Konstantinos - Uranus
sábado, 1 de julho de 2023
quarta-feira, 28 de junho de 2023
Revolta dos Malês
Revolta dos Malês
A Revolta dos Malês foi uma revolta de africanos escravizados que aconteceu na cidade de Salvador, em 1835, e mobilizou cerca de 600 africanos.
A cidade de Salvador foi palco da maior revolta de escravos da história do Brasil.
A Revolta dos Malês foi uma revolta de escravos que aconteceu na cidade de Salvador, na Bahia, em 1835. Essa foi a maior revolta de escravos da história do Brasil e mobilizou cerca de 600 escravos que marcharam nas ruas de Salvador convocando outros escravos a se rebelarem contra a escravidão. A Revolta dos Malês, que ficou marcada pela grande adesão de africanos muçulmanos, acabou fracassando e os envolvidos foram duramente punidos.
Escravidão no Brasil
A escravidão foi introduzida no Brasil ainda no século XVI pelos portugueses. Os primeiros africanos a desembarcarem como escravos foram trazidos para Recife. Ao longo de mais de 300 anos de escravidão, indígenas, africanos e crioulos (nascidos no Brasil) sofreram com a violência e a exploração dessa instituição.
Os escravos, por sua vez, não eram passivos à sua situação e resistiam ao trabalho escravo de diversas maneiras. Os escravos poderiam fugir individualmente ou até coletivamente e muitos dos que fugiam se abrigavam em quilombos, um reduto de escravos fugidos que teve em Palmares seu grande símbolo.
As revoltas também eram um ponto importante e muitas delas eram violentas. Nelas, os escravos voltavam-se contra seus senhores ou até mesmo contra as próprias autoridades da região em que eram escravizados. A Bahia foi um grande símbolo de revoltas de escravos, sobretudo na primeira metade do século XIX.
Acesse também: Entenda as diferenças da escravidão de indígenas e africanos
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Revoltas na Bahia escravista
Na primeira metade do século XIX, a Bahia recebeu um grande número de africanos escravizados, sobretudo nagôs (iorubás) e haussás. A grande presença de africanos naquele estado contribuía para que eles se organizassem contra a escravidão, mas a rebeldia dos escravos instalados na Bahia é explicada também pelo fato de que esses dois grupos citados haviam um histórico recente de envolvimento em guerras.
Na primeira metade do século XIX, aconteceram trinta revoltas de escravos na Bahia, das quais metade aconteceu na década de 1820, conforme pontua o historiador João José Reis|1|. A Revolta dos Malês foi o maior exemplo dessas revoltas escravas na Bahia do XIX, mas além dela outras revoltas aconteceram, como foi o caso da Revolta de 1807.
No caso da Revolta de 1807, uma conspiração de escravos foi descoberta em maio daquele ano. Os escravos que estavam se organizando, planejavam atacar igrejas católicas, queimar imagens católicas e promover a ascensão de um líder muçulmano no poder de Salvador. Os planos dos escravos incluíam a expansão territorial por parte do Nordeste brasileiro.
Outras revoltas aconteceram em 1809, 1814, 1826 etc. A maior revolta africana que aconteceu no Brasil foi a Revolta do Malês, que se passou em Salvador em 1835. Essa revolta mobilizou cerca de 600 africanos escravizados e, apesar de ter sido fracassada no final, a possibilidade de novas revoltas de escravos atemorizou os senhores de escravos, sobretudo pelo medo de que o exemplo haitiano pudesse se repetir aqui.
Participantes
A Revolta do Malês aconteceu em Salvador, em 25 de janeiro de 1835. Na época, a capital da Bahia possuía cerca de 65 mil habitantes e desse número cerca de 40% era de escravos. Se fosse aglomerada toda a população de negros em Salvador, o número chegava a 78% da população da cidade. Assim, somente 22% da população de Salvador era de brancos|2|.
Os envolvidos nessa revolta foram, em sua maioria, escravos nagôs (também conhecidos como iorubás) e haussás – embora os segundos estivessem em menor número. Os participantes da revolta eram, em geral, muçulmanos, embora tenham existido aqueles que fossem adeptos de religiões de matriz africana.
O grande número de muçulmanos participando dessa revolta influenciou na forma como ela foi chamada. A palavra “malês” utilizada para nomear o acontecimento é derivado de imalê, que no idioma iorubá significa “muçulmano”. Ao todo, cerca de 600 africanos participaram da Revolta do Malês.
Os envolvidos com a Revolta do Malês optaram por fazer sua revolta no final do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. Os africanos escolheram exatamente o dia da festa conhecida como Lailat al-Qadr, traduzida como Noite da Glória, que relembrava o dia em que o Corão foi revelado a Muhammad (Maomé).
Essa revolta foi formada exclusivamente por escravos nascidos na África, e os historiadores possuem algumas evidências que apontam que os africanos envolvidos na revolta, caso fossem vitoriosos, voltariam-se contra todos aqueles que tivessem nascidos no Brasil, sejam eles escravos ou livres.
Os escravos que participaram da Revolta do Malês eram majoritariamente escravos urbanos e trabalhavam em diversos ofícios como sapateiros, ferreiros, carregadores de cadeira etc. Os escravos da lavoura era a minoria dos envolvidos e os poucos que participaram da revolta vieram da região do Recôncavo Baiano.
Líderes
A Revolta dos Malês contou com oito líderes dos quais a maioria era nagô. O nome dos líderes dessa revolta eram:
Ahuna
Pacífico Licutan
Sule ou Nicobé
Dassalu ou Damalu
Gustard
Manuel Calafate
Luís Sanim (esse era do povo tapa e também chamados de nupes)
Elesbão do Carmo ou Dandará (esse era haussá)
Como terminou a Revolta dos Malês?
A revolta eclodiu na madrugada do dia 25 de janeiro de 1835. Na ocasião, alguns escravos rebelaram-se abruptamente, porque sua conspiração havia sido denunciada. Todo o planejamento tinha sido realizado pelos escravos urbanos – aproveitavam-se do fato de possuírem uma maior liberdade em relação ao escravo da lavoura.
As reuniões aconteceram em diversos locais de Salvador, como nos locais de trabalho. Os escravos africanos que se rebelaram estavam usando um abadá branco (roupa típica dos muçulmanos) e estavam usando amuletos com escritos do Corão em árabe, como forma de proteção. As batalhas estenderam-se na cidade de Salvador por quatro horas e resultou na morte de 70 africanos e 9 mortos daqueles que lutaram contra os africanos|3|.
A última batalha aconteceu em um local de Salvador chamado Água de Meninos e ali, os africanos foram derrotados. O combate em Água de Meninos estendeu-se até por volta das 4 horas da madrugada e muitos dos escravos encurralados tentaram fugir a nado pelo mar e muitos se afogaram tentando fazer isso.
Acesse também: Entenda a revolta que agitou Salvador entre 1837 e 1840
Formas de punição
O historiador João José Reis listou que as formas de punição foram as seguintes: prisão simples, prisão com trabalho, açoite, morte e deportação para a África|4|. Houve casos de africanos sentenciados a sofrer 1200 chibatadas e dezesseis foram condenados à morte, mas desses, 12 reverteram sua pena e só quatro foram de fato executados.
O acontecimento da Revolta dos Malês aumentou consideravelmente a repressão sobre os escravos africanos na Bahia nos anos seguintes. Essa repressão afetou tanto escravos como libertos e existem estudos que afirmam que dos 5 mil libertos que habitavam em Salvador cerca de 20% foi forçada a retornar para a África|5|.
Esses libertos obrigados a retornar para a África foram o reflexo de uma lei aprovada em Salvador no mesmo ano da Revolta dos Malês, que afirmava que todos os africanos suspeitos de envolvimento com revoltas seriam deportados para o continente africano.
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/revolta-males.htm
terça-feira, 27 de junho de 2023
quinta-feira, 22 de junho de 2023
Homens Que Marcaram O Século XX: David Ben-Gurion
David Ben-Gurion
Estadista israelense
16 de outubro de 1886, Plonsk (Polônia)
1º de dezembro de 1973, Tel-Aviv (Israel)
Ben-Gurion ocupou o cargo de primeiro-ministro de Israel até 1963
David Ben-Gurion estudou na Universidade de Constantinopla, aderindo desde cedo ao socialismo e ao sionismo. Em 1906 estabeleceu-se na Palestina, onde organizou um corpo de guarda para a defesa dos estabelecimentos agrícolas judaicos na região.
Ben-Gurion fundou e dirigiu o movimento Poale Sion (sionismo socialista-democrático), bem como o semanário Ha-Achdut (A União). Pouco após o início da Primeira Guerra Mundial, foi expulso da Palestina pelos turcos e mudou-se para Nova York, onde organizou o movimento sionista.
Em 1918 voltou para a Palestina como soldado e transformou aquele movimento em partido, conhecido desde 1930 como MAPAI, Mifleghet Poalei Eretz Israel (Partido dos Trabalhadores da Terra de Israel).
Ben-Gurion foi secretário-geral da Histadrut (Federação dos Sindicatos). Convencido de que os judeus necessitavam de um Estado independente, dedicou-se a lutar por sua obtenção e organizou a Haganah como força de combate.
Embora não estivesse presente à assembléia da ONU, sua ação diplomática contribuiu para a resolução favorável a Israel - e a 14 de maio de 1948 leu a declaração de independência em Tel-Aviv. Tornou-se primeiro-ministro e ministro da Defesa do novo Estado. Sua meta era levar para Israel o maior número possível de judeus, e na primeira década os imigrantes chegaram a um milhão.
Liderança
Em 1956, por ocasião do conflito de Suez, Ben-Gurion mobilizou as forças israelenses, enviando-as ao Sinai. Em cinco dias o exército israelense ocupara a maior parte da península a leste do canal, destruindo bases egípcias e pretendendo abrir uma passagem através do golfo de Aqaba.
Um ultimato franco-britânico ordenou o cessar-fogo, mas Ben-Gurion declarou que Israel só retiraria seus homens quando as tropas inglesas e francesas fossem substituídas por uma força da ONU. Sua atuação nessa crise fortaleceu enormemente sua autoridade.
No campo interno, após cada eleição, Ben-Gurion era obrigado a formar um governo de coalizão, mas o MAPAI manteve sua posição de maioria relativa. Em 1959, após a quarta eleição geral, surgiu o escândalo de espionagem conhecido como caso Lavon, envolvendo um secretário do MAPAI, o que levou Ben-Gurion a pedir demissão, por não concordar com a posição do partido.
Embora Lavon tenha sido demitido e Ben-Gurion tenha voltado ao MAPAI, em 1965 separou-se definitivamente do partido, formando a chapa Rafi.
Presidente da Agência Judaica e do Executivo Sionista desde 1935, e autor do programa mínimo do sionismo (Programa de Biltmore, 1942), Ben-Gurion ocupou o cargo de primeiro-ministro de Israel até 1963.
Vivendo retirado na colônia Sedeh Boker, em Neguev, Ben-Gurion continuou a exercer forte influência na política de Israel.
Enciclopédia Mirador Internacional
https://educacao.uol.com.br/biografias/ben-gurion.jhtm
quinta-feira, 15 de junho de 2023
Mulheres Que Marcaram o Século XX: Golda Meir
domingo, 28 de maio de 2023
Love to Love You, Donna Summer | Official Trailer | HBO
O
novo documentário "Love to Love You, Donna Summer" conta a história
da lendária vocalista, desde sua infância até sua morte em 2012. O Access
Hollywood sentou-se exclusivamente com as filhas de Donna – Mimi, Brooklyn e
Amanda Sudano – antes da estreia do filme estréia no tapete, e eles
compartilharam memórias de sua amada mãe. "Ela era muito divertida. Ela
adorava trotes, ligar para nossos amigos e muitas piadas, bobagens e
união." "Love to Love You, Donna Summer" estreia em 20 de maio
na HBO Max.
domingo, 14 de maio de 2023
segunda-feira, 24 de abril de 2023
Galileu (1564-1642)
Galileu (1564-1642) é em geral considerado o fundador da ciência moderna. Pelo menos, é indiscutivelmente o seu símbolo.
Tendo vivido em pleno Renascimento, Galileu vai rebelar-se contra o aristotelismo escolástico. Como mostra Koyré, a importância dada por Galileu à Matemática provém de uma forte influência platónica, que se tinha já feito sentir na Antiguidade em Arquimedes. Contestando os dogmas da Igreja àcerca da filosofia natural, fundamentalmente assentes na autoridade indiscutível de Aristóteles, Galileu pretendia investigar a Natureza directamente, com base nos dados fornecidos pelos sentidos, isto é, na observação e na experiência empírica. Por outro lado, considerava que, para observar a Natureza era necessário conhecer a língua em que estava escrito o "Grande Livro do Mundo": a Matemática. É justamente a conjugação destes dois factores, ou seja, a valorização da experiência e da matemática, que faz de Galileu o fundador do método experimental e, portanto, de uma nova atitude em relação à ciência.
Na verdade, Galileu considerava a matemática como um instrumento de obtenção de certeza superior à própria lógica. Assim sendo, defendia que se deve medir tudo o que pode ser medido e tornar mensurável o que não pode ser medido. Quando uma relação matemática podia ser encontrada na Natureza, aceitava-a como correcta e tratava de desmentir todas as declarações que com ela conflituassem. As discrepâncias entre as relações matemáticas e os eventos físicos eram sempre atribuídas a causas subjectivas, decorrentes de erros praticados pelos investigadores. Em momento algum Galileu aceitava que o equilíbrio entre a Natureza e a matemática pudesse ser posto em causa. O que significa que Galileu não adoptou a perspectiva platónica segundo a qual o nosso mundo é uma cópia distorcida do mundo "ideal". Pelo contrário, a matemática era a expressão correcta da Natureza. O trabalho de matematização do real podia começar.
Galileu: um investigador incansável
Galileu é indiscutivelmente um grande matemático. As sua ideias sobre as questões da matemática pura eram bastante originais, como transparece da sua observação «nem o número de quadrados é menor do que o da totalidade dos números, nem o último é maior que o primeiro». Esta defesa do infinito actual (sustentada por Salviati nos Discorsi) foi conscienciosamente dirigida contra as posições aristotélica e escolástica (representadas por Simplício).
Não se pense porém que Galileu era um matemático puro. Muitos dos seus textos, correspondência, notas e livros dão-nos a imagem de um Galileu investigador, mudando de opinião, usando a experimentação para criticar e rever a teoria, usando a teoria para criticar e rever a experimentação, decidindo-se, flutuando, metendo-se em becos sem saída, precisamente o que seria de esperar de uma pessoa com a sua inteligência penetrante trabalhando activamente durante mais de 50 anos, inclusive depois de cego.
Um problema para Galileu
Um dia, já estava Galileu no seu retiro em Arcetri, um indivíduo dirigiu-se-lhe para lhe colocar o seguinte problema: tendo aberto um poço muito profundo, no jardim, não consegue que a água suba acima dos 10 metros e 30, pois a partir desta altura a bomba deixa de aspirar a água.
Galileu fica intrigado, pois a água deveria seguir o êmbolo da bomba aspiradora como se a ele aderisse, para não permitir a criação de vácuo, contrária ao que se acreditava ser as leis da natureza. Mas, se a água não subia era porque, de facto, se criava um espaço vazio de água e de ar.
Depois de muito reflectir no problema, Galileu encontra uma solução que expõe nos Diálogos, em 1638: uma corda amarrada pela extremidade superior pode partir pelo seu próprio peso, se é muito comprida, o mesmo deve ter acontecido a esta "corda de água" que se quebra quando a sua altura a torna muito pesada.
A partir desta conclusão de Galileu, Torricelli e Pascal desenvolveram uma série de experiências que levaram à descoberta da pressão atmosférica e à invenção do barómetro.
https://webpages.ciencias.ulisboa.pt/
sexta-feira, 21 de abril de 2023
Tiradentes, Líder da Inconfidência Mineira
Tiradentes
Líder da Inconfidência Mineira
Por Dilva Frazão
Tiradentes (1746-1792) foi o líder da Inconfidência Mineira, movimento de tentativa de libertação colonial do Brasil.
Tiradentes, mártir da independência, foi executado e esquartejado no dia 21 de abril. Mais tarde, já sob a república, o dia de sua morte foi declarado feriado nacional.
Infância e juventude
Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, nasceu na Fazenda do Pombal, entre a Vila de São José, hoje Tiradentes, e São João del-Rei, Minas Gerais.
Era filho do português Domingos da Silva Santos, proprietário rural, que se dedicava à mineração, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier. Era o quarto filho entre sete irmãos. Batizou-se no dia 12 de novembro de 1746.
O Apelido de Tiradentes
Aprendeu as primeiras letras com o irmão mais velho e não fez os estudos regulares. Com nove anos ficou órfão de mãe e aos 11, de pai. Foi criado na casa do padrinho, o cirurgião Sebastião Ferreira Leite, que lhe ensinou noções práticas de odontologia.
Tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe rendeu o apelido de Tiradentes.
A decadência da mineração
Ainda jovem, Tiradentes foi tropeiro e mascate. Trabalhou no transporte de mercadorias entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro com uma tropa de burros. Tentou a mineração, mas não obteve êxito.
Nessa época, o auge da mineração de Minas Gerais já havia passado e os portugueses acusavam o povo da colônia de burlar a coroa, quando estes diziam que as minas estavam esgotadas.
A Cobrança do Reino
Tiradentes começou a sentir a pressão do reino. Portugal exigia que grandes recursos humanos fossem aplicados exclusivamente na mineração, proibindo o estabelecimento de engenhos na região de Minas e punindo todos os contrabandistas.
Não só os mineiros, mas toda a população era obrigada a pagar elevados impostos, o que promovia um descontentamento geral na colônia.
Primeiras ideias de rebelião
Em 1787, Tiradentes pediu licença do exército e seguiu para o Rio de Janeiro onde foi tentar vida nova. Interessado pela engenharia, elaborou projetos para construir armazéns no cais para proteção e guarda das mercadorias. Projetou a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para melhoria do abastecimento de água da cidade e aguardava a liberação do financiamento.
Tiradentes permaneceu um ano na capital. Nessa época, já pregava a liberdade da colônia. Em setembro de 1788, procurou o filho do capitão-mor de Vila Rica, José Álvares Maciel, que chegara recentemente da Europa e também alimentava os sonhos da independência.
A Organização dos Conspiradores
Em dezembro de 1788, terminada a licença, Tiradentes foi requisitado para acompanhar a Minas Gerais a família do novo governador da colônia, Luís Antônio Furtado de Mendonça (o Visconde de Barbacena).
O Visconde estava trazendo a incumbência de decretar a derrama, ou seja, a cobrança de todos os impostos atrasados, motivo que intensificou ainda mais o sonho de liberdade.
Tiradentes passou a fazer propaganda, em Vila Rica e em seus arredores a favor da independência do Brasil. A primeira reunião dos conspiradores ocorreu na casa do Tenente-Coronel Francisco de Paula Freire.
A eles uniram-se o Padre Carlos Correia de Toledo e Melo - vigário de São João del-Rei, homem rico e influente, e pessoas de certa projeção social, como Cláudio Manuel da Costa, poeta e antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, poeta e ex-ouvidor da Comarca e o minerador, Inácio José de Alvarenga Peixoto.
Os Planos Para Tomar o Poder
A Inconfidência Mineira, como ficou conhecida a rebelião - já que os revoltosos estavam negando fidelidade à Coroa portuguesa, foi planejada. Um projeto de constituição chegou a ser efetivamente redigido. A nova capital, sugerida pelos inconfidentes, deveria ser São João Del-Rei.
Tiradentes propôs que a bandeira da Nova República fosse um triângulo vermelho com fundo branco, simbolizando a Santíssima Trindade. Alvarenga sugere a inscrição tomada ao poeta latino Virgílio: “Libertas quae sera tamen” – “Liberdade ainda que tardia”.
Bandeira Inconfidência Mineira
O Delator e a procura por Tiradentes
No dia 15 de março de 1789, o coronel Silvério dos Reis, fazendeiro e minerador, introduzido no movimento, delata a conspiração em troca do perdão para as suas dívidas.
Nessa época, Tiradentes encontrava-se no Rio de Janeiro em busca de conquistar novos adeptos à causa revolucionária.
No dia 1 de maio, Silvério chega ao Rio, e vai em busca de Tiradentes.
A prisão de Tiradentes
No dia 10 de maio de 1789, a casa de Domingos Fernandes da Cruz, onde Tiradentes se encontrava, foi cercada e Tiradentes foi preso.
Dias depois, em Vila Rica, os seus companheiros também foram detidos, e iniciou-se a investigação e o processo dos acusados. No dia 4 de julho, Cláudio Manuel da Costa foi encontrado enforcado na cela.
A condenação de Tiradentes
No dia 22 de maio, na primeira audiência da devassa, Tiradentes foi interrogado. No dia 18 de janeiro de 1790, diante do quarto interrogatório, Tiradentes confessa a conspiração e assume toda a responsabilidade, como comprovam as atas do processo.
No dia 19 de abril de 1792, os inconfidentes receberam as suas penas: onze condenações à morte, cinco a degredo perpétuo e várias condenações à prisão. Todos perderam os seus bens.
A Morte de Tiradentes
No dia 20 de abril de 1792, a rainha D. Maria I concede a comutação da pena de enforcamento para prisão perpétua àqueles indiciados, exceto a Tiradentes, que seria enforcado, decapitado e esquartejado
Tiradentes foi enforcado no Largo da Lampadosa (atual Praça Tiradentes) no Rio de Janeiro, no dia 21 de abril de 1792. O seu corpo foi esquartejado, a sua cabeça exposta em Vila Rica e os seus membros espalhados em postes no caminho entre Minas e o Rio de Janeiro.
O reconhecimento do mérito de Tiradentes só veio em 1867, época em que foi erguido um monumento em Ouro Preto. Mais tarde é que o 21 de abril foi declarado feriado nacional pela lei 4.897, de 9 de dezembro de 1965, e ele foi proclamado “patrono cívico da nação brasileira”.
Mulheres Que Marcaram O Século XX: Angela Davis
Angela Davis (1944)
personalidades negras importantes da história
Angela Yvonne Davis nasceu no Alabama, EUA, e tornou-se uma dos principais mulheres negras na luta pelos direitos civis na década de 1960 - 1970. Cresceu em um dos estados do sul americano onde a segregação racial era mais dura, e organizações civis como a Ku Klux Klan tinha o hábito de perseguir, linchar e enforcar pessoas negras.
No fim da adolescência Ângela conseguiu uma bolsa para estudar filosofia em Nova York, onde conheceu ideais socialistas e passou a militar em favor dos direitos civis, igualdade de gêneros, entre outras causas. Quando tinha por volta de 20 anos, associou-se ao partido dos Panteras Negras, chegou a ser uma das dez pessoas mais procuradas no país pelo FBI, mas depois foi inocentada de todas as acusações.
Desde então, Ângela é símbolo de resistência negra, acadêmica respeitada nos estudos étnicos e de gênero. Em 1977-1978 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz.
https://www.ebiografia.com/biografia_personalidades_negras_importantes_historia/
Homens Que Marcaram O Século XX: Kwame Nkrumah
Kwame Nkrumah (1909 - 1972)
personalidades negras importantes da história
Se hoje consideramos líderes negros Martin Luther King Jr., Malcolm X, e outros, um dos responsáveis é este líder ganense, principal voz por trás da lutas de libertação africanas das colônias europeias.
Educado em uma escola católica durante a sua infância, na juventude partiu para o EUA formando-se em teologia e fazendo um mestrado em filosofia. Foi desenvolvendo as suas ideias de um continente africano livre e desenvolvido até que ajudou a fundar o Pan-Africanismo.
Aos 38 anos retornou ao Gana, seu país de origem, já como um político respeitado. Aos poucos, foi recrutando pessoas para sua causa: implantar um autogoverno no país, na época colônia do Reino Unido. Gana foi o primeiro país africano a tornar-se independente em 1957 e a luta e ideais de Nkrumah inspirou líderes africanos e negros em todo mundo pela conquista de liberdade.
quinta-feira, 20 de abril de 2023
Gonçalves Dias: 3 perguntas ainda sem resposta sobre vídeo que derrubou ministro de Lula /// BBC News, Brasil
Gonçalves Dias: 3 perguntas ainda sem resposta sobre vídeo que derrubou ministro de Lula
Homem caminhando CRÉDITO,REPRODUÇÃO
Legenda da foto,
Gonçalves Dias aparece em imagens de segurança do Planalto no dia da invasão
20 abril 2023
Atualizado Há 6 horas
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve sua primeira baixa nesta semana quando o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, entregou seu cargo, em meio ao vazamento de imagens de câmeras de segurança onde ele aparece interagindo com pessoas que invadiram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.
As imagens reveladas pela CNN Brasil mostram Dias caminhando no terceiro andar do Palácio do Planalto e conversando com invasores.
Aparentemente ele está mostrando a saída de emergência aos invasores. Outros funcionários do GSI aparecem dando água para alguns dos invasores.
O dia 8 de janeiro foi marcado pela invasão violenta e quebradeira das sedes do Três Poderes em Brasília.
As imagens levantam dúvidas sobre a atuação de Gonçalves Dias e do GSI no dia. O ministro entregou seu cargo alegando que isso facilitaria investigações sobre as imagens. O ministério, sob novo comando, já determinou a investigação.
A crise que derrubou 1° ministro do governo Lula
19 abril 2023
Existe também a possibilidade de instauração de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos violentos do dia 8 de janeiro em Brasília.
Inicialmente a CPMI era uma reivindicação da oposição, mas há sinais de que o próprio governo pode apoiar a iniciativa agora.
Em entrevista à BBC News Brasil em Londres nesta quinta-feira (20/4), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que o pedido de criação da CPMI será lido no Congresso em 26 de abril e que a polêmica envolvendo o GSI "é um fato que tem que ser esclarecido".
Após sua saída, ele concedeu entrevistas — mas ainda há diversas dúvidas que ainda não foram esclarecidas.
1. Por que houve um tratamento aparentemente tão cordial aos invasores?
Essa é a questão mais importante na queda do ministro — e segundo interlocutores do governo foi a que mais irritou o presidente. Ela foi determinante na queda do ministro.
As imagens mostram que os invasores não eram pacíficos. Eles aparecem destruindo vidros e um relógio histórico.
As imagens revelam uma série de evidências de um comportamento cordial por parte dos funcionários e seguranças do GSI — alguns deles militares:
Em alguns trechos, os funcionários do GSI aparecem conversando calmamente com todos os invasores;
Em algumas imagens, os funcionários cumprimentam cordialmente os vândalos;
Em outras, um homem pega um extintor de incêndio, que foi usador por diversos vândalos para destruir os prédios. Um funcionário do GSI assiste passivamente e não fala nada;
Um dos militares aparece abrindo uma porta de onde os invasores tiram garrafas de água para se refrescar;
Gonçalves Dias aparece caminhando ao lado dos invasores, aparentemente mostrando a saída para eles.
As investigações precisarão esclarecer porque não houve prisão imediata dos invasores — e porque os funcionários e o ex-ministro não parecem estar tentando evitar as invasões ou chamar reforços.
Dias se defendeu afirmando que suas ações e da equipe naquele dia tiveram o objetivo de tirar os invasores de locais sensíveis e levá-los ao segundo andar para serem presos.
"Eu entrei no palácio depois que o palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do terceiro piso e do quarto piso para que houvesse a prisão no segundo", disse o agora ex-ministro à Globonews.
"Na sala ao lado (da sala) do presidente, eu retirei três pessoas que estavam lá dentro e mandei descer pro segundo (andar). Eu fui verificar se as portas estavam fechadas e se não houve nenhuma depredação lá dentro."
"Prendemos mais 250 pessoas pessoas aqui dentro, que invadiram, que depredaram tudo. Minha amiga, ninguém fala, mas nós preservamos praticamente o terceiro piso todinho — o coração do Planalto, que é a sala do presidente, ela foi preservada."
O ex-ministro defendeu também que condutas como a do funcionário que foi filmado distribuindo água aos invasores sejam punidas.
"Aquilo é um desvio de atitude", disse, referindo-se à cena.
Ainda assim, Dias defendeu que a escolha de imagens como essa, de um funcionário distribuindo água, foi seletiva demais.
"O major distribuindo águas a manifestantes, fizeram um corte específico na produção dos vídeos que vocês olharem (sic). Aquilo é um absurdo para minha imagem. "
2. Por que essas imagens demoraram tanto para aparecer?
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Lula teria pedido diversas vezes ao general as imagens do sistema de segurança daquele dia. Uma das explicações dadas anteriormente era de que uma das câmeras tinha sido quebrada.
De acordo com o jornal, o presidente teria sido surpreendido pelo vazamento das imagens nesta semana.
Oficialmente, o governo diz que a Polícia Federal está investigando todas as imagens do dia.
Dias depois do ataque, o governo chegou a divulgar imagens da invasão do Palácio do Planalto — como as que mostram um invasor derrubando o relógio histórico — mas os trechos eram editados.
Gonçalves Dias nega que tenha impedido acesso do presidente às imagens, e disse que tudo foi distribuído aos órgãos competentes que investigam as invasões.
3. Por que Gonçalves Dias estava em Brasília naquele domingo?
Ainda não está claro porque o ministro estava no gabinete no dia dos ataques. As imagens mostram que ele anda sem escolta em meio aos invasores.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-comandante militar do Palácio do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, enviou reforços do Batalhão da Guarda Presidencial para o Palácio do Planalto dois dias antes dos ataques para Brasília.
Mas a presença do efetivo foi dispensada pelo GSI no dia 7 de janeiro — um dia antes da invasão. Não se sabe porque esse efetivo foi dispensado, justamente na véspera dos atos violentos.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c4n7lzm6md6o