Partidos da base saem em defesa de Dilma e da "legalidade democrática"
terça-feira, 7 de julho de 2015
SÃO PAULO (Reuters) - Partidos da base governista divulgaram nota nesta terça-feira manifestando apoio à presidente Dilma Rousseff e um "inarredável compromisso" com a "legalidade democrática", em meio a um cenário político em que a palavra impeachment é pronunciada cada vez com mais frequência.
Lideranças de partidos da coalizão governista, como PT, PMDB, PDT, PSD, PCdoB, PR, entre outros, elogiaram a presidente pela edição de medida provisória que cria o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e se disseram convencidos da legalidade das contas do governo em 2014, em análise no Tribunal de Contas da União (TCU).
"Os líderes e dirigentes partidários abaixo-assinados manifestam o seu apoio à presidenta e ao vice-presidente da República. E reafirmam seu profundo respeito à Constituição Federal e seu inarredável compromisso com a vontade popular expressa nas urnas e com a legalidade democrática", afirma a nota, divulgada um dia após a presidente Dilma Rousseff reunir o Conselho Político.
Na reunião na noite de segunda-feira, o governo defendeu a legalidade de suas contas em 2014, que estão em análise no TCU.
"Os partidos da base também tomaram conhecimento das respostas às questões suscitadas sobre as contas de 2014 do governo federal. À vista dos fundados argumentos técnicos e jurídicos apresentados ao Conselho Político, há plena convicção de que os argumentos do governo serão acolhidos", afirma a nota divulgada nesta terça.
O TCU deu prazo de 30 dias a partir de 17 de junho para que a Presidência se manifeste sobre indícios de irregularidades apontados pelo órgão nas contas do governo Dilma no ano passado.
O relator do caso no TCU, ministro Augusto Nardes, apontou 13 indícios de irregularidades nas contas da União no ano passado, que incluem as chamadas "pedaladas fiscais", que é o atraso no repasse de recursos da União para cobrir gastos de bancos públicos com alguns programas do governo.
Qualquer decisão do TCU não tem caráter punitivo, mas uma eventual recomendação do órgão ao Congresso pela rejeição das contas do governo pode motivar a abertura de um processo de impeachment contra Dilma por crime de responsabilidade.
A presidente, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada nesta terça-feira, disse não temer as tentativas de interromper seu mandato e alegou que alguns setores da oposição são "um tanto quanto golpistas".
Em resposta, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que, na realidade, é o PT que adota um discurso golpista.
"Tudo que contraria o PT, e os interesses do PT, é golpe! Na verdade o discurso golpista é o do PT", rebateu o tucano em nota. Aécio foi derrotado por Dilma na eleição presidencial do ano passado, a mais acirrada desde a redemocratização.
(Por Eduardo Simões)
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terça-feira, 7 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
Dilma afirma que defenderá seu mandato 'com unhas e dentes'
Dilma afirma que defenderá seu mandato 'com unhas e dentes'
Estadão Conteúdo Em Brasília 06/07/201520h36
Evaristo Sá - 24.jun.2015/AFP
"As pessoas que estão fazendo delação premiada vão ter de provar o que estão falando", disse Dilma
"As pessoas que estão fazendo delação premiada vão ter de provar o que estão falando", disse Dilma
A presidente Dilma Rousseff classificou nesta segunda-feira, 6, como "golpista" a pregação por sua saída do governo e disse que defenderá "com unhas e dentes" o mandato para o qual foi eleita. Um dia depois da convenção do PSDB, na qual tucanos apostaram em novas eleições antes de 2018, Dilma orientou ministros, presidentes de partidos, deputados e senadores da base aliada a afastarem com vigor a articulação de adversários pelo impeachment, carimbando a iniciativa como "golpe".
"As pessoas que estão fazendo delação premiada vão ter de provar o que estão falando", disse Dilma em conversas reservadas. Foi uma referência a depoimentos de empreiteiros que, presos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, disseram ter dado dinheiro desviado da Petrobrás para o PT e para as campanhas de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Vou defender o meu mandato com unhas e dentes. Nada ficará sem resposta."
Indignada com o movimento que começou a ganhar corpo com o agravamento da crise política, Dilma chamou uma reunião de emergência no Palácio da Alvorada, à noite, com o Conselho Político do governo, formado por presidentes e líderes de partidos da base na Câmara e no Senado. Não foi só: convocou os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) para explicar aos aliados, "ponto por ponto", a manobra orçamentária que ficou conhecida como "pedalada fiscal".
"Todos nós achamos que (o impeachment) é algo impensável para o momento atual", afirmou o vice-presidente Michel Temer, que comanda o PMDB e é articulador político do Palácio do Planalto. "Eu vejo essa pregação com muita preocupação. Nós não podemos ter a essa altura, no momento em que o País tem grande repercussão internacional, uma tese dessa natureza sendo patrocinada por diversos setores."
Além do PSDB do senador Aécio Neves (MG), reconduzido no domingo à presidência do partido, uma ala do PMDB flerta com a oposição e também prega o afastamento de Dilma, sob o argumento de que ela não tem mais condições políticas para governar.
Há, porém, divisões em todos os partidos que defendem a interrupção do mandato de Dilma. Setores do PMDB torcem para que o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeite as contas do governo em razão da "pedalada fiscal". Nesse caso, mesmo se o desfecho no Congresso seja a aprovação do impeachment, Temer assumiria o cargo. Se, no entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatar o pedido feito pelo PSDB e considerar que houve abuso do poder econômico e político nas eleições, como alega o partido de Aécio, a chapa Dilma-Temer perde o mandato.
Temer disse desconhecer que setores do PMDB estejam namorando o PSDB, com o objetivo de sondar os tucanos para um possível apoio ao governo caso Dilma seja obrigada a se afastar. "A presidente está tranquila. Podemos ter uma pequena crise política, dificuldades econômicas, mas o que não se quer é uma crise institucional", afirmou o vice-presidente. "Levar adiante uma ideia de impedimento da presidente da República poderia revelar uma crise institucional, que é indesejável para o País."
Antes de entrar para a reunião com o Conselho Político, no Alvorada, o ministro Nelson Barbosa disse que não houve ilegalidade no episódio sob análise do TCU. "Todas as operações que foram feitas estão de acordo com a lei e já foram objeto até de aprovação pelo TCU em exercícios anteriores", insistiu Barbosa.
http://noticias.uol.com.br/
Estadão Conteúdo Em Brasília 06/07/201520h36
Evaristo Sá - 24.jun.2015/AFP
"As pessoas que estão fazendo delação premiada vão ter de provar o que estão falando", disse Dilma
"As pessoas que estão fazendo delação premiada vão ter de provar o que estão falando", disse Dilma
A presidente Dilma Rousseff classificou nesta segunda-feira, 6, como "golpista" a pregação por sua saída do governo e disse que defenderá "com unhas e dentes" o mandato para o qual foi eleita. Um dia depois da convenção do PSDB, na qual tucanos apostaram em novas eleições antes de 2018, Dilma orientou ministros, presidentes de partidos, deputados e senadores da base aliada a afastarem com vigor a articulação de adversários pelo impeachment, carimbando a iniciativa como "golpe".
"As pessoas que estão fazendo delação premiada vão ter de provar o que estão falando", disse Dilma em conversas reservadas. Foi uma referência a depoimentos de empreiteiros que, presos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, disseram ter dado dinheiro desviado da Petrobrás para o PT e para as campanhas de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Vou defender o meu mandato com unhas e dentes. Nada ficará sem resposta."
Indignada com o movimento que começou a ganhar corpo com o agravamento da crise política, Dilma chamou uma reunião de emergência no Palácio da Alvorada, à noite, com o Conselho Político do governo, formado por presidentes e líderes de partidos da base na Câmara e no Senado. Não foi só: convocou os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) para explicar aos aliados, "ponto por ponto", a manobra orçamentária que ficou conhecida como "pedalada fiscal".
"Todos nós achamos que (o impeachment) é algo impensável para o momento atual", afirmou o vice-presidente Michel Temer, que comanda o PMDB e é articulador político do Palácio do Planalto. "Eu vejo essa pregação com muita preocupação. Nós não podemos ter a essa altura, no momento em que o País tem grande repercussão internacional, uma tese dessa natureza sendo patrocinada por diversos setores."
Além do PSDB do senador Aécio Neves (MG), reconduzido no domingo à presidência do partido, uma ala do PMDB flerta com a oposição e também prega o afastamento de Dilma, sob o argumento de que ela não tem mais condições políticas para governar.
Há, porém, divisões em todos os partidos que defendem a interrupção do mandato de Dilma. Setores do PMDB torcem para que o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeite as contas do governo em razão da "pedalada fiscal". Nesse caso, mesmo se o desfecho no Congresso seja a aprovação do impeachment, Temer assumiria o cargo. Se, no entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatar o pedido feito pelo PSDB e considerar que houve abuso do poder econômico e político nas eleições, como alega o partido de Aécio, a chapa Dilma-Temer perde o mandato.
Temer disse desconhecer que setores do PMDB estejam namorando o PSDB, com o objetivo de sondar os tucanos para um possível apoio ao governo caso Dilma seja obrigada a se afastar. "A presidente está tranquila. Podemos ter uma pequena crise política, dificuldades econômicas, mas o que não se quer é uma crise institucional", afirmou o vice-presidente. "Levar adiante uma ideia de impedimento da presidente da República poderia revelar uma crise institucional, que é indesejável para o País."
Antes de entrar para a reunião com o Conselho Político, no Alvorada, o ministro Nelson Barbosa disse que não houve ilegalidade no episódio sob análise do TCU. "Todas as operações que foram feitas estão de acordo com a lei e já foram objeto até de aprovação pelo TCU em exercícios anteriores", insistiu Barbosa.
http://noticias.uol.com.br/
domingo, 5 de julho de 2015
Aléxis Tsípras, Frase da semana: Em pronunciamento, Tsipras afirmou que o referendo deste domingo marcou uma página virada na história da Grécia e que a democracia "não pode ser chantageada".
Em pronunciamento, Tsipras afirmou que o referendo deste domingo marcou uma página virada na história da Grécia e que a democracia "não pode ser chantageada".
Aléxis Tsípras 1º Ministro da Grécia.
Gregos desafiam União Europeia com vitória expressiva do "Não" em referendo
domingo, 5 de julho de 2015
Gregos comemora vitória do "Não" em referendo que rejeitou termos de pacote de ajuda financeira e que imporia novas medidas de austeridade fiscal ao país.
ATENAS (Reuters) - Os gregos votaram em massa neste domingo pela rejeição do pacote de resgate ao país, arriscando a própria ruína financeira em uma demonstração de resistência que pode fragmentar a Europa.
Com cerca de metade dos votos do referendo contabilizados, os números oficiais dão conta de que 61 por cento dos gregos são contra a oferta de resgate ao país. Uma projeção do ministério do Interior mostra que o percentual final deve ser muito próximo disso.
A surpreendente e robusta vitória do "não" derrubou as pesquisas de opinião, que previam um resultado muito parelho. Ela também deixa a Grécia à deriva em águas desconhecidas: arriscando a ruína financeira, o isolamento político dentro da zona do euro e o colapso bancário se os credores negarem ajuda daqui em diante.
Mas para milhões de gregos o resultado foi uma mensagem raivosa aos credores de que a Grécia não pode mais aceitar repetidas rodadas de austeridade que, em cinco anos, deixaram um em cada quatro pessoas sem emprego no país. O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, denunciou que o preço a se pagar pela aceitação do resgate seria "chantagem" e "humilhação" nacional.
Em pronunciamento, Tsipras afirmou que o referendo deste domingo marcou uma página virada na história da Grécia e que a democracia "não pode ser chantageada". Ele disse que seu governo está pronto para voltar imediatamente com as negociações com os credores.
O premiê afirmou que o referendo deu mandato para que o governo alcance uma solução viável para a situação financeira do país e que não há saídas simples, mas sim que há saídas justas desde que ambos os lados da mesa de negociação queiram isso.
Centenas de gregos já começaram a aparecer na praça central de Syntagma em frente ao parlamento nacional para comemorar o resultado do referendo, após uma semana de desespero em que bancos fecharam as portas e houve racionamento de saque de dinheiro nos caixas para prevenir o colapso do sistema financeiro grego.
"Essa é a marca da vontade do povo grego e agora cabe aos europeus decidirem se respeitam nossa opinião e querem nos ajudar", disse Nikos Tarasis, de 23 anos, estudante.
Membros do governo da Grécia, que disseram que o "não" reforçaria a capacidade do país de assegurar um melhor acordo com os credores internacionais após meses de discussão, imediatamente disseram que iriam trabalhar para recomeçar as conversas com os parceiros europeus. "Eu acredito que não exista grego hoje que não esteja orgulhoso, porque independente do que ele tenha votado ele mostrou que seu país acima de tudo respeita a democracia", disse o ministro do Trabalho, Panos Skourletis.
"O governo agora tem um mandato forte, uma carta forte de negociação, para trazer um acordo que poderá se abrir por novos meios."
Mas funcionários da zona do euro acabaram com qualquer panorama de reatamento das conversas. Um funcionário disse que não há planos para uma reunião de emergência entre os ministros de finanças da zona do euro na segunda-feira, afirmando que o resultado do referendo significaria que os ministros "não saberiam o que discutir".
Muitos dos parceiros de Atenas haviam avisado ao longo da última semana que a vitória do "não" significaria o corte dos laços entre Grécia e Europa e levaria a já debilitada situação financeira grega à falência total, piorando dramaticamente a depressão econômica do país.
O resultado também representa um duro golpe ao projeto da União Europeia de moeda única. Pensada para ser permanente e inquebrável quando foi concebida há 15 anos, a zona do euro pode agora estar prestes a perder seu primeiro membro com o risco do colapso.
Os bancos gregos, que foram fechados durante a semana e racionaram os saques em dinheiro, devem ficar sem dinheiro nos próximos dias, a não ser que o Banco Central Europeu providencie uma ajuda emergencial. O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, deve se encontrar com os principais banqueiros do país ainda neste domingo, e o ministro de Estado, Nikos Pappas, um dos nomes mais próximos do primeiro-ministro, afirmou que é "absolutamente necessário" restaurar a liquidez para que o sistema bancário opere agora que o referendo acabou.
No entanto, o Banco Central Europeu, que realiza uma reunião por conferência na manhã de segunda-feira, pode estar relutante em aumentar os empréstimos emergenciais para os bancos gregos depois que a população do país rejeitou os cortes orçamentários e reformas econômicas que os credores consideram essenciais para recuperar as finanças gregas, disseram fontes do BCE.
Os primeiros indícios dão conta de que qualquer resposta política da União Europeia ao referendo grego deve levar alguns dias. A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande se encontrarão em Paris na manhã da segunda-feira. A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, se reúne em Strasburgo na terça-feira, e reportará ao Parlamento Europeu a situação na Grécia.
"Os líderes da União Europeia devem se reunir imediatamente, ainda na segunda-feira. A situação é muito séria para deixar ela toda para os ministros de finanças", disse Alex Schaefer, deputado líder do Partido Social Democrata (SPD) no parlamento alemão. "Você tem de ter confiança na capacidade do Banco Central Europeu em agir. Nós devemos usar todas as possibilidades no orçamento da União Europeia para ajudar a Grécia, que ainda é um membro do euro e da UE."
ÁGUAS NUNCA ANTES NAVEGADAS
A vitória do "não" põe a Grécia e a zona do euro em águas nunca antes navegadas. Incapaz de pegar emprestado dinheiro dos principais mercados, a Grécia agora tem uma das dívidas públicas mais altas do mundo. O Fundo Monetário Internacional avisou na última semana que seria necessário um massivo aporte financeiro de mais de 50 bilhões de euros para aliviar a dívida.
No entanto, membros do governo grego veem o relatório do FMI como um ponto crucial que dá suporte ao argumento de que o resgate financeiro que os credores apoiam só iria, de fato, empurrar a Grécia ainda mais para a depressão.
Tsipras convocou o referendo há oito dias depois de rejeitar os duros termos sugeridos pelos credores internacionais, antes de liberarem bilhões de euros para o pacote de resgate.
Ele então afirmou que os termos davam um "ultimato" à Grécia e seu argumento de que o "Não" iria permitir ao governo barganhar um melhor acordo parece ter convencido muitos gregos, especialmente os votantes mais jovens que têm sofrido com uma taxa de desemprego de aproximadamente 50 por cento entre eles.
Pesquisas de opinião nos últimos meses têm mostrado que uma vasta maioria da população quer que a Grécia, ainda assim, permaneça na zona do euro.
(Por Carolina Tagaris e Lefteris Papadimas)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserve
Gregos comemora vitória do "Não" em referendo que rejeitou termos de pacote de ajuda financeira e que imporia novas medidas de austeridade fiscal ao país.
ATENAS (Reuters) - Os gregos votaram em massa neste domingo pela rejeição do pacote de resgate ao país, arriscando a própria ruína financeira em uma demonstração de resistência que pode fragmentar a Europa.
Com cerca de metade dos votos do referendo contabilizados, os números oficiais dão conta de que 61 por cento dos gregos são contra a oferta de resgate ao país. Uma projeção do ministério do Interior mostra que o percentual final deve ser muito próximo disso.
A surpreendente e robusta vitória do "não" derrubou as pesquisas de opinião, que previam um resultado muito parelho. Ela também deixa a Grécia à deriva em águas desconhecidas: arriscando a ruína financeira, o isolamento político dentro da zona do euro e o colapso bancário se os credores negarem ajuda daqui em diante.
Mas para milhões de gregos o resultado foi uma mensagem raivosa aos credores de que a Grécia não pode mais aceitar repetidas rodadas de austeridade que, em cinco anos, deixaram um em cada quatro pessoas sem emprego no país. O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, denunciou que o preço a se pagar pela aceitação do resgate seria "chantagem" e "humilhação" nacional.
Em pronunciamento, Tsipras afirmou que o referendo deste domingo marcou uma página virada na história da Grécia e que a democracia "não pode ser chantageada". Ele disse que seu governo está pronto para voltar imediatamente com as negociações com os credores.
O premiê afirmou que o referendo deu mandato para que o governo alcance uma solução viável para a situação financeira do país e que não há saídas simples, mas sim que há saídas justas desde que ambos os lados da mesa de negociação queiram isso.
Centenas de gregos já começaram a aparecer na praça central de Syntagma em frente ao parlamento nacional para comemorar o resultado do referendo, após uma semana de desespero em que bancos fecharam as portas e houve racionamento de saque de dinheiro nos caixas para prevenir o colapso do sistema financeiro grego.
"Essa é a marca da vontade do povo grego e agora cabe aos europeus decidirem se respeitam nossa opinião e querem nos ajudar", disse Nikos Tarasis, de 23 anos, estudante.
Membros do governo da Grécia, que disseram que o "não" reforçaria a capacidade do país de assegurar um melhor acordo com os credores internacionais após meses de discussão, imediatamente disseram que iriam trabalhar para recomeçar as conversas com os parceiros europeus. "Eu acredito que não exista grego hoje que não esteja orgulhoso, porque independente do que ele tenha votado ele mostrou que seu país acima de tudo respeita a democracia", disse o ministro do Trabalho, Panos Skourletis.
"O governo agora tem um mandato forte, uma carta forte de negociação, para trazer um acordo que poderá se abrir por novos meios."
Mas funcionários da zona do euro acabaram com qualquer panorama de reatamento das conversas. Um funcionário disse que não há planos para uma reunião de emergência entre os ministros de finanças da zona do euro na segunda-feira, afirmando que o resultado do referendo significaria que os ministros "não saberiam o que discutir".
Muitos dos parceiros de Atenas haviam avisado ao longo da última semana que a vitória do "não" significaria o corte dos laços entre Grécia e Europa e levaria a já debilitada situação financeira grega à falência total, piorando dramaticamente a depressão econômica do país.
O resultado também representa um duro golpe ao projeto da União Europeia de moeda única. Pensada para ser permanente e inquebrável quando foi concebida há 15 anos, a zona do euro pode agora estar prestes a perder seu primeiro membro com o risco do colapso.
Os bancos gregos, que foram fechados durante a semana e racionaram os saques em dinheiro, devem ficar sem dinheiro nos próximos dias, a não ser que o Banco Central Europeu providencie uma ajuda emergencial. O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, deve se encontrar com os principais banqueiros do país ainda neste domingo, e o ministro de Estado, Nikos Pappas, um dos nomes mais próximos do primeiro-ministro, afirmou que é "absolutamente necessário" restaurar a liquidez para que o sistema bancário opere agora que o referendo acabou.
No entanto, o Banco Central Europeu, que realiza uma reunião por conferência na manhã de segunda-feira, pode estar relutante em aumentar os empréstimos emergenciais para os bancos gregos depois que a população do país rejeitou os cortes orçamentários e reformas econômicas que os credores consideram essenciais para recuperar as finanças gregas, disseram fontes do BCE.
Os primeiros indícios dão conta de que qualquer resposta política da União Europeia ao referendo grego deve levar alguns dias. A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande se encontrarão em Paris na manhã da segunda-feira. A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, se reúne em Strasburgo na terça-feira, e reportará ao Parlamento Europeu a situação na Grécia.
"Os líderes da União Europeia devem se reunir imediatamente, ainda na segunda-feira. A situação é muito séria para deixar ela toda para os ministros de finanças", disse Alex Schaefer, deputado líder do Partido Social Democrata (SPD) no parlamento alemão. "Você tem de ter confiança na capacidade do Banco Central Europeu em agir. Nós devemos usar todas as possibilidades no orçamento da União Europeia para ajudar a Grécia, que ainda é um membro do euro e da UE."
ÁGUAS NUNCA ANTES NAVEGADAS
A vitória do "não" põe a Grécia e a zona do euro em águas nunca antes navegadas. Incapaz de pegar emprestado dinheiro dos principais mercados, a Grécia agora tem uma das dívidas públicas mais altas do mundo. O Fundo Monetário Internacional avisou na última semana que seria necessário um massivo aporte financeiro de mais de 50 bilhões de euros para aliviar a dívida.
No entanto, membros do governo grego veem o relatório do FMI como um ponto crucial que dá suporte ao argumento de que o resgate financeiro que os credores apoiam só iria, de fato, empurrar a Grécia ainda mais para a depressão.
Tsipras convocou o referendo há oito dias depois de rejeitar os duros termos sugeridos pelos credores internacionais, antes de liberarem bilhões de euros para o pacote de resgate.
Ele então afirmou que os termos davam um "ultimato" à Grécia e seu argumento de que o "Não" iria permitir ao governo barganhar um melhor acordo parece ter convencido muitos gregos, especialmente os votantes mais jovens que têm sofrido com uma taxa de desemprego de aproximadamente 50 por cento entre eles.
Pesquisas de opinião nos últimos meses têm mostrado que uma vasta maioria da população quer que a Grécia, ainda assim, permaneça na zona do euro.
(Por Carolina Tagaris e Lefteris Papadimas)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserve
Projeção oficial mostra vitória do "não" na Grécia
Projeção oficial mostra vitória do "não" na Grécia
domingo, 5 de julho de 2015
ATENAS (Reuters) - Os gregos votaram por uma larga margem para rejeitar os termos de austeridade de um pacote de ajuda dos credores internacionais, mostrou projeção oficial do resultado final do referendo deste domingo.
"A avaliação da Singular Logica é de que o resultado em favor do "não" vai superar 61 por cento", disse um, representante da Singular Logic, que processo os resultados para o Ministério do Interior.
Apenas 39 por cento devem ter votado a favor da austeridade, segundo a mesma projeção.
O resultado representa uma grande vitória para o primeiro-ministro Alexis Tsipras, que pediu para os eleitores votarem "não" a um pacote que ele classifica como uma "humilhação" nacional e um ultimato dos credores.
Mas partidos pró-euro e autoridades da zona do euro têm alertado que o "não" seria equivalente a rejeitar as conversas com os credores, deixando a Grécia em um caminho for a do euro.
(Por Karolina Tagaris)
domingo, 5 de julho de 2015
ATENAS (Reuters) - Os gregos votaram por uma larga margem para rejeitar os termos de austeridade de um pacote de ajuda dos credores internacionais, mostrou projeção oficial do resultado final do referendo deste domingo.
"A avaliação da Singular Logica é de que o resultado em favor do "não" vai superar 61 por cento", disse um, representante da Singular Logic, que processo os resultados para o Ministério do Interior.
Apenas 39 por cento devem ter votado a favor da austeridade, segundo a mesma projeção.
O resultado representa uma grande vitória para o primeiro-ministro Alexis Tsipras, que pediu para os eleitores votarem "não" a um pacote que ele classifica como uma "humilhação" nacional e um ultimato dos credores.
Mas partidos pró-euro e autoridades da zona do euro têm alertado que o "não" seria equivalente a rejeitar as conversas com os credores, deixando a Grécia em um caminho for a do euro.
(Por Karolina Tagaris)
Franz Kafka / A Metamorfose
Franz Kafka
Franz Kafka (1883-1924), escritor tcheco de língua alemã. É considerado um dos principais escritores de literatura moderna. Sua obra retrata as ansiedades e a alienação do homem do século XX.
Kafka nasceu em Praga (03/07/1883), cidade que pertencia ao império austro-húngaro, filho de um comerciante judeu muito abastado, cresceu sob as influências de três culturas: a judia, a tcheca e a alemã.
Na adolescência, declara-se socialista e ateu. Participa de reuniões com grupos anarquistas e, no fim da vida, engaja-se no movimento sionista. Cursa Direito em Praga, formando-se em 1906. Passa a trabalhar em companhias de seguros e, em paralelo, dedica-se à Literatura. Em 1917, é obrigado a afastar-se do trabalho devido à tuberculose. A maior parte das suas obras foram publicadas postumamente.
Fez parte, junto com outros escritores da época, da chamada Escola de Praga. Esse movimento era basicamente uma maneira de criação artística alicerçada em uma grande atração pelo realismo, uma inclinação à metafísica e uma síntese entre uma racional lucidez e um forte traço irônico. Além do realismo, seu estilo é marcado pela crueza e pelo detalhamento com que descreve situações incomuns – como em O Processo , de 1925, cujo personagem principal é preso, julgado e executado por um crime que desconhece. Em seus livros, é constante o confronto entre os personagens e o poder das instituições, demonstrando a impotência e a fragilidade do ser humano. Escreve ainda A Metamorfose (1916) e O Castelo (1926).
http://pensador.uol.com.br/
A Metamorfose
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Metamorfose (Die Verwandlung em alemão), é uma novela escrita por Franz Kafka, publicada pela primeira vez em 1915. Embora não seja sua melhor obra, veio a ser o texto mais conhecido, estudado e citado da obra de Kafka. Apesar de ter sido publicada em 1915, foi escrita em novembro de 1912, e concluída em vinte dias. Em 7 de dezembro de 1912, Kafka escrevia à sua noiva, Felice Bauer: "Minha pequena história está terminada".
Enredo
Na obra de Kafka, ele descreve uma caixeiro viajante, que abandona suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais, este recebe o nome de Gregor Samsa. Numa certa manhã, Gregor acorda metamorfoseado em um inseto monstruoso, Kafka descreve este inseto como algo parecido com uma barata gigante. Nos primeiros momentos o livro conta sobre as dificuldades iniciais de Gregor na nova forma. Uma ironia presente neste trecho do livro, é que Gregor não se preocupa com sua transformação, mas sim como está atrasado para o trabalho. Quando Gregor, após muita dificuldade, consegue abrir a porta, todos se assustam, seu pai sua mãe, inclusive o gerente que sai correndo. Sr. Samsa avança contra ele forçando-o a entrar de volta no quarto. Após esse episódio é considerado que Gregor foi demitido, que sua família o rejeita e que sua única companhia é ele mesmo. Apenas em alguns momentos a irmã mostra certa compaixão com ele. No decorrer da historia o autor narra as angústias de Gregor que sem conseguir fazer nada ouve sua família discutindo entre si como se sustentar, já que sua única renda havia ido embora. Nisso Gregor sente uma forte angústia por não poder fazer nada nem opinar sobre o que fazer. Nesses tempos Grete vê os rastos de Gregor nas paredes e teto de seu quarto, então percebe que Gregor tem falta de espaço, assim ela e sua mãe vão tirar os móveis do quarto dele. O problema é que nisso o inseto foge do quarto, mas ao sair se depara com seu pai que o ataca com maçãs, uma delas penetra em suas costas causando tanta dor que o faz desmaiar. No final das contas os Samsa (sem contar com a opinião de Gregor claro) decidem alugar um quarto para ter alguma fonte de renda. O quarto é alugado por três inquilinos, que vivem na casa por um tempo. Num certo dia Ana esquece uma fresta da porta que ligava a sala ao quarto de Gregor aberta. Na hora da janta Grete tocava seu violino para os inquilinos, Gregor do seu quarto ouve e fica tão encantado com o som que segue em direção à sala de jantar. Nos primeiros momentos ninguém o percebe, mas após alguns segundos um dos inquilinos o vê e grita. Sr Samsa tenta afastar os inquilinos de modo que não vejam o inseto e ao mesmo tempo fazer que a criatura volte para o seu quarto. Depois desse incidente Grete, a única que ainda via Gregor como seu irmão e não como um monstro horroroso que atormentava a sua família, perde toda a compaixão e chega a conclusão que eles devem se livrar dele. No passar do tempo o autor fala várias vezes sobre a maçã apodrecendo em suas costas, o que é retratado com um sentido simbólico como o ódio de sua família por ele. Depois de certo período a maçã causa a morte de Gregor. Logo depois de Ana acabar de limpar o quarto do falecido a família sai da casa feliz, já não pensavam na morte do membro, e viam certa esperança num futuro próximo, onde poderia comprar uma casa mais confortável até. Também se mostra interessante que durante a historia Kafka mostra três períodos da relação da família diante de Gregor. No primeiro ela sente medo, num segundo o aceita, mas o esconde do mundo, já no terceiro o odeia o vê como um peso desnecessário e quer se livrar dele.
Personagens
Gregor Samsa:Um caixeiro viajante que trabalha ininterruptamente, não tem muitos amigos. Pressionado pelo emprego apenas se mantém no cargo porque é o único que pode sustentar a família. No inicio se transforma num inseto monstruoso, por conta disso passa por diversos problemas como rejeição de sua família, por exemplo.
Grete Samsa: Irmã de Gregor, era jovem dócil e não sofre por preconceitos. Esta é a única que tem uma relação direta com ele, mesmo após sua transformação. Adorava violino e tocava muito bem, mas a família não tinha dinheiro para pagar seus estudos.
Sr. Samsa: Pai de Gregor. Recusava e odiava seu filho em forma de inseto. Era muito preconceituoso e não trabalhava pois tinha problemas na coluna
Sra. Samsa: Mãe de Gregor, Tinha nojo de seu filho em forma de inseto mas continuava amando-o.
Ana: Uma ajudante que trabalhava na casa dos Samsa junto com Sra. Samsa, arrumando a casa.
Os três inquilinos: Alugam um quarto na casa dos Samsa após a transformação de Gregor.
Gerente do escritório: Chantageava Gregor por cau
Franz Kafka (1883-1924), escritor tcheco de língua alemã. É considerado um dos principais escritores de literatura moderna. Sua obra retrata as ansiedades e a alienação do homem do século XX.
Kafka nasceu em Praga (03/07/1883), cidade que pertencia ao império austro-húngaro, filho de um comerciante judeu muito abastado, cresceu sob as influências de três culturas: a judia, a tcheca e a alemã.
Na adolescência, declara-se socialista e ateu. Participa de reuniões com grupos anarquistas e, no fim da vida, engaja-se no movimento sionista. Cursa Direito em Praga, formando-se em 1906. Passa a trabalhar em companhias de seguros e, em paralelo, dedica-se à Literatura. Em 1917, é obrigado a afastar-se do trabalho devido à tuberculose. A maior parte das suas obras foram publicadas postumamente.
Fez parte, junto com outros escritores da época, da chamada Escola de Praga. Esse movimento era basicamente uma maneira de criação artística alicerçada em uma grande atração pelo realismo, uma inclinação à metafísica e uma síntese entre uma racional lucidez e um forte traço irônico. Além do realismo, seu estilo é marcado pela crueza e pelo detalhamento com que descreve situações incomuns – como em O Processo , de 1925, cujo personagem principal é preso, julgado e executado por um crime que desconhece. Em seus livros, é constante o confronto entre os personagens e o poder das instituições, demonstrando a impotência e a fragilidade do ser humano. Escreve ainda A Metamorfose (1916) e O Castelo (1926).
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A Metamorfose
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Metamorfose (Die Verwandlung em alemão), é uma novela escrita por Franz Kafka, publicada pela primeira vez em 1915. Embora não seja sua melhor obra, veio a ser o texto mais conhecido, estudado e citado da obra de Kafka. Apesar de ter sido publicada em 1915, foi escrita em novembro de 1912, e concluída em vinte dias. Em 7 de dezembro de 1912, Kafka escrevia à sua noiva, Felice Bauer: "Minha pequena história está terminada".
Enredo
Na obra de Kafka, ele descreve uma caixeiro viajante, que abandona suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais, este recebe o nome de Gregor Samsa. Numa certa manhã, Gregor acorda metamorfoseado em um inseto monstruoso, Kafka descreve este inseto como algo parecido com uma barata gigante. Nos primeiros momentos o livro conta sobre as dificuldades iniciais de Gregor na nova forma. Uma ironia presente neste trecho do livro, é que Gregor não se preocupa com sua transformação, mas sim como está atrasado para o trabalho. Quando Gregor, após muita dificuldade, consegue abrir a porta, todos se assustam, seu pai sua mãe, inclusive o gerente que sai correndo. Sr. Samsa avança contra ele forçando-o a entrar de volta no quarto. Após esse episódio é considerado que Gregor foi demitido, que sua família o rejeita e que sua única companhia é ele mesmo. Apenas em alguns momentos a irmã mostra certa compaixão com ele. No decorrer da historia o autor narra as angústias de Gregor que sem conseguir fazer nada ouve sua família discutindo entre si como se sustentar, já que sua única renda havia ido embora. Nisso Gregor sente uma forte angústia por não poder fazer nada nem opinar sobre o que fazer. Nesses tempos Grete vê os rastos de Gregor nas paredes e teto de seu quarto, então percebe que Gregor tem falta de espaço, assim ela e sua mãe vão tirar os móveis do quarto dele. O problema é que nisso o inseto foge do quarto, mas ao sair se depara com seu pai que o ataca com maçãs, uma delas penetra em suas costas causando tanta dor que o faz desmaiar. No final das contas os Samsa (sem contar com a opinião de Gregor claro) decidem alugar um quarto para ter alguma fonte de renda. O quarto é alugado por três inquilinos, que vivem na casa por um tempo. Num certo dia Ana esquece uma fresta da porta que ligava a sala ao quarto de Gregor aberta. Na hora da janta Grete tocava seu violino para os inquilinos, Gregor do seu quarto ouve e fica tão encantado com o som que segue em direção à sala de jantar. Nos primeiros momentos ninguém o percebe, mas após alguns segundos um dos inquilinos o vê e grita. Sr Samsa tenta afastar os inquilinos de modo que não vejam o inseto e ao mesmo tempo fazer que a criatura volte para o seu quarto. Depois desse incidente Grete, a única que ainda via Gregor como seu irmão e não como um monstro horroroso que atormentava a sua família, perde toda a compaixão e chega a conclusão que eles devem se livrar dele. No passar do tempo o autor fala várias vezes sobre a maçã apodrecendo em suas costas, o que é retratado com um sentido simbólico como o ódio de sua família por ele. Depois de certo período a maçã causa a morte de Gregor. Logo depois de Ana acabar de limpar o quarto do falecido a família sai da casa feliz, já não pensavam na morte do membro, e viam certa esperança num futuro próximo, onde poderia comprar uma casa mais confortável até. Também se mostra interessante que durante a historia Kafka mostra três períodos da relação da família diante de Gregor. No primeiro ela sente medo, num segundo o aceita, mas o esconde do mundo, já no terceiro o odeia o vê como um peso desnecessário e quer se livrar dele.
Personagens
Gregor Samsa:Um caixeiro viajante que trabalha ininterruptamente, não tem muitos amigos. Pressionado pelo emprego apenas se mantém no cargo porque é o único que pode sustentar a família. No inicio se transforma num inseto monstruoso, por conta disso passa por diversos problemas como rejeição de sua família, por exemplo.
Grete Samsa: Irmã de Gregor, era jovem dócil e não sofre por preconceitos. Esta é a única que tem uma relação direta com ele, mesmo após sua transformação. Adorava violino e tocava muito bem, mas a família não tinha dinheiro para pagar seus estudos.
Sr. Samsa: Pai de Gregor. Recusava e odiava seu filho em forma de inseto. Era muito preconceituoso e não trabalhava pois tinha problemas na coluna
Sra. Samsa: Mãe de Gregor, Tinha nojo de seu filho em forma de inseto mas continuava amando-o.
Ana: Uma ajudante que trabalhava na casa dos Samsa junto com Sra. Samsa, arrumando a casa.
Os três inquilinos: Alugam um quarto na casa dos Samsa após a transformação de Gregor.
Gerente do escritório: Chantageava Gregor por cau
DOSTOIEVSKI
FIODOR MIKHAILOVITCH DOSTOIEVSKI
BIOGRAFIA
http://www.brasilescola.com/
Romancista russo nascido em Moscou, um dos mais influentes de seu tempo, que em suas obras descreveu suas experiências principalmente o contato com a gente simples do povo russo. Filho de Mikhail Andreievitch, médico do Hospital dos Pobres, onde residia com a mulher, Maria Fiodorovna Netchaiev, viveu a infância nesse ambiente até que (1831) a família mudou-se para Tula, perto de Moscou, onde ele e seus quatro irmãos desfrutaram uma vida mais livre do autoritarismo paterno. Ele e Mikhail, o irmão mais velho, foram para o Liceu Tchermak de Moscou (1834) e, três anos mais tarde, perderam a mãe. Em seguida, cursou a Escola de Engenharia Militar e teve o pai assassinado (1839) por servos revoltados contra sua conduta despótica. Ainda que traumatizado com a morte do pai, acabou terminando seus estudos na escola militar de São Petesburgo, só e sem recursos.
Suas primeiras tentativas literárias não foram bem sucedidas e, então, lançou-se à atividade política, envolvendo-se num complô para assassinar Nicolau I. Foi preso e condenado à morte (1849), mas sua pena foi comutada para 10 anos de trabalhos forçados na Sibéria. Nos anos que cumpriu pena, escreveu sua primeira obra prima, Recordações da Casa dos Mortos. Libertado (1854), retomou a atividade literária e fundou, com o irmão Mikhail, a revista Vremia, suspensa depois pelo governo. Ainda em São Petesburgo e iniciou Memórias de um subterrâneo, descrições realistas da prisão, livro que o tornou célebre. Casou-se (1857) com Maria Dmitrievna Issaiev, de quem enviuvou. Abatido com a morte da esposa e do irmão, inspirou-se para escrever Unijenie i oskorblionie (1861) e Prestuplenie i nakazanie (1866), o famoso Crime e Castigo. Casou-se depois com Anna Grigorievna Snitkina e publicou o romance Igrok (1866), obra de fundo autobiográfico, escrita em apenas 26 dias para saldar dívidas com um editor.
Com a segunda mulher, crivado de dívidas e perseguido pelos credores, refugiou-se na Alemanha, Suíça e Itália, onde passou a maior parte do tempo jogando em cassinos e quase sempre perdendo. O vício e seus numerosos problemas serviram, porém, de tema para os livros que escreveu no período, como sua obra final, o clássico Bratia Karamazovi (1878-1880), vasto panorama da Rússia e de suas possibilidade de crime e de redenção, considerada outra obra-prima do autor, além de ser a mais longa, conhecida entre nós como Os Irmãos Karamasov. Suas grandes obras possuíam inúmeros personagens, enredos complicados e episódios sensacionalistas mas possuíam grande força psicológica. Viveu em dificuldades financeiras permanentes e escrevendo febrilmente para ganhar dinheiro e perdendo-o no jogo. Morreu vítima de uma hemorragia, em São Petersburgo (1881). Outras notáveis obras do autor foram Biednie liudi (1846), Dvoinik (1846), Bielie notchi (1848), Nietotchka Niezvanova (1849), Zapiski iz mertvogo doma (1861), Zapiski iz podpolia (1864), Idiot (1868), Besi (1871), Podrostok (1875).
Obras
Origem: Wikipédia,
Romances
1846 - Bednye lyudi (Бедные люди); em português: Gente Pobre
1846 - Dvoinik (Двойник. Петербургская поэма); em português O Duplo: Poema de Petersburgo
1849 - Netochka Nezvanova (Неточка Незванова); em português: Niétochka Nezvánova
1859 - Dyadyushkin son (Дядюшкин сон); em português: O Sonho do Tio, ou O Sonho de Titio, ou O Sonho do Príncipe
1859 - Selo Stepanchikovo i ego obitateli (Село Степанчиково и его обитатели); em português: Aldeia de Stiepantchikov e seus Habitantes ou A vila de Stepanhchikov e seus habitantes.
1861 - Unijennye i oskorblennye (Униженные и оскорбленные); em português: Humilhados e Ofendidos
1862 - Zapiski iz mertvogo doma (Записки из мертвого дома); em português: Recordações da Casa dos Mortos ou Memórias da Casa Morta
1864 - Zapiski iz podpolya (Записки из подполья); em português: Memórias do Subsolo, Notas do Subterrâneo, A Voz do Subsolo, Cadernos do Subsolo
1866 - Prestuplenie i nakazanie (Преступление и наказание); em português: Crime e Castigo
1867 - Igrok (Игрок); em português: O Jogador
1869 - Idiot (Идиот); em português: O Idiota
1870 - Vechnyj muzh (Вечный муж); em português: O Eterno Marido
1872 - Besy (Бесы); em português: Os Demônios ou Os Possessos
1875 - Podrostok (Подросток); em português: O Adolescente
1881 - Brat'ya Karamazovy (Братья Карамазовы); em português: Os Irmãos Karamazov
Novelas e contos[editar | editar código-fonte]
1846 - Gospodin Prokharchin (Господин Прохарчин); em português: Senhor Prokhartchin
1847 - Roman v devyati pis'mahh (Роман в девяти письмах); em português: Romance em Nove Cartas
1847 - Khozyajka (Хозяйка); em português: A Senhoria ou A Dona da Casa
1848 - Polzunkov (Ползунков);
1848 - Slaboe serdze (Слабое сердце); em português: Coração Fraco
1848 - Tchestnyj vor (Честный вор); em português: O Ladrão Honesto
1848 - Elka i svad'ba (Елка и свадьба); em português: Uma Árvore de Natal e Uma Boda
1848 - Tchujaya jena i muj pod krovat'yu (Чужая жена и муж под кроватью); em português: O homem debaixo da cama ou A Mulher Alheia e o Homem Debaixo da Cama
1848 - Belye nochi (Белые ночи); em português: Noites Brancas
1849 - Malen'kij geroi (Маленький герой); O Pequeno Herói
1862 - Skvernyj anekdot (Скверный анекдот); Uma História Suja ou Uma História Lamentável
1865 - Krokodil (Крокодил); em português: O Crocodilo
1873 - Bobok (Бобок); em português: Bóbok
1876 - Krotkaia (Кроткая); em português: Uma Criatura Gentil, também A Dócil, A Meiga, Ela era doce e humilde e Ela.
1876 - Mujik Marej (Мужик Марей); em português: O Mujique Marei
1877 - Son smeshnogo tcheloveka (Сон смешного человека); em português: 'O Sonho de um Homem Ridículo
Não ficção
1863 – Ziminie Zamietki o lietnikh vpyetchatleniiakh (Зимние заметки о летних впечатлениях); em português: Notas de Inverno sobre Impressões de Verão
1873 – 1878 Dnievnik pissatelia (Дневник писателя); em português: Diário de um Escritor
Cartas
Suas cartas foram publicadas postumamente em antologias diversas
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/
Após aprovação da China, banco dos Brics será inaugurado na terça-feira Fundo de reserva com US$ 100 bilhões deve entrar em funcionamento em 30 dias; na cúpula do grupo será discutida a possível incorporação da Grécia ao banco
NBD
Após aprovação da China, banco dos Brics será inaugurado na terça-feira
Fundo de reserva com US$ 100 bilhões deve entrar em funcionamento em 30 dias; na cúpula do grupo será discutida a possível incorporação da Grécia ao banco
por Opera Mundi publicado 03/07/2015
Comments
EFE
Putin (Rússia), Modi (Índia), Dilma Rousseff (Brasil), Jinping (China) e Zuma (África do Sul): cinco membros do Brics
São Paulo – O parlamento chinês aprovou, na quarta-feira (1º), a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Assim, a sessão inaugural do organismo será realizada já na próxima terça (7) em Moscou e a expectativa é que o fundo de reserva dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com o montante de US$ 100 bilhões, entre em funcionamento em 30 dias. A aprovação da chinesa era a única que faltava para o banco operar.
De acordo com o Itamaraty, o "instrumento contribuirá para promover a estabilidade financeira internacional" e tem como objetivo “prover recursos temporários aos membros do Brics que enfrentem pressões em seus balanços de pagamentos. (…) O mecanismo também reforçará a confiança dos agentes econômicos e financeiros mundiais e mitigará o risco de contágio de eventuais choques que possam afetar as economias do agrupamento”.
A expectativa é de que o grupo, que realizará uma reunião de cúpula entre os dias 8 e 9 de julho em Ufa, na Rússia, discuta a uma possível incorporação da Grécia ao banco dos Brics.
Tal possibilidade foi cogitada pelo vice-ministro das Finanças da Rússia, Sergei Storchak, que, em maio, convidou Atenas para participar do banco de desenvolvimento dos Brics e, de acordo com notícias veiculadas pela imprensa internacional, o ex-representante da Grécia no FMI Panagiotis Roumeliotis foi nomeado para explorar a possibilidade de o país heleno se unir ao organismo.
O ministro grego para Reconstrução Produtiva, Meio Ambiente e Energia, Panagiotis Lafazanis, confirmou, no final de maio, que a solicitação para que a Grécia participe do banco é “simbólica e será paga a prazo. Com o começo das operações, a Grécia poderá receber apoio financeiro”, reiterou
http://www.redebrasilatual.com.br/
Após aprovação da China, banco dos Brics será inaugurado na terça-feira
Fundo de reserva com US$ 100 bilhões deve entrar em funcionamento em 30 dias; na cúpula do grupo será discutida a possível incorporação da Grécia ao banco
por Opera Mundi publicado 03/07/2015
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EFE
Putin (Rússia), Modi (Índia), Dilma Rousseff (Brasil), Jinping (China) e Zuma (África do Sul): cinco membros do Brics
São Paulo – O parlamento chinês aprovou, na quarta-feira (1º), a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Assim, a sessão inaugural do organismo será realizada já na próxima terça (7) em Moscou e a expectativa é que o fundo de reserva dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com o montante de US$ 100 bilhões, entre em funcionamento em 30 dias. A aprovação da chinesa era a única que faltava para o banco operar.
De acordo com o Itamaraty, o "instrumento contribuirá para promover a estabilidade financeira internacional" e tem como objetivo “prover recursos temporários aos membros do Brics que enfrentem pressões em seus balanços de pagamentos. (…) O mecanismo também reforçará a confiança dos agentes econômicos e financeiros mundiais e mitigará o risco de contágio de eventuais choques que possam afetar as economias do agrupamento”.
A expectativa é de que o grupo, que realizará uma reunião de cúpula entre os dias 8 e 9 de julho em Ufa, na Rússia, discuta a uma possível incorporação da Grécia ao banco dos Brics.
Tal possibilidade foi cogitada pelo vice-ministro das Finanças da Rússia, Sergei Storchak, que, em maio, convidou Atenas para participar do banco de desenvolvimento dos Brics e, de acordo com notícias veiculadas pela imprensa internacional, o ex-representante da Grécia no FMI Panagiotis Roumeliotis foi nomeado para explorar a possibilidade de o país heleno se unir ao organismo.
O ministro grego para Reconstrução Produtiva, Meio Ambiente e Energia, Panagiotis Lafazanis, confirmou, no final de maio, que a solicitação para que a Grécia participe do banco é “simbólica e será paga a prazo. Com o começo das operações, a Grécia poderá receber apoio financeiro”, reiterou
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WikiLeaks divulga lista com 29 telefones espionados no Brasil pelos EUA
WikiLeaks divulga lista com 29 telefones espionados no Brasil pelos EUA
Fonte: ABr
O site WikiLeaks divulgou hoje (4) uma lista com 29 números de telefone de autoridades e assessores do governo brasileiro que teriam sido alvo de espionagem da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês). A relação, classificada como ultrassecreta, inclui, além de números da sala da presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto e do avião dela, contatos de integrantes do alto escalão do governo. Também foram espionadas pessoas próximas a Dilma, como secretários e assessores.
Segundo o WikiLeaks, a lista inclui o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que, na época das interceptações telefônicas, era secretário executivo do Ministério da Fazenda. Também foi monitorado o ex-chefe da Casa Civil de Dilma, Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Luiz Awazu Pereira da Silva, ex-diretor do Banco Central, também aparece na lista.
O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil Luiz Alberto Figueiredo, que ocupou o cargo entre 2013 e o início de 2015, também teve o número de celular grampeado. Figueiredo é hoje o embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Também foram espionadas as embaixadas brasileiras na França, na Alemanha, na União Europeia, na Suíça e nos Estados Unidos e o general José Elito Carvalho Siqueira, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
Para o editor-chefe do site, Julian Assange, "a divulgação mostra que os Estados Unidos terão que percorrer um longo caminho para provar que sua vigilância contra governos aliados acabou".
Em 2013, Edward Snowden, ex-consultor de informática da agência, já havia feito denúncias de que a NSA espionou autoridades brasileiras, além de empresas estatais. A questão gerou desconforto entre os países e fez com que Dilma adiasse visita aos Estados Unidos. A divulgação da nova lista foi feita logo após a viagem da presidenta ao país. Em entrevista à imprensa, ela avaliou que a ida aos Estados Unidos foi extremamente produtiva e que a relação do país com o Brasil está agora em um novo patamar de possibilidades.
Procurado pela Agência Brasil, o Palácio da Planalto, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não vai comentar o caso. O Ministério das Relações Exteriores está analisando as informações. A Embaixada dos Estados Unidos ainda não se pronunciou.
http://www.amambainoticias.com.br/
Fonte: ABr
O site WikiLeaks divulgou hoje (4) uma lista com 29 números de telefone de autoridades e assessores do governo brasileiro que teriam sido alvo de espionagem da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês). A relação, classificada como ultrassecreta, inclui, além de números da sala da presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto e do avião dela, contatos de integrantes do alto escalão do governo. Também foram espionadas pessoas próximas a Dilma, como secretários e assessores.
Segundo o WikiLeaks, a lista inclui o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que, na época das interceptações telefônicas, era secretário executivo do Ministério da Fazenda. Também foi monitorado o ex-chefe da Casa Civil de Dilma, Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Luiz Awazu Pereira da Silva, ex-diretor do Banco Central, também aparece na lista.
O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil Luiz Alberto Figueiredo, que ocupou o cargo entre 2013 e o início de 2015, também teve o número de celular grampeado. Figueiredo é hoje o embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Também foram espionadas as embaixadas brasileiras na França, na Alemanha, na União Europeia, na Suíça e nos Estados Unidos e o general José Elito Carvalho Siqueira, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
Para o editor-chefe do site, Julian Assange, "a divulgação mostra que os Estados Unidos terão que percorrer um longo caminho para provar que sua vigilância contra governos aliados acabou".
Em 2013, Edward Snowden, ex-consultor de informática da agência, já havia feito denúncias de que a NSA espionou autoridades brasileiras, além de empresas estatais. A questão gerou desconforto entre os países e fez com que Dilma adiasse visita aos Estados Unidos. A divulgação da nova lista foi feita logo após a viagem da presidenta ao país. Em entrevista à imprensa, ela avaliou que a ida aos Estados Unidos foi extremamente produtiva e que a relação do país com o Brasil está agora em um novo patamar de possibilidades.
Procurado pela Agência Brasil, o Palácio da Planalto, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não vai comentar o caso. O Ministério das Relações Exteriores está analisando as informações. A Embaixada dos Estados Unidos ainda não se pronunciou.
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Cunha quer, mas será que o parlamentarismo faria bem ao Brasil?
Cunha quer, mas será que o parlamentarismo faria bem ao Brasil?
Rayder Bragon*
Do UOL, em Belo Horizonte
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defende colocar em discussão a adoção do parlamentarismo no Brasil.
Ele diz que quer votar o tema antes de 2017, quando termina seu mandato, e afirmou já ter estabelecido conversas com quase todos os partidos políticos. A ideia dele é implantar o sistema a partir da administração de quem venha a suceder a presidente Dilma Rousseff.
Essa proposta não é nova e já foi rejeitada pelos brasileiros em 1993 por meio de um plebiscito. Na época, 55% dos eleitores votaram a favor da manutenção do sistema presidencialista, enquanto 24% optaram pelo parlamentarismo.
Cientistas políticos ouvidos pelo UOL veem grandes barreiras para a mudança de sistema eleitoral. Todos apontam como positiva a alteração do primeiro-ministro rapidamente, quando o governo perde o apoio do Parlamento ou em uma situação de crise. Mas não acham que o Brasil vá abrir mão de eleger o presidente.
Carlos Ranulfo, cientista político e professor titular do departamento de ciência política da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), diz que "o parlamentarismo dá menos opção para o eleitor, que só tem um voto, o voto para o Congresso". "O presidencialismo é um sistema mais aberto para a sociedade. A sociedade pode pressionar o Congresso, pode pressionar o Executivo."
Para ele, "o parlamentarismo funciona bem quando temos sistemas partidários mais estruturados e fortes, com poucos partidos". "No caso do Brasil, existe essa fragmentação partidária. Não adianta você mudar o sistema de governo com 28 partidos no Congresso. Não existe parlamentarismo com essa miscelânea [de partidos] que nós temos."
Malco Camargos, cientista político e professor da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), afirma que, no parlamentarismo, "a base de sustentação do governo é construída naturalmente. Só chega a primeiro-ministro quem é indicado pelo Parlamento (Congresso)". "Mas tira o direito do cidadão da escolha daquele que é o principal responsável pela gestão da economia do país."
Ranulfo acha que Eduardo Cunha está "jogando para a plateia" ao defender a proposta. "É um tema que já foi derrotado em plebiscito. Nós acabamos de sair de uma reforma politica, que, na verdade, não mudou nada. Agora ele quer uma mudança ainda mais drástica, isso é querer manchete apenas."
O professor Fernando Limongi, chefe do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, disse que o assunto "está enterrado" e a ideia de trazer o assunto à tona "cheira muito a golpismo".
"Houve uma manifestação grande pelo parlamentarismo no passado e ele foi derrotado. Depois conseguiram uma repescagem, foi derrotado pelo plebiscito. É uma matéria que está meio enterrada. Cheira muito a golpismo", avaliou.
Já para o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a ideia do parlamentarismo não seria "vendida" facilmente ao eleitorado em razão da recente conquista do voto direto após o termino da ditadura no país. "Eu acho que dificilmente isso teria apoio popular", afirmou.
Ele disse, no entanto, que o sistema, na teoria, é uma boa prática de governo. "Há razões que justificam a defesa do parlamentarismo, a princípio, pelo fato de que se pode criar um governo forte por definição. Você tem a liderança do Executivo brotando por meio do Parlamento e tendo condições de apoio parlamentar. Isso torna o país mais governável. No nosso chamado presidencialismo de coalizão, o presidente, para criar condições de governar, tem que estar envolvido permanentemente em barganhas."
Brasil já viveu sob o parlamentarismo
O sistema de governo parlamentarista já foi adotado por duas vezes em épocas distintas da vida política brasileira.
A primeira vez se deu no Império, de 1847 a 1889, sob o reinado de dom Pedro 2º. Em 1847, um decreto estabeleceu o cargo de presidente do conselho de ministros, que era indicado pessoalmente pelo imperador. Muitos historiadores creditam a essa época o início desse sistema no Brasil.
Ainda segundo os especialistas, o monarca teria tido a ideia de copiar o modelo inglês, mas o usado no país era o inverso daquele sistema, ficando conhecido como "parlamentarismo às avessas".
Na Inglaterra, eram feitas, em primeiro lugar, as eleições para a Câmara. O partido que obtivesse a maioria escolhia o primeiro-ministro, sendo este responsável pela formação do gabinete de ministros, passando a exercer o Poder Executivo.
No Brasil, o presidente do conselho era escolhido por dom Pedro 2º, que exercia o Poder Moderador. A partir daí, o escolhido indicava os demais ministros. O ministério deveria ser submetido à aprovação da Câmara. Em caso de divergência entre os dois Poderes, era prerrogativa do imperador decidir se dissolvia a Câmara ou demitia o ministério.
Já na República, o sistema parlamentarista vigorou no período entre setembro de 1961 e janeiro de 1963. A medida foi viabilizada para resolver impasse criado pela renúncia de Jânio Quadros, em 1961. O Congresso, por meio de emenda constitucional, instaurou o modelo e neutralizou assim as tentativas de impeachment e de golpe militar contra o vice João Goulart, tido como político ligado ao sindicalismo e com posições de esquerda.
A posse de Goulart foi acatada sob a condição de o Congresso instituir o parlamentarismo, reduzindo as prerrogativas do presidente da República, permitindo que o governo fosse exercido pelo gabinete ministerial. Goulart mobilizou suas forças políticas e, após submeter a questão a um plebiscito, conseguiu restabelecer o sistema presidencialista no país.
* Colaborou Paula Bianchi, em São Paulo
http://noticias.uol.com.br/politica/
Rayder Bragon*
Do UOL, em Belo Horizonte
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defende colocar em discussão a adoção do parlamentarismo no Brasil.
Ele diz que quer votar o tema antes de 2017, quando termina seu mandato, e afirmou já ter estabelecido conversas com quase todos os partidos políticos. A ideia dele é implantar o sistema a partir da administração de quem venha a suceder a presidente Dilma Rousseff.
Essa proposta não é nova e já foi rejeitada pelos brasileiros em 1993 por meio de um plebiscito. Na época, 55% dos eleitores votaram a favor da manutenção do sistema presidencialista, enquanto 24% optaram pelo parlamentarismo.
Cientistas políticos ouvidos pelo UOL veem grandes barreiras para a mudança de sistema eleitoral. Todos apontam como positiva a alteração do primeiro-ministro rapidamente, quando o governo perde o apoio do Parlamento ou em uma situação de crise. Mas não acham que o Brasil vá abrir mão de eleger o presidente.
Carlos Ranulfo, cientista político e professor titular do departamento de ciência política da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), diz que "o parlamentarismo dá menos opção para o eleitor, que só tem um voto, o voto para o Congresso". "O presidencialismo é um sistema mais aberto para a sociedade. A sociedade pode pressionar o Congresso, pode pressionar o Executivo."
Para ele, "o parlamentarismo funciona bem quando temos sistemas partidários mais estruturados e fortes, com poucos partidos". "No caso do Brasil, existe essa fragmentação partidária. Não adianta você mudar o sistema de governo com 28 partidos no Congresso. Não existe parlamentarismo com essa miscelânea [de partidos] que nós temos."
Malco Camargos, cientista político e professor da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), afirma que, no parlamentarismo, "a base de sustentação do governo é construída naturalmente. Só chega a primeiro-ministro quem é indicado pelo Parlamento (Congresso)". "Mas tira o direito do cidadão da escolha daquele que é o principal responsável pela gestão da economia do país."
Ranulfo acha que Eduardo Cunha está "jogando para a plateia" ao defender a proposta. "É um tema que já foi derrotado em plebiscito. Nós acabamos de sair de uma reforma politica, que, na verdade, não mudou nada. Agora ele quer uma mudança ainda mais drástica, isso é querer manchete apenas."
O professor Fernando Limongi, chefe do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, disse que o assunto "está enterrado" e a ideia de trazer o assunto à tona "cheira muito a golpismo".
"Houve uma manifestação grande pelo parlamentarismo no passado e ele foi derrotado. Depois conseguiram uma repescagem, foi derrotado pelo plebiscito. É uma matéria que está meio enterrada. Cheira muito a golpismo", avaliou.
Já para o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a ideia do parlamentarismo não seria "vendida" facilmente ao eleitorado em razão da recente conquista do voto direto após o termino da ditadura no país. "Eu acho que dificilmente isso teria apoio popular", afirmou.
Ele disse, no entanto, que o sistema, na teoria, é uma boa prática de governo. "Há razões que justificam a defesa do parlamentarismo, a princípio, pelo fato de que se pode criar um governo forte por definição. Você tem a liderança do Executivo brotando por meio do Parlamento e tendo condições de apoio parlamentar. Isso torna o país mais governável. No nosso chamado presidencialismo de coalizão, o presidente, para criar condições de governar, tem que estar envolvido permanentemente em barganhas."
Brasil já viveu sob o parlamentarismo
O sistema de governo parlamentarista já foi adotado por duas vezes em épocas distintas da vida política brasileira.
A primeira vez se deu no Império, de 1847 a 1889, sob o reinado de dom Pedro 2º. Em 1847, um decreto estabeleceu o cargo de presidente do conselho de ministros, que era indicado pessoalmente pelo imperador. Muitos historiadores creditam a essa época o início desse sistema no Brasil.
Ainda segundo os especialistas, o monarca teria tido a ideia de copiar o modelo inglês, mas o usado no país era o inverso daquele sistema, ficando conhecido como "parlamentarismo às avessas".
Na Inglaterra, eram feitas, em primeiro lugar, as eleições para a Câmara. O partido que obtivesse a maioria escolhia o primeiro-ministro, sendo este responsável pela formação do gabinete de ministros, passando a exercer o Poder Executivo.
No Brasil, o presidente do conselho era escolhido por dom Pedro 2º, que exercia o Poder Moderador. A partir daí, o escolhido indicava os demais ministros. O ministério deveria ser submetido à aprovação da Câmara. Em caso de divergência entre os dois Poderes, era prerrogativa do imperador decidir se dissolvia a Câmara ou demitia o ministério.
Já na República, o sistema parlamentarista vigorou no período entre setembro de 1961 e janeiro de 1963. A medida foi viabilizada para resolver impasse criado pela renúncia de Jânio Quadros, em 1961. O Congresso, por meio de emenda constitucional, instaurou o modelo e neutralizou assim as tentativas de impeachment e de golpe militar contra o vice João Goulart, tido como político ligado ao sindicalismo e com posições de esquerda.
A posse de Goulart foi acatada sob a condição de o Congresso instituir o parlamentarismo, reduzindo as prerrogativas do presidente da República, permitindo que o governo fosse exercido pelo gabinete ministerial. Goulart mobilizou suas forças políticas e, após submeter a questão a um plebiscito, conseguiu restabelecer o sistema presidencialista no país.
* Colaborou Paula Bianchi, em São Paulo
http://noticias.uol.com.br/politica/
'O homem que chora': conheça o aposentado grego que virou símbolo da crise
'O homem que chora': conheça o aposentado grego que virou símbolo da crise
AFP Em Salônica (Grécia)
Sakis Mitrolidis/AFP
Um aposentado chora e é amparado por um gerente e um policial em agência bancária de Salônica, na Grécia
Tirada por um fotógrafo da AFP, a imagem de um aposentado grego às lágrimas, nesta sexta-feira, na frente de uma agência bancária de Tessalônica (norte) por não suportar ver a Grécia "nessa miséria", viralizou nas redes sociais.
"Não posso suportar ver meu país nessa miséria. Por isso, estava abatido, não por meu problema pessoal", explicou Giorgos Shatzifotiadis, de 77 anos, por telefone à AFP.
Como muitos gregos, nessa sexta pela manhã, ele tentou sacar no banco a quantia diária permitida no país pelas autoridades.
Na Grécia, algumas agências estão abertas esta semana apenas para os aposentados. As demais permanecem fechadas ao público até a próxima terça-feira.
O aposentado queria recuperar parte da pensão de sua mulher, que tem problemas de saúde. Depois de passar por três bancos fechados, finalmente conseguiu encontrar uma agência aberta.
"Os funcionários do banco me disseram que não podia retirar o dinheiro. Então, desabei", contou Shatzifotiadis.
Essa imagem - a de um aposentado de Tessalônica chorando sentado no chão, do lado de fora de uma agência bancária, com sua caderneta da poupança nas mãos e a carteira de identidade no chão - retrata o drama vivido, hoje, pelos gregos.
Trabalhou na Alemanha
Assim como vários de seus conterrâneos, esse casal trabalhou vários anos na Alemanha, país-alvo das críticas da população grega por sua intransigência na crise do país e de onde sua mulher recebe a pensão.
"Trabalhei muito duro em uma mina de carvão e na fundição", continuou.
Agora, "vejo meus concidadãos mendigando alguns centavos para comprar pão, vejo os suicídios aumentarem. Sou uma pessoa sensível. Não consigo suportar ver meu país nessa situação", desabafou.
"Tanto a Europa quanto a Grécia cometeram erros. Temos de encontrar uma solução", pediu Shatzifotiadis.
O aposentado ainda não sabe se participará do referendo de domingo sobre as medidas de austeridade propostas pelos credores (UE e FMI) da Grécia, já que não tem dinheiro para ir até sua seção eleitoral, "a 80 km de Tessalônica".
"A não ser que meus filhos me levem de carro", reconheceu.
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