Anvisa do Brasil aprova vacina russa Sputnik V, com condições
Jamie McgeeverLisandra Paraguassu
Frascos rotulados como "vacina contra a doença de coronavírus Sputnik V (COVID-19)", 24 de março de 2021. REUTERS / Dado Ruvic / File Photo
Um médico especialista segura um frasco da vacina Sputnik V contra o coronavírus em uma loja de departamentos em Moscou, Rússia, 18 de janeiro de 2021 REUTERS / Shamil Zhumatov
Frascos rotulados como "vacina contra a doença de coronavírus Sputnik V (COVID-19)", 24 de março de 2021. REUTERS / Dado Ruvic / File Photo
A agência reguladora de saúde brasileira, Anvisa, deu na sexta-feira luz verde para que os estados importem a vacina russa COVID-19 Sputnik V, mas com condicionantes.
A diretoria da Anvisa votou por 4 a 1 pela aprovação condicional após mais de sete horas de deliberação, seguindo recomendação de seu corpo técnico no início do dia.
A Anvisa também votou pela aprovação, novamente com condicionantes, do tiro Covaxin feito pela Bharat Biotech, empresa privada com sede na cidade indiana de Hyderabad.
“O SputnikV chegará ao Brasil em julho”, tuitou Kirill Dmitriev, presidente-executivo do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), que comercializa a vacina Sputnik V no exterior.
O Sputnik V tuitou que o Brasil se torna o 67º país a autorizar a vacina.
Na manhã desta sexta-feira, a equipe técnica da Anvisa havia recomendado a aprovação da vacina, mas apenas sob certas condições, como a de ser usada apenas em adultos saudáveis.
As decisões vêm depois que o órgão regulador da saúde rejeitou no final de abril as importações da injeção de Sputnik V solicitadas por governadores desesperados por vacinas. Os estados originalmente queriam 37 milhões de doses.
Na ocasião, os cinco conselheiros da Anvisa votaram por unanimidade pela não aprovação da vacina russa, após técnicos terem destacado "riscos inerentes" e "graves" defeitos, citando a falta de dados que garantissem sua segurança, qualidade e eficácia. consulte Mais informação
A rejeição deu início a uma discussão hostil com os desenvolvedores russos, que ameaçaram processar a agência brasileira por difamação, acusando-os de ceder sob a pressão dos EUA.
O Instituto Gamaleya de Moscou e o RDIF disseram na época que o Sputnik V é 97,6% eficaz contra o COVID-19 em uma avaliação do "mundo real" baseada em dados de 3,8 milhões de pessoas.
Uma fonte envolvida no processo de análise da vacina disse à Reuters que a decisão da Anvisa na sexta-feira foi "uma tentativa de chegar a uma solução que garanta um grau mínimo de segurança. Vamos ver dados reais e eficácia agora".
O governo brasileiro assinou um contrato em fevereiro para comprar 20 milhões de doses da Covaxin, e a Bharat Biotech solicitou o uso emergencial da vacina no Brasil no início de março. No entanto, a Anvisa decidiu em 31 de março que a vacina não atendia aos padrões de fabricação.
O programa de vacinação do Brasil tem sido prejudicado por atrasos e falhas nas compras, transformando o país em um dos pontos mais fatais de COVID-19 do mundo neste ano e levando o sistema nacional de saúde à beira do colapso.
O Brasil já vacinou 47,6 milhões de pessoas com a primeira dose, o equivalente a 22,6% da população, mas apenas 22,7 milhões com duas doses, ou 10,8% da população.
O Brasil registrou 16,84 milhões de casos confirmados do coronavírus e mais de 470 mil mortes desde o início da pandemia. As mortes diárias diminuíram desde o pico da segunda onda em abril, mas permanecem muito maiores do que até mesmo o pior de 2020.
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