Konstantinos - Uranus

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Homens Que Marcaram O Século XX: Desmond Tutu




 Desmond Tutu


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Desmond Mpilo Tutu (Klerksdorp, 7 de outubro de 1931) é um arcebispo da Igreja Anglicana consagrado com o Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua luta contra o Apartheid em seu país natal. Desmond é o primeiro negro a ocupar o cargo de Arcebispo da Cidade do Cabo, tendo sido também o Primaz da Igreja Anglicana da África Austral entre 1986 e 1996.


Biografia

Desmond Mpilo Tutu nasceu em Klerksdorp em 7 de Outubro de 1931, sendo o segundo filho de Zacheriah Zililo Tutu, um professor, e de Aleta, uma cozinheira. A família de Tutu mudou-se para Johannesburgo quando ele tinha apenas 12 anos de idade. Na cidade de Johannesburgo, Tutu conheceu Trevor Philips, chefe da paróquia de Sophiatown.


Apesar de Tutu ter o desejo de se tornar um médico, sua família não tinha como pagar os seus estudos de Física e Tutu resolveu seguir os passos de seu pai. Tutu estudou na Pretoria Bantu Normal College entre 1951 e 1953, quando foi para a Escola Normal de Johannesburgo. Depois foi para a King's College de Londres onde adquiriu bacharelato em Teologia.


Em 1975, se tornou o primeiro negro a ser nomeado deão da catedral de Santa Maria, em Johannesburgo. Após ser sagrado bispo, dirigiu a diocese de Lesoto de 1976 a 1978, ano em que se tornou secretário-geral do Conselho das Igrejas da África do Sul. Sua proposta para a sociedade sul-africana incluía direitos civis iguais para todos; abolição das leis que limitavam a circulação dos negros; um sistema educacional comum; e o fim das deportações forçadas de negros.


Sua firme posição antiapartheid – a política oficial de segregação racial – lhe garantiu, em 1984, o Nobel da Paz. Recebeu o título de doutor honoris causa de importantes universidades dos Estados Unidos (EUA), do Reino Unido, do Brasil e da Alemanha.


Em 1996 presidiu a Comissão de Reconciliação e Verdade, destinada a promover a integração racial na África do Sul após a extinção do apartheid. Esta comissão tem poderes para investigar, julgar e anistiar crimes contra os direitos humanos praticados na vigência do regime.


Em 1997 divulgou o relatório final da comissão, que acusa de violação dos direitos humanos tanto as autoridades do regime racista sul-africano quanto as organizações que lutavam contra o apartheid na África do sul. Atualmente é membro do comitê de patrocínio da Coordenação internacional para o Decênio da cultura da não violência e da paz.


Apartheid

Ao lado de Nelson Mandela, Desmond Tutu foi uma das figuras centrais do movimento contra o Apartheid. Tutu iniciou centenas de protestos em locais públicos contra o governo sul-africano, mesmo assumindo posições altas no clero africano, Tutu continuou a lutar contra a segregação racial em seu país. Como reconhecimento por seus esforços para promover a igualdade na África do Sul, Desmond Tutu recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1984.


Reconhecimento

Desmond Tutu já recebeu 4 prêmios internacionais por seu trabalho pela igualdade entre as raças:


Prêmio Nobel da Paz em 1984;

Prêmio Albert Schweitzer em 1986;

Prêmio Gandhi da Paz em 2005;

Medalha Presidencial da Liberdade em 2009;

Prémio Internacional Catalunha em 2014;

Doutor Honoris Causa pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em 28 de Outubro de 2011.

Tutu também já foi condecorado Capelão da Ordem de São João pela Rainha Isabel II em 1995.


Vida Pessoal

Em 2 de julho de 1955, Desmond Tutu se casou com Nomalizo Leah Shenxane, uma professora que ele conheceu durante a época colegial. Tutu e Nomalizo tiveram quatro filhos: Trevor Thamsanqa Tutu, Theresa Thandeka Tutu, Naomi Nontombi Tutu e Mpho Andrea Tutu. Todos se formaram na Waterford Kamhlaba School na Suazilândia.


Trevor Tutu, o filho mais velho e mais polêmico de Desmond Tutu, provocou uma evacuação no Aeroporto de Londres em 1989 através de uma falsa denúncia de bomba e foi detido. Três anos depois Trevor foi condenado por causar pânico em um avião da South African Airways no mesmo aeroporto, porém se recusou a pagar a sentença e só foi preso em Johannesburgo em 1997.


Naomi Tutu é a fundadora da Fundação Tutu baseada na cidade de Hartford no estado norte-americano de Connecticut. Naomi seguiu os passos de seu pai e ingressou no ativismo dos direitos humanos, sendo atualmente uma coordenadora da Fisk University de Nashville, Tennessee.


Mpho Tutu também seguiu os passos de seus pais na religião e em 2004 foi ordenada sacerdotisa por seu pai.


Em 10 de junho de 2010, durante o Show de Abertura da Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, Desmond Tutu reapareceu publicamente. Trajado com o uniforme da Seleção Sul-Africana, discursou de forma bem-humorada no palco do espetáculo, causando a euforia do público presente. Tutu falou sobre nacionalismo e sobre os efeitos do evento no país, e ao final pediu que o povo saudasse Nelson Mandela.


Tutu no mundo atual

África do Sul

Arcebispo Desmont Tutu no Forum econômico mundial de 2009.

Desde o fim do Apartheid, Tutu é uma das figuras centrais da política sul-africana. Ao lado de seu amigo, Nelson Mandela, Tutu é respeitado por toda a população de seu país natal por sua luta incansável contra a segregação racial. Certa vez Mandela disse que "a voz de Desmond Tutu será sempre a voz dos sem vozes". Desde seu afastamento da política, Tutu tem mantido uma relação estreita com os políticos da África do Sul e tem feito duras críticas ao governo, acusando os governantes de corrupção e ineficácia para lidar com a pobreza e com os surtos de xenofobia recentes no país.


Tutu também é muito crítico com a elite política do país e já chegou a dizer em um discurso público que o país estava "sentado num barril de pólvora".


As principais críticas de Tutu são de que o país não conseguiu amenizar os índices de pobreza uma década após o Apartheid. Tutu também não se conforma com a exclusão dos negros em alguns ambientes. Tutu ainda se mantém extremamente crítico com os governantes de seu país e os acusa de xenofobia e corrupção ativa.


Desmond Tutu participa ainda, com outros ex-líderes de Estado, do grupo "The Elders", fundado por Nelson Mandela.


Oriente Médio

Embora Tutu reconheça os judeus como participantes ativos da luta contra o Apartheid na África do Sul, Tutu se posiciona contra os conflitos na Palestina e o incentivo ao armamento bélico de Israel. Tutu compara a segregação israelita contra os palestinos à segregação racial que seu povo sofreu durante o Apartheid.


Em 1988, o American Jewish Committee (AJC) fez algumas observações sobre as críticas de Tutu e chegaram à conclusão de que Tutu se mostrou muito crítico com Israel e comparou os militares israelenses com os racistas do Apartheid. Tutu negou ter feito declarações antissemitas,[8] mas manteve sua posição contra os militares judeus e afirmou que "o Sionismo é paralelo ao Apartheid e parecido com o racismo e o efeito de ambos é o mesmo".[9]


Durante os anos 2000, Tutu têm se mostrado menos crítico com Israel,[carece de fontes] mas ainda defende intensamente o fim dos conflitos na Faixa de Gaza. Em 2006, Tutu foi convocado pela ONU para ser o líder de uma investigação sobre os ataques israelenses contra a cidade de Beit Hanoun durante a Operação Chuvas de Verão. O estado de Israel não permitiu a entrada de Tutu no país até 2008.


Theatro Municipal celebra centenário de sua primeira bailarina negra Mercedes Baptista é apontada como criadora da dança afrobrasileira


 Theatro Municipal celebra centenário de sua primeira bailarina negra

Mercedes Baptista é apontada como criadora da dança afrobrasileira

https://agenciabrasil.ebc.com.br/

Publicado em 20/05/2021 -   Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Em transmissão online ao vivo, na noite desta quinta-feira (20), o Theatro Municipal do Rio de Janeiro comemora o centenário de nascimento de Mercedes Baptista, primeira bailarina negra de seu corpo de baile. O evento será transmitido na página do Municipal no Instagram.


Durante o programa, o professor e pesquisador da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa do teatro, Paulo Melgaço, autor da biografia de Mercedes Baptista, vai conversar com Wagner Gonçalves, carnavalesco e artista plástico que homenageou a bailarina em 2008 com o enredo Mercedes Baptista, de Passo a Passo, um Passo, com a Escola de Samba Acadêmicos do Cubango, do Grupo de Acesso.


Mercedes ingressou na Escola de Danças Clássicas do Municipal nos idos de 1940, mas somente em 1948 entrou profissionalmente para o corpo de baile do teatro. Sentiu na pele o preconceito e a discriminação racial em diversos momentos, inclusive no próprio teatro, quando não foi avisada da última prova prática para ingressar no corpo de baile, por ser uma mulher negra. Ela, entretanto, descobriu a tempo a data da prova, mas precisou realizar a seleção junto com os bailarinos do sexo masculino para concorrer e ganhar um lugar no elenco.


Falando à Agência Brasil, Paulo Melgaço revelou que Mercedes Baptista teve grande importância também para a luta contra o racismo no Brasil. “Ela buscou enfrentar a questão do negro na sociedade, no espaço do negro no Municipal que, na verdade, sempre foi uma instituição branca, para a elite”.


Em termos de dança, Mercedes é importante porque, além do balé clássico, ela foi a criadora da dança afrobrasileira, efetuando a fusão da cultura negra com a cultura popular. Pesquisou o ritmo dos orixás e os movimentos do candomblé e criou, em 1953, o Ballet Folclórico Mercedes Baptista, que apresentou um novo mundo profissional para muitos negros no país.Em 1958, a companhia passou a fazer shows no exterior.


Carnaval

A bailarina Mercedes Baptista participou também trabalhos de shows do teatro de revista e, no carnaval, sua outra grande paixão, foi considerada a precursora das alas de passos marcados nos desfiles das escolas de samba. Ela estreou na avenida em 1960, na Escola de Samba Salgueiro, quando coreografou Quilombo dos Palmares, a convite de Fernando Pamplona. O maior sucesso nesta agremiação, porém, ocorreu no carnaval de 1963, quando coreografou o minueto para o desfile Xica da Silva. Naquele ano, o Salgueiro foi a grande campeã do carnaval.


Além do Salgueiro, coreografou e desfilou em diversas escolas, como Beija-Flor e Imperatriz Leopoldinense, entre outras. Em 2008, a Escola de Samba Acadêmicos do Cubango mostrou o enredo Mercedes Baptista, de Passo a Passo, um Passo, do carnavalesco Wagner Gonçalves. A última vez que desfilou no Sambódromo foi em 2009, como destaque da Escola de Samba Vila Isabel, que homenageava o centenário do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.


.”Na verdade, o nome de Mercedes Baptista na dança figura quase em todas as linguagens, do clássico ao popular”, enfatizou Paulo Melgaço. O nome de Mercedes tem uma representatividade muito forte para as meninas negras porque “ela é uma referência, é um indicativo da importância de lutar para romper espaços, para romper barreiras, de não acreditar nos nãos”, acrescentou.


Carreira

Mercedes Baptista nasceu em Campos dos Goytacazes, norte fluminense. Filha de João Baptista Ribeiro e Maria Ignácia da Silva, Mercedes foi com a mãe, que era costureira, para a capital. Grande amiga da filha, Maria Ignácia começou a trabalhar como empregada doméstica no bairro do Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro, para que a menina pudesse ter uma vida melhor. Pouco se sabe sobre o pai.


Para ajudar a mãe, Mercedes trabalhou em uma gráfica, em uma fábrica de chapéus e foi bilheteira de cinema, local onde descobriu que sua vocação era ser bailarina.


Teve as primeiras aulas com a professora Eros Volúsia, bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e pesquisadora da cultura e do folclore nacionais. Logo, a garota talentosa apresentou uma coreografia ao lado do bailarino Octacílio Rodrigues. Fez tanto sucesso que foi destaque no jornal O Globo da época.


Já na Escola de Dança do Theatro Municipal, teve aulas com o estoniano Yuco Lindberg e o tcheco Vaslav Veltchek. O mestre Yuco viu o potencial da nova aluna e conseguiu ajudá-la, inclusive coreografando para ela o balé Iracema, no papel da índia Ceci, do romance de José de Alencar.


Concurso

O concurso Rainha das Mulatas, promovido pelo Teatro Experimental Negro, que tinha como fundador o ativista Abdias Nascimento, acabou aproximando os dois porque, em 1948, a bailarina foi eleita a mais bela mulata.


Durante o Primeiro Congresso do Negro Brasileiro, em 1950, Mercedes foi selecionada pela coreógrafa e antropóloga afro-americana Katherine Dunham para estudar na Duham School of Dance, em Nova York.


Depois que retornou ao Brasil, Mercedes começou a trabalhar com um grupo de jovens negros, com pouco poder aquisitivo, e desenvolveu uma técnica específica para dança afro. Mercedes Baptista foi casada durante 50 anos com Paulo Krieger, que faleceu em 2002. Com o marido, teve um filho em 1966, morto de tétano neonatal, conhecido como “mal dos sete dias”. Dizia que seus quatro grandes companheiros eram o marido, a mãe e duas ex-alunas que cuidavam dela: Jandira Lima e Ruth de Souza. Mercedes Baptista morreu em 18 de agosto de 2014, aos 93 anos de idade.


A segunda edição da biografia Mercedes Baptista, a Criação da Identidade Negra na Dança, de Paulo Melgaço, deve ser lançada em novembro deste ano. A primeira edição, publicada em 2007, está esgotada.


Edição: Nádia Franco

segunda-feira, 17 de maio de 2021

TIRANO SANGUINÁRIO OU LÍDER REVOLUCIONÁRIO? A POLÊMICA VIDA POLÍTICA DE JOSEF STALIN


 O líder soviético Josef Stalin - Getty Images


TIRANO SANGUINÁRIO OU LÍDER REVOLUCIONÁRIO? A POLÊMICA VIDA POLÍTICA DE JOSEF STALIN

https://aventurasnahistoria.uol.com.br


Responsável por massacres e pelo êxito econômico da URSS, o líder soviético se transformou em um dos homens mais poderosos e temidos do século 20

Soso era um garoto pálido, com o rosto marcado por um ataque de varíola. Nasceu com dois dedos do pé esquerdo grudados e tinha tudo para virar um adulto retraído, atormentado pelos traumas da infância, mas era dono de uma inteligência excepcional.

Aos cinco anos, dava aulas de alfabetização para crianças de 13. Fazendo uso dessa brilhante capacidade intelectual, o menino tímido acabou se transformando em Josef Stalin, um dos homens mais poderosos e temidos do século 20. Com mãos de ferro, governou a extinta URSS por quase 30 anos, aniquilando qualquer um que se opusesse à cartilha bolchevique. 


A vida do generalíssimo, como era chamado, foi permeada por lendas e histórias fantasiosas  — até porque, houve espaço para isso, uma vez que, ao contrário de Lenin, Stalin teve a maior parte de seus documentos destruídos depois de sua morte. O que se sabe é que, assim como Hitler, muita psicologia de botequim foi escrita sobre ele e sua personalidade.


Segundo os registros oficiais, Josef nasceu na pequena cidade de Gori, na Geórgia, em 1878. Filho de uma costureira e de um sapateiro, cresceu em uma família pobre e influenciada por padres. Era vítima constante de violência, especialmente de espancamentos praticados pela mãe.


"Stalin não gostava de falar sobre seus pais e sua infância, mas não faz sentido exagerar em sua análise psicológica. Era emocionalmente atrofiado, anormal. Mas o próprio Stalin dizia que os políticos raramente são normais", afirmam os historiadores russos e dissidentes soviéticos Zhores e Roy Medvedev.


Em um de seus últimos encontros com a mãe, Stalin explicou a ela o cargo que exercia: uma espécie de czar. Perguntou por que ela tanto o espancara na infância. A resposta: "Parece que você acabou dando certo. Ainda assim, é uma pena que não tenha se tornado padre".



Bem que ele tentou. Para satisfazer a mãe, estudou em um seminário em Tbilisi. Mas, em 1899, foi expulso e entrou para o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR). Foi aí que Soso se tornou um revolucionário profissional, adotando o nome de Koba, inspirado pelo herói do romance O Parricida, de Alexander Kazbegi.


Nessa época, nosso homem forte adorava escrever poesias e chegou a trabalhar como meteorologista no Instituto Meteorológico de Tbilisi, o único emprego que teve antes de se tornar um dos governantes da Rússia, em 1917.


Até tomarem o poder, Koba e seus camaradas estudavam obsessivamente a literatura marxista e promoviam greves, agitos e expropriações. Nesta turma, seus amigos mais próximos eram o líder Lenin, Nikolai Bukharin e Leon Trotski — estes dois últimos, posteriormente, foram assassinados a partir de suas próprias ordens.


Em 1902, Stalin foi preso e mandado para a Sibéria pela primeira vez — no total, foram sete prisões. Esses exílios, no fim das contas, acabavam funcionando como um ponto de encontro para os revolucionários, ajudando-os a se organizar. E fugir até que não era difícil, pois os policiais do czar, meio frouxos, deixavam os prisioneiros escaparem com facilidade — algo bem diferente do que seria verificado, mais tarde, nos campos de concentração stalinistas.


Dois anos depois de sua primeira prisão, Stalin conheceu a família de sua futura mulher, Nádia. Em um único episódio de romantismo, ele teria salvado a moça de um afogamento no Mar Cáspio. Não se sabe se o casal foi feliz. Mas o fato é que Nádia acabou se suicidando em 1932, evento que abalou profundamente o ditador.


Eles tiveram dois filhos, Vasily e Svetlana — esta última, moça de cachos ruivos, era a menina dos olhos de Josef. O dirigente soviético teve ainda um filho em seu primeiro casamento, Yakov, que foi morto pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial — Stalin recusou-se a negociar a vida de Yakov.


Terror e progresso


Calcula-se que Stalin tenha sido o responsável pela morte de mais de um milhão de pessoas durante seu regime ditatorial — entre inimigos declarados, oponentes políticos, supostos traidores e gente inocente.


Mas o número de vítimas do stalinismo fica muito maior se contabilizados todos aqueles que foram perseguidos, torturados e enviados para campos de trabalhos forçados na Sibéria.


Desde o início da tomada do poder pelos comunistas, quando ainda tinha a função de Comissário do Povo para as Nacionalidades, ele já preconizava a inclemência e uma atitude severa e implacável do governo soviético na luta contra seus inimigos.


Após a morte de Lenin, em 1924, Stalin ainda levou alguns anos para ascender ao papel de ditador. Foi ampliando, vagarosamente, a conquista de sua autoridade pessoal. Ganhou força e popularidadede a partir de 1928, com a chamada revolução de cima para baixo — a agricultura foi coletivizada e um grande plano de industrialização fez a economia da URSS dar um salto.


Stalin também investiu pesado em habitação, educação, saúde e esporte, colhendo resultados impressionantes. O analfabetismo, por exemplo, praticamente foi erradicado. Uma das principais característica do stalinismo era justamente essa contradição: grandes realizações socioeconômicas, mas com o terror coletivo como pano de fundo.


Seja como for, a legitimidade política de Stalin baseava-se na continuidade do leninismo e nas tradições da revolução. "Por toda sua vida, ele continuou a se escorar na autoridade de Lenin", afirma o historiador Simon Sebag Montefiore.

 


Seus horários eram curiosos: insone, costumava ir ao Kremlin à noite, a partir das 23 horas. Depois de examinar documentos, ele concedia audiências, participava de reuniões, debatia questões até as 5 horas da manhã. Segundo testemunhas, Stalin chegava a examinar 200 documentos por jornada de trabalho.


Redigia textos gramaticalmente corretos, com uma caligrafia clara e legível. Desconfiado de tudo e de todos, gostava de trabalhar sozinho. "Não uso estenógrafo. Não consigo trabalhar com alguém por perto", disse certa vez ao jornalista russo Dmitri Shepilov.


Sua morte, aos 73 anos, foi cercada de mistério, uma vez que ele parecia gozar de ótima saúde. Teorias conspiratórias falam em envenenamento, mas até agora o que foi provado é que ele morreu vítima de hemorragia cerebral.


Segundo escreveu Svetlana, sua filha, no dia seguinte à morte do general, antes mesmo do sepultamento, todos os seus pertences foram recolhidos e levados pelo governo. Poucos documentos foram recuperados.


Entre eles, destacam-se três cartas que o ditador guardava a sete chaves. Uma delas era um puxão de orelhas escrito por Lenin. A segunda, um recado enviado em 1950 pelo marechal Tito, então no comando da Iugoslávia: "Stalin, pare de mandar assassinos para me matar. Já apanhamos cinco. Se isto não parar, vou mandar um homem a Moscou. E não será necessário mandar um segundo".


A terceira era do amigo Bukharin, escrita pouco antes de ser fuzilado por ordem de Stalin. Suas últimas palavras: "Koba, por que você precisa que eu morra?".


MARIANA SGARIONI/ ATUALIZADO POR FABIO PREVIDELLI PUBLICADO EM 22/01/2021


Benjamin Netanyahu dirigente israelita, incapaz de promover uma diplomacia na atual Faixa de Gaza e Cisjordânia


 PRIMEIRO-MINISTRO DE ISRAEL

Entre  1996 e 1999, eleito em  2009 é  atualmente o  Primeiro Ministro de Israel


Benjamin Netanyahu dirigente israelita, incapaz de promover uma diplomacia na atual Faixa de Gaza e Cisjordânia

 Benjamin Netanyahu, filho de professor universitário, passou grande parte de sua juventude nos Estados Unidos, onde fez estudos de Arquitetura, interrompidos para participar na Guerra Árabe-Israelense de 1967 e de 1973. Retomou os estudos em Israel em Ciências Empresariais. Iniciou a carreira política como embaixador nas Nações Unidas.

 Depois das eleições para o Parlamento de 1988, foi deputado pelo Likud no Knesset e ministro dos Negócios Estrangeiros no gabinete de Yitzhak Shamir. Em 1991, chefiou a delegação israelita na Conferência de Paz do Oriente Próximo. 

Adquirindo  fama de intransigente durante as conversações com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e, em 1933, foi presidente do Likud. Derrotou o presidente interino Shimon Peres, por estreita margem de votos, nas eleições presidenciais antecipadas devido ao assassinato de Itzhak Rabin. 

Benjamin Netanyahu revelou-se inflexível nas questões relacionadas com o processo de paz no conflito do Oriente Médio: definição das competências dos palestinos nos territórios autônomos em face da criação de um Estado independente, a devolução dos montes Golã à Síria ou os colonatos judaicos. 

Esse tipo de política causou certo esfriamento nas relações entre Israel e seus tradicionais aliados, particularmente os Estados Unidos. No Acordo de Hebron, assinado em 1997 sob pressão dos Estados Unidos, Netanyahu respeitou os princípios defendidos por Rabin. A criação, porém, de um novo colonato judaico em território palestino levou a nova fase de confrontos. Em maio de 1999, o trabalhista Ehud Barak foi eleito presidente, sucedendo a Netanyahu no cargo.

Atualmente os confrontos entre judeus e árabes palestinos na faixa de Gaza entre o Exército Israelita e  o Hamas do lado palestino. Provam que o Israel de Netanyahu não estão dispostos a  nenhum tipo de conversação para pacificar ambos os lados o que torna a diplomacia muito fraca dos israelita quanto ao futuro do nascimento da Pátria Livre Palestina. Enquanto isso milhares de inocentes de ambos os lados pagam muito caro por essa falta de uma diplomacia mais dinamizada para pacificar a região. Onde vidas de inocentes são ceifadas principalmente do lado palestino onde o alvo preciso de Israel são jovens e crianças em seus ataques que parece ser de forma proposital como se quisesse de certa forma destruir o futuro dos palestinos.


domingo, 16 de maio de 2021

Angola manda fechar templos da Igreja Universal no país


 Angola manda fechar templos da Igreja Universal no país

https://www.dw.com/

Ao menos sete templos já foram interditados. Igreja de Edir Macedo é alvo de processo na nação africana, sob acusação de fraude fiscal e outros crimes. Centenas de bispos angolanos romperam com liderança brasileira.


Fachada de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus em Luanda, Angola

Igreja Universal está presente em mais de cem países, com templos em pelo menos 12 nações africanas


A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola ordenou o fechamento dos templos da Igreja Universal do Reino de Deus no país africano. A instituição brasileira é acusada de praticar uma série de crimes e virou alvo de um processo penal na Justiça angolana.


Ao menos sete templos foram fechados pelas autoridades desde sexta-feira (14/08), todos em Luanda, capital do país. Eles ficarão sob responsabilidade do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos (Inar), ligado ao Ministério da Cultura, até que seja tomada uma decisão judicial.


A Igreja Universal afirma ter 8 milhões de fiéis no Brasil e está presente em mais de cem países ao redor do mundo, com templos em pelo menos 12 nações africanas.


Funcionando em Angola desde 1992, a Universal vive uma disputa de poder no país africano entre dois grupos. De um lado estão brasileiros e angolanos ligados ao bispo Edir Macedo, fundador da instituição, e ao líder da Universal em Angola, bispo Honorilton Gonçalves; do outro lado, pastores angolanos dissidentes comandados pelo bispo Valente Bezerra Luís.


A tensão se arrasta desde novembro do ano passado, quando cerca de 300 bispos angolanos romperam com a liderança brasileira, denunciando práticas contrárias à "realidade de Angola e da África" e acusando a Igreja de sonegação fiscal. As queixas levaram a PGR angolana a abrir um processo penal contra a Universal em dezembro.


A disputa se agravou em junho deste ano, quando os dissidentes assumiram o comando de mais de 80 templos na capital, Luanda, e nas províncias vizinhas. Em julho, uma ata foi publicada pelo grupo angolano no Diário Oficial do país, "formalizando" a destituição da liderança brasileira.


A turma pró-Macedo reagiu à publicação da ata, tachando-a de ilícita. Em meio ao processo na Justiça, a disputa entre os dois grupos segue no país.


O caso se elevou à esfera diplomática também em julho, quando o presidente Jair Bolsonaro – que tem Macedo como um de seus maiores aliados – pediu ao líder angolano, João Lourenço, garantias de proteção aos pastores brasileiros e ao patrimônio da Universal. Lourenço respondeu prometendo um "tratamento adequado" do caso na Justiça.


Em nota na sexta-feira, o procurador-geral do país, Álvaro da Silva João, disse que decidiu interditar os templos pois "há indícios suficientes da prática de crimes como associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilícita de capitais, quebra de confiança e outros atos ilegais".


Até o momento, líderes da Igreja Universal não comentaram a apreensão dos templos. Anteriormente, eles negaram as acusações dos bispos angolanos, classificando-as de "difamatórias".


Fundada pelo bispo evangélico brasileiro Edir Macedo em 1977, a Universal tem gerado polêmica por seu suposto envolvimento em atividades criminosas em todo o mundo, incluindo redes de adoção ilegal em Portugal e outros países de língua portuguesa.


Macedo, que fez grande fortuna graças à organização, foi preso em 1992 acusado de charlatanismo, estelionato e curandeirismo. Ele foi solto pouco tempo depois, e as acusações foram arquivadas por falta de provas.


EK/afp/lusa/ots

Brasil tem a maior biblioteca da América Latina Biblioteca Nacional é tema do programa Brasil em Pauta deste domingo


 Brasil tem a maior biblioteca da América Latina

Biblioteca Nacional é tema do programa Brasil em Pauta deste domingo

 

Publicado em 16/05/2021 - Por Agência Brasil - Brasília

O ano é 1810. Dom João VI estava no Brasil há dois anos e decidiu que era hora de a colônia ter sua própria biblioteca. Com livros vindos de Portugal, nasce a Biblioteca Nacional, que, em 2010 completou 200 anos e está entre as dez maiores bibliotecas do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).


Localizada no Rio de Janeiro, a Biblioteca Nacional acumula mais de 9 milhões de itens entre livros, periódicos, partituras, discos, gravuras, CDs e manuscritos. Entre os tesouros está a primeira edição do clássico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, e dois exemplares da bíblia de Mogúncia, que foi impressa em 1462 pelo próprio Johann Gutenberg, considerado o pai da imprensa.


Essas e outras curiosidades são apresentadas pelo presidente da Biblioteca Nacional, Rafael Nogueira, durante entrevista ao programa Brasil em Pauta deste domingo (16).


No programa, Nogueira também aborda os mudanças trazidas pela pandemia, já que a Biblioteca teve de suspender as visitas. “Tínhamos 1.500 visitantes por dia entre locais e estrangeiros”. Em contrapartida, segundo ele, houve um crescimento de mais de 300% na plataforma digital da biblioteca. Para o futuro, a previsão é criar uma visita virtual ao espaço. “A pandemia atrasou tudo, mas a gente vai realizar e as pessoas poderão visitá-la a partir de suas casas”, diz.



Rafael Nogueira, presidente da Biblioteca Nacional, participa do programa Brasil em Pauta na TV Brasil - Marcello Casal jr/Agência Brasil

A entrevista completa você confere no Brasil em Pauta que vai ao ar neste domingo, na TV Brasil, às 19h30.


Edição: Paula Laboissière


Morre o prefeito de São Paulo, Bruno Covas


 Morre o prefeito de São Paulo, Bruno Covas


Político estava licenciado do cargo e tratava-se no Sírio-Libanês


Publicado em 16/05/2021 -  Por Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil - São Paulo


O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morreu às 8h20 deste domingo (16), aos 41 anos, em decorrência do câncer da transição esôfago-gástrica e complicações do tratamento. O corpo do prefeito será levado para o hall do Edifício Matarazzo, sede da prefeitura paulistana, onde será feita uma homenagem restrita a amigos e familiares, devido à pandemia.


Em seguida, o corpo de Bruno Covas seguirá em carro aberto, em cortejo, pela Avenida Paulista, pelo Viaduto do Chá e Largo Paissandu e pelas avenidas São João e Ipiranga, além da Rua da Consolação e outras vias. O corpo será sepultado na cidade de Santos, terra natal do prefeito, em cerimônia também restrita à família.


Licenciado do cargo no início deste mês, Bruno Covas estava em tratamento no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.


Filho de Pedro Lopes e Renata Covas Lopes e pai do jovem Tomás Covas, Bruno nasceu em Santos, no litoral paulista, no dia 7 de abril de 1980, e foi advogado, economista e político brasileiro.


Mudou-se para a capital paulista em 1995 e, dois anos depois, filiou-se ao PSDB, seguindo os passos do avô, o ex-governador Mário Covas (1930-2001), sua grande inspiração e influência política . No partido, chegou a ser presidente estadual e nacional da Juventude do PSDB e ocupou cargos na Executiva Estadual.


Sua carreira na política começou em 2004, quando se candidatou a vice-prefeito de sua cidade natal. Dois anos depois, foi eleito deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo e reeleito para o mesmo cargo e m 2010, com mais de 239 mil votos, sendo o mais votado d aquele ano.


No ano seguinte, assumiu a Secretaria Estadual do Meio Ambiente no governo de Geraldo Alckmin, permanecendo no cargo até 2014, quando foi eleito deputado federal para o mandato 2015-2019.


Edição: Nádia Franco


sexta-feira, 14 de maio de 2021

Covid-19: mortes continuam a cair e casos oscilam positivamente Média móvel de mortes ficou em 2.126 na semana epidemiológica 18


 Covid-19: mortes continuam a cair e casos oscilam positivamente

Média móvel de mortes ficou em 2.126 na semana epidemiológica 18


 https://agenciabrasil.ebc.com.br/


Publicado em 14/05/2021        Por Jonas Valente - Repórter Agência Brasil - Brasília

A curva de mortes por covid-19 continuou na semana epidemiológica (SE) 18, de 2 a 8 de maio, a mesma trajetória de queda da semana anterior, conforme o novo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. No boletim divulgado hoje (14), foram registrados 14.879 óbitos, enquanto na semana anterior o levantamento trouxe 16.945 vidas perdidas para a doença.


O resultado representa uma queda de 12% entre as duas semanas epidemiológicas. Especialistas consideram as variações de até 15% como quadros de estabilidade. Na semana anterior a redução havia sido de 5%. A média móvel de mortes (total de vidas perdidas durante a semana dividida pelo número de dias) na semana epidemiológica 18 ficou em 2.126.


A curva de mortes durante a pandemia segue o movimento de reversão da tendência de alta da 2ª onda registrada neste ano, iniciada por um aumento intenso a partir do fim do mês de fevereiro. A inflexão teve início na semana epidemiológica 14, na 1ª quinzena de abril.


Os boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde sobre o novo coronavírus reúnem a avaliação da pasta sobre a evolução da pandemia, considerando as semanas epidemiológicas e o tipo de mediação empregada por autoridades de saúde para essas situações. A semana epidemiológica é um recorte temporal adotado por autoridades de saúde para analisar esses movimentos.


Distribuição dos novos registros de óbitos (A) por covid-19 por semana epidemiológica de notificação. Brasil, 2020-21.

Distribuição dos novos registros de óbitos (A) por covid-19 por semana epidemiológica de notificação. Brasil, 2020-21. - Divulgação/Ministério da Saúde

O número de novos casos oscilou 1% para cima. Na SE 18 foram registrados 419.904 novos diagnósticos positivos da covid-19, contra 417.760 na semana anterior. A média móvel de casos ficou em 59.986.


O resultado da SE 18 marcou um avanço na tendência de reversão do movimento de queda da curva de casos, já iniciada na semana anterior. A redução dos novos diagnósticos positivos de covid-19 foi iniciada em março, apenas com um revés na SE 13.  


Distribuição dos novos registros de casos por covid-19 por semana epidemiológica de notificação. Brasil, 2020-21.

Distribuição dos novos registros de casos por covid-19 por semana epidemiológica de notificação. Brasil, 2020-21. - Divulgação/Ministério da Saúde

Estados

Conforme o boletim epidemiológico, o número de estados com aumento nos novos casos ficou em três na semana epidemiológica 18, 15 ficaram estáveis e oito mais o Distrito Federal tiveram redução. Os acréscimos mais efetivos ocorreram no Rio de Janeiro (79%) e Piauí (31%). Já as quedas mais intensas se deram no Rio Grande do Sul (-13%) e Espírito Santo (-13%).


Quando consideradas as mortes, o número de estados com queda das curvas foi de 19 mais o DF, seis ficaram estáveis e apenas um teve acréscimo em relação ao balanço da semana anterior. As quedas mais expressivas aconteceram no Pará (-33%) e no Amazonas (-32%). O aumento ocorreu no Paraná (13%)


Mundo

A Índia ampliou sua liderança como país com mais novas mortes em todo o mundo, a partir da explosão da pandemia no local. Lá foram registrados 26.805 novos óbitos. O Brasil mantém a 2ª colocação. Em seguida, vêm Estados Unidos (4.614), Colômbia (3.367) e Argentina (2.946). Quando considerados números absolutos desde o início da pandemia, o Brasil segue na 2ª posição, atrás dos Estados Unidos (576.722).


Evolução do número de novos óbitos confirmados de covid-19 por semana epidemiológica, segundo países com maior número de óbitos.

Evolução do número de novos óbitos confirmados de covid-19 por semana epidemiológica, segundo países com maior número de óbitos. - Divulgação/Ministério da Saúde

O Brasil ocupou a 2ª colocação no ranking de casos. A liderança continuou com a Índia, que teve 2.738.624 novos diagnósticos no período. O Brasil é seguido por Estados Unidos (294.084), Turquia (166.733) e Argentina (142.293). Na comparação em números absolutos, o Brasil fica na 3ª posição, atrás dos EUA (32,6 milhões) e Índia (22,2 milhões).


Evolução do número de novos casos confirmados de covid-19 por semana epidemiológica, segundo países com maior número de casos.

Evolução do número de novos casos confirmados de covid-19 por semana epidemiológica, segundo países com maior número de casos. - Divulgação/Ministério da Saúde

 


Edição: Aline Leal


quinta-feira, 13 de maio de 2021

Giotto Pintor e arquiteto italiano / Humanismo do Trecento

Giotto di Bondone

Fuga para o Egito

A Lamentação
O beijo de Judas

São francisco pregando aos pássaros





Giotto
Pintor e arquiteto italiano
Por Dilva Frazão

Biografia de Giotto
Giotto (1266-1337) foi um pintor italiano, considerado o primeiro expoente da Pintura Renascentista. Autor do desenho do "Campanário de Giotto", torre que se ergue na Praça do Dumo, junto à Catedral Santa Maria del Fior, de Florença. Realizou obras em Assis, Roma, Pádua, Florença, Nápoles e Bolonha.

Infância e juventude
Giotto (Ambrogiotto Bordone) nasceu na pequena aldeia de Colle di Vespignano, perto de Florença, no ano de 1266. Filho de camponeses cresceu em meio ao pastoreio de ovelhas.

Conta-se que em 1272 ele foi descoberto pelo pintor Cenni di Pepo, conhecido como Cimabue, que viu seus desenhos sobre as pedras lisas do campo e o levou para estudar em seu estúdio em Florença. Dez anos durou o aprendizado de Giotto no estúdio do pintor florentino.

Início da carreira
Em 1280, Giotto acompanhou seu mestre em frequentes viagens entre Roma e Assis. Em 1287, com 21 anos, o jovem pintor casa-se com Ricevuta di Lapo del Pele, com quem teve oito filhos.
Durante esse período, aprendeu a dominar os pincéis, as cores e as formas e ao mesmo tempo desenvolveu suas próprias ideias sobre pintura. Giotto achava indispensável representar traços humanos nos santos.
São dessa fase as obras: “O Crucifixo de Santa Maria Novella” (1288-1289), conservado na nave central da Basílica de Santa Maria Novella, em Florença, “A Vírgem com o Menino e os Anjos” (1290), conservado no Museu Diocesano da Igreja de San Giorgio ala Costa, Florença e a Histórias de Isaac (1290), na Igreja de São Francisco de Assis, que compreende dois afrescos e foi pintado com a ajuda de Cimabue:
Em 1295, Gioto é consagrado mestre e filia-se à Confraria dos Pintores. Em 1296, é chamado para pintar uma série de afrescos para decorar a capela superior da Basílica de Assis. O pintor dividiu a parede da igreja em 23 afrescos e durante quatro anos, pintou em cada um deles um episódio da vida do santo.

Entre a série de afrescos pintados na Basílica de Assis estão: O Êxtase de São Francisco, A Regra Franciscana, A Morte de São Francisco, São Francisco Recebendo os Estigmas, São Francisco Diante do Papa Horácio III e Sermão aos Pássaros:

Giotto
São Francisco Diante do Papa Horácio III
Giotto
Sermão aos Pássaros
Famoso pelos afrescos de Assis, em 1298, Giotto foi levado para Roma pelo cardeal Jacopo Stefaneschi, cônego de São Pedro, para pintar um mosaico gradioso - “La Navicella” na antiga Basílica de São Pedro. Hoje, fragmentos restaurados da obra se encontram no átrio da Basílica de São Pedro.

Giotto participou também da pintura do mural comemorativo do jubileu de 1300, nas paredes da Igreja de São João de Latrão. Hoje restam fragmentos do mural - Bonifácio VIII Proclamando o Jubileu.

Giotto
Bonifácio VIII
Em 1301, Giotto abre um estúdio em Florença. Em 1304, vai para Pádua, para executar a encomenda da decoração da Cappella degli Scrovegni também conhecida como Capela Arena. 

Atrás do altar, Giotto pintou o Juízo Final, em cuja parte inferior figura Enrico Scrovegni, doando a capela dedicada à virgem. Nas paredes laterais, pintou 38 afrescos com cenas do Evangelho e da vida da Virgem e a série virtudes e os vícios. Entre eles, destaca-se Lamento ante Cristo Morto. 

Cappella degli Scrovegni
Juízo Final (Giotto)
Lamento ante Cristo Morto

 

Em 1311, Giotto retorna para Florença onde trabalha intensamente. Nessa época, pinta a Madona para a Igreja de Ognissanti.

 
Madona

 

Em 1315 inicia a pintura das capelas Peruzzi e Bardi, na Igreja de Santa Cruz. Em 1329, viaja para Nápoles a serviço de Roberto d’Anjou, onde permanece durante cinco anos. Em 1332, viaja para Bolonha, onde pinta um retábulo e decora a Capela do Castelo Galliera.

Em 1334, já em Florença é contratado como mestre-chefe das obras da construção da Catedral de Santa Maria del Fiori. Projeta o Campanário de Giotto, uma torre recoberta de mármore que se ergue junto à Catedral.


Campanário de Giotto

 

O mestre-chefe das obras desenhou o campanário, mas não pode vê-lo pronto, faleceu antes do seu término. Giotto faleceu em Florença, Itália, no dia 8 de janeiro de 1337.

Dilva Frazão


 https://www.ebiografia.com/giotto/







 

A ESCOLA NÃO COMBINA COM IDEOLOGIAS, BULLYING, AUTORITARISMO OU QUALQUER TIPO DE OPRESSÃO /// Esse é o caso de Another Brick In The Wall, do quarteto Pink Floyd. A música foi lançada em 1979, no disco The Wall, e é, até hoje, um hino do rock progressivo. E não é para menos: a letra fala sobre temáticas bastante importantes, como sistema educacional, ideologia, autoritarismo e sociedade. //Another Brick In The Wall - Pink Floyd (Legendado PT-BR)




O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO 

A escola exerce dois papéis fundamentais na sociedade: socializar e democratizar o acesso ao conhecimento e promover a construção moral e ética nos estudantes. Esses dois papéis compõem a formação de pessoas conscientes, críticas, engajadas e com potencial de transformação de si mesmas e da sociedade.

O papel da escola na formação do cidadão é essencial para o bom funcionamento da sociedade. De todo educador e de toda instituição da Educação Básica é esperada atenção especial a esse propósito social e, ainda mais após a aprovação da Base Nacional Comum Curricular, esse princípio deve nortear cada etapa do processo de aprendizagem.

Neste artigo, você vai entender com mais detalhes o lugar na escola na formação cidadã e qual é o papel dos educadores no desenvolvimento de seus estudantes para enfrentar os desafios da vida adulta e do que fazer após a escola.

Entenda o papel da escola na formação do cidadão
A escola atua em vários campos possíveis na formação integral das crianças e adolescentes. Continue lendo e saiba mais sobre a importância e o papel da escola na formação da sociedade:

A criança é o futuro da sociedade
Trabalhar para um futuro melhor, uma sociedade mais justa e um país mais próspero deve necessariamente passar por um investimento direto nas gerações futuras, ou seja, as crianças.

Como futuros cidadãos e cidadãs, as crianças devem aprender desde o princípio da vida social qual é o seu lugar no mundo, quais são os direitos e deveres de que dispõem (e como lutar por eles), e a importância de formar opiniões críticas e engajadas sobre os problemas da sociedade, do país e do mundo.

Nesse processo, as crianças estão inseridas em um contexto histórico e social próprio, no qual serão também agentes. A escola deve colaborar para que os mais jovens aprendam a ser e estar nesse contexto, assimilando o funcionamento das instituições, o modo como os conhecimentos são construídos e qual é o espaço que temos de transformação.

O trabalho educativo, portanto, está centrado na assimilação da cultura e do conhecimento que levará à formação histórica e social necessária para que o novo cidadão consiga compreender o contexto de sua existência e como pode se tornar um agente histórico.

O desenvolvimento da individualidade

A escola é o ambiente primário da socialização fora da família, sendo um dos espaços primordiais para a construção da personalidade de cada um. Cada indivíduo que ingressa na escola tem a oportunidade de construir as próprias opiniões, compartilhar ideias e, em último lugar, formar a própria personalidade.

Sendo assim, a socialização escolar é fundamental para desenvolver a autonomia na criança, que aprende a reproduzir as relações sociais e, a partir da convivência, consegue construir seu próprio modo de pensar e existir em sociedade. É esse trabalho que levará à formação de indivíduos críticos.

O estímulo ao pensamento crítico e à autonomia

Uma vez consolidados os aprendizados básicos sobre o funcionamento da sociedade, o papel da escola é estimular o pensamento crítico, a autonomia, a colaboração e cooperação entre indivíduos e a capacidade de tomada de decisões. Essas são habilidades essenciais para os futuros cidadãos na condução dos processos históricos dos quais eles serão agentes.

A escola pode trabalhar para isso promovendo debates e discussões com rigor e excelência de conhecimento; estimulando que os alunos desenvolvam projetos próprios e estimulando o ingresso na vida acadêmica e, a depender, na produção de conhecimento, como veremos adiante.

Saiba como motivar os alunos para a vida acadêmica

O trabalho de tornar os estudantes mais autônomos, independentes e críticos já é parte do preparo que a escola deve ter na formação e já serve como gatilho para que eles tenham interesse natural em continuar os estudos e investir na própria vida acadêmica.

Especialmente na terceira série do Ensino Médio, falar sobre carreira, profissão e cursos universitários deve ser comum. Os professores devem informar os estudantes sobre processos seletivos, bolsas de estudo, ENEM, além de incentivar uma boa orientação profissional por meio de eventos e programação especial.

ENEM e vestibulares

A escola deve preparar palestras específicas e inserir, na grade curricular normal, alguns momentos para explicar e tirar dúvidas dos estudantes sobre vestibulares e processos seletivos em geral, além de obtenção de bolsas de estudo e financiamento estudantil. Um dos focos principais deve ser o ENEM, principal porta de entrada para o Ensino Superior no Brasil.

Orientação profissional

Se a escola contar com psicólogo e orientador profissional em seu corpo de funcionários, a preparação psicológica e o processo de escolha de curso superior e de carreira para os alunos e alunas pode ganhar um bom aliado com este profissional. Docentes e coordenação devem estimular os estudantes a procurarem o orientador e marcarem sessões fixas esporádicas para que o acompanhamento seja feito de forma mais próxima.

Feiras de profissões

A escola pode organizar ao longo do ano uma feira de profissões, ou articular recursos para organizar uma excursão para levar os estudantes a uma feira universitária. Essa programação é uma ótima forma de aproximar os alunos e alunas do ambiente universitário e dos cursos na prática, podendo conversar com estudantes dos cursos e profissionais já formados.

Uma outra forma fácil de promover essa vivência dentro da escola é organizar um evento e convidar ex-estudantes da instituição, que estejam cursando diferentes tipos de graduação, para conversar com os alunos do Ensino Médio.

O pós-escola: Orientando para os desafios da vida adulta
A formação de um cidadão e adulto vai para muito além do vestibular e da definição profissional. É preciso orientar o jovem para os desafios que virão com a grande autonomia que a vida adulta, como um todo, traz.

Nesse momento, os estudantes estão enfrentando grandes desafios em suas vidas: escolher uma graduação, por vezes sair de casa, mudar-se de cidade, ter que lidar com muitas transformações muito rapidamente em ambiente não familiar.

A responsabilidade por suavizar os baques e eventuais problemas não é apenas da família, mas também da escola, que tem estrutura e suporte para oferecer uma orientação especializada.

Essa orientação pode estar dentro da grade curricular, com palestras e oficinas sobre esse momento de transição, ou também por meio de trabalhos e projetos extracurriculares que podem ser desenvolvidos, como oficinas de cidadania e responsabilidade civil, cursos de empreendedorismo e projeto de vida, entre outros.

O intuito é, também, mostrar a infinidade de possibilidades que há na vida para se seguir, ajudando a reduzir o peso do momento da escolha no vestibular e dando uma perspectiva mais ampla para o que é possível fazer e apostar na vida.

Conclusão

O papel último da escola é formar, idealmente, cidadãos éticos, social e ambientalmente responsáveis, com criticidade e autonomia de pensamento e engajados em transformar e melhorar a sociedade em que vivem. A formação cidadã busca este ideal orientando da melhor forma possível o processo de crescer e começar a atuar.

Docentes e coordenadores, ao longo de todo o Ensino Básico, devem ter essa referência em mente, reforçando em cada estudante a importância de colocar-se politicamente no mundo e de transformar seu meio com base na profissão que escolherem e no caminho que estiverem aptos a seguir.



https://www.somospar.com.br/


Conflito de Gaza se intensifica com barragens de foguetes e ataques aéreos (Reuters)



Conflito de Gaza se intensifica com barragens de foguetes e ataques aéreos

Por Nidal al-Mughrabi , Jeffrey Heller



GAZA / JERUSALÉM (Reuters) -Militantes palestinos dispararam mais foguetes contra o coração comercial de Israel na quinta-feira, enquanto Israel mantinha uma campanha de bombardeio na Faixa de Gaza e concentrava tanques e tropas na fronteira do enclave.


Quatro dias de combates na fronteira não mostraram sinais de diminuir, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a campanha "levará mais tempo". Autoridades israelenses disseram que o grupo governante de Gaza Hamas deve receber um forte golpe de dissuasão antes de qualquer cessar-fogo.


A violência também se espalhou para comunidades mistas de judeus e árabes em Israel, uma nova frente no longo conflito. Sinagogas foram atacadas e combates eclodiram nas ruas de algumas cidades, levando o presidente de Israel a alertar sobre uma guerra civil.


Pelo menos 103 pessoas foram mortas em Gaza, incluindo 27 crianças, nos últimos quatro dias, disseram autoridades médicas palestinas. Somente na quinta-feira, 49 palestinos foram mortos no enclave, o maior número em um dia desde segunda-feira.


Sete pessoas foram mortas em Israel: um soldado que patrulhava a fronteira de Gaza, cinco civis israelenses, incluindo duas crianças, e um trabalhador indiano, disseram as autoridades israelenses.


Preocupados com a possibilidade de as piores hostilidades na região em anos saírem do controle, os Estados Unidos enviaram um enviado, Hady Amr. Os esforços de trégua do Egito, Catar e das Nações Unidas ainda não deram sinais de progresso.


O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu na quinta-feira uma diminuição da violência, dizendo que queria ver uma redução significativa nos ataques de foguetes.


Militantes dispararam salvas de foguetes em Tel Aviv e cidades vizinhas com o sistema anti-míssil Iron Dome interceptando muitos deles. Comunidades perto da fronteira com Gaza e da cidade de Beersheba, no deserto ao sul, também foram visadas.


Cinco israelenses foram feridos por um foguete que atingiu um prédio perto de Tel Aviv na quinta-feira.


Três foguetes também foram disparados do Líbano contra Israel, mas caíram no Mar Mediterrâneo, disseram os militares. Parecia ser uma demonstração de solidariedade a Gaza por grupos palestinos no Líbano, ao invés do início de qualquer ofensiva.


Em Gaza, aviões de guerra israelenses atingiram um prédio residencial de seis andares que pertencia ao Hamas. Netanyahu disse que Israel atingiu um total de cerca de 1.000 alvos militantes no território.


Promotor do TPI alerta contra crimes na escalada da violência israelense-palestina

Alemanha alerta para protestos à medida que o conflito de Gaza se intensifica


Aeronaves israelenses também atacaram um quartel-general da inteligência do Hamas e quatro apartamentos pertencentes a comandantes do grupo, disseram os militares, acrescentando que as casas eram usadas para planejar e dirigir ataques contra Israel.


Diplomatas disseram que os Estados Unidos, um aliado próximo de Israel, se opõe a um pedido da China, Noruega e Tunísia para uma reunião pública virtual do Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira para discutir a violência.


O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse a repórteres que tal reunião seria melhor na próxima semana para dar tempo à diplomacia na esperança de conseguir uma redução da escalada.


Parado ao lado de uma estrada de Gaza danificada por ataques aéreos israelenses, Assad Karam, 20, um trabalhador da construção civil, disse: “Estamos enfrentando Israel e o COVID-19. Estamos entre dois inimigos. ”


Em Tel Aviv, Yishai Levy, um cantor israelense, apontou para os estilhaços que caíram na calçada de sua casa.


“Quero dizer aos soldados israelenses e ao governo: não parem até terminar o trabalho”, disse ele à televisão YNet.


Israel lançou sua ofensiva depois que o Hamas disparou foguetes contra Jerusalém e Tel Aviv em retaliação aos confrontos da polícia israelense com os palestinos perto da mesquita al-Aqsa em Jerusalém Oriental durante o mês de jejum muçulmano do Ramadã.


Várias companhias aéreas estrangeiras cancelaram voos para Israel por causa dos distúrbios.


'DISRUPTING' HAMAS


O general-de-brigada Hidai Zilberman, o porta-voz do exército israelense, disse que os ataques a locais de produção e lançamento de foguetes de militantes estão “interrompendo as atividades do Hamas”, mas ainda não a ponto de interromper os ataques.


“É mais difícil para eles, mas temos que dizer com justiça que o Hamas é um grupo organizado, que tem a capacidade de continuar a atirar por vários dias mais nos locais que tem como alvo em Israel”, disse ele sobre Israel. Canal 12 TV.


Ele disse que entre 80 e 90 militantes foram mortos em ataques israelenses.


Zilberman disse que Israel está “formando forças na fronteira de Gaza”, um desdobramento que levantou especulações sobre uma possível invasão terrestre, um movimento que lembraria incursões semelhantes durante as guerras Israel-Gaza em 2014 e em 2009.


Correspondentes de assuntos militares israelenses, que são informados regularmente pelas forças armadas, disseram, no entanto, que uma grande operação terrestre é improvável, citando o alto número de baixas entre os riscos.


O porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Ubaida, respondeu ao aumento das tropas com desafio, pedindo aos palestinos que se levantassem.


RECURSOS ESTRANGEIROS

Até o momento, cerca de 1.750 foguetes foram disparados contra Israel, dos quais 300 ficaram aquém da Faixa de Gaza, disseram os militares israelenses.


A agência da ONU para refugiados palestinos, UNRWA, disse que duas de suas escolas foram atingidas na terça e na quarta-feira “no contexto de ataques aéreos de Israel”, e que pelo menos 29 salas de aula foram danificadas.


A escola está em recesso em Gaza, e as aulas também foram suspensas em muitas partes de Israel, incluindo em uma cidade onde uma escola vazia foi atingida por um foguete na terça-feira.


O primeiro-ministro britânico Boris Johnson pediu uma "redução urgente" da violência e o presidente francês Emmanuel Macron pediu um "reinício definitivo" das negociações entre israelenses e palestinos congeladas.


O presidente russo, Vladimir Putin, e o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, também apelaram pelo fim dos combates.


As hostilidades alimentaram a tensão entre os judeus israelenses e a minoria árabe de 21% do país que vive ao lado deles em algumas comunidades.


Grupos judeus e árabes atacaram pessoas e danificaram lojas, hotéis e carros durante a noite. Em Bat Yam, ao sul de Tel Aviv, dezenas de judeus espancaram e chutaram um homem que pensava ser árabe enquanto ele estava deitado no chão.


Uma pessoa foi baleada e gravemente ferida por árabes na cidade de Lod, onde as autoridades impuseram toque de recolher, e mais de 150 prisões foram feitas em Lod e em cidades árabes no norte de Israel, disse a polícia.


O presidente israelense Reuven Rivlin pediu o fim “desta loucura”.


Embora a última agitação em Jerusalém tenha sido o gatilho imediato para as hostilidades, os palestinos estão frustrados com os reveses em suas aspirações por um estado independente nos últimos anos, incluindo o reconhecimento de Washington da disputada Jerusalém como a capital de Israel.


Na frente política israelense, as chances de Netanyahu de permanecer no poder após uma eleição inconclusiva de 23 de março pareceram melhorar significativamente depois que seu principal rival, o centrista Yair Lapid, sofreu um grande revés nos esforços para formar um governo.


Reportagem de Nidal al-Mughrabi, Rami Ayyub e Dan Williams, reportagem adicional de Nandita Bose e Steve Holland em Washington e Michelle Nichols em Nova York Edição de Timothy Heritage, Angus MacSwan, Frances Kerry e Howard Goller


Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.



 

NOS 133 ANOS DO FIM DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL, VEJA 5 MITOS SOBRE A LEI ÁUREA // A história do famoso decreto assinado pela Princesa Isabel é por vezes distorcida


Princesa Isabel



Escravizados numa fazenda na província de Minas Gerais, 1876 - Coleção Princesa Isabel: Fotografia do século XIX, via Wikimedia Commons



 NOS 133 ANOS DO FIM DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL, VEJA 5 MITOS SOBRE A LEI ÁUREA

A história do famoso decreto assinado pela Princesa Isabel é por vezes distorcida


ANDRÉ NOGUEIRA/ ATUALIZADO POR INGREDI BRUNATO, SOB SUPERVISÃO DE THIAGO LINCOLINS PUBLICADO EM 13/05/2020 


O dia 13 de maio possui uma importância inegável para a história brasileira, marcando o data em que a escravidão finalmente foi abolida no Brasil através da promulgação da Lei Áurea. Nosso país foi o último do Ocidente a tomar essa decisão, inclusive, tendo retardado o fim da legalidade do cativeiro de trabalhadores.


Uma ocorrência curiosa é que, apesar desse momento ter uma grande relevância histórica, ainda existem diversos aspectos que são difundidos de maneira que não reflete a realidade da época. 


A figura da própria Princesa Isabel, por exemplo, que foi responsável pela assinatura do decreto, tem suas motivações por trás do ato interpretadas frequentemente de maneira simplificada. 


E não foram apenas os objetivos monárquicos que foram distorcidos: os posicionamentos e atitudes relacionados à escravidão de vários setores da sociedade brasileira passaram por esse processo, escondendo assim uma série de mitos sobre a história do Brasil. 


Pensando nisso, separamos 5 dessas afirmações não tão precisas, para assim devolver a clareza a esse período marcante da trajetória nacional. 


1. A abolição foi obra da Princesa Isabel

A professora Angela Alonso, autora de Flores, Votos e Balas, resume: "Depois da abolição, aconteceram várias celebrações em torno da Princesa Isabel. Parte dos abolicionistas, inclusive, associou a abolição à Coroa. Mas [a Princesa] teve uma importância bem lateral. Há vários líderes negros que foram muito importantes". Ou seja, se esquece dos principais interessados na abolição: os escravos.


“Os próprios escravos contribuíram de forma decisiva para acelerar o processo do fim da escravidão”, adiciona o historiador Ricardo Tadeu Caires Silva, da Universidade Estadual do Paraná, à BBC. “A abolição foi feita muito mais por uma pressão das ruas, das senzalas, do que por uma decisão política com base na bondade”.


Ao contrário do que diz o senso comum, o núcleo da luta pela abolição não era uma vontade humanista por parte da monarquia, mas uma série de lutas e revoltas no interior das fazendas, que foram suprimidas.


A Lei Áurea é o culminar de todo um projeto de pressão social pelo fim da escravidão, que foi adiada com leis conservadoras como o Ventre Livre e a do Sexagenário.

 


Não ha dúvidas: a abolição da escravatura seria assinada por qualquer um que estivesse no poder. O adiamento da execução não ocorreu por uma discordância entre o Imperador e a Princesa, mas por conta de uma inviabilidade vista pelo governo, que tinha seu principal apoio na elite escravista. As pressões sociais, porém, obrigaram o governo a se modernizar economicamente e acabar com a questão servil.


As motivações que levaram à Lei Aurea não eram de motriz humanista ou social, mas essencialmente produtiva, e a herdeira do trono, com pressões causadas pelas revoltas escravas, enxergava, assim como o pai, a ação como premeditada.


3. A luta contra a escravidão foi pacífica



Aqui, prevalece uma confusão de protagonismo. Na luta pela abolição por parte da monarquia, essa questão se tronou pauta a partir de 1850. No entanto, a emancipação dos cativos já era socialmente exigida desde o século 16: escravos lutavam por sua liberdade há séculos.


Famílias negras livres também integraram à luta emancipacionista muito antes dela se tornar uma pauta econômica do Império. Nomes importantes como Luís Gama, José do Patrocínio, André Rebouças e outros negros batalharam não apenas pelo fim do serviço senhorial, mas pelo auxílio aos libertos, que eram desamparados (e continuaram com as decisões políticas da Princesa Isabel e da República).


Uma das maiores especialistas em escravidão do Brasil, Maria Helena Machado, da USP, lembra em entrevista à BBC da pressão que a violência das revoltas contra os senhores teve na pressão pela abolição: "Eram crimes planejados, insurreições. Muitas vezes, em reação à violência física contra os escravos”.


Ou seja, muitas dessas ações tiveram um cunho revolucionário. "Aqueles que vencem a batalha é que fazem a narrativa. Nós historiadores temos que reconstituir o processo da batalha, para recuperar as vozes daqueles que não foram ouvidas".


4. Os governantes estavam do lado dos escravos


Ao contrario do que se costuma afirmar, o que resultou na Lei Áurea não era um afeto da monarquia pelos negros, mas o medo de uma revolta generalizada como aconteceu no Haiti, que quebraria a lógica do poder e dominação senhoriais.


É o que defende Luís Felipe de Alencastro, historiador e cientista político, que afirma que a abolição foi um movimento conservador de manutenção dos privilégios, para a elaboração, ainda excludente, de uma nova fase econômica controlada pela elite. “No final, a ideia de reforma agrária capotou”, disse Luís em entrevista à BBC.


Muitos dos agentes centrais do movimento pela emancipação foram esquecidos e caíram no anonimato, num esforço conjunto de monarquia e república de acabar com a memória dos negros no Brasil.


Resumidos em alguns nomes mais conhecidos e ligados à ideologia monárquica, como José do Patrocínio (normalmente lido como caricatura), isso serve a um projeto de protagonismo da elite branca.


5. Um marco contra o racismo


O período pós-abolição é central na compreensão das mazelas que ainda atingem a sociedade brasileira, marcada pela exclusão de negros em favelas e empregos de baixa remuneração e qualidade.


O projeto abolicionista nunca teve uma matriz humanista de auxílio aos emancipados, que foram deixados à própria sorte, sem propriedade e excluídos do mundo do trabalho, que esperava uma substituição com base na mão de obra europeia.


A inclusão do negro na sociedade não era pauta do governo. “Agora, a gente tem condições mais favoráveis pra voltar a esse 13 de maio com outros olhares e outras perguntas que permitam reconhecer os esforços negros na luta contra a escravidão. Porque, ainda que o projeto dessas pessoas não tenha sido o vitorioso, não se pode ignorar a luta dessas pessoas. Isso é um outro roubo de historicidade da experiência negra”, afirmou Ana Flávia Magalhães, da UnB, ao portal Terra.


“É importante a gente pensar nos abolicionistas lá do século 19 e o que a gente está enfrentando aqui hoje. Essa situação hoje é lastimável, de um racismo atemporal que se organiza no Brasil e que muita gente que está no topo do comando político tem ojeriza de sequer citar esse debate, quanto mais enfrentar o que essa situação de exclusão histórica produziu e impactou no projeto de vida da coletividade negra do país”, lembra a pesquisadora e ativista baiana Vilma Reis.

A democracia racial


 A democracia racial 

A democracia racial é um termo usado por algumas pessoas para descrever relações raciais no Brasil. O termo denota a crença de alguns estudiosos que o Brasil escapou do racismo e da discriminação racial. Estudiosos afirmam que os brasileiros não vêem uns aos outros através da lente da raça e não abrigam o preconceito racial em relação um ao outro. Por isso, enquanto a mobilidade social dos brasileiros pode ser limitada por vários fatores, gênero e classe incluído, a discriminação racial é considerada irrelevante (dentro dos limites do conceito da democracia racial).


O conceito foi apresentado inicialmente pelo sociólogo Gilberto Freyre, na sua obra Casa-Grande & Senzala, publicado em 1933. Embora Freyre jamais tenha usado este termo nesse seu trabalho, ele passou a adotá-lo em publicações posteriores, e suas teorias abriram o caminho para outros estudiosos popularizarem a ideia.



Freyre argumentou que vários fatores, incluindo as relações estreitas entre senhores e escravos antes da emancipação legal dada pela Lei Áurea em 1888, e o caráter supostamente benigno do imperialismo Português impediu o surgimento de categorias raciais rígidas. Freyre também argumentou que a miscigenação continuada entre as três raças (ameríndios, os descendentes de escravos africanos e brancos) levaria a uma "meta-raça". A teoria se tornou uma fonte de orgulho nacional para o Brasil, que se contrastou favoravelmente com outros países, como os Estados Unidos, que enfrentava divisões raciais que levaram a significantes atos de violência. Com o tempo, a democracia racial se tornaria amplamente aceita entre os brasileiros de todas as faixas e entre muitos acadêmicos estrangeiros. Pesquisadores negros nos Estados Unidos costumavam fazer comparações desfavoráveis entre seu país e o Brasil durante a década de 1960.


Nas últimas quatro décadas, principalmente a partir da publicação em 1976 de Preto no Branco, escrito por Thomas Skidmore, um estudo revisionista das relações raciais brasileiras, os estudiosos começaram a criticar a noção de que o Brasil seja de verdade uma democracia racial. Skidmore argumenta que a elite predominantemente branca na sociedade brasileira promoveu a democracia racial para obscurecer formas de opressão racial.



Os críticos que se opõem à ideia da democracia racial, afirmando que ela seja um mito, frequentemente usam como base a alegação genérica de que não seria possível definir com exatidão à qual raça uma pessoa pertença realmente, visto que os próprios indivíduos não são capazes de se definir. Muitos pesquisadores relatam estudos em que demonstram a discriminação generalizada nos campos do emprego, educação e política eleitoral. O uso aparentemente paradoxal da democracia racial para obscurecer a realidade do racismo tem sido referido pelo estudioso Florestan Fernandes como o "preconceito de não ter preconceitos". Ou seja, porque o Estado assume a ausência de preconceito racial, ele não consegue fazer cumprir o que existem poucas leis para combater a discriminação racial, pois acredita que tais esforços sejam desnecessários.


Michael Hanchard, cientista político da Universidade John Hopkins, argumenta que a ideologia da democracia racial, muitas vezes promovida por aparatos estatais, impede uma ação efetiva de combate à discriminação racial, levando as pessoas a atribuírem a discriminação a outras formas de opressão e permitindo que funcionários do governo acusados neguem a sua existência, mesmo que apenas inicialmente.


Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia_racial_no_Brasil

http://www.imil.org.br/artigos/a-importancia-de-gilberto-freyre-para-a-construcao-da-nacao-brasileira-parte-ii/

Anvisa autoriza uso emergencial de coquetel contra a covid-19/ Medicação deve ser usada no início dos sintomas da doença


 Anvisa autoriza uso emergencial de coquetel contra a covid-19

Medicação deve ser usada no início dos sintomas da doença

 

Publicado em 13/05/2021 -  Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil - Brasília

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou hoje (13) o uso em caráter emergencial de um novo coquetel de anticorpos para o tratamento de pacientes com covid-19. A área técnica e os diretores avaliaram que o uso combinado dos medicamentos Banlanivimabe e Etesevimabe, da empresa Eli Lilly do Brasil, para casos em estágios iniciais traz benefícios, ainda que permaneçam algumas incertezas.


Os anticorpos objetivam neutralizar o vírus antes que ele entre na célula. Conforme análise dos técnicos da agência, eles têm potencial de eficácia maior quando empregados conjuntamente do que no uso individual.


De acordo com as equipes de análise da agência, quando utilizados juntos, os dois medicamentos podem reduzir em até 70% a incidência da covid-19. Tal eficácia se daria em pacientes que ainda não tenham evoluído para quadro grave e tenham alto risco de progressão.


O termo “alto risco” envolve pessoas com condições de saúde como idade avançada, obesidade, doença cardiovascular, diabetes mellitus tipos 1 e 2, doença pulmonar crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica ou imunossuprimidos.


A orientação é que a aplicação seja feita em hospitais, em razão da estrutura disponível e dos profissionais que realizam o procedimento. A Anvisa não indicou o uso em pacientes com quadros graves, situações em que o coquetel pode agravar o problema. Os remédios não poderão ser comercializados.


O uso emergencial foi autorizado por 12 meses. O tempo de espera para uso do coquetel, após aberto, não pode ser superior a 24 horas em ambiente refrigerado e sete horas em temperatura ambiente.


“Durante a emergência de saúde pública, a autorização emergencial é instrumento regulatório para fomentar tempestivamente opções terapêuticas mesmo em face de um produto em desenvolvimento clínico”, declarou a diretora Meiruze Freitas.


“A partir dos dados apresentados, os benefícios conhecidos e potenciais dos medicamentos quando utilizados em uso emergencial superam os seus riscos”, complementou o também diretor Alex Campos.


Incertezas

A indicação é que o coquetel seja aplicado a adultos. No caso de adolescentes, não houve comprovação de eficácia nos ensaios clínicos. A equipe técnica da Anvisa também apontou o que chama de “incertezas”, ou pontos não comprovados pelos documentos enviados pelo fabricante. Os técnicos defenderam a continuidade do monitoramento do uso do grupo de medicamentos para avaliar seus efeitos.


Entre as incertezas está a falta de ação contra a variante P1, existente no território brasileiro. “Isso gerou muita discussão na área porque a gente sabe que é uma variante significativa na nossa realidade. Muitas vezes o diagnóstico e teste para identificar a variante é mais limitado. Como essa associação de anticorpo mostrou resultados favoráveis, há incerteza de eficácia contra variante, mas ainda assim tem benefício plausível”, analisou o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes.


Este ponto foi considerado pelos diretores. “Ainda que haja pontos que não podem ser respondidos em sua totalidade, como a comprovação de eficácia clínica do produto contra a variante P1, é indiscutível o impacto que um medicamento que impede a progressão da doença pode trazer aos serviços de saúde”, concluiu a diretora Cristine Jourdan.


Edição: Denise Griesinger


quarta-feira, 12 de maio de 2021

Brasil compra mais 100 milhões de doses da vacina COVID-19 da Pfizer


 Brasil compra mais 100 milhões de doses da vacina COVID-19 da Pfizer

Pela equipe da Reuters

BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Saúde do Brasil anunciou na terça-feira que assinou um acordo para a Pfizer entregar mais 100 milhões de doses de sua vacina COVID-19, dobrando o número de vacinas da empresa.


As vacinas adicionais serão entregues entre setembro e dezembro, informou o Ministério da Saúde em nota.


Isso se soma a um acordo no início do ano para 100 milhões de doses iniciais, das quais o Brasil recebeu apenas 1,6 milhão até agora.


O Brasil registrou o segundo surto de coronavírus mais mortal do mundo e continua com uma média de mais de 2.000 mortes por dia. Mais de 425.000 pessoas morreram de COVID-19 desde o início da pandemia, de acordo com o Ministério da Saúde.


Cerca de 15% da população brasileira recebeu pelo menos uma dose da vacina, de acordo com o ministério, bem menos do que a maioria dos países europeus e norte-americanos.


Reportagem de Ricardo Brito; Escrito por Jake Spring; Edição de Cynthia Osterman


Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.