Konstantinos - Uranus

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Situação de Dilma é mais complicada do que a de Collor, diz historiador

Mariana Schreiber
Da BBC Brasil em Brasília
9 julho 2015

boris fausto

'Por muito menos Collor sofreu impeachment', afirma o historiador Boris Fausto
Boris Fausto, um dos principais historiadores do Brasil, considera difícil relacionar a crise política que enfrenta a presidente Dilma Rousseff com a que derrubou João Goulart, em 1964, conforme fez neste domingo (5) o senador tucano José Serra.

Ele não vê problemas, porém, em fazer comparações com a queda, em 1992, do primeiro presidente eleito após a redemocratização do país, Fernando Collor.

Na avaliação do historiador, que declarou voto em Aécio Neves, há mais razões técnicas hoje para o impeachment de Dilma do que havia no caso de Collor, sobretudo por "problemas no Orçamento [as chamadas 'pedaladas fiscais'] e no financiamento da sua campanha".

"A comparação com o Collor é interessante porque, por muito menos, o Collor sofreu impeachment", afirmou, em entrevista à BBC Brasil.

Questionado sobre a ausência de acusações diretas de corrupção contra a presidente, Fausto disse que Dilma "fez um esforço no sentido de controlar os piores aspectos da corrupção e dar um rumo para a Petrobras". "Mas o problema é que ela está metida em toda uma instituição política da qual faz parte, não obstante suas supostas e prováveis intenções", completou.

O historiador disse considerar que as acusações de corrupção que contribuíram para a queda de Getúlio Vargas, com seu suicídio em 1954, eram "um laguinho" diante das denúncias envolvendo a Petrobras.

A menção é uma referência à expressão "mar de lama", popularizada na época da crise de Getúlio. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

BBC Brasil - Após indicações de uma possível ruptura entre PT e PMDB e de declarações de líderes do PSDB de que estariam prontos para assumir o país, Dilma partiu para o ataque e disse que não vai cair. Esse tipo de afirmação tende a ter algum resultado político?

Boris Fausto - Algum resultado certamente tem. Ela é presidente da República. Para usar uma linguagem do boxe, ela tentou sair das cordas. Presumo que teria tido uma boa acolhida no PT. Em outros círculos, não acredito.

BBC Brasil - Pareceu um bom passo dentro da disputa política?

Fausto - Não acho que seja um bom passo. Acho que ela teria que falar mais, porque a presença dela em momentos de crise seria muito importante e ela aparece muito pouco. Não gosto do conteúdo. Essa coisa de "eu não tenho medo, venham para a luta" parece um desafio de ginasianos, e não a palavra de uma presidente.
E essa exploração de uma outra época histórica, do fato de que ela tenha sido torturada, presa política, aliás, só a enaltece, mas essa exploração, transportada para o dia de hoje, não faz sentido.

BBC Brasil - O senador José Serra disse que o governo Dilma "é o mais fraco" que já presenciou. "O de Jango (João Goulart, deposto em 1964) era de uma solidez granítica se comparado com o de Dilma", afirmou na ocasião. O senhor concorda?

Fausto - Não concordo em parte. É difícil medir solidez granítica de governo. Acho que o governo Jango, sobretudo na última fase, teve um comportamento muito errático, se enfraqueceu muito e foi derrubado por um golpe. As épocas são muito diferentes, as razões (da fraqueza dos governos) são muito diferentes, as forças sociais em jogo são outras. Não vejo paralelismo.

BBC Brasil - A imprensa teve um papel importante na queda tanto de Jango como de Getúlio Vargas. O PT costuma acusar a imprensa de perseguir o partido e seu governo. Como o senhor vê a atuação da mídia hoje?

Fausto - A imprensa sempre teve um papel importante no Brasil. No passado tivemos algo que hoje não temos: órgãos da imprensa com diferentes posições. Por exemplo, o caso do (jornal) Globo em contraste com a Última Hora (jornal que apoiava Getúlio). Hoje não temos isso.
Agora, estou seguro de que essa teoria conspiratória sobre a imprensa manipulando a situação é falsa. A mídia em geral tem tido um papel muito importante no esclarecimento de fatos. Em vez de censurar a mídia é melhor censurar o comportamento das pessoas sobre quem a mídia fala.

Boris Fausto é autor de "História Concisa do Brasil" (2000) e "Getúlio Vargas: O poder e o sorriso" (2006), entre outros títulos.

BBC Brasil - No caso do Getúlio houve também acusações de corrupção. Essa seria uma semelhança entre os dois casos?

Fausto - Semelhança muito genérica existe porque o tema da corrupção apareceu nos dois casos, só que o grau de corrupção nos dias de hoje é infinitamente maior do que na época de Getúlio.
E, afinal de contas, aquilo que ele próprio chamou de "mar de lama" era um laguinho comparado à situação de hoje. O que significa que a corrupção é um elemento muito mais importante hoje do que no quadro da queda de Getúlio, o que não quer dizer que o tema da corrupção não tenha sido usado para derrubá-lo.

BBC Brasil - E hoje o senhor também vê alguma "luta de classes" como havia antes? Isso porque o governo também costuma classificar seus críticos como "elite que está contra as reformas do país e preocupada com seus próprios interesses".

Fausto - Pergunta difícil essa. Esse panorama no Brasil é muito complexo. Claro que há interesse se manifestando interesses das elites. Mas há uma coisa complicada se pensarmos o seguinte: o PT, que expressou a vontade de luta dos trabalhadores urbanos, se transformou num partido cuja principal liderança se uniu às empreiteiras, a ponto de a direção do partido fazer uma declaração em defesa das empreiteiras. Então, tudo isso embrulha muito o cenário da luta política brasileira. É difícil falar que o Partido dos Trabalhadores seja hoje o partido dos trabalhadores.

BBC Brasil - Hoje Dilma tem menos apoio popular que Jango e Getúlio tinham antes de suas quedas. Isso aumenta as chances de ela não terminar o mandato?

Fausto - A comparação histórica não aumenta. O fato de ter um prestígio tão baixo aumenta muito as chances de chegarmos a uma situação de impeachment. A falta de apoio popular, mais a queda enorme do prestígio da Dilma, que no começo do primeiro mandato tinha em torno de 60%, 65% de aprovação, isso, sim, concorre muito para desestabilizar seu governo.
BBC Brasil - José Sarney foi um presidente muito impopular e Fernando Henrique Cardoso também viveu momentos de baixa aprovação, mas ambos não caíram. Que semelhanças e diferenças há entre esses dois casos e o atual?

Fausto - É uma situação diferente. O Sarney tinha problema de legitimidade foi um nome que esteve integrado na Arena (o partido de sustentação da ditadura militar) e chegou ao poder por conta da morte de Tancredo (Neves, civil eleito presidente indiretamente pelo Congresso). E o Brasil atravessou um período muito difícil do ponto de vista econômico. As razões de queda da popularidade são compreensíveis, mas o quadro político não foi instável como hoje.

BBC Brasil - E no caso de Fernando Henrique? Ele também viveu momentos de baixa aprovação, houve o "Fora FHC".

Fausto - O FHC viveu momentos de desaprovação, principalmente no segundo mandato, quando enfrentou uma situação econômica também adversa, o desemprego subiu muito. Na verdade, com ele acontece uma coisa curiosa, e eu vou repetir uma frase dele porque eu acho boa. Ele, por muito tempo, perdeu a popularidade, mas não perdeu a credibilidade.

BBC Brasil - A democracia brasileira, embora ainda muito nova, superou bem o impeachment de Collor. A leitura predominante hoje é de que a queda do presidente foi justa e correta. O governo Dilma acusa os que propõem o impeachment de golpistas. Um impeachment hoje tem fundamento constitucional ou seria um golpe?

Fausto - O impeachment é uma coisa prevista na nossa legislação, não é um golpe de Estado. Mas é preciso considerar que o impeachment é sobretudo um instrumento político. O que significa que exista uma forte tendência a acreditar que o governo não tem condições de continuar. E, mais do que isso, é preciso indicar as razões porque isso acontece. Agora, a Dilma está cercada de razões dessa natureza – problemas no Orçamento [do governo], no financiamento do partido, da campanha dela.
Então, é preciso não se antecipar porque estamos vivendo aí numa tempestade, mas que existem razões para um impeachment, razões técnicas, eu acho difícil contestar. A comparação com o Collor é interessante porque por muito, muito menos, o Collor sofreu o impeachment.

BBC Brasil - É que no caso do Collor o acusam de ter sido corrupto em causa própria. E a presidente sustenta que a biografia dela é limpa, que ela é honesta. Não seriam então duas coisas diferentes?

Fausto - Eu já disse que Dilma fez um esforço no sentido de controlar os piores aspectos da corrupção, dar um rumo para a Petrobras. Mas o problema é que ela está metida em toda uma instituição política da qual ela faz parte, não obstante as suas supostas e prováveis intenções.

BBC Brasil - Volta a discussão hoje no país a adoção do parlamentarismo, defendida principalmente pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e também por José Serra. O sistema foi adotado no governo Jango, como forma de retirar força do presidente. O que acha da discussão hoje?

Fausto - É preciso ver em que condições se adotará. Tenho muito receio da adoção do parlamentarismo, não do ponto de vista abstrato da qualidade de um sistema político dessa natureza - o parlamentarismo tem muitas virtudes. Mas fico imaginando se, com uma instituição como o Congresso Nacional, a presença no país de 32 partidos, a gente tem um arcabouço constitucional que possa sustentar um verdadeiro parlamentarismo.

BBC Brasil - E quando o senhor fala dos 32 partidos se refere a possíveis dificuldades na construção de alianças?

Fausto - Você vê as dificuldades que temos hoje num sistema presidencialista em que o Congresso ganha muita relevância - toda a falta de coerência, a criação de partidos que são simples balcões em busca de interesses. Tudo isso torna muito arriscada a implantação do parlamentarismo.

BBC Brasil - Qual sua opinião sobre Eduardo Cunha, uma figura polêmica, que despontou com muita força?

Fausto - Eu não o conheço suficientemente, prefiro não opinar. Vou dizer só uma coisa: o Eduardo Cunha conhece o regimento da Câmara muito bem. Ele sabe usar, e aí, veja você, mais um dado para que a gente fique com uma pulga atrás da orelha sobre o parlamentarismo.
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sábado, 11 de julho de 2015

Alemanha considera saída temporária da Grécia da zona do euro, diz jornal



Alemanha considera saída temporária da Grécia da zona do euro, diz jornal

Reuters 11/07/2015

BERLIM (Reuters) - O Ministério de Finanças da Alemanha acredita que as últimas propostas de reformas da Grécia não vão longe o suficiente e sugeriu duas alternativas para Atenas, incluindo uma saída temporária da zona do euro, segundo reportagem do jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung".

"Essas propostas deixam de fora reformas centrais importantes para modernizar o país e trazer crescimento econômico e desenvolvimento sustentável no longo prazo", escreveu o Ministério, segundo o jornal.

Em vez disso, o Ministério apresentou duas alternativas para a Grécia. Na primeira, Atenas melhoraria suas propostas rapidamente e transferiria ativos avaliados em 50 bilhões de euros para um fundo com o objetivo de pagar suas dívidas.

No segundo cenário, a Grécia sairia da zona do euro por pelo menos cinco anos e reestruturaria sua dívida, enquanto permaneceria membro da União Europeia.

O Ministério de Finanças da Alemanha se recusou a comentar a reportagem.

(Por Paul Carrel)

Ministros da zona do euro receosos avaliam resgate à Grécia

Ministros da zona do euro receosos avaliam resgate à Grécia
sábado, 11 de julho de 2015
Por Philip Blenkinsop e Robert-Jan Bartunek

BRUXELAS (Reuters) - Ministros de Finanças europeus céticos se reúnem neste sábado para decidir se negociam um terceiro resgate para a Grécia depois de o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, ganhar apoio dos parlamentares para as dolorosas medidas de austeridade que seu partido de esquerda foi eleito para evitar.

Wolfgang Schaeuble, ministro das Finanças da Alemanha, maior credor da Grécia e um defensor veterano de regras orçamentárias da UE, disse que as negociações seriam "extremamente difíceis".

Desde que Tsipras assumiu o poder em janeiro, disse ele, o otimismo emergente sobre a Grécia vinha sendo "destruído de uma maneira incrível nos últimos meses".

Outros ministros que chegavam para a reunião do Eurogrupo também falaram de uma falta fundamental de confiança depois de anos de promessas quebradas pelos gregos.

No entanto, fontes familiarizadas com uma reunião preparatória mais cedo neste sábado disseram que assessores dos ministros haviam endossado com reservas uma recomendação por parte das instituições da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que as propostas de Tsipras fornecem uma base para iniciar as negociações.

"Nós ainda estamos longe", disse Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças holandês que estava presidindo a reunião. "Tanto no lado do conteúdo como da questão mais complicada de confiança, ainda que esteja tudo bom no papel, a questão é se isso vai sair do chão e vai acontecer ... Nós estamos enfrentando uma negociação difícil."

Em Atenas, Tsipras teve de contar com votos da oposição da direita no Parlamento depois de alguns de seus parlamentares de esquerda resistirem a cortes de gastos, aumento de impostos e outras medidas que ele propôs, a fim de desbloquear 54 bilhões de euros em uma linha de crédito de três anos.

Mas a Alemanha, o maior credor em dois resgates anteriores, totalizando 240 bilhões de euros desde 2010, está profundamente cética depois de cinco meses de negociações com Tsipras.

Por outro lado, uma afirmação positiva sobre as propostas gregas feita por parte da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do FMI na noite de sexta-feira, aliada a comentários otimistas da França, levantaram expectativas de que o Eurogrupo liberaria novas negociações sobre empréstimo.

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Governo pretende manter meta de superávit primário, diz Dilma





Governo pretende manter meta de superávit primário, diz Dilma
sábado, 11 de julho de 2015
(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado, durante viagem à Itália, que o governo não pretende reduzir a meta de superávit primário, embora a questão esteja sempre em avaliação.

"Nós queremos manter a meta, é isso que nós queremos. Não houve nenhuma decisão, o Planejamento não está ainda colocando isso, de maneira alguma... Agora, a gente avalia sempre, e vamos fazer todos os esforços para manter a meta", disse a presidente durante visita ao Pavilhão do Brasil na Expo Milão 2015, segundo transcrição fornecida pelo Palácio do Planalto.

O relator do Orçamento de 2015, senador Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou esta semana que vai propor em seu relatório a redução da meta de superávit primário - que é a economia para o pagamento dos juros da dívida-- para 22,1 bilhões de reais, ou o equivalente a 0,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra o nível atual de 66,3 bilhões de reais, ou 1,1 por cento PIB. Também será proposta a redução da meta fiscal para o próximo ano 2 para 1 por cento do PIB.

Jucá disse que a proposta é sua e que não foi acertada com a equipe econômica do governo.

Dilma disse ainda que é "impossível o Brasil sustentar um reajuste" de até 78,56 por cento para servidores do Judiciário, conforme foi aprovado recentemente pelo Senado.

"Nem em momentos de grande crescimento se consegue garantir reajustes de 70 por cento. Muito menos num momento em que o Brasil precisa de fazer um grande esforço para voltar a crescer", afirmou Dilma, que deverá decidir se sanciona ou veta o reajuste.

"Certos valores, certas quantidades de recursos que algumas leis exigem... são impraticáveis. O país não pode fazer face a isso", disse a presidente.

O impacto do reajuste previsto para o orçamento seria de mais de 25 bilhões de reais nos próximos quatro anos.

(Por Gustavo Bonato, em São Paulo)

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Dilma diz a TV russa que cumprirá mandato até o fim e trabalha para tirar país da crise

Dilma diz a TV russa que cumprirá mandato até o fim e trabalha para tirar país da crise
sexta-feira, 10 de julho de 2015
 Presidente Dilma Rousseff na reunião dos Brics, em Ufá (Rússia) 9/7/2015 REUTERS/BRICS/SCO Photohost/RIA Novosti

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou a um canal de TV da Rússia que vai concluir o mandato até o fim e que trabalha "duro" para o país sair da crise econômica.

Em entrevista concedida na quinta-feira ao canal de TV RussiaToday, divulgada nesta sexta-feira por sua assessoria, Dilma voltou a reconhecer as dificuldades econômicas que o Brasil enfrenta, mas também disse ter "certeza" de uma melhora.

"Dilma Rousseff vai acabar essa legislatura. Em qualquer país do mundo você tem quedas de popularidade. A minha decorre de uma situação econômica bastante adversa", disse a presidente ao ser perguntada se terminará o mandato, diante da queda na popularidade e da eleição presidencial apertada em 2014.

"E o que importa é, sem sombra de dúvida, que nós estamos trabalhando duro para tirar o Brasil dessa situação de crise. E isso é o que nós vamos ter como nosso foco principal."

Ao citar que a inflação passa por uma alta "momentânea" e que o endividamento do país em relação ao PIB é menor do que o de países europeus, a presidente defendeu que a economia brasileira tem "bases sólidas" e um sistema bancário "absolutamente robusto".

"Não há razão para que o Brasil não volte a crescer."

Questionada sobre a possibilidade de a situação econômica dos países que integram o Brics afetarem seus aportes ao grupo, Dilma respondeu que a situação de países como Brasil, China e Rússia é passageira.

A presidente participou nesta semana de reunião de cúpula dos Brics na Rússia, em que defendeu o papel desses países diante da crise e apresentou oportunidades de investimento em obras de infraestrutura no Brasil.

Provocada durante a entrevista na Rússia, negou que a crise prejudique as obras relacionadas ao Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.   "Todas estão completamente em dia. Não há a menor hipótese de serem afetadas por isso."

Dilma posicionou-se ainda contra sanções de qualquer espécie a países, quando perguntada sobre as que recaem sobre a Rússia por conta do conflito na Ucrânia.

Segundo a presidente, o tema foi abordado durante a reunião de cúpula, ocasião em que se posicionou contra.

"Nós não acreditamos que a sanção seja uma solução, em qualquer hipótese."

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Dilma reconhece momento “extremamente duro”, mas aposta em rápida recuperação da economia

quinta-feira, 9 de julho de 2015
 Presidente Dilma Rousseff. 01/07/2015 REUTERS/Stephen Lam

(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff reconheceu nesta quinta-feira que a economia do país passa por um momento “extremamente duro”, mas disse apostar em uma recuperação rápida do crescimento.

Segundo a presidente, a preocupação “é tanta” que o governo editou nesta semana o Programa de Proteção ao Emprego, uma medida que prevê a redução de salários e carga horária de trabalho em troca da manutenção do vínculo empregatício.

“Nós, de fato, estamos passando por um momento extremamente duro”, disse a presidente a jornalistas na Rússia, onde participou de reunião de cúpula dos países membros do Brics.

“A gente acha, que o Brasil tem, estruturalmente, fundamentos para se recuperar rápido. Não é só uma questão de eu achar ou não. Nós apostamos nisso, não porque temos uma visão rósea da situação, não temos não”, afirmou.

Dilma argumentou que a inflação do país tem sido pressionada por questões conjunturais, e não estruturais, sendo resultado do reajuste de preços relativos e também da desvalorização cambial.

“Ninguém no mundo faz ou sofre uma desvalorização cambial como nós sofremos sem efeitos inflacionários. Agora, ela não tem, não se espera que essa desvalorização cambial continue sistematicamente. Ela vai diminuir de intensidade”, disse.

A presidente fez as declarações no mesmo dia em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou sua projeção para a economia do Brasil, passando a ver uma contração de 1,5 por cento este ano, ante recuo de 1,0 por cento antes. [nL1N0ZP0VQ]
"GOLPISMO"
Questionada sobre declarações do senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmando que ela teria se munido de um discurso “golpista” ao tentar inibir as instituições, Dilma afirmou que elas são desrespeitadas quando há pré-julgamento.

A declaração do senador tucano foi motivada por entrevista da presidente à Folha de S.Paulo, em que Dilma se referiu a um setor da oposição “um tanto quanto golpista” por defender o impeachment de Dilma.

“A gente não fica discutindo quem é ou quem não é golpista. Quem é golpista mostra, na prática, as suas tentativas, porque começa por isso: pré-julgar uma instituição. Não há dentro, nem do TCU, nem do TSE, a possibilidade de dizer qual vai ser a decisão, até porque o futuro é algo que ninguém controla, nem eu, nem ninguém”, disse a presidente.

O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu explicações à presidente sobre manobras fiscais para fechar as contas do governo em 2014. Já o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar processos sobre contas da campanha de Dilma à Presidência no ano passado.

“Não passei por cima de nenhuma, nenhuma instituição. Nenhuma instituição se pronunciou. Nesse sentido, é estranho que pré-julguem”, disse a presidente a jornalistas em Ufá, na Rússia.

“Quem coloca como já tendo tido uma decisão está cometendo, eu acho, um desserviço para a instituição, um desserviço para o TCU e para o TSE, porque não há nenhuma garantia que qualquer senador da República possa, muito menos o senhor Aécio Neves, possa pré-julgar quem quer que seja ou definir o que uma instituição vai fazer ou não.”

Em resposta às declarações de Dilma, Aécio ocupou a tribuna do Senado nesta quinta para dizer que em “momento algum houve pré-julgamento”.

“O que nós ouvimos é algo absolutamente fora do sentido – aliás, me perdoem, como têm sido algumas das últimas declarações da presidente da República”, disse o senador tucano, derrotado por Dilma nas eleições presidenciais do ano passado.

(Por Maria Carolina Marcello, em Brasília)

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FMI reduz projeção de crescimento global em 2015, piora estimativa para Brasil

quinta-feira, 9 de julho de 2015
 Sede do Fundo Monetário Internacional, em Washington.   01/07/2015  REUTERS/Jonathan Ernst

WASHINGTON/BRASÍLIA (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta quinta-feira sua previsão para o crescimento econômico global em 2015 para considerar o impacto da fraqueza recente nos Estados Unidos, enquanto piorou sua projeção para o Brasil, passando a ver uma contração na economia de 1,5 por cento este ano.

    Mas a instituição financeira global disse que as perspectivas de crescimento para o mundo no próximo ano permanecem intactas, apesar da crise da dívida da Grécia e recente volatilidade nos mercados financeiros chineses.

    Para o Brasil, em particular, o FMI ajustou sua estimativa para o recuo na economia a 1,5 por cento em 2015, ante 1,0 por cento antes. Para o ano que vem, a entidade também passou a ver um crescimento mais modesto para o país, de 0,7 por cento contra projeção anterior de 1,0 por cento.

Já para a economia global, o FMI disse em uma atualização do seu relatório World Economic Outlook que a expansão este ano deverá ser de 3,3 por cento este ano, 0,2 ponto percentual abaixo do previsto em abril. O crescimento deve acelerar para 3,8 por cento no próximo ano, disse a entidade, percentual inalterado em relação à previsão anterior.

Em nota, a entidade assinalou que o crescimento nos mercados emergentes deve desacelerar de 4,6 por cento em 2014 para 4,2 por cento este ano, fundamentalmente impactado pela queda no preço de commodities e condições mais apertadas de financiamento externo, particularmente na América Latina, citando nominalmente o Brasil. here

    Para justificar a projeção reduzida para o crescimento global neste ano, o FMI atribuiu boa parte da culpa à projeção para os Estados Unidos. A economia norte-americana sofreu contração no primeiro trimestre, impactada por nevascas excepcionalmente pesadas, um dólar ressurgente e paradas nos portos da Costa Oeste.

    O FMI disse que espera que a economia dos EUA cresça 2,5

por cento este ano. O FMI havia reduzido a estimativa para os EUA no mês passado ante 3,1 por cento em abril. O FMI também disse que a lentidão econômica nos EUA irá afetar Canadá e México.

    "(Mas) a fraqueza inesperada na América do Norte .
FMI reduz projeção de crescimento global em 2015, piora estimativa para Brasil
quinta-feira, 9 de julho de 2015 10:50 BRT Imprimir | Uma página [-] Texto [+]
 Sede do Fundo Monetário Internacional, em Washington.   01/07/2015  REUTERS/Jonathan Ernst
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deve se provar um revés temporário", assinalou o FMI no

relatório.

    O FMI também manteve suas previsões para uma retomada no crescimento na zona do euro, apesar de a Grécia se mover cada vez mais perto de um calote e para uma saída do bloco de moeda única.

    "Os desenvolvimentos na Grécia não resultaram, até agora, em qualquer contágio significativo", disse o FMI. "Uma ação de política oportuna deve ajudar a gerenciar tais riscos se forem se materializar", disse o FMI.

(Por Anna Yukhananov e Marcela Ayres)

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Livro : GLÓRIAS DE MARIA, Autor: Santo Afonso Maria de Ligório

Livro : GLÓRIAS DE MARIA,  Autor: Santo Afonso Maria de Ligório
Sobre o livro:

Santo Afonso levou quase 15 anos para escrever este livro de orações. É um livro de piedade, baseado numa sólida teologia. Nele encontram-se um comentário sobre a Salve Rainha e também reflexões sobre as principais festas de Maria, suas dores, suas virtudes e também sobre as principais práticas de devoções para com ela.."Vários e fortes motivos levaram Santo Afonso a escrever "Glórias de Maria". Em primeiro lugar, sua devoção à Virgem Maria, a quem aprendera a amar desde a infância. Sentia-se também obrigado pela gratidão, pois atribuía a Maria a sua 'conversão', e queria colocar à disposição dos pregadores uma obra bem documentada que os ajudasse a instruir os fiéis. Finalmente, sentia-se na obrigação de combater as ideias de tantos que se opunham à piedade popular para com a Mãe de Deus. Queria escrever um livro de piedade que fosse atraente, sedutor, mas que também estivesse baseado numa sólida teologia.

Editora: Editora Santuário

Valor R$25,90

http://loja.editorasantuario.com.br/


 Em 1750, Santo Afonso Maria de Ligório publicou um livro com o título “As Glórias de MARIA”. O Papa Bento XV, ao falar deste livro, disse: “É um livro perene”.
         De fato, quem lê a maravilhosa Obra (que a seus devotos recomendamos) experimenta um terno amor para com a MÃE de DEUS, uma confiança inabalável no Poder e Amor da Virgem Medianeira, e fica certo da salvação, se for sincero devoto e MARIA.

         O quinto capítulo de “Glórias de MARIA”, Santo Afonso o dedica à Mediação Universal, defendendo-a contra Luiz Muratori, um escritor daquele tempo, que não queria admitir esta doutrina. Afirma o Santo que a intercessão de MARIA é moralmente necessária para a nossa salvação, dizendo:

“Só os que são faltos de fé podem duvidar de que o recorrer a Intercessão de MARIA Santíssima seja coisa utilíssima e santa. O que, porém, temos em vista é provar que esta Intercessão é também necessária à nossa salvação; necessária não absoluta, mas moralmente, como deve ser.
            A origem desta necessidade está na própria Vontade de DEUS, o qual quer que pelas Mãos de MARIA Santíssima passem todas as Graças que nos dispensa. Tal é a doutrina de São Bernardo, doutrina atualmente comum a todos os teólogos e doutores, conforme o autor do “Reino de MARIA”.


Testemunho: Eu tenho este livro que é o meu verdadeiro manual de amor, vivência, conversão e solidariedade para com o próximo.  Eu ganhei este belo livro de uma velha amiga  que o tinha como um verdadeiro tesouro em sua casa. E entre todos os seus familiares, ela escolheu justamente a mim o seu amigo. Essa amiga ( Laura Maria do Nascimento) já não está mais entre nós e o deixou como lembrança da nossa sincera amizade. Este é um belo livro que eu recomendo a todos independente do credo religioso.  É um verdadeiro manual de amor, humildade e solidariedade no decorrer da vida,  da alegria e da tristeza dessa grande mãe e cristã, Maria que nos entregou o seu querido filho Jesus para nos salvar do pecado.  Com este livro tenho me renovado a cada dia e aprendido, antes de tudo a perdoar o meu irmão e aceitá-lo como Deus o fez. Alarcon


REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA 1932

REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA 1932



Em linhas gerais, a Revolução Constitucionalista de 1932 é compreendida como uma reação imediata aos novos rumos tomados pelo cenário político nacional sob o comando de Vargas. Os novos representantes estabelecidos no poder, alegando dar fim à hegemonia das oligarquias, decidiram extinguir o Congresso Nacional e os deputados das assembléias estaduais. No lugar das antigas personalidades políticas, delegados e interventores foram nomeados com o aval do presidente da República.

A visível perda de espaço político, sofrida pelos paulistas, impulsionou a organização de novos meios de se recolocar nesse cenário político controlado pelo governo de Vargas. O clima de hostilidades entre os paulistas e o governo Vargas aumentou com a nomeação do tenente João Alberto Lins de Barros, ex-participante da Coluna Prestes, como novo governador de São Paulo. O desagrado dessa medida atingiu até mesmo os integrantes do Partido Democrático de São Paulo, que apoiaram a ascensão do regime varguista.

Além disso, podemos levantar outras questões que marcaram a formação deste movimento. No ano de 1931, a queda do preço do café, em conseqüência da crise de 29, forçou o governo Vargas a comprar as sacas de café produzidas. Essa política de valorização do café também ordenou a proibição da abertura de novas áreas de plantio, o que motivou o deslocamento das populações camponesas para os centros urbanos de São Paulo.

Os problemas sociais causados pelo inchaço urbano agravaram um cenário já marcado pela crise econômica e as mudanças políticas. Talvez por isso, podemos levantar uma razão pela qual a revolução constitucionalista conseguiu mobilizar boa parte da população paulista. Mais do que atender os interesses das velhas oligarquias, os participantes deste movimento defendiam o estabelecimento de uma democracia plena, onde o respeito às leis pudessem intermediar um jogo político já tão desgastado pelo desmando e os golpes políticos.

Antes de pegar em armas, representantes políticos de São Paulo pressionaram para que o governo Vargas convocasse uma Constituinte e a ampliação da autonomia política dos Estados. Em resposta, depois de outros nomes, indicou o civil e paulista Pedro de Toledo como novo governador paulista. Logo em seguida, Getúlio Vargas formulou um novo Código Eleitoral que previa a organização de eleições para o ano seguinte. No entanto, um incidente entre estudantes e tenentistas acabou favorecendo a luta armada.

Em maio de 1932, um grupo de jovens estudantes tentou invadir a sede de um jornal favorável ao regime varguista. Durante o conflito – que já havia tomado as ruas da cidade de São Paulo – os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram assassinados por um grupo de tenentistas. As iniciais dos envolvidos no fato trágico inspiraram a elaboração do M.M.D.C., que defendia a luta armada contra Getúlio Vargas.

No dia 9 de julho de 1932, o conflito armado tomou seus primeiros passos sob a liderança dos generais Euclides de Figueiredo, Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger. O plano dos revolucionários era empreender um rápido ataque à sede do governo federal, forçando Getúlio Vargas a deixar o cargo ou negociar com os revoltosos. No entanto, a ampla participação militar não foi suficiente para fazer ampla oposição contra o governo central.

O esperado apoio aos insurgentes paulistas não foi obtido. O bloqueio naval da Marinha ao Porto de Santos impediu que simpatizantes de outros estados pudessem integrar a Revolução Constitucionalista. Já no mês de setembro daquele ano, as forças do governo federal tinham tomado diversas cidades de São Paulo. A superioridade das tropas governamentais forçou a rendição dos revolucionários no mês de outubro.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Dilma chega a Ufá, na Rússia, para VII Cúpula do Brics

A presidente Dilma Rousseff, ao chegar a Ufá, na Rússia, para participar da VII Cúpula do Brics (Foto: crédito RIA Novosti/SCO Photohost/Brics/Reuters)


Dilma chega a Ufá, na Rússia, para VII Cúpula do Brics
Presidente jantará ainda nesta quarta (8) com chefes de Estado do grupo.
Na quinta (9), ela terá reunião de trabalho e irá a sessão plenária da cúpula.
Do G1, em Brasília
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A presidente Dilma Rousseff chegou nesta quarta-feira (8) a Ufá, na Rússia, para participar da VII Cúpula do Brics, grupo de países emergentes composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o objetivo central da cúpula é "aprofundar o diálogo" entre os países que compõem o grupo e "avançar" na cooperação financeira.

O último encontro entre os presidentes do Brics ocorreu em novembro do ano passado em Brisbane, na Austrália, em meio à reunião do G20, formado pelas 20 principais economias do mundo.

A mais recente cúpula do Brics, entretanto, ocorreu em julho do ano passado, logo após o encerramento da Copa do Mundo, e foi dividida em duas etapas. Na ocasião, os presidentes dos cinco países se reuniram em Fortaleza (CE), onde formalizaram a criação do Banco do Brics, voltado para investimentos em infraestrutura, e, em Brasília.

Conforme a agenda da presidente, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social, Dilma participará ainda nesta quarta de jantar oferecido pelo presidente russo Vladimir Putin aos demais chefes de Estado e de governo dos países Brics: Narendra Modi (Índia), Xi Jinping (China) e Jacob Zuma (África do Sul).

A programação oficial da cúpula começa nesta quinta (9). De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, os líderes dos países Brics participarão da cerimônia de encerramento do encontro do Conselho Empresarial do grupo, terão reunião de trabalho e discursarão na sessão plenária.

Itália
Após cumprir agenda na Rússia, a presidente Dilma seguirá para a Itália, onde se reunirá com o primeiro-ministro do país, Matteo Renzi, em Roma. Ela também viajará à Milão para visitar expositores brasileiros na Expo Milão.



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Tsipras pede no Parlamento Europeu acordo justo para Grécia

Tsipras pede no Parlamento Europeu acordo justo para Grécia

quarta-feira, 8 de julho de 2015

 08/07/2015 REUTERS/Vincent Kessler

Por Barbara Lewis

ESTRASBURGO (Reuters) - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, pediu em discurso ao Parlamento Europeu nesta quarta-feira um acordo justo para manter seu país na zona do euro, reconhecendo a responsabilidade da própria Grécia em suas dificuldades, depois que líderes da UE deram a ele cinco dias para que apresente reformas convincentes.

O governo grego enviou formalmente um pedido de empréstimo de três anos do fundo de resgate do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês) que seria usado para "atender as obrigações de dívida da Grécia e para assegurar a estabilidade do sistema financeiro".

Com os bancos fechados, os saques de dinheiro racionados e a economia em queda livre, a Grécia nunca esteve tão perto de uma falência que provavelmente forçaria o país a imprimir uma moeda alternativa e deixar o euro.

Ainda assim, o premiê parecia relaxado e confiante, com um toque de humildade, quando apareceu diante de parlamentares da União Europeia em Estrasburgo sob aplausos e algumas vaias.

Falando horas após líderes da zona do euro, em outra cúpula emergencial em Bruxelas, darem à Grécia um prazo até o final da semana para que apresente propostas de reformas abrangentes, Tsipras disse que os gregos não tiveram escolha a não ser requerer uma saída "deste impasse".

"Estamos determinados a não ter um embate com a Europa mas a enfrentar o establishment em nosso próprio país e a mudar a mentalidade que derrubará a nós e a zona do euro", disse ele sob aplausos da esquerda.

Ele prometeu entregar propostas de reformas detalhadas na quinta-feira e evitou em grande parte a retórica nervosa que alienou muitos parceiros europeus, embora tenha criticado tentativas de "aterrorizar" os gregos a votarem a favor de "austeridade sem fim".

Falando antes dele, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, repetiu que o prazo final para que a Grécia envie planos de reforma convincentes e comece a implementá-los acaba nesta semana.  "Nossa incapacidade de encontrar um acordo pode levar à falência da Grécia e à insolvência de seu sistema bancário, e com certeza será mais doloroso para o povo grego", disse Tusk. "Não tenho dúvida de que isso afetará a Europa, também no sentido geopolítico; se alguém tem a ilusão de que não, esse alguém é ingênuo."

Se especialistas da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) considerarem as propostas gregas viáveis, os ministros das Finanças da zona do euro vão se reunir no sábado para recomendar a abertura de negociações com Atenas, e uma cúpula especial dos 28 países da UE irá se reunir no domingo para aprovar um plano de ajuda.

Fontes da zona do euro disseram que uma questão importante é se o pacote de reformas da Grécia será mais ambicioso que os cortes de gastos, aumentos de impostos e reformas modestas que os eleitores gregos rejeitaram no domingo em referendo sobre um plano de resgate anterior.

Apesar dos esforços de último minuto para costurar um acordo para a Grécia, uma pesquisa da Reuters com economistas mostrou que a probabilidade de que a Grécia deixe a zona do euro subiu a 55 por cento ante 45 por cento na semana passada, a primeira vez que a chance ultrapassou a marca de 50 por cento.

Merkel deixou claro em entrevista coletiva que ela não está "exageradamente otimista" de que um acordo pode ser encontrado para salvar a Grécia até o domingo.

Enquanto isso, o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, aumentou a pressão de Washington para que a Grécia e seus parceiros cheguem a um acordo para manter Atenas na área do euro pelo bem da estabilidade econômica e geopolítica da Europa.


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Ninguém ignora “dificuldades” na economia, mas governo espera reverter situação em breve, diz Temer

Ninguém ignora “dificuldades” na economia, mas governo espera reverter situação em breve, diz Temer

quarta-feira, 8 de julho de 2015

 Vice-presidente da República Michel Temer durante cerimônia em Brasília.  19/03/2015  
REUTERS/Ueslei Marcelino


BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente da República Michel Temer afirmou nesta quarta-feira que “ninguém” desconhece que a economia do país passa por dificuldades, mas acrescentou que medidas tomadas pelo governo irão reverter a situação em “breve tempo”.

Segundo Temer, que exerce interinamente o cargo de presidente da República com a viagem de Dilma Rousseff à Rússia, é exatamente por reconhecer a situação econômica que o Executivo deu início ao ajuste fiscal.

“Ninguém ignora que há dificuldades transitórias em relação à economia. Mas essas medidas todas que estão sendo tomadas pelo Executivo, volto a dizer, com o apoio explícito do Congresso Nacional, é que reverterão essa tendência”, disse ao comentar dados da inflação divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve a maior alta para junho em 19 anos, de 0,79%, mas abaixo do esperado.[nL1N0ZO0KP]

“Eu espero, aliás, o governo espera que em breve tempo, não sei se neste ano ainda , mas em breve tempo essa reversão se verifique”, afirmou, após participar de sessão solene na Câmara dos Deputados.

Ao ser questionado se é possível classificar de “golpismo” as movimentações da oposição para um impeachment da presidente Dilma, Temer afirmou que “não vale a pena levar adiante” essa discussão.

O vice-presidente e articulador político do governo voltou a dizer irá manter essa atuação e reiterou que já vinha exercendo a articulação política antes de Dilma transferir oficialmente a atribuição a ele.

(Por Maria Carolina Marcello)

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terça-feira, 7 de julho de 2015

Dólar sobe mais de 1% sobre o real, com Grécia e cenário político

Dólar sobe mais de 1% sobre o real, com Grécia e cenário político

terça-feira, 7 de julho de 2015

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou com alta de mais de 1 por cento nesta terça-feira, encostando em 3,20 reais, maior patamar em pouco mais de um mês, com investidores evitando ativos de risco diante dos novos capítulos da crise de dívida da Grécia e preocupações com a cena política brasileira.

A moeda norte-americana subiu 1,29 por cento, a 3,1825 reais na venda, maior patamar desde 29 de maio, quando ficou em 3,1873 reais. Na máxima do dia, o dólar chegou a 3,2023 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 1,5 bilhão de dólares.

Analistas da corretora Guide Investimentos ressaltaram em nota a clientes que investidores recorriam à segurança do dólar. Mas, de maneira geral, a percepção é que mesmo uma saída da zona do euro não seria o fim do mundo e impactos sobre o Brasil seriam pequenos.

Encontro do Eurogrupo, que reúne ministros das Finanças da zona do euro, para discutir o tema terminou sem grandes conclusões nesta manhã. Na quarta-feira, o grupo fará teleconferência para discutir o esperado pedido grego por um empréstimo a médio prazo do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (ESM, na sigla em inglês).

Nesta tarde, uma autoridade do governo grego disse que o país está pedindo a seus parceiros da zona do euro uma solução temporária para suas necessidades de financiamento que cobriria o restante deste mês, enquanto se busca um acordo de longo prazo.

Os líderes da zona do euro podem ter uma nova cúpula de emergência no domingo para aprovar um plano de ajuda à Grécia se as instituições credoras ficarem satisfeitas com um pedido por empréstimo e um plano de reforma do país.

No Brasil, investidores também adotaram estratégias mais defensivas diante de preocupações com a estabilidade política do governo da presidente Dilma Rousseff.

"Aqui, as preocupações com a crise política potencializam a valorização do dólar", escreveu o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa em nota a clientes. Com a subida de tom da oposição e o aumento das especulações sobre impeachment ou cassação, Dilma disse em entrevista à Folha de S.Paulo que não há base para isso e não vai cair.

"Antes, falávamos de impeachment como se fosse uma brincadeira, uma impossibilidade. Hoje, já é uma possibilidade a ser levada a sério, algo factível", disse o especialista em câmbio da corretora Icap Italo Abucater. "Passou do impossível ao improvável".

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, repôs ao todo o equivalente a 1,576 bilhão de dólares, ou por volta de 15 por cento do lote de agosto, que corresponde a 10,675 bilhões de dólares.


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Partidos da base saem em defesa de Dilma e da "legalidade democrática"

Partidos da base saem em defesa de Dilma e da "legalidade democrática"

terça-feira, 7 de julho de 2015

SÃO PAULO (Reuters) - Partidos da base governista divulgaram nota nesta terça-feira manifestando apoio à presidente Dilma Rousseff e um "inarredável compromisso" com a "legalidade democrática", em meio a um cenário político em que a palavra impeachment é pronunciada cada vez com mais frequência.

Lideranças de partidos da coalizão governista, como PT, PMDB, PDT, PSD, PCdoB, PR, entre outros, elogiaram a presidente pela edição de medida provisória que cria o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e se disseram convencidos da legalidade das contas do governo em 2014, em análise no Tribunal de Contas da União (TCU).

"Os líderes e dirigentes partidários abaixo-assinados manifestam o seu apoio à presidenta e ao vice-presidente da República. E reafirmam seu profundo respeito à Constituição Federal e seu inarredável compromisso com a vontade popular expressa nas urnas e com a legalidade democrática", afirma a nota, divulgada um dia após a presidente Dilma Rousseff reunir o Conselho Político.

Na reunião na noite de segunda-feira, o governo defendeu a legalidade de suas contas em 2014, que estão em análise no TCU.

"Os partidos da base também tomaram conhecimento das respostas às questões suscitadas sobre as contas de 2014 do governo federal. À vista dos fundados argumentos técnicos e jurídicos apresentados ao Conselho Político, há plena convicção de que os argumentos do governo serão acolhidos", afirma a nota divulgada nesta terça.

O TCU deu prazo de 30 dias a partir de 17 de junho para que a Presidência se manifeste sobre indícios de irregularidades apontados pelo órgão nas contas do governo Dilma no ano passado.

O relator do caso no TCU, ministro Augusto Nardes, apontou 13 indícios de irregularidades nas contas da União no ano passado, que incluem as chamadas "pedaladas fiscais", que é o atraso no repasse de recursos da União para cobrir gastos de bancos públicos com alguns programas do governo.

Qualquer decisão do TCU não tem caráter punitivo, mas uma eventual recomendação do órgão ao Congresso pela rejeição das contas do governo pode motivar a abertura de um processo de impeachment contra Dilma por crime de responsabilidade.

A presidente, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada nesta terça-feira, disse não temer as tentativas de interromper seu mandato e alegou que alguns setores da oposição são "um tanto quanto golpistas".
Em resposta, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que, na realidade, é o PT que adota um discurso golpista.

"Tudo que contraria o PT, e os interesses do PT, é golpe! Na verdade o discurso golpista é o do PT", rebateu o tucano em nota. Aécio foi derrotado por Dilma na eleição presidencial do ano passado, a mais acirrada desde a redemocratização.

(Por Eduardo Simões)


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