contas, sozinho, não tem o poder de levar ao impeachment da presidente, mas alertou que uma eventual reprovação das contas pelo Congresso Nacional pode levar a novos pedidos de impeachment.
"Se você tiver o parecer e ele provocar a rejeição das contas e essa rejeição for aprovada pelo Congresso Nacional, provavelmente será um outro pedido [de impeachment]. Vai fundamentar um outro tipo de pedido. E mesmo assim, ainda vai ficar naquela discussão de que se trata [de um ato] do mandato anterior ou do atual mandato", afirmou Cunha.
Cunha defende publicamente que processos de impeachment só podem ser abertos se houver indícios de crime de responsabilidade cometido durante o atual mandato da presidente. Como as "pedaladas fiscais" foram cometidas durante o mandato anterior, há divergências sobre se os pedidos de impeachment que acusam o governo de improbidade administrativa em 2014 poderiam tramitar no segundo mandato da presidente.
Como presidente da Câmara, cabe a Cunha dar prosseguimento aos pedidos de impeachment que chegam à Casa. Pelo menos 20 pedidos foram enviados à Câmara desde o início do segundo mandato da presidente Dilma. Na última quarta-feira (30), foi publicado o arquivamento de três pedidos de impeachment contra Dilma.
Cunha disse que deverá despachar todos os pedidos nas próximas duas semanas. Ele disse que deverá passar o final de semana analisando dois pedidos de impeachment "mais substanciais", mas disse que entre eles não está o que foi feito por um dos fundadores do PT Hélio Bicudo.
Novos ministros do PMDB
Mesmo tendo dois peemedebistas tidos como seus aliados entre os novos ministros do governo Dilma, Cunha criticou a reforma ministerial anunciada nesta sexta. Os ministros ligados a Cunha são Celso Pansera (PMDB-RJ), atual ministro da Ciência e Tecnologia, e Marcelo Castro (PMDB-PI), que ficou com o ministério da Saúde. Para Cunha, a economia gerada pelos cortes do governo será mínima e não deverá trazer apoio político na Câmara.
"Acho que o governo deu um primeiro sinal, uma mostra de economia. Ainda pífio. Insuficiente pro tamanho do rombo das contas públicas. Falaram que iam reduzir 10 ministérios, mas reduziram oito. A minha proposta era que viesse a 20. Mas é um sinal positivo", afirmou Cunha.
Ao falar sobre uma possível melhora das relações entre o governo e o PMDB na Câmara, Cunha disse que a reforma não muda a atual conjuntura. "Para efeito da base, eu não vi grande mudança. Quem se posiciona favorável [ao governo] e que é do PMDB, continuará. E quem é contra, continuará. Essa reforma não teve o condão de trazer quem é contra. Para mim, está a mesma coisa", disse o presidente.
Contas na Suíça
Cunha voltou a se recusar a comentar as suspeitas de que ele e sua família mantivessem contas bancárias na Suíça. Nesta semana, o Ministério Público suíço transferiu uma investigação sobre contas bancárias mantidas por Cunha no país europeu. Há suspeitas de que elas eram utilizadas para lavar dinheiro.
No início do ano, Cunha depôs à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras na Câmara e negou ter contas no exterior, mas as autoridades suíças sustentam que Cunha e sua família mantinham pelo menos quatro contas no país e que US$ 5 milhões foram bloqueados.
"Eu não vou falar sobre esse assunto", disse Cunha ao ser questionado se temia ter o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar por ter supostamente mentido durante seu depoimento à CPI.
No início desta tarde, Cunha emitiu uma nota na qual reitera o teor de seu depoimento à CPI e diz desconhecer o conteúdo das informações sobre suas supostas contas no exterior.
Cunha foi denunciado em agosto pela Procuradoria Geral da República por seu envolvimento no esquema investigado pela operação Lava Jato, que apura irregularidades em contratos de estatais como a Petrobras e a Eletrobras.
Ele é suspeito de ter recebido propina por contratos firmados por empreiteiras junto à Petrobras. Segundo um dos delatores da operação Lava Jato, João Henriques, Cunha recebeu propina por contratos da Petrobras no Benin por meio de contas na Suíça.
Konstantinos - Uranus
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Balança comercial brasileira tem melhor setembro desde 2011
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Ministro Armando Monteiro, em Brasília. 3/3/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou superávit de 2,944 bilhões de dólares em setembro, melhor marca para o mês em quatro anos, consolidando uma das poucas frentes em que o país tem registrado dados positivos.
O resultado veio acima da expectativa de 2,4 bilhões de dólares apontada em pesquisa Reuters com economistas, ajudando o superávit no acumulado do ano a alcançar 10,246 bilhões de dólares, o mais alto para o acumulado de janeiro a setembro desde 2012, quando foi de 15,695 bilhões de dólares.
O desempenho, contudo, segue refletindo a deterioração econômica, já que as importações vêm caindo mais que as exportações em meio à fraqueza na atividade e valorização do dólar frente ao real.
Em setembro, a queda nas importações foi de 32,7 por cento sobre um ano antes pela média diária, a 13,204 bilhões de dólares, ao passo que o recuo nas exportações na mesma base foi de 13,8 por cento, a 16,148 bilhões de dólares.
Com isso, o saldo positivo para setembro foi o mais forte desde 2011, quando somou 3,074 bilhões de dólares.
Nesta quinta-feira, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, estimou que o superávit no ano chegará a cerca de 15 bilhões de dólares, melhorando a projeção sobre leitura anterior de até 12 bilhões de dólares.
A balança comercial no azul vem diminuindo o déficit brasileiro em conta corrente, apesar da vertiginosa queda no preço de importantes commodities para a pauta comercial brasileira continuar ofuscando o aumento dos volumes exportados.
Foi o que aconteceu em setembro com o minério de ferro e o farelo de soja, que viram os embarques em dólares caírem 40,4 por cento e 23,7 por cento, respectivamente, na comparação com igual mês do ano passado.
A exportação de produtos básicos, em geral, sofreu recuo de 19,6 por cento no mês sobre um ano antes, enquanto semimanufaturados tiveram queda de 12,2 por cento e manufaturados, declínio de 4,6 por cento.
Na ponta das importações, houve retração em setembro em todas as categorias, sendo de 61,9 por cento em combustíveis e lubrificantes, de 27,4 por cento em bens de capital, de 26,0 por cento em matérias-primas e intermediários e de 23,4 por cento em bens de consumo.
(Por Marcela Ayres)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
Ministro Armando Monteiro, em Brasília. 3/3/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou superávit de 2,944 bilhões de dólares em setembro, melhor marca para o mês em quatro anos, consolidando uma das poucas frentes em que o país tem registrado dados positivos.
O resultado veio acima da expectativa de 2,4 bilhões de dólares apontada em pesquisa Reuters com economistas, ajudando o superávit no acumulado do ano a alcançar 10,246 bilhões de dólares, o mais alto para o acumulado de janeiro a setembro desde 2012, quando foi de 15,695 bilhões de dólares.
O desempenho, contudo, segue refletindo a deterioração econômica, já que as importações vêm caindo mais que as exportações em meio à fraqueza na atividade e valorização do dólar frente ao real.
Em setembro, a queda nas importações foi de 32,7 por cento sobre um ano antes pela média diária, a 13,204 bilhões de dólares, ao passo que o recuo nas exportações na mesma base foi de 13,8 por cento, a 16,148 bilhões de dólares.
Com isso, o saldo positivo para setembro foi o mais forte desde 2011, quando somou 3,074 bilhões de dólares.
Nesta quinta-feira, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, estimou que o superávit no ano chegará a cerca de 15 bilhões de dólares, melhorando a projeção sobre leitura anterior de até 12 bilhões de dólares.
A balança comercial no azul vem diminuindo o déficit brasileiro em conta corrente, apesar da vertiginosa queda no preço de importantes commodities para a pauta comercial brasileira continuar ofuscando o aumento dos volumes exportados.
Foi o que aconteceu em setembro com o minério de ferro e o farelo de soja, que viram os embarques em dólares caírem 40,4 por cento e 23,7 por cento, respectivamente, na comparação com igual mês do ano passado.
A exportação de produtos básicos, em geral, sofreu recuo de 19,6 por cento no mês sobre um ano antes, enquanto semimanufaturados tiveram queda de 12,2 por cento e manufaturados, declínio de 4,6 por cento.
Na ponta das importações, houve retração em setembro em todas as categorias, sendo de 61,9 por cento em combustíveis e lubrificantes, de 27,4 por cento em bens de capital, de 26,0 por cento em matérias-primas e intermediários e de 23,4 por cento em bens de consumo.
(Por Marcela Ayres)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Suíça transfere para Brasil investigação criminal contra Cunha
Suíça transfere para Brasil investigação criminal contra Cunha
Estadão Conteúdo De São Paulo 30/09/2015 http://noticias.uol.com.br/
A Suíça transferiu para o Brasil investigação criminal contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. Com a remessa das informações contra o peemedebista naquele país europeu, a Procuradoria-Geral da República, em Brasília, poderá investigá-lo e processá-lo. Eduardo Cunha teria recebido, na Suíça, propina relativa a contratos da Petrobras.
A transferência da investigação criminal foi feita por meio da autoridade central dos dois países (Ministério da Justiça). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aceitou a transferência feita pelo Ministério Público da Confederação Helvética.
As informações do MP da Suíça relatam contas bancárias em nome de Cunha e familiares. As investigações na Suíça iniciaram em abril deste ano e houve bloqueio de valores.
Os autos serão recebidos pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça e posteriormente serão remetidos à PGR.
Por ser brasileiro nato, Eduardo Cunha não pode ser extraditado para a Suíça. O instituto da transferência de processo é um procedimento de cooperação internacional, em que se assegura a continuidade da investigação ou processo ao se verificar a jurisdição mais adequada para a persecução penal.
"Com a transferência do processo, o Estado suíço renuncia a sua jurisdição para a causa, que passa a ser do Brasil e de competência do Supremo Tribunal Federal, em virtude da prerrogativa de foro do presidente da Câmara", diz nota da PGR.
Este é o primeiro processo a ser transferido para o Supremo a pedido da Procuradoria-Geral da República e o segundo da Operação Lava Jato. A primeira transferência de investigação foi a de Nestor Cerveró para Curitiba.
Estadão Conteúdo De São Paulo 30/09/2015 http://noticias.uol.com.br/
A Suíça transferiu para o Brasil investigação criminal contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. Com a remessa das informações contra o peemedebista naquele país europeu, a Procuradoria-Geral da República, em Brasília, poderá investigá-lo e processá-lo. Eduardo Cunha teria recebido, na Suíça, propina relativa a contratos da Petrobras.
A transferência da investigação criminal foi feita por meio da autoridade central dos dois países (Ministério da Justiça). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aceitou a transferência feita pelo Ministério Público da Confederação Helvética.
As informações do MP da Suíça relatam contas bancárias em nome de Cunha e familiares. As investigações na Suíça iniciaram em abril deste ano e houve bloqueio de valores.
Os autos serão recebidos pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça e posteriormente serão remetidos à PGR.
Por ser brasileiro nato, Eduardo Cunha não pode ser extraditado para a Suíça. O instituto da transferência de processo é um procedimento de cooperação internacional, em que se assegura a continuidade da investigação ou processo ao se verificar a jurisdição mais adequada para a persecução penal.
"Com a transferência do processo, o Estado suíço renuncia a sua jurisdição para a causa, que passa a ser do Brasil e de competência do Supremo Tribunal Federal, em virtude da prerrogativa de foro do presidente da Câmara", diz nota da PGR.
Este é o primeiro processo a ser transferido para o Supremo a pedido da Procuradoria-Geral da República e o segundo da Operação Lava Jato. A primeira transferência de investigação foi a de Nestor Cerveró para Curitiba.
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
De onde vem o dinheiro que financia o Estado Islâmico?
De onde vem o dinheiro que financia o Estado Islâmico?
Mariano Aguirre (*)
Para especialista, Estado Islâmico é "um projeto de Estado com armas sofisticadas, uma ideologia totalitária e financiamento abundante"
"Isso vai além do que vimos antes", disse há poucos dias o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, referindo-se ao Estado Islâmico (EI), anteriormente conhecido como Estado Islâmico do Iraque e da Síria (Isis, na sigla em inglês).
Segundo Hagel, o EI não seria um grupo terrorista, mas um projeto de Estado com armas sofisticadas, uma ideologia totalitária e recursos abundantes obtidos por meio de financiamento externo, o que permitiria ao grupo continuar sua ofensiva e lançar as bases de seu califado.
Até alguns meses atrás, o Isis era apenas um dos vários grupos armados sunitas radicais que se opunham ao regime de Bashar al-Assad na Síria. A organização havia ganhado notoriedade por ser uma dissidência da Al-Qaeda, a qual acusou de não ser suficientemente radical.
Mais recentemente, o Isis tornou-se EI e agora é a manifestação mais violenta da insurgência sunita que tenta impor uma versão ultraconservadora do Islã, contra o que considera uma expansão do xiismo liderado pelo Irã, com forte influência no Iraque, na região.
O cerco e a expulsão das minorias cristãs yazidis do Iraque e a decapitação do jornalista americano James Foley são os últimos exemplos da crueldade com que o EI atua.
Mas, diferentemente de outros grupos de insurgentes, o EI chama atenção por seu poderio econômico.
Estado Islâmico tem uma grande capacidade econômica
Uma das razões origens do dinheiro que financia o grupo está na principal matéria-prima do Iraque: o petróleo.
O país é o segundo maior produtor do óleo no mundo, depois da Arábia Saudita.
Há alguns meses, o EI controla uma parte importante da indústria do petróleo iraquiano no norte do país. Mossul, uma das cidades dominadas pelo grupo, produz cerca de 2 milhões de barris de petróleo por dia.
O EI também controla a planta de gás de Shaar e Baiji, cidade onde se localiza a maior refinaria de petróleo do país.
A partir desta área, os insurgentes cortaram o fornecimento de petróleo para a Turquia enquanto tentam avançar sobre as fontes de energia abundantes do Curdistão iraquiano.
O EI não destrói as fontes energéticas que conquista militarmente. O objetivo é usar os lucros para construir o tão propalado Estado islâmico ou califado.
A estratégia é semelhante à de outros grupos armados que estabeleceram nas últimas décadas redes econômicas ilícitas para seu financiamento, compra de armas e enriquecimento de suas lideranças.
Na Libéria e em Serra Leoa, por exemplo, proliferaram na década de 90 grupos insurgentes que competiam entre si pela exploração e pelo tráfico de diamantes.
No Afeganistão, por outro lado, o cultivo da papoula é a principal fonte de renda para o Talebã e outros setores políticos. Já na Colômbia há diversos vínculos entre grupos insurgentes, paramilitares, políticos e traficantes de drogas.
No caso do Estado islâmico, o grupo ganhou experiência na Síria antes de cruzar a fronteira e se estabelecer no Iraque.
"Uma das razões pelas quais o EI tem sido capaz de crescer tão fortemente é que pode importar recursos e ativistas da Síria", diz Patrick Cockburn, em seu livro The Jihadis Return: ISIS and the New Sunni Uprising ("O Retorno dos Jihadistas: Isis e o Novo Levante Sunita", em tradução livre do inglês).
No Iraque, o EI ganhou rapidamente terreno junto à comunidade sunita após a invasão dos Estados Unidos ao Iraque em 2003.
Com a queda de Saddam Hussein, os sunitas foram marginalizados e reprimidos por governos xiitas que se revezaram no poder, especialmente o do premiê Nouri al-Maliki.
Ao mesmo tempo, comandantes militares de Saddam Hussein e funcionários do Partido Baath, expulsos de seus cargos após a invasão, se aliaram ao EI.
Usar os dividendos das fontes energéticas para financiar atividades e impor regimes autoritários não é uma exclusividade do grupo.
Usar os dividendos das fontes energéticas para financiar atividades e impor regimes autoritários não é uma exclusividade do EI
Peter Custers, autor do livro Questioning Globalized Militarism ("Questionando o Militarismo Globalizado", em tradução livre do inglês), indica que muitos governos da região usam a renda proveniente do petróleo para comprar armamento pesado e armas dos Estados Unidos e Europa e poder, assim, reprimir seus povos.
Os circuitos e as ligações
Theodore Karasik, do Institute for Near East and Gulf Military Analysis (INEGMA) e Robin Mills, autor do livro The Myth of the Oil Crisis ("O Mito da Crise do Petróleo", em tradução livre do inglês), calculam que o EI ganhe U$ 1 milhão (R$ 2,3 milhões) por dia somente com a exploração do petróleo iraquiano.
Os especialistas argumentam que o valor poderia chegar, no entanto, a US$ 100 milhões (R$ 230 milhões) se somadas as rendas provenientes do comércio da matéria-prima no Iraque e na Síria.
Com visão de mercado, o EI vende o barril a US$ 30 no mercado negro – enquanto o preço internacional supera os US$ 100 – por meio de intermediários na Turquia e na Síria.
Mas o petróleo não é a única fonte de renda para EI.
No caso da Síria, um estudo do Centro de Análise do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR na sigla em Inglês) indica que o EI e outros grupos armados estão instalando um sistema de impostos em áreas conquistadas ao mesmo tempo em que promovem atividades ilegais como roubo de reservas de dinheiro de bancos locais, contrabando de carros e armas, sequestros e bloqueios de estradas.
"Uma economia de guerra está tomando conta da Síria, em particular nas zonas controladas pela oposição, criando novas redes e atividades econômicas que alimentam a violência", diz o estudo.
A pesquisa afirma que o EI também apreendeu grandes quantidades de armas do Exército iraquiano e grupos armados sírios contra os quais luta.
Na Síria, o grupo chegou, inclusive, a desmantelar fábricas inteiras e vender as estruturas na Turquia.
Segundo Jihad Yazigi, autor do relatório para o ECFR, lideranças de grupos armados também estariam interessadas em prolongar o conflito para continuar a receber remessas internacionais de países aliados.
Essa 'economia de guerra', diz ele, cria incentivos para diferentes indivíduos e atores que não teriam interesse no fim do conflito.
Segundo os especialistas, esses novos agentes econômicos, que controlam fontes de energia, contrabando, roubo e venda de armas, sequestros e impostos especiais a minorias religiosas, operariam sem conexão com autoridades do governo.
Ocidente vem financiando os peshmerga - braço armado do governo curdo - para combater o EI no Iraque
Mas alguns outros mantêm laços com o poder institucionalizado, aponta o relatório do Conselho Europeu de Relações Exteriores. O resultado é uma desintegração do Estado a partir de sua base econômica.
Estados fracos e sectarismo
O apoio da Arábia Saudita e dos países do Golfo aos sunitas para combater xiitas e seus aliados está na raiz do sucesso econômico do EI e de outros grupos jihadistas, afirma o jornalista Patrick Cockburn e outros analistas.
Segundo eles, esses países já teriam canalizado centenas de milhões de dólares para insurgentes sunitas na Síria.
Como ocorreu no Afeganistão com o apoio que os insurgentes recebiam dos países ocidentais nos anos 80, o EI tem crescido através de uma combinação de fraqueza do Estado, do sectarismo por parte do Estado, e do apoio econômico e militar externo para a insurgência.
Para o regime do presidente sírio Bashar Assad, essa fragmentação da economia levará à perda de receita de que ele precisa para prestar serviços básicos e manter o apoio popular nas áreas que controla, pagar o Exército e começar a reconstruir a Síria.
No Iraque, o novo primeiro-ministro, Haidar Abadi, tem menos território e recursos energéticos para lançar uma política mais inclusiva.
Especialistas em terrorismo questionam se o EI pode instaurar um Estado e consolidar uma estrutura econômica.
Para Yezid Sayigh, do Carnegie Middle East Center, o EI só é forte onde tem apoio, o qual poderia diminuir dado à brutalidade das ações do grupo. A resistência dos curdos iraquianos e o que restou do Estado iraquiano, que é apoiado pelos Estados Unidos, pode freá-lo, mas não fazê-lo desaparecer.
Além disso, criar e manter uma economia estatal é complicado. Em muitos casos, a infraestrutura de exploração de petróleo e gás é antiga e necessita de uma renovação tecnológica difícil de ser obtida.
O Estado Islâmico e seu modelo de economia política, bem como o papel de atores externos, têm tornado a região ainda mais complicada.
(*) Mariano Aguirre é diretor do instituto Norwegian Peacebuidling Resource Centre (NOREF) www.peacebuilding.nowww.bbc.com/portuguese
De onde vem o dinheiro que financia o Estado Islâmico?
Mariano Aguirre (*)
Para especialista, Estado Islâmico é "um projeto de Estado com armas sofisticadas, uma ideologia totalitária e financiamento abundante"
"Isso vai além do que vimos antes", disse há poucos dias o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, referindo-se ao Estado Islâmico (EI), anteriormente conhecido como Estado Islâmico do Iraque e da Síria (Isis, na sigla em inglês).
Segundo Hagel, o EI não seria um grupo terrorista, mas um projeto de Estado com armas sofisticadas, uma ideologia totalitária e recursos abundantes obtidos por meio de financiamento externo, o que permitiria ao grupo continuar sua ofensiva e lançar as bases de seu califado.
Até alguns meses atrás, o Isis era apenas um dos vários grupos armados sunitas radicais que se opunham ao regime de Bashar al-Assad na Síria. A organização havia ganhado notoriedade por ser uma dissidência da Al-Qaeda, a qual acusou de não ser suficientemente radical.
Mais recentemente, o Isis tornou-se EI e agora é a manifestação mais violenta da insurgência sunita que tenta impor uma versão ultraconservadora do Islã, contra o que considera uma expansão do xiismo liderado pelo Irã, com forte influência no Iraque, na região.
O cerco e a expulsão das minorias cristãs yazidis do Iraque e a decapitação do jornalista americano James Foley são os últimos exemplos da crueldade com que o EI atua.
Mas, diferentemente de outros grupos de insurgentes, o EI chama atenção por seu poderio econômico.
Estado Islâmico tem uma grande capacidade econômica
Uma das razões origens do dinheiro que financia o grupo está na principal matéria-prima do Iraque: o petróleo.
O país é o segundo maior produtor do óleo no mundo, depois da Arábia Saudita.
Há alguns meses, o EI controla uma parte importante da indústria do petróleo iraquiano no norte do país. Mossul, uma das cidades dominadas pelo grupo, produz cerca de 2 milhões de barris de petróleo por dia.
O EI também controla a planta de gás de Shaar e Baiji, cidade onde se localiza a maior refinaria de petróleo do país.
A partir desta área, os insurgentes cortaram o fornecimento de petróleo para a Turquia enquanto tentam avançar sobre as fontes de energia abundantes do Curdistão iraquiano.
O EI não destrói as fontes energéticas que conquista militarmente. O objetivo é usar os lucros para construir o tão propalado Estado islâmico ou califado.
A estratégia é semelhante à de outros grupos armados que estabeleceram nas últimas décadas redes econômicas ilícitas para seu financiamento, compra de armas e enriquecimento de suas lideranças.
Na Libéria e em Serra Leoa, por exemplo, proliferaram na década de 90 grupos insurgentes que competiam entre si pela exploração e pelo tráfico de diamantes.
No Afeganistão, por outro lado, o cultivo da papoula é a principal fonte de renda para o Talebã e outros setores políticos. Já na Colômbia há diversos vínculos entre grupos insurgentes, paramilitares, políticos e traficantes de drogas.
No caso do Estado islâmico, o grupo ganhou experiência na Síria antes de cruzar a fronteira e se estabelecer no Iraque.
"Uma das razões pelas quais o EI tem sido capaz de crescer tão fortemente é que pode importar recursos e ativistas da Síria", diz Patrick Cockburn, em seu livro The Jihadis Return: ISIS and the New Sunni Uprising ("O Retorno dos Jihadistas: Isis e o Novo Levante Sunita", em tradução livre do inglês).
No Iraque, o EI ganhou rapidamente terreno junto à comunidade sunita após a invasão dos Estados Unidos ao Iraque em 2003.
Com a queda de Saddam Hussein, os sunitas foram marginalizados e reprimidos por governos xiitas que se revezaram no poder, especialmente o do premiê Nouri al-Maliki.
Ao mesmo tempo, comandantes militares de Saddam Hussein e funcionários do Partido Baath, expulsos de seus cargos após a invasão, se aliaram ao EI.
Usar os dividendos das fontes energéticas para financiar atividades e impor regimes autoritários não é uma exclusividade do grupo.
Usar os dividendos das fontes energéticas para financiar atividades e impor regimes autoritários não é uma exclusividade do EI
Peter Custers, autor do livro Questioning Globalized Militarism ("Questionando o Militarismo Globalizado", em tradução livre do inglês), indica que muitos governos da região usam a renda proveniente do petróleo para comprar armamento pesado e armas dos Estados Unidos e Europa e poder, assim, reprimir seus povos.
Os circuitos e as ligações
Theodore Karasik, do Institute for Near East and Gulf Military Analysis (INEGMA) e Robin Mills, autor do livro The Myth of the Oil Crisis ("O Mito da Crise do Petróleo", em tradução livre do inglês), calculam que o EI ganhe U$ 1 milhão (R$ 2,3 milhões) por dia somente com a exploração do petróleo iraquiano.
Os especialistas argumentam que o valor poderia chegar, no entanto, a US$ 100 milhões (R$ 230 milhões) se somadas as rendas provenientes do comércio da matéria-prima no Iraque e na Síria.
Com visão de mercado, o EI vende o barril a US$ 30 no mercado negro – enquanto o preço internacional supera os US$ 100 – por meio de intermediários na Turquia e na Síria.
Mas o petróleo não é a única fonte de renda para EI.
No caso da Síria, um estudo do Centro de Análise do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR na sigla em Inglês) indica que o EI e outros grupos armados estão instalando um sistema de impostos em áreas conquistadas ao mesmo tempo em que promovem atividades ilegais como roubo de reservas de dinheiro de bancos locais, contrabando de carros e armas, sequestros e bloqueios de estradas.
"Uma economia de guerra está tomando conta da Síria, em particular nas zonas controladas pela oposição, criando novas redes e atividades econômicas que alimentam a violência", diz o estudo.
A pesquisa afirma que o EI também apreendeu grandes quantidades de armas do Exército iraquiano e grupos armados sírios contra os quais luta
.
Na Síria, o grupo chegou, inclusive, a desmantelar fábricas inteiras e vender as estruturas na Turquia.
Segundo Jihad Yazigi, autor do relatório para o ECFR, lideranças de grupos armados também estariam interessadas em prolongar o conflito para continuar a receber remessas internacionais de países aliados.
Essa 'economia de guerra', diz ele, cria incentivos para diferentes indivíduos e atores que não teriam interesse no fim do conflito.
Segundo os especialistas, esses novos agentes econômicos, que controlam fontes de energia, contrabando, roubo e venda de armas, sequestros e impostos especiais a minorias religiosas, operariam sem conexão com autoridades do governo.
Ocidente vem financiando os peshmerga - braço armado do governo curdo - para combater o EI no Iraque
Mas alguns outros mantêm laços com o poder institucionalizado, aponta o relatório do Conselho Europeu de Relações Exteriores. O resultado é uma desintegração do Estado a partir de sua base econômica.
Estados fracos e sectarismo
O apoio da Arábia Saudita e dos países do Golfo aos sunitas para combater xiitas e seus aliados está na raiz do sucesso econômico do EI e de outros grupos jihadistas, afirma o jornalista Patrick Cockburn e outros analistas.
Segundo eles, esses países já teriam canalizado centenas de milhões de dólares para insurgentes sunitas na Síria.
Como ocorreu no Afeganistão com o apoio que os insurgentes recebiam dos países ocidentais nos anos 80, o EI tem crescido através de uma combinação de fraqueza do Estado, do sectarismo por parte do Estado, e do apoio econômico e militar externo para a insurgência.
Para o regime do presidente sírio Bashar Assad, essa fragmentação da economia levará à perda de receita de que ele precisa para prestar serviços básicos e manter o apoio popular nas áreas que controla, pagar o Exército e começar a reconstruir a Síria.
No Iraque, o novo primeiro-ministro, Haidar Abadi, tem menos território e recursos energéticos para lançar uma política mais inclusiva.
Especialistas em terrorismo questionam se o EI pode instaurar um Estado e consolidar uma estrutura econômica.
Para Yezid Sayigh, do Carnegie Middle East Center, o EI só é forte onde tem apoio, o qual poderia diminuir dado à brutalidade das ações do grupo. A resistência dos curdos iraquianos e o que restou do Estado iraquiano, que é apoiado pelos Estados Unidos, pode freá-lo, mas não fazê-lo desaparecer.
Além disso, criar e manter uma economia estatal é complicado. Em muitos casos, a infraestrutura de exploração de petróleo e gás é antiga e necessita de uma renovação tecnológica difícil de ser obtida.
O Estado Islâmico e seu modelo de economia política, bem como o papel de atores externos, têm tornado a região ainda mais complicada.
(*) Mariano Aguirre é diretor do instituto Norwegian Peacebuidling Resource Centre (NOREF) www.peacebuilding.no
De onde vem o dinheiro que financia o Estado Islâmico?
Mariano Aguirre (*)
Para especialista, Estado Islâmico é "um projeto de Estado com armas sofisticadas, uma ideologia totalitária e financiamento abundante"
"Isso vai além do que vimos antes", disse há poucos dias o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, referindo-se ao Estado Islâmico (EI), anteriormente conhecido como Estado Islâmico do Iraque e da Síria (Isis, na sigla em inglês).
Segundo Hagel, o EI não seria um grupo terrorista, mas um projeto de Estado com armas sofisticadas, uma ideologia totalitária e recursos abundantes obtidos por meio de financiamento externo, o que permitiria ao grupo continuar sua ofensiva e lançar as bases de seu califado.
Até alguns meses atrás, o Isis era apenas um dos vários grupos armados sunitas radicais que se opunham ao regime de Bashar al-Assad na Síria. A organização havia ganhado notoriedade por ser uma dissidência da Al-Qaeda, a qual acusou de não ser suficientemente radical.
Mais recentemente, o Isis tornou-se EI e agora é a manifestação mais violenta da insurgência sunita que tenta impor uma versão ultraconservadora do Islã, contra o que considera uma expansão do xiismo liderado pelo Irã, com forte influência no Iraque, na região.
O cerco e a expulsão das minorias cristãs yazidis do Iraque e a decapitação do jornalista americano James Foley são os últimos exemplos da crueldade com que o EI atua.
Mas, diferentemente de outros grupos de insurgentes, o EI chama atenção por seu poderio econômico.
Estado Islâmico tem uma grande capacidade econômica
Uma das razões origens do dinheiro que financia o grupo está na principal matéria-prima do Iraque: o petróleo.
O país é o segundo maior produtor do óleo no mundo, depois da Arábia Saudita.
Há alguns meses, o EI controla uma parte importante da indústria do petróleo iraquiano no norte do país. Mossul, uma das cidades dominadas pelo grupo, produz cerca de 2 milhões de barris de petróleo por dia.
O EI também controla a planta de gás de Shaar e Baiji, cidade onde se localiza a maior refinaria de petróleo do país.
A partir desta área, os insurgentes cortaram o fornecimento de petróleo para a Turquia enquanto tentam avançar sobre as fontes de energia abundantes do Curdistão iraquiano.
O EI não destrói as fontes energéticas que conquista militarmente. O objetivo é usar os lucros para construir o tão propalado Estado islâmico ou califado.
A estratégia é semelhante à de outros grupos armados que estabeleceram nas últimas décadas redes econômicas ilícitas para seu financiamento, compra de armas e enriquecimento de suas lideranças.
Na Libéria e em Serra Leoa, por exemplo, proliferaram na década de 90 grupos insurgentes que competiam entre si pela exploração e pelo tráfico de diamantes.
No Afeganistão, por outro lado, o cultivo da papoula é a principal fonte de renda para o Talebã e outros setores políticos. Já na Colômbia há diversos vínculos entre grupos insurgentes, paramilitares, políticos e traficantes de drogas.
No caso do Estado islâmico, o grupo ganhou experiência na Síria antes de cruzar a fronteira e se estabelecer no Iraque.
"Uma das razões pelas quais o EI tem sido capaz de crescer tão fortemente é que pode importar recursos e ativistas da Síria", diz Patrick Cockburn, em seu livro The Jihadis Return: ISIS and the New Sunni Uprising ("O Retorno dos Jihadistas: Isis e o Novo Levante Sunita", em tradução livre do inglês).
No Iraque, o EI ganhou rapidamente terreno junto à comunidade sunita após a invasão dos Estados Unidos ao Iraque em 2003.
Com a queda de Saddam Hussein, os sunitas foram marginalizados e reprimidos por governos xiitas que se revezaram no poder, especialmente o do premiê Nouri al-Maliki.
Ao mesmo tempo, comandantes militares de Saddam Hussein e funcionários do Partido Baath, expulsos de seus cargos após a invasão, se aliaram ao EI.
Usar os dividendos das fontes energéticas para financiar atividades e impor regimes autoritários não é uma exclusividade do grupo.
Usar os dividendos das fontes energéticas para financiar atividades e impor regimes autoritários não é uma exclusividade do EI
Peter Custers, autor do livro Questioning Globalized Militarism ("Questionando o Militarismo Globalizado", em tradução livre do inglês), indica que muitos governos da região usam a renda proveniente do petróleo para comprar armamento pesado e armas dos Estados Unidos e Europa e poder, assim, reprimir seus povos.
Os circuitos e as ligações
Theodore Karasik, do Institute for Near East and Gulf Military Analysis (INEGMA) e Robin Mills, autor do livro The Myth of the Oil Crisis ("O Mito da Crise do Petróleo", em tradução livre do inglês), calculam que o EI ganhe U$ 1 milhão (R$ 2,3 milhões) por dia somente com a exploração do petróleo iraquiano.
Os especialistas argumentam que o valor poderia chegar, no entanto, a US$ 100 milhões (R$ 230 milhões) se somadas as rendas provenientes do comércio da matéria-prima no Iraque e na Síria.
Com visão de mercado, o EI vende o barril a US$ 30 no mercado negro – enquanto o preço internacional supera os US$ 100 – por meio de intermediários na Turquia e na Síria.
Mas o petróleo não é a única fonte de renda para EI.
No caso da Síria, um estudo do Centro de Análise do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR na sigla em Inglês) indica que o EI e outros grupos armados estão instalando um sistema de impostos em áreas conquistadas ao mesmo tempo em que promovem atividades ilegais como roubo de reservas de dinheiro de bancos locais, contrabando de carros e armas, sequestros e bloqueios de estradas.
"Uma economia de guerra está tomando conta da Síria, em particular nas zonas controladas pela oposição, criando novas redes e atividades econômicas que alimentam a violência", diz o estudo.
A pesquisa afirma que o EI também apreendeu grandes quantidades de armas do Exército iraquiano e grupos armados sírios contra os quais luta.
Na Síria, o grupo chegou, inclusive, a desmantelar fábricas inteiras e vender as estruturas na Turquia.
Segundo Jihad Yazigi, autor do relatório para o ECFR, lideranças de grupos armados também estariam interessadas em prolongar o conflito para continuar a receber remessas internacionais de países aliados.
Essa 'economia de guerra', diz ele, cria incentivos para diferentes indivíduos e atores que não teriam interesse no fim do conflito.
Segundo os especialistas, esses novos agentes econômicos, que controlam fontes de energia, contrabando, roubo e venda de armas, sequestros e impostos especiais a minorias religiosas, operariam sem conexão com autoridades do governo.
Ocidente vem financiando os peshmerga - braço armado do governo curdo - para combater o EI no Iraque
Mas alguns outros mantêm laços com o poder institucionalizado, aponta o relatório do Conselho Europeu de Relações Exteriores. O resultado é uma desintegração do Estado a partir de sua base econômica.
Estados fracos e sectarismo
O apoio da Arábia Saudita e dos países do Golfo aos sunitas para combater xiitas e seus aliados está na raiz do sucesso econômico do EI e de outros grupos jihadistas, afirma o jornalista Patrick Cockburn e outros analistas.
Segundo eles, esses países já teriam canalizado centenas de milhões de dólares para insurgentes sunitas na Síria.
Como ocorreu no Afeganistão com o apoio que os insurgentes recebiam dos países ocidentais nos anos 80, o EI tem crescido através de uma combinação de fraqueza do Estado, do sectarismo por parte do Estado, e do apoio econômico e militar externo para a insurgência.
Para o regime do presidente sírio Bashar Assad, essa fragmentação da economia levará à perda de receita de que ele precisa para prestar serviços básicos e manter o apoio popular nas áreas que controla, pagar o Exército e começar a reconstruir a Síria.
No Iraque, o novo primeiro-ministro, Haidar Abadi, tem menos território e recursos energéticos para lançar uma política mais inclusiva.
Especialistas em terrorismo questionam se o EI pode instaurar um Estado e consolidar uma estrutura econômica.
Para Yezid Sayigh, do Carnegie Middle East Center, o EI só é forte onde tem apoio, o qual poderia diminuir dado à brutalidade das ações do grupo. A resistência dos curdos iraquianos e o que restou do Estado iraquiano, que é apoiado pelos Estados Unidos, pode freá-lo, mas não fazê-lo desaparecer.
Além disso, criar e manter uma economia estatal é complicado. Em muitos casos, a infraestrutura de exploração de petróleo e gás é antiga e necessita de uma renovação tecnológica difícil de ser obtida.
O Estado Islâmico e seu modelo de economia política, bem como o papel de atores externos, têm tornado a região ainda mais complicada.
(*) Mariano Aguirre é diretor do instituto Norwegian Peacebuidling Resource Centre (NOREF) www.peacebuilding.no
http://www.bbc.com/portuguese
Crise de imigração na Europa "O mundo perdeu a humanidade na Síria", alerta Malala
Crise de imigração na Europa
"O mundo perdeu a humanidade na Síria", alerta Malala
AFP Em Nova York 25/09/201517h14
Darren Ornitz/Reuters
A adolescente Prêmio Nobel Malala Yousafzai apelou nesta sexta-feira (25) aos líderes para que façam mais pela Síria, afirmando que o afogamento de uma criança mostrou que o mundo "perdeu sua humanidade".
A paquistanesa de 18 anos, que levou um tiro do Taleban por desafiar ir à escola, afirmou que estava tão triste pelos abusos de meninas nas mãos de extremistas na Síria e no Iraque que ela parou de ver as notícias.
Mas ela viu e ficou horrorizada pela foto de Aylan Kurdi, o menino sírio cujo corpo foi visto em uma praia da Turquia em uma foto que tornou-se símbolo do arriscado êxodo de refugiados que buscam segurança na Europa.
"Nós perdemos a humanidade naquele dia quando... em nenhum lugar uma criança é bem-vinda", falou a repórteres na sede das Nações Unidas.
"É importante que as pessoas abram seus corações e que as pessoas abram suas terras para pessoas que agora estão precisando de mais apoio e precisando do direito de viver", declarou.
Malala pediu aos líderes mundiais que imaginem seus próprios filhos sofrendo os abusos realizados pelo grupo Estado Islâmico, que escravizou sexualmente meninas de grupos minoritários.
"A primeira coisa é que os líderes mundiais precisam levar todos esses problemas mais a sério", afirmou Malala, que levou com ela quatro meninas incluindo uma refugiada síria.
"Eles deveriam pensar como se fossem seus próprios filhos".
A mais jovem laureada do Prêmio Nobel da Paz não volta ao Paquistão há três anos por preocupações sobre sua segurança e estuda em Birmingham, na Inglaterra.
Ela foi a Nova York para a adoção de uma nova meta de desenvolvimento da ONU, que deseja acabar com a pobreza extrema em 15 anos.
Malala afirmou que terá dois dias de descanso. "Eu nunca perco um dia de aula, a não ser que seja por uma boa causa e que realmente traga mudança", declarou.
"O mundo perdeu a humanidade na Síria", alerta Malala
AFP Em Nova York 25/09/201517h14
Darren Ornitz/Reuters
A adolescente Prêmio Nobel Malala Yousafzai apelou nesta sexta-feira (25) aos líderes para que façam mais pela Síria, afirmando que o afogamento de uma criança mostrou que o mundo "perdeu sua humanidade".
A paquistanesa de 18 anos, que levou um tiro do Taleban por desafiar ir à escola, afirmou que estava tão triste pelos abusos de meninas nas mãos de extremistas na Síria e no Iraque que ela parou de ver as notícias.
Mas ela viu e ficou horrorizada pela foto de Aylan Kurdi, o menino sírio cujo corpo foi visto em uma praia da Turquia em uma foto que tornou-se símbolo do arriscado êxodo de refugiados que buscam segurança na Europa.
"Nós perdemos a humanidade naquele dia quando... em nenhum lugar uma criança é bem-vinda", falou a repórteres na sede das Nações Unidas.
"É importante que as pessoas abram seus corações e que as pessoas abram suas terras para pessoas que agora estão precisando de mais apoio e precisando do direito de viver", declarou.
Malala pediu aos líderes mundiais que imaginem seus próprios filhos sofrendo os abusos realizados pelo grupo Estado Islâmico, que escravizou sexualmente meninas de grupos minoritários.
"A primeira coisa é que os líderes mundiais precisam levar todos esses problemas mais a sério", afirmou Malala, que levou com ela quatro meninas incluindo uma refugiada síria.
"Eles deveriam pensar como se fossem seus próprios filhos".
A mais jovem laureada do Prêmio Nobel da Paz não volta ao Paquistão há três anos por preocupações sobre sua segurança e estuda em Birmingham, na Inglaterra.
Ela foi a Nova York para a adoção de uma nova meta de desenvolvimento da ONU, que deseja acabar com a pobreza extrema em 15 anos.
Malala afirmou que terá dois dias de descanso. "Eu nunca perco um dia de aula, a não ser que seja por uma boa causa e que realmente traga mudança", declarou.
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Pesquisadores italianos anunciam possível descoberta dos restos de Mona Lisa
Pesquisadores italianos anunciam possível descoberta dos restos de Mona Lisa
Reuters Por Matteo Berlenga e Hanna Rantala
De Roma
Francesco Bellini/AP
Local de escavação onde foram encontrados os supostos restos mortais de Lisa Gherardi, a mulher que acredita-se ter posado para o famoso quadro de Leonardo da Vinci
Local de escavação onde foram encontrados os supostos restos mortais de Lisa Gherardi, a mulher que acredita-se ter posado para o famoso quadro de Leonardo da Vinci
Pesquisadores italianos afirmaram nesta quinta-feira que podem ter encontrado fragmentos de ossos pertencentes à mulher imortalizada por Leonardo da Vinci em seu aclamado quadro "Mona Lisa".
Os limites da tecnologia atual, no entanto, não permitem dizer com certeza se descobriram os restos mortais de Lisa Gherardini, a esposa do mercador florentino Francesco del Giocondo que se acredita ter posado para Leonardo.
A "Mona Lisa", conhecida em italiano como "Gioconda", está no museu do Louvre, em Paris, e possivelmente é a pintura mais famosa do mundo. Ela exibe uma jovem de sorriso enigmático com as mãos dobradas suavemente no colo.
Busca pelo corpo
Embora a identidade da mulher não seja certa, muitos historiadores creem ser provável que se trate de Lisa Gherardini, e arqueólogos começaram a procurar seu corpo três anos atrás em um convento no qual ela passou os últimos dias. Além disso, eles abriram a tumba da família Giocondo em uma igreja de Florença para tentar obter uma comparação de DNA.
Vários corpos foram recuperados, mas a datação por carbono mostrou que só um grupo de fragmentos de ossos é do início do século 16, quando Lisa viveu e a "Mona Lisa" foi pintada.
Silvano Vinceti, que comanda o Comitê Nacional da Itália para a Divulgação do Patrimônio Histórico e Cultural, disse que a documentação sobre o local do enterro e os testes científicos o deixam confiante de terem e encontrado Lisa. "Se você me perguntasse o que eu, pessoalmente, subjetivamente, acho e sinto, diria que acredito que a encontramos", disse a repórteres.
Outros especialistas foram mais cautelosos, dizendo que, dado o mau estado dos fragmentos, é impossível ter certeza.
Giorgio Gruppioni, professor de antropologia da Universidade de Bolonha, afirmou que, com base somente nos indícios científicos, as chances de terem descoberto a Mona Lisa "certamente não são grandes". "O que esperamos é que técnicas sofisticadas um dia nos permitam extrair, analisar e comparar o DNA para podermos determinar geneticamente que este são os restos de Lisa Gherardini",
http://entretenimento.uol.com.br/
terça-feira, 22 de setembro de 2015
Dólar salta acima de R$4, máxima histórica, por preocupações locais e externas
Dólar salta acima de R$4, máxima histórica, por preocupações locais e externas
terça-feira, 22 de setembro de 2015
Notas de real e dólar em casa de câmbio no Rio de Janeiro.
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar saltava mais de 1 por cento nesta terça-feira e superava 4 reais, nível intradia mais alto na história, com investidores apreensivos com a votação no Congresso dos vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff e com a possibilidade de os juros subirem nos Estados Unidos ainda neste ano.
Às 11:22, o dólar avançava 1,55 por cento, a 4,0426 reais na venda, após atingir 4,0530 reais na máxima da sessão, maior nível durante os negócios, superando a marca anterior de 4 reais vista em outubro de 2002.
A moeda norte-americana também fortalecia intensamente contra as principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
"Essas dificuldades que o governo enfrenta no Congresso deixam o país quase ingovernável do ponto de vista fiscal", disse o operador da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
Investidores temem sobretudo que o Congresso derrube o veto ao reajuste dos servidores do Judiciário, dificultando ainda mais o ajuste das contas públicas e alimentando apostas de que o país pode perder o selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's.
As preocupações seguiam fortes mesmo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, defender que esse veto deveria ser mantido.
O panorama externo tampouco ajudava o ânimo dos investidores. O dólar subia globalmente após uma série de integrantes do Federal Reserve, banco central norte-americano, ressaltarem que podem dar início ao aperto monetário ainda neste ano, depois de postergar na semana passada esse movimento em meio a preocupações com a economia global.
Segundo operadores, a alta do dólar nesta sessão era acentuada também por operações de compras automáticas para limitar perdas, conhecidas como "stop-loss", ativadas pela disparada da moeda norte-americana. "É um movimento violento. Ninguém quer ser o último a comprar", resumiu o operador de uma corretora nacional.
O salto da moeda dos EUA alimentava também nas mesas de câmbio que o Banco Central pode ampliar ainda mais sua intervenção, uma vez que cotações mais altas tendem a pressionar a inflação já elevada.
Na véspera, o BC realizou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas o dólar ainda marcou o segundo maior fechamento contra o real na história. E não anunciou leilão de linha para esta sessão até o momento.
"(Resta) ao BC achar alguma saída para conter a desvalorização do real, pois leilão de linha não faz mais preço", escreveu o operador da corretora Correparti, em nota a clientes, Guilherme França Esquelbek.
O BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
terça-feira, 22 de setembro de 2015
Notas de real e dólar em casa de câmbio no Rio de Janeiro.
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar saltava mais de 1 por cento nesta terça-feira e superava 4 reais, nível intradia mais alto na história, com investidores apreensivos com a votação no Congresso dos vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff e com a possibilidade de os juros subirem nos Estados Unidos ainda neste ano.
Às 11:22, o dólar avançava 1,55 por cento, a 4,0426 reais na venda, após atingir 4,0530 reais na máxima da sessão, maior nível durante os negócios, superando a marca anterior de 4 reais vista em outubro de 2002.
A moeda norte-americana também fortalecia intensamente contra as principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
"Essas dificuldades que o governo enfrenta no Congresso deixam o país quase ingovernável do ponto de vista fiscal", disse o operador da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
Investidores temem sobretudo que o Congresso derrube o veto ao reajuste dos servidores do Judiciário, dificultando ainda mais o ajuste das contas públicas e alimentando apostas de que o país pode perder o selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's.
As preocupações seguiam fortes mesmo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, defender que esse veto deveria ser mantido.
O panorama externo tampouco ajudava o ânimo dos investidores. O dólar subia globalmente após uma série de integrantes do Federal Reserve, banco central norte-americano, ressaltarem que podem dar início ao aperto monetário ainda neste ano, depois de postergar na semana passada esse movimento em meio a preocupações com a economia global.
Segundo operadores, a alta do dólar nesta sessão era acentuada também por operações de compras automáticas para limitar perdas, conhecidas como "stop-loss", ativadas pela disparada da moeda norte-americana. "É um movimento violento. Ninguém quer ser o último a comprar", resumiu o operador de uma corretora nacional.
O salto da moeda dos EUA alimentava também nas mesas de câmbio que o Banco Central pode ampliar ainda mais sua intervenção, uma vez que cotações mais altas tendem a pressionar a inflação já elevada.
Na véspera, o BC realizou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas o dólar ainda marcou o segundo maior fechamento contra o real na história. E não anunciou leilão de linha para esta sessão até o momento.
"(Resta) ao BC achar alguma saída para conter a desvalorização do real, pois leilão de linha não faz mais preço", escreveu o operador da corretora Correparti, em nota a clientes, Guilherme França Esquelbek.
O BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
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segunda-feira, 21 de setembro de 2015
sábado, 19 de setembro de 2015
ROCK IN RIO 2015 Queen volta ao Rock in Rio e coloca Adam Lambert à frente de 85 mil pessoas
Queen volta ao Rock in Rio e coloca Adam Lambert à frente de 85 mil pessoas6
Do UOL, no Rio
Atração da primeira edição do Rock in Rio, o Queen voltou ao festival 30 anos depois com Adam Lambert no posto de vocalista e a expectativa de recriar um dos momentos mais icônicos da história do evento. Em 1985, Freddie Mercury regeu uma plateia de mais de 200 mil pessoas cantando a música "Love of My Life". Dessa vez, a missão de Lambert é encarar a plateia estimada em 85 mil pessoas.
Com cerca de 30 minutos de atraso, a banda surgiu no Palco Mundo ao som de "One Vision", música de 1985, que veio para começar o show de encerramento da primeira noite do evento. O repertório, que foi divulgado pela produção minutos antes do início do show, será semelhante ao setlist apresentado pela banda no show que fizeram na quarta-feira no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
À frente de uma das maiores bandas de rock, Adam Lambert não pareceu intimidado pelo guitarrista Brian May e pelo baterista Roger Taylor, integrantes da formação original. Cantou o hit "Another One Bites the Dust" e regeu o coro da plateia em "Fat Bottomed Girls".
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Chilenos vasculham destroços após forte terremoto; mortos chegam a 11
Chilenos vasculham destroços após forte terremoto; mortos chegam a 11
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Chilenos vasculham destroços na cidade de Concon após terremoto. 17/9/2015. REUTERS/Rodrigo Garrido
Por Felipe Iturrieta
ILLAPEL, Chile (Reuters) - Moradores vasculhavam os restos dos edifícios destruídos no centro do Chile nesta quinta-feira depois que um terremoto de magnitude 8,3 matou 11 pessoas e provocou fortes ondas em áreas costeiras, obrigando mais de um milhão de pessoas a deixarem suas casas.
Tremores secundários sacudiram o país sul-americano depois do sismo de quarta-feira, o mais forte do mundo este ano e o maior a atingir o Chile desde 2010. Mas alguns moradores demonstraram alívio pelo fato de a destruição não ter sido maior.
Na cidade portuária de Coquimbo, no norte chileno, onde ondas de até 4,5 metros de altura golpearam as praias, grandes barcos de pesca foram parar nas ruas e outros se partiram, enchendo a baía de destroços.
“Tudo está uma bagunça. Foi um desastre, perda total. Garrafas e copos ficaram estilhaçados e os canos no banheiro e na cozinha se romperam”, disse Melisa Pinones, dona de um restaurante na cidade de Illapel, próxima do epicentro.
Os moradores da cidade litorânea de Los Vilos tentaram salvar pertences em dezenas de casas à beira mar que ficaram destruídas ou seriamente danificadas pelas fortes ondas.
O governo já havia ordenado a retirada das pessoas das áreas costeiras depois do poderoso terremoto para evitar uma repetição do desastre de 2010, quando as autoridades demoraram a emitir um alerta de tsunami e centenas morreram.
O tremor mais recente e as ondas enormes que se seguiram causaram inundações em cidades litorâneas e derrubaram a energia nas áreas mais atingidas do centro do país, embora a maioria dos edifícios, estradas e portos tenham resistido bem. O sismo foi sentido até em Buenos Aires, na Argentina, e em algumas cidades brasileiras como São Paulo.
“Foi como em 1965 e 1971”, contou o mestre de obras Jorge Gallardo, de Illapel, referindo-se aos dois terremotos imensos que testemunhou. “Mas desta vez os danos não foram tão grandes quanto a magnitude do terremoto faria pensar que seriam”.
A presidente chilena, Michelle Bachelet, que disse que seu governo “aprendeu uma série de lições” com os desastres anteriores, iniciou uma visita às áreas afetadas pela cidade de La Serena, perto de Coquimbo.
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
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quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Chilenos vasculham destroços na cidade de Concon após terremoto. 17/9/2015. REUTERS/Rodrigo Garrido
Por Felipe Iturrieta
ILLAPEL, Chile (Reuters) - Moradores vasculhavam os restos dos edifícios destruídos no centro do Chile nesta quinta-feira depois que um terremoto de magnitude 8,3 matou 11 pessoas e provocou fortes ondas em áreas costeiras, obrigando mais de um milhão de pessoas a deixarem suas casas.
Tremores secundários sacudiram o país sul-americano depois do sismo de quarta-feira, o mais forte do mundo este ano e o maior a atingir o Chile desde 2010. Mas alguns moradores demonstraram alívio pelo fato de a destruição não ter sido maior.
Na cidade portuária de Coquimbo, no norte chileno, onde ondas de até 4,5 metros de altura golpearam as praias, grandes barcos de pesca foram parar nas ruas e outros se partiram, enchendo a baía de destroços.
“Tudo está uma bagunça. Foi um desastre, perda total. Garrafas e copos ficaram estilhaçados e os canos no banheiro e na cozinha se romperam”, disse Melisa Pinones, dona de um restaurante na cidade de Illapel, próxima do epicentro.
Os moradores da cidade litorânea de Los Vilos tentaram salvar pertences em dezenas de casas à beira mar que ficaram destruídas ou seriamente danificadas pelas fortes ondas.
O governo já havia ordenado a retirada das pessoas das áreas costeiras depois do poderoso terremoto para evitar uma repetição do desastre de 2010, quando as autoridades demoraram a emitir um alerta de tsunami e centenas morreram.
O tremor mais recente e as ondas enormes que se seguiram causaram inundações em cidades litorâneas e derrubaram a energia nas áreas mais atingidas do centro do país, embora a maioria dos edifícios, estradas e portos tenham resistido bem. O sismo foi sentido até em Buenos Aires, na Argentina, e em algumas cidades brasileiras como São Paulo.
“Foi como em 1965 e 1971”, contou o mestre de obras Jorge Gallardo, de Illapel, referindo-se aos dois terremotos imensos que testemunhou. “Mas desta vez os danos não foram tão grandes quanto a magnitude do terremoto faria pensar que seriam”.
A presidente chilena, Michelle Bachelet, que disse que seu governo “aprendeu uma série de lições” com os desastres anteriores, iniciou uma visita às áreas afetadas pela cidade de La Serena, perto de Coquimbo.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Mulheres Que Marcaram O Século XX: Jacqueline Kennedy Onassis
Jacqueline Kennedy Onassis
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jacqueline Kennedy
Jacqueline Lee "Jackie" Bouvier Kennedy Onassis (Southampton, 28 de julho de 1929 — Manhattan, 19 de maio de 1994) foi a esposa do 35.º presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, e serviu como primeira-dama dos Estados Unidos durante a presidência de seu marido, de 1961 até 1963, quando ele foi assassinado. Cinco anos depois, casou-se com o magnata grego Aristóteles Onassis; continuaram casados até à morte deste. Nas últimas duas décadas de sua vida, Jacqueline Kennedy Onassis teve uma carreira de sucesso como editora de livros. É lembrada por suas contribuições para a arte e preservação da arquitetura histórica, seu estilo, elegância, e graça. Um ícone da moda, seu famoso terno rosa da Chanel tornou-se um símbolo do assassinato de seu marido e uma das últimas imagens da década de 1960.
Vida familiar, família e educação
Jacqueline Lee Bouvier nasceu no condado de Suffolk, na ilha de Long Island, litoral do estado de Nova Iorque. Era a filha mais velha de John Vernou Bouvier III (1891–1957), um corretor da Wall Street, e de Janet Norton Lee Bouvier Auchincloss Morris (1907–1989). Jacqueline tinha ascendência irlandesa, escocesa e inglesa; sua ascendência francesa era distante, sendo seu último ancestral francês Michel Bouvier, um marceneiro baseado na Filadélfia que havia sido seu trisavô. Em Washington, DC, ela foi educada por pouco tempo em Holton-Arms School, uma escola preparatória e particular para meninas (ela mudou-se para Bethesda, Maryland, posteriormente). Em 1933 nasceu sua irmã Caroline Lee.
Seu pai, apelidado de Black Jack, era um corretor de ações na Bolsa com fama de playboy, cujos casos extraconjugais com várias mulheres causaram o divórcio entre ele e Janet quando Jackie ainda era uma menina. Black Jack permaneceu um homem divorciado, enquanto que Janet desposou, em 1942, Hugh D. Auchincloss, filho de Emma Jennings, filha do fundador da Standard Oil. Hugh era o rico herdeiro de uma companhia de produção, transporte, refino e venda de petróleo. Em 1979 Janet casou-se pela terceira vez com Bingham Morris.
Em sua infância aristocrática, Jacqueline tornou-se uma praticante de hipismo e desenvolveu grande entusiasmo por cavalos e competições. Essa paixão a acompanharia por toda sua vida, ganhando troféus e medalhas. Na fazenda Hammersmith, que pertencia ao seu padrasto, ela pôde apreciar melhor a equitação. Ela amava ler, pintar, escrever poemas e tinha uma relação bem mais fácil com seu pai do que com sua mãe.
Jackie teve educação excelente, iniciou seu ensino fundamental e médio na exclusiva The Chapin School (Manhattan, Nova York), e em Miss Porter's School (Farmington, Connecticut). Em Vassar College (Poughkeepsie), começou sua educação acadêmica e foi nomeada "debutante do ano" entre 1947 e 1948. No final da década de 40 realizou uma viagem de intercâmbio para Sorbonne, em Paris. Anos mais tarde, Jackie lembraria essa época como a mais feliz de sua vida. Quando retornou, decidiu não voltar a Vassar e transferiu-se para a Universidade George Washington, em Washington DC, onde fez graduação em Literatura francesa.
Em 1951 Jacqueline conseguiu seu primeiro emprego, trabalhando para o jornal Washington Times-Herald. Seu trabalho consistia em interrogar pessoas a respeito de temas polêmicos e escrever uma coluna. As perguntas e divertidas respostas então apareciam ao lado da fotografia dos entrevistados no jornal. Uma das matérias de Jacqueline para essa tarefa foi um jovem senador de Massachusetts: John F. Kennedy.
Casamento com Kennedy
Jacqueline Kennedy Onassis em seu retrato oficial da Casa Branca, por Aaron Shickler, 1970.
Jacqueline estava comprometida com John Husted em dezembro de 1951. Entretanto, o relacionamento acabou em março de 1952 com um conselho da mãe de Jackie, que acreditava que Husted não era rico o bastante.
Em 10 de maio de 1952, Jacqueline conheceu o senador John F. Kennedy numa festa em Washington, realizada por um casal amigo de ambos: Martha e Charles Bartlett. John e Jackie só se reencontrariam nove meses depois em outra festa realizada pelos Bartlett. Kennedy convidou Jackie para saírem no fim de semana e foram a um parque de diversões em Georgetown. Depois de se reencontrarem, eles começaram um namoro, que terminou em noivado pouco tempo depois.
O anúncio do noivado do casal não agradou todos os membros da família Bouvier. De acordo com um artigo do Time Magazine, "[Jacqueline] me telefonou para contar a notícia" - explicou a irmã Black Jack, Maude Bouvier Davis - "mas ela disse, 'Você não pode dizer nada sobre isso porque o Saturday Evening Post vai trazer um artigo sobre Jack chamado "O Jovem Solteirão do Senado", e isso estragaria tudo".
Jacqueline Bouvier e John F. Kennedy casaram-se em 12 de setembro de 1953 em Newport (Rhode Island). Os vestidos da noiva e das damas-de-honra foram feitos por Ann Lowe, e a cerimônia, com duas mil pessoas, ocorreu na fazenda Hammersmith. Depois do casamento, eles retornaram a Washington DC. No entanto, John realizou duas operações para acabar com a dor nas costas proveniente de um machucado nos tempos de guerra. Com a recuperação da cirurgia, Jackie encorajou Kennedy a escrever Profiles in Courage, um livro que descreve os atos de bravura e de integridade por oito senadores dos Estados Unidos durante toda a história do Senado. A obra recebeu o prêmio Pulitzer por biografia em 1957.
Filhos
Depois de um aborto acidental em 1955, eles tiveram quatro filhos juntos: Arabella Kennedy (natimorta, 1956), Caroline Bouvier Kennedy (1957), John Fitzgerald Kennedy Jr (1960-1999) e Patrick Bouvier Kennedy (7 de agosto - 9 de agosto de 1963).
Nome Nascimento Morte Observações
Arabella Kennedy 23 de agosto de 1956 23 de agosto de 1956 Natimorta; enterrada ao lado de seu irmão Patrick Bouvier Kennedy
Caroline Bouvier Kennedy 27 de novembro de 1957 Casou-se com Edwin Schlossberg; com descendência
John Fitzgerald Kennedy Jr. 25 de novembro de 1960 16 de julho de 1999 Casou-se com Carolyn Bessette; morreu num acidente aéreo; sem descendência
Patrick Bouvier Kennedy 7 de agosto de 1963 9 de agosto de 1963 Morreu devido à Síndrome da angústia respiratória do recém-nascido
A família Kennedy em 1962.
O casamento tinha seus problemas, resultantes dos casos amorosos de John F. Kennedy e de seus problemas de debilitação de saúde, os quais foram escondidos do público. Jacqueline passava muito tempo no começo de seu casamento redecorando a casa e comprando roupas. Eles passaram os primeiros anos de casamento numa residência no centro de Georgetown, Washington, mais especificamente na N Street.
Jacqueline era muito amiga de seu sogro, Joseph P. Kennedy, e de seu cunhado, Robert "Bob" Kennedy. Contudo, ela não era uma mulher competitiva e esportista e definitivamente não pertencia à natureza abrasiva do clã dos Kennedy. Quieta e reservada, Jacqueline foi apelidada de "the deb" por suas cunhadas e sempre permaneceu relutante ao ser convidada para os tradicionais jogos da família. Uma vez, quebrou sua perna num jogo de basebol.
Primeira-dama dos Estados Unidos
Em janeiro de 1960 o senador John F. Kennedy anunciou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos e começou a trabalhar longas horas e a viajar por todo o país. Poucas semanas antes da campanha de seu marido, Jacqueline soube que estava grávida, e os médicos a instruíram a ficar em casa. Mesmo assim, ela ajudou seu marido respondendo centenas de cartas de campanha, fazendo comerciais de televisão, dando entrevistas e escrevendo uma coluna semanal num jornal, Campaign Wife, distribuída em todo o país. Na eleição geral em 8 de novembro de 1960, John Kennedy minuciosamente venceu o republicano Richard Nixon e tornou-se o 35° Presidente dos Estados Unidos em 1961. Jackie tornou-se uma das mais jovens primeiras-damas da história. Ela teve um papel bastante ativo na campanha.
Como primeira-dama, ela foi forçada a entrar no foco público com tudo em sua vida sob esquadrinhamento. Jacqueline sabia que seus filhos estariam no olho público, contudo ela estava determinada a protegê-los da imprensa e a dá-los uma infância normal. Permitiu que poucas fotografias deles fossem tiradas, mas, enquanto estava fora, o presidente Kennedy deixava o fotógrafo da Casa Branca Cecil Stoughton tirar.
Devido à sua ascendência francesa, Jackie Kennedy sempre sentiu um laço entre ela e a França, reforçado pelo fato de ter estudado lá. Esse amor logo seria refletido em muitos aspectos de sua vida, como nos menus que ela preparava para os jantares de estado na Casa Branca e o bom gosto ao se vestir.
Jacqueline convidava artistas, escritores, cientistas, poetas e músicos para se mesclarem aos políticos, diplomatas e estadistas. Ela falava fluentemente francês, espanhol e italiano e tinha uma forte preferência por roupas francesas, que eram caras, mas temia que pensassem que fosse desleal a designers de moda norte-americana. Para seu "guarda-roupa de estado", Jackie escolhia o designer de Hollywood Oleg Cassini. Durante seus dias como primeira-dama, ela tornou-se um ícone da moda domestica e internacionalmente. Quando os Kennedy visitaram a França, ela impressionou Charles de Gaulle e o público com seu francês. Na conclusão da visita, a revista Time ficou encantada com a primeira-dama e escreveu: "Havia também aquele companheiro que veio com ela". Até mesmo o presidente John Kennedy brincou: "Eu sou o homem que acompanhou Jacqueline Kennedy a Paris - eu gostei muito!". Quando o presidente da União Soviética Nikita Khrushchov foi solicitado para apertar a mão do presidente dos Estados Unidos, o líder comunista disse: "Eu gostaria de apertar a mão dela primeiro".
Restauração da Casa Branca
O principal projeto de Jacqueline Kennedy foi a restauração da Casa Branca. Com a ajuda da decoradora Sister Parish, Jacqueline transformou os quartos destinados à família presidencial em quartos agradáveis e convenientes para vida em família e construiu uma cozinha e quartos para suas crianças. Ela estabeleceu um Comitê de Artes para supervisionar e financiar o processo de restauração e contratou o especialista em móveis norte-americano Henry du Pont e o designer de interiores francês Stephane Boudin para aconselhar o processo. Jackie criou um projeto de lei, aprovado pelo Congresso, que estabelecia que as mobílias da Casa Branca seriam propriedade da Instituição Smithsonian, para acabar com as reivindicações dos móveis de ex-presidentes. Ela escreveu pessoalmente cartas para pessoas que possuíam peças históricas, pedindo para que fossem doadas à Casa Branca. Em 14 de fevereiro de 1962, a Sra. Kennedy apresentou os resultados de seu trabalho à televisão norte-americana em um tour pela Casa Branca com o jornalista Charles Collingwood da CBS.
Tour na Índia e no Paquistão
O presidente Ayub Khan e Jacqueline Kennedy com Sardar.
Com a solicitação do embaixador norte-americano da Índia, John Kenneth Galbraith, a sra. Kennedy incumbiu-se de realizar uma viagem à Índia e ao Paquistão, levando sua irmã Caroline Lee Radziwill. Novamente Jacqueline mostrou que sabia ser uma primeira-dama competente não apenas pelo encanto de seu guarda-roupa mas também pelo seu intelecto. Em Lahore, o presidente Ayub Khan presenteou Jacqueline Kennedy com um cavalo, Sardar.
Elegância
A sra. Kennedy planejou numerosos eventos sociais que trouxeram o casal presidencial ao foco cultural da Nação. A apreciação pela arte, pela música e pela cultura marcou uma nova etapa na história norte-americana. A destreza de Jackie em entretenimento deu aos eventos da Casa Branca a reputação de serem mágicos. Por exemplo, ela orquestrou um jantar em Mount Vernon em honra ao presidente Ayub Khan, a quem o presidente Kennedy queria homenagear por seu papel na ajuda aos Estados Unidos numa recente crise. Ela baniu mesas longas no salão de jantar e proporcionou oito grandes mesas redondas. Jackie também é lembrada como uma boa companhia.
Inúmeras vezes foi vestida pela estilista venezuelana Carolina Herrera.
O assassinato de Kennedy
Jacqueline Kennedy, Robert Kennedy, John Jr., Caroline, depois de uma cerimônia de estado para o presidente John F. Kennedy em 24 de novembro de 1963.
Depois da morte de John Kennedy em novembro de 1963, Jackie manteve um comportamento discreto na Casa Branca. O presidente sugeriu que ela visitasse sua irmã na Europa como uma maneira de recuperar-se da morte de seu filho. Jackie passou considerável tempo relaxando na região do Mediterrâneo durante o outono. Ela e sua irmã foram convidadas para um cruzeiro no iate do magnata Aristóteles Onassis durante este período. Ela fez sua primeira aparição oficial em novembro, quando John Kennedy pediu que ela o acompanhasse ao Texas, com a finalidade de ajudá-lo a apaziguar os ânimos. No dia 22 de novembro de 1963, em Dallas, Jackie estava sentada ao lado de Kennedy na limousine quando ele foi alvejado e morto. O grande senso de história de Jacqueline veio a tona. Com força e altivez ela organizou cada detalhe do funeral do marido, o enterro no Cemitério Nacional de Arlington, e a flama eterna que ela acendeu no túmulo de seu finado marido. O tablóide britânico Evening Standard escreveu: "Jacqueline Kennedy deu ao povo americano uma coisa da qual eles sempre careceram: majestade."
Foi forçada a ficar longe do olhar público. Ela foi poupada da experiência penosa de aparecer no julgamento de Lee Harvey Oswald, que morreu em 24 de novembro de 1963 nas mãos de Jack Ruby, um dono de boate que matou Oswald enquanto o assassino estava em custódia da polícia. Jacqueline fez uma breve aparição em Washington em honra do agente de Serviço Secreto, Clint Hill, que bravamente pulou na limusine em Dallas para proteger a primeira-dama e o presidente.
Vida de viúva
Uma semana depois do assassinato de Kennedy, ela foi entrevistada por Theodore White da revista Life. Naquela entrevista, Jacqueline comparou os anos de John Kennedy na Casa Branca com o mítico Camelot do Rei Artur. "Agora ele é uma lenda, enquanto que ele queria ser um homem" - disse Jackie para White. Também salientou que John havia adorado o show musical dos Lerner and Loewe, que estava estreando na Broadway.
A coragem de Jacqueline Kennedy perante o assassinato e o funeral do marido trouxe admiração de muitos em todo o mundo, e muitos norte-americanos lembram-se de sua coragem e dignidade naqueles quatro dias de novembro de 1963. Jacqueline e seus dois filhos continuaram na Casa Branca ainda por duas semanas, preparando-se para a mudança. Depois de viverem em Georgetown, Washington por algum tempo, Jackie decidiu comprar um apartamento luxuoso de 15 cômodos na Fifth Avenue em Nova York, com a esperança de ter mais privacidade. Durante esse tempo, sua filha Caroline contou aos seus professores de escola que sua mãe chorava com freqüência.
Jacqueline perpetuou a memória do marido visitando seu túmulo em datas significativas e comparecendo a dedicações memoriais, como ao batizado do porta-avião da Marinha USS John F. Kennedy, em Virgínia (1967) e a um serviço memorial em Hyannis, Massachusetts. Em maio de 1965, Jacqueline Kennedy e a Rainha Elizabeth II dedicaram-se ao serviço memorial oficial do presidente Kennedy, ocorrido em Runnymede, Inglaterra.
Os planos para o estabelecimento da Biblioteca John F. Kennedy, onde ficariam guardados os papéis oficiais da administração Kennedy, foram supervisionados por ela. O plano original era construir a biblioteca de Cambridge próxima da Universidade de Harvard, mas por várias razões esse plano se tornou problemático. A biblioteca, projetada por Ieoh Ming Pei, possui um museu e foi dedicada em Boston em 1979 pelo presidente Jimmy Carter, dezesseis anos depois do assassinato de Kennedy. Os governos de muitas nações doaram dinheiro para erguer a biblioteca.
Casamento com Onassis
Em 20 de outubro de 1968, Jacqueline Kennedy casou-se com Aristóteles Onassis, um magnata grego, em Skorpios, Grécia. Quatro meses e meio antes, seu cunhado, o senador Bob Kennedy, fora assassinado em Los Angeles. Naquele momento, Jacqueline acreditava que ela e seus filhos haviam se tornado "alvos" e que deveriam deixar os Estados Unidos. O casamento com Onassis parecia fazer sentido: ele tinha dinheiro e poder para garantir a proteção que ela quisesse, enquanto que ela tinha o status social que ele almejava. Aristóteles Onassis havia terminado seu romance com a diva da ópera Maria Callas para desposar Jackie, que desistiu da proteção que, como viúva de um presidente, recebia do Serviço Secreto.
Por um tempo, o casamento arranhou a reputação de Jackie, pois para muitos ela abandonara a imagem de "eterna viúva presidencial". Entretanto, outros entenderam este casamento como o símbolo da "mulher norte-americana moderna", que lutava por seus interesses financeiros e por proteger sua família. O casamento inicialmente pareceu ser bem-sucedido, mas o estresse logo se tornou aparente. O casal raramente passava tempo junto. Embora Onassis tenha tido uma boa relação com seus enteados Caroline e John, Jr. (o filho de Aristóteles, Alexander, incentivou John a pilotar aviões; ironicamente, ambos morreram em acidentes aéreos), porém Jacqueline não se dava com sua enteada Christina Onassis, que passava a maior parte de seu tempo viajando e fazendo compras.
Onassis estava planejando se divorciar de Jacqueline quando morreu em 15 de março de 1975; Jacqueline estava com seus filhos em Nova York. Sua herança havia sido substancialmente diminuída por causa de um acordo pré-nupcial e por uma legislação que Onassis fez o governo grego aprovar, a qual limitava a fortuna que uma esposa não-grega e sobrevivente poderia herdar. Jacqueline entretanto negociou com Christina que acabou concordando em dar a Jackie algo em torno de 26 milhões de dólares, em troca de que ela abrisse mão de qualquer reivindicação do Império Onassis.
Invasão de privacidade
Quando um paparazzo fotografou Jackie Onassis nua numa ilha grega, Larry Flynt da revista Hustler comprou as fotos e as publicou em agosto de 1975, provocando um embaraço para Jackie e para a família Kennedy e um total entretenimento para Rose Elizabeth Fitzgerald Kennedy, a mãe de John Kennedy. As fotos eram um tanto obscuras, mas mostravam claramente os seios, as nádegas e os pêlos púbicos de Jackie. A descrição do pêlo púbico foi chocante. A partir dali, a mídia informalmente a chamaria de Jackie O. A mídia americana vem chamando a atual primeira dama Michele Obama de "Michele O" em referência às semelhanças de elegância e bom gosto que esta última possui em comum com Jacqueline.
Anos finais e morte
Túmulo de Jacqueline Bouvier Kennedy Onassis no Cemitério Nacional de Arlington, ao lado da tumba do presidente John F. Kennedy.
Com a morte de Onassis em 1975, Jacqueline ficou viúva pela segunda vez e, com o amadurecimento de seus filhos, Jackie pôde voltar a trabalhar e aceitou um emprego como editora na casa editora Doubleday, porque sempre havia gostado de literatura e de escrever. No fim dos anos 70 até seus últimos momentos, o industrial e mercador de diamantes Maurice Tempelsman, um belga que vivia separado de sua esposa, foi seu companheiro. Ela normalmente corria e fazia ginástica perto do Central Park. Em janeiro de 1994, Jacqueline foi diagnosticada com câncer linfático. Seu diagnóstico veio ao público em fevereiro. A família estava inicialmente otimista, e Jackie parou de fumar com a insistência de sua filha, mas continuou a trabalhar. Em abril de 1994, o câncer avançou, e ela saiu do hospital Cornell e foi para sua casa em 18 de maio do mesmo ano. Muitos simpatizantes, turistas e repórteres ficaram na rua de seu apartamento na 1040 Fifth Avenue, e ela morreu durante seu sono às 10:15 da manhã numa quinta-feira, em 19 de maio, aos 64 anos.
Dilma diz que usar crise como mecanismo para chegar ao poder é versão moderna de golpe
Dilma diz que usar crise como mecanismo para chegar ao poder é versão moderna de golpe
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Presidente Dilma Rousseff durante entrevista no Palácio do Planato, em Brasília. 02/09/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que tentativas da oposição de usar a crise para chegar ao poder são uma "versão moderna" de golpe, num duro ataque contra os que querem tirá-la do cargo.
Em entrevista à rádio Comercial de Presidente Prudente (SP), onde fará entrega de unidades do programa Minha Casa Minha Vida nesta quarta, a presidente disse que há pessoas no Brasil que torcem pelo "quanto pior, melhor", à espera de "uma oportunidade para pescar em águas turvas".
"Esses método, que é querer utilizar a crise como um mecanismo para você chegar ao poder, é uma versão moderna do golpe", afirmou.
Partidos de oposição lançaram na última semana um movimento formal pró-impeachment e deram mais um passo na terça-feira ao apresentar uma questão de ordem ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pedindo um posicionamento sobre diversos procedimentos relacionados ao tema.
A oposição vem avisando que pretende apresentar um recurso caso Cunha rejeite os pedidos de impeachment que aguardam decisão na Casa.
"Acredito que tem ainda no Brasil, infelizmente, pessoas que não se conformam que nós sejamos uma democracia sólida, cujo fundamento maior é a legitimidade dada pelo voto popular", disse Dilma na entrevista, quando perguntada sobre a atual situação política que o governo atravessa.
Em meio a um quadro de recessão econômica e crise política, a presidente defendeu que o país se una, "independentemente de posições e interesses pessoais e partidários", para mudar a situação atual.
"É fundamental muita calma nessa hora, muita tranquilidade", disse. "O governo trabalha diuturnamente, incansavelmente, para garantir a estabilidade econômica e política do país", afirmou.
Dilma ainda reiterou confiança na recuperação econômica por meio das medidas que vêm sendo tomadas pelo governo, como o pacote de ajuste fiscal anunciado esta semana com o objetivo de assegurar superávit primário no Orçamento de 2016. "Nós estamos trabalhando intensamente para que nossa macroeconomia, nossa economia, se torne cada vez mais sólida para aumentar a confiança dos agentes econômicos em relação aos investimentos, para permitir que o Brasil volte a crescer."
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Presidente Dilma Rousseff durante entrevista no Palácio do Planato, em Brasília. 02/09/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que tentativas da oposição de usar a crise para chegar ao poder são uma "versão moderna" de golpe, num duro ataque contra os que querem tirá-la do cargo.
Em entrevista à rádio Comercial de Presidente Prudente (SP), onde fará entrega de unidades do programa Minha Casa Minha Vida nesta quarta, a presidente disse que há pessoas no Brasil que torcem pelo "quanto pior, melhor", à espera de "uma oportunidade para pescar em águas turvas".
"Esses método, que é querer utilizar a crise como um mecanismo para você chegar ao poder, é uma versão moderna do golpe", afirmou.
Partidos de oposição lançaram na última semana um movimento formal pró-impeachment e deram mais um passo na terça-feira ao apresentar uma questão de ordem ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pedindo um posicionamento sobre diversos procedimentos relacionados ao tema.
A oposição vem avisando que pretende apresentar um recurso caso Cunha rejeite os pedidos de impeachment que aguardam decisão na Casa.
"Acredito que tem ainda no Brasil, infelizmente, pessoas que não se conformam que nós sejamos uma democracia sólida, cujo fundamento maior é a legitimidade dada pelo voto popular", disse Dilma na entrevista, quando perguntada sobre a atual situação política que o governo atravessa.
Em meio a um quadro de recessão econômica e crise política, a presidente defendeu que o país se una, "independentemente de posições e interesses pessoais e partidários", para mudar a situação atual.
"É fundamental muita calma nessa hora, muita tranquilidade", disse. "O governo trabalha diuturnamente, incansavelmente, para garantir a estabilidade econômica e política do país", afirmou.
Dilma ainda reiterou confiança na recuperação econômica por meio das medidas que vêm sendo tomadas pelo governo, como o pacote de ajuste fiscal anunciado esta semana com o objetivo de assegurar superávit primário no Orçamento de 2016. "Nós estamos trabalhando intensamente para que nossa macroeconomia, nossa economia, se torne cada vez mais sólida para aumentar a confiança dos agentes econômicos em relação aos investimentos, para permitir que o Brasil volte a crescer."
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
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terça-feira, 15 de setembro de 2015
Dilma diz que governo vai se empenhar na defesa de medidas fiscais "necessárias"
Dilma diz que governo vai se empenhar na defesa de medidas fiscais "necessárias"
terça-feira, 15 de setembro de 2015
Presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. 15/9/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que o governo se empenhará na defesa das medidas de ajuste apresentadas esta semana porque são “necessárias”, e prometeu fazer a reforma administrativa até a semana que vem.
A presidente defendeu o fato de o governo ter apresentado a volta da CPMF reservando os recursos apenas para cobrir o déficit da Previdência. Dilma disse que a proposta a ser enviada pelo governo ao Congresso será de uma alíquota de 0,2 por cento, mas lembrou que a definição sobre a versão final do imposto será feita pelo Congresso.
"A proposta do governo e a proposta que nós vamos enviar ao Congresso é 0,20 (por cento). A proposta que o governo federal fez de uma contribuição provisória para Previdência, uma CP-Previ. É esta proposta que nós estamos enviando ao Congresso", disse Dilma a jornalistas, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto.
"O governo não aprova a CPMF, quem aprova a CPMF é o Congresso", disse. “A nossa proposta é carimbada, ela vai assim", disse Dilma, reconhecendo que no Congresso haverá um outro processo de discussão.
Dilma disse que o governo vai se empenhar para aprovar essas medidas, porque são necessárias em um momento que disse ser fundamental sair da restrição fiscal o mais rápido possível. "Para podermos voltar a crescer, para poder gerar mais empregos necessários para o país”, concluiu.
A presidente reuniu-se na véspera com governadores em busca de apoio à medidas de reequilíbrio das contas públicas anunciadas na segunda-feira. Uma das possibilidades aventadas é que os governadores pressionassem pela aprovação do tributo no Congresso em troca de uma alíquota maior e da repartição dos recursos.
Dilma justificou a decisão do governo de concentrar os recursos da nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) na União alegando que a Previdência, que seria custeada pelo imposto, tem uma depressão “cíclica” com a queda na atividade econômica.
No dia anterior, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, alegou que a CPMF é direcionada para a União, porque é o governo federal que arca com todos os custos da Previdência.
Dilma também prometeu que a reforma administrativa, uma das medidas do novo ajuste, será finalizada até quarta-feira da próxima semana, antes de viajar a Nova York para a Assembleia-Geral da ONU. Dilma diz que governo vai se empenhar na defesa de medidas fiscais "necessárias"
“Vou fazer junções de ministérios. Não só de ministérios, mas de grandes órgãos de governo. Vou reduzir os DAS (cargos comissionados) e vamos tomar uma série de medidas administrativas para enxugar a máquina e focá-la”, afirmou.
INSTABILIDADE
Na entrevista, Dilma disse também que o governo está atento "a todas as tentativas de produzir uma espécie de instabilidade profunda no país", em uma aparente referência ao lançamento por parlamentares da oposição de um movimento pedindo o impeachment da petista.
"O pessoal do 'quanto pior, melhor'. Esse pessoal, só eles ganham. A população e o resto dos setores produtivos, de trabalhadores, cientistas, perdem", criticou a presidente.
"O Brasil a duras penas conquistou uma democracia. Eu sei do que eu estou dizendo. Nós não vamos, em momento algum, concordar ou faremos tudo para impedir que processos não-democráticos cresçam e se fortaleçam", disse.
Dilma tem pela frente o julgamento das contas de seu governo no ano passado pelo Tribunal de Contas da União, que apontou indícios de irregularidades na contabilidade do Executivo, e processos que pedem a cassação de sua chapa presidencial, vencedora da eleição no ano passado, no Tribunal Superior Eleitoral.
Um eventual parecer do TCU pela desaprovação das contas do governo em 2014 deve dar força aos partidários da abertura de um processo de impedimento por crimes de responsabilidade.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
terça-feira, 15 de setembro de 2015
Presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. 15/9/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que o governo se empenhará na defesa das medidas de ajuste apresentadas esta semana porque são “necessárias”, e prometeu fazer a reforma administrativa até a semana que vem.
A presidente defendeu o fato de o governo ter apresentado a volta da CPMF reservando os recursos apenas para cobrir o déficit da Previdência. Dilma disse que a proposta a ser enviada pelo governo ao Congresso será de uma alíquota de 0,2 por cento, mas lembrou que a definição sobre a versão final do imposto será feita pelo Congresso.
"A proposta do governo e a proposta que nós vamos enviar ao Congresso é 0,20 (por cento). A proposta que o governo federal fez de uma contribuição provisória para Previdência, uma CP-Previ. É esta proposta que nós estamos enviando ao Congresso", disse Dilma a jornalistas, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto.
"O governo não aprova a CPMF, quem aprova a CPMF é o Congresso", disse. “A nossa proposta é carimbada, ela vai assim", disse Dilma, reconhecendo que no Congresso haverá um outro processo de discussão.
Dilma disse que o governo vai se empenhar para aprovar essas medidas, porque são necessárias em um momento que disse ser fundamental sair da restrição fiscal o mais rápido possível. "Para podermos voltar a crescer, para poder gerar mais empregos necessários para o país”, concluiu.
A presidente reuniu-se na véspera com governadores em busca de apoio à medidas de reequilíbrio das contas públicas anunciadas na segunda-feira. Uma das possibilidades aventadas é que os governadores pressionassem pela aprovação do tributo no Congresso em troca de uma alíquota maior e da repartição dos recursos.
Dilma justificou a decisão do governo de concentrar os recursos da nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) na União alegando que a Previdência, que seria custeada pelo imposto, tem uma depressão “cíclica” com a queda na atividade econômica.
No dia anterior, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, alegou que a CPMF é direcionada para a União, porque é o governo federal que arca com todos os custos da Previdência.
Dilma também prometeu que a reforma administrativa, uma das medidas do novo ajuste, será finalizada até quarta-feira da próxima semana, antes de viajar a Nova York para a Assembleia-Geral da ONU. Dilma diz que governo vai se empenhar na defesa de medidas fiscais "necessárias"
“Vou fazer junções de ministérios. Não só de ministérios, mas de grandes órgãos de governo. Vou reduzir os DAS (cargos comissionados) e vamos tomar uma série de medidas administrativas para enxugar a máquina e focá-la”, afirmou.
INSTABILIDADE
Na entrevista, Dilma disse também que o governo está atento "a todas as tentativas de produzir uma espécie de instabilidade profunda no país", em uma aparente referência ao lançamento por parlamentares da oposição de um movimento pedindo o impeachment da petista.
"O pessoal do 'quanto pior, melhor'. Esse pessoal, só eles ganham. A população e o resto dos setores produtivos, de trabalhadores, cientistas, perdem", criticou a presidente.
"O Brasil a duras penas conquistou uma democracia. Eu sei do que eu estou dizendo. Nós não vamos, em momento algum, concordar ou faremos tudo para impedir que processos não-democráticos cresçam e se fortaleçam", disse.
Dilma tem pela frente o julgamento das contas de seu governo no ano passado pelo Tribunal de Contas da União, que apontou indícios de irregularidades na contabilidade do Executivo, e processos que pedem a cassação de sua chapa presidencial, vencedora da eleição no ano passado, no Tribunal Superior Eleitoral.
Um eventual parecer do TCU pela desaprovação das contas do governo em 2014 deve dar força aos partidários da abertura de um processo de impedimento por crimes de responsabilidade.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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