Konstantinos - Uranus

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Chegada do homem / HISTORIANEWS21// EM DOCUMENTO





Chegada do homem à lua

Por Lucas Henrique dos Santos Silva
Graduado em Física (UFMG, 2011)

“Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade”. Ao proferir essas palavras, enquanto descia do módulo aterrissado na superfície lunar em 20 de julho de 1969, o astronauta americano Neil Armstrong tornou-se o primeiro ser humano a caminhar sobre a Lua, seguido pelo astronauta Edwin "Buzz" Aldrin, seu companheiro de missão. Em todo o mundo, cerca de um bilhão de pessoas assistiram à cena televisionada, testemunhando o que viria a ser uma das maiores conquistas tecnológicas de todos os tempos e um marco do progresso científico.


Homem na Lua. Foto: Neil Armstrong / NASA

O cenário político internacional das décadas de 1950 e 1960 foi fundamental para o desenvolvimento da tecnologia necessária para a chegada do homem à Lua. As constantes tensões entre os Estados Unidos e a União Soviética contribuíram para uma disputa científico-tecnológica que canalizou grandes investimentos para as áreas de pesquisa e inovação em cada país. A abundância de recursos e o desejo de estabelecer sua hegemonia sobre o mundo pós-guerra levaram as superpotências a uma frenética corrida pela conquista do espaço, que então restava como uma das poucas fronteiras ainda não exploradas pela humanidade.

Em 1959, a União Soviética, que já havia lançado o primeiro satélite artificial da Terra dois anos antes, alcançou a superfície da Lua por meio de uma nave não tripulada, a Luna 2. Em 1961, o primeiro homem a deixar o planeta e viajar pelo espaço foi o cosmonauta soviético Yuri Gagarin, que retornou em segurança após dar uma volta em torno da Terra. Como resposta ao crescimento da União Soviética como potência espacial, os americanos intensificaram seu trabalho, com o ambicioso objetivo de enviar a primeira missão tripulada à Lua até o final da década.

Os esforços americanos culminaram no projeto Apollo, um programa de desenvolvimento de espaçonaves para viagens à Lua com tripulação. As naves Apollo eram compostas de três partes: o módulo de comando, que levava a tripulação e as provisões; o módulo de serviço, com todo o maquinário, e o módulo lunar, projetado para se separar da nave principal e conduzir os astronautas à superfície da Lua. Outro desafio importante para o projeto era a construção de um foguete com potência suficiente para colocar uma nave tripulada pesada em trajetória correta até a Lua. Ao final da década de 1960, os americanos apresentaram o Saturno V, que permanece como o maior e mais poderoso foguete já construído, com 110 metros de altura. Depois de um início trágico, com a explosão da nave Apollo 1, o projeto Apollo foi o responsável pelo primeiro voo tripulado em órbita da Lua, ocorrido em 1968, com a Apollo 8. Mais tarde, as naves Apollo 9 e Apollo 10 foram usadas em testes tripulados com o módulo lunar.


Foguete Saturno V decolando no dia 16 de julho de 1969, carregando o módulo Apollo 11. Foto: NASA.

Em 16 de julho de 1969, a nave Apollo 11 foi lançada, levando consigo os astronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins. Pouco mais de três dias após o lançamento, em 20 de julho, a nave alcançou a Lua. Enquanto Collins permaneceu em órbita, na nave principal, Armstrong e Aldrin desceram até a superfície a bordo do módulo lunar Eagle. Os astronautas passaram quase três horas caminhando sobre a Lua, fotografando e recolhendo amostras rochosas. Após o sucesso da missão, a Apollo 11 retornou à Terra e pousou sobre o Oceano Pacífico em 24 de julho de 1969.

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Moradores da região síria de Ghouta Oriental "esperam pela morte" em novos bombardeios

Moradores da região síria de Ghouta Oriental "esperam pela morte" em novos bombardeios

Por Dahlia Nehme e Lisa Barrington

Homem carrega garoto ferido na cidade de Hamouriyeh, na região síria de Ghouta Oriental 21/02/2018 REUTERS/Bassam Khabieh

BEIRUTE (Reuters) - Os moradores da região síria de Ghouta Oriental disseram que estão esperando sua “vez de morrer” nesta quarta-feira, em meio a um dos bombardeios mais intensos de forças pró-governo na guerra sobre o enclave rebelde sitiado próximo de Damasco.

Ao menos 38 pessoas morreram nesta quarta-feira. No mínimo 130 morreram no distrito desde a noite de domingo, e mais de 1.550 ficaram feridas, disse o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado no Reino Unido.

Ghouta Oriental, um distrito agrícola densamente povoado nos arredores de Damasco, é a última grande área próxima da capital ainda sob controle rebelde. Lar de 400 mil pessoas, a área está sendo assolada por forças do governo há anos.

A grande escalada nos bombardeios que é vista desde domingo, incluindo ataques aéreos, com foguetes e bombas-barril lançadas de helicópteros, se tornou uma das mais mortíferas da guerra civil da Síria, agora entrando em seu oitavo ano.

O governo sírio e sua aliada Rússia, que vem apoiando o presidente sírio, Bashar al-Assad, com seu poderio aéreo desde 2015, dizem que não visam civis, mas reagem a disparos de morteiros dos insurgentes perto de Damasco.

“Estamos esperando nossa vez de morrer. Essa é a única coisa que posso dizer”, afirmou Bilal Abu Salah, de 22 anos, cuja esposa está grávida de cinco meses do primeiro filho do casal em Douma, maior cidade de Ghouta Oriental. Eles temem que o terror dos bombardeios a faça entrar em trabalho de parto prematuramente, disse ele.

“Quase todas as pessoas que moram aqui estão morando em abrigos agora. Há cinco ou seis famílias em uma casa. Não há comida, nem mercados.”

Fotos tiradas pela Reuters em Ghouta Oriental nesta quarta-feira mostraram homens revirando os escombros de edifícios desmoronados, carregando pessoas ensanguentadas para hospitais e se escondendo em ruas repletas de destroços.

Um sistema de alerta de ataque aéreo montado pela Defesa Civil Síria, um serviço de resgate que atua em áreas da oposição, estava emitindo alertas a cada poucos minutos nesta quarta-feira, desencadeados quando aviões de guerra são avistados decolando de bases aéreas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou os bombardeios, que atingiram hospitais e outras partes da infraestrutura civil, dizendo que tais ataques podem ser crimes de guerra.

Reportagem adicional de Stephanie Nebehay em Genebra, Michelle Nichols em Nova York e Polina Ivanova em Moscou


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Trump ameaça retirar ajuda financeira se palestinos não buscarem a paz

Trump ameaça retirar ajuda financeira se palestinos não buscarem a paz
Redação Reuters

Por Steve Holland e Yara Bayoumy

Presidente dos EUA, Donald Trump, durante encontro com premiê israelense, Benjamin Netanyahu, em Davos 25/01/2018 REUTERS/Carlos Barria
DAVOS (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou cortar o auxílio financeiro do país aos palestinos se eles não buscarem a paz com Israel, dizendo que os palestinos haviam desprezado os EUA por não terem se encontrado com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, durante uma visita recente.

Trump, falando depois de um encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, disse que busca a paz no Oriente Médio.

Os palestinos ignoraram a visita de Pence à região neste mês depois que Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e prometeu transferir a embaixada dos EUA para a cidade, cujo status está no centro do conflito entre israelenses e palestinos.


O aval de Trump, em dezembro, sobre a reivindicação de Israel sobre Jerusalém como sua capital desencadeou a condenação de líderes árabes e críticas em todo mundo. Também rompeu com décadas de política externa dos EUA de que o status da cidade deveria ser decidido nas negociações entre Israel e os palestinos.

“Quando eles nos desrespeitaram há uma semana por não permitirem que nosso grande vice-presidente os visitasse, e nós damos a eles centenas de milhões de dólares em ajuda e apoio, números tremendos, números que ninguém entende -- esse dinheiro está na mesa e esse dinheiro não vai para eles, a menos que negociem a paz”, afirmou Trump.

Washington já havia dito que reteria cerca da metade do auxílio inicial que planejava dar a uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que serve os palestinos.

Um porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que os Estados Unidos se colocaram “fora da mesa” como um mediador da paz desde o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel.

“Os direitos dos palestinos não estão à altura de nenhuma barganha e Jerusalém não está à venda. Os Estados Unidos não podem ter qualquer papel a menos que retirem sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel”, disse o porta-voz Nabil Abu Rdainah à Reuters por telefone da Jordânia.

Abbas classificou a declaração de Trump sobre Jerusalém de “uma bofetada no rosto” e rejeitou Washington como um mediador honesto em futuras negociações com Israel. Abbas partiu para uma visita ao exterior antes que Pence chegasse.

O governo de Israel considera Jerusalém como sua capital eterna e indivisível, embora não seja reconhecida internacionalmente. Os palestinos veem Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino.

Trump disse que os palestinos tinham que se juntar à mesa de negociações.

“Porque eu posso dizer-lhes que Israel quer fazer a paz e eles terão que querer fazer a paz também ou não teremos mais nada o que fazer com eles”, declarou Trump.

Depois do TRF-4, Lula pode sofrer novas condenações nos próximos meses

Depois do TRF-4, Lula pode sofrer novas condenações nos próximos meses
Redação Reuters

Por Lisandra Paraguassu


PORTO ALEGRE (Reuters) - A condenação unânime pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) foi apenas o mais recente dos problemas com a Justiça enfrentados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um caminho cheio de obstáculos que tornam cada vez mais distante um novo mandato presidencial.

Fontes ouvidas pela Reuters apontam para o final de março, no máximo, a publicação da sentença do juiz Sérgio Moro no processo em que o ex-presidente é acusado de ter recebido 870 mil reais das empreiteiras Odebrecht e OAS em reformas em um sítio em Atibaia (SP).

Uma segunda condenação é dada como praticamente certa por quem conhece o processo, tido como mais bem detalhado e com mais evidências do que o próprio caso do tríplex do Guarujá (SP), no qual Lula foi condenado em segunda instância pelo TRF-4 na quarta-feira.

O ex-presidente ainda enfrenta mais quatro processos, que vão de formação de quadrilha a obstrução da Justiça e estão sendo tocados em outras varas e no Supremo Tribunal Federal (STF).

E, mesmo com ações que já podem lhe custar uma vida em condenações, se todas forem confirmadas, o ex-presidente segue na mira do Ministério Público. Fonte ouvida pela Reuters confirma que novas investigações, fruto das delações da Odebrecht, avançaram e atingem, mais uma vez, o ex-presidente.


“As investigações avançaram bastante. Ainda demora um pouco, mas tem coisa grande por aí”, disse uma fonte familiarizada com as investigações.

Novas condenações e novas acusações pioram a situação pessoal do petista, mas não sua condição eleitoral especificamente.

Apesar de a condenação em segunda instância, quando analisados todos os recursos ao TRF-4, torná-lo inelegível pela Lei da Ficha Limpa, o tribunal responsável por Lula ser ou não candidato é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e isso apenas depois do petista registrar sua candidatura, em 15 de agosto.

Por lei, depois do registro feito, o TSE analisa se há algum impedimento para a candidatura. Se houver, ela é impugnada. Até lá --possivelmente em setembro-- Lula poderia manter sua campanha, e pretende fazê-lo.

O caminho, no entanto, será marcado por recursos judiciais que, antes de garantir uma candidatura, buscarão manter Lula fora da prisão.

UNANIMIDADE INESPERADA
O resultado por unanimidade no TRF-4, inclusive no aumento da pena de 9 anos e 6 meses para 12 anos e 1 mês em regime fechado, não estava no horizonte dos advogados de Lula, de acordo com uma fonte próxima ao petista. Em casos de repercussão, é a primeira vez que os desembargadores da 8ª turma do TRF-4 concordam em tudo, inclusive no tamanho da pena.

Isso reduziu a possibilidade dos recursos a serem apresentados nessa instância aos chamados embargos de declaração, em que a defesa pode apenas pedir esclarecimentos sobre os pontos da sentença e costumam ter uma solução em no máximo dois meses. Depois disso, o processo está pronto e o juiz inicial do caso, Sérgio Moro, pode determinar a prisão.

Segundo a assessoria do TRF, mesmo as férias dos desembargadores Victor Laus e Leandro Paulsen, programadas para as próximas semanas, não adiariam esse processo. A informação é que a turma continua a funcionar normalmente com os desembargadores convocados para subsituí-los.

Ao participar nesta quinta-feira de reunião aberta da Executiva Nacional do PT em São Paulo, Lula acusou os desembargadores da 8a Turma do TRF de formarem um “cartel” para condená-lo por unanimidade, e disse não ter “nenhuma razão para respeitar a decisão”. [nL2N1PK17N]

Em entrevista depois do resultado do julgamento, Cristiano Zanin, um dos advogados de Lula, afirmou que a defesa ainda irá esperar a publicação do acórdão --o que deve ocorrer em uma semana-- para então decidir as ações daqui para frente.

É fato, no entanto, que a defesa entrará com os embargos de declaração, porque apenas depois deles analisados poderá mover a ação para os tribunais superiores, onde é possível entrar com ações cautelares e pedir liminares com efeito suspensivo, da prisão e da inelegibilidade.

De acordo com a assessoria do TRF, depois de receber a intimação para dar ciência do acórdão, a defesa tem até 10 dias para fazê-lo. Depois de tomar conhecimento, tem 2 dias para apresentar os embargos. Quando a campanha eleitoral começar a esquentar, em abril deste ano, Lula estará dependendo dos tribunais superiores para saber se poderá passá-la fora da prisão.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Revelações de Nossa Senhora à Santa Brígida acerca da dolorosíssima Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

Revelações de Nossa Senhora à Santa Brígida acerca da dolorosíssima Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Chegada a hora da Paixão de meu Filho, seus inimigos o prenderam dando-lhe golpes em seu pescoço e em seu rosto e, cuspindo nele, o e...

Papa adverte América Latina sobre corrupção e menciona a Odebrecht

Papa adverte América Latina sobre corrupção e menciona a Odebrecht

Redação Reuters

LIMA (Reuters) - O papa Francisco completou sua viagem ao Chile e ao Peru neste domingo alertando que a América Latina estava em uma profunda crise pela corrupção, com a política na maioria dos países “mais doente do que bem”.

Falando em observações improvisadas aos bispos, ele mencionou o escândalo envolvendo a brasileira Odebrecht, que admitiu pagar bilhões em subornos, como um exemplo de ganância descontrolada por todo o continente em que nasceu.

Enquanto estava sentado ao lado do presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, na sexta-feira, o papa disse que todas as partes da sociedade precisavam trabalhar para combater a corrupção.

Neste domingo, ele falou mais amplamente. “A política está em crise, muito em crise na América Latina”, disse ele, ao mesmo tempo que menciona paraísos fiscais e tráfico de drogas.

Em uma rara declaração para um papa, ele nomeou uma empresa específica. Francisco disse que a Odebrecht, que confessou em um acordo de leniência em 2016 pagar bilhões em troca de contratos em 10 países da América Latina, na verdade era apenas uma pequena parte do problema.

O papa falou sobre corrupção em viagens anteriores à América Latina. No Paraguai em 2015, ele disse que era uma “praga, uma gangrena da sociedade” e desde então expandiu a metáfora da doença.

São Boaventura

São Boaventura

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Boaventura, O.F.M. (em italiano: Bonaventura), nascido Giovanni di Fidanza, foi um teólogo e filósofo escolástico medieval nascido na Itália no século XIII. Sétimo ministro-geral da Ordem dos Frades Menores, foi também cardeal-bispo de Albano. Boaventura foi canonizado em 14 de abril de 1482 pelo papa Sisto IV e declarado Doutor da Igreja em 1588 pelo papa Sisto V como "Doutor Seráfico" (em latim: Doctor Seraphicus). Diversas obras que durante a Idade Média se acreditava ser de Boaventura foram depois atribuídas ao chamado "Pseudo-Boaventura".

Biografia

Boaventura nasceu em Bagnoregio, na região do Lácio perto de Viterbo, na época parte dos Estados Papais. Quase nada se sabe sobre sua infância, exceto os nomes de seus pais, Giovanni di Fidanza e Maria Ritella.

Ele entrou para a Ordem Franciscana em 1243 e estudou na Universidade de Paris, possivelmente sob a direção de Alexandre de Hales e certamente sob a de seu sucessor, João de la Rochelle. Em 1253, era o titular da cadeira franciscana em Paris. Infelizmente para Boaventura, a disputa entre os franciscanos seculares e os mendicantes atrasou seu mestrado até 1257, quando finalmente conseguiu o título - equivalente medieval ao de doutor - juntamente com Tomás de Aquino.[3] Três anos antes, sua fama já tinha lhe valido a posição de palestrante sobre "Os Quatro Livros de Sentenças", um livro de teologia escrito por Pedro Lombardo no século XII.

Depois de conseguir defender com sucesso sua ordem contra as críticas do grupo contrário aos mendicantes, Boaventura foi eleito ministro-geral da ordem. Em 24 de novembro de 1265, foi selecionado para o posto de arcebispo de York, mas jamais foi consagrado e acabou renunciando ao posto em outubro de 1266.

Durante seu mandato, o capítulo geral de Narbona, realizado em 1260, promulgou um decreto proibindo a publicação de qualquer obra por membros da ordem sem permissão prévia dos altos escalões. Esta proibição induziu muitos autores modernos a criticarem os superiores de Roger Bacon, acusados de invejarem as habilidades do pupilo.[6] Porém, a proibição que afetou Bacon foi uma geral, que se estendia a toda e qualquer obra e não apenas a de Bacon. Ademais, sua promulgação não tinha suas obras como alvo e sim as de Gerard de Borgo San Donnino, que havia publicado em 1254, sem permissão, uma obra herética chamada "Introductorius in Evangelium æternum. Foi para evitar que algo assim se repetisse que o capítulo-geral emitiu a proibição, idêntica à "constitutio gravis in contrarium" citada por Bacon. O decreto foi finalmente revogado, o que favoreceu Bacon, de forma inesperada em 1266.

Boaventura foi instrumental para a eleição do papa Gregório X, que premiou-o com o título de cardeal-bispo da Diocese de Albano e insistiu que ele comparecesse ao grande Concílio de Lyon de 1274. Lá, depois que suas importantes contribuições ajudaram a aprovar uma fugaz reunião das igrejas latina e grega, Boaventura morreu repentinamente e em circunstâncias suspeitas.[2] O artigo sobre ele na "Enciclopédia Católica" traz citações que sugerem que ele teria sido envenenado.[2] A única relíquia existente do santo são o braço e a mão que ele utilizou para escrever seu "Comentários sobre as Sentenças", ambos agora preservados em Bagnoregio, na igreja paroquial de São Nicolau.

Sua teologia é marcada pela tentativa de integrar completamente a fé e a razão. Ele acreditava que Cristo era o "único mestre verdadeiro" que oferece à humanidade conhecimentos que nascem da fé, se desenvolvem através de uma compreensão racional e tornam-se perfeitos pela união mística com Deus.

Teologia e obras

As obras de Boaventura, de acordo com a mais recente edição crítica pelo Collegio di San Bonaventura, são compostas por um "Comentário sobre as Sentenças de (Pedro) Lombardo", em 4 volumes, dentre os quais um "Comentário sobre o Evangelho de São Lucas" e diversas outras obras menores. As mais famosas destas são "Itinerarium Mentis in Deum", "Breviloquium", "De Reductione Artium ad Theologiam", "Soliloquium" e "De septem itineribus aeternitatis", nas quais se encontram as mais peculiares características de sua doutrina. O filósofo alemão Dieter Hattrup não acreditava que "De reductione artium ad theologiam" possa ter sido escrita por Boaventura alegando diferenças no estilo do pensamento em relação às demais obras dele,[9] mas sua posição tem sido amplamente desacreditada depois das pesquisas de Benson, Hammond, Hughes & Johnson no volume 67 dos "Estudos Franciscanos" (2009).

Foi para Santa Isabel da França, a irmã do rei São Luis IX da França, e seu mosteiro de clarissas em Longchamps (atualmente parte do Bois de Bologne, em Paris), que Boaventura escreveu seu tratado "Sobre a Perfeição da Vida".

O "Comentário sobre as Sentenças" ainda é, sem dúvida, a obra-prima de Boaventura e todas as suas demais obras lhes são devedoras. Ela foi escrita por ordem de seus superiores (superiorum praecepto) quando ele tinha apenas 27 anos de idade e é uma obra teológica de grande qualidade.

Filosofia

Boaventura escreveu sobre quase todos os assuntos acadêmicos de sua época e suas obras são numerosas. Contudo, a maioria trata de filosofia e teologia. Nenhuma delas é exclusivamente filosófica e todas são excelentes testemunhas da mútua interpenetração entre as duas disciplinas que marcou o período escolástico.

Muito do pensamento filosófico de Boaventura revela uma considerável influência de Santo Agostinho, tanta que De Wulf considera-o como o melhor representante do agostinianismo. Boaventura acrescenta princípios aristotélicos à doutrina platonista agostiniana, especialmente no que tange à iluminação do intelecto. O místico Dionísio, o Areopagita, foi outra notável influência.

Na filosofia, Boaventura foi bastante diferente de seus contemporâneos ilustres, Roger Bacon e Tomás de Aquino. Enquanto estes podem ser vistos como representantes, respectivamente, da ciência física - ainda que na sua infância - e do escolasticismo aristotélico em sua forma mais perfeita, ele apresenta uma forma de especulação teológica mística e platonizadora que já tinha, de alguma forma, aparecido nas obras de Bernardo de Claraval, Hugo e Ricardo de São Vítor. Para ele, o elemento puramente intelectual, embora jamais ausente, é de menor interesse quando comparado com o poder vivo dos sentimentos ou do coração.

Como Aquino, com quem compartilhava importantes opiniões em assuntos teológicos e filosóficos, Boaventura combatia vigorosamente a noção aristotélica da eternidade do mundo. Ele aceitava a doutrina platônica de que as ideias não existem in rerum natura, mas como ideais exemplificados pelo Divino, de acordo com o qual as coisas são formadas; e esta concepção tem grande influência sobre sua filosofia. Por conta dela, o filósofo e físico Max Bernhard Weinstein propôs que a doutrina de Boaventura revela fortes inclinações pandeísticas. Como todos os grandes doutores escolásticos, Boaventura inicia seus argumentos com uma discussão sobre a relação entre fé e razão. Todas as ciências seriam, de acordo com ele, empregadas da teologia; a razão pode descobrir algumas das verdades morais que formam a base do sistema cristão, mas outras só são podem ser recebidas e aprendidas através da divina iluminação. Para obter esta iluminação, a alma precisa empregar os métodos apropriados - a oração, o exercício da virtude, através dos quais ela se apronta para receber a luz divina, e a meditação, que pode chegar até mesmo à união extática com Deus. O objetivo supremo da vida seria esta união, uma união em contemplação ou no intelecto e de intensa absorção do amor. Contudo, ele defende que ela não pode ser inteiramente alcançada nesta vida e permanece sempre, para os fieis, como uma esperança para o futuro.

Um mestre das frases memoráveis, Boaventura defendia que a filosofia abre a mente para pelo menos três diferentes caminhos que os seres humanos podem escolher em suas jornadas para Deus. As criaturas materiais não-intelectuais ele concebeu como sombras e vestígios (literalmente "pegadas") de Deus, compreendido como a causa final do mundo que a razão filosófica pode provar como tendo sido criado junto com o tempo. As criaturas intelectuais seriam as criadas à imagem e semelhança de Deus; o resultado da mente e da vontade humanas levando-nos a Deus, entendido como iluminador (revelador) do conhecimento e doador da graça e da virtude. A rota final é rota do ser, na qual Boaventura incorporou o argumento de Anselmo junto com a metafísica de Aristóteles e Platão para defender uma visão de Deus como um ser absolutamente perfeito cuja essência requer existência, um ser absolutamente simples que é a causa da existência de todos os demais seres compostos.

Na forma e no objetivo, as obras de São Boaventura são sempre obras teológicas e seu único ângulo de visão e critério de aproximação da verdade é a fé cristã. Este viés influencia sua própria importância na história da filosofia e, quando se soma o julgamento sobre seu estilo literário, Boaventura aparece como sendo, provavelmente, o menos acessível dentre as grandes figuras da filosofia do século XIII. E isto se dá não por ele ser um teólogo, mas por que a filosofia só lhe interessa como preparatio evangelica ("preparação para a pregação evangélica"), como algo que deve ser interpretado como uma sobra ou um desvio do que Deus revelou. De certa forma, o mesmo não vale para Aquino ou Alberto ou Duns Escoto e, conclui-se, Boaventura não sobreviveu bem à transição de seu tempo para o mundo contemporâneo. É difícil imaginar um filósofo contemporâneo, cristão ou não, citando uma passagem de Boaventura para apoiar um ponto de vista puramente filosófico. É claro que muitos filósofos leem Boaventura, mas o estudo de sua obra raramente é útil para compreender filósofos e seus característicos problemas. Boaventura, como teólogo, é outra história, é óbvio, assim como é Boaventura, o "autor edificante". Nestas disciplinas, e não propriamente na filosofia, que sua importância deve ser buscada.

Influência

Boaventura foi formalmente canonizado em 1482 pelo papa franciscano Sisto IV e foi declarado, juntamente com Tomás de Aquino, como o maior dos Doutores da Igreja por outro, papa Sisto V, em 1587. Ele era também considerado como um dos maiores filósofos da Idade Média.

A festa de São Boaventura foi incluída no Calendário Geral Romano logo depois de sua canonização. Inicialmente, era celebrada no segundo domingo de julho, mas foi movida em 1568 para o dia 14 de julho, pois no dia quinze, o aniversário de sua morte, já se comemorava a festa de Santo Henrique. A festa permaneceu sendo celebrada nesta data como festa de "segunda classe", até 1960, quando foi reclassificada como festa de "terceira classe". Em 1969, ela foi novamente classificada como uma memoria obrigatória e movida novamente para 15 de julho, aniversário de sua morte, data na qual se celebra São Boaventura atualmente.

Renault faz recall de 1.918 unidades do Kwid; berço do motor pode se rompe



Renault faz recall de 1.918 unidades do Kwid; berço do motor pode se rompe

A Renault divulgou neste sábado (20) um novo recall envolvendo o Kwid. Desta vez, o problema está relacionado com o berço do motor e afeta 1.918 unidades do compacto fabricadas entre 9 e 16 de setembro de 2017 com chassis não sequenciais entre JJ003408 e JJ998344.
De acordo com o comunicado oficial divulgado pela Renault, foi constatado que a solda do berço do motor pode se romper devido a uma não conformidade da peça do fornecedor. A orientação é para que os veículos envolvidos no recall sejam levados a uma das concessionárias da marca para a verificação e/ou a troca do componente defeituoso. O serviço é gratuito e tem duração aproximada de três horas e trinta minutos. Para mais informações a Renault disponibiliza o telefone 0800 055 5615 e o site.

Carsale

Manifestantes pró-Lula começam a montar acampamento em Porto Alegre

Manifestantes pró-Lula começam a montar acampamento em Porto Alegre
ANA LUIZA ALBUQUERQUE, ENVIADA ESPECIAL

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - A Frente Brasil Popular, formada por movimentos de esquerda, começou a montar na tarde deste domingo (21) o acampamento que abrigará a militância em Porto Alegre. Na quarta-feira (24), o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) julgará a apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado pelo juiz Sergio Moro em julho de 2017 a 9 anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

O acampamento está sendo montado, conforme diálogo com as autoridades do Estado, no Anfiteatro Pôr-do-Sol, a cerca de 1 km do tribunal. A estrutura para a montagem já foi descarregada. Segundo a assessoria de imprensa do MST, cerca de 200 sem-terra estão envolvidos na construção das tendas, que servirão não só como alojamento, mas também como plenária para debates.

Alguns militantes do interior do Paraná já estão a caminho, mas a maioria das caravanas deve desembarcar somente nesta segunda (22). A Frente Brasil Popular espera 300 ônibus do interior do Paraná e 150 de outros estados.

A programação dos movimentos terá início na segunda com uma marcha da Ponte do Guaíba (BR-116) até o local do acampamento, que começará a receber as delegações. A partir das 14h, haverá no local um seminário sobre supostas arbitrariedades no processo contra o ex-presidente. Mais tarde, às 18h, no Fetrafi-RS (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande Do Sul), está marcado um encontro de juristas em defesa da democracia.

O evento principal ocorrerá na tarde de terça-feira (23), a partir das 17h, na Esquina Democrática. Haverá um ato político, seguido por uma marcha pelo centro até o acampamento, onde ocorrerá uma vigília. A presença de Lula na cidade ainda é uma incógnita. Caso o petista vá a Porto Alegre, deverá comparecer a essa manifestação.

O JULGAMENTO

Lula será julgado em segunda instância seis meses após ter sido condenado pelo juiz Sergio Moro a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Na ação, o petista é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, apontou a acusação, se referia à cessão pela OAS do apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial.

O TRF-4 já informou que, caso condenado, Lula só poderá ser preso após a tramitação de todos os recursos. Em caso de condenação em segunda instância, o ex-presidente fica inelegível pela Lei da Ficha Limpa, mas pode se manter na disputa também por meio de recursos.

Ataque a hotel em Cabul deixa mais de 30 mortos

Ataque a hotel em Cabul deixa mais de 30 mortos
Redação Reuters

Por Akram Walizada e Mirwais Harooni

CABUL (Reuters) - Homens armados com uniformes do exército que invadiram o Hotel Intercontinental de Cabul no final do sábado e lutaram contra as forças especiais afegãs pela madrugada mataram mais de 30 pessoas e feriram muito mais, mas o número final de mortos e feridos pode ser maior.

Wahid Majroh, porta-voz do ministério da saúde pública, disse que 19 corpos foram trazidos para hospitais da cidade, sendo seis identificados como estrangeiros.

Uma autoridade sênior de segurança afegã, contudo, que falou sob condição de anonimato porque não estava autorizada a conversar com a mídia, disse que o número de mortos ultrapassava 30 e que poderia subir ainda mais. Entre os mortos estavam funcionários do hotel e hóspedes, bem como membros das forças de segurança que lutaram contra os atiradores.

Todos os cinco atiradores também foram mortos, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Najib Danesh.


O ataque foi o último de uma série de ataques que mostraram a vulnerabilidade da cidade e a capacidade dos militantes para montar operações destinadas a minar a confiança no governo apoiado pelo ocidente.

Mais de 150 hóspedes conseguiram fugir, com partes do prédio pegando fogo, com alguns deles utilizando cordas de lençóis para descer dos andares superiores e outros resgatados pelas forças afegãs.

A companhia aérea local, Kam Air, disse que cerca de 40 de seus pilotos e tripulação, muitos dos quais são estrangeiros, estavam hospedados no hotel e pelo menos 10 foram mortos. A mídia local disse que entre os mortos estavam cidadãos da Venezuela e Ucrânia.

Zamari Kamgar, o vice-diretor da companhia aérea, disse que ainda estava tentando localizar sua equipe.

O Talibã, que atacou o mesmo hotel em 2011, foi responsável pelo ataque, disse o seu porta-voz Zabihullah Mujahid em um comunicado.

Uma declaração do Ministério do Interior culpou a rede Haqqani, um grupo afiliado ao Talibã que é conhecido por seus ataques a alvos urbanos.

Abdul Rahman Naseri, um hóspede que estava no hotel para uma conferência, estava no corredor do hotel quando viu quatro homens armados vestidos com uniformes do exército.

“Eles estavam gritando em Pashto (língua), ‘Não deixe nenhum deles vivo, bom ou ruim’. ‘Atire e mate todos’, gritou um deles ”, disse Naseri.

“Eu corri para meu quarto no segundo andar. Abri a janela e tentei sair usando uma árvore, mas o galho quebrou e eu caí no chão. Eu machuquei minhas costas e quebrei uma perna.”

Mesmo depois que as autoridades informaram o fim do ataque, disparos esporádicos e explosões podiam ser ouvidos no local.

Reportagem adicional de Hamid Shalizi e Jibran Ahmad em Peshawar e David Brunnstrom em Washington

Pseudo-Dionísio, o Areopagita


Pseudo-Dionísio, o Areopagita ou simplesmente Pseudo-Dionísio, ou São Dionísio,é o nome pelo qual é conhecido o autor de um conjunto de textos (Corpus Areopagiticum) que exerceram, segundo os historiadores da filosofia e da arte, uma forte influência em toda a mística cristã ocidental na Idade Média. Esses textos foram muito lidos e admirados pelo Abade Suger de Saint-Denis, construtor do primeiro grande exemplar de arquitetura gótica: a basílica de Saint-Denis[1] (ou Pseudo-Dionísio, em português).

O autor se apresenta como Dionísio, o ateniense membro do Areópago, um dos convertidos por São Paulo (em Atos 17:34), no Século I. Mas provavelmente os textos foram escritos por um teólogo bizantino sírio do fim do século V ou início do século VI, originalmente em grego, depois traduzidos para o latim por João Escoto Erígena.

Até o século XVI, os textos tinham valor quase apostólico, já que Dionísio fora o primeiro discípulo de Paulo de Tarso. Nessa época surgiram as primeiras controvérsias a respeito da sua autenticidade. Argumentava-se que os textos continham marcada influência de Proclo, da escola neoplatônica de Atenas, e portanto não poderiam ser anteriores ao século V. Mas somente a partir do século XIX essa tese foi aceita e o autor desconhecido passou e ser chamado Pseudo-Dionísio.

Apesar disso, por sua linguagem poética e pela coerente exposição de ideias, o Corpus permanece considerado como expressão autêntica do neoplatonismo ateniense e da tradição mística cristã.

É considerado santo pela Igreja Católica, é lembrado no calendário litúrgico no dia 03 de outubro.


Iluminura medieval O Paraíso - A Jerusalém Celeste (Très Riches Heures du Duc de Berry)
Índice  [esconder]
1 Estrutura da Obra
2 Nota
3 Bibliografia
4 Ligações externas
5 Ver também
Estrutura da Obra[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Anjo#As hierarquias angélicas no Cristianismo
O Corpus Areopagiticum compreende quatro tratados (três longos e um curto) e 10 cartas, que expõem vários aspectos da filosofia cristã, a partir de uma perspectiva mística e neoplatônica.

a) Tratados:

I - De coelesti hierarchia (Da hieraquia celeste), composto de quinze capítulos, trata das hierarquias de anjos citados, segundo um esquema semelhante à Theologia Platonica de Proclo, devidamente cristianizada.
.

II - De ecclesiastica hierarchia (Da hierarquia eclesiástica), com sete capítulos, descreve e interpreta alegoricamente a liturgia.
III - De divinis nominibus (Dos nomes divinos), em treze capítulos, o mais longo dos livros do Corpus, trata dos nomes atribuídos a Deus, nas Escrituras.
IV - De mystica theologia (Da teologia mística), em cinco capítulos, refere-se ao conhecimento místico.

b) Cartas:

I – Sobre o conhecimento místico.
II – Sobre como Deus está acima do divino e do bem.
III – Trata da divindade oculta de Jesus.
IV – Sobre a encarnação de Jesus, verdadeiro homem e supra-essencial.
V - As trevas divinas.
VI – Exorta a firmeza na verdade.
VII - Crítica a alguns sofistas.
VIII - Sobre a mansidão.
IX – O simbolismo das escrituras.
X – A São João Evangelista, no seu exílio na ilha de Patmos.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Tizuka Yamazaki grava filme sobre episódio importante da história de Pernambuco///Filmagens de "1817 - A revolução esquecida", dirigido pela cineasta radicada em São Paulo, ocorrem até a próxima sexta-feira na capital pernambucana///

Tizuka Yamazaki grava filme sobre episódio importante da história de Pernambuco
Filmagens de "1817 - A revolução esquecida", dirigido pela cineasta radicada em São Paulo, ocorrem até a próxima sexta-feira na capital pernambucana

Por: Daniel Medeiros, da Folha de Pernambuco em 18/07/17 às 07H03, atualizado em 17/07/17 às 18H28

Bruno Ferrari (ao centro) vive Domingos Martins
Bruno Ferrari (ao centro) vive Domingos Martins
Foto: Henrique Genecy/Folha de Pernambuco
Um dos mais importantes momentos históricos de Pernambuco, em breve, deve ser levado à telinha pelas mãos de Tizuka Yamazaki. A cineasta gaúcha (que dirigiu "Parahyba mulher macho" e "Gaijin", entre outros) está no Recife para as filmagens de "1817 - A revolução esquecida", filme produzido para a TV Escola e que mistura ficção e documentário.

As gravações das cenas ficcionais terminaram ontem, no Forte das Cinco Pontas, no bairro de São José. A partir de amanhã, a equipe retoma os trabalhos, colhendo depoimentos de especialistas sobre o tema.

Tizuka e sua equipe chegaram à capital pernambucana no início de julho e permanecem até o dia 21. Desde então, eles têm realizado filmagens em locações espalhadas pela cidade, como o Sítio de Pai Adão, o Forte do Brum, a ponte Maurício de Nassau, o Marco Zero e a Avenida Cruz Cabugá e o Pátio de São Pedro.

Leia mais:
Filme de Tizuka Yamazaki tem gravações no Forte das Cinco Pontas
Documentário de Tizuka Yamasaki abre série "História” na TV Escola

De acordo com a diretora, o mau tempo no Recife não prejudicou as atividades. "Quando a chuva dava uma trégua, a gente corria para filmar. Conseguimos nos adequar a esse clima meio instável e o cronograma seguiu sem problemas", revela.

Baseado no romance "A noiva da revolução", do jornalista Paulo Santos de Oliveira, o filme aborda o movimento emancipatório pernambucano, que eclodiu há 200 anos. No filme, passado e presente se encontram.

"A gente sabia que não teria nem verba, nem tempo para reconstruir os cenários ao modo da época. Então, fizemos uma mistura. Na ponte, por exemplo, gravamos com figurinos de época, mas com carros passando", conta a cineasta.

Para estas gravações, foi necessário interditar, por algumas horas, a Ponte Maurício de Nassau, entre os bairros de Santo Antônio e do Recife, gerando engarrafamento no trânsito no final da tarde e começo da noite da última quinta-feira (13).

"Os protagonistas contracenam entre si e, às vezes, falam para a câmera. Eles são também narradores. Há várias brincadeiras. Por exemplo: o Domingos Martins encontra com o Cabugá na Avenida Cruz Cabugá, quando ele está apontando para uma placa com o nome dele. Depois, eles começam a conversar e voltam para a ficção", afirma a diretora.

Os atores Klara Castanho ("Amor à vida") e Bruno Ferrari ("Liberdade, liberdade") vivem a pernambucana Maria Teodora da Costa e o comerciante capixaba Domingos Martins, casal central da trama. O elenco conta ainda com 24 atores pernambucanos, além de 170 figurantes.

O intérprete paraibano Paulo Vieira interpreta o comandante Leão Coroado, que matou com golpes de espada o brigadeiro Barbosa de Castro (o pernambucano Walmir Chagas, mais conhecido por interpretar o Veio Mangaba), dando início ao levante. "Está sendo um trabalho muito rico. A cena do assassinato, em especial, foi muito emocionante, pois exigia uma contenção, no primeiro momento, e depois, bastante dinamismo", relata Tizuka.

Estreia em outubro

Para a parte documental da obra, serão entrevistadas personalidades como o historiador Leonardo Dantas e o arquiteto José Luiz da Mota Menezes. Além deles, também estão na lista o antropólogo Caesar Sobreira, a historiadora Socorro Ferraz, e a arquiteta Betânia Corrêa de Araújo, diretora do Museu da Cidade.

Com 50 minutos de duração, o filme deve estrear em outubro, abrindo a série "História". A produção foi aprovada graças ao incentivo do banco de projetos da Roquette Pinto Comunicação Educativa, instituição ligada ao Ministério da Educação (MEC), responsável pelos canais públicos TV Escola e TV INES.

Rô Nascimento, figurinista de "1817 - A revolução esquecida", participa de um bate-papo sobre a produção do filme hoje, a partir das 19h, no Marco Pernambucano Da Moda (Rua Da Moeda, 46, Recife Antigo). Na ocasião, a profissional irá falar sobre o processo de criação dos figurinos do longa-metragem. A entrada é gratuita.


Documentário “1817, a Revolução esquecida”, de Tizuka Yamasaki, abre nova série da TV Escola para apoio ao mercado audiovisual
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Documentário “1817, a Revolução esquecida”, de Tizuka Yamasaki, abre nova série da TV…
 27 de abril de 2017  MEC, Roquette Pinto, TV Escola, TV INES


O projeto da cineasta Tizuka Yamasaki de filmar o documentário “1817, a Revolução Esquecida” foi aprovado pelo Banco de Projetos da Roquette Pinto Comunicação Educativa/TV Escola e vai ser produzido em Pernambuco. O documentário, de 50 minutos, baseado no livro “A Noiva da Revolução”, do escritor Paulo Santos, será lançado em outubro, em comemoração ao segundo centenário da Revolução Pernambucana.

O filme de Tizuka é o primeiro projeto aprovado na nova série de documentários e produtos audiovisuais produzidos pela Roquette Pinto Comunicação Educativa – “História na TV Escola”. Os produtos da nova série serão exibidos nos dois canais públicos da instituição, a TV Escola e a TV INES (único canal brasileiro que transmite 24 horas diárias de programação bilíngue – Português e Libras, a Língua Brasileira de Sinais). Demais projetos serão examinados pelo Comitê de Seleção do Banco de Projetos e podem ser inscritos pelo site “roquettepinto.org.br”.

O Termo de Cooperação entre a produtora de Tizuka Yamasaki, a Rio de Cinema Produções Culturais, a TV Escola e o Ministério da Educação será assinado na Fundação Joaquim Nabuco, no próximo dia 5, com a presença do Ministro da Educação, Mendonça Filho, e do Diretor Geral da Roquette Pinto Comunicação Educativa, Fernando Veloso.



Sobre a TV Escola e a TV INES

A TV Escola é o canal do Ministério da Educação, distribuído em multiplataforma, que tem como objetivo democratizar o ensino básico e elevar a qualidade da educação brasileira. Há mais de 20 anos no ar, o canal tem como público professores, coordenadores e gestores escolares, além de alunos da Pré-escola ao Ensino Médio da Rede Pública. Mas sua programação também procura atender às demandas de pais preocupados com a educação de seus filhos e de todos os interessados em aprender. Ele pode ser acessado através de satélite, parabólica, DTH, TV a cabo e TV Digital, somando mais de 80 milhões de espectadores, além da web, presente em aplicativos para smartphones, tablets, smartTVs e computadores. Em sua grade, destaca-se o “Hora do Enem” – programa diário apresentado pelo jovem Land Vieira, com participação de professores experientes e voltado para estudantes que se preparam para o ENEM.

No ar desde 2013, a TV INES é uma parceria da Roquette Pinto com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), sendo o primeiro canal brasileiro para surdos e ouvintes. Sua programação é 100% bilíngue (Libras e Português) com legendas descritivas, disponível 24 horas na web, além de ser acessado através de satélite e parabólica em todo território nacional. O principal objetivo é levar educação, informação, cultura e entretenimento a uma grande parcela da população brasileira que se comunica em Libras. No Brasil, cerca de 9 milhões de pessoas apresentam algum grau de deficiência auditiva, sendo 2 milhões deles com surdez profunda, que não conseguem assimilar integralmente as informações disponíveis nos veículos de comunicação tradicionais. Por isso, grande parte de sua produção é pensada para o público surdo, desde a roteirização até a exibição, com destaque para os apresentadores surdos da TV INES.



Sobre a obra: “1817 – A Revolução esquecida”

Obra audiovisual em formato de DocuDrama com conteúdo referente a revolução de 1817, com duração de 50 (cinquenta) minutos.

Prazo de produção de seis meses, entrega prevista para outubro de 2017.

Trata-se de uma obra audiovisual em comemoração a efeméride do segundo centenário da revolução de 1817. O conteúdo será roteirizado tendo como base uma obra literária reconhecida, “A noiva da Revolução” de Paulo Santos de Oliveira, complementado com imagens, depoimentos e entrevistas, feitas a partir de pesquisa dos fatos históricos ocorridos durante o período. A adaptação da obra literária com cenas de dramaturgia e outros materiais captados de forma documental e entrevistas terá como resultado audiovisual o formato de um DocuDrama.

No dia seis de março de 1817, aconteceu no nordeste brasileiro a primeira revolução popular de cunho republicano e democrático. Planejado para se iniciar em abril simultaneamente em Pernambuco, Rio de Janeiro e na Bahia, o movimento é denunciado. A revolução então eclode prematuramente em Recife, logo se estendendo à Paraíba e ao Rio Grande do Norte. O levante acabou de forma violenta, vitimada por uma terrível repressão dos portugueses. Mas a Revolução de 1817, mesmo derrotada, deixou plantadas sementes que germinaram. Ela influenciaria o caminho para independência do Brasil, em 1822.

Dois personagens permeiam a narrativa: o líder revolucionário Domingos José Martins e a jovem Maria Teodora da Costa, que, segundo a literatura viveram um caso do amor em meio a revolução.

A direção geral do DocuDrama deverá ficar a cargo de um profissional reconhecido no mercado da área do audiovisual, assim como a equipe da produtora que realizará o serviço e o autor da obra literária a ser adaptada.

Sobre a produtora

A empresa proponente, Rio de Cinema Produções Culturais, atua desde 2002 na atividade audiovisual e tem como sócio e administrador Ricardo Favilla, Diretor e Produtor com larga atuação e reconhecimento no mercado audiovisual.

Sobre a direção geral e artística

A direção geral do DocuDrama ficará a cargo da premiada diretora Tizuka Yamasaki que é a coprodutora e responsável pela direção artística da obra, tendo em vista o seu currículo que atesta a sua notória especialidade.

Sobre a obra literária adaptada

A Rio de Cinema Produções Culturais detém, também, contrato de exclusividade de liberação dos direitos autorais e patrimoniais para adaptação audiovisual da obra literária “A noiva da Revolução” de Paulo Santos de Oliveira, na qual se baseia a obra “1817 – A Revolução”.



Informações para a imprensa:

ASCOM – Roquette Pinto Comunicação Educativa

Veronica Cobas – Assessora de Comunicação

veronicacobas@roquettepinto.org.br

(21) 3282-6777 – (21) 99315-7972

Rafael Lima – Analista de Comunicação

rafaellima@roquettepinto.org.br

(21) 3282-6634

Paulo Santos e A Noiva da Revolução

terça-feira, 31 de outubro de 2017

200 anos da Revolução Pernambucana de 1817














Revolução Pernambucana de 1817

A Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres, foi um movimento emancipacionista que eclodiu em 6 de março de 1817 na então Capitania de Pernambuco, no Brasil.

Dentre as suas causas, destacam-se a influência das ideias iluministas propagadas pelas sociedades maçônicas, o absolutismo monárquico português e os enormes gastos da Família Real e seu séquito recém-chegados ao Brasil — o Governo de Pernambuco era obrigado a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para custear salários, comidas, roupas e festas da Corte, o que dificultava o enfrentamento de problemas locais (como a seca ocorrida em 1816) e ocasionava o atraso no pagamento dos soldados, gerando grande descontentamento no povo pernambucano e brasileiro.

Foi o único movimento separatista do período colonial que ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo revolucionário de tomada do poder.

Contou com relativo apoio internacional: os Estados Unidos, que dois anos antes tinham instalado no Recife o seu primeiro Consulado no Brasil e no Hemisfério Sul devido às relações comerciais com Pernambuco, se mostraram favoráveis à revolução, bem como os ex-oficiais de Napoleão Bonaparte que pretendiam resgatar o seu líder do cativeiro em Santa Helena, levá-lo a Pernambuco e depois a Nova Orleans.

Antecedentes

No começo do século XIX, Pernambuco era a capitania mais rica do Brasil Colônia.[6] Recife e Olinda, as duas maiores urbes pernambucanas, tinham juntas cerca de 40 mil habitantes (o Rio de Janeiro, capital da colônia, possuía 60 mil habitantes). O porto do Recife escoava grande parte da produção de açúcar — das centenas de engenhos da Zona da Mata, cujo litoral se estendia da foz do rio São Francisco até a vila de Goiana —, e de algodão. Além de sua importância econômica e política, os pernambucanos tinham participado de diversas lutas libertárias. A primeira e mais importante tinha sido a Insurreição Pernambucana, em 1645. Depois, na Guerra dos Mascates, foi aventada a possibilidade de proclamar a independência de Olinda.


A cidade do Recife meio século após a Revolução Pernambucana.
As ideias liberais que entravam no Brasil junto com os viajantes estrangeiros e por meio de livros e de outras publicações, incentivavam o sentimento de revolta entre a elite pernambucana, que participava ativamente, desde o fim do século XVIII, de sociedades secretas, como as lojas maçônicas. Em Pernambuco as principais foram o Areópago de Itambé, a Patriotismo, a Restauração, a Pernambuco do Oriente e a Pernambuco do Ocidente, que serviam como locais de discussão e difusão das "infames ideias francesas". Nas sociedades secretas, reuniam-se intelectuais religiosos e militares, para elaborar planos para a revolução.

A fundação do Seminário de Olinda, filiado a ideias iluministas, deve ser levada em consideração. Não é por outro motivo que o levante ficaria conhecido como "revolução dos padres", dada a participação do clero católico. Frei Caneca tornar-se-ia um símbolo disso.

Causas imediatas

A bandeira da Revolução Pernambucana de 1817 (imagem) inspirou a atual bandeira de Pernambuco. As três estrelas representam Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, e outras estrelas seriam inseridas ao passo que outras capitanias do Brasil aderissem oficialmente à confederação.
Presença maciça de portugueses na liderança do governo e na administração pública;
Criação de novos impostos por Dom João VI provocando a insatisfação da população pernambucana. Segundo escritor inglês então residente no Recife, era grande a insatisfação local ante a obrigatoriedade de se pagarem impostos para a manutenção da iluminação pública do Rio de Janeiro, enquanto no Recife era praticamente inexistente a dita iluminação;
Grande seca que havia atingido a região em 1816 acentuando a fome e a miséria e ocasionando uma queda na produção do açúcar e do algodão, produtos que eram a base da economia de Pernambuco e que começaram a sofrer concorrência do algodão nos Estados Unidos e do açúcar na Jamaica;
Influências externas com a divulgação das ideias liberais e iluministas, que estimularam as camadas populares de Pernambuco na organização do movimento de 1817;
A crescente pressão dos abolicionistas da Europa que vinha criando restrições gradativas ao tráfico de escravos, mão de obra que se tornava cada vez mais cara e que era o motor de toda a economia agrária pernambucana,
O movimento queria a Independência de Pernambuco sob um regime republicano.
O decorrer da revolução
A revolução iniciou-se com a ocupação do Recife, em 6 de março de 1817. No regimento de artilharia, o capitão José de Barros Lima, conhecido como "Leão Coroado", reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada o comandante Barbosa de Castro. Depois, na companhia de outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas monarquistas. O governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro refugiou-se no Forte do Brum, mas, cercado, acabou se rendendo.

O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio dos religiosos Padre João Ribeiro, Padre Miguelinho, Padre Roma, Vigário Tenório, Frei Caneca e mais Antônio Carlos de Andrada e Silva (irmão de José Bonifácio), José de Barros Lima, Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa, Manuel Correa de Araújo, Cruz Cabugá, José Luiz de Mendonça e Gervásio Pires, entre outros. Tendo conseguido dominar o Governo de Pernambuco, se apossaram do tesouro, instalaram um governo provisório e proclamaram a República.

Em 29 de março foi convocada uma assembleia constituinte, com representantes eleitos em todas as comarcas. Nela, foi estabelecida a separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial — porém com liberdade de culto —; foi proclamada a liberdade de imprensa (uma grande novidade no Brasil); e foram abolidos alguns impostos. A escravidão, entretanto, foi mantida.


Luís do Rego Barreto, o algoz da Revolução Pernambucana.

Em punição pelo movimento, diversos revoltosos foram enforcados, arcabuzados e esquartejados, e a então Comarca das Alagoas (imagem), importante região açucareira, foi desmembrada de Pernambuco.
À medida que o calor das discussões e a revolta contra a opressão portuguesa aumentavam, crescia, também, o sentimento de patriotismo dos pernambucanos, ao ponto de passarem a usar nas missas a aguardente (em lugar do vinho) e a hóstia feita de mandioca (em lugar do trigo), como forma de marcar a sua identidade.

Expansão

As tentativas de obter apoio das capitanias vizinhas fracassaram. Na Bahia, o emissário da revolução, José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, o Padre Roma, foi preso ao desembarcar e imediatamente fuzilado por ordem do governador, o conde dos Arcos. No Rio Grande do Norte, o movimento conseguiu a adesão do proprietário de um grande engenho de açúcar, André de Albuquerque Maranhão, que depois de prender o governador, José Inácio Borges, ocupou Natal e formou uma junta governativa, porém não despertou o interesse da população e foi tirado do poder em poucos dias. O jornalista Hipólito José da Costa foi convidado para o cargo de ministro plenipotenciário da nova república em Londres, mas recusou.

A tranquilidade da futura Vila Imperial dos Patos (atual cidade de Patos) foi quebrada pela efervescência da Revolução Pernambucana, que culminaria no movimento denominado Confederação do Equador. O vigário de Pombal, José Ferreira Nobre, assumiu a função de propagá-la em todo o Sertão da Paraíba. Como único caminho que ligava o interior ao mundo civilizado, Patos também se tornou rota dos revolucionários.

No Ceará, Bárbara de Alencar, pernambucana radicada no Cariri, e seu filho, Tristão Gonçalves, aderiram ao movimento, mas foram detidos pelo Capitão-mor do Crato, José Pereira Filgueiras, por ordem do governador cearense Manuel Inácio de Sampaio e Pina Freire. José Pereira Filgueiras participou mais tarde da luta pela Independência do Brasil no Maranhão e da Confederação do Equador, quando se uniu a Tristão Gonçalves contra o governo imperial, sendo considerado um de seus heróis.

Repressão

A repressão ao movimento foi sangrenta. Tropas portuguesas chefiadas por Luís do Rego Barreto avançaram pelo sertão de Pernambuco a partir do território baiano, enquanto uma força naval despachada do Rio de Janeiro bloqueou o porto do Recife. Em poucos dias 8 mil homens cercavam a capitania. No interior, a batalha decisiva foi travada na localidade de Ipojuca. Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em direção ao Recife. Em 19 de maio as tropas entraram na cidade e a encontraram abandonada e sem defesa. O governo provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte.

Nove réus foram enforcados e quatro foram arcabuzados. Muitos deles tiveram seus corpos mutilados depois de mortos. O Padre João Ribeiro suicidou-se, mas o seu corpo foi desenterrado, esquartejado e sua cabeça exposta em praça pública. Um episódio que emocionou até os carrascos foi o de Vigário Tenório, que foi enforcado e decepado, teve as suas mãos cortadas e o corpo arrastado pelas ruas do Recife. Outras dezenas de revoltosos morreram na prisão.

Também em retaliação, foi desmembrada de Pernambuco, com sanção de João VI de Portugal, a Comarca das Alagoas, cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, e como recompensa, puderam formar uma capitania autônoma.

Apesar de os revolucionários terem ficado no poder menos de três meses, conseguiram abalar a confiança na construção do império americano sonhado por Dom João VI. A coroa nunca mais estaria segura de que seus súditos eram imunes à contaminação das ideias responsáveis pela subversão da antiga ordem na Europa.

IMAGENS

Domingos José Martins, líder da Revolução Pernambucana, foi um dos treze revoltosos executados pelo crime de lesa-majestade.

O Padre João Ribeiro, líder moral do movimento, suicidou-se, mas o seu corpo foi desenterrado, esquartejado e sua cabeça exposta em praça pública.

Frei Caneca, que esteve no cárcere por quatro anos, foi fuzilado anos mais tarde, por ter liderado a Confederação do Equador.

Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, irmão de José Bonifácio, passou quatro anos na prisão pelo seu envolvimento na Revolução Pernambucana.

Bárbara de Alencar, primeira presa política do Brasil, é considerada uma heroína do movimento.
Auxílio externo
Em maio de 1817, Antônio Gonçalves da Cruz, o Cruz Cabugá, desembarcou na Filadélfia (Estados Unidos) com 800 mil dólares (atualizado ao câmbio de 2007 em aproximadamente 12 milhões de dólares) na bagagem com três missões:

Comprar armas para combater as tropas de Dom João VI;
Convencer o governo americano a apoiar a criação de uma república independente no Nordeste brasileiro;
Recrutar alguns antigos revolucionários franceses exilados em território americano para, com a ajuda deles, libertar Napoleão Bonaparte, exilado na Ilha de Santa Helena, que seria transportado ao Recife.

Grupo de esculturas representando Os Revolucionários Pernambucanos de 1817 na lateral direita do Monumento à Independência do Brasil, em São Paulo.
Porém na data de chegada do emissário aos Estados Unidos, os revolucionários pernambucanos já estavam sitiados pelas tropas monarquistas portuguesas e próximas da rendição. Quando chegaram ao Brasil os quatro veteranos de Napoleão recrutados conde Pontelécoulant, coronel Latapie, ordenança Artong e soldado Roulet, muito depois de terminada a revolução, foram presos antes de desembarcar.

Em relação ao governo americano, Cruz Cabugá chegou a se encontrar com o secretário de Estado, Richard Rush, mas somente conseguiu o compromisso de que, enquanto durasse a rebelião, os Estados Unidos autorizariam a entrada de navios pernambucanos em águas americanas e que também aceitariam dar asilo ou abrigo a eventuais refugiados, em caso de fracasso do movimento.

Data Magna
Em 2007, o dia 6 de março foi declarado a Data Magna de Pernambuco, em virtude da Revolução Pernambucana

Em 2009, o Governo de Pernambuco aprovou outra lei, alterando a Data Magna do Estado para o primeiro domingo de março.

Em 2017, por ocasião do bicentenário da Revolução Pernambucana, o Governo de Pernambuco aprovou uma nova lei, alterando novamente a Data Magna do Estado para 6 de março e reinstituindo assim o dia como feriado civil.


200 anos da Revolução Pernambucana de 1817
 
No dia 9 de março, às 17 horas, na sala Calouste Gulbenkian, na Fundaj/Casa Forte, as fundações Joaquim Nabuco e Astrojildo Pereira e o Centro Josué de Castro promoveram a mesa redonda “1817 A Contestação da Ordem Monárquica”, em comemoração aos 200 anos da Revolução Pernambucana de 1817. O evento foi aberto com palavras do presidente da Fundação, Luiz Otávio de Melo Cavalcanti e do senador Cristovam Buarque, do PPS, partido ao qual a Fundação Astrojildo Pereira é ligada. 



Os palestrantes foram a historiadora e professora da UFPE, Socorro Ferraz, que abordou o tema “Os Contos Loucos e as Fantásticas Carrancas”, o professor Flávio Cabral, que discorreu sobre “A Missão Cabugá nos EUA: uma Página da Revolução Pernambucana”  e o arquiteto e professor da UFPE, José Luiz Mota Menezes, que enfocou o assunto: “Um Campo do Erário Régio, Dois Pátios e uma Revolução Republicana”.

Veja Aqui a fala de abertura do evento, feita pelo presidente da Fundaj, Luiz Otávio de Melo Cavalcanti.

História

No dia 6 de março, Pernambuco comemora 200 anos da deflagração da Revolução Pernambucana, uma revolta influenciada pelas ideias iluministas da França e da América contra o Governo Português, naquele momento instalado no Rio de Janeiro.

Embora a capitania de Pernambuco fosse, naquele início do século XIX, umas das mais prósperas economias do Brasil, centro produtor e exportador de açúcar e algodão, a capital do reino de Portugal foi transferida para o Rio de Janeiro, por ocasião das guerras napoleônicas.

Para financiar os elevados gastos da Coroa Portuguesa, o monarca passou a cobrar pesados impostos que atingiam, principalmente, a economia de Pernambuco. A natural insatisfação com o Governo Português, ampliada com a cobrança de novos impostos, alimentou e fortaleceu o ambiente intelectual, político e econômico que germinava no Recife e em Olinda, propício à descolonização.

A revolução foi liderada por destacados membros da maçonaria, como o comerciante Domingos José Martins, por militares, como José de Barros Lima, conhecido como o Leão Coroado, Pedro da Silva Pedroso e vários religiosos, Muniz Tavares, João Ribeiro, Padre Roma e Padre Miguelinho.

O governo provisório instalado declarou independência de Portugal e proclamou a república; decretou liberdade religiosa e de imprensa, mas não alterou as relações de trabalho escrevo dominantes na produção canavieira.

A República de Pernambuco resistiu por mais de dois meses à ofensiva de D.João VI que enviou cerca de 8 mil homens e uma frota naval para bloquear o porto do Recife, conseguindo esmagar o movimento republicano no dia 19 de maio.

O historiador Carlos Guilherme Mota considera a Revolução Pernambucana de 1817 como o maior movimento de contestação à ordem monárquica até então ocorrido no mundo afro-luso-brasileiro, abrangendo todo o Nordeste brasileiro.

domingo, 22 de outubro de 2017

Donna Summer - Bad Girls (Casablanca Records 1979)


"Bad Girls" é uma canção da cantora americana Donna Summer, co-escrita por Summer e Brooklyn Dreams.

A música atingiu o 1º lugar no Billboard, pop, R & B e discotecas singles charts simultaneamente, ao lado de "Hot Stuff", seu single mais bem sucedido. Bad Girls the single, passou 5 semanas no topo do "Hot 100 chart" e vendeu mais de 2 milhões de cópias nos EUA. A música ajudou o álbum do mesmo nome a atingir o status multi-platina nos Estados Unidos. Um single de 12 "da música foi lançado como um medley com" Hot Stuff ".

Embora "Hot Stuff" fosse estendido para o single de 12 "," Bad Girls "permaneceu na versão do álbum 4:55. Um" Bad Girls "12" single com um tempo de 6:55 foi produzido, mas nunca foi lançado comercialmente. Uma versão demo da música foi lançada no "Deluxe Edition" do CD "Bad Girls".

Bad Girls é o sétimo álbum de estúdio da cantora e compositora americana Donna Summer, lançado em 25 de abril de 1979 em Casablanca Records. Originalmente emitido como um álbum duplo, incorpora estilos musicais como pop, disco, soul, rock, funk e país. Bad Girls tornou-se o álbum mais vendido da carreira de verão, obtendo certificação de vendas de platina dupla nos Estados Unidos.

LaDonna Adrian Gaines (31 de dezembro de 1948 - 17 de maio de 2012), conhecida pelo nome artístico Donna Summer, era uma cantora, compositora e pintora americana. Ela ganhou destaque durante a era do Disco no final da década de 1970. Ganhadora cinco vezes  do Grammy, ela foi a primeira artista a ter três álbuns duplos consecutivos, alcançando o número 1 na parada de álbuns do Billboard dos Estados Unidos e traçou quatro singles número um nos Estados Unidos dentro de um período de 12 meses. Summer teria vendido mais de 140 milhões de discos, tornando-se um dos artistas mais bem sucedidas do mundo em todos os tempos.

Embora influenciado pela contracultura dos anos 60, ela se tornou a cantora de uma banda de rock psicodélico chamada Crow e se mudou para a cidade de Nova York. Juntando uma versão itinerante do  musical Hair, ela saiu de Nova York e passou vários anos vivendo, atuando e cantando na Europa, onde conheceu produtores  músicais, Giorgio Moroder e Pete Bellotte.

Summer voltou para os EUA, em 1975 com o sucesso comercial da música "Love to Love You Baby", seguido por uma série de outros sucessos, como "I Feel Love", "Last Dance", "MacArthur Park", "Heaven Knows "," Hot Stuff "," Bad Girls "," Dim All the Lights "," No More Tears (Enough Is Enough)" (duet with Barbra Streisand) "e" On the Radio ". Ela ficou conhecida como a "Rainha da Disco", enquanto sua música ganhava um seguimento global.

Donna Summer morreu em 17 de maio de 2012, em sua casa em Naples, Flórida. Em seu obituário no The Times, ela foi descrita como a "rainha incontestável da década de 1970", que atingiu o status de "uma das principais cantoras do mundo". Moroder descreveu o trabalho de Donna com ele na música 'I Feel Love' como "realmente o começo da música  disco eletrônica". Em 2013, Summer foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame.



Donna Summer - Bad Girls (Casablanca Records 1979)

Bad girls
Talking about the sad girls
Sad girls
Talking about bad girls, yeah

See them out on the street at night, walkin'
Picking up on all kinds of strangers
If the price is right
You can't score if you're pocket's tight
But you want a good time

You ask yourself
Who they are
Like everybody else
They come from near and far

Bad girls
Talking about the sad girls, yea
Sad girls
Talking about bad girls, yeah

Friday night and the strip is hot
Sun's gone down and they're out to trot
Spirit's high and legs look hot
Do you want to get down

Now don't you ask yourself
Who they are
Like everybody else
They want to be a star

Bad girls
Sad girls
You're such a dirty bad girl
(repeat)

Beep beep uh uh
Now you and me we're both the same
But you call yourself by different names
Now your mama won't like it when she finds out
Her girl is out at night

Bad girls
Sad girls
You're such a dirty bad girl
Beep beep uh uh

You Bad girls
You Sad girls
You're such a dirty bad girl
Beep beep uh uh

Hey, Mister, have you got a dime
Mister, do you want to spent some time, oh, yeah
I got what you want, you got what I need
I'll be your baby, come and spend it on me

Bad girls
Bad girls
Talking aboud bad girls
Sad girls