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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Economistas esperam queda da Selic em 2016 e reduzem estimativa de inflação

Economistas esperam queda da Selic em 2016 e reduzem estimativa de inflação
segunda-feira, 4 de abril de 2016
 Sede do Banco Central, em Brasília. 23/09/2015   REUTERS/Ueslei Marcelino

SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras passaram a ver corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros no final deste ano, conforme a projeção para a inflação continuou diminuindo em meio à profunda recessão econômica.

A estimativa para a Selic ao fim de 2016 na pesquisa Focus do Banco Central publicada segunda-feira foi reduzida a 13,75 por cento ao ano, contra os atuais 14,25 por cento, com corte de 0,50 ponto em novembro, última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC no ano.

Trata-se da primeira redução na estimativa após oito semanas de manutenção, mesmo depois de o BC reiterar em seu Relatório Trimestral de Inflação, na semana passada, que não trabalha com a possibilidade de cortar a taxa básica de juros e elevar suas projeções sobre a inflação.

Os contratos de juros futuros já vinham mostrando quedas da Selic no segundo semestre deste ano há semanas, segundo operadores. Após o Relatório de Inflação, o mercado começou movimento de ajuste e passou a ver cortes menos intensos na Selic.

No Top-5, grupo de instituições que mais acertam as projeções no Focus, a estimativa de queda na Selic também ocorreu e foi ainda mais intensa, com dois cortes de 0,5 ponto percentual --em outubro e novembro--, encerrando 2016 a 13,25 por cento.

Para 2017, a pesquisa semanal com uma centena de economistas não mostrou mudança na expectativa de que a Selic terminará o ano a 12,50 por cento.

As reduções nas projeções para a taxa básica de juros vem em meio à queda nas expectativas de inflação. Para 2016, mostrou o Focus, as contas são de alta do IPCA de 7,28 por cento, contra 7,31 por cento na semana anterior. Foi quarta semana seguida de redução, mas permanece acima do teto da meta do governo, de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos.

Para 2017, as estimativas não mudaram, de alta de 6 por cento. O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, subiu 0,43 por cento em março, contra alta de 1,42 por cento no mês anterior, indo abaixo de 10 por cento no acumulado em 12 meses pela primeira vez desde outubro.

No Relatório de Inflação, o BC estimou inflação de 6,6 por cento em 2016 e de 4,9 por cento em 2017, sobre projeção anterior de elevação de 6,2 e 4,8 por cento, respectivamente.
O Focus mostrou ainda que as projeções para o dólar caíram a 4,0 reais no fim de 2016, contra 4,15 reais antes. Em relação a 2017, a perspectiva foi a 4,10 reais, sobre 4,20 reais.

Sobre o desempenho da economia, a contração do Produto Interno Bruto (PIB) este ano agora é projetada em 3,73 por cento, sobre queda de 3,66 por cento na pesquisa anterior. Já a expansão em 2017 é calculada em apenas 0,30 por cento, sobre 0,35 por cento na pesquisa Focus da semana anterior.

Houve forte piora nas expectativas para a produção industrial, com contração prevista em 5,80 por cento neste ano e expansão de 0,69 por cento no próximo, contra queda de 4,40 por cento e crescimento de 0,85 por cento antes, respectivamente.

(Por Camila Moreira)


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