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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Immanuel Kant





Immanuel Kant
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 — Königsberg, 12 de fevereiro de 1804) foi um filósofo prussiano. Amplamente considerado como o principal filósofo da era moderna, Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o racionalismo continental (de René Descartes e Gottfried Leibniz, onde impera a forma de raciocínio dedutivo), e a tradição empírica inglesa (de David Hume, John Locke, ou George Berkeley, que valoriza a indução).

Nascido de uma modesta família de artesãos, depois de um longo período como professor secundário de geografia, Kant veio a estudar filosofia, física e matemática na Universidade de Königsberg e em 1755 começou a lecionar ensinando Ciências Naturais. Em 1770 foi nomeado professor catedrático da Universidade de Königsberg, cidade da qual nunca saiu, levando uma vida monotonamente pontual e só dedicada aos estudos filosóficos. Realizou numerosos trabalhos sobre ciências naturais e exatas.

Kant é famoso sobretudo pela elaboração do denominado idealismo transcendental: todos nós trazemos formas e conceitos a priori (aqueles que não vêm da experiência) para a experiência concreta do mundo, os quais seriam de outra forma impossíveis de determinar. A filosofia da natureza e da natureza humana de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX.

Kant é também conhecido pela filosofia moral e pela proposta, a primeira moderna, de uma teoria da formação do sistema solar, conhecida como a hipótese Kant-Laplace.

Biografia

Túmulo de Immanuel Kant em Kaliningrado (antigo Königsberg).
Kant nasceu, viveu e morreu em Königsberg (atual Kaliningrado), na altura pertencente à Prússia. Foi o quarto dos nove filhos de Johann Georg Kant, um artesão fabricante de correias (componente das carroças de então) e da mulher Regina. Nascido numa família protestante (Luterana), teve uma educação austera numa escola pietista, que frequentou graças à intervenção de um pastor. Contudo, tornou-se muito cético relativamente à religião organizada na sua vida adulta embora preservasse a crença em Deus.

Passou grande parte da adolescência como estudante, sólido mas não espetacular, preferindo o bilhar ao estudo. Tinha a convicção curiosa de que uma pessoa não podia ter uma direcção firme na vida enquanto não atingisse os 39 anos. Com essa idade, era apenas um metafísico menor numa universidade prussiana, mas foi então que uma breve crise existencial o assomou. Pode argumentar-se que teve influência na posterior direcção.

Foi um competente professor universitário durante quase toda a vida, mas nada do que fez antes dos 50 anos lhe garantiria qualquer reputação histórica. Viveu uma vida extremamente regulada: o passeio que fazia às 15:30 todas as tardes era tão pontual que as mulheres domésticas das redondezas podiam acertar os relógios por ele.

Kant nunca deixou a Prússia e raramente saiu da cidade natal. Apesar da reputação que ganhou, era considerado uma pessoa muito sociável: recebia convidados para jantar com regularidade, insistindo que a companhia era boa para a constituição física.

Por volta de 1770, com 46 anos, Kant leu a obra do filósofo escocês David Hume. Hume é por muitos considerados um empirista ou um cético, muitos autores o consideram um naturalista.

Kant sentiu-se profundamente inquietado. Achava o argumento de Hume irrefutável, mas as conclusões inaceitáveis. Durante 10 anos não publicou nada e, então, em 1781 publicou a Crítica da Razão Pura, um dos livros mais importantes e influentes da moderna filosofia.

Neste livro, ele desenvolveu a noção de um argumento transcendental para mostrar que, em suma, apesar de não podermos saber necessariamente verdades sobre o mundo "como ele é em si", estamos forçados a percepcionar e a pensar acerca do mundo de certas formas: podemos saber com certeza um grande número de coisas sobre "o mundo como ele nos aparece". Por exemplo, que cada evento estará causalmente conectado com outros, que aparições no espaço e no tempo obedecem a leis da geometria, da aritmética, da física, etc.

Nos cerca de vinte anos seguintes, até a morte em 1804, a produção de Kant foi incessante. O seu edifício da filosofia crítica foi completado com a Crítica da Razão Prática, que lidava com a moralidade de forma similar ao modo como a primeira crítica lidava com o conhecimento; e a Crítica do Julgamento, que lidava com os vários usos dos nossos poderes mentais, que não conferem conhecimento factual e nem nos obrigam a agir: o julgamento estético (do Belo e Sublime) e julgamento teleológico (Construção de Coisas Como Tendo "Fins"). Como Kant os entendeu, o julgamento estético e teleológico conectam os nossos julgamentos morais e empíricos um ao outro, unificando o seu sistema.

Uma das obras, em particular, atinge hoje em dia grande destaque entre os estudiosos da filosofia moral. A Fundamentação da Metafísica dos Costumes é considerada por muitos filósofos a mais importante obra já escrita sobre a moral. É nesta obra que o filósofo delimita as funções da ação moralmente fundamentada e apresenta conceitos como o "Imperativo categórico" e a "Boa vontade".

Os trabalhos de Kant são a sustentação e ponto de início da moderna filosofia alemã; como diz Hegel, frutificou com força e riqueza só comparáveis à do socratismo na história da filosofia grega. Fichte, Hegel, Schelling, Schopenhauer, para indicar apenas os maiores, inscrevem-se na linhagem desse pensamento que representa uma etapa decisiva na história da filosofia e está longe de ter esgotado a sua fecundidade.

Kant escreveu alguns ensaios medianamente populares sobre história, política e a aplicação da filosofia à vida. Quando morreu, estava a trabalhar numa projetada "quarta crítica", por ter chegado à conclusão de que seu sistema estava incompleto; este manuscrito foi então publicado como Opus Postumum. Morrera em 12 de fevereiro de 1804 na mesma cidade em que nascera e permanecera durante toda sua vida. Encontra-se sepultado no Cemitério do Caliningrado, Caliningrado, Oblast de Kaliningrado na Rússia.

Filosofia, o "Criticismo"

"Heróis da Paz" Kant esculpido na estátua equestre.
O "criticismo" kantiano [3] parte na confluência do racionalismo, do empirismo inglês (David Hume) e a ciência física-matemática de Isaac Newton. Seu caminho histórico está assinalado pelo governo de Frederico II, a independência americana e a Revolução Francesa.

As questões de partida do Kantismo são o problema do conhecimento, e a ciência, tal como existe. A ciência se arranja de juízos que podem ser analíticos e sintéticos. Nos primeiros (o quadrado tem quatro lados e quatro ângulos internos), fundados no princípio de identidade, o predicado aponta um atributo contido no sujeito. Tais juízos independem da experiência, são universais e necessários. Os sintéticos, a posteriori resultam da experiência e sobrepõem ao sujeito no predicado um atributo que nele não se acha previamente contido (o calor dilata os corpos), sendo, por isso, privados e incertos.

Uma indagação iminente que o levara à sintetização do pensar: Que juízos constituem a ciência físico matemática? Caso fossem analíticos, a ciência sempre diria o mesmo (e não é assim), e, se fossem sintéticos um hábito sem fundamento (o calor dilata os corpos porque costuma dilatá-los). Os juízos da ciência devem ser, ao mesmo tempo, a priori, quer dizer, universais e necessários, e sintéticos objetivos, fundados na experiência. Trata-se pois, de saber como são possíveis os juízos sintéticos a priori na matemática e na física ("Estética transcendental" e "Analítica transcendental"), e se são possíveis na metafísica ("Dialética transcendental", partes da Crítica da razão pura).

Para os juízos sintéticos a priori são admissíveis na matemática porque essa ciência se fundamenta no espaço e no tempo, formas a priori da sensibilidade, intuições puras e não conceitos de coisas como objetos. O espaço é a priori, não deriva da experiência, mas é sua condição de possibilidade. Podemos pensar o espaço sem coisas, mas não coisa sem espaço. O espaço é o objeto de intuição e não conceito, pois não podemos ter intuição do objeto de um conceito (pedra, carro, cavalo, etc.), gênero ou espécie. Ora, o espaço não é nem uma coisa nem outra, e só há um espaço (o nada, referindo ao espaço).

Na apresentação "transcendental" do espaço, Kant determina as condições subjetivas ou transcendentais da objetividade. Se o conhecimento é relação, ou relacionamento (do sujeito com o objeto), não, pode conhecer as coisas "em si", mas "para nós".

A geometria pura, quando aplicada, coincide totalmente com a experiência, porque o espaço é a forma a priori da sensibilidade externa. O tempo é, também, a priori. Podemos concebê-lo sem acontecimentos, internos ou externos, mas não podemos conceber os acontecimentos fora do tempo. Objeto de intuição, não pode ser conceito. Forma vazia, intuição pura, torna possíveis por exemplo os juízos sintéticos a priori na aritmética, cujas operações (soma, subtração, etc.), ocorrendo sucessivamente, o pressupõem. O tempo é, pois, a forma a priori da sensibilidade interna e externa.

Esse privilégio explica a compenetração da geometria e da aritmética. A geometria analítica (Descartes) permite reduzir as figuras a equações e vice-versa. O cálculo infinitesimal (Leibniz) arremata essa compenetração definindo a lei de desenvolvimento de um ponto em qualquer direção do espaço. A matemática é pois, um conjunto de leis a priori, que coincidem com a experiência e a tornam cognoscível.

As condições de possibilidade do conhecimento sensível são, portanto, as formas a priori da sensibilidade. Não existe a "coisa em si". Se existisse não se poderia a conhecer enquanto tal, e nada se poderia dizer a seu respeito. Só é possível conhecer coisas extensas no espaço e sucessivas no tempo, enquanto se manifestam, ou aparecem, ou seja, "fenômenos.

Na "analítica transcendental", Kant analisa a possibilidade dos juízos sintéticos a priori na física. Compreendemos que a natureza é regida por leis matemáticas que ordenam com rigor o comportamento das coisas (o que permite ciências como engenharia, etc., serem possíveis o determinismo com certa regularidade). Não há como saber das coisas com apenas percepções sensíveis, impressões. Há um conhecimento a priori da natureza. A função principal dos juízos da natureza. Ora, a função principal dos juízos é pôr, colocar a realidade e, em seguida, determiná-la. As diversas formas do juízo deverão, portanto, conter as diversas formas da realidade.

Essa formas estão estudadas desde Aristóteles, que as classifica de acordo com a quantidade, a qualidade, a relação e a modalidade. Na "Dedução transcendental" das categorias, Kant volta a classificação aristotélica, dando-lhe novo sentido. Assim, à quantidade, correspondem a unidade, a pluralidade e a totalidade; à qualidade, a essência, a negação e a limitação; à relação, a substância, a causalidade e a ação recíproca; à modalidade, a possibilidade, a existência e a necessidade.

Tais categorias são as condições de possibilidade dos juízos sintéticos a priori em física. As condições do conhecimento são, enfim, como se acabe de ver, as condições prévias da objetividade. A ciência da natureza postula a existência de objetos, sua consistência e as relações de causa e efeito. Se as categorias universais, particulares e contingentes, devem proceder de nós mesmos, de nosso entendimento.

Em tal descoberta consiste a "inversão copernicana", realizada por Kant. Não é o objeto que determina o sujeito, mas o sujeito que determina o objeto. As categorias são conceitos, todavia, puros, a priori, anteriores à experiência e que, por isso, a tornam possível. Em suma, o objeto só se torna cognoscível na medida em que o sujeito que determina o objeto. Em suma, o objeto só se torna cognoscível na medida em que o sujeito cognoscente o reveste das condições de cognoscibilidade.[4]

Na "dialética transcendental", finalmente Kant examina a possibilidade dos juízos sintéticos a priori na metafísica. A "coisa em si" (alma, Deus, essência do cosmos, etc.), não nos é dada em experiência alguma. Ora, como chega a razão a formar esses objetos? Sintetizando além da experiência, fazendo a síntese das sínteses, porque aspira ao infinito, ao incondicionado, ao absoluto. Nas célebres, "antinomias", Kant mostra que a razão pura demonstra, "indiferentemente", a finitude e a infinitude do universo, a liberdade e o determinismo, a existência e a inexistência de Deus. Ultrapassando os limites da experiência, aplica arbitrariamente as categorias e pretende conhecer o incognoscível. A metafísica é impossível como ciência, pois não se pode chegar mais, além disso.

A menoridade humana
Kant define a palavra esclarecimento como a saída do homem de sua menoridade. Segundo esse pensador, o homem é responsável por sua saída da menoridade. Kant define essa menoridade como a incapacidade do homem de fazer uso do seu próprio entendimento autonomamente, ou seja, sem a tutela de uma razão alheia.

A permanência do homem na menoridade se deve ao fato de ele não ousar pensar. A covardia e a preguiça são as causas que levam os homens a permanecerem na menoridade. Um outro motivo é o comodismo. É bastante cômodo permanecer na área de conforto. É cômodo que existam pessoas e objetos que pensem e façam tudo e tomem decisões em nosso lugar. É mais fácil que alguém o faça, do que fazer determinado esforço, pois já existem outros que podem fazer por mim. Os homens quando permanecem na menoridade, são incapazes de fazer uso das próprias pernas, são incapazes de tomar suas próprias decisões e fazer suas próprias escolhas.

Em seu texto O que é o Iluminismo?, Kant sintetiza seu otimismo iluminista [5] em relação à possibilidade de o homem seguir por sua própria razão, sem deixar enganar pelas crenças, tradições e opiniões alheias. Nele, descreve o processo de ilustração como sendo "a saída do homem de sua menoridade", ou seja, um momento em que o ser humano, como uma criança que cresce e amadurece, se torna consciente da força e inteligência para fundamentar, sob o conhecimento à priori, a sua própria maneira de agir, sem a doutrina ou tutela de outrem.

Kant afirma que é difícil para o homem sozinho livrar-se dessa menoridade, pois ela se apossou dele como uma segunda natureza. Aquele que tentar sozinho terá inúmeros impedimentos, pois seus tutores sempre tentarão impedir que ele experimente tal liberdade. Para Kant, são poucos aqueles que conseguem pelo exercício do próprio espírito libertar-se da menoridade.


Juízo analítico
É formado quando o predicado repete o conteúdo formal do sujeito, desenvolvendo-o. Thonnard dá o exemplo da frase ” o corpo é uma substância extensa”, que representa uma tautologia e é incapaz de fazer progredir a ciência, pois não é um juízo científico, mas analítico. A frase mencionada, para Kant não passa de um princípio de contradição, que é apenas a regra negativa dos juízos. A conclusão à que chegamos é que todo o juízo implicando contradição é errôneo, mas a ausência de contradição não basta para que um juízo seja verdadeiro ou científico, porque, segundo Thonnard, o puro conceito, mesmo analisado, não contém verdade alguma.

Juízo sintético
É formado quando o predicado é estranho ao conteúdo formal do sujeito e lhe é atribuído por uma razão diferente da análise desse conteúdo. A frase ” todo ser é inteligível” é um juízo sintético, pois a inteligibilidade é um fato especial da  inteligência, que  não é necessariamente exigida pela noção de ser. O juízo sintético é àquele que vai enriquecer e avançar a ciência.

Juízo estético

Retrato de Immanuel Kant.
O juízo estético é abordado no livro Crítica da Faculdade do Juízo. De acordo com Kant para se ter uma investigação crítica a respeito do belo, devemos estar orientados pelo poder de julgar. E a indagação básica que move essa investigação crítica a respeito do belo é: existe algum valor universal que conceitue o belo e que reivindique que outras pessoas, a partir da minha apreciação de uma forma bela da natureza ou da arte, confirmem essa posição? Ou então somos obrigados a admitir que todo objeto que julgamos como sendo belo é uma valoração subjetiva?

O poder de julgar, pertencendo a todo sujeito, é universal e congraça o julgamento estético, especulativo e prático. Portanto a investigação crítica que Kant se refere diz respeito às possibilidades e limitações das faculdades subjetivas que agem sob princípios formulados e que pertencem à essência do pensamento.

Como podemos desnudar o fenômeno que explica o nosso gosto? Se fizermos uma experiência com vários indivíduos e o defrontarmos com um objeto de arte, observaremos que as impressões causadas serão as mais diversas. Então chegaremos à conclusão de que a observação atenta e valorativa daquele objeto, somada as diferentes opiniões que foram apresentadas pelos indivíduos, nos dá respaldo para afirmar que o gosto tem que ser discutido. Para Kant apenas sobre gosto se discute, ao passo que, representa uma reivindicação para tornar universal um juízo subjetivo.

A universalidade do juízo estético é detectada por envolver um exercício persuasivo de convencimento de outro sujeito que aquela determinada forma da natureza ou da arte é bela. E, dessa forma, torna aquele valor universal. Os sujeitos têm em comum um princípio de avaliação moral livre que determina a avaliação estética e, portanto, julga o belo como universal.

O juízo estético está relacionado ao prazer ou desprazer que o objeto analisado nos imprime e, como se refere Kant, o belo "é o que agrada universalmente, sem relação com qualquer conceito". Essa situação fica bem evidente quando visitamos um museu. Digamos que essa experiência fosse realizada no Museu do Louvre, em Paris, com o quadro Monalisa. Se nos colocarmos como observador, perceberemos que os mais diversos comentários serão tecidos a cerca dessa obra tão famosa.

Detendo-nos na análise dos comentários favoráveis notaremos que, ratificando Kant, o belo não está arraigado em nenhum conceito. Pois, dos vários indivíduos que vão apreciar a obra de Leonardo da Vinci, encontraremos desde pessoas especializadas em arte até leigos, como eu ou você, que vão empregar cada qual um conceito, de acordo com a percepção, após a contemplação da Monalisa. Então isso comprova que não existe uma definição exata a cerca do belo, mas sim um sentimento que é universal e necessário.

Em sua Crítica da Faculdade do Juízo, Kant também discorre sobre o Juízo Reflexionante, no tocante à observação da natureza. Kant reconhece que, nas ciências baseadas na observação empírica, existem diversas leis, padrões e comportamentos regulares que não são determinados analiticamente a partir das leis a priori do entendimento. Para garantir a necessidade dessas leis empíricas, ele lança mão do juízo reflexionante, o qual, “comparável à indução científica, [...] procede da diversidade particular das leis a um princípio unificador transcendental” [6]. Esse ideal de organização sistemática nos encaminha a considerar a existência de um propósito maior, que possibilite uma experiência unificada para o entendimento da natureza [7]. Tal raciocínio leva esse filósofo a reconhecer a necessidade de uma ideia de finalidade que englobe toda a natureza enquanto tal (e que, no caso tratado, seria também responsável pela harmonia observável no mundo natural).

Note-se que a referida ideia de finalidade atribuída ao mundo natural é apenas um princípio regulador, sem meios de ser comprovada a priori por nosso aparato cognitivo, mas a qual precisamos adotar para resolver nossas questões práticas de conhecimento [8]. Devemos estar sempre conscientes de que se trata de uma pressuposição, mas não de imputação como tal. Em vez de afirmar que existe realmente essa finalidade, afirmaríamos que tudo se passa como se a mesma existisse.

É nesses termos que se torna coerente a tese de que nunca poderia haver um “Newton dos Talos de Grama”, pois a Física, definida com base em conceitos puros do entendimento a priori, estaria em um grau de certeza superior aos conhecimentos que necessitam da suposição de um princípio regulador teleológico (visto ser necessário supor que a grama tem como finalidade o seu próprio crescimento).

O juízo teleológico terá uma importância primordial na obra kantiana, visto que somente a partir dele será possível intermediar a causalidade natural com a finalidade moral. Enfim, o juízo teleológico conseguirá transitar da ideia de uma harmonia interna ao sujeito transcendental (das faculdades mentais subjetivas, que é a pressuposição para o juízo estético), para uma harmonia que resida na própria natureza . E para falar de uma finalidade em um objeto da natureza, é preciso que esse objeto seja causa final de si mesmo, de maneira que o “nexo das partes seja tal que cada parte pareça determinada pelo todo; e o todo, por seu turno, não seja possível senão pelas partes” . Os principais exemplos dos objetos em questão serão os seres orgânicos, os quais se organizam a si mesmos e, no contexto mais amplo, formam uma harmonia maior: o ambiente natural.

Consequencialmente, Kant define dois métodos para se investigar a natureza. Primeiro, o conhecimento discursivo fundado nas causas eficientes e, portanto, no determinismo causal, cujo exemplo é a física; e, em segundo lugar, de um entendimento intuitivo, que inicia por supor finalidades em um ser vivo, ou mesmo na natureza enquanto todo orgânico para, em seguida, investigar suas partes.

O juízo teleológico que, como vimos, está ancorado no juízo reflexionante, é imprescindível para o estudo concernente aos fenômenos vitais. Embora não possamos aplicá-lo com o rigor de uma causa eficiente, conforme se faz na física, o juízo em foco deve ser um fio condutor para o cientista da natureza, para que ele compreenda os seres vivos e o ambiente natural.

A paz perpétua
A paz perpétua trata que o direito cosmopolítico deve circunscrever-se às condições de uma hospitalidade universal. Dessa forma, Kant traz no terceiro artigo definitivo de um tratado de paz perpétua, o fato de que existe um direito cosmopolitano relacionado com os diferentes modos do conflito dos indivíduos intervirem nas relações com outros indivíduos. A pessoa que está em seu território, no seu domínio, pode repelir o visitante se este interfere em seu domínio.

No entanto, caso o visitante mantenha-se pacífico, não seria possível hostilizá-lo. Também, não se trata de um direito que obrigatoriamente o visitante poderia exigir daquele que o tem assim, mas sim, de um direito que persiste em todos os homens, o do direito de apresentar-se na sociedade.

O direito de cada um na superfície terrestre pode ser limitada no sentido da superfície. Já o indivíduo deve tolerar a presença do outro, sem interferir nele, visto que tal direito persiste a toda espécie humana. Então, o direito da posse comunitária da superfície terrestre pertence a todos aqueles que gozam da condição humana, existindo uma tolerância de todos a fim de que se alcance uma convivência plena.

Veja que o ato de hostilidade está presente no ato do direito de hospitalidade. Mesmo que o espaço seja limitado, os indivíduos devem se comportar pacificamente com o intuito de se alcançar a paz de convívio mútuo. O relacionamento entre as pessoas está na construção dos direitos de cada um, sendo indispensável para a compreensão do direito cosmopolítico de modo a garantir as condições necessárias para termos uma hospitalidade universal.

Por fim, a não violação do direito cosmopolitano e o direito público da humanidade criará condições para o favorecimento da paz perpétua, proporcionando a esperança de uma possível aproximação do estado pacífico.

Crítica e sistema
Só a crítica pode cortar pela raiz o materialismo, o fatalismo, o ateísmo, a incredulidade dos espíritos fortes, o fanatismo e a superstição, que se podem tornar nocivos a todos e, por último, também o idealismo e o cepticismo, que são sobretudo perigosos para as escolas e dificilmente se propagam no público. Kant, Crítica da razão pura, B XXXIV.
Apesar de ter adaptado a ideia de uma filosofia crítica, cujo objectivo primário era "criticar" as limitações das nossas capacidades intelectuais, Kant foi um dos grandes construtores de sistemas, levando a cabo a ideia de crítica nos seus estudos da metafísica, ética e estética.

Uma citação famosa - "o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim" - é um resumo dos seus esforços: ele pretendia explicar, numa teoria sistemática, aquelas duas áreas. Isaac Newton tinha desenvolvido a teoria da física sob a qual Kant queria edificar a filosofia. Esta teoria envolvia a assunção de forças naturais de que os homens não se apercebem, mas que são usadas para explicar o movimento de corpos físicos.

O seu interesse na ciência também o levou a propor em 1755 que o sistema solar fora criado a partir de uma nuvem de gás na qual os objectos se condensaram devido à gravidade. Esta Hipótese Nebular é amplamente reconhecida como a primeira teoria moderna da formação do sistema solar e é precursora das actuais teorias da formação estelar.

Metafísica e epistemologia de Kant

Capa da obra Crítica da Razão Pura, 1781.
O livro mais lido e mais influente de Kant é a Crítica da Razão Pura (1781). De acordo com o próprio autor, a obra, também conhecida como "primeira crítica", é resultado da leitura de Hume e do seu despertar do sono dogmático, a saber: Kant se perguntou como são possíveis juízos sintéticos a priori? Para responder a essa pergunta, Kant escreveu esse livro portentoso, de mais de 800 páginas.

Na primeira crítica, Kant vai mostrar que tempo e espaço são formas fundamentais de percepção (formas da sensibilidade) que existem como ferramentas da mente, mas que só podem ser usadas na experiência.

Tente imaginar alguma coisa que existe fora do tempo e que não tem extensão no espaço. A mente humana não pode produzir tal ideia. Nada pode ser percebido excepto através destas formas, e os limites da física são os limites da estrutura fundamental da mente. Assim, já vemos que não podemos conhecer fora do espaço e do tempo.

Mas além das formas da sensibilidade, Kant vai nos dizer que há também o entendimento, que seria uma faculdade da razão. O entendimento nos fornece as categorias com as quais podemos operar as sínteses do diverso da experiência.

Assim, como são possíveis juízos sintéticos a priori? São possíveis porque há uma faculdade da razão - o entendimento - que nos fornece categorias a priori - como causa e efeito - que nos permitem emitir juízos sobre o mundo.

Contudo, diz Kant, as categorias são próprias do conhecimento da experiência. Elas não podem ser empregadas fora do campo da experiência. Daí porque, na filosofia crítica de Kant, não nos é possível conhecer a coisa em si, ou aquilo que não está no campo fenomenológico da experiência.

Na perspectiva de Kant, há, por isso, o conhecimento a priori de algumas coisas, uma vez que a mente tem que ter estas categorias, de forma a poder compreender a massa sussurrante de experiência crua, não-interpretada que se apresenta às nossas consciências. Em segundo lugar, ela remove o mundo real (a que Kant chamou o mundo numenal ou númeno) da arena da percepção humana.

Kant denominou a filosofia crítica de "idealismo transcendental". Apesar da interpretação exacta desta frase ser contenciosa, uma maneira de a compreender é através da comparação de Kant, no segundo prefácio à "Crítica da Razão Pura", da filosofia crítica com a revolução copernicana na astronomia.

Cquote1.svg Até aqui, foi assumido que todo o nosso conhecimento deve conformar-se aos objectos. Mas todas as nossas tentativas de estender o nosso conhecimento de objectos pelo estabelecer de qualquer coisa a priori a seu respeito, por meios de conceitos, acabaram, nesta suposição, por falhar. Temos pois, por tentativas, que ver se temos ou não mais sucesso nas tarefas da metafísica, se supusermos que os objectos devem corresponder ao nosso conhecimento.
Tal como Nicolau Copérnico revolucionou a astronomia ao mudar o ponto de vista, a filosofia crítica de Kant pergunta quais as condições a priori para que o nosso conhecimento do mundo se possa concretizar.

O idealismo transcendental descreve este método de procurar as condições da possibilidade do nosso conhecimento do mundo. Mas esse idealismo transcendental de Kant deverá ser distinguido de sistemas idealistas, como os de Berkeley. Enquanto Kant acha que os fenómenos dependem das condições da sensibilidade, espaço e tempo, esta tese não é equivalente à dependência-mental no sentido do idealismo de Berkeley.

Para Berkeley, uma coisa é um objecto apenas se puder ser percepcionada. Para Kant, a percepção não é o critério da existência dos objectos. Antes, as condições de sensibilidade - espaço e tempo - oferecem as "condições epistémicas", para usar a frase de Henry Allison, requeridas para que conheçamos objectos no mundo dos fenómenos. Kant tinha querido discutir os sistemas metafísicos mas descobriu "o escândalo da filosofia": não se pode definir os termos correctos para um sistema metafísico até que se defina o campo, e não se pode definir o campo até que se tenha definido o limite do campo da física - física, no sentido de discussão do mundo perceptível.

Kant afirma, em síntese, que não somos capazes de conhecer inteiramente os objetos reais visto que o nosso conhecimento sobre os objetos reais é apenas fruto do que somos capazes de pensar sobre eles.

Filosofia moral
Immanuel Kant desenvolveu a filosofia moral em três obras: Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785), Crítica da Razão Prática (1788) e Crítica do Julgamento (1790).

Nesta área, Kant é provavelmente mais bem conhecido pela teoria sobre uma obrigação moral única e geral, que explica todas as outras obrigações morais que temos: o imperativo categórico.

Cquote1.svg Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma legislação universal. Cquote2.svg
O imperativo categórico, em termos gerais, é uma obrigação incondicional, ou uma obrigação que temos independentemente da nossa vontade ou desejos (em contraste com o imperativo hipotético).

As nossas obrigações morais podem ser resultantes do imperativo categórico. O imperativo categórico pode ser formulado em três formas, que ele acreditava serem mais ou menos equivalentes (apesar de opinião contrária de muitos comentadores):

§ A primeira formulação (a fórmula da lei universal) diz: "Age somente em concordância com aquela máxima através da qual tu possas ao mesmo tempo querer que ela venha a se tornar uma lei universal".

§ A segunda fórmula (a fórmula da humanidade) diz: "Age por forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao mesmo tempo como fim, nunca meramente como meio".

§ A terceira fórmula (a fórmula da autonomia) é uma síntese das duas prévias. Diz que deveremos agir por forma a que possamos pensar de nós próprios como leis universais legislativas através das nossas máximas. Podemos pensar em nós como tais legisladores autônomos apenas se seguirmos as nossas próprias leis..

A geografia em Kant
Além de seu trabalho filosófico, Kant também foi professor de física, antropologia, geografia, lógica, metafísica e outras disciplinas. A contribuição de Kant à geografia deu-se tanto por seu trabalho como professor geógrafo, quanto também por suas reflexões sobre o papel da geografia no estudo dos fenômenos naturais, dentro de seu sistema filosófico sobre o conhecimento humano.

O curso de Geografia Física, ministrado por Kant, era ofertado no período inicial dos cursos universitários e tinha como proposta apresentar aos alunos um “sumário da natureza”, ou seja, um quadro geral do saber humano mostrando ser possível conhecer o mundo de uma maneira integrada e sistemática. Esse quadro geral, além de propiciar ao aluno uma base de conhecimentos empíricos, necessários para os raciocínios e pesquisas científicos posteriores de seu curso, também consistiria em um primeiro contato com o que seria uma propedêutica do conhecimento científico do mundo.

Kant nunca publicou um livro específico sobre o seu curso de geografia. Porém, ao fim de sua vida, permitiu que um antigo aluno publicasse uma obra contendo as notas de sua disciplina. Essa publicação autorizada condensa muito do conhecimento geográfico existente na época de Kant e torna-se um dos livros referenciais na história do pensamento geográfico.

Kant identificava a geografia em cinco partes, a saber: Geografia Matemática (forma, dimensão, e movimento da Terra), Geografia Moral (os costumes e o caráter do homem em relação ao meio ambiente), Política, Mercantil (comercial), e Teológica (a distribuição das religiões).

Em sua obra filosófica, cumpre destacar duas grandes contribuições à geografia: a classificação da geografia como ciência dentro do esquema do conhecimento humano e as obras kantianas que tratam sobre o tema da observação e do estudo dos fenômenos naturais.

Kant nos apresenta duas definições da geografia. Na primeira, nos define a geografia como a ciência da diferenciação da crosta terrestre. Na segunda, seria a ciência responsável pela descrição das coisas em termos de espaço . Essa segunda definição será de grande relevância para classificação científica da geografia dentro do sistema kantiano, devido à importância da intuição de espaço na teoria do conhecimento de sua obra “Crítica da Razão Pura”. Enquanto a história seria a responsável pela descrição temporal dos fenômenos, cabe à geografia a descrição dos dados em sua organização espacial . Essa organização confere um status de especificidade ao método geográfico (descrição espacial), que lhe assegura um lugar no rol das ciências.

Kant também classificou as ciências quanto ao seu objeto, dividindo-as em ciências específicas (de um só objeto) e ciências de síntese, sendo que estas últimas seriam responsáveis por aglutinar e integrar os conhecimentos das demais ciências. À geografia cabe o título de ciência de síntese dos fenômenos naturais , enquanto à antropologia cabe o de síntese dos conhecimentos sobre a estrutura humana. Nesse tocante, cabe ressaltar que os fenômenos naturais, objeto da geografia, abarcavam todos os fenômenos perceptíveis, inclusive a observação da sociedade humana sobre o espaço .

Kant e a Revolução Francesa

Estátua de Immanuel Kant na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG.
Em 1784, no seu ensaio "Uma resposta à questão: o que é o Iluminismo?", Kant visava vários grupos que tinham levado o racionalismo longe demais: os metafísicos que pretendiam tudo compreender acerca de Deus e da imortalidade; os cientistas que presumiam nos seus resultados a mais profunda e exacta descrição da natureza; os cépticos que diziam que a crença em Deus, na liberdade, e na imortalidade, eram irracionais.

Kant mantinha-se no entanto optimista "Teoria política de Kant e Herder: Despotismo Esclarecido e Legitimidade da Revolução" de Gonçal Mayos, começando por ver na Revolução Francesa uma tentativa de instaurar o domínio da razão e da liberdade. Toda a Europa do iluminismo contemplava então fascinada os acontecimentos revolucionários em França.

A Revolução Francesa, no entanto, foi um marco de viragem, também na filosofia de Kant. Observando a evolução e as realizações práticas, Kant volta a reflectir sobre a prometida razão e liberdade.

No plano religioso, em 1792, Kant, ao escrever a obra Der Sieg des guten Prinzips über das böse und die Gründung eines Reichs Gottes auf Erden (A vitória do princípio bom sobre o princípio mau e a constituição de um reino de Deus sobre a terra), afirma ainda cheio de optimismo: "A passagem gradual da fé eclesiástica ao domínio exclusivo da pura fé religiosa constitui a aproximação do reino de Deus".

Nessa obra, o "reino de Deus" anunciado nos Evangelhos recebia como que uma nova definição e uma nova presença: a revolução podia apressar a passagem da fé eclesiástica à fé racional; onde chegasse a Revolução a "fé eclesiástica" seria superada e substituída pela "fé religiosa", ou seja, pela "mera fé racional."

Em 1795, no livro Das Ende aller Dinge ("O fim de todas as coisas"), a perspectiva é já completamente diferente. Kant toma agora em consideração a possibilidade de que, a par do fim natural de todas as coisas, se verifique também um fim contrário à natureza, perverso:

Se acontecesse um dia chegar o cristianismo a não ser mais digno de amor, então o pensamento dominante dos homens deveria tomar a forma de rejeição e de oposição contra ele; e o anticristo [...] inauguraria o seu regime, mesmo que breve (baseado presumivelmente sobre o medo e o egoísmo). Em seguida, porém, visto que o cristianismo, embora destinado a ser a religião universal, de facto não teria sido ajudado pelo destino a sê-lo, poderia verificar-se, sob o aspecto moral, o fim (perverso) de todas as coisas.

Face à violência inaudita da Revolução Francesa, e ao novo tipo de autoritarismo que se firmava nas "Luzes" da razão, Kant vai também reflectir acerca dos seus conceitos políticos.

Marcos na vida de Kant
1724 - Kant nasce a 22 de abril.

1740 - Neste ano, Frederico II torna-se rei da Prússia. Foi um rei que trouxe sinais de tolerância à Prússia, que era uma nação célebre pela disciplina militar. Trouxe iluministas (Voltaire, o mais famoso) para a corte e continuou a política de encorajamento à imigração que o pai tinha seguido.

1746 - Falecimento do pai de Kant. Kant deixou de ter sustento. Teria de encontrar trabalho como professor particular.

1748 - 1754 - Kant dá aulas a crianças em pequenas vilas das redondezas.

1755 - Publicação do Livro "História natural genérica e teoria dos céus". Kant consegue o título de Mestre e o direito a dar aulas na Universidade Alberto. Daria aulas como docente privado. Não pago pela Universidade mas pelos próprios alunos. Nesse ano, Kant foi influenciado pelo desastre que foi o Terramoto de 1755, em Lisboa/Portugal, em parte pelo resultado de tentar entender a enormidade do sismo e as consequências, publicou três textos distintos sobre o assunto.

1762 - Kant lê as recentes publicações de Rousseau, "Emile" (uma obra filosófica sobre a educação do indivíduo) e o ensaio "Contrato social".

1770 - Kant torna-se professor de lógica e metafísica na universidade, após 14 anos como docente (pago pelos alunos). Kant lê por volta desta altura a obra de David Hume, que o terá despertado do seu "sono dogmático", como ele próprio disse.

1773 - O rei Frederico II concede refúgio à Ordem dos Jesuítas, banidos pelo papa.

1774 - Auge do movimento romântico chamado Sturm-und-Drang. Herder publica "Também uma filosofia da História para educação da Humanidade".

1781 - Kant publica em Maio "Crítica da Razão Pura". A reacção é pouco encorajadora. Moses Mendelssohn e Johann Georg Hamann pronunciam-se com indecisão.


Selo de 250 anos de nascimento de Immanuel Kant (1724-1804).
1783 - Kant escreve um artigo intitulado "O que é o Iluminismo?" para a revista "Berlinischen Monatsschrift", como resposta a uma discussão na mesma. Um anónimo tinha escrito que a cerimónia do casamento já não se conformava ao espírito dos tempos do iluminismo. Um pastor perguntou na resposta, que era então o iluminismo. Kant respondeu com o seu artigo.

1788 - Publicação de "Crítica da Razão Prática". Morte do amigo Johann Georg Hamann.

1789 - Início da Revolução Francesa. Kant pronuncia-se inicialmente de forma favorável à revolução, e sobretudo à secularização resultante, após o qual o rei da Prússia Frederico Guilherme II proíbe Kant de se pronunciar sobre quaisquer temas religiosos.

1795 - Publicação do tratado "Para a paz eterna", na qual surge a perspectiva de um cidadão do mundo esclarecido.

1804 - Com 79 anos de idade, Kant faleceu em Königsberg (atual Kaliningrado), após prolongada doença que apresentava sintomas semelhantes à Doença de Alzheimer. Já não reconhecia sequer os seus amigos íntimos.

Obras
Pensamentos sobre o verdadeiro valor das forças vivas (1747);
Monodologia Física (1756);
Meditações sobre o Optimismo (1759);
A Falsa Subtileza das Quatro Figuras Silogisticas (1762);
Dissertação sobre a forma e os princípios do mundo sensível e inteligível (1770);
Crítica da Razão Pura (1781);
Prolegômenos para toda metafísica futura que se apresente como ciência (1783);
Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita (1784);
Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785);
Primeiros princípios metafísicos da ciência natural (1786);
Crítica da Razão Prática (1788);
Crítica do Julgamento (1790);
A Religião dentro dos limites da mera razão (1793);
A Paz Perpétua (1795);
Doutrina do Direito (1796);
A Metafísica da Moral (1797);
Princípios metafísicos da doutrina do direito (1797);
Antropologia do ponto de vista pragmático (1798).

Cade abre investigação contra dez bancos com sede no Brasil por manipulação na cotação do real


Nova apuração ocorre após o órgão ter fechado um acordo com cinco instituições estrangeiras envolvidas em cartel internacional de manipulação de câmbio
    
Lorenna Rodrigues,

O Estado de S.Paulo

Mercado antecipa permanência de Renan e dólar fecha em queda
Foto: Pixabay

Dólar

Esquema que influenciava cotações de câmbio atuou em vários países
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou nesta quarta-feira, 7, um novo processo para investigar cartel no mercado de câmbio brasileiro, envolvendo o real. O conselho também anunciou a assinatura de um acordo com bancos relacionados a um cartel internacional com efeitos no Brasil.
Desta vez, o Cade investiga dez bancos com sede no Brasil e apura práticas feitas em território nacional por 19 funcionários e ex-funcionários das instituições.

Segundo o conselho, há "fortes índícios" de conduta anticompetitiva nos bancos BTG Pactual, Citibank, HSBC, BBM, BNP Paribas e Múltiplo. Também há indícios da participação, em menor grau, do Itaú, Santander, ABN AMRO Real, Fibra e Societé Générale. O grupo é diferente do investigado em um esquema internacional que levou o Conselho a multar em R$ 181 milhões outros cinco bancos pelo mesmo motivo.
Cartel. De acordo com o Cade, as condutas anticompetitivas teriam ocorrido nos mercados de câmbio à vista (FX Spot Market ou spot) e de futuros (derivativos). Os contatos eram feitos por meio de salas de bate-papo (chat room) da agência de notícias Bloomberg e duraram, pelo menos, entre 2008 e 2012.

"Os indícios levantados apontam para tentativas de coordenação de operações cambiais e de posições de risco cambial; tentativa de definição de preços e/ou níveis de preços para spreads cambiais e diferenciais; tentativas de influenciar o índice de referência PTAX do Banco Central do Brasil - Bacen", lista o Cade.

Segundo a superintendência do conselho, as práticas reduziram a concorrência, pois os operadores atuavam como um só player no mercado.
Esquema internacional. No caso do esquema internacional, o Cade segue investigando outros nove bancos, que não firmaram acordo. São eles: Banco Standard de Investimentos, Banco Tokyo-Mitsubishi UFJ, Credit Suisse, Merril Lynch, Morgan Stanley, Nomura, Royal Bank of Canada, Royal Bank of Scotland, Standard Chartered.
O UBS também teria participado do esquema. No ano passado, o banco firmou um acordo de leniência com o Cade e denunciou o cartel.

O esquema que influenciava cotações de câmbio atuou em vários países, inclusive nos Estados Unidos, onde grandes bancos, como Citigroup, JPMorgan e Barclays, assinaram acordo para o pagamento de US$ 5,6 bilhões. O esquema é investigado ainda no Reino Unido e na Suíça.
Pela legislação, apenas a primeira empresa a denunciar a conduta irregular ao Cade pode firmar acordo de leniência e se livrar totalmente da multa. As outras empresas podem firmar Termos de Compromisso de Cessação (TCC), como o assinado hoje, e os incentivos são maiores para as primeiras empresas a entregarem provas.


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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Mulheres Que Marcaram O Século XX: Geninha da Rosa Borges





Geninha da Rosa Borges 94 Anos


BIOGRAFIA

Maria Eugênia Franco de Sá da Rosa Borges, conhecida como Geninha da Rosa Borges (Recife, 21 de junho de 1922), é uma atriz brasileira. É formada em Pedagogia e Letras anglo-germânicas pela Faculdade de Filosofia do Recife. Participou de 63 peças teatrais, 10 filmes e dirigiu 21 espetáculos.

Em 1941, atuou numa apresentação teatral beneficente Noite de Estrelas. Logo depois estreia na peça Primerose, de Robert de Flers e Gaston de Caillavet, com direção de Valdemar de Oliveira. Em 1944, já no Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP), com participação do diretor polonês Zigmunt Turkow, participa da montagem de A Comédia do Coração, de Paulo Gonçalves.

No grupo TAP, tem a oportunidade de ser dirigida por artistas nacionais e estrangeiros de renome como Zbigniew Ziembinski, Graça Melo, Flamínio Bollini Cerri, Bibi Ferreira, Luís de Lima, entre outros.

Em 1968, foi designada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para coordenar a equipe do Sistema Nacional de TV e Rádio Educação e dar início a um programa pioneiro em Pernambuco de aulas teatralizadas para o rádio.

Teve pouca atuação no cinema, tendo no currículo participado do primeiro filme pernambucano falado: O Coelho Sai, de Firmo Neto (1939). Em 1983 foi convidada por Tizuka Yamazaki para fazer o filme Parahyba Mulher Macho. Já em 1997 foi convidada por Paulo Caldas e Lírio Ferreira a atuar no filme Baile Perfumado.

Sua primeira aparição na TV aconteceu em 2004, na novela Da Cor do Pecado, de João Emmanuel Carneiro, produzida pela TV Globo.

Ao completar 80 anos de idade, em 2002, fez uma temporada no Rio de Janeiro, na Casa de Cultura Laura Alvim, com o espetáculo 2 em 1, no qual encena e assina Solilóquios de Yerma, uma adaptação reduzida de Yerma, de Federico Garcia Lorca e O Marido Domado, peça criada especialmente para ela por Ariano Suassuna, inspirada em A Megera Domada, de William Shakespeare.

Recebeu várias vezes os prêmios de “Melhor Atriz” e “Melhor Diretora”, e é conhecida como a “Grande Dama do Teatro Pernambucano”.

Ocupa a Cadeira 33 da Academia de Letras e Artes do Nordeste


Maria Eugênia Franco de Sá, filha de um amazonense e de uma carioca, nasce em 21 de junho de 1922 na cidade de Recife, Pernambuco. Estuda no Colégio São José, onde participa de atividades culturais e revela o seu pendor para o teatro. Em 1941, com um grupo de moças da sociedade recifense, atua em Noite de Estrelas, uma apresentação teatral beneficente. O autor da peça, o médico e diretor Valdemar de Oliveira, encanta-se com o seu desempenho e a convida a integrar o grupo que deu origem ao Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP). Anos mais tarde, é por ele apresentada a Otávio da Rosa Borges, irmão de sua esposa Diná, com quem ela se casa em 1946.

Geninha estreia como protagonista da peça Primerose, de Robert de Flers e Gaston de Caillavet, em 1941, sob a direção de Valdemar de Oliveira, e recebe muitos elogios da crítica teatral. No ano de 1944, o TAP, numa atitude ousada, convida o diretor polonês Zigmunt Turkow – que desde 1941 trabalhava junto ao teatro amador da comunidade judaica de Recife – a dirigir A Comédia do Coração, de Paulo Gonçalves. Nesta peça, o elenco integrado pela atriz descobre a importância do encenador como “orquestrador do espetáculo”. Geninha, ao longo da participação neste e em muitos elencos das peças representadas pelo TAP, também tem a oportunidade de ser dirigida por artistas nacionais e estrangeiros de renome como Zbigniew Ziembinski, Graça Melo, Flamínio Bollini Cerri, Bibi Ferreira, Luís de Lima, entre outros. Destaca-se como diretora e intérprete em Yerma, de Garcia Lorca (1978), A Promessa, de Luiz Marinho (1983) e As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, de Rainer Fassbinder (1987).

O Teatro de Santa Isabel, importante patrimônio cultural de Pernambuco, foi sede do TAP de 1941 a 1963. Geninha o dirige em quatro ocasiões: de 1983 a 1986; de 1991 a 1993 e de 1994 a 1997. A vida da atriz confunde-se com o teatro a tal ponto que ela lhe dedica o livro: Teatro de Santa Isabel: Nascedouro & Permanência.

Formada em letras anglo-germânicas e em pedagogia pela Faculdade de Filosofia do Recife, é designada, em 1964, pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para coordenar a equipe do Sistema Nacional de TV e Rádio Educação e dar início a um programa pioneiro em Pernambuco de aulas teatralizadas para o rádio. Entre outubro de 1966 e setembro de 1967, passa seis meses nos Estados Unidos e dois meses no Japão, onde realiza cursos de pós-graduação em teleducação. Geninha, que pertence à Academia de Artes e Letras de Pernambuco e à União Brasileira dos Escritores (UBE), Seção de Pernambuco, possui em seu currículo alguns trabalhos publicados na área da educação e da cultura.

No final da década de 30, participa do primeiro filme pernambucano falado: O Coelho Sai, de Firmo Neto (1939). Em 1983 é contratada por Tizuka Yamazaki para fazer a diretora da escola no filme Parahyba Mulher Macho. Conta-se que Tizuka olhou para ela e perguntou: “Você é a Greta Garbo do Nordeste?”. Também atua no filme Baile Perfumado, de Paulo Caldas e Lírio Teixeira (1997) e nos curtas-metragens Nóis Sofre Mais Nóis Goza, de Sandra Ribeiro e Conceição, de Heitor Dhalia, ambos filmados no ano de 2002. Faz sua primeira aparição na televisão em 2004, na novela Da Cor do Pecado, de João Emmanuel Carneiro, produzida pela TV Globo.

Em 2002 comemora 80 anos de idade com uma temporada no Rio de Janeiro, no palco da Casa de Cultura Laura Alvim, com o espetáculo 2 em 1, no qual encena e assina Solilóquios de Yerma, uma adaptação reduzida de Yerma, de Federico Garcia Lorca e O Marido Domado, peça criada especialmente para ela por Ariano Suassuna, inspirada em A Megera Domada, de William Shakespeare.

Considerada um exemplo de dedicação e amor à causa do teatro de Pernambuco, Geninha é homenageada com o espetáculo Geninha 80 Anos? – Não Acredito!, de Fernando de Oliveira, realizado pelo TAP no ano de 2002. Hoje, Geninha da Rosa Borges, com seus 65 anos de carreira, contabiliza uma larga experiência na área da educação e do teatro, razão suficiente para que continue a ser convidada a participar de trabalhos, conferências, leituras de peças, lançamentos de livros, comemorações, homenagens e júris de festivais de teatro, em diversas instituições públicas e privadas. Recebeu várias vezes os prêmios de “Melhor Atriz” e “Melhor Diretora”, e é conhecida como a “Grande Dama do Teatro Pernambucano”.

Saiba mais sobre Geninha da Rosa Borges:

BOTTO, Márcia. Geninha da Rosa Borges: A Dama do Teatro. Recife: Cepe, 1997.
BORGES, Geninha da Rosa. Teatro de Santa Isabel: Nascedouro & Permanência. Recife: Cepe, 1992.
Site do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP) – www.tap.org.br

Trabalhador terá de contribuir 49 anos para ter aposentadoria integral


Presidente Michel Temer com líderes políticos durante apresentação das novas regras da reforma da Previdência, no Palácio do Planalto.     05/12/2016           REUTERS/Adriano Machado
Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O governo propôs que o trabalhador brasileiro precisará contribuir 49 anos para assegurar aposentadoria integral, obedecendo uma regra de transição que levará em conta a idade do contribuinte e garantido o pagamento de pelo menos 1 salário mínimo.

Com as novas regras da reforma da Previdência, apresentadas nesta terça-feira, a estimativa é de economia de cerca de 678 bilhões de reais de 2018 a 2027 somente no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que inclui INSS e a concessão do benefício de prestação continuada, voltado à assistência social.

Com o Regime Próprio da Previdência Social (RPPS), dos servidos públicos, é projetada economia adicional de cerca de 60 bilhões de reais para o mesmo período, afirmou o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano.

A proposta do governo respeitará direitos já adquiridos, não afetando aqueles que já são beneficiários ou que possuem os requisitos para se aposentar.

Para os que vão pendurar as chuteiras no futuro, o texto prevê tempo mínimo de contribuição de 25 anos. Com o cumprimento desse período, contudo, o trabalhador terá direito a 76 por cento da aposentadoria, percentual que vai subindo gradativamente com o passar dos anos, sendo que estará garantido o pagamento mínimo de 1 salário mínimo.

O secretário de Previdência destacou que a reforma igualará a exigência de idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, segurados do INSS e servidores públicos, trabalhadores rurais e urbanos e também para políticos e detentores de cargos eletivos.

A exceção ficará para deficientes físicos e trabalhadores expostos a agentes nocivos durante suas atividades, que seguirão com regras de acesso especiais.

As novas regras valerão para homens com menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 anos na data de promulgação da PEC da Previdência.  Para aqueles que têm idade igual ou superior e esses patamares, valerá a regra de transição que determina a aplicação de 50 por cento sobre o tempo de contribuição faltante com base no regime antigo.

Assim, um homem com 52 anos e 34 anos de contribuição precisaria, pela regra antiga, trabalhar mais 1 ano para requerer o benefício. Sob as regras novas, ele teria de trabalhar 1 ano e meio.

As regras atuais da Previdência permitem a aposentadoria para aqueles com ao menos 35 anos de contribuição, se homens, e 30 anos de contribuição, se mulheres.

Na reforma, o governo propõe ainda o fim da isenção das contribuições previdenciárias sobre as receitas decorrentes das exportações.

Para o trabalhador rural, explicou o secretário, o acesso à aposentaria terá as mesmas regras, mas ela também terá algumas especificidades, como alíquota, condições de pagamento diferenciadas e tempo considerado "para trás". Segundo Caetano, a contribuição "será baixa", mas será definida depois, por meio de lei.

O governo também está propondo mudanças nas pensões por morte, com taxa de reposição de 50 por cento para o beneficiário e adicional de 10 por cento para cada dependente. Essa cota de 10 por cento valeria até o dependente atingir maioridade, o que pode fazer com que a pensão paga seja inferior a um salário mínimo.

O secretário disse ainda que foi proposta a criação de uma lei de responsabilidade previdenciária, que vale basicamente para regimes de servidores públicos.

Para a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, a proposta apresentada pelo governo tem diagnósticos claros da situação da Previdência, embora ela preferisse que a reforma também englobasse os militares.

"A idade mínima é a espinha central, mas sozinha ela não resolve. Há distorções que precisam ser eliminadas e as desvinculações propostas ajudam nisso", afirma Zeina.
Apenas as Forças Armadas não serão contempladas pela reforma. Sua previdência será objeto de um projeto de lei à parte, que considerará as "especificidades" relativas aos militares, afirmou o secretário da Previdência.

BATALHA DURA

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 foi enviada no fim da segunda-feira ao Congresso Nacional, numa tentativa do governo de sinalizar que está comprometido com mudanças estruturais que devolvam ânimo à economia, que enfrenta forte recessão e tem abalado a confiança dos agentes econômicos.

Mas o cenário para o andamento das medidas fiscais foi turvado pelo afastamento, na noite passada, de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). Na sua cadeira, assume o senador de oposição Jorge Viana (PT-AC), que já disse a interlocutores que suspenderá as votações de projetos do interesse do governo, incluindo a PEC do teto de gastos, segundo informações do jornal O Globo.

Questionado sobre o ambiente político para a reforma prosperar, Caetano defendeu que a proposta não representa uma visão de governo, mas "de Estado".

"Se começar a abrir mão de muita coisa, vai se necessitar fazer uma reforma lá na frente", disse.

A resistência à reforma também será grande porque as principais centrais sindicais já afirmaram que não aceitam parte do que foi proposto.

(Com reportagem adicioinal de Luiz Guilherme Gerbelli, em São Paulo)


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Turbulência crescente coloca em xeque capacidade do governo para tirar país da crise


Temer durante evento no Palácio do Planalto.  5/12/2016. REUTERS/Adriano Machado

Por Lisandra Paraguassu e Paulo Prada

BRASÍLIA (Reuters) - No último mês, o presidente Michel Temer viu cair um de seus principais ministros, manifestações ganharem vulto, a economia manter os sinais ruins e, agora, o presidente do Senado, Renan Calheiros, seu aliado, ser afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal, em um cenário que levanta dúvidas se o governo será capaz de fazer o que prometeu e tirar o país da crise econômica, política e agora, institucional.

No Palácio do Planalto, os sinais de alerta cresceram nas últimas semanas. As manifestações do último domingo foram maiores do que o esperado inicialmente, infladas pelas ações recentes do Congresso, especialmente a descaracterização do pacote anticorrupção.

O alívio veio do fato de o Congresso ter sido o centro das reclamações, mas assessores presidenciais avaliam que, se a economia não melhorar, a fúria da população pode rapidamente se voltar contra o governo. E os sinais nesse front também não são bons.

Assessores próximos do presidente admitem que os problemas se avolumam, mas minimizam a crise, por enquanto.

"O que os empresários querem são sinais de que as coisas estão sendo feitas. Eles não querem outro presidente, querem esse e que ele faça o que diz que vai fazer", disse à Reuters um assessor presidencial. "Eles sabem que a economia demora a reagir."

No entanto, a própria equipe econômica admite internamente que esperava resultados mais rápidos e uma reação já no primeiro semestre de 2017 --a expectativa agora é de alguma evolução apenas no segundo semestre.

As críticas de aliados, representadas por entrevistas com "sugestões" dadas pelo economista Armínio Fraga, ligado ao PSDB, levaram o presidente a dar sinais públicos de prestígio ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Entre eles, os elogios feitos na segunda-feira, durante a apresentação do projeto de reforma da Previdência, e a decisão de confirmar Dyogo Oliveira, interino desde junho, como ministro do Planejamento.
"Já temos uma crise de confiança tão grande quanto no governo Dilma. Não dá para enxergar uma estratégia para o país resolver seus problemas", criticou o senador Cristovam Buarque, líder do PPS no Senado, partido que tem dois ministérios e é aliado de primeira hora do governo Temer.

Na semana passada, um grupo de senadores --José Aníbal (PSDB-SP), Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Armando Monteiro (PTB-PE), além de Cristovam-- foram pedir medidas adicionais para destravar a economia, desburocratizar crédito e tentar acelerar resultados.

Uma característica de Michel Temer exaltada por seus defensores, também tem sido apontada por seus críticos como um dos problemas do governo: a "capacidade de diálogo", que o presidente tanto defende, o faz ser capaz de negociar com o Congresso, mas não o faz um presidente capaz de achar soluções inovadoras ou de inspirar.

"Temer é um político com perfil de acomodação, não de ideias, de certezas, de liderança forte", diz Rafael Cortez, cientista político da Consultoria Tendências.

ALARME

O afastamento de Renan Calheiros, seguido da decisão da Mesa do Senado de não aceitar a liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello, alarmou o Palácio do Planalto e foi mais um capítulo em uma série de crises que o governo não tem conseguido administrar.

Mesmo problemático, Renan é um aliado do governo e garantia a pauta que interessa ao governo. Sua saída, que precisa ser confirmada pelo plenário do Supremo, e a suspensão da sessão do Senado desta terça-feira, colocam em risco a votação do segundo turno da PEC do teto de gastos --marcada para o próximo dia 13--, dando mais um sinal ruim para o mercado financeiro.

"A crise é muito maior do que um atrito entre o Legislativo e o Judiciário. Esse é só o conflito do dia. Talvez a gente tenha dado um passo à frente na direção do conflitoemer afirmou, no segunda-feira, que é preciso "serenidade e paciência" para fazer o ajuste fiscal. Os brasileiros, no entanto, já demonstram impaciência com a falta de resultados. Na semana passada, os indicadores mostraram que o Produto Interno Bruto caiu pelo sétimo trimestre consecutivo, com queda de investimentos e de consumo.

As apostas do governo --teto de gastos para a União e a reforma da Previdência--, mesmo que sejam rapidamente aprovadas, são medidas de médio e longo prazos que dificilmente trarão resultados para o próximo ano, no qual o governo ainda trabalha com um déficit de 139 bilhões de reais.

"Temos uma terrível crise fiscal à frente e o governo apenas têm pensado em medidas de médio e longo prazos", afirmou Monica de Bolle, economista brasileira do Instituto Peterson de Economia Internacional.

Monica sugere que o país volte a apelar para o Fundo Monetário Internacional (FMI), um tema quase tabu no país. "O governo vai precisar de dinheiro e não tem sentido apenas sentar e esperar", disse.

A soma de problemas políticos, econômicos e institucionais --sem falar nos legais, com uma super delação da empreiteira Odebrecht ameaçando atingir boa parte do governo e do Congresso-- minam a confiança ainda mais.

O Eurasia Group, uma consultoria política de risco, aumentou para 20 por cento, na última segunda-feira, o risco de que Temer não conclua seu mandato, citando o crescimento da insatisfação popular e o risco das investigações atingirem o próprio presidente.

Depois de já ter passado por um impeachment traumático, não são muitos os brasileiros ansiosos por outra interrupção no governo.

"Temos que esperar que melhore", afirmou Rogério Chequer, um dos líderes do movimento Vem pra Rua. "Nós precisamos de desenvolvimento econômico, uma política melhor e precisamos sair desse impasse."

(Reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo)
 maior, que tem como consequência a paralisia", afirmou o cientista político Carlos Melo.
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

STF afasta Renan da presidência do Senado, petista assumirá cargo


Senador Renan Calheiros durante sessão do Senado, em Brasília
26/10/2016 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi afastado nesta segunda-freira da presidência do Senado por decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), um dia depois de ser o principal alvo dos protestos contra a corrupção em várias cidades do país e no momento em que o governo tem à frente uma votação importante no Senado.

A decisão vem pouco antes da data em que o Senado deve votar em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos e coloca no comando do Senado um senador de oposição ao governo Temer, o petista Jorge Viana (AC). A análise da PEC está marcada para o dia 13.

Apesar do cenário turbulento, o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que o calendário de votações no Senado, inclusive a data de análise da PEC, está mantido e fez elogios a Viana, que assume por ser vice-presidente da Casa. Para o líder, o petista é "trabalhador", "íntegro" e "comprometido com o país".

O ministro do STF concedeu liminar atendendo a pedido feito pela Rede no processo em que o partido argumenta que réus não podem estar na linha sucessória da Presidência da República.

"Defiro a liminar pleiteada. Faço-o para afastar não do exercício do mandato de senador, outorgado pelo povo alagoano, mas do cargo de presidente do Senado o senador Renan Calheiros. Com a urgência que o caso requer, deem cumprimento", escreveu Marco Aurélio.

O STF tornou Renan réu na semana passada por peculato. O presidente do Senado é o terceiro na linha sucessória, depois do vice-presidente da República e do presidente da Câmara dos Deputados.

Renan afirmou, por meio de nota de sua assessoria de imprensa, que só vai se manifestar após conhecer oficialmente o inteiro teor da liminar concedida monocraticamente por ministro do STF. Disse ainda que consultará seus advogados sobre "medidas adequadas em face da decisão contra o Senado Federal".

"O senador Renan Calheiros lembra que o Senado nunca foi ouvido na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental e o julgamento não se concluiu", disse a nota.
Também em nota, Viana afirmou que foi surpreendido ao chegar à Brasília com a notícia do afastamento de Renan e que, em reunião da Mesa Diretora da Casa na terça, "certamente conversaremos para ver as medidas adequadas que devem ser adotadas".

Renan tornou-se réu na semana passada em um caso de 2007, quando foi acusado de desviar dinheiro da verba indenizatória e de receber recursos de uma empreiteira para pagar despesas com uma filha fruto de um caso extraconjugal com a jornalista Monica Veloso. Na ocasião, para evitar a cassação do mandato, aceitou renunciar à presidência do Senado, cargo que também ocupava à época.

Na semana passada, por 8 votos a 3, o STF tornou o parlamentar réu por peculato, mas rejeitou as acusações de falsidade ideológica e uso de documentos falsos feitas contra Renan pela Procuradoria-Geral da República.

"O senador continua na cadeira de presidente do Senado, ensejando manifestações de toda ordem, a comprometerem a segurança jurídica", escreveu Marco Aurélio em seu despacho.

PODERES

A decisão também acontece em um momento de tensões entre os Poderes Legislativo e Judiciário.

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que inclui a possibilidade de punir juízes e promotores pelo crime de abuso de autoridade e o próprio Renan é o principal defensor de um projeto também sobre abuso de autoridade de magistrados que, pelo calendário do Senado, será votado na terça-feira, embora alguns senadores defendam adiar a proposta.

Críticos dizem que essas propostas podem prejudicar as investigações da operação Lava Jato, sobre um bilionário esquema de corrupção na Petrobras. Renan responde a inquéritos no Supremo no âmbito da Lava Jato. O julgamento no STF sobre se réus podem estar na linha sucessória da Presidência da República, iniciado em novembro, foi suspenso após pedido de vista do ministro Dias Toffoli quando já havia maioria no plenário do Supremo favorável à tese de que um réu não pode estar na linha sucessória da Presidência.

A decisão liminar de Marco Aurélio deve ser analisada pelo plenário da corte, já que cabem recursos ao plenário contra todas as decisões monocráticas de ministros.

(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu e Leonardo Goy, em Brasília)


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Banda marcial da Universidade Infantil é campeã na 4ª Copa Nacional de bandas e fanfarras.





Banda marcial da Universidade Infantil é campeã na 4ª Copa Nacional de bandas e fanfarras. O evento foi realizado na Secretaria de Educação de Pernambuco na Varzea sobre as regências  de Manoel Fernando (Mano) e Jadiel Figueiredo. A banda da Universidade Infantil tem 11 anos de existência e já conquistou nove vice campeonatos e agora o título  de campeã no campeonato de 2016 na 4ª Copa Nacional.  A atualmente a banda da Universidade Infantil conta com 70 componentes e é uma parceria entre os alunos da Instituição e da comunidade tendo como Diretor Geral  o Senhor   Genes Fernando. Parabéns a todos a vocês pelo mérito conquistado.

Comunicado do Diretor Genes Fernando a Banda BMUI em agradecimento pelo campeonato conquistado.

MEUS QUERIDOS GUERREIROS, QUE NUNCA DESISTIRAM DESTE SONHO DE UM DIA SER CAMPEÃO. DEPOIS DE 9 VICE CAMPEONATOS, AGORA FAREMOS CONSTAR EM NOSSO CURRICULUM ESTE TÍTULO, CONQUISTADO COM BRAVURA, CONTRA ADVERSÁRIOS POTENCIAIS, DENTE OS QUAIS, AS VALOROSAS BANDAS DO CASTRO ALVES E SEDEC AMBAS DA PARAIBA. FOI UMA NOITE INESQUECÍVEL, SOBRETUDO, A DETERMINAÇÃO E COMPETÊNCIA DA EXECUÇÃO DAS PEÇAS.
QUERO AGRADECER AOS MÚSICOS E REGENTES DOS NOSSOS ADVERSÁRIOS, QUE JÁ ANTES DE SAIR O RESULTADO, E TAMBÉM DEPOIS, VIERAM HUMILDEMENTE RECONHECER NOSSA BRILHANTE PARTICIPAÇÃO, RECONHECENDO DE FORMA SIGNIFICATIVA A NOSSA VITÓRIA. GRANDE EXEMPLO, POR ISSO VOCES SÃO TÃO GRANDES, PARAIBANOS. AGIRAM COMO GRANDES CAMPEÕES, DE: "EXALTAR O SEU VENCEDOR QUANDO VENCIDOS, E DA MESMA FORMA, O DE RESPEITAR OS VENCIDOS, QUANDO SAÍRAM VENCEDORES". POR ISSO NOSSO RESPEITOS POR TODOS VOCÊS.
QUERO AQUI DEIXAR MEUS PARABÉNS A TODAS AS BANDAS QUE PARTICIPARAM DA COPA, EM ESPECIAL O PFC E O GP ETC, PELOS TÍTULOS CONQUISTADOS NAS COPAS NORDESTE/NORTE E NACIONAL
AOS MEUS GUERREIROS, MINHA GRATIDÃO, MEU ORGULHO, MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS, POR TEREM ESPERADO TANTO TEMPO JUNTOS A ESTE ADMIRADOR, ATÉ ESTA CONQUISTA. MUITOS FORAM OS CHOROS NAS DERROTAS NESTES 9 VICE CAMPEONATOS. MAS, HOJE TIVERAM APÓS ONZE ANOS, O GOSTO DE SER CAMPEÃO, NUM CONFRONTO TÃO DIFÍCIL EM FACE DA QUALIFICAÇÃO DOS NOSSOS ADVERSÁRIOS.
ACONTECEU, SOMOS PELA PRIMEIRA VEZ CAMPEÃO, E DE FATO, É MUITO GOSTOSO VENCER, E TER O RECONHECIMENTO DOS NOSSOS CONCORRENTES. NÃO BASTOU SÓ SER CAMPEÃO, MAIS PRINCIPALMENTE O RECONHECIMENTO PELA VITÓRIA.
GOSTARIA DE AGRADECER AOS MEUS AMIGOS, OS ABRAÇOS, OS SORRISOS DE SATISFAÇÃO: BANGUELO, MAURÍCIO, WALDENILSON, ROMENIO, KLEBER, EVALDO, WILTON E TANTOS OUTROS. VOCES SÃO TESTEMUNHA DE ALGUMAS DAS MINHAS AGONIAS, E HOJE FORAM DA MINHA ALEGRIA.
QUERO EXTERNAR UM AGRADECIMENTO AO NOSSO MAESTRO JADIAEL FIGUEIREDO, QUE COM PACIENCIA, COMPETENCIA E SABEDORIA, CONSEGUIU TRANSFORMAR NOSSA BANDA EM TÃO COMPETITIVA.
PEÇO PERMISSÃO A TODOS VOCES, PARA DEDICAR ESTE TÍTULO A UMA PESSOA MUITO ESPECIAL NA VIDA DA BMUI, UM CARA HUMILDE, GENTE BOA, PERSISTENTE, EMOTIVO, TRABALHADOR, E QUANTAS SÃO SUAS QUALIDADEA, UM CARA QUE NUNCA ME ABANDONOU NOS MOMENTOS MAIS DIFÍCEIS NESTA CAMINHA, SUPORTANDO MEUS DESABAFOS, E TIRANDO FORÇA NÃO SEI DE ONDE PRA ME AJUDAR A CAMINHAR...POIS BEM, ESTE TÍTULO EU DEDICO AO MEU IRMÃO MANOEL(MANO), VC MAIS DO QUE NINGUÉM MERECE MUITO ESTA CONQUISTA, QUE GRAÇAS AO MEU BOM DEUS, A QUEM TAMBÉM QUERO AGRADECER, ATURA ESTE IRMÃO EXIGENTE HÁ 50 ANOS. MUITO OBRIGADO MEU IRMÃO MANOEL.
CHEGUEI AGORA DA BATALHA, E MESMO CANSADO, AINDA EMOCIONADO PRAZEROSAMENTE ESTOU ESCREVENDO ESTA MENSAGEM. sEI QUE ESTAS LINHAS É MUITO POUCO, PARA DIMENSIONAR QUÃO É MINHA ALEGRIA.
UNIÃO, GARRA, BMUI...ESTE É O NOSSO LEMA, É ASSIM QUE SEMPRE FOI, E SERÁ PRA SEMPRE.
QUE VENHA 2017, CHEIO DE SONHOS E REALIZAÇÕES, QUE TODOS CONTINUEM FAZENDO PARTE DA MINHA HUMILDE VIDA, POIS É ISSO QUE DESEJO/PRECISO...E CREIO QUE VOCES ESTARÃO COMIGO.
UM FORTE ABRAÇO, SINTAN-SE TODOS BEIJADOS E HOMENAGEADOS.
COM RESPEITO, ADMIRAÇÃO, DE QUEM TANTO OS AMA.
GENES FERNANDO


sábado, 3 de dezembro de 2016

Petrobras vê acordo da Opep com cautela; alta do petróleo pode não se manter, diz CEO


Presidente da Petrobras, Pedro Parente, durante evento em São Paulo

SÃO PAULO (Reuters) - O acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para cortar a produção deve ser visto com "muito cuidado", uma vez que a forte alta recente dos preços do petróleo decorrente do pacto pode não se manter, disse nesta sexta-feira o presidente-executivo da Petrobras, Pedro Parente, durante apresentação em São Paulo.

Segundo Parente, o cenário de preços vai depender da produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos. Ele avaliou que os produtores norte-americanos de óleo não convencional podem aumentar a extração na esteira do acordo da Opep, levando novamente os preços de volta para um patamar entre 40 e 50 dólares o barril.

O Brent era negociado em queda de cerca de 1 por cento, a cerca de 53,50 dólares por volta das 11h40 (horário de Brasília), após subir mais de 10 por cento na semana, a mais forte alta semanal desde 2009, seguindo a decisão da Opep de reduzir a produção em 1,2 milhão de barris por dia (bpd) a partir de janeiro, para 32,5 milhões bpd.

"Essa decisão da Opep promove crescimento importante de preços nos últimos dias... mas é uma coisa que a gente tem que olhar com muito cuidado porque a sustentação desses novos níveis depende muito da produção do 'shale'... como eles têm essa rapidez, isso pode na verdade atrair mais produção de 'shale' e trazer de novo os preços para o nível entre 40 e 50 (dólares/barril)", declarou Parente, comentando que esse é o patamar da viabilidade econômica da produção de óleo de xisto nos EUA.

A avaliação de preços de combustíveis da Petrobras, que agora discute o assunto pelo menos uma vez por mês, de acordo com a nova política, depende de como estão as cotações do petróleo.

Segundo analistas consultados pela Reuters nesta semana, a alta nas cotações do petróleo, após o acordo da Opep, e os ganhos do dólar, na esteira da eleição de Donald Trump e das tensões políticas no Brasil, deverão ser argumentos fortes para a Petrobras elevar os preços da gasolina e do diesel.

Parente revelou, durante sua apresentação no encontro anual da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que o comitê que decide sobre os preços deverá se reunir ainda nesta primeira quinzena de dezembro, mas não detalhou a data nem uma tendência para um eventual reajuste.

Mas o executivo afirmou que espera que a nova política de preços da Petrobras, anunciada em outubro, faça com que os reajustes sejam vistos com mais naturalidade, como acontece em outros países.

"O mercado antes discutia se Petrobras teria política de preços, e agora discute se empresa vai de fato cumprir a política após mudanças no câmbio e no Brent que apontam para custo maior do petróleo", disse ele.

(Por Luciano Costa)

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No último dia da FECON os alunos dos 4º e 5º anos da Universidade Infantil sobre as responsabilidades das professoras Ellen e Fernanda deram um exemplo de consciência social e cidadã



















No último dia da FECON os alunos dos 4º e 5º anos da Universidade Infantil sobre as responsabilidades das professoras Ellen e Fernanda deram um exemplo de consciência social e cidadã com os projetos apresentados nas áreas da epidemia da Dengue suas conseqüências e  as mais  variadas doenças provenientes do mosquito Aedes que assolam a sociedade brasileira , principalmente no estado de Pernambuco onde a ZiKa e Microcefalia são recordistas. Ai estão a importância dos trabalhos apresentados  pelos alunos em passar uma consciência de prevenção dessa doença que virou um drama social no nosso país. Tudo isso graças aos direcionamentos e organização da Professora Fernanda que é  responsável pelos 5º Anos da Instituição. Vale ressaltar que a professora Fernanda como grande professora que é,  Já é uma referência quando se trata de  feira de Conhecimentos na instituição.

 Já as temáticas atuais sobre a questão do Racismo nos diversos campos sociais ficou a cabo ao meu ver de uma das maiores expert em problemáticas que assolam a sociedade brasileira a Professora Ellen. Que esteve a frente das propostas  apresentadas pelos alunos dos 4º anos. Sobre o slogan: ONTEM CONTRA ESCRAVIDÃO, HOJE CONTRA O RACISMO. A professora Ellen e os alunos passaram para os visitantes a preocupação de se criar uma consciência reflexiva no nosso país da importância do negro na construção de uma identidade nacional brasileira.

Em entrevista ao blog a Professora Ellen ressalta que a proposta apresentada nos projetos sobre o racismo era mostrar para os visitantes do evento que construímos uma nação mascarada de falsos heróis brancos (História Oficial), onde ocultamos os verdadeiros protagonistas que construíram essa nação a comunidade afro-descendente. E também enfatizar que grande parte do nosso legado cultural deve-se aos negros principalmente quando muitos deles em épocas mais críticas do racismo em nosso país estiveram a frente de grandes movimentos sociais ora contra a escravidão , ora a frente da própria  política brasileira como foi o caso de  Rui Barbosa que foi jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador. A professora Ellen ainda enfatiza que muitos de nós  não sabemos que Rui Barbosa esse ícone do século XIX  era negro e que muitos que  se destacam até hoje em diversas áreas do campo social, ainda não se livraram do estigma do Racismo em nosso país. Ellen ainda vai muito além em sua análise social e diz : É necessario mudar a face da História Brasileira e mostrar  os verdadeiros heróis que construíram a nossa Pátria Brasilis, que foram ocultados até hoje, os negros brasileiros, lógico sem desmerecer  as importantes contribuições dadas pelos indigenas e pelos europeus. Alarcon