Konstantinos - Uranus

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Covaxin: o que acontece após senadores pedirem ao STF denúncia contra Bolsonaro BBC NEWS

'Superimpeachment': quem assina novo pedido de afastamento do presidente Bolsonaro


 Dezenas de pessoas reunidas em volta de palanque, segurando bandeiras diversas de movimentos sociais, entre outros   CRÉDITO,CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

'Superimpeachment' aglutina argumentos de pedidos anteriores e entidades diversas



'Superimpeachment': quem assina novo pedido de afastamento do presidente Bolsonaro
30 junho 2021

Apresentado à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (30/6), um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) — chamado de "superimpeachment" por reunir a argumentação de outros 120 pedidos de impeachment já feitos — traz a assinatura de 46 pessoas.

Na maioria, elas representam entidades diversas, como partidos políticos, sindicatos, associações e coletivos.

Os únicos três nomes que não aparecem vinculados a entidades são de três deputados federais — e ex-apoiadores de Bolsonaro: Joice Hasselmann (PSL-SP), Alexandre Frota (PSDB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP).

O PSL, partido de Joice e que já abrigou também Frota, foi a sigla com a qual Bolsonaro se elegeu em 2018. Ambos parlamentares fizeram campanha e foram apoiadores do presidente no início do governo.

Após desavenças, o presidente deixou o partido em 2019 e ainda não se filiou oficialmente a um novo.

Já Kim Kataguiri, um dos fundadores do direitista Movimento Brasil Livre (MBL), declarou "voto útil" contra Bolsonaro na eleição, argumentando que a volta do Partido dos Trabalhadores (PT) ao Planalto seria uma "ameaça à democracia".

Nesta quarta-feira, o deputado demonstrou sua mudança de posição.

"É um pedido de impeachment que possui uma causa legítima, para derrubar esse governo que mais promoveu morticínio, genocídio e destruiu a máquina pública para blindar os próprios filhos", disse Kataguiri na entrega do documento, segundo registro da Agência Câmara de Notícias.

Entre os 46 signatários do "superimpeachment", entregue ao presidente da Câmara e aliado de Bolsonaro Arthur Lira (PP-AL), estão também representantes de 11 partidos de oposição: o Cidadania; Partido Comunista Brasileiro (PCB); Partido Comunista do Brasil (PCdoB); Partido da Causa Operária (PCO); Partido Democrático Trabalhista (PDT); Partido dos Trabalhadores (PT); Partido Socialismo e Liberdade (PSOL); Partido Socialista Brasileiro (PSB); Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU); Rede Sustentabilidade; e Unidade Popular (UP).

Há ainda uma assinatura do candidato à presidência pelo PSOL em 2018, Guilherme Boulos, em nome da Frente Povo Sem Medo, que reúne movimentos sociais de esquerda.

De máscara, Bolsonaro olha para o lado em evento
CRÉDITO,EPA/JOEDSON ALVES
Legenda da foto,
Bolsonaro já foi alvo de mais de 120 pedidos de impeachment, segundo a Agência Pública

Também são signatários representantes de movimentos estudantis, sindicais e populares tradicionais: União Nacional dos Estudantes (UNE); União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES); Central de Movimentos Populares; Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST); Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Intersindical Central da Classe Trabalhadora; Central Única dos Trabalhadores (CUT); Central Sindical e Popular Conlutas; Força Sindical; Pública Central do Servidor.

Fundado em 1982, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) é a única entidade religiosa representada no pedido, em nome do pastor luterano Inácio Lemke.

Coletivos e movimentos da sociedade civil mais recentes, criados depois dos anos 2000, também assinam o pedido, representados por pessoas físicas: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil; Coalizão Negra por Direitos; Coletivo Defensoras e Defensores Públicos Pela Democracia; Fórum Social Mundial Justiça e Democracia (FSMJD); Grupo Prerrogativas; Marcha Mundial das Mulheres; e 342 Artes.

Por fim, associações diversas compõem as assinaturas: Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD); Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Médicos e Médicas pela Democracia (ABMMD); Associação Juízes para a Demoracia (AJD); Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT); e Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (Anatorg).

Como apresentado, há associações e grupos, como a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), o Prerrogativas e o Coletivo Defensoras e Defensores Públicos pela Democracia, formados por profissionais da área jurídica.

Este novo pedido de impeachment foi escrito por juristas envolvidos e afirma que "configuram de modo inequívoco o seu enquadramento no figurino de 24 (vinte e quatro) tipos legais descritos na Lei nº 1.079/1950", que define crimes de responsabilidade e orienta o processo de impeachment.

"As forças mais diversas esperam que esse pedido seja admitido o processo de impeachment contra um governo que destrói as instituições brasileiras", disse o advogado Mauro de Azevedo Menezes na apresentação do pedido na Câmara, primeiro signatário do documento e representante da ABJD.

Assim como os outros pedidos, o "superimpeachment" precisa ser colocado em votação pelo presidente da Câmara e, para ser aprovado, exige o voto de pelo menos dois terços da Casa; e depois maioria simples do Senado.

O documento reúne acusações contra Bolsonaro já apontadas por outros pedidos de impeachment, com apenas um acréscimo: o crime de prevaricação, referente às suspeitas de irregularidade na negociação da vacina Covaxin, contra a covid-19.

O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda disse à CPI da Covid que ele e seu irmão, o deputado Luis Carlos Miranda (DEM-DF), avisaram o presidente Jair Bolsonaro sobre suspeitas de irregularidades no contrato de compra da vacina, da farmacêutica indiana Bharat Biotech.

De acordo com eles, o presidente não tomou nenhuma atitude em relação à denúncia, o que pode configurar prevaricação — quando um funcionário público indevidamente não pratica um ato por interesse próprio (no caso, a falha em denunciar e agir contra o suposto esquema).

‘Um dólar por dose’: Luiz Paulo Dominguetti reafirma à CPI ter recebido pedido de propina por vacina


 Luiz Paulo Dominguetti Pereira      CRÉDITO,PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO   


‘Um dólar por dose’: Luiz Paulo Dominguetti reafirma à CPI ter recebido pedido de propina por vacina

Leticia Mori


Da BBC Brasil em São Paulo


Luiz Paulo Dominguetti disse que recebeu oferta de propina por vacinas da AstraZeneca de um representante do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro

O empresário e policial Luiz Paulo Dominguetti reafirmou nesta quinta (01/07) à CPI da Covid a denúncia de que recebeu oferta de propina por vacinas da AstraZeneca de um representante do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro.

Dominguetti, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply, disse que a oferta de propina foi feita em fevereiro em um encontro com o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias.

Segundo Dominguetti, a Davati, empresa americana do ramo da saúde, procurou o governo para vender 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. A farmacêutica afirma que não tem intermediários e negocia apenas com governos.

'Superimpeachment': quem assina novo pedido de afastamento do presidente Bolsonaro
Entenda as 2 denúncias de propina em negociação de vacinas pelo governo Bolsonaro
À CPI, Dominguetti disse que a oferta inicial da Davati foi de U$ 3,50 por dose de vacina, mas Dias pediu o pagamento de propina de US$ 1 por dose, com o aumento do valor da dose.

Nomeado durante a gestão do então ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) na Saúde, Dias é apontado pelo jornal Folha de S.Paulo como um indicado do líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

Horas depois da publicação da reportagem da Folha de S.Paulo com a denúncia, o Ministério da Saúde anunciou que ele seria exonerado do cargo. A saída dele foi oficializada na manhã de 30/06 no Diário Oficial da União.

À CPI, Dominguetti afirmou que, durante as tratativas, Dias não citou os nomes de pessoas do governo, como Eduardo Pazuello, que então era o número dois do ministério da Saúde.

Dominguetti também afirmou que o único documento que possui confirmando que ele era representante da Davati tem data de abril, depois da reunião, e que antes disso seu acordo com a empresa era verbal. Também disse que não chegou a fazer vendas da Davati antes das negociações de vacinas.

"Fiquei a cargo das negociações de vacina mesmo", disse. ​​​

Oferta de proprina
Dominguetti afirmou que Dias disse, durante a negociação em um restaurante de Brasília em fevereiro, que era preciso melhorar o valor ofertado pela Davati. O vendedor teria dito, então, que precisaria tentar um desconto.
Segundo Dominguetti, Dias teria respondido que não seria um desconto, mas na verdade aumentar o valor.
"E aí teria que se compor no ministério e se pediu o acréscimo de um dólar. Eu já disse que não teria como fazer", afirmou Dominguetti à CPI.
"O clima da mesa mudou e logo se encerrou o jantar e no final ele disse para eu pensar direitinho que no dia seguinte ele me chamaria para um encontro no Ministério da Saúde", disse o vendedor.

Questionado pelo senador governista Luis Carlos Heinze (PP-RS) sobre como poderia atuar como representante de vendas ao mesmo tempo em que era policial militar da ativa - algo que seria proibido pelo regulamento da corporação -, Dominguetti admitiu o problema. "Nunca me identifiquei como policial militar ou negociei como policial militar. A gente diz 'seja escravo do regulamento, para não ser escravo do homem'. Hoje estou sendo escravo do homem, vou ser escravo dessas denúncias, dessa infração administrativa." Dominguetti disse que estava "pensando no bem maior", que seria "trazer vacina para o Brasil".

Heinze perguntou também por que Dominguetti, como policial, não deu voz de prisão ao receber o pedido de propina. Dominguetti respondeu que, naquele momento, "foi algo surreal". "Embora investido da função de policial, eu estava com um servidor público, com um general. Vivenciar isso, analisar de uma forma fria, é complicado para quem está passando por aquilo."

O depoente disse que, apesar de não ter vínculo empregatício formal com a Davati, a empresa tinha conhecimento de sua negociação com o Ministério da Saúde e "validou a proposta".

Ele também disse que comunicou verbalmente a empresa sobre o pedido de propina e solicitou "um posicionamento". "Mas o seu Roberto Dias foi informado que não ia acontecer" (ou seja, que a propina não seria paga).

O que 'vendedor de vacina' disse à CPI da Covid sobre deputado Luis Miranda, que denunciou escândalo da Covaxin

Luiz Paulo Dominguetti PereiraCRÉDITO,EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

Luiz Paulo Dominguetti Pereira, policial militar de Minas Gerais que diz representar a Davati Medical Supply, empresa americana que atua no ramo da saúde, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo  que recebeu um pedido de pagamento de propina de um diretor do Ministério da Saúde



O que 'vendedor de vacina' disse à CPI da Covid sobre deputado Luis Miranda, que denunciou escândalo da Covaxin

1 julho 2021

https://www.bbc.com/portuguese/brasil

Luiz Paulo Dominguetti Pereira, policial militar de Minas Gerais que diz representar a Davati Medical Supply, empresa americana que atua no ramo da saúde, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo O empresário Luiz Paulo Dominguetti afirmou nesta quinta (01/07) à CPI da Covid que o deputado Luis Carlos Miranda (DEM-DF) procurou a empresa Davati Medical Supply para tentar intermediar uma compra de vacinas.

Dominguetti apresentou um áudio de WhatsApp do deputado. Miranda, porém, negou que o tema fosse negociação de vacinas e afirmou que se tratava de outra compra, não relacionada aos imunizantes e negociada em 2020.

Dominguetti se apresenta como representante da Davati e foi convocado à CPI para falar sobre denúncia que fez ao jornal Folha de S. Paulo de que teria recebido pedido de proprina do Ministério da Saúde para compra da vacina da AstraZeneca.
Durante o depoimento Dominguetti citou Miranda, envolvido em outro escândalo de compra de vacinas, o da Covaxin.

Miranda é irmão do servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação, que disse ao Ministério Público Federal (MPF) ter sofrido uma "pressão incomum" de outra autoridade da pasta para assinar o contrato com a empresa Precisa Medicamentos, que intermediou o negócio com a Bharat Biotech, produtora da vacina Covaxin.
O vendedor apresentou um áudio à CPI que teria sido enviado pelo deputado para uma pessoa da empresa

Luis Ricardo teria alertado o irmão sobre os problemas na compra - como um valor muito acima do que inicialmente tinha sido prospectado. Alinhado ao governo, o deputado disse que avisou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as irregularidades.

Segundo Dominguetti, o deputado Miranda seria um dos diversos deputados que teriam procurado a Davati para tentar intermediar a compra de vacinas.
O vendedor apresentou um áudio à CPI que teria sido enviado pelo deputado para uma pessoa da empresa. Dominguetti afirmou que recebeu o áudio de outro representante da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho.

No áudio, uma voz que parece ser de Luis Carlos Miranda, afirma que tem um comprador, mas não cita vacinas.
"Então irmão, o grande problema é, vou falar direto com o cara, o cara vai pedir toda documentação do comprador. O comprador meu já está de saco cheio disso, vai pedir a prova de vida antes e a gente não vai fazer negócio", diz a voz.

"Então nem perde tempo, que eu tenho o comprador e ele pode fazer o pagamento instantâneo, que ele compra o tempo todo lá, quantidades menores. Se o seu produto tiver no e você fizer um vídeo, 'Luis Miranda, aqui meu produto', o meu comprador entende que é fato, ok? E encaminha toda a documentação necessária", diz a voz.

"Eu nem vou perder tempo porque tem muita conversa fiada no mercado. Desgastou muito, meu irmão, nos últimos 60 dias."

CPI da Covid

A CPI entrou uma discussão sobre se o termo "meu irmão" usado no áudio era uma gíria ou uma referência ao irmão do deputado

Segundo Dominguetti, o áudio foi enviado por Cristiano Alberto Carvalho quando Miranda depôs na CPI.
À tarde, o celular de Dominguetti foi levado pela polícia para passar por uma perícia.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AL), afirmou que Luis Miranda já está convocado para voltar à CPI e seu depoimento não será em reunião secreta. A CPI entrou uma discussão sobre se o termo "meu irmão" usado no áudio era uma gíria ou uma referência ao irmão do deputado.

Confusão na CPI

A mudança de assunto gerou uma enorme confusão na comissão.
O senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ) começou a defender o depoente - que inicialmente fazia acusações ao governo - após senadores questionarem suas motivações.
Omar Aziz havia lembrado ao depoente que ele estava sob juramento de dizer a verdade.
"Não venha achar que aqui todo mundo é otário", afirmou Aziz. "Do nada surge um áudio do deputado Luis Miranda... Chapéu de otário é marreta."

Após ser citado por Dominguetti, Luis Miranda foi ao Senado e disse que iria "mandar prender" o depoente.
"Ele está mentindo", afirmou em voz alta aos jornalistas que faziam a cobertura no local. "Quero saber quem plantou esse cara na CPI", afirmou o deputado.

Segundo Miranda, o áudio é de 15 de outubro de 2020 e não se trata de vacinas, mas do fornecimento de luvas médicas. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) levou à CPI a transcrição das mensagens e áudios do celular de Miranda registrados em cartório, que supostamente provariam isso.
Dominguetti respondeu que foi induzido a acreditar que se tratava de vacinas pela forma como o áudio foi recebido, por intermédio de Cristiano Carvalho.

Vieira pediu que a CPI avaliasse a possibilidade de mandar prender Dominguetti ao final da sessão, por suposto falso testemunho.
Omar Aziz disse que não tinha intenção de prendê-lo, "porque imagino seus filhos e esposa te vendo neste momento. Mas o senhor confia nesse Cristiano que lhe passou esse áudio?". "Nunca tive motivos para desconfiar", respondeu.

Cristiano Alberto Carvalho, da Davati, afirmou ao jornal O Globo que o áudio não se referia a vacinas, mas aos negócios de Miranda nos EUA.
O senador Humberto Costa (PT-PE), afirmou no Twitter que "é evidente que há uma tentativa de tumultuar e desmoralizar a CPI."

"Faz parte disso, a desqualificação do deputado Luiz Miranda que afirmou ter levado a Bolsonaro denúncia de corrupção na compra da Covaxin. O jogo é extremamente bruto", escreveu o senador.
Foi quando o senador Randolfe Rodrigues propôs a apreensão e lacração do celular de Dominguetti, e assinatura de termo circunstanciado.

Mais à tarde, o senador Rogerio Carvalho (PT-SE) acusou Dominguetti de tentar "desacreditar o depoimento" de Luis Miranda, como suposta tentativa de tentar preservar a cúpula do governo federal. "Ele (Dominguetti) foi plantado para desqualificar uma das principais linhas de investigação da CPI e tirar foco do comandante-chefe de corrupção" no Ministério da Saúde, em uma referência velada ao deputado Ricardo Barros (PP-PR), sob quem recaem essas acusações - as quais ele nega.
A fala gerou críticas de senadores governistas, que negaram a acusação de "plantar" testemunhas.

 

Bolsonaro demite oficial após alegações de corrupção enquanto crescem os pedidos de impeachment


 O Presidente do Brasil Jair Bolsonaro caminha antes de uma cerimônia no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 29 de junho de 2021. REUTERS / Adriano Machado


Bolsonaro demite oficial após alegações de corrupção enquanto crescem os pedidos de impeachment

Pedro Fonseca Gabriel Stargardter



RIO DE JANEIRO, 30 de junho (Reuters) - O presidente brasileiro Jair Bolsonaro demitiu um oficial de saúde na quarta-feira depois que ele supostamente pediu suborno em um acordo de vacina contra o coronavírus, a última acusação de enxerto para abalar o governo e desencadear novos pedidos de impeachment do presidente.


Com mais de meio milhão de mortes por COVID-19, os brasileiros estão furiosos com as oportunidades perdidas de comprar vacinas. Uma investigação do Senado revelou suposta corrupção, com membros do ministério da saúde e legisladores pró-Bolsonaro supostamente buscando agilizar e pagar a mais por uma vacina indiana desenvolvida pela Bharat Biotech.


Na quarta-feira, quando o Brasil registrou 2.081 novas mortes de COVID-19, promotores federais e a Polícia Federal lançaram uma investigação criminal sobre o negócio da vacina indiana, de acordo com um documento visto pela Reuters.


O escândalo gerou novos pedidos de impeachment contra Bolsonaro, um direitista divisivo, que subestimou a gravidade da pandemia, protestou contra os bloqueios, promoveu remédios não comprovados e semeou dúvidas sobre as vacinas.



Na quarta-feira, legisladores de todo o espectro político, grupos sociais e advogados entraram com um pedido de impeachment coletivo, o mais recente em mais de 100 processos semelhantes que foram ignorados pelo presidente da Câmara dos Deputados.


Bolsonaro e Bharat negaram qualquer irregularidade. Na quarta-feira, ele se manifestou contra a investigação do Senado.


“Eles não podem nos tocar”, disse ele em comentários na televisão durante uma visita à cidade de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. "Não será com mentiras ... que eles vão nos tirar daqui."


Ele não comentou a demissão do dirigente, o chefe de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, formalizada no Diário Oficial desta quarta-feira, nem as denúncias contra ele.


Na terça-feira, o Brasil suspendeu o contrato da vacina indiana, no valor de R $ 1,6 bilhão (US $ 321 milhões). Na quarta-feira, o regulador de saúde do país suspendeu seu pedido de uso de emergência, citando a papelada incompleta fornecida pelo intermediário que vendeu a injeção. consulte Mais informação


O jornal Folha de S.Paulo noticiou na noite desta terça-feira que Dias havia sugerido um suborno de um dólar por dose em um jantar para discutir um pedido diferente de 400 milhões de vacinas, citando um representante de uma empresa de suprimentos médicos.


O ministério da saúde disse que a demissão de Dias foi decidida na manhã de terça-feira, mas não respondeu às acusações.


Dias não foi encontrado imediatamente para comentar.


Líderes do inquérito do Senado, que já estão investigando supostas irregularidades em um contrato separado de vacina, disseram que convocariam testemunhas sobre as novas acusações.


O chefe da coalizão de governo na Câmara dos Deputados, o deputado Ricardo Barros, citado pela Folha como tendo sugerido Dias para o cargo em janeiro de 2019, negou que o tivesse feito.


"Ele não foi minha escolha", escreveu nas redes sociais Barros, ex-ministro da saúde e mediador do bloco de centro que protegeu Bolsonaro de pedidos de impeachment.


($ 1 = 4,98 reais)


Reportagem de Eduardo Simões em São Paulo, Pedro Fonseca e Gabriel Stargardter no Rio de Janeiro Reportagem adicional de Tatiana Bautzer em São Paulo Edição de Brad Haynes, Alistair Bell e Marguerita Choy

Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.


Mais da Reuters


https://www.reuters.com/

segunda-feira, 21 de junho de 2021

NEW MUSIC 💛 Stephanie Mills Let's Do The Right Thing


NOVA MÚSICA "Vamos fazer a coisa certa", escrita por Stephanie Mills e Marcus Malone.

Sua tão esperada nova música traz os fãs de volta ao seu som tradicional com alma, infundido com uma mensagem poderosa que desafia o ouvinte a olhar introspectivamente para si mesmo para criar amor e paz.

Nascido no Brooklyn, em Nova York, Mills provou ser um tesouro embutido na trama da música. Com uma carreira de mais de 50 anos, ela começou sua carreira profissional aos 11 anos com uma temporada na Broadway de "Maggie Flynn", seguida por garantir o papel principal de Dorothy na peça ganhadora do Tony Award "The Wiz". Ela se tornou uma artista premiada, compositora, atriz, autora, filantropa, empreendedora e ativista.

Mills escreveu sua nova música em um estilo apaixonado que lembra o som que ganhou vários prêmios, incluindo um Grammy, American Music Awards, NAACP Image Award entre outros. Os fãs de "Never Knew Love Like This", "Puttin’ A Rush On Me "," Power of Love "e" Home "não ficarão desapontados. “Minha nova música é um reflexo da tristeza e dor de cabeça que tenho sentido por causa da pandemia, George Floyd, e do racismo sistêmico que assola nosso povo. “Vamos fazer a coisa certa '' é meu apelo pessoal para que todas as pessoas se levantem e se unam”, diz Mills.


Social Media @iamstephaniemills

quinta-feira, 17 de junho de 2021

A grande Diva da música Americana Diana Ross está de volta depois de 15 anos fora das paradas de sucessos, retornando com essa belissima canção - Thank You. Pra quem não sabe Ross foi uma das mais bem sucedidas artistas das décadas de 60, 70 e 80 do Século XX e uma das pioneiras da Black Music norte-americana da icônica gravadora Motown Records da efevercente cidade de Detroit berço da Black Music. Que revelaram grandes artistas como Michael Jackson, Marvin Gaye, Smokey Robson e Stevie Wonder e as multiplatinadas The Supremes em que Ross foi a vocalista mais importante e que possivelmente partiu para uma carreira solo e se tornou uma das maiores estrelas da Pop Music americana com grandes sucessos que despontaram nas paradas do mundo inteiro como: Ain't No Mountain High Enough, Do You know You´re Going to, Touch Me In The Morning, Upside Down entre outras tantas canções. Seja bem vinda mais uma vez ao estrelato La Ross. Alarcon



Novo single chegando... Aqui vai uma prova. Dedicado a você, Thank You, 17 de junho”, diz a publicação. Na postagem em questão, é possível identificar que o piano será o grande instrumento que dará coluna para a estrutura melódica da produção. Em nota publicada pela uDiscoverMusic, Diana já havia declarado que estava engajada em novos trabalhos.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Enem: aberto prazo para quem teve isenção de taxa de inscrição negada O período de recurso vai de hoje até o dia 18 de junho

 




Enem: aberto prazo para quem teve isenção de taxa de inscrição negada

O período de recurso vai de hoje até o dia 18 de junho

 

Publicado em 14/06/2021 - 12:09 Por Karine Melo - Repórter Agência Brasil - Brasília

Os candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 que tiveram o pedido de isenção da taxa de inscrição indeferido podem entrar com recurso de hoje (14) até o dia 18 de junho. Os resultados dos recursos estão previstos para serem divulgados no próximo dia 25 .


De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a aprovação da justificativa ou da solicitação de isenção não garante a inscrição no Enem 2021. As inscrições deverão ser realizadas normalmente, entre 30 de junho e 14 de julho, por meio da Página do Participante.


Provas

As provas do Enem 2021 serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro, tanto na versão impressa como na digital. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) 101.100 vagas estarão disponíveis exclusivamente para a versão digital do exame.


Quem pode pedir isenção?

Pessoas que cursaram todo o ensino médio em escola pública ou que foram bolsistas integrais durante toda a etapa educacional têm direito à isenção da taxa de inscrição do exame.


Alunos que estão cursando a última série do ensino médio na rede pública, no ano de 2021, também podem de pedir a isenção.


O mesmo vale para quem está em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por ser membro de família de baixa renda. Nesse caso, é preciso comprovar a inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.


Edição: Valéria Aguiar


quarta-feira, 9 de junho de 2021

Konstantinos - Oceanus [ electronic music ] [ Album : Triton ]

ButanVac: Anvisa autoriza testes com voluntários


 ButanVac: Anvisa autoriza testes com voluntários

 Mariana Rosário 

https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta quarta-feira, 9, que concedeu a autorização para a pesquisa clínica da vacina Butanvac, do Instituto Butantan. Com isso, afirmou a agência, os testes com a vacina em humanos poderão ter início no Brasil.


Vacina brasileira contra a Covid-19, a ButanVac - 26/03/2021 -© Governo do Estado de São Paulo/Divulgação Vacina brasileira contra a Covid-19, a ButanVac - 26/03/2021 -

Em nota, a Anvisa afirmou, porém, que "antes de iniciar a vacinação dos voluntários, o Butantan ainda apresentará algumas informações complementares sobre testes em andamento com a vacina. Logo em seguida, o Butantan deve iniciar a aplicação experimental da Butanvac".


Esta será a primeira vez que a vacina do Butantan contra a Covid-19 será aplicada em humanos em fases clínicas 1 e 2.  A autorização da pesquisa será publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União, afirmou a agência.


A pesquisa clínica de fase 1 e 2 está dividida em três etapas (A, B e C). Neste momento, está autorizada a etapa A do estudo que vai envolver 400 voluntarios. Ao todo, a fase clínica 1 e 2 tem previsão de 6 mil voluntários com 18 anos ou mais.


A vacina será aplicada com duas doses em um intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda dose. O estudo deve ser realizado no Hospital das Clínicas (FMUSP) e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.


Em postagem de suas redes sociais, o governador João Doria afirmou que trata-se da primeira vacina a ser produzida no Brasil sem necessidade de insumos de outros países. De acordo com Doria, o Butantan tem 7 milhões de doses prontas da ButanVac.


Cerca em Melilla separa imigrantes africanos de sonho europeu ( BBC NEWS DOCUMENTO)

As estatísticas que revelam a desigualdade racial no Brasil e nos EUA ( BBC News Documento)

O que pode estar por trás da indicação do ex-prefeito Crivella para embaixada na África do Sul


 O que pode estar por trás da indicação do ex-prefeito Crivella para embaixada na África do Sul

Juliana Gragnani

Da BBC News Brasil em Londres


Marcelo Crivella CRÉDITO,MAURO PIMENTEL/GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Marcelo Crivella, que morou na África do Sul com a família nos anos 1990, foi fundamental para a ampliação da Universal no país e nos países vizinhos


"A dor de ontem / Não vai vencer / Quem vive aqui / Sabe esquecer / África / África / África", canta o bispo Marcelo Crivella na canção "África", lançada no fim dos anos 1990.


Fazer esquecer "a dor de ontem" talvez seja a principal missão de Crivella em sua possível volta à África, onde a Igreja Universal do Reino de Deus que ele ajudou a fincar vive uma gigantesca crise.


Provas 'contundentes' apontam lavagem de dinheiro da Universal em Angola, dizem investigadores

Universal pressiona, mas mantém pragmatismo e apoio a Bolsonaro após conflito em Angola

O ex-prefeito do Rio de Janeiro foi preso preventivamente e afastado do cargo no ano passado acusado de chefiar um esquema de propina. Agora, foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a embaixada do Brasil na África do Sul.


A indicação ainda depende de uma resposta positiva do país e da aprovação do Senado brasileiro.


A tensão da Universal nos últimos meses se deu em Angola. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Serviço de Investigação Criminal do país disseram à BBC News Brasil, há provas fartas e contundentes contra quatro integrantes da igreja, denunciados sob acusação de crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa.


A igreja refutou todas as acusações, as classificou de "fake news" e disse que os quatro membros acusados ainda não conseguiram acesso à investigação formal. "Nem a Universal, nem seus bispos e pastores praticaram crimes em Angola", disse à BBC News Brasil.


Crivella, que morou na África do Sul com a família nos anos 1990, foi fundamental para a ampliação da Universal, ou IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), no país e nos países vizinhos.


Na opinião especialistas entrevistados pela BBC News Brasil, o movimento de Bolsonaro visa a controlar duas crises: a da Universal no continente africano e, especialmente, a do presidente com a Universal.


A indicação do governo tem uma "dupla função", diz a antropóloga Jacqueline Moraes Teixeira, professora no Programa de Pós Graduação em Educação da USP e pesquisadora do Cebrap. A primeira, é ter Crivella para "tentar de alguma maneira apaziguar possíveis levantes de outros países no continente africano" no contexto da Universal.


A segunda está relacionada à aliança do próprio governo com a Universal. "Mantê-la como apoio é fundamental para o governo Bolsonaro batalhar a sua estabilização e seu crescimento na disputa pelo voto evangélico nas eleições em 2022", afirma Teixeira.


O envio de Crivella para a África do Sul também cai como uma luva para Bolsonaro, que foi cobrado por lideranças da Universal pela omissão do Itamaraty diante da crise em Angola


Crise 1

Alguns anos depois da fundação da Universal em 1977, o bispo Edir Macedo começou um projeto de expansão internacional da igreja. No continente africano, essa ampliação começou em Angola, por volta de 1991. Na África do Sul, por volta de 1993.


Crivella, sobrinho de Macedo, foi enviado ao país como missionário para tocar a expansão, que se dava por meio da compra de espaços em lugares onde há maior movimentação de pessoas, abertura de templos e investimento em mídia.


"Era super importante ter alguém de confiança que realmente investisse nesse projeto de transnacionalização. Foi Crivella quem produziu esse primeiro processo de organização, elaboração e gestão do crescimento institucional da IURD pelos outros países da África e dentro da África do Sul", diz Teixeira.


"Em 1994, cheguei com minha esposa e três filhos na cidade de Durban. Saíamos pelas ruas dando folhetos, convidando as pessoas para a reunião na igreja", diz Crivella em um vídeo publicado em seu canal do YouTube em 2009. Ele está ao lado da esposa, mostrando o templo da Universal na cidade que fica no leste da África do Sul. "E logo ela [a igreja] começou a encher. Era uma lojinha pequena dentro do mercado indiano. Deus abençoou e se transformou numa grande catedral."


A data de chegada de Crivella no país coincide com o fim do Apartheid, o regime de segregação racial na África do Sul. A ideia inicial da Universal, diz lana van Wyk, professora de antropologia da Universidade de Stellenbosch, na África do Sul, era atingir os falantes de português, pessoas vindas de países lusófonos vizinhos - tanto que os primeiros cultos em Joanesburgo, maior cidade do país, eram nessa língua. Wyk é autora do livro The Universal Church of the Kingdom of God in South Africa (A Igreja Universal do Reino de Deus na África do Sul).


"Mas, de forma inesperada, atraiu um grupo grande de pessoas negras. A igreja saiu, então, de um bairro predominantemente branco e se imiscuiu em regiões com população negra", afirma Wyk.

Com a nomeação, o ex-prefeito do Rio passa a ter foro privilegiado, e o processo a que responde é transferido para o Supremo Tribunal Federal


Ela lembra da presença de Crivella no país. "Grandes multidões de pessoas compareciam a seus sermões. Ele tinha uma reputação de homem forte de Deus, com histórico de milagres."


Para ela, a Universal se aproveitou do momento pós-Apartheid, em que havia sentimento de esperança no país, para angariar membros. Com seu discurso de prosperidade, deslumbrou os sul africanos desejosos de mobilidade social e integração racial. "O momento em que a igreja entrou na África do Sul foi bem escolhido. Foi num tempo de muita esperança de mudança política e econômica", diz Wyk.


"Quando a Universal chegou, as pessoas pensavam que finalmente poderiam 'usar' o poder de Deus para mudar suas vidas de maneira prática. O Deus da igreja poderia os tornar ricos e saudáveis."


Hoje, segundo o site da Universal da África do Sul, há 309 igrejas no país - menos que as 320 contabilizadas por Wyk na época em que publicou seu livro, em 2014. Segundo ela, a igreja vem perdendo força na região, com membros migrando para outras denominações pentecostais ligadas à figura de profetas.


Ao lado das movimentações em Angola, essa hemorragia de membros forma um cenário preocupante para a Universal no continente. Bispos e pastores angolanos divulgaram há dois anos um manifesto com acusações públicas contra os brasileiros da igreja, iniciando um processo de "reforma" em Angola.


Para Teixeira, a presença de Crivella, "como toda a experiência que teve na África do Sul, seria uma forma de ajudar na mediação dos conflitos e pensar na contenção de danos dessa crise gravíssima" no continente.


Voltar à África também deve cumprir um desejo antigo de Crivella, segundo ele próprio já expressou. Em junho de 2014, em entrevista ao jornal da Universal, a Folha Universal (n° 1.160, ano 22), Crivella disse não ter sido "fácil viver na África em um tempo de guerra política no fim do apartheid". "Mas agradeço muito a Deus por ter me dado a honra de ter passado por aquelas dificuldades, que apenas nos fizeram mais fortes."


Quando questionado se tinha vontade de se tornar político, Crivella responde: "Confesso que não queria. Não queria mesmo. O que eu sonhava era voltar para a África ou qualquer que fosse o país."


O sonho virou também conveniência: com a nomeação, o ex-prefeito do Rio passa a ter foro privilegiado, e o processo a que responde é transferido para o Supremo Tribunal Federal.


Crise 2

O envio de Crivella para a África do Sul também cai como uma luva para Bolsonaro, que foi cobrado por lideranças da Universal pela omissão do Itamaraty diante da crise em Angola.


Para o teólogo evangélico Fábio Py, professor do programa de pós-graduação em políticas sociais da Universidade Estadual do Norte Fluminense, a "jogada" de Bolsonaro é uma maneira de afagar a crise entre ele e a igreja, que já cobrou diversas vezes posicionamento do presidente em relação às tensões no continente africano.


Igreja Universal do Reino de Deus iniciou suas operações em Angola em 1992 e tem mais de 300 templos no país


"Bolsonaro percebe que não consegue resolver a questão de Angola porque entra em questão nacional do país. Para dar outro caminho, ele abre possibilidade de Crivella assumir a relação Brasil-África do Sul", afirma. "É uma jogada para não perder o apoio do Macedo."


Para ele, com a indicação, Bolsonaro age para não "desamarrar a igreja Universal" de si. "Até porque está começando a pintar 2022. Bolsonaro começa a se armar por conta de Lula", diz. O presidente não quer "perder a Universal, sua estrutura e o processo de propaganda da Universal" visando às eleições


Além disso, o eleitorado evangélico tem um peso significativo para o presidente - e uma pesquisa Datafolha divulgada no dia 12 de maio apontou o ex-presidente Lula (PT) e Bolsonaro empatados no primeiro e segundo turnos entre o eleitorado evangélico. Indica que o atual presidente precisa se mexer para não perder votos com essa parcela de eleitores.


Para Teixeira, o discurso ostensivo por parte de lideranças da Universal sobre a falta "de apoio e resguardo" do Itamaraty é o que fez o governo se mexer. "É como se o governo Bolsonaro não estivesse correspondendo ao apoio da igreja, o que pode fazer com que ela repense o apoio eleitoral", diz. "A aliança estaria em risco."


https://www.bbc.com/portuguese/brasil

terça-feira, 8 de junho de 2021

Covid-19: o americano que é naturalmente imune à doença

DIVIDINDO O 'NOVO MUNDO': OS 527 ANOS DO TRATADO DE TORDESILHAS


 DIVIDINDO O 'NOVO MUNDO': OS 527 ANOS DO TRATADO DE TORDESILHAS

No dia 7 de junho de 1494 foi assinado o documento que determinava a divisão dos novos territórios entre Portugal e Castela


GIOVANNA GOMES, SOB SUPERVISÃO DE THIAGO LINCOLINS PUBLICADO EM 08/06/2021, 



Planisfério de Cantino (1502) mostrando meridiano de Tordesilhas - Domínio Público/Académie de Créteil

No ano de 1492, Cristóvão Colombo se deparou, por acaso, com o Novo Mundo, que viria a ser chamado de América. Esse importante fato histórico acabou por desencadear uma enorme disputa entre Castela e Portugal, que anseavam obter o controle dos territórios encontrados.


Era preciso um acordo para que a paz entre os dois Estados fosse estabelecida. Assim, tempos depois, em março de 1494, representantes de João II de Portugal e de Isabel de Castela e Fernando de Aragão se reuniram pela primeira vez em Tordesilhas, para que pudessem realizar um tratado. 


Como Colombo nem ao menos sabia ao certo onde ficavam as terras que encontrara, ele acreditava que o conflito poderia ser resolvido da seguinte maneira: deveria ser traçada uma linha dividindo os novos territórios de norte a sul, a "linha de Colombo". Conforme uma matéria da BBC, tudo indica que ela passava por Cabo Verde e pelos Açores

 

O papa intervém

Fernando e Isabel levaram a proposta do descobridor ao papa Alexandre VI, solicitando que o pontífice mediasse o conflito.


Como o religioso era de origem espanhola e devia favores aos reis católicos, logo aceitou a ideia. No entanto, deslocou a linha divisória 100 léguas a oeste dos Açores e Cabo Verde, uma vez que a proposta inicial favorecia Castela de maneira excessiva.


Contudo, durante o processo, os representantes do rei de Portugal pediram que houvesse um deslocamento da linha divisória para 370 léguas a oeste de Cabo Verde.


O argumento era o de que seria necessário retornar do porto de São Jorge de Mina, na costa do Golfo da Guiné, sem ter que invadir o território castelhano.

 

Os dois lados entram em concordância

Como Isabel e Fernando acreditavam estar cedendo apenas mar a Portugal, aceitaram o pedido. Foi assim que, no dia 7 de junho de 1494, foi traçada a "linha do Tratado de Tordesilhas". Tudo localizado a leste do meridiano acordado em Tordesilhas seria para Portugal, enquanto o que estava a oeste foi atribuído a Castela.


Porem os castelhanos estavam equivocados. Eles não imaginavam que, dentro da área de domínio português havia um imenso território, o Brasil.


O documento original, escrito em castelhano e assinado por Fernando e Isabel, encontra-se hoje em Lisboa, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Já a versão em Português, assinada por João II, encontra-se no Arquivo Geral das Índias, em Sevilha.


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