selma, Coretta tinha recebido um pacote com uma fita e uma carta anônima. As gravações traziam conversas de King com amigos e mulheres, em que a infidelidade do pastor ficava clara – Coretta estava acostumada a denúncias e amea­ças, mas jamais tinha recebido uma fi­ta comprometedora com a voz do marido. Já o texto da carta que acompanhava a gravação dizia que King era “uma vergonha para todos nós negros”. No fim, o autor sugeria que ele cometesse o suicídio: “Você se acabou. King, só resta uma coisa a ser feita. Você sabe o que é. Só existe uma saída. É melhor você pegá-la antes que seu lado nojento, anormal e fraudulento seja revelado para a nação”.

A carta e a gravação não tinham sido obra de um membro do movimento negro. Elas eram um golpe baixo da campanha do FBI contra King. Diálogos sobre adultério haviam sido obtidos com gravadores colocados na casa e no escritório de King, além de grampos em telefones de quartos de hotel. Os agentes federais sabiam que, por causa da depressão crônica, King seria capaz de se matar num momento de crise. A fita era uma tentativa de fazer com que isso acontecesse – essa tenebrosa estratégia foi posteriormente admitida por William C. Sullivan, ex-diretor-assistente do FBI, num depoimento dado ao Senado americano em 1975.

A explosiva fita acabou chegando às mãos de políticos, religiosos e jornalistas. A idéia de suicídio não foi levada adiante, mas a depressão do líder se agravou. “King reclamou que suas pílulas para dormir não estavam fazendo mais efeito”, escreveu Taylor Branch em At Canaan’s Edge. Em público, se limitou a fazer um mea-culpa nas entrelinhas de seus sermões na igreja, dizendo coisas como: “Eu nunca me coloquei como um grande modelo, mas tenho que fazer o melhor possível para redimir a mim mesmo e a América.”
Memória americana

Depois da aprovação da Lei do Direito ao Voto, a vida política de King precisava de uma nova causa. Ainda em 1965, ele decidiu usar o Movimento pelos Direitos Civis para se opor à Guerra do Vietnã, em que os Estados Unidos haviam acabado de entrar. King foi atacado por todos os lados, incluindo amigos e inimigos. Ninguém queria que ele se metesse com o conflito – que ainda não tinha se torna­do um evidente beco sem saída. King mu­­dou o discurso e apostou na chamada Campanha dos Pobres.
A luta contra a pobreza nem de longe contava com a simpatia que King arrebanhara para a questão racial. Ativistas próximos do líder achavam que o melhor seria se preocupar em fortalecer as conquistas dos negros no Sul do país. A falta de resultados em suas novas lutas aumentou o desalento de King. Duas semanas depois de completar 39 anos, pressionado por Coretta, ele finalmente resolveu admitir um de seus casos extraconjugais. Ainda assim, a esposa foi capaz de seguir ao lado dele.

Em 4 de abril de 1968, King estava em Memphis, no Tennessee, para apoiar uma greve de lixeiros. Sua liderança estava desgastada, assim como sua capacidade de sonhar com um país mais justo. A desilusão dava o tom do sermão que ele começou a escrever naquela tarde, intitulado “Por que a América deve ir para o inferno”. O texto ficou inacabado. Às 18h01, enquanto conversava com amigos na sacada do Lorraine Motel, King levou um tiro no pescoço. Hospitalizado, morreu por volta das 19h. Cinco dias depois, o pastor foi enterrado em Atlanta, num funeral acompanhado por 300 mil pessoas. O suposto assassino foi capturado, mas o crime nunca foi esclarecido (veja quadro acima).

Após sua morte, Martin Luther King Jr. virou nome de ruas, escolas e bibliotecas e ganhou um feriado nacional nos Estados Unidos (a terceira segunda-feira do mês de janeiro). Em 2008, deverá ser inaugurado seu memorial no National Mall – a esplanada em Washington, próxima à Casa Branca, onde foi feito o discurso “Eu tenho um sonho”. Além do líder negro, apenas os ex-presidentes Thomas Jefferson e Abraham Lincoln conquistaram honraria semelhante.

O King eternizado no panteão dos heróis americanos, entretanto, não é o mesmo que foi morto em Memphis. Em tempos de invasão do Iraque, a história do King que protestou contra a guerra e a pobreza tem sido deixada de lado. O historiador americano David J. Garrow, autor de um premiado livro sobre o pastor – Bearing the Cross (“Carregando a cruz”, inédito no Brasil) –, não estranha esse esquecimento. “Os Estados Unidos preferiram a imagem romantizada de um homem doce e otimista. Principalmente porque o King dos anos finais ainda seria um estorvo até hoje, no governo de George W. Bush.( Adriana Maximiliano )

 Quem foi?

     Foi uma personagem muito importante no que toca aos direitos dos homens, principalmente os de cor. Com a sua honestidade e a sua ambição de ver juntos os brancos e os negros, conseguiu muita coisa, inclusive um acordo.

  O que fez?
     Conseguiu juntar os brancos e os negros para um mundo melhor, e para entre ajudarem-se.
 Como  o conseguiu?
    Martin Luther King conseguiu-o  através de  um discurso efectuado em Washington D.C., em 28 de Agosto de 1963.

Em 1963, King publicou uma recopilação de sermões intitulada “A força de amar”. O prefácio começa assim: “Nestes dias de revoltas e incertezas, os gênios malignos da guerra e da injustiça econômica e racial ameaçam inclusive a sobrevivência da raça humana”. Três dos 15 sermões foram escritos nos cárceres da Georgia, entre eles “Sonhos destroçados”. Nele, escreveu: “Cooperar passivamente com um sistema injusto converte o oprimido em um ser tão malvado como o opressor”. King retomou a ideia dos sonhos destroçados quatro anos mais tarde, e oito meses antes de ser assassinado, em seu discurso chamado “Para onde vamos”. “Em certas ocasiões, nossos sonhos serão destroçados e nossas esperanças etéreas, quebradas. Quando nossos dias se tornarem tristes e nos invadir uma nuvem de desesperança, e quando nossas noites se tornem mais obscuras que mil meias-noites, lembraremos de que há uma força criativa do universo que trabalha para derrubar as enormes montanhas do mal, um poder que é capaz de superar qualquer obstáculo e converter o passado obscuro em radiante porvir. O arco do universo moral é amplo, mas se inclina para o lado da justiça”.

Nesse mesmo ano, 1967, um ano antes de ser assassinado, King fez seu discurso “Muito além do Vietnã” na Igreja Riverside da cidade de Nova York, onde proclamou: “Descobri que nunca mais vou poder lançar minha voz contra a violência dos oprimidos nos bairros marginais sem antes falar do principal responsável pela violência do mundo atual, meu próprio governo”.


domingo, 21 de abril de 2013

A Eneida, Virgílio




Uma epopeia por encomenda

Eneias abandona Troia em chamas,
Federico Barocci, 1598, Galleria Borghese, Roma.
Virgílio já era ilustre pelas suas Bucólicas (37 a.C.), um poema pastoril, e Geórgicas (30 a.C.), um poema agrícola1 . Então, o imperador Augusto encomendou-lhe a composição de um poema épico que cantasse a glória e o poder do Império Romano. Um poema que rivalizasse e quiçá superasse Homero, e também que cantasse, indiretamente, a grandeza de césar Augusto1 . Assim Virgílio elaborou um trabalho que, além de labor lingüístico e conteúdo poético, é também propaganda política1 .
Muitos dos episódios na Eneida, que narra um tempo mítico, têm uma correspondência síncrona com a atualidade de Augusto. Por exemplo o escudo de Eneias, simbolizando a Batalha de Áccio, quando Otaviano derrotou Marco Antônio em 31 a.C. e a previsão de Anquises, no Hades, sobre as glórias de Marcelo, filho de Otávia, irmã do imperador.
Virgílio terminou de escrever Eneida em 19 a.C.. A obra está "completa" mas não está ainda "pronta" segundo o seu criador. Virgílio gostaria ainda de visitar os lugares que aparecem no poema e revisar os versos dos cantos finais. Mas adoeceu e, às portas da morte, pediu a dois amigos que queimem a obra por não estar ainda "perfeita". O grande poema, já conhecido de alguns amigos coevos, não foi destruído - para nossa felicidade e fortuna literária. Sem a epopeia virgiliana, não haveria Orlando Furioso, O Paraíso Perdido, Os Lusíadas, dentre outros grandes clássicos da literatura mundial.
Ambição de Virgílio
Virgílio, ao escrever esta epopeia, inspirou-se em Homero, tentando superá-lo: Virgílio empenhou-se em fazer da Eneida o poema mais perfeito de todos os tempos. De certa forma, a primeira metade (seis primeiros cantos) da Eneida tenta superar a Odisseia, enquanto a segunda tenta superar a Ilíada. A primeira metade é um poema de viagem e a segunda um poema bélico.
Dramatis personæ
 Aviso: Este artigo ou se(c)ção contém revelações sobre o enredo.
Há dois tipos de personagens na Eneida: os "humanos" e os "deuses". Há uma espécie de terceira entidade que é a do Fatum (Fado, destino) que nem os deuses podem obliterar.
Humanos
Eneias ferido por una flecha, curado pelo médico Iapige, com o filho Ascânio e assistido por Vênus, pintura em parede, século I a.C.,Pompeia, atualmente no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles
A Eneida tem doze capítulos, exactamente metade que a Odisseia.
Anquises, pai de Eneias
Ascânio, filho de Eneias e de Creusa.
Creúsa (filha de Príamo), esposa de Eneias.
Dido, rainha de Cartago.
Evandro, ancião
Eneias, troiano, sobrevivente à guerra de Troia
Turno, rei latino, inimigo de Eneias em Itália
Deuses
Apolo, deus do Sol
Éolo, deus dos ventos
Juno, mulher de Júpiter, opositor de Eneias
Júpiter, o rei dos deuses
Mercúrio, o deus mensageiro
Neptuno , deus dos mares
Vénus, deusa do amor e da beleza, coadjuvante de Eneias
Nota: É de bom grado utilizar a terminologia latina (romana) para falar da Eneida, já que se trata de um poema romano.
Tempo da diegese
O tempo da diegese, ou seja dos acontecimentos narrados, ocorre imediatamente após a queda da cidade de Troia, portanto a Eneida dá continuidade à Ilíada de Homero. Se a Odisseia narra as aventuras de um grego, de Ulisses (ou Odisseus), que tenta voltar para a sua casa e para a sua família, a Eneida narra as aventuras de um troiano que, depois da destruição de Troia, foge com a sua família. A sua fuga dá-se por mar. Eneias procura um sítio para fundar uma nova cidade.
Tempo do discurso
Quando o texto começa, a aventura de Eneias já se iniciou (a narrativa começa in media res, isto é, a meio da acção). O herói naufraga ao largo de Cartago (a actual Tunes) e vai ter com a rainha Dido. Conta-lhe as suas viagens até ao momento em que se encontra. Esse é um processo de analepse (em inglês, flashback). A partir do quarto capítulo, o tempo da diegese é contemporâneo ao da narração do poema, ou seja os acontecimentos são narrados como se estivessem acontecendo no presente.
Capítulos ou cantos
I - Eneias naufraga ao largo de Cartago
Depois de partir da Sicília, Eneias é arrastado por uma tempestade que o faz naufragar. Eneias observa a cidade. Ele que vem de Troia que fora totalmente arrasada e que tem por missão fundar uma nova cidade. É recebido por Dido, rainha de Cartago. Comove-se ao ver os afrescos nas paredes que narram a guerra de Troia. Dido começa a apaixonar-se por Eneias.
II- Eneias narra a Dido o último dia de Troia
Dido solicita a Eneias que lhe relate a queda da lendária cidade de Troia. Ele conta o célebre episódio do Cavalo de Troia. E conta como se deu a batalha durante a noite. Como o incêndio começou a devorar a cidade. No desespero Eneias decide lutar até morrer. Vênus, sua mãe, aparece e lhe diz: "vai procurar o teu pai, a tua mulher e teu filho e abandona a cidade".
A cidade é tomada pelos gregos. Eneias procura sua mulher, Creusa, gritando pelas ruas à sua procura. Encontra o espectro dela. Com muita ternura o fantasma de Creusa diz-lhe uma profecia: "que ele irá ter muitos infortúnios mas acabará por conseguir fundar uma nova cidade".
Eneias consegue fugir com o seu pai às cavalitas e com o seu filho pela mão.
III- Eneias narra a Dido as suas viagens rumo à Itália
Eneias continua a contar a Dido as suas peripécias para chegar à península Itálica, até aportar em Cartago temporária e acidentalmente. Conta a sua escala na Trácia e em Creta. A chegada a Épiro e à Sicília. Conta também seu encontro com Andrômaca (viúva de Heitor) e como faleceu o seu pai Anquises.
IV- Os amores de Dido e seu fim trágico
Morte de Dido, por Heinrich Friedrich Füger,, 1792, Museu do Ermitage, São Petersburgo
A rainha Dido, segundo a Eneida de Virgílio, após ouvir a narração do fim de Troia e das viagens e peripécias de Eneias, influenciada por Vênus, deusa do amor e mãe de Eneias, vê-se completamente apaixonada pelo herói. Ela convida os troianos (Eneias e seus companheiros) para uma caçada. No meio de uma tempestade, abrigados em uma caverna, Dido e Eneias se amam. Entretanto Júpiter envia Mercúrio a Eneias para lhe lembrar que seu destino é encontrar o Lácio e fundar uma nova cidade que substitua a cidade de Troia destruída e que governe as demais cidades do mundo. Eneias tenta sair de Cartago sem que Dido se aperceba. Sentindo-se abandonada, enganada e vilipendiada, furiosa e ensandecidada pelo amor não retribuído, ela se suicida enquanto partem os navios troianos e Eneias ainda pôde ver a fumaça da pira funérea saindo de seu palácio.
V- Os jogos fúnebres
Eneias aporta à Sicília e decide realizar jogos fúnebres em honra de seu pai Anquises. Já se passou um ano desde que este morreu.
(Este capítulo é importante para quem estuda a antropologia dos romanos porque dá indicações de como eles se relacionavam com a morte.)
VI- Descida de Eneias ao Mundo dos Mortos
Eneias e a sibila de Cumas, por William Turner.
Este é um dos episódios mais famosos da Eneida. Depois de Eneias ter partido da Sicília fez escala em Cumas. Nesse local consulta uma sacerdotisa (uma sibila - Antes o termo era empregado como nome próprio e com o tempo passou a ser usado como comum para todas aquelas que servissem a um deus) de Apolo. Ele tem um desejo intenso (em sonhos seu pai o havia conclamado a fazê-lo) de falar uma última vez com seu pai para lhe pedir conselho sobre a viagem. Obtém permissão de descer ao mundo dos mortos (este episódio faz lembrar outras descidas famosas ao mundo dos mortos: o episódio de Orfeu e Eurídice, a nekya de Odisseu, no canto XI da Odisseia. No mundo dos mortos vê vários espectros. Um deles o de Dido que, ladeada por seu primeiro esposo, não lhe responde.
O seu pai Anquises dá-lhe importantes informações sobre a sua viagem e faz uma longa profecia sobre o futuro glorioso de Roma.
VII- Chegada ao Lácio
(Latium (Lácio), província romana onde Roma se situará)
VIII- Evandro. Descrição do escudo de Eneias
O canto VIII começa com o rio Tibre a falar com Eneias, que lhe diz que deverá fazer aliança com Evandro e o seu povo. Eneias e os troianos são recebidos por Evandro com um banquete de consagração a Hércules, Evandro conta a história do monstro Caco. Evandro faz uma visita guiada, mostrando a cidade a Eneias. Vénus suplica armas a Vulcano, seu marido. Vulcano forja então o escudo de Eneias. (remetendo-nos para o episódio do escudo de Aquiles, da Ilíada de Homero) Um relâmpago dá então o sinal das armas de Eneias. Palante, filho de Evandro vai então para a guerra com Eneias. Evandro suplica aos deuses que não permitam que o seu filho morra. Vénus leva então as armas a Eneias. É-nos dada a descrição do escudo de Eneias, onde Eneias aparece como vencedor da batalha de Áccio.
Simbologias da Eneida
Eneias na corte de Latino, óleo em tela de Ferdinando Bol, 1661-1663 ca, Rijksmuseum, em Amsterdam
A Eneida simboliza o poder do Império Romano, sob o comando de Augusto.
Dido simboliza o poder de Cartago, rival de Roma, que seria por esta destruída na Terceira Guerra Púnica. Dido também simboliza Cleópatra, rainha do Egipto, que se tinha aliado a um general romano, Marco António, para resistir a Roma. Marco António e Cleópatra foram derrotados na batalha de Áccio, ao largo do delta do Nilo e o Egito transformado em província romana. Dido simboliza assim a mulher misteriosa e sedutora do Oriente, que resiste ao poder romano mas que por ele é submetida. Por metonímia simboliza todo o Médio Oriente e Norte de África, que foram as últimas terras a serem conquistadas pelo Império Romano.
Turno simboliza os antecedentes latinos da "raça" romana, enquanto Eneias simboliza os antecedentes troianos (que são ficcionais). Eneias é uma personagem que permite dar a Roma uma ascendência mítica, juntando-se assim ao mito da fundação de Roma por Rómulo e Remo.
Repercussões literárias da Eneida
Dante Alighieri, no seu famoso episódio da descida aos infernos, é levado pela mão de Virgílio para ver os mesmos.
Luís de Camões inspira-se directamente neste grande épico romano para escrever os seus Os Lusíadas.
CAPCOM inspira-se no autor para criar a personagem Vergil do jogo, "DEVIL MAY CRY".
Traduções
Há algumas traduções da Eneida para a língua portuguesa, feitas do latim. Em verso, citam-se a "Eneida Portuguesa", de João Franco Barreto, em oitava-rima, do século XVII, e a "Eneida Brasileira", de Manuel Odorico Mendes, do século XIX, que utilizou o decassílabo branco; além destas, há a tradução de Carlos Alberto da Costa Nunes, do século XX, que utilizou o verso de dezesseis sílabas poéticas para verter o hexâmetro dactílico épico; e a portuguesa de José Victorino Barreto Feio e José Maria da Costa e Silva, do século XIX, em decassílabos. Em prosa, publicaram-se as traduções de Tassilo Orpheu Spalding,  Jaime Bruna e David Jardim Jr.


Número de vítimas de terremoto na China sobe para 164




Por Michael Martina

YA'NA, 21 Abr (Reuters) - Equipes de resgate alcançaram um canto remoto do sudoeste da China neste domingo, quando o número de mortos do pior terremoto do país em três anos subiu para 164, com mais de 6.700 feridos, informou a mídia estatal.

O terremoto de magnitude 6,6 atingiu o condado de Lushan, perto da cidade de Ya'an, na província de Sichuan, a uma profundidade de 12 quilômetros, perto de onde um devastador tremor de 7.9, em maio 2008, matou cerca de 70.000 pessoas.

A maioria das mortes se concentra em Lushan, a uma curta viagem de Ya'an, mas o acesso das equipes de resgate foi dificultado pela estrada estreita e por deslizamentos de terra.
"O centro do condado de Lushan está voltando ao normal, mas as necessidades ainda são consideráveis em termos de abrigo e materiais", disse Kevin Xia, da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

"Suprimentos têm tido dificuldade em entrar na região por causa dos engarrafamentos. A maioria dos nossos suprimentos ainda estão a caminho", disse Xia.

Chen Yong, vice-diretor do comitê de resposta ao terremoto do governo da cidade de Ya'an, disse a jornalistas que o número de mortos não deveria subir muito mais.
"Nós entendemos a situação na maioria das áreas. A maioria das vítimas foi relatada. Em algumas áreas montanhosas remotas, é possível que nós não tenhamos avaliado completamente a situação", disse ele.

sábado, 20 de abril de 2013

UNASUL



UNASUL
A União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) é formada pelos doze países da América do Sul. O tratado constitutivo da organização foi aprovado durante Reunião Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Brasília, em 23 de maio de 2008. Dez países já depositaram seus instrumentos de ratificação (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela), completando o número mínimo de ratificações necessárias para a entrada em vigor do Tratado no dia 11 de março de 2011

A UNASUL tem como objetivo construir, de maneira participativa e consensual, um espaço de articulação no âmbito cultural, social, econômico e político entre seus povos. Prioriza o diálogo político, as políticas sociais, a educação, a energia, a infra-estrutura, o financiamento e o meio ambiente, entre outros, com vistas a criar a paz e a segurança, eliminar a desigualdade socioeconômica, alcançar a inclusão social e a participação cidadã, fortalecer a democracia e reduzir as assimetrias no marco do fortalecimento da soberania e independência dos Estados.

Segundo dispõe o texto do Tratado, os seguintes órgãos compõem a estrutura institucional da UNASUL: a) Conselho de Chefes de Estado e de Governo; b) Conselho de Ministros das Relações Exteriores; c) Conselho de Delegados; e d) Secretaria Geral. Está prevista ainda a constituição de Conselhos de nível Ministerial e Grupos de Trabalho. Todas essas instâncias já se encontram em plena atividade.

A UNASUL conta hoje com oito conselhos ministeriais: a) Energia; b) Saúde; c) Defesa; d) Infra-Estrutura e Planejamento; e) Desenvolvimento Social; f) Problema Mundial das Drogas; g) Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação; h) Economia e Finanças. A UNASUL conta ainda com dois Grupos de Trabalho: a) Integração Financeira (agora subordinado ao Conselho de Economia e Finanças); e b) Solução de Controvérsias em Matéria de Investimentos, em cujo âmbito estuda-se a possibilidade de criar mecanismo de arbitragem, Centro de Assessoria Legal e código de conduta para membros de tribunais arbitrais.

A nova Secretária-Geral da UNASUL, Maria Emma Mejía, tomou posse em 9 de maio de 2011, por um período de um ano, após o qual será sucedida pelo venezuelano Alí Rodriguez, por igual período Nos termos do Tratado Constitutivo, cabe ao Secretário-Geral a execução dos mandatos que lhe forem conferidos pelos órgãos da UNASUL e a representação legal da Secretaria-Geral. O Secretário-Geral cumpre mandato de dois anos, renováveis uma única vez, por igual período. Em princípio, não pode ser sucedido por pessoa da mesma nacionalidade e deve exercer o cargo com dedicação exclusiva. A seleção de funcionários para a Secretaria-Geral deve seguir critérios de representação equitativa dos Estados Membros, incluindo, entre outros, critérios de gênero, étnicos e de idioma.

A UNASUL também possui uma Presidência Pro Tempore (PPT), que alterna a cada ano, seguindo a ordem alfabética dos países membros. O Chile (2008-09) e o Equador (2009-10) já ocuparam a presidência do bloco. Durante a III Cúpula Ordinária da UNASUL (Georgetown, novembro de 2010), a Guiana assumiu a Presidência de turno, que deverá ser transferida para o Paraguai no final de 2011.

A UNASUL tem-se revelado um instrumento particularmente útil para a solução pacífica de controvérsias regionais e para o fortalecimento da proteção da democracia na América do Sul. Pouco após sua criação, a organização desempenhou importante papel mediador na solução da crise separatista do Pando, na Bolívia, em 2008. Em resposta à crise institucional ocorrida no Equador, em setembro de 2010, os Chefes de Estado da UNASUL decidiram incorporar um Protocolo Adicional ao Tratado Constitutivo, no qual foram estabelecidas medidas concretas a serem adotadas pelos Estados Membros da UNASUL em situações de ruptura da ordem constitucional. O Protocolo foi adotado na Cúpula de Georgetown, em novembro de 2010.

O estabelecimento de um mecanismo de Medidas de Fomento da Confiança e da Segurança pelo Conselho de Defesa Sul-Americano também foi um instrumento valioso para o fortalecimento da estabilidade, paz e cooperação na América do Sul. Como resultado de duas reuniões de Ministros das Relações Exteriores e da Defesa, realizadas em setembro e novembro de 2009, no Equador, foi adotado um conjunto de medidas nas áreas de intercâmbio de informação e transparência (sistemas de defesa e gastos de defesa), atividades militares intra e extraregionais, medidas no âmbito da segurança, garantias, cumprimento e verificação. Os procedimentos a serem adotados na aplicação dessas medidas foram aprovados pelos Ministros de Defesa reunidos em Guaiaquil, em maio de 2010, e pelos Ministros de Relações Exteriores, em reunião realizada em Georgetown, em novembro do mesmo ano.

Avanços igualmente significativos têm sido logrados em outras vertentes do processo de integração. O Conselho de Saúde Sul-Americano criou o Instituto Sul-Americano de Governança em Saúde (ISAGS), com o objetivo de apoiar os países da UNASUL no fortalecimento das capacidades nacionais e regionais de seus sistemas de saúde pública e no desenvolvimento adequado de recursos humanos. Uma de suas funções principais será a gestão do conhecimento já existente e a produção daquele que ainda se faz necessário, de forma compartilhada com os atores sociais e políticos relevantes na esfera social e da saúde.

O ISAGS, cuja sede será no Rio de Janeiro, é uma instituição de natureza comunitária, de caráter público, da qual participarão todos os Estados Membros da UNASUL. Seu programa de trabalho será articulado com instituições nacionais dos Estados Membros e com centros multilaterais de formação e pesquisa, através da integração em redes das chamadas “instituições estruturantes dos sistemas de saúde”, como os institutos nacionais de saúde, as graduações em medicina, enfermagem e odontologia, as escolas de saúde pública e as escolas para a formação de técnicos em saúde. Informações detalhadas sobre o ISGAS podem ser obtidas em sua página eletrônica (http://isags-unasul.org).

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Dinâmica inflacionária no país está elevada, difusa e persistente, diz diretor do BC

                                         


WASHINGTON, 19 Abr (Reuters) - O diretor de Assuntos Internacionais e de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, Luiz Awazu, disse nesta sexta-feira que a inflação brasileira está elevada, difusa e persistente, mas que a política vai ajudar a guiá-la de volta para a meta.
Ele, que participa do encontro do G20 e do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, lembrou do choque dos preços dos alimentos em meados de 2012, agravado pelo impacto da taxa de câmbio e pela inflação de serviços.
"Portanto, isto produz uma elevada, difusa e persistente dinâmica inflacionárias no Brasil. E, naturalmente, dado tudo isso, a ação política deve ajudar a retornar a inflação para a meta", afirmou.
Awazu, junto com o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, votou pela manutenção da taxa básica Selic em 7,25 por cento nesta semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reuniu. A maioria do grupo, no entanto, votou por elevar o juro a 7,50 por cento ao ano, diante da pressão inflacionária.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

'Economist' cita piadas com preço do tomate, e diz que BC agiu tarde


                                                                                                              

Do UOL, em São Paulo 

"Um banco central sabe que perdeu o controle das expectativas de inflação quando a alta dos preços vira assunto de piadas". Com essa frase, a revista britânica "Economist" começa sua reportagem sobre a situação econômica do Brasil em sua última edição.
O texto cita as piadas sobre o preço do tomate, que se espalharam pelas redes sociais, e até mesmo as notícias de que o crime organizado estaria contrabandeando o fruto pela Tríplice Fronteira.
A alta de até 200% no preço do tomate repercutiu nas redes sociais e tem gerado muita polêmica Reprodução
"Dados oficiais divulgados em 10 de abril mostram que o problema da inflação no Brasil vai muito além da salada", afirma. "O preço de mais de dois terços dos itens usados para calcular a inflação subiu no último mês", continua.
A revista citou os últimos dados sobre a inflação no Brasil e também a decisão do Banco Central (BC) dessa semana de subir os juros em 0,25 ponto percentual –para 7,50% ao ano, numa tentativa de segurar a alta dos preços.
"A tardia alta da taxa de juros indica que o banco reconhece que precisa reconquistar um pouco da credibilidade perdida", diz. A revista afirma que, em discursos, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falaram sobre os juros baixos como uma "conquista" do governo brasileiro. Isso, segundo a "Economist", colocou a "independência operacional" do BC em xeque desde agosto de 2011.
A reportagem diz, ainda, que a inflação alta tem atingido especialmente as famílias de menor renda, o que pode prejudicar Dilma nas eleições de 2014, diz a revista.






FBI divulga foto de dois suspeitos de atentado em Boston



Por Aaron Pressman e Svea Herbst-Bayliss

BOSTON, 18 Abr (Reuters) - Investigadores pediram nesta quinta-feira a ajuda do público para localizar dois suspeitos fotografados numa calçada lotada logo antes da explosão de duas bombas junto à linha de chegada da Maratona de Boston, na segunda-feira.
"Hoje estamos solicitando ajuda do público para identificar os dois suspeitos", disse em entrevista coletiva Richard DesLauriers, agente especial do FBI em Boston.
Os dois suspeitos carregavam mochilas onde supostamente estavam as bombas que mataram três pessoas e deixaram 176 feridos.

O homem identificado como suspeito número 1 usava boné de beisebol escuro; o número 2 tinha um boné branco virado para trás, e foi visto colocando a mochila no chão, segundo DesLauriers.
"Alguém por aí conhece esses indivíduos como amigos, vizinhos, colegas de trabalho ou parentes dos suspeitos. Embora possa ser difícil, a nação conta com aqueles que têm informação para que se apresentem e a forneça para nós."

O presidente Barack Obama participou de uma cerimônia inter-religiosa em homenagem às vítimas, numa catedral a menos de 2 quilômetros do local das explosões. Ele prometeu que ajudará Boston a se recuperar do trauma, e que os responsáveis serão apanhados.
O atentado marcou o início de uma semana de sobressaltos nos EUA. Na quarta-feira, um homem do Mississippi foi preso sob suspeita de enviar cartas envenenadas a Obama e a outras autoridades. Na noite do mesmo dia, uma fábrica de fertilizantes explodiu no interior do Texas, devastando a pequena cidade ao seu redor.

Pelo menos dez pessoas sofreram amputações por causa do atentado na célebre Maratona de Boston. Os investigadores acreditam que as bombas eram caseiras - feitas com panelas de pressão, pólvora e fragmentos metálicos.

"No momento em que vocês iniciam essa longa jornada de recuperação, sua cidade está com vocês, sua comunidade está com vocês, seu país está com vocês", disse Obama, dirigindo-se aos amputados. "Estaremos com vocês à medida que vocês aprenderem a ficar de pé, caminharem, e, sim, correrem outra vez. Disso eu não tenho dúvida. Vocês vão correr outra vez."

terça-feira, 16 de abril de 2013

A Universidade Medieval



            A escola na Idade Média era na paróquia ou no mosteiro mais próximo, existiam também as instituições particulares abertas por mestres que obtinham licença para ensinar, como Abelardo. Davam aos seus alunos noções de gramática, aritmética, geometria, música, teologia, algum estudo técnico no trabalho com o ouro, a prata e o cobre. Os mestres eram ajudados pelos mais velhos e pelos melhores alunos.

            Por exemplo, a abadia de Argenteuil, onde  Heloísa foi educada,  ensinava às meninas as Sagradas Escrituras, letras, medicina e cirurgia, grego e hebreu (também ensinamentos de Abelardo).
            Estes estudos permitiam aos alunos mais capazes de seguir para a Universidade, consoante a sua especialidade.

            As Universidades tinham características inteiramente eclesiásticas; eram criadas pelo Papa, os professores pertenciam todos à Igreja, destacavam-se duas Ordens religiosas, os Franciscanos e os Dominicanos, todos os alunos eram chamados de  clérigos, mesmo quando não se destinavam ao sacerdócio. Ensinavam a teologia, todas as grandes disciplinas científicas e filosóficas, gramática, dialéctica, música e geometria.

            A Universidade era considerada uma sociedade autônoma, tanto os mestres, como os  alunos ficavam submetidos aos tribunais eclesiásticos, que administravam e tomavam as decisões na Universidade, o que era considerado um privilégio e dava autonomia a esta corporação de elite. Esta é a característica fundamental da Universidade medieval.

            Era uma era cosmopolita, os clérigos e professores vinham de todas as partes do mundo.
            Havia uma língua comum para todos e a única falada na Universidade: o latim. O uso do latim facilitava as relações, permitia as comunicações entre os mestres, dissipava qualquer confusão de expressão, protegendo assim a unidade de pensamento.

            O ensino em latim dividia-se em dois cursos: o trivium ou as artes liberais (gramática, retórica e lógica) e o quadrivium ou as ciências (aritmética, geometria, música e astronomia).

            O método utilizado no ensino era principalmente o comentário; era lido um texto e analisado com todos os comentários que podiam ser feitos, do ponto de vista gramatical, jurídico, filosófico, linguístico, etc. Era um ensinamento sobretudo oral, dando grande atributo à discussão diante de um auditório de mestres e alunos, que muitas vezes davam origem a tratados completos de teologia ou filosofia.

            Os estudantes, de seu apelido os Goliardos, eram o clérigo vagabundo que percorriam as estradas atrás dos mestres.
            Os estudantes ricos moravam na cidade em casa do seu responsável, e os estudantes de condição mais modesta alojavam-se em pensões ou colégios próprios.
            exercícios físicos, iam a festas, tinham bibliotecas.
            Os estudantes da Idade Média eram também pregadores, como clérigos eram eles que ensinavam aos fiéis a sua ciência e a sua fé.

sábado, 13 de abril de 2013

A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo ( Max Weber)



A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

Capa da edição original alemão de A Ética Protestante eo Espírito do Capitalismo
Ensaio de Weber A ética protestante eo espírito do capitalismo é a sua obra mais famosa.    Argumenta-se que este trabalho não deve ser visto como um estudo detalhado do protestantismo, mas sim como uma introdução em obras posteriores de Weber, especialmente seus estudos de interação entre várias idéias religiosas e comportamento econômico, como parte da racionalização do sistema econômico .  Em A Ética Protestante eo Espírito do Capitalismo , Weber apresentou a tese de que a ética calvinista e idéias influenciaram o desenvolvimento do capitalismo.  Ele notou a mudança pós-Reforma do centro económico da Europa longe de países católicos, como a França, Espanha e Itália, e para os países protestantes como a Holanda, Inglaterra, Escócia e Alemanha. Weber também observou que as sociedades com mais protestantes foram aqueles com uma economia mais capitalista altamente desenvolvido.  Da mesma forma, em sociedades com diferentes religiões, líderes de negócios mais bem sucedidos eram protestantes.  Weber, assim, argumentou que o catolicismo romano impediu o desenvolvimento do economia capitalista no Ocidente, assim como outras religiões, como o confucionismo eo budismo em outras partes do mundo.
O desenvolvimento do conceito de vocação rapidamente deu para o empresário moderno uma consciência fabulosamente clara - e também trabalhadores qualificados, ele deu aos seus empregados, o salário de sua devoção ascética para a vocação e de cooperação na sua exploração cruel deles através do capitalismo a perspectiva da salvação eterna.

-Max Weber
Devoção religiosa cristã tinha sido historicamente acompanhada pela rejeição dos assuntos mundanos, incluindo a perseguição econômica.  Weber mostrou que certos tipos de Protestantismo - notadamente Calvinismo  - apoiavam a busca racional de ganho econômico e atividades mundanas dedicados a ele, vendo-os como dotados com significado moral e espiritual.  Weber argumentou que há muitas razões para procurar as origens do capitalismo moderno nas idéias religiosas da Reforma .  Em particular, a ética protestante (ou mais especificamente, a ética calvinista) motivado os crentes a trabalhar duro, ser bem sucedido nos negócios e reinvestir seus lucros em desenvolvimento, em vez de prazeres fúteis.  A noção de chamando significava que cada indivíduo tem de agir como uma indicação de sua salvação; ser apenas um membro da Igreja não era suficiente.  A predestinação também reduziu antagonizando sobre a desigualdade econômica e, ainda, isso significava que a riqueza material poderia ser tomado como um sinal de salvação na outra vida.  Os crentes, portanto, justificado busca do lucro com religião, como em vez de ser alimentada pela ganância ou ambição moralmente suspeito, suas ações foram motivadas por uma filosofia altamente moral e respeitado.  Este Weber chamou de "espírito do capitalismo": era a ideologia religiosa protestante que estava por trás - e inevitavelmente a -. sistema econômico capitalista . Esta teoria é muitas vezes visto como uma inversão da tese de Marx de que a "base" econômica . da sociedade determina todos os outros aspectos.

Weber abandonou a investigação sobre o protestantismo porque o seu colega Ernst Troeltsch , um profissional teólogo , começou a trabalhar no livro os ensinamentos sociais das Igrejas cristãs e Seitas . Outro motivo para a decisão de Weber era que o trabalho de Troeltsch já conseguiu o que desejava nessa área:. Preparando o terreno para uma análise comparativa da religião e da sociedade
A frase " ética de trabalho ", usada no comentário moderna é um derivado da" ética protestante "discutido por Weber. Ele foi adotado quando a idéia da ética protestante foi generalizada para aplicar ao povo japonês, judeus e outros não-cristãos e, assim, perdeu suas conotações religiosas.
Maximilian Karl Emil "Max" Weber ( Alemão: [maks ve ː bɐ] ; 21 de abril de 1864 - 14 de Junho de 1920) foi um alemão sociólogo , filósofo e economista político , cujas idéias influenciaram a teoria social , a pesquisa social , ea disciplina de sociologia em si. [ 3 ] Weber é frequentemente citado, com Émile Durkheim e Karl Marx , como um dos três arquitetos fundadores da sociologia.

Eric John Ernest Hobsbawm (Historiador)


                                                                                                                                                                                         

Eric John Ernest Hobsbawm (Alexandria, então Sultanato do Egito, 9 de junho de 1917 - Londres, 1 de outubro de 2012[1]) foi um historiador marxista de nacionalidade britânica, reconhecido internacionalmente. Ao longo da sua vida foi sempre membro do partido comunista britânico.
Um de seus interesses foi o desenvolvimento das tradições. Seu trabalho é um estudo da construção destas no contexto do Estado-nação. Argumentou que muitas vezes as tradições são inventadas por elites nacionais para justificar a existência e importância de suas respectivas nações.

Vida
Nasceu no Egito ainda sob o domínio britânico, e tinha, por isso, nacionalidade britânica. Hobsbawm, que teve seu sobrenome alterado por erro de escrituração, era filho de Leopold Percy Hobsbaum, inglês, e Nelly Grün, austríaca, ambos judeus. Teve uma irmã chamada Nancy. Passou os primeiros anos de sua vida em Viena e Berlim. Nessa época, tanto a Áustria quanto a Alemanha sofriam com a crise econômica e a convulsão social, consequências diretas da Primeira Guerra Mundial.
Seu pai morreu em 1929 e sua mãe em 1931. Ele e sua irmã foram adotados pela tia materna Gretl e seu tio paterno Sydney, que se casaram e tiveram um filho chamado Peter. Mudaram-se para Londres em 1933.
Em 1947 passou a lecionar no Birkbeck College, em Londres, mas só foi promovido em 1970, um longo período que atribuiu às suas posições políticas.
Hobsbawm casou-se duas vezes, primeiro com Muriel Seaman em 1943 (divorciou-se em 1951) e logo com Marlene Schwarz. Com esta última teve dois filhos, Julia e Andy, e um filho chamado Joshua de uma relação anterior.
Faleceu em 1 de Outubro de 2012, no hospital Free Royal de Londres, de pneumonia.
Política, vida acadêmica e obra
Em 1933, quando Adolf Hitler chegou ao poder, Hobsbawm mudou-se para Londres. Já havia nesse período iniciado seus estudos das obras de Karl Marx. Fugindo das perseguições nazistas, mas também por ter ganhado uma bolsa para estudar na Universidade de Cambridge, Hobsbawm formou-se em História. Um evento importante para a sua formação intelectual e de seus princípios como historiador foi a resolução de seu tio de se mudar da Alemanha, levando a família e os negócios para a Inglaterra, o quanto antes, assim que Hitler, mesmo ficando em segundo lugar nas eleições de 1933, foi chamado para ser primeiro ministro, a pedido do presidente, do Partido Conservador, ganhador das eleições, Hindenburg. Essa atitude garantiu a sobrevivência de toda a família judaica, bem como a salvação de suas economias. Hobsbawm vê nesse acontecimento a evidência cabal de que análises históricas bem formuladas podem indicar as tendências futuras com um grau elevado de acerto. Uma de suas preocupações é aprimorar as análises históricas para criar mecanismos mais eficientes de predições econômicas e sociais. Ele mesmo faz algumas em seus livros - como a dificuldade de Israel se manter no Oriente Médio se mantiver apenas a força militar como apoio. Tornou-se militante político de esquerda e ingressou no Partido Comunista da Grã-Bretanha, que então apoiava o regime estalinista, o mesmo regime que anos antes havia exilado parte da ala crítica ao PC soviético, incluindo Leon Trótski, fundador da Quarta Internacional.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939/1945), participou de mais um importante período do século XX, ao integrar o Exército Britânico contra os nazistas. Foi responsável por trabalhos de inteligência, pois dominava quatro idiomas. Seu início no Exército Britânico foi nos anos de 1939-1940 onde fez parte de uma divisão que cavava trincheiras e preparava bunkers no litoral do país, como forma de impedir a "Operação Leão Marinho", que seria a invasão da Inglaterra por exércitos anfíbios. Com o fim da guerra, Hobsbawn retornou à Universidade de Cambridge para o curso de doutorado. Também nessa época juntou-se a alguns colegas e formou o Grupo de Historiadores do Partido Comunista.
Foi membro do grupo de historiadores marxistas britânicos, como Christopher Hill, Rodney Hilton e Edward Palmer Thompson que, nos anos 60, diante da desilusão com o estalinismo, buscaram entender a história da organização das classes populares em termos de suas lutas e ideologias, através da chamada "História Social".

Para analisar a história do trabalhismo e os diversos aspetos que a envolvem, como as revoluções burguesas, o processo de industrialização, as diferentes manifestações de resistência, luta e revolta da classe trabalhadora, Hobsbawn dedicou-se à interpretação do século XIX.
Sobre esse período, que segundo ele se estende de 1789 (ano da Revolução Francesa) a 1914 (início da Primeira Guerra Mundial), publicou estudos importantes, como "Era das Revoluções" (1789-1848), "A Era do Capital" (1848-1875) e "A Era dos Impérios" (1875-1914). Hobsbawn foi o responsável por análises aprofundadas sobre aquilo que chama de “o breve século XX”.
Um desses livros, em especial, rendeu-lhe reconhecimento e prestígio: "A Era dos Extremos", lançado em 1994, na Inglaterra, tornou-se uma das obras mais lidas e indicadas sobre a história recente da humanidade. Nela analisa os principais fatos de 1917 – fim da Primeira Guerra Mundial e ano da Revolução Russa – até o fim dos regimes socialistas da ex-União Soviética, em 1991, e dos países do Leste Europeu.
Também importante no conjunto de sua obra é seu livro mais recente, "Tempos Interessantes", publicado em 2002, no qual discorre novamente sobre o século XX e inter-relaciona os fatos históricos com a trajetória de sua vida. Por isso é considerado uma autobiografia diferenciada. Em 2003 ele ganhou o Prêmio Balzan para a História da Europa desde 1900.

Considerado um dos historiadores atuais mais importantes, Hobsbawm, além de velho militante de esquerda, utilizou-se do método marxista para a análise da História, sempre a partir do princípio da luta de classes. Foi membro da Academia Britânica e da Academia Americana de Artes e Ciências. Foi professor de História no Birkbeck College (Universidade de Londres) e foi professor da New School for Social Research de Nova Iorque.

Entre seus livros podem ser destacados seus estudos sobre as classes dominadas, como
Trabalhadores
Bandidos e
História Social do Jazz
Escreveu também estudos sobre a história das ideologias políticas e sociais, como
Nações e Nacionalismos e
A Invenção da Tradição e também a autobiografia,
Tempos Interessantes
Livros publicados
A Era das Revoluções
Era do Capital
A Era dos Impérios
Era dos Extremos
Sobre História
Globalização, Democracia e Terrorismo
Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1979 (Segunda Edição)
História Social do Jazz
Pessoas Extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz
Nações e Nacionalismo desde 1780
Tempos Interessantes (autobiografia)
Os Trabalhadores: Estudos Sobre a História do Operariado
Mundos do Trabalho: Novos Estudos Sobre a História Operária
Revolucionários: Ensaios Contemporâneos
Estratégias para uma Esquerda Racional
Ecos da Marselhesa : dois séculos revêem a Revolução Francesa / Eric J. Hobsbawm ; tradução Maria Celia Paoli. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
As Origens da Revolução Industrial/ tradução de Percy Galimberti São Paulo: Global Editora, 1979.
Co-edição ou organização
A Invenção das Tradições
História do Marxismo (12 volumes)

EUA diz concordar com China em solução pacífica para Coreia do Norte



PEQUIM, 13 Abr (Reuters) - Os Estados Unidos disseram neste sábado que a China concordou em trabalhar conjuntamente para livrar a Coreia do Norte de sua capacidade nuclear por meios pacíficos, mas Pequim não fez nenhum compromisso público específico para pressionar seu aliado de longa data a mudar seus modos.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o principal diplomata da China, o Conselheiro de Estado Yang Jiechi, disseram que ambos os países apoiam o objetivo de desnuclearização da península coreana.
"Somos capazes, os Estados Unidos e a China, de destacar o nosso compromisso conjunto para a desnuclearização da península coreana de forma pacífica", disse Kerry a repórteres, sentado ao lado de Yang em um alojamento estatal no oeste de Pequim.
"Nós mantemos que a questão deve ser tratada e resolvida de forma pacífica, através do diálogo e da consulta. Resolver adequadamente a questão nuclear da Coreia serve aos interesses comuns de todas as partes. Também é a responsabilidade compartilhada de todas as partes envolvidas", disse Yang, falando através de um intérprete.
Kerry se recusou a comentar o que especificamente a China pode fazer para pressionar por uma solução pacífica a respeito da Coreia do Norte, dizendo apenas que eles tinham discutido todas as possibilidades.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

EXCLUSIVO-Dilma vai fazer rara visita de Estado aos EUA


SÃO PAULO, 11 Abr (Reuters) - A presidente da República, Dilma Rousseff, vai realizar a primeira visita de Estado formal de um líder brasileiro aos Estados Unidos em quase duas décadas, um marco diplomático para uma potência emergente que já entrou em conflito com Washington mas está ansiosa por laços mais próximos e reconhecimento de seu crescente prestígio.
A viagem ocorrerá daqui a alguns meses, provavelmente em outubro, disseram autoridades à Reuters sob condição de anonimato porque a Casa Branca ainda não anunciou a visita. Uma porta-voz da Casa Branca recusou-se a comentar.
Uma visita de Estado, que inclui elaboradas formalidades como um jantar formal e uma cerimônia militar no momento da chegada, é geralmente reservada para os parceiros estratégicos mais próximos de Washington.
"São ótimas notícias, há muito esperadas", disse o diretor do Instituto Brasil do Wilson Center, em Washington, Paulo Sotero. "Mostra que os Estados Unidos realmente valorizam a relação, que é o que o Brasil mais quer ouvir".
A melhora nos laços diplomáticos provavelmente vai reacender esperanças por um tratado amplamente desejado para evitar dupla taxação sobre empresas norte-americanas e brasileiras, além da chance de maior comércio entre as duas maiores economias do Hemisfério Ocidental.
O comércio bilateral totalizou cerca de 59 bilhões de dólares no ano passado, mas a economia brasileira permanece relativamente fechada a importações e sua população de 200 milhões é considerada um mercado de grande crescimento potencial para companhias dos EUA.
A recepção de tapete vermelho também é uma grande vitória para Dilma, uma líder de esquerda porém pragmática. Ela buscou relações mais próximas com os EUA mas sentiu-se esnobada quando o presidente dos EUA, Barack Obama, não a recebeu com uma cerimônia mais elaborada durante uma visita à Casa Branca em abril de 2012.
As relações têm sido cordiais, porém marcadas por desacordos.O Brasil tem se sentido frustrado pela aparente falta de apoio de Washington em sua campanha por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e outras demonstrações de reconhecimento de sua crescente influência global após forte expansão econômica na última década.

PROBLEMAS SOB LULA

O antecessor de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva, irritou Washington ao bloquear discussões sobre o comércio no continente e ao tentar alcançar um acordo para dar fim a um impasse global sobre o programa nuclear iraniano em 2010, último ano de sua Presidência.
Dilma, em contraste, tem evitado lidar com o Irã, dando mais ênfase a direitos humanos nas relações estrangeiras brasileiras e também assumiu uma distância relativa da Venezuela, antagonista mais vocal de Washington na América latina.
Sotero disse que a visita de Obama a Brasília em março de 2011 marcou o início de um "recomeço" nas relações.
"Por um tempo, houve muito pouco diálogo", disse Sotero. "Essa (visita de Estado) me dá mais otimismo de que nos afastamos completamente disso".
Não está claro se Dilma será um parceiro mais entusiasmado em questões comerciais do que era Lula.
A recente desaceleração econômica no Brasil e o tensionamento dos laços de Brasília com a Argentina, um importante parceiro econômico, alimentaram especulações de que Dilma pode estar disposta a pressionar por laços comerciais com os EUA ou a União Europeia.
No entanto, ela também implementou aumentos tarifários específicos para proteger indústrias brasileiras do que ela chama de uma "guerra cambial" travada por países ricos para depreciar suas moedas.
O último presidente brasileiro a fazer uma visita de Estado aos EUA foi Fernando Henrique Cardoso em 1995.

Reunião do G8 tem desacordo sobre Síria e nenhum plano para Coreia do Norte






Reunião do G8 tem desacordo sobre Síria e nenhum plano para Coreia do Norte

Por Arshad Mohammed e Natalie Huet

LONDRES, 11 Abr (Reuters) - A reunião de quinta-feira dos ministros de Relações Exteriores do G8, em Londres, terminou sem solução para as divergências envolvendo a Síria, e sem nenhum plano concreto sobre como lidar com a Coreia do Norte.

O anfitrião do encontro, o chanceler William Hague, admitiu que o mundo fez muito pouco até agora para tentar resolver os dois anos de conflito na Síria, no qual estima-se que 70 mil pessoas já tenham morrido.

"O Conselho de Segurança das Nações Unidas não cumpriu suas responsabilidades, porque está dividido. A divisão continua. Resolvemos essa divisão nesta reunião? Não. Não esperamos fazê-lo", disse Hague a jornalistas. "O mundo até agora fracassou nas suas responsabilidades e continua a fazê-lo."

A pauta do encontro incluía também as ameaças norte-coreanas de guerra e o programa nuclear iraniano. A atriz Angelina Jolie, embaixadora honorária do Alto Comissário da ONU para refugiados, se dirigiu aos ministros pedindo mais ação para evitar a violência sexual contra mulheres em zonas de conflito.

A respeito da Coreia do Norte, o G8 - grupo de grandes países industrializados - condenou "nos termos mais duros possíveis" o desenvolvimento de armas nucleares por Pyongyang, mas não anunciou medidas específicas.

Em nota, os ministros de EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Japão, Canadá e Rússia pediram à Coreia do Norte que "evite novos atos provocativos".

"Se a RDPC (sigla oficial da Coreia do Norte) conduzir outro lançamento de míssil, ou teste nuclear, nos comprometemos a adotar novas medidas significativas", disse o britânico Hague, sem mencionar detalhes.

Uma fonte dos EUA disse a jornalistas, sob anonimato, que os ministros discutiram o papel da China - que não é parte do G8 - em lidar com as ameaças norte-coreanas, mas que nada de específico saiu da reunião.   Continuação...
Cultura
-feira, 11 de abril de 2013 17:14 BRT Imprimir | Uma página [-] Texto [+]
Por Arshad Mohammed e Natalie Huet

LONDRES, 11 Abr (Reuters) - A reunião de quinta-feira dos ministros de Relações Exteriores do G8, em Londres, terminou sem solução para as divergências envolvendo a Síria, e sem nenhum plano concreto sobre como lidar com a Coreia do Norte.

O anfitrião do encontro, o chanceler William Hague, admitiu que o mundo fez muito pouco até agora para tentar resolver os dois anos de conflito na Síria, no qual estima-se que 70 mil pessoas já tenham morrido.

"O Conselho de Segurança das Nações Unidas não cumpriu suas responsabilidades, porque está dividido. A divisão continua. Resolvemos essa divisão nesta reunião? Não. Não esperamos fazê-lo", disse Hague a jornalistas. "O mundo até agora fracassou nas suas responsabilidades e continua a fazê-lo."

A pauta do encontro incluía também as ameaças norte-coreanas de guerra e o programa nuclear iraniano. A atriz Angelina Jolie, embaixadora honorária do Alto Comissário da ONU para refugiados, se dirigiu aos ministros pedindo mais ação para evitar a violência sexual contra mulheres em zonas de conflito.

A respeito da Coreia do Norte, o G8 - grupo de grandes países industrializados - condenou "nos termos mais duros possíveis" o desenvolvimento de armas nucleares por Pyongyang, mas não anunciou medidas específicas.

Em nota, os ministros de EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Japão, Canadá e Rússia pediram à Coreia do Norte que "evite novos atos provocativos".

"Se a RDPC (sigla oficial da Coreia do Norte) conduzir outro lançamento de míssil, ou teste nuclear, nos comprometemos a adotar novas medidas significativas", disse o britânico Hague, sem mencionar detalhes.

Uma fonte dos EUA disse a jornalistas, sob anonimato, que os ministros discutiram o papel da China - que não é parte do G8 - em lidar com as ameaças norte-coreanas, mas que nada de específico saiu da reunião.

A Filosofia de Michel Foucault





Michel Foucault (pronúncia francesa:AFI: [miʃɛl fuko]); Poitiers, 15 de outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de 1984) foi um importante filósofo e professor da cátedra de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France desde 1970 a 1984. Todo o seu trabalho foi desenvolvido em uma arqueologia do saber filosófico, da experiência literária e da análise do discurso. Seu trabalho também se concentrou sobre a relação entre poder e governamentalidade, e das práticas de subjetivação. Foucault morreu de aids em 198
Pedra de calçada comemorativa em Bona
Em 1954, Foucault publicou seu primeiro livro, a "Doença mental e personalidade", um trabalho encomendado por Althusser. Rapidamente se tornou evidente que ele não estava interessado em uma carreira de professor, de modo que empreendeu um longo exílio da França. Porém, no mesmo ano, ele aceitou uma posição na Universidade de Uppsala, na Suécia como professor e conselheiro cultural, uma posição que foi arranjada para ele por Georges Dumézil, que mais tarde se tornou um amigo e mentor. Em 1958, ele saiu da Suécia para Varsóvia.
Foucault voltou à França, em 1960, para concluir a sua tese e uma posição em filosofia na Universidade de Clermont-Ferrand, a convite de Jules Vuillemin, diretor do departamento de filosofia. Foi colega de Michel Serres.
Em 1961, doutorou-se com a tradução e uma introdução com notas sobre "Antropologia do ponto de vista pragmático", de Kant orientado por Jean Hyppolite. Sua tese intitulada "História da loucura na idade clássica", foi orientada por Georges Canguilhem.
Filho de um médico, ele estava interessado na epistemologia da Medicina e publica nesta área, "Nascimento da clínica: uma arqueologia do saber médico", "Raymond Roussel", além de uma reedição de seu livro de 1954 (no âmbito de um novo título, "Doença e psicologia mental".
Na sequência da atribuição de Defert para a Tunísia, para o período de serviço militar, Foucault se mudou para lá também e tomou uma posição na Universidade de Túnis, em 1965. Em janeiro, ele foi nomeado para a Comissão para a reforma das universidades estabelecido pelo Ministro da Educação da época, Christian Fouchet, no entanto, um inquérito sobre a sua privacidade é apontado por alguns estudiosos como a causa de sua não-nomeação.
Em 1966 ele publicou As Palavras e as Coisas, que tem um enorme sucesso imediato. Ao mesmo tempo, a popularidade do estruturalismo está em seu auge, e Foucault rapidamente é agrupado com estudiosos e filósofos como Jacques Derrida, Claude Lévi-Strauss e Roland Barthes, então visto como a nova onda de pensadores contrários ao existencialismo desempenhado por Jean-Paul Sartre. Inúmeras discussões e entrevistas envolvendo Foucault são então colocadas em oposição ao humanismo e ao existencialismo, pelo estudo dos sistemas e estruturas. Foucault, logo se cansou do o rótulo de "estruturalista". O ano de 1966 é uma emoção sem igual na área de humanas: Lacan, Lévi-Strauss, Benveniste, Genette, Greimas, Dubrovsky, Todorov e Barthes publicam algumas das suas obras mais importantes.
Foucault ainda está em Túnis, durante os acontecimentos de maio de 1968, onde ele estava profundamente envolvido com a revolta estudantil na Tunísia, no mesmo ano. No outono de 1968, ele retornou à França e publicou "A arqueologia do saber", como uma resposta a seus críticos, em 1969. Morreu dvido à aids em 1984.
Encontra-se sepultado em Cimetiere du Vendeuvre, Vienne, Ródano-Alpes na França.[1]
Temas
Foucault é amplamente conhecido pelas suas críticas às instituições sociais, especialmente à psiquiatria, à medicina, às prisões, e por suas ideias e da evolução da história da sexualidade, as suas teorias gerais relativas à energia e à complexa relação entre poder e conhecimento, bem como para estudar a expressão do discurso em relação à história do pensamento ocidental, e tem sido amplamente discutido, a imagem da "morte do homem" anunciada em "As Palavras e Coisas", ou a ideia de subjetivação, reativada no interesse próprio de uma forma ainda problemática para a filosofia clássica do sujeito. Parece então que mais do que em análises da "identidade", por definição, estáticas e objetivadas, Foucault centra-se na "vida" e nos diferentes processos de subjetivação.
Filiação filosófica
Se seu trabalho é muitas vezes descrito como pós-moderno ou pós-estruturalista, por comentadores e críticos contemporâneos, ele foi mais frequentemente associado com o movimento estruturalista, especialmente nos primeiros anos após a publicação de "As Palavras e as Coisas". Inicialmente aceitou a filiação, posteriormente, ele marcou a sua distância à abordagem estruturalista, explicando que ao contrário desta última, não tinha adaptado uma abordagem formalista. Ele aceitou não ver o rótulo de pós-modernista aplicado ao seu trabalho, dizendo que preferia discutir como se dá a definição de "modernidade" em si. Sua filiação intelectual pode estar relacionada ao modo como ele próprio definiu as funções do intelectual não garante certos valores, mas em questão de ver e dizer, seguindo um modelo de resposta intuitiva para o "intolerável" .
As teorias sobre o saber, o poder e o sujeito romperam com as concepções modernas destes termos, motivo pelo qual é considerado por certos autores, contrariando a própria opinião de si mesmo, um pós-moderno. Os primeiros trabalhos (História da Loucura, O Nascimento da Clínica, As Palavras e as Coisas, A Arqueologia do Saber) seguem uma linha pós-estruturalista, o que não impede que seja considerado geralmente como um estruturalista devido a obras posteriores como Vigiar e Punir e a História da Sexualidade. Além desses livros, são publicadas hoje em dia transcrições de seus cursos realizados no Collège de France e inúmeras entrevistas, que auxiliam na introdução ao pensamento deste autor.
Michel Foucault é mais conhecido por ter destacado as formas de certas práticas das instituições em relação aos indivíduos. Ele destacou a grande semelhança nos modos de tratamento dado ou infligidos aos grandes grupos de indivíduos que constituem os limites do grupo social: os loucos, prisioneiros, alguns grupos de estrangeiros, soldados e crianças. Ele acredita que, em última análise, eles têm em comum o fato de serem vistos com desconfiança e excluídos por uma regra em confinamento em instalações seguras, especializadas, construídas e organizadas em modelos semelhantes (asilos, presídios, quartéis, escolas), inspirados no modelo monástico; instalações que ele chamou de "instituições disciplinares".
História da loucura
Michel Foucault procurou, na grande maioria das suas obras, abordar problemas concretos como a insanidade (a prisão, a clínica …); num contexto muito específico geográfica e historicamente (a França, na Europa ou no Ocidente); (idade do clássica, do século XVIII, ou na Grécia antiga, etc.). No entanto, as suas observações ajudam a identificar os conceitos superiores a esses limites no tempo e no espaço. Elas conservam, assim, uma grande abrangência, tantos intelectuais - em uma variedade de áreas. Estuda a transferência, por exemplo, das técnicas de punição penal no final do século XVIII, sugerindo o surgimento de uma nova forma de subjectividade constituída pelo governo do Biopoder.
Esta perspectiva histórica não está errada. A Ontologia de Foucault é uma experiência, a prudência, um exercício sobre as paragens do nosso presente, o teste de nossos limites, o paciente como "a nossa impaciência pela liberdade", o que explica o seu interesse é o tema da relação entre o poder institucional e individual -, bem como alguma ideia de subjectivação. Esta Constituição estabelece o poder do conhecimento e é por sua vez fundada por eles: o conceito de "poder do conhecimento".
"Não há relação de poder sem constituição correlativa de um campo de conhecimento, ou que não pressupõe e constitui, ao mesmo tempo relações de poder … Estes relatórios de "poder-saber" não estão a ser analisados a partir de um conhecimento sobre o que seria livre ou não do sistema de poder, mas em vez disso, devemos considerar que o sujeito sabe, os objectos são como os efeitos dessas implicações fundamentais do poder-saber … ".
Em defesa da sociedade
Nesta ontologia de revisão, simultaneamente genealógica e arqueológica, o trabalho sobre problemas muito específicos são inseparáveis dos das "formações discursivas" (As palavras e as Coisas, A Arqueologia do Conhecimento e A Ordem dos discursos), como o significado de racismo, além de seus significados particularizados, é inseparável do advento das ciências humanas - que nos diz: "Temos de defender a sociedade" (1975-1976) [13 ].
O lema da Ordem do discurso - "Desafiando o nosso compromisso com a verdade, restituir ao discurso seu caráter de evento; finalmente eliminar a soberania do significante" - aplica-se também como uma advertência contra os perigos da psicologização bi problematização—face do próprio relatório e do presente. Problematização não é a continuação da espécie ou origem, mas "bolsas de unificação, nós de totalização, processos, arquiteturas, sempre relativa, nas palavras de Gilles Deleuze em que Foucault foi, intelectualmente como embora, pessoalmente, fechar.
No segundo semestre de 1970, ele estava tão interessado no que parecia uma nova forma de exercício do poder (de vida), ele chamou de "biopoder" (um conceito tirado e desenvolvido por François Ewald Giorgio Agamben, Judith Revel e Antonio Negri, entre outros), indicando quando, não em torno da vida do século XVIII - apenas biológico, mas entendida como toda a vida: a de indivíduos e povos como a sexualidade, como afeta, alimentos como a saúde, a recreação como produtividade econômica - como entre os mecanismos de poder e se torna uma questão-chave para a política:
"O homem há milênios, permaneceu o que era para Aristóteles: um animal vivo, e mais capaz de existência política, o homem moderno é um animal cuja política coloca sua vida para estar vivo está em questão.
No início de 1980, em suas palestras no Colègge de France, do Governo da vida, Foucault inicia uma nova linha de investigação: os atos que o sujeito pode e deve operar livremente em si para chegar à verdade. Este novo eixo, o conhecimento do domínio irredutível de domínio e de poder, é chamado de "regime de verdade" e pode isolar a parte livre e decisão deliberada do sujeito na sua própria actividade. Os exercícios cristão ascético fornecem o primeiro campo de exploração desses sistemas na sua diferença com os exercícios ascéticos greco-romanos. Seu pensamento visa ligar em conjunto, sem confundí-las, estas três áreas: conhecimento, poder e discurso.
Sua obra, a partir da perspectiva do todo, aparece como uma vasta história dos limites estabelecidos no âmbito da empresa, que define o limite no qual um é louco, doente, criminal, desviante. As divisões internas da empresa têm uma história, fez a formação lenta e constantemente questionada, esses limites. Em ambos os lados dessas áreas de exclusão e inclusão irá fornecer "formas de subjetividade" diferente, e assim o assunto é uma concreção histórico e político, e não uma droga típica livre, como pretende a tradição e senso comum: não percebo a mim mesmo como os critérios que se formou pela história. O poder não é uma autoridade exercida sobre questões de direito, mas acima de tudo um poder imanente na sociedade, que se reflecte na produção de normas e valores.
O problema político é, portanto, aquele que investe sobre o corpo aparelhos de micropoder e, silenciosamente, inventam formas de dominação, mas que pode também oferecer a oportunidade para novas possibilidades de vida. "Não há relação de poder entre sujeitos livres", ele gostava de dizer. Assim, Foucault o utilitário em sua relação recíproca de docilidade, abre um vasto campo de considerações para além do utilitarismo, do lado da indústria, trabalho, produtividade, criatividade, autonomia, auto-governo.
"O problema de uma vez políticos, éticos, sociais e filosóficas que enfrentamos hoje não é para tentar libertar o indivíduo do Estado e suas instituições, mas libertar-nos, nós, Estado e do tipo de individualização que se refere. Temos que promover novas formas de subjetividade. " - O Sujeito e o Poder
Recebido no desejo de conhecer a hipótese repressiva para explicar as mudanças de atitudes e comportamento no campo da sexualidade, o ceticismo sobre a verdadeira extensão da liberação sexual, mas ainda atraídos pelos Estados Unidos (estada em Berkeley) e descobrindo novas formas relacionais que ele tem em suas últimas entrevistas, em relação à sua história de homossexualidade discutidos sexualidade (mas raramente a sua própria) e, mais genericamente, emocional e estabelecer tal seu nome, uma distinção entre o amor e a paixão que ele não teve tempo de explicar mais detalhadamente [15]. O problema do desejo e objecto de controle são o cerne da questão da subjetividade [16] desenvolvido pela então que alguns se permitem chamar o "segundo" Foucault, o de "cuidado de si (1984) emancipado o sistema disciplinar.
Foucault (1979) renega os modos tradicionais de analisar o poder e procura realizar suas análises não de forma dedutiva e sim indutiva, por isso passou a ter como objeto de análise não categorias superiores e abstratas de análise tal como questões do que é o poder, o que o origina e tantos outros elementos teóricos, voltando-se para elementos mais periféricos do sistema total, isto, é, passou-se a interessar-se pelos locais onde a lei é efetivada realmente. Hospitais psiquiátricos, forças policiais, etc., sãos os locais preferidos do pensador para a compreensão das forças reais em ação e as quais devemos realmente nos preocupar, compreender e buscar renovar constantemente.
Segundo este pensamento, devemos compreender que a lei é uma verdade "construída" de acordo com as necessidades do poder, em suma, do sistema econômico vigente, sistema, atualmente, preocupado principalmente com a produção de mais-valia econômica e mais-valia cultural, tal como explicado por Guattari (1993). O poder em qualquer sociedade precisa de um delimitação formal, precisa ser justificado de forma abstrata o suficiente para que seja introjetada psicologicamente, a nível macro social, como uma verdade a priori, universal. Desta necessidade, desenvolvem-se a regras do direito, surgindo, portanto, os elementos necessários para a produção, transmissão e oficialização de "verdades". "O poder precisa da produção de discursos de verdade (p.180), como diria Foucault (1979). O poder não é fechado, ele estabelece relações múltiplas de poder, caracterizando e constituindo o corpo social e, para que não desmorone, necessita de uma produção, acumulação, uma circulação e um funcionamento de um discurso sólido e convincente. "Somos obrigados pelo poder a produzir verdade", nos confessa o pensador, "somos obrigados ou condenados a confessar a verdade ou encontrá-la (…) Estamos submetidos à verdade também no sentido em que ela é a lei, e produz o discurso da verdade que decide, transmite e reproduz, pelo menos em parte, efeitos de poder (p.180)."
Pontos importantes
Para Foucault nos séculos XVIII e XIX, a população torna-se num objeto de estudo e de gestão política. Passagem da norma da lei. Numa sociedade centrada sobre a lei, mudou para uma empresa de gestão centrado no padrão. Esta é uma consequência da grande revolução liberal.
Conceito de micro-geração de forças discurso para controlar quem está na norma ou não.
Conceito de biopoder: o poder de morrer e deixar viver foi substituído pelo biopoder que é Viver e deixar morrer, do estado de bem-estar: segurança social, seguros, etc.).
Figura do panóptico (projeto arquitetônico de prisão inventado por Jeremy Bentham e destinada a garantir que todos os prisioneiros podem ser vistos a partir de uma torre central) como um paradigma da evolução da nossa sociedade, ou o que já é bastante (ver o conceito deleuziano de "sociedade de controle", na discussão com a obra de Foucault).
As relações de poder permeiam toda a sociedade. Um discurso diz que o paradigma da sociedade da guerra civil, que todas as interações sociais são versões derivadas da guerra civil. Podemos inverter a proposta de Clausewitz e dizer que a política é a continuação da guerra por outros meios.
Conceito grego de Cuidado de Si, como base para a ética.
Recepção
Além de que a filosofia de Foucault influenciou (como ele foi influenciado por) o número de movimentos de protesto em França e no mundo anglo-saxão desde 1970 (o movimento antipsiquiatria de prisioneiros através do movimento feminista).
Este vasto campo capas de Estudos de Gênero (Judith Butler, David Halperin, Leo Bersani) e análise da subjetivação "minoria" (Didier Eribon) na história do direito e arqueologia "outros" do Estado bem-estar (François Ewald, Paolo de Nápoles) e / ou teorias sociais (sobre ética seu lado: Bruno Karsenti Mariapaola Fimiani) ou social (no seu lado político: Paul Rabinow, Eric Fassin), através da revisão do economia política (Giorgio Agamben, Antonio Negri, Judith Revel, Maurizio Lazzarato).
E apesar de alguns mal-estar da sociologia, enquanto que o método permite que o sociólogo que visa a abordagem de Foucault concepção construtivista fundamental nesse sentido, como o indivíduo é criado no "social".
A concepção de que Foucault defendeu intelectuais contra os poderes, avançando figura do 'intelectual específico', e sua relação com o marxismo, continuam a alimentar a controvérsia.
"O heroísmo de identidade política teve seu dia. Este é, estamos a procura, e como a extensão dos problemas com que se debate a forma de participar e saiu sem ficar presa. Experiência com … em vez de voluntários com … As identidades são definidas pelas trajetórias … trinta anos de experiência nos levam "para confiar em qualquer revolução, ainda que pode" compreender cada revolta "… dispensa da forma vazia de uma revolução universal deve, sob pena do capital total, acompanhado por uma lágrima conservadorismo. E com tudo o mais urgente que a sociedade está ameaçada em sua existência por esse conservadorismo seja pela inércia inerente ao seu desenvolvimento. " - Para um desconforto moral
Portanto a análise das relações de poder não devem ser centradas no estudo dos seus mecanismos gerais e seus efeitos constantes, e sim realizar sua análise pelos "elementos periféricos" do sistema do poder. Devemos estudar onde estão as,
"práticas reais e efetivas; estudar o poder em sua face externa, onde ele se relaciona direta e imediatamente com aquilo que podemos chamar provisoriamente de seu objeto (…) onde ele se implanta e produz efeitos reais (…) como funcionam as coisas ao nível do processo de sujeição ou dos processos contínuos e ininterruptos que sujeitam corpos, dirigem gestos, regem os comportamentos (Foucault, 1979, p.182)".
"Trata-se (…) de captar o poder em suas extremidades, em suas últimas ramificações (…) captar o poder nas suas formas e instituições mais regionais e locais, principalmente no ponto em que ultrapassando as regras de direito que o organizam e delimitam (…) Em outras palavras, captar o poder na extremidade de cada vez menos jurídica de seu exercício (Foucault, 1979, p.182)."
Michel Foucault viveu sua homossexualidade ao lado do companheiro Daniel Defert, seu amante de longos vinte anos, dez anos mais novo que o filósofo, mas de fôlego intelectual intenso. Defert ainda vive e milita contra a AIDS ou SIDA.
Referências
↑ Michel Foucault no Find a Grave.
FOUCAULT, M. "Soberania e disciplina". In: Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
GUATTARI, F.; ROLNIK, S. "Cultura: um conceito reacionário?". In: Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1996.
Obras
Doença Mental e Psicologia, (1954);
História da loucura na idade clássica, (1961);
Nascimento da clínica, (1963);
As palavras e as coisas, (1966);
Arqueologia do saber, (1969);
Vigiar e punir, (1975);
História da sexualidade:
A vontade de saber, (1976);
O uso dos prazeres, (1984);
O Cuidado de Si, 1984;
Ditos e escritos; (2006);
Teorias e instituições penais; (1971-1972)
A sociedade punitiva; (1972-1973)
O poder psiquiátrico; (1973-1974)
Os anormais; (1974-1975)
Em defesa da sociedade; (1975-1976)
Segurança, território e população; (1977-1978)
Nascimento da biopolítica; (1978-1979)
Microfísica do Poder; (1979)
Do governo dos vivos; (1979-1980)
Subjetividade e verdade; (1980-1981)
A hermenêutica do sujeito; (1981-1982)
Le gouvernement de soi et des autres; (1983)
Le gouvernement de soi et des autres: le courage de la vérité; (1984)
A Verdade e as Formas Jurídicas; (1996) - Trata-se de conjunto de conferências prounuciadas em 1973.
A ordem do discurso; (1970)
O que é um autor?; (1983)
Coleção Ditos e escritos; (6 livros), (2006)