Código de Hamurabi
Por Emerson Santiago
É chamado Código de Hamurabi uma compilação de 282 leis da antiga Babilônia (atual Iraque), composto por volta de 1772 a.C. Hamurabi é o sexto rei da Babilônia, responsável por decretar o código conhecido com seu nome, que sobreviveu até os dias de hoje em cópias parcialmente preservadas, sendo uma na forma de uma grande estela (monolito) de tamanho de um humano médio, além de vários tabletes menores de barro.
Características
Estela contendo as inscrições do Código de Hamurabi. Foto: Sailko [GFDL
Estela contendo as inscrições do Código de Hamurabi. Foto: Sailko [GFDL, CC-BY-SA-3.0 or CC-BY-2.5], via Wikimedia Commons
O Código de Hamurabi é visto como a mais fiel origem do Direito. É a legislação mais antiga de que se tem conhecimento, e o seu trecho mais conhecido é a chamada lei de talião. Ele é pequeno, tendo em seu original três mil e seiscentas linhas, sendo essas linhas ordenadas em duzentos e oitenta e dois artigos, sendo que de alguns deles não há conhecimento completo de sua redação.
O original do Código de Hamurabi foi escrito/gravado em um bloco, e parte desses artigos foram apagados quando o bloco foi levado para Susa, confiscado depois de uma guerra. Com isso, alguns artigos ficaram com a sua compreensão comprometida. Alguns dos artigos apagados são conhecidos pela existência de cópias. O bloco original em que foi escrito o Código encontra-se atualmente no museu do Louvre, em Paris.
Na verdade, como o Código de Hamurabi é a única legislação daquele povo, ele não deveria receber tal nomenclatura, tendo em vista que não apresenta-se da maneira de um código, noção que foi concebida após o Código Civil Napoleônico. Vale lembrar que o este código é uma legislação que está composta por vários fragmentos, sendo alguns civis, outros penais, alguns referentes ao direito do trabalho, etc.
Sociedade babilônica
Importante lembrar que a sociedade que produziu o Código de Hamurabi era uma sociedade estratificada. As disposições determinam qual comportamento é pertinente para cada classe.
A sociedade babilônica tinha por base a desigualdade. A primeira classe, e mais numerosa era a dos awilu, os cidadãos, proprietários, camponeses, artesãos e comerciantes.
Em posição intermediária estavam os mushkenu (palavra, através do árabe, responsável pelo vocábulo português “mesquinho”); são os semi-livres, entre livres e escravos. Era formada por antigos escravos, homens livres desclassificados (plebe), muitas vezes estrangeiros.
Abaixo destes estava a classe dos escravos, wardu, resultante, sobretudo, da guerra, mas também determinada pelo nascimento, em virtude de sua hereditariedade.
As disposições presentes no Código contemplam todas as classes, mas podemos observar que a legislação é feita com total parcialidade em favor da classe superior, os “awilum”. A maior parte dos artigos dão a entender que somente eles possuem direitos, pois frequentemente lemos a palavra awilum, e não qualquer expressão mais genérica que demonstraria imparcialidade.
No parágrafo 271 temos:
“Se um awilum alugou animais, um carro e seu condutor, dará três parsiktum de grão por dia.”
No 272 está escrito:
“Se um awilum alugou só o carro dará 4 uitum de grão por dia.”
Isso demonstra claramente que o código não considera a todos como iguais, pois se assim fosse qual a necessidade de se especificar qual a classe? Os enunciados dos artigos certamente trariam a palavra cidadão ou equivalente, evitando assim, a distinção de classe social. Entretanto, assim não é, pois as leis são específicas para cada classe social. Assim, cada classe tem o seu nome especificado no código.
A Mesopotâmia e Hamurabi
Hamurabi é o responsável pela fundação do primeiro império babilônico, conseguindo com isso, unificar a região. Para sua edificação foi decisiva ainda a invasão dos amoritas, que derrubaram os acádios, a força predominante na área.
Esta parte do planeta está delimitada por dois rios importantíssimos, que são o Tigre e o Eufrates, vindo daí o nome Mesopotâmia, derivado do grego, e que significa “terra entre rios”. É por isso mesmo que encontramos no código determinados artigos que tratam sobre a irrigação e regulamentam a profissão de barqueiro. Isso já deixa evidente a importância da água, não somente como a necessidade física, mas para finalidades secundárias, mas não menos importantes. Nos parágrafos 53, 55 e 56 temos exemplos de disposições que demonstram a preocupação com a racional utilização da água:
Se alguém é preguiçoso em ter em boa ordem o próprio dique e não o tem em ordem, e em conseqüência nele produziu-se uma fenda e os campos da aldeia foram inundados pela água, aquele em cujo dique produziu-se a abertura deverá ressarcir o grão que fez perder
Se alguém abre seu reservatório de água para irriga, mas é negligente, e a água inunda o campo do seu vizinho, deverá ressarcir o grão conforme o produzido pelo vizinho.
Se alguém deixa passar a água, e a água inundar o cultivo do vizinho, deverá indenizá-lo pagando para cada dez ‘gan’ (medida de superfície) dez ‘gur’ (medida de volume) de grão.
Nesses parágrafos vemos a preocupação com a questão da irrigação, e delitos previstos em caso de negligência no uso da água, prevendo penas para os infratores. A presença de três parágrafos para mostrar o que deveria ser feito quando ocorresse algum problema com a irrigação de algum campo demonstra claramente a importância acentuada da água, considerando que são apenas duzentos e oitenta e dois artigos. Afinal, a atividade econômica desenvolvia-se toda praticamente em torno da exploração da água.
Divisão do Código de Hamurabi
Como era de se imaginar, o Código de Hamurabi não apresenta o mesmo formato das leis contemporâneas. A conformação que prevalece nos dias atuais surgiu apenas com o Código Civil Napoleônico.
As lacunas existentes no código são evidentes para os especialistas. Exemplo disso é o fato de somente as classes profissionais especiais terem as suas atuações regulamentadas. Porque somente algumas classes eram contempladas? Mesmo na Antiguidade já havia uma diversidade considerável de profissões.
De qualquer modo, estudiosos como E. Bergmann procuraram estruturar de forma racional a estrutura do código:
Leis punitivas de prováveis delitos praticados durante um processo judicial (parágrafos 1 a 5)
Leis regulatórias do direito patrimonial (parágrafos 6 a 126)
Leis regulatórias do direito de família e heranças (parágrafos 127 a 195)
Leis destinadas a punir lesões corporais (parágrafos 196 a 214)
Leis que regulam os direitos e obrigações de classes especiais como: a) Médicos (§§215 – 223) b) Veterinários (§§ 224 – 225) c) Barbeiros (§§ 226 – 227) d) Pedreiros (§§ 228 - 233) e) Barqueiros (§§ 234 – 240) (parágrafos 215 a 240)
Leis regulatórias de preços e salários (parágrafos 241 – 277)
Leis adicionais regulatórias da posse de escravos (parágrafos 278 – 282)
Ao contrário da classificação sugerida por Bergman, Hugo Winker faz a divisão em quatorze partes:
Encantamentos, juízos de Deus, falso testemunho, prevaricação dos juízes. (parágrafos 1 a 5)
Crime de furto e rapina, reivindicação de móveis. (parágrafos 6 a 25)
Direitos e deveres dos oficiais, dos gregários em geral.(parágrafos 26 a 41)
Locação em regime geral dos fundos rústicos, mútuos, locação de casas, doações em pagamento. (parágrafos 42 a 65)
Relação entre comerciantes e comissionários. (parágrafos 100 a 107)
Regulamento das tabernas (taberneiras prepostas, polícia, penas e tarifas). (parágrafos 108 a 111)
Obrigações (contratos de transportes, mútuos), processo de execução e servidão por dívidas. (parágrafos 112 a 119)
Contratos de depósitos (parágrafos 120 a 126)
Injúria e difamação (parágrafo 127)
Matrimônio e família, crimes contra a ordem da família, contribuições e doações nupciais, sucessão. (parágrafos 128 a 184)
adoção, ofensa aos genitores. Substituição do recém-nascidos. (parágrafos 185 a 195)
Crimes e penas (lesões corporais) talião, indenização e composição. (parágrafos 196 a 214)
Médicos e veterinários, arquitetos e barqueiros (mercês, honorários e responsabilidade), choque de navios. (parágrafos 215 a 240)
Sequestro, locações de animais, trabalhos nos campos, pastores, operários. Danos, furtos de utensílios para água, escravo (ação redibitória, responsabilidade por evicção, disciplina). (parágrafos 241 a 282)
Este detalhamento nada mais é do que a ampliação do significado do primeiro. Entretanto, podemos aqui observar que o Código de Hamurabi não é somente morte e disposições penais como muitos o conhecem. Tal sistematização serve ainda para demonstrar que esta é uma legislação de grande valor e que traz alguns princípios que, com certeza, foram adotados por legislações posteriores no mundo do direito.
Lei de talião
A lei (ou pena) de talião é o ponto principal e fundamental para o Código de Hamurabi.
A despeito do que muitos pensam, talião não é um nome próprio. O termo vem do latim talionis, que significa “como tal”, “idêntico”. Daí temos a pena que se baseia na justa reciprocidade do crime e da pena, frequentemente simbolizada pela expressão “olho por olho, dente por dente”.
Ela se faz presente na maior parte dos duzentos e oitenta e dois artigos do código. Muitos delitos acabam tendo com sanção punitiva o talião, ou às vezes a pena de morte. Apesar de parecer chocante a condenação à pena de morte, esta era uma condenação bastante usual, pelo menos na legislação.
Finalidade
Com uma melhor análise do conteúdo do código, fica claro que o objetivo (ao menos aparentemente) dessa legislação era trazer a justiça, mesmo que a maioria dos seus duzentos e oitenta e dois artigos sejam taliônicos e não correspondam às ideias mais modernas de justiça científica.
Um bom ponto que talvez ilustre perfeitamente a finalidade da composição de tal legislação é o prólogo, no qual está escrito o seguinte: “(...) por esse tempo Anu e Bel me chamaram, a mim Hamurabi, o excelso príncipe, o adorador dos deuses, para implantar justiça na terra, para destruir os maus e o mal, para prevenir a opressão do fraco pelo forte, para iluminar o mundo e propiciar o bem-estar do povo (...)”
InfoEscola
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terça-feira, 5 de maio de 2015
domingo, 3 de maio de 2015
O Profeta Elias
Profeta Elias
Elias revivendo o filho da viúva de Sarepta, por Louis Hersent.
Profeta
Local de nascimento
Tisbe, Gilad
Venerado por
Judaísmo, cristianismo, islamismo
Festa
20 de julho
Elias (em hebraico: אֱלִיָּהוּ, transl. Eliyahu, lit. "Meu Deus é Javé";1 2 em grego: Ηλίας, transl. Elías; em árabe: إلياس, transl. Ilyās) é um personagem bíblico, um profeta e um taumaturgo que viveu no reino de Israel3 durante o reinado de Acab (século IX a.C.).
De acordo com o Livro dos Reis, Elias defendeu o culto de Javé contra a veneração do deus canaanita Baal (que era considerado um culto idólatra); ele ressuscitou os mortos, fez chover fogo dos céus, e foi levado por um redemoinho (acompanhado por uma carruagem e cavalos em chamas, ou cavalgando-os. No Livro de Malaquias, o retorno de Elias foi profetizado "antes que venha o grande e temível dia do Senhor", o que fez dele um arauto do Messias e da escatologia nas diversas fés que reverenciam a Bíblia hebraica. Referências a Elias aparecem no Talmude, na Mishná, no Novo Testamento e no Corão.
No judaísmo, o nome de Elias é invocado no ritual semanal do Havdalá, que marca o fim do Shabbat, além de outros costumes daquela religião, como o Sêder de Pessach e o brit milá (circuncisão ritual). Elias é mencionado ainda em diversas histórias e referências no Hagadá e na literatura rabínica, entre eles o Talmud Babilônico.
No cristianismo, o Novo Testamento descreve como tanto Jesus quanto João Batista foram comparados com Elias e, em determinadas ocasiões, tidos como manifestações dele; além disso, Elias aparece, juntamente com Moisés, durante a Transfiguração de Jesus.
No islamismo, o Corão descreve Elias como um profeta grande e justo de Deus, que pregou intensamente contra o culto a Ba'al.
Elias também é uma figura importante em diversas tradições folclóricas cristãs, muitas vezes identificado com deuses pagãos relacionados ao trovão ou ao céu.
Narrativa bíblica e contexto histórico
Mapa de Israel tal como o território se encontrava no século IX a.C.; em azul está o Reino de Israel, e em amarelo está o Reino de Judá.
No século IX a.C., o Reino de Israel, que havia sido unido pelo rei Salomão, havia sido dividido em dois: o Reino de Israel, no norte, e o Reino de Judá, no sul, que seguia mantendo a sede histórica de governo e foco da religião israelita no Templo de Jerusalém. Omri, rei de Israel, manteve em prática políticas que datavam do reinado de Jeroboão, contrárias às leis de Moisés, que visavam reorientar o foco religioso para longe da cidade de Jerusalém, encorajavam a construção de altares e templos locais para a realização de sacrifícios, a indicação de sacerdotes que não pertenciam à família dos levitas, e permitindo ou até mesmo encorajando a construção de templos dedicados ao deus canaanita Baal. Omri conseguiu uma situação doméstica segura através de uma aliança obtida com o casamento de seu filho, Acab, e a princesa Jezabel, uma sacerdotisa de Baal, filha do rei de Sídon, na Fenícia. Estas soluções trouxeram segurança e prosperidade econômica para Israel por algum tempo, porém não lograram obter paz com os profetas israelitas, que estavam interessados numa interpretação deuteronômica rígida da lei mosaica.
Como rei, Acab exarcebou estas tensões. Ele permitiu o culto a um deus estrangeiro dentro de seu próprio palácio, construindo ali um templo para Baal e permitindo que Jezabel trouxesse consigo um grande séquito de sacerdotes e profetas, tanto de Baal quanto de Aserá, para seu país. Neste contexto, Elias é apresentado no Primeiro Livro dos Reis (17:1) como "Elias, o tesbita". Ele alerta Acab que se seguirão anos de uma seca tão catastrófica que nem mesmo o orvalho cairá, porque Acab e sua rainha ocupavam o fim de uma fila de reis de Israel que teriam "feito o mal aos olhos do Senhor."
Primeiro e Segundo Livro de Reis
Elias no deserto, de Washington Allston.
Nenhum contexto acerca da pessoa de Elias é dado nos textos bíblicos. Seu nome, em hebraico, significa "Meu Deus é Javé", e pode ser um título aplicado a ele devido ao seu questionamento ao culto de Baal.10 11 12 13 14
O desafio feito por Elias, característico de seu comportamento em outros episódios de sua história, tal como narrada na Bíblia, é ousado e direto. Baal era o deus canaanita responsável pela chuva, pelo trovão, pelo relâmpago e pelo orvalho. Elias desafia não só Baal, para defender seu próprio Deus, Javé, mas também Jezabel, seus sacerdotes, Acab e o povo de Israel.
Viúva de Sarepta
Ressurreição do filho da viúva de Sarepta
Após Elias confrontar Acab, Deus lhe ordena que fuja de Israel, para um esconderijo ao lado do riacho de Carit, a leste do rio Jordão, onde ele é alimentado por corvos. Quando o rio seca, Deus lhe ordena que vá para uma viúva que habita a cidade de Sarepta, na Fenícia. Quando Elias a encontra e pede a ela que o alimente, ela afirma que não tem comida suficiente para manter vivos ela e o próprio filho. Elias afirma que Deus não deixará que sua reserva de farinha e azeite se esgote, afirmando: "Não temas; (...) Porque eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: a farinha que está na panela não se acabará, e a ânfora de azeite não se esvaziará, até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a face da terra." Ela o alimenta com tudo o que resta de sua comida, e a promessa de Elias, miraculosamente, se realiza, e a mulher recebe a bênção prometida: Deus lhe dá o "maná" dos céus ao mesmo tempo em que negava comida ao povo de sua terra prometida, que lhe fôra infiel. Algum tempo depois, o filho da viúva morre, e ela reclama, furiosa: "Vieste, pois, à minha casa para lembrar-me os meus pecados e matar o meu filho?" Movido por uma fé semelhante à de Abraão (Romanos 4:17, Hebreus 11:19), Elias reza a Deus para que ele ressuscite seu filho, demonstrando assim a veracidade e a confiabilidade da palavra de Deus. O Primeiro Livro dos Reis (17:22) relata então como Deus "ouviu a oração de Elias: a alma do menino voltou a ele, e ele recuperou a vida." Este é o primeiro exemplo de uma ressureição relatada nas Escrituras. Esta viúva, que nem sequer era israelita, recebeu a maior bênção divina na forma da vida de seu filho - a única esperança de uma viúva numa sociedade antiga. A viúva então exclamou: "Agora vejo que és um homem de Deus e que a palavra de Deus está verdadeiramente em teus lábios", fazendo assim uma profissão de fé que nem mesmo os israelitas haviam feito.
Depois de mais de três anos de seca e fome, Deus ordena a Elias que retorne a Acab e anuncie o fim da seca, não devido a qualquer tipo de arrependimento por parte dos israelitas, mas por determinação a se revelar novamente ao seu povo. No caminho, Elias encontra Obadias, intendente de Acab, que havia escondido cem profetas do Deus de Israel quando Acab e Jezabel começaram a assassiná-los. Elias envia Obadias de volta a Acab, para anunciar seu retorno a Israel.
Desafio a Baal
Estátua de Elias na Caverna de Elias, Monte Carmel, Israel.
A oferenda de Elias é consumida pelo fogo dos céus num vitral da Igreja Evangélica Luterana Alemã de São Mateus em Charleston, Carolina do Sul, Estados Unidos.
Quando Acab confronta Elias, ele se refere a ele como "o perturbador de Israel". Elias responde devolvendo a acusação a Acab, afirmando que ele é que teria perturbado Israel ao permitir o culto a falsos deuses. Elias então repreende tanto o povo de Israel quanto Acab por tolerar o culto a Baal. "Até quando claudicareis dos dois pés? Se o Senhor é Deus, segui-o, mas se é Baal, segui a Baal!" (Primeiro Livro dos Reis, 18:21). "O povo nada respondeu." O termo hebraico traduzido como o verbo "claudicar" é o mesmo utilizado para "dançar" no versículo 26, utilizado para descrever a dança frenética dos profetas de Baal; Elias fala com uma ironia afiada: Israel, ao se envolver nesta ambivalência religiosa, estaria tomando parte numa "dança" religiosa fútil e selvagem.
Neste ponto Elias propõe um teste direto dos poderes de Baal e Javé. O povo de Israel, 450 profetas de Baal e 400 profetas de Aserá são convocados ao Monte Carmel. Lá, dois altares são erguidos, um para Baal e um para Javé, sobre os quais madeira é colocada. Dois bois são sacrificados e cortados em pedaços, que são colocados sobre a madeira. Elias pede então aos sacerdotes de Baal que rezem para que o fogo acenda sob o sacrifício; eles oram de manhã até o meio-dia, sem sucesso. Elias ridiculariza seus esforços, e eles respondem cortando a si mesmos e derramando seu próprio sangue sobre o sacrifício (a mutilação do próprio corpo era estritamente proibida pela lei mosaica). Os sacerdotes continuam a orar até o anoitecer, sem sucesso.
Elias ordena então que o altar de Javé seja encharcado com a água de quatro jarras grandes, derramadas por três vezes (18:33-34), ele pede a Deus que aceite o sacrifício. O fogo do Senhor desce do céu, consumindo a água, o sacrifício e as pedras do altar. Elias aproveita-se da situação e ordena a morte dos sacerdotes de Baal, e em seguida, reza com furor para que a chuva volte a cair sobre a terra - o que acontece, simbolizando o fim da fome.
Monte Horeb
Jezabel, enfurecida porque Elias ordenou a morte de seus sacerdotes, ameaça matá-lo (Primeiro Livro de Reis, 19:1-13). Este foi o primeiro encontro entre ambos, embora não o último. Posteriormente, Elias faria uma profecia acerca da morte de Jezabel, devido a seus pecados. Elias foge então para Bersabéia, no Reino de Judá, e de lá segue, sozinho, pelo deserto, até que finalmente se senta sob um arbusto (zimbro, segundo algumas traduções, giesta, segundo outras), onde pede a Deus que o mate. Acaba por adormecer ali, e é tocado por um anjo, que ordena a ele que acorde e coma. Ao despertar, ele encontra ao lado de si pão e uma jarra de água; após adormecer novamente, ele volta a ser acordado pelo anjo, que ordena a ele que volte a comer e beber pois tem diante de si uma longa jornada.
Elias viaja por quarenta dias e quarenta noites até o Monte Horeb, onde Moisés havia recebido os Dez Mandamentos. Elias é a única pessoa mencionada na Bíblia a retornar a Horeb depois que Moisés e sua geração haviam passado pelo lugar, muitos séculos antes. Lá, ele procura abrigo numa caverna. Deus novamente volta a falar com ele (19:9): "Que fazes aqui, Elias?" Elias não dá uma resposta direta à pergunta de Deus, mas fala de maneira evasiva, deixando a entender que o trabalho que o Senhor havia começado séculos antes não havia levado a lugar algum, e que seus próprios esforços haviam sido em vão. Ao contrário de Moisés, que tentou defender Moisés quando eles haviam pecado com o bezerro de ouro, Elias reclama, com amargura, a respeito da impiedade dos israelitas e afirma que ele era "o único que havia ficado". Até então, Elias contava apenas com a palavra de Deus para guiá-lo, porém agora ele recebe a ordem de sair da caverna e colocar-se "na presença do Senhor". Um vento terrível passa por ele, porém Deus não estava nele. Em seguida, um grande terremoto sacode a montanha, porém Deus tampouco se revela nele. Então um fogo se acende, e novamente Deus não se revela nele. Elias ouve então o "murmúrio de uma brisa ligeira", que lhe pergunta novamente: "Que fazes aqui, Elias?" Elias novamente responde a pergunta de maneira evasiva, com o mesmo lamento, mostrando que não compreendeu a importância da revelação divina que ele havia acabado de presenciar. Deus então ordena que ele parta novamente, desta vez para Damasco, para ungir Hazael como rei da Síria, Jeú como rei de Israel, e Eliseu como seu substituto.
Caverna de Elias, Monte Carmel, Israel.
Vinha de Nabot
Elias encontra Acab novamente no Primeiro Livro dos Reis, 21, após Acab ter adquirido uma vinha através de um assassinato. Acab desejava obter a vinha de Nabot, em Jezrael, e para isso ofereceu uma vinha melhor ou um preço justo pelo terreno; Nabot, no entanto, fala a Acab que Deus lhe ordenou que não se desfizesse do terreno. Acab aceita a resposta com irritação e mau humor, mas Jezabel desenvolve um plano para adquirir o terreno: ela envia cartas em nome de Acab aos anciões e nobres que viviam nas proximidades de Nabot, para que organizassem um banquete e o convidassem. Neste banquete, uma falsa acusação de blasfêmia e ofensas contra Acab seriam feitas contra Nabot. O plano é posto em prática, e Nabot acaba sendo apedrejado até a morte. Quando ouve a notícia de que Nabot está morto, Jezabel diz a Acab que ele já pode se apoderar da vinha.
Deus então volta a falar com Elias, e lhe ordena que confronte Acab com uma pergunta e uma profecia: "Mataste, e agora usurpas?" e "no mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão também o teu." (21:19). Acab confronta então Elias, chamando-o de seu inimigo. Elias responde afirmando que ele mesmo havia se tornado inimigo de Deus por seus próprios atos, e afirmando que todo o reino rejeitaria a autoridade de Acab, que Jezabel seria devorada por cães em Jezrael, e que todos membros de sua família seriam devorados por cães, se morressem dentro de uma cidade, ou por pássaros, se morressem no campo. Ao ouvir isso, Acab se arrepende de tal maneira que rasgou suas vestes, cobriu-se com um saco e entrou em jejum; Deus então desiste de puni-lo, porém insiste em punir Jezabel e seu filho, Ocozias.
Ocozias
Ícone russo do profeta Elias, século XVIII (Iconóstase do mosteiro de Kiji, Carélia, Rússia).
Elias parte então para encontrar-se com Ocozias. A cena se abre com Ocozias recuperando-se de um ferimento grave que teve depois de uma queda de sua janela, tendo enviado emissários aos sacerdotes de Baal-Zebub, em Acaron, fora do reino de Israel, para saber se poderia se recuperar. Elias intercepta os emissários e os envia de volta a Ocozias com uma mensagem. Como é de seu costume, sua mensagem se inicia com uma pergunta direta e impertinente: "Não há porventura um Deus em Israel, para irdes consultar Baal-Zebub, deus de Acaron?" (Segundo Livro de Reis, 1:3) Ocozias pede aos emissários que descrevam a pessoa que lhes deu esta mensagem; eles afirmam que ele trajava um casaco felpudo com um cinto de couro, e ele instantaneamente o reconhece como Elias, o tesbita.
Ocozias envia então três grupos de cinquenta soldados para prender Elias. Os dois primeiros são destruídos por chamas que Elias faz descer dos céus. O líder do terceiro grupo então implora por misericórdia para si próprio e seus homens; Elias concorda e pede que eles o acompanhem até Ocozias, onde ele faz pessoalmente a profecia que havia mencionado a Acab.
Arrebatamento
Elias, juntamente com Eliseu, se aproxima do rio Jordão. Lá, ele dobrou seu manto e golpeou a água (2:8); imediatamente a água se dividiu, permitindo que Elias e Eliseu caminhassem em meio a ela. Repentinamente surgiu uma carruagem de fogo, acompanhado por cavalos igualmente em chamas, levantando Elias sobre um turbilhão. Enquanto ele era erguido, seu manto caiu sobre solo, e de onde foi prontamente apanhado por Eliseu.
Menção final: Segundo Livro de Crônicas
Santo Elias na caverna e sobre uma carruagem de fogo. Afresco do Mosteiro de Rila, Bulgária, tradição ortodoxa medieval, restauração do século XX.
Elias é mencionado mais uma vez no Segundo Livro de Crônicas (21), sua última menção na Bíblia hebraica. Uma carta é enviada com seu nome para Jorão de Judá, mencionando que ele havia induzido o povo de Judá à idolatria da mesma maneira que Acab havia feito com o povo de Israel; a mensagem termina profetizando para ele, por este motivo, uma morte dolorosa ("uma enfermidade que fará sair de teu corpo as entranhas durante longos dias"). Esta carta é um enigma até hoje aos leitores da Bíblia por diversos motivos: primeiro, ela foi destinada a um rei do reino meridional de Judá, enquanto Elias costumava se preocupar unicamente com o reino setentrional de Israel; em segundo lugar, ela se inicia com: "Eis o que diz o Senhor (YHVH), Deus de Davi, teu pai", no lugar de "...em nome do Senhor (YHVH), Deus de Israel", mais comum. A mensagem também parece vir após a ascensão de Elias. Diversos autores especularam sobre os possíveis motivos para esta carta, entre eles o de que ela poderia ser um exemplo de um nome de um profeta menos conhecido sendo substituído posteriormente pelo nome de outro mais conhecido.15 Já outros, como John Van Seters, da Universidade da Carolina do Norte, no entanto, rejeitam pura e simplesmente a carta como tendo qualquer tipo de ligação com a tradição de Elias.16 Michael Wilcock, no entanto, do Trinity College, de Bristol, argumentou que a carta de Elias estaria se referindo a uma situação muito peculiar ao reino do norte e que estaria ocorrendo no reino do sul, e que, por este motivo, seria autêntica.
O fim cristão de Elias no Livro de Malaquias
"Vou mandar-vos o profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Senhor, e ele converterá o coração dos pais para os filhos, e o coração dos filhos para os pais, de sorte que não ferirei mais de interdito a terra."
— Malaquias, 4:5–6
Enquanto a menção final de Elias na Bíblia hebraica ocorre no Livro de Crônicas, a inversão na ordem dos livros feita na Bíblia cristã, visando colocar o Livro de Malaquias, que profetiza a vinda de um Messias, imediatamente antes dos Evangelhos cristãos, significa que a aparição final de Elias no "Antigo Testamento" ocorre justamente no Livro de Malaquias, onde se pode ler: "Vou mandar-vos o profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Senhor." Este dia é descrito como uma fornalha, no qual "...nada ficará: nem raiz, nem ramos" (4:1). No judaísmo, tradicionalmente, isto é interpretado como indicando que o retorno de Elias antecederá a chegada do Messias, enquanto no cristianismo a tradição dita que o ministério de João Batista teria cumprido essa profecia. Além disso, estes versos são vistos como a representação de que Elias teria um papel no fim dos tempos, imediatamente após a segunda vinda de Jesus.
Análise textual
De acordo com pelo menos um estudioso recente,18 as histórias de Elias teriam sido adicionados à História Deuteronomística em quatro etapas. A primeira data da edição final da História, por volta de 560 a.C., quando as três histórias (a vinha de Nabot, a morte de Ocozias e a história do golpe de Jeú) foram incluídas no texto para representar os temas da confiabilidade da palavra de Deus, o ciclo do culto de Baal e a reforma religiosa ocorrida na história do reino setentrional. As narrativas a respeito das guerras que envolveram o rei Omri teriam sido acrescentadas pouco tempo depois, para ilustrar um tema recém-introduzido, o de que a atitude do rei com relação às palavras dos profetas determinaria o destino de Israel. Os capítulos 17 e 18 do Primeiro Livro dos Reis teriam sido adicionados no período pós-exílico (após 538 a.C.) para demonstrar a possibilidade de uma vida nova, em comunhão com Deus, após o dia do julgamento. No século V a.C., os versículos de 1 a 18 do capítulo 19 do Primeiro Livro dos Reis, bem como o restante das histórias que envolvem Eliseu, teriam sido inseridas para dar à profecia um alicerce legítimo na história de Israel.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
quarta-feira, 29 de abril de 2015
FMI prevê maior desaceleração em mais de 20 anos, mas elogia ajustes
FMI prevê maior desaceleração em mais de 20 anos, mas elogia ajustes
Do UOL, em São Paulo
O Brasil enfrenta a maior desaceleração econômica em mais de duas décadas, afirma o FMI (Fundo Monetário Internacional) em relatório divulgado nesta quarta-feira (29).
O fundo projeta uma queda de até 1% na economia brasileira neste ano, seguida por uma recuperação em 2016, com crescimento estimado em 1%.
O órgão, no entanto, elogia os ajustes que estão sendo feitos no país, e diz que é preciso continuar com os recentes esforços para conter um aumento da dívida pública e reconquistar a confiança na política econômica.
Elogio aos ajustes do governo
O FMI diz que é inevitável o ajuste das contas públicas brasileiras, mesmo num momento de desaceleração da atividade econômica. O elevado deficit público faz com que o governo tenha pouca opção além de promover um aperto fiscal, diz o FMI, que tem elogiado o programa de ajuste comandado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Na América Latina, as decisões de políticas fiscal atuais não podem levar em conta apenas o que seria desejável de um ponto de vista cíclico, pois é preciso considerar a sustentabilidade da dívida, afirma a instituição.
Baixo investimento e falta de confiança do consumidor
O cenário atual no Brasil é marcado pelo baixo investimento do setor privado e pela queda da confiança do consumidor, diz o FMI.
O aperto da política fiscal do governo e o aumento dos juros também contribuem para a fraqueza da economia no curto prazo, mas essas medidas são fundamentais para conter a alta da dívida pública e reconstruir a confiança do mercado.
Segundo relatório divulgado nesta quarta-feira, o investimento privado continua um importante freio à atividade econômica no Brasil. Para o Fundo, o investimento é afetado por problemas de competitividade existentes há muito tempo, além de piores termos de troca (a relação entre preços de exportação e de importação) e de uma incerteza elevada, devido ao impacto da investigação da Petrobras e ao efeito da seca prolongada sobre a oferta de energia.
"A confiança do consumidor também piorou abruptamente, num quadro de inflação alta, crédito mais apertado e o começo da fraqueza do mercado de trabalho", diz o FMI.
"Do mesmo modo, o realinhamento em curso de preços relativos importantes, como a taxa real de câmbio, deve ajudar a melhorar as perspectivas para o investimento ao longo do tempo."
A análise faz parte do Panorama Econômico Regional para o Hemisfério Ocidental, divulgado nesta quarta-feira. As avaliações sobre o Brasil são muito parecidas com as feitas há duas semanas, durante a reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, realizada em Washington.
(Com Valor)
Do UOL, em São Paulo
O Brasil enfrenta a maior desaceleração econômica em mais de duas décadas, afirma o FMI (Fundo Monetário Internacional) em relatório divulgado nesta quarta-feira (29).
O fundo projeta uma queda de até 1% na economia brasileira neste ano, seguida por uma recuperação em 2016, com crescimento estimado em 1%.
O órgão, no entanto, elogia os ajustes que estão sendo feitos no país, e diz que é preciso continuar com os recentes esforços para conter um aumento da dívida pública e reconquistar a confiança na política econômica.
Elogio aos ajustes do governo
O FMI diz que é inevitável o ajuste das contas públicas brasileiras, mesmo num momento de desaceleração da atividade econômica. O elevado deficit público faz com que o governo tenha pouca opção além de promover um aperto fiscal, diz o FMI, que tem elogiado o programa de ajuste comandado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Na América Latina, as decisões de políticas fiscal atuais não podem levar em conta apenas o que seria desejável de um ponto de vista cíclico, pois é preciso considerar a sustentabilidade da dívida, afirma a instituição.
Baixo investimento e falta de confiança do consumidor
O cenário atual no Brasil é marcado pelo baixo investimento do setor privado e pela queda da confiança do consumidor, diz o FMI.
O aperto da política fiscal do governo e o aumento dos juros também contribuem para a fraqueza da economia no curto prazo, mas essas medidas são fundamentais para conter a alta da dívida pública e reconstruir a confiança do mercado.
Segundo relatório divulgado nesta quarta-feira, o investimento privado continua um importante freio à atividade econômica no Brasil. Para o Fundo, o investimento é afetado por problemas de competitividade existentes há muito tempo, além de piores termos de troca (a relação entre preços de exportação e de importação) e de uma incerteza elevada, devido ao impacto da investigação da Petrobras e ao efeito da seca prolongada sobre a oferta de energia.
"A confiança do consumidor também piorou abruptamente, num quadro de inflação alta, crédito mais apertado e o começo da fraqueza do mercado de trabalho", diz o FMI.
"Do mesmo modo, o realinhamento em curso de preços relativos importantes, como a taxa real de câmbio, deve ajudar a melhorar as perspectivas para o investimento ao longo do tempo."
A análise faz parte do Panorama Econômico Regional para o Hemisfério Ocidental, divulgado nesta quarta-feira. As avaliações sobre o Brasil são muito parecidas com as feitas há duas semanas, durante a reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, realizada em Washington.
(Com Valor)
terça-feira, 28 de abril de 2015
segunda-feira, 27 de abril de 2015
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Petrobras vai priorizar redução de alavancagem em novo plano de negócios
Petrobras vai priorizar redução de alavancagem em novo plano de negócios
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Petrobras no Rio de Janeiro. 2/2/2015 REUTERS/Sergio Moraes
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A redução do endividamento da Petrobras será prioridade no novo plano de investimento da empresa, a ser divulgado nos próximos 30 dias.
"O grau de alavancagem da companhia é elevado... É desejável e será feito um processo de busca de desalavancagem, com maior eficiência operacional, redução do capex, aumento dos desinvestimentos, priorização em projetos de maior retorno...", afirmou nesta quinta-feira o diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro, em teleconferência para comentar os resultados de 2014.
A Petrobras encerrou dezembro com endividamento bruto de 351 bilhões de reais, alta de 31 por cento sobre o fim de 2013. A relação entre dívida líquida e Ebitda, um indicador de alavancagem da companhia, subiu para 4,77 vezes, ante 3,52 vezes um ano antes.
O alto grau de alavancagem foi um dos temas mais criticados por analistas após a divulgação dos dados, na noite de quarta-feira.
Segundo o Itaú BBA, presumindo preços de diesel e gasolina estáveis até o encerramento de 2016 e um dólar a 3,4 reais, a alavancagem da Petrobras pode atingir 6,1 vezes até o fim do próximo ano.
Monteiro admitiu, ao comentar o prejuízo de 21,6 bilhões de reais do ano passado, após contabilização de perdas de 6,2 bilhões de reais por corrupção e redução de mais de 44 bilhões de reais o valor de seus ativos, que a dívida da estatal está acima das principais companhias de petróleo, mas ressaltou que essas petroleiras não tiveram a "mesma possibilidade de investimento que se vislumbrou para a Petrobras", como os campos do pré-sal.
O executivo não deu mais detalhes durante a teleconferência sobre como será feita a desalavancagem ou outras métricas do plano.
As ações ordinárias da Petrobras ampliavam a alta em quase 6 por cento na tarde desta quinta-feira, depois de terem caído mais de 6 por cento no começo do dia, com investidores digerindo declarações de executivos da estatal sobre o balanço auditado divulgado na noite da véspera.
As ações preferenciais, que chegaram a cair quase 10 por cento mais cedo, anularam perdas, por volta das 14h50. INVESTIMENTOS
A Petrobras vai reduzir seus investimentos anuais de forma gradativa até 2016, segundo diretrizes relatadas na véspera.
A previsão da companhia é investir 29 bilhões de dólares neste ano e 25 bilhões de dólares em 2016, enquanto o investimento em 2014 somou 35 bilhões de dólares.
Os executivos da estatal explicaram ainda que a redução de investimento não poderia ser maior porque a empresa vem de um histórico de volumes investidos bastante expressivos, acordados anteriormente.
O plano atual, para o período 2014-2018, prevê investimentos de 220,6 bilhões de dólares, o maior da indústria. O novo programa deve envolver o período de 2015 a 2019.
PRÉ-SAL
A Petrobras, que anunciou um robusto plano de desinvestimentos de cerca de 13 bilhões de dólares, não prevê vender ativos do pré-sal em produção, considerados a prioridade da companhia, disse a diretora de Exploração e Produção da companhia, de Solange Guedes. Mas a empresa avaliará a possibilidade de desinvestimentos em projetos em início de exploração, que demandarão investimentos crescentes. "Está avaliando desinvestimento sim, para buscar agregar valor", afirmou ela durante a teleconferência.
Executivos da Petrobras destacaram ainda que a carteira de desinvestimentos é "extremamente dinâmica", uma vez que a companhia procura obter o maior valor possível.
Na véspera, a empresa disse que a maior parte do desinvestimento no plano, ou 10 bilhões de dólares, deverá ser realizado em 2016.
A diretora lembrou que a Petrobras está focando a carteira exploratória em ativos de baixo risco, acrescentando que a empresa vai postergar projetos de baixo retorno ou que demandem investimento inicial prolongado.
DECLÍNIO
A diretora de Exploração e Produção afirmou aos analistas e investidores que a estatal parou uma unidade de produção e deve parar outra entre 2015 e 2016 em águas rasas da Bacia de Campos pela inviabilidade econômica.
Observou também que é esperado declínio natural de produção de cerca de 200 mil barris/dia em 2015, e que as metas de crescimento da extração nos próximos anos levam em consideração essa situação.
Na véspera, a petroleira apontou que a produção de óleo e gás, no Brasil e no exterior, deve crescer de 4,76 por cento na média deste ano frente a registrada em 2014, para 2,796 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Isso apesar de um impacto maior de paradas programadas de plataformas.
A Petrobras prevê, segundo a diretora, que tais paradas impactarão a produção em 50 mil barris/dia em 2015, ante 30 mil barris/dia em 2014.
DIVIDENDOS
A Petrobras pagará dividendos e juros sobre capital próprio referentes a 2015 se tiver resultados positivos neste ano, "como faz normalmente", afirmou o diretor financeiro da petroleira ao responder pergunta durante a teleconferência.
Por conta do prejuízo bilionário, a companhia anunciou que não pagará dividendos referentes a 2014.
No centro das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a empresa disse na véspera que não pagará dividendos para preservar caixa, mesmo tendo mais de 100 bilhões de reais em reservas de lucros no fim de dezembro.
(Por Roberto Samora e Marta Nogueira)
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Petrobras no Rio de Janeiro. 2/2/2015 REUTERS/Sergio Moraes
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A redução do endividamento da Petrobras será prioridade no novo plano de investimento da empresa, a ser divulgado nos próximos 30 dias.
"O grau de alavancagem da companhia é elevado... É desejável e será feito um processo de busca de desalavancagem, com maior eficiência operacional, redução do capex, aumento dos desinvestimentos, priorização em projetos de maior retorno...", afirmou nesta quinta-feira o diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro, em teleconferência para comentar os resultados de 2014.
A Petrobras encerrou dezembro com endividamento bruto de 351 bilhões de reais, alta de 31 por cento sobre o fim de 2013. A relação entre dívida líquida e Ebitda, um indicador de alavancagem da companhia, subiu para 4,77 vezes, ante 3,52 vezes um ano antes.
O alto grau de alavancagem foi um dos temas mais criticados por analistas após a divulgação dos dados, na noite de quarta-feira.
Segundo o Itaú BBA, presumindo preços de diesel e gasolina estáveis até o encerramento de 2016 e um dólar a 3,4 reais, a alavancagem da Petrobras pode atingir 6,1 vezes até o fim do próximo ano.
Monteiro admitiu, ao comentar o prejuízo de 21,6 bilhões de reais do ano passado, após contabilização de perdas de 6,2 bilhões de reais por corrupção e redução de mais de 44 bilhões de reais o valor de seus ativos, que a dívida da estatal está acima das principais companhias de petróleo, mas ressaltou que essas petroleiras não tiveram a "mesma possibilidade de investimento que se vislumbrou para a Petrobras", como os campos do pré-sal.
O executivo não deu mais detalhes durante a teleconferência sobre como será feita a desalavancagem ou outras métricas do plano.
As ações ordinárias da Petrobras ampliavam a alta em quase 6 por cento na tarde desta quinta-feira, depois de terem caído mais de 6 por cento no começo do dia, com investidores digerindo declarações de executivos da estatal sobre o balanço auditado divulgado na noite da véspera.
As ações preferenciais, que chegaram a cair quase 10 por cento mais cedo, anularam perdas, por volta das 14h50. INVESTIMENTOS
A Petrobras vai reduzir seus investimentos anuais de forma gradativa até 2016, segundo diretrizes relatadas na véspera.
A previsão da companhia é investir 29 bilhões de dólares neste ano e 25 bilhões de dólares em 2016, enquanto o investimento em 2014 somou 35 bilhões de dólares.
Os executivos da estatal explicaram ainda que a redução de investimento não poderia ser maior porque a empresa vem de um histórico de volumes investidos bastante expressivos, acordados anteriormente.
O plano atual, para o período 2014-2018, prevê investimentos de 220,6 bilhões de dólares, o maior da indústria. O novo programa deve envolver o período de 2015 a 2019.
PRÉ-SAL
A Petrobras, que anunciou um robusto plano de desinvestimentos de cerca de 13 bilhões de dólares, não prevê vender ativos do pré-sal em produção, considerados a prioridade da companhia, disse a diretora de Exploração e Produção da companhia, de Solange Guedes. Mas a empresa avaliará a possibilidade de desinvestimentos em projetos em início de exploração, que demandarão investimentos crescentes. "Está avaliando desinvestimento sim, para buscar agregar valor", afirmou ela durante a teleconferência.
Executivos da Petrobras destacaram ainda que a carteira de desinvestimentos é "extremamente dinâmica", uma vez que a companhia procura obter o maior valor possível.
Na véspera, a empresa disse que a maior parte do desinvestimento no plano, ou 10 bilhões de dólares, deverá ser realizado em 2016.
A diretora lembrou que a Petrobras está focando a carteira exploratória em ativos de baixo risco, acrescentando que a empresa vai postergar projetos de baixo retorno ou que demandem investimento inicial prolongado.
DECLÍNIO
A diretora de Exploração e Produção afirmou aos analistas e investidores que a estatal parou uma unidade de produção e deve parar outra entre 2015 e 2016 em águas rasas da Bacia de Campos pela inviabilidade econômica.
Observou também que é esperado declínio natural de produção de cerca de 200 mil barris/dia em 2015, e que as metas de crescimento da extração nos próximos anos levam em consideração essa situação.
Na véspera, a petroleira apontou que a produção de óleo e gás, no Brasil e no exterior, deve crescer de 4,76 por cento na média deste ano frente a registrada em 2014, para 2,796 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Isso apesar de um impacto maior de paradas programadas de plataformas.
A Petrobras prevê, segundo a diretora, que tais paradas impactarão a produção em 50 mil barris/dia em 2015, ante 30 mil barris/dia em 2014.
DIVIDENDOS
A Petrobras pagará dividendos e juros sobre capital próprio referentes a 2015 se tiver resultados positivos neste ano, "como faz normalmente", afirmou o diretor financeiro da petroleira ao responder pergunta durante a teleconferência.
Por conta do prejuízo bilionário, a companhia anunciou que não pagará dividendos referentes a 2014.
No centro das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a empresa disse na véspera que não pagará dividendos para preservar caixa, mesmo tendo mais de 100 bilhões de reais em reservas de lucros no fim de dezembro.
(Por Roberto Samora e Marta Nogueira)
Descobrimento Do Brasil
Primeiros contatos entre portugueses e índios
História do Descobrimento do Brasil
Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal. No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.
Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil.
A descoberta do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras. Poucos anos antes da descoberta do Brasil, em 1492, Cristóvão Colombo, navegando pela Espanha, chegou a América, fato que ampliou as expectativas dos exploradores. Diante do fato de ambos terem as mesmas ambições e com objetivo de evitar guerras pela posse das terras, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo com este acordo, Portugal ficou com as terras recém descobertas que estavam a leste da linha imaginária (370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde), enquanto a Espanha ficou com as terras a oeste desta linha.
Mesmo com a descoberta das terras brasileiras, Portugal continuava empenhado no comércio com as Índias, pois as especiarias que os portugueses encontravam lá eram de grande valia para sua comercialização na Europa. As especiarias comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz moscada, gengibre, porcelanas orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal realizava no Brasil o extrativismo do pau-brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o escambo, ou seja, os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas (apitos, espelhos e chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até as caravelas.
Foi somente a partir de 1530, com a expedição organizada por Martin Afonso de Souza, que a coroa portuguesa começou a interessar-se pela colonização da nova terra. Isso ocorreu, pois havia um grande receio dos portugueses em perderem as novas terras para invasores que haviam ficado de fora do tratado de Tordesilhas, como, por exemplo, franceses, holandeses e ingleses. Navegadores e piratas destes povos, estavam praticando a retirada ilegal de madeira de nossas matas. A colonização seria uma das formas de ocupar e proteger o território. Para tanto, os portugueses começaram a fazer experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando um promissor comércio desta mercadoria na Europa.
http://www.historiadobrasil.net/
quarta-feira, 22 de abril de 2015
Murillo
São João Batista e o "Cordeiro", finais do século XVII.
Madonna
Imaculada Conceição
Murillo
Murillo
Bartolomé Esteban Perez Murillo (Sevilha, 31 de dezembro de 1618 — Cádiz, 3 de abril de 1682) foi um pintor barroco espanhol.
Biografia
Bartolomé Esteban Murillo é, quiçá, o pintor que melhor define o barroco espanhol. Nasceu em Sevilha, onde passou a maior parte da sua vida. O dia exacto do seu nascimento é-nos desconhecido, mas terá, provavelmente, nascido nos últimos dias do ano, já que foi batizado a 1 de Janeiro de 1618, na Igreja da Madalena. Era costume na Idade Moderna, baptizar as crianças somente alguns dias após o seu nascimento, como tal é normal que os especialistas façam tal afirmação.
O seu pai chamava-se Gaspar Esteban, que era barbeiro. A sua mãe chamava-se Maria Pérez Murillo. Estes e Esteban Murillo integravam uma família muito numerosa, sendo Murillo o filho número catorze. Mesmo assim, a situação económica da família era bastante boa e, como tal, formavam uma família feliz.
Porém, o seu pai morreu em 1627 e a sua mãe, poucos meses mais tarde. Assim, Murillo ficou ao cuidado da sua irmã Ana, que era casada com um barbeiro de nome Juan Agustín de Lagares. As relações entre Murillo e o cunhado eram muito boas.
Murillo iniciou a sua aprendizagem artística com o seu (suposto) tio, Juan del Castillo. Del Castillo não era um artísta de primeira fila, mas, os seus trabalhos eram respeitados no ambiente artístico sevilhano.
São João Batista e o "Cordeiro", finais do século XVII.
Os primeiros quadros de Murillo eram muito influenciados pelo estilo do seu mestre, Del Castillo, como se pode apreciar no quadro A "Virgem do Rosário, com São Domingo".
Em 1645 recebeu a sua primeira encomenda importante: treze quadros para um claustro do Convento de São Francisco, em Sevilha. Nestas obras demonstrou uma notável influência de Van Dyck, Ticiano e Peter Paul Rubens. Foi também neste ano que Murillo casou, a 26 de Fevereiro, com uma jovem sevilhana de 22 anos, Beatriz Cabrera y Villalobos, na famosa Igreja da Madalena. Durante os dezoito anos de duração do matrimónio tiveram uma ampla descendência: um total de nove filhos.
O êxito alcançado com as pinturas no claustro do Convento de São Francisco motivou o aumento do número de encomendas.
Madonna, Rijksmuseum, Amesterdão.
Porém, em 1649 a peste assolou Sevilha, tendo morrido quatro dos filhos de Esteban Murillo. Mesmo assim, as encomendas continuaram a bom ritmo.
Em 1658 Murillo mudou-se para Madrid, onde tomou contacto co a pintura flamenga e veneziana e, para além disso, conheceu Velázquez, Francisco de Zurbarán, Alonso Cano, entre outros artistas madrilhenos. Mas, no final do mesmo ano, voltou para a sua cidade natal.
As encomendas continuram e o reconhecimento aumentou. Tal contribuiu para que Murillo pudesse desfrutar de uma economia, complementada com as propriedades de Murillo e da sua mulher e com uma escrava.
1660 foi um ano de grande importância parao pintor, tendo fundo a Academia de Desenho de Sevilha, em parceria com Francisco de Herrera el Mozo. Porém, três anos mais tarde, a sua mulher Beatriz faleceu devido ao seu último parto.
Em 1665, teve início o seu período mais produtivo, ou seja, o período em que recebeu mais encomendas. Neste ano, a fama alcançada por Murillo estendeu-se por todo o país, chegando à corte madrilhena, onde, segundo Palomino, o próprio rei Carlos II invitou Murillo a estabelecer-se em Madrid.
Em 1681 mudou-se para a paróquia de Santa Cruz, onde recebe a sua última encomenda: vários retábulos da igreja do Convento de Santa Catalina de Cádiz. Quando trabalhava nesta encomenda, sofreu uma grave queda, que resultou na sua morte, alguns meses mais tarde, já no ano de 1682.
Em sua honra, os populares fizeram um enorme funeral. Para se ter ideia da sua fama, o seu caixão foi carregado por dois marquêses e quatro cavaleiros. Mesmo hoje, na actualidade, Murillo continua a ser muito conhecido.
Origem: Wikipédia
terça-feira, 21 de abril de 2015
Caravaggio (1571-1610) Luzes e sombras, na vida e na obra
Flagelação de Cristo,
Ressurreição de Lázaro 1608-1609
A Inspiração de São Mateus c. 1602
A Captura de Cristo, 1602
Caravaggio (1571-1610)
Luzes e sombras, na vida e na obra
Michelangelo, seu primeiro nome, é igual ao de outro mestre. Michelangelo Merisi da Caravaggio nasceu em 1571, e o nome Caravaggio é referente à cidade em que viveu. Por muitos anos acreditou-se que o artista teria nascido nesta cidade, mas hoje muitos historiadores trabalham com a hipótese de sua cidade natal ser Milão. Foi somente em 1576 que a família se mudou para a vila de Caravaggio, com a intenção de fugir da peste que assolava Milão. Conhecido como um artista "tenebrista", cujo estilo de pintar mesclava fundos negros com focos de luz intensa, ficou famoso, também, por seu gênio tempestuoso.
Arte que reflete a vida de seu criador, os quadros de Caravaggio contêm traços dessa existência intensa e turbulenta, apresentando cenas religiosas com violência e crueldade, como em "A Decapitação de São João Batista". O forte contraste entre os fundos escuros (as "trevas") e os personagens banhados por uma luz que incide forte e dramática, típico da técnica do "claro-escuro", é a principal característica das obras do artista, marcadas também por um forte realismo na caracterização dos personagens, suas vestes e objetos que os cercam.
Seu pai morreu quando ele tinha apenas seis anos; a mãe, quando tinha 18. Alguns anos antes, aos 12, o então jovem artista ingressava como aprendiz no estúdio do pintor milanês Simone Peterzano. Após a morte da mãe, Caravaggio herdou parte da propriedade da família. Foi com o dinheiro da venda dessas terras que ele partiu para Roma. Lá, passou a conviver com artistas plásticos e arquitetos vindos de toda a Itália, numa época em que a Contra-Reforma católica incentivava a construção de novas igrejas e os trabalhos de decoração nos templos eram fartos.
Caravaggio teve uma vida curta: não chegou aos 40 anos e viveu a maior parte desse tempo em Roma. Após um período inicial de miséria, quando chegou a fazer pinturas em série para vender nas ruas, passou a trabalhar para o Cardeal Del Monte, clérigo sofisticado e rico, patrono da escola de pintores de Roma, a "Academia de São Lucas". Com um aposento no "palazzo" do Cardeal e uma pensão regular, Caravaggio passou a pintar vários quadros de rapazes com traços femininos, já que Del Monte, secretamente, apreciava jovens desse tipo.
Até fugir de Roma devido a uma briga, Caravaggio realizaria uma série de importantes quadros de temática religiosa, muitas vezes feitos diretamente nas paredes das novas capelas que eram erguidas. Ao recusar-se a pagar uma aposta perdida, o genioso pintor brigou com um certo Ranuccio Tommasoni, que não resistiu aos ferimentos. Começaria então o período final de sua vida, quando viveu em Nápoles, Malta, Siracusa, Messina e Palermo, geralmente fugindo de um lugar para o outro devido a desavenças e perseguições.
Morreu aos 39 anos, a poucos quilômetros de Roma, mas sem ter retornado à cidade, já que não havia conseguido o perdão papal para voltar. O artista Giovanni Baglione, que anos antes o havia processado por ofensa, narrou seus últimos momentos: "Foi colocado numa cama, com febre muito forte, e ali, sem ajuda de Deus ou de amigos, morreu depois de alguns dias, tão miseravelmente quanto viveu".
http://mestres.folha.com.br/
Caravaggio
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Levy diz que renovação do Conselho da Petrobras melhorará governança no Brasil
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante evento em São Paulo, em foto de arquivo. 30/03/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
(Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira que há expectativas em relação a uma renovação do Conselho de Administração da Petrobras com mais profissionais do mercado em detrimento de indicações políticas e que isso melhorará a governança no Brasil.
Citando melhoria nos processos de gestão da companhia, ele afirmou que "a governança continuará a ser melhorada lá, assim como a expectativa de ter um novo Conselho que será formado por pessoas do setor privado e que podem dedicar muito mais tempo para supervisionar a companhia".
As declarações foram dadas durante a participação dele em evento da Bloomberg, em Nova York.
Nas últimas semanas, houve relatos na imprensa brasileira de que novos nomes seriam incluídos na lista dos representantes do governo no Conselho da estatal.
No fim de março, o presidente-executivo da mineradora Vale, Murilo Ferreira, foi indicado pela União para a presidência do colegiado. Além dele, foram indicados pela União Aldemir Bendine, Francisco de Albuquerque, Ivan Monteiro, Luiz Navarro, Franklin Quintella e Luciano Coutinho.
Coutinho, Albuquerque, Navarro e Quintella já ocupam assentos no Conselho por indicação do acionista controlador, enquanto Bendine tem presença garantida no colegiado por ser presidente-executivo da estatal.
O único novo nome na lista, portanto, além do presidente da Vale, será o de Monteiro, diretor financeiro da Petrobras, que na prática substitui a ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior.
A assembleia geral de acionistas deverá ocorrer em 29 de abril.
Ao falar sobre a Petrobras, Levy acrescentou que a presidente Dilma Rousseff disse anteriormente não ter conhecimento do esquema de pagamento de propinas envolvendo a estatal e que os gestores envolvidos no escândalo serão pessoalmente responsabilizados.
Questionado sobre se os investidores estariam nervosos com o Brasil após a Polícia Federal revelar esquema de corrupção em contratos da petroleira, Levy disse que respeita essa visão, mas relativizou o assunto.
"Aqueles que têm entendimento mais profundo sabem que o Brasil é um dos países mais transparentes do mundo, um país onde tudo é discutido, onde o governo é responsabilizado por tudo o que faz, onde há eleições regulares e onde as pessoas que cometem transgressões vão para a cadeia."
PROTESTOS POR MENOS GASTO
Durante sua participação, o ministro disse que os recentes protestos de rua mostraram que a população brasileira quer menor gasto público por parte do governo.
Os ministérios da Fazenda e do Planejamento preparam um amplo corte de gasto público no Orçamento da União deste ano a fim de contribuir para o cumprimento da meta de superávit primário de 66,3 bilhões de reais, equivalente a 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Falando sobre medidas enviadas ao Congresso para alteração no gasto de benefícios trabalhistas e previdenciários, Levy voltou a dizer que as medidas anticíclicas adotadas no ano passado estão exauridas e que o Brasil está agora no caminho correto, após a adoção das ações do ajuste fiscal.
(Por Luciana Otoni e Marcela Ayres)
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante evento em São Paulo, em foto de arquivo. 30/03/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
(Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira que há expectativas em relação a uma renovação do Conselho de Administração da Petrobras com mais profissionais do mercado em detrimento de indicações políticas e que isso melhorará a governança no Brasil.
Citando melhoria nos processos de gestão da companhia, ele afirmou que "a governança continuará a ser melhorada lá, assim como a expectativa de ter um novo Conselho que será formado por pessoas do setor privado e que podem dedicar muito mais tempo para supervisionar a companhia".
As declarações foram dadas durante a participação dele em evento da Bloomberg, em Nova York.
Nas últimas semanas, houve relatos na imprensa brasileira de que novos nomes seriam incluídos na lista dos representantes do governo no Conselho da estatal.
No fim de março, o presidente-executivo da mineradora Vale, Murilo Ferreira, foi indicado pela União para a presidência do colegiado. Além dele, foram indicados pela União Aldemir Bendine, Francisco de Albuquerque, Ivan Monteiro, Luiz Navarro, Franklin Quintella e Luciano Coutinho.
Coutinho, Albuquerque, Navarro e Quintella já ocupam assentos no Conselho por indicação do acionista controlador, enquanto Bendine tem presença garantida no colegiado por ser presidente-executivo da estatal.
O único novo nome na lista, portanto, além do presidente da Vale, será o de Monteiro, diretor financeiro da Petrobras, que na prática substitui a ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior.
A assembleia geral de acionistas deverá ocorrer em 29 de abril.
Ao falar sobre a Petrobras, Levy acrescentou que a presidente Dilma Rousseff disse anteriormente não ter conhecimento do esquema de pagamento de propinas envolvendo a estatal e que os gestores envolvidos no escândalo serão pessoalmente responsabilizados.
Questionado sobre se os investidores estariam nervosos com o Brasil após a Polícia Federal revelar esquema de corrupção em contratos da petroleira, Levy disse que respeita essa visão, mas relativizou o assunto.
"Aqueles que têm entendimento mais profundo sabem que o Brasil é um dos países mais transparentes do mundo, um país onde tudo é discutido, onde o governo é responsabilizado por tudo o que faz, onde há eleições regulares e onde as pessoas que cometem transgressões vão para a cadeia."
PROTESTOS POR MENOS GASTO
Durante sua participação, o ministro disse que os recentes protestos de rua mostraram que a população brasileira quer menor gasto público por parte do governo.
Os ministérios da Fazenda e do Planejamento preparam um amplo corte de gasto público no Orçamento da União deste ano a fim de contribuir para o cumprimento da meta de superávit primário de 66,3 bilhões de reais, equivalente a 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Falando sobre medidas enviadas ao Congresso para alteração no gasto de benefícios trabalhistas e previdenciários, Levy voltou a dizer que as medidas anticíclicas adotadas no ano passado estão exauridas e que o Brasil está agora no caminho correto, após a adoção das ações do ajuste fiscal.
(Por Luciana Otoni e Marcela Ayres)
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sábado, 18 de abril de 2015
El Greco
El Greco
Biografia de El Greco, obras principais, maneirismo, pinturas, estilo artístico, bibliografia
El Greco: um dos grandes representantes do maneirismo
Quem foi
Doménikos Theotokópoulos, mais conhecido artisticamente como El Greco, foi um importante pintor, arquiteto e escultor grego. Nasceu na ilha grega de Creta em 1541 e faleceu na cidade espanhola de Toledo (Espanha) em 17 de abril de 1614. El Greco foi um dos principais representantes do Maneirismo (movimento artístico europeu do século XVI).
Biografia (principais momentos de sua vida)
- Estudou pintura ainda jovem com artistas cretenses, que valorizavam as artes bizantinas.
- Por volta dos 20 anos entrou para uma guilda (associações) de pintores.
- Entre 1567 e 1570 morou na cidade italiana de Veneza, importante centro artístico e cultural do século XVI. Neste período trabalhou no atelier do grande pintor italiano Ticiano.
- Entre 1570 e 1577 morou na cidade de Roma, período em que realizou importantes obras como, por exemplo, Purificação no Templo, Retrato de Giulio Clovio e A Piedade.
- Em 1577 foi morar na cidade espanhola de Toledo. Em 1585 montou um estúdio artístico próprio nesta cidade.
- Entre 1597 e 1607 recebeu várias encomendas, principalmente de instituições religiosas.
Técnicas e estilo artístico:
- El Greco colocou tons dramáticos e expressivos em suas obras de arte;
- Desenhou figuras de forma tortuosa e alongada;
- Juntou tradições artísticas européias e bizantinas;
- Dramatizou suas obras, valorizando os sentimentos e emoções espirituais;
- Uso de técnicas de luminosidade, onde o ponto de origem luminosa fica numa fonte não visualizada pelo observador;
- Supervalorização das cores usadas em suas pinturas.
- Abordagem de temas religiosos, paisagens e retratos.
Principais obras de El Greco:
- A morte da Virgem (1567)
- Adoração dos Magos (1567)
- Retrato de Giorgio Giulio Clovio (1570)
- A Ascensão da Virgem (1579)
- A Santíssima Trindade (1579)
- El Espolio (1579)
- O Enterro do Conde de Orgaz (1588)
- Retrato de Jorge Manuel Theotocopoulos (1605)
- Vista de Toledo (1612)
- A Abertura do Quinto Selo (1614)
- Laocoonte (1614)
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