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domingo, 30 de maio de 2021

Protestos contra Bolsonaro: país tem manifestações em 24 Estados e no DF


 Protestos contra Bolsonaro: país tem manifestações em 24 Estados e no DF


Manifestação contra Bolsonaro no Rio de JaneiroCRÉDITO,GETTY IMAGES


No Rio de Janeiro, manifestantes tomaram a Avenida Presidente Vargas, em direção à Candelária


Uma série de manifestações contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) tomou as ruas de municípios em 24 Estados do país e no Distrito Federal neste sábado (29/05).


Com pautas diversas, os protestos pediram o impeachment de Bolsonaro, a aceleração da vacinação contra a covid-19 e o aumento do valor e extensão por mais tempo do auxílio emergencial.


A mobilização foi organizada por partidos de oposição ao governo, movimentos sociais, organizações sindicais e entidades estudantis, com protestos registrados em pelo menos 180 cidades do país e do exterior, segundo o portal G1.


'Bolsonaro é mais perigoso que vírus': aglomeração em protestos divide críticos

Apoio de Pazuello a Bolsonaro 'põe em xeque disciplina do Exército', diz ministra do Superior Tribunal Militar

No Recife (PE), o ato foi reprimido pela Polícia Militar com uso de balas de borracha e gás lacrimogênio. A vereadora Liana Cirne (PT) foi agredida com spray de pimenta e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), disse que o comandante e demais policiais envolvidos na agressão serão afastados de suas funções e investigados.


Em São Paulo (SP), os manifestantes se reuniram na Avenida Paulista e chegaram a ocupar dez quarteirões da via, num protesto que terminou sem registros de violência.

No Rio de Janeiro (RJ), o protesto começou já de manhã na região central, com início aos pés da estátua de Zumbi de Palmares, na Praça Mauá, e uma caminhada pela Avenida Presidente Vargas, em direção à Candelária.


No fim de semana anterior, a capital fluminense foi palco de uma "motocada" com a participação de Bolsonaro e do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, que participaram da aglomeração sem máscaras.


Uso de máscaras foi disseminado entre a maioria dos manifestantes neste sábado


Neste sábado, nos protestos contrários ao governo, o uso do equipamento de proteção foi disseminado entre a maioria dos participantes, mas momentos de aglomeração foram registrados.


Na capital federal, os manifestantes se concentraram pela manhã próximo ao Museu Nacional da República e depois caminharam pela Esplanada dos Ministérios, rumo ao Congresso Nacional, ocupando todas as seis faixas da via.


Repercussão internacional

A imprensa internacional repercutiu os protestos deste sábado.


O jornal britânico The Guardian destacou a manifestação como notícia principal do seu site durante a tarde e a noite do sábado, afirmando que esta foi a maior mobilização anti-Bolsonaro desde o início da pandemia de covid-19 no país.


Site do jornal The Gurdian com os protestos no Brasil em destaque

O jornal britânico The Guardian destacou a manifestação como notícia principal do seu site


A rede de televisão francesa France 24 destacou a queda de popularidade de Bolsonaro em meio à pandemia e o fato de o presidente ter feito pouco caso da severidade da doença, desincentivado o uso de máscaras e levantado dúvidas sobre a eficácia das vacinas, enquanto o país supera as 450 mil mortes pelo vírus.


A rede Al Jazeera, do Catar, lembrou que os protestos acontecem enquanto o governo está sob escrutínio de uma investigação pelo Senado sobre sua atuação no combate à pandemia.


A emissora turca TRT destacou a presença de imagens do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva em meio aos cartazes de protesto e lembrou que o petista tem se articulado com outros políticos para tentar barrar a reeleição de Bolsonaro.


O presidente da República, que esteve na quinta e sexta-feira (27 e 28/05) no Amazonas, onde inaugurou uma ponte de madeira e um painel solar num quartel, não comentou os protestos em suas redes sociais neste sábado.


Seu filho Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio de Janeiro, postou diversas críticas aos protestos e à cobertura da imprensa ao longo do dia.



https://www.bbc.com/

sexta-feira, 28 de maio de 2021

BIOGRAFIA | Adolf Hitler

Por que HITLER odiava os JUDEUS? Why did HITLER hate the JEWS?

Doria e Carla Zambelli batem boca durante evento: “genocida!”


 Carla Zambelli e João Doria© Reprodução Instagram/ Governo de São Paulo/Divulgação Carla Zambelli e João Doria


Doria e Carla Zambelli batem boca durante evento: “genocida!”

 Redação VEJA São Paulo 



O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) trocaram farpas durante um evento nesta sexta-feira (28). O momento ocorreu na Zona Leste da capital, na entrega de conjuntos habitacionais no Itaim Paulista.


O projeto contou com recursos da prefeitura de São Paulo, do governo estadual e federal. Zambelli discursava quando começou a falar sobre o presidente Jair Bolsonaro, mandando indiretas para Doria. "Bolsonaro não fechou comércios, Bolsonaro não decretou lockdown e também não destruiu empregos", disse ela.


Na sequência, Doria se irrita e, sentado no palco ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), responde. "Destruiu vidas! Destruiu vidas! Foi isso que fez Bolsonaro. Destruidor de vidas. Genocida!".


Zambelli criticou o governador por interrompê-la: "o senhor está sendo deselegante, é o meu momento de falar, o senhor vai ter o seu momento de falar". E emendou afirmando que o episódio é "natural vindo de um governador que já mandou eu engraxar botas de militares. Digo para os senhores, prefeito ter que engraxar bota de militares, como o meu marido, por exemplo, é militar, e engraxo com muito orgulho a bota dele pra ele poder ir trabalhar", disse a parlamentar, enquanto era vaiada. Confira o momento:


Na ocasião, foram entregues 213 moradias na Vila Curaçá e 200 no Itaim Paulista, ambos os bairros na Zona Leste. Além de Doria, Zambelli e Ricardo Nunes, também estavam no evento o ministro Rogério Marinho do Desenvolvimento Regional e Flavio Amary, secretário estadual da Habitação.

Covid-19: China reage a anúncio de que EUA investigará teoria de vazamento de laboratório em Wuhan


 Covid-19: China reage a anúncio de que EUA investigará teoria de vazamento de laboratório em Wuhan


Três agentes fardados e de máscara em frente a fachada com dizeres: Wuhan Institute of Virology   CRÉDITO,REUTERS

Agentes de segurança vigiam área externa do Instituto de Virologia de Wuhan durante a visita de equipe da OMS em fevereiro


A decisão do governo americano de investigar o possível papel de um laboratório na cidade de Wuhan na disseminação do coronavírus gerou reações de autoridades chinesas.


O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na quarta-feira (26/05) que as agências de inteligência do país vão apurar, em 90 dias, se o vírus responsável pela pandemia de covid-19 se espalhou após escapar acidentalmente do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, ou se evoluiu naturalmente em um animal hospedeiro até começar a infectar humanos.


O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país asiático, Zhao Lijian, disse que a decisão pela investigação mostra que os EUA "não se importam com fatos ou verdades e têm interesse zero em um estudo sério sobre as origens (do vírus) com base científica". A China rejeita qualquer conexão entre a covid-19 e as pesquisas com diversos vírus realizadas no laboratório.


"O objetivo deles (EUA) é usar a pandemia para seguir com a estigmatização, a manipulação política e a transferência de culpa. Eles estão sendo desrespeitosos com a ciência, irresponsáveis com a vida das pessoas e contraproducentes para os esforços conjuntos para combater o vírus", disse o porta-voz, acrescentando que as agências de inteligência americanas têm uma "história sombria" de disseminação da desinformação.


Apesar de não se referir explicitamente ao anúncio de Biden, um comunicado da embaixada chinesa nos Estados Unidos também afirmou que "as campanhas de difamação e transferência de culpa estão voltando".


As origens e a situação atual da desconfiança sobre laboratório

O vírus que causa a covid-19 foi detectado pela primeira vez em Wuhan no final de 2019. Desde então, mais de 168 milhões de casos da doença e 3,5 milhões de óbitos foram confirmados no mundo.


Autoridades e diversos países relacionaram os primeiros casos da covid-19 com possíveis transmissões em um mercado de frutos do mar em Wuhan, levando boa parte da comunidade científica a cogitar que o vírus passou de animais para humanos.


Entretanto, no domingo, o jornal americano The Wall Street Journal divulgou trechos de um relatório de inteligência dos EUA que informava que ao menos três funcionários do Instituto de Virologia de Wuhan desenvolveram uma doença em novembro de 2019 que os levou a buscar ajuda médica em hospitais, o que contradizia a versão oficial dos cientistas chinesas.


Primeiros casos da covid-19 foram relacionados a possíveis transmissões no mercado de Huanan, em Wuhan


Por enquanto, não há certeza sobre que tipo de doença acometeu os funcionários do laboratório. Oficialmente, o primeiro caso de covid-19 seria notificado apenas em dezembro daquele ano.


No início deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório escrito em conjunto com cientistas chineses sobre as origens da covid-19, dizendo que as chances de ela ter começado em um laboratório eram "extremamente improváveis".


O documento afirmou que o vírus provavelmente passou dos morcegos para humanos por meio de outro animal intermediário, mas que mais pesquisas eram necessárias.


Na quinta-feira (27/05), um porta-voz da OMS reiterou à BBC que mais estudos sobre a doença são necessários "em uma série de áreas, incluindo a detecção precoce de casos e pontos de contágio, além do potencial papel de mercados de animais, da transmissão através da cadeia alimentar e a hipótese de incidentes laboratoriais".


A hipótese de que o vírus seria resultado de um acidente de laboratório foi extensamente explorada pelo ex-presidente americano Donald Trump em sua campanha eleitoral de 2020, postura rechaçada pelos cientistas.


Um dos que apontavam para a baixa veracidade da hipótese era o médico Anthony Fauci, líder da força-tarefa contra a covid-19 nos EUA. Na última terça, no entanto, Fauci disse que "não está convencido" sobre o desenvolvimento natural do vírus, a partir do mercado de Huanan.


"Acho que deveríamos continuar investigando o que aconteceu na China até descobrirmos exatamente o que houve. As pessoas que investigaram disseram que era mais provável que tenha surgido de um mercado de animais e depois infectado humanos, mas poderia ser algo diferente disso. E precisamos descobrir", afirmou Fauci.


https://www.bbc.com

Lina Bo Bardi, entre o moderno e o primitivo





 Lina Bo Bardi, entre o moderno e o primitivo


Escrito por Romullo Baratto


Hoje, 05 de dezembro, celebramos o dia de nascimento da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992). Uma das arquitetas de maior importância e expressividade na arquitetura brasileira do século XX, Lina estudou arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma e, logo após se graduar, mudou-se para Milão, onde foi editora da Revista Quiaderni di Domus após ter trabalhando para Gio Ponti.


Durante a Segunda Guerra Mundial, enfrentou um período difícil após seu escritório ter sido bombardeado. Nesta época fundou, juntamente com Bruno Zevi, a publicação A - Cultura della Vita, e fez parte do Partido Comunista Italiano, vindo a conhecer o crítico e historiador de arte Pietro Maria Bardi, com quem se casou e mudou-se definitivamente para o Brasil.


Morando no Rio de Janeiro, Lina expandiu suas influências, no entanto, consolida sua importância no cenário da arquitetura moderna a partir do momento que se muda para São Paulo, por conta de um convite feito a Pietro para fundar e dirigir o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP. Lina se destacou por compreender a cultura brasileira a partir de uma perspectiva antropológica, atenta sobretudo à convergência entre vanguarda estética e tradição popular.


Em 1950 funda a revista Habitat, e em 1951 projeta sua própria residência, a icônica Casa de Vidro, no bairro Morumbi, em São Paulo, considerada uma das obras paradigmáticas do modernismo brasileiro. Em 1957 começou a construir a nova sede do MASP, na Avenida Paulista, obra emblemática que apresenta um vão de 70 metros sobre uma praça pública - um local ocupado pelas mais diversas manifestações populares até os dias de hoje.


Ao se mudar para Salvador, por convite para dirigir o Museu de Arte Moderna da Bahia, segue sua produção projetual, tendo construído importantes edifícios na Bahia, mas também em São Paulo. Da entre os quais se destaca o restauro do Solar do Unhão, um conjunto arquitetônico do século XVI catalogado como patrimônio histórico na década de 1940, o edifício do Sesc Pompéia, de 1977, o Teatro Oficina, de 1984, e a Casa do Chame-Chame. À diferença dos projetos dos anos 50, estes apresentam influências outras, baseadas, sobretudo, no primitivismo e no brutalismo. Uma abordagem voltada mais ao corpo do que ao espaço racionalista parece guiar a produção de Lina após a ida à Bahia.

Sua obra, entretanto, não engloba apenas projetos de arquitetura, mas também trabalhos de cenografia, artes plásticas, desenho de mobiliários e design gráfico. Lina veio a falecer em 1992, em um momento de rica produção e diversos projetos em fase de desenvolvimento.


A arquitetura é criada, 'inventada de novo', por cada homem que anda nela, que percorre o espaço, subindo as escadas, ou descansando sobre um guarda-corpo, levantando a cabeça para olhar, abrir, fechar uma porta, sentar-se ou levantar-se e ter um contato íntimo e ao mesmo tempo criar 'formas' no espaço; o ritual primitivo do qual surgiu a dança, primeira expressão do que viria a ser a arte dramática. Este contato íntimo, ardente, que era outrora percebido pelo homem, é hoje esquecido. A rotina e os lugares comuns fizeram o homem esquecer a beleza de seu 'mover-se no espaço', de seu movimento consciente, dos mínimos gestos, da menor atitude. — Lina Bo Bardi

Atualmente, todos os documentos projetuais, fotografias, desenhos, maquetes, croquis, objetos, textos e filmes de projetos construídos e não construídos encontram-se em seu acervo no Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, localizado na residência onde o casal viver por décadas. Parte destes arquivos pode ser acessada online.


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quinta-feira, 27 de maio de 2021

The Weeknd - The Weeknd – Save Your Tears (Live on The 2021 Billboard Mu... Assista esse vídeo de um dos mais talentosos artistas da atualidade o grande The Weekend

75 ANOS DA CONFERÊNCIA DE YALTA: O MUNDO REPARTIDO PELA CORTINA DE FERRO

 


Churchill, Roosevelt e Stalin - Wikimedia Commons


75 ANOS DA CONFERÊNCIA DE YALTA: O MUNDO REPARTIDO PELA CORTINA DE FERRO

Neste dia, em 1945 começava a reunião entre Franklin Roosevelt, Winston Churchill e Josef Stalin. Os líderes aliados decidiriam qual seria o futuro do mundo


LETÍCIA YAZBEK PUBLICADO EM 04/02/2020


Entre 4 e 11 de fevereiro de 1945, os chefes dos governos dos Estados Unidos, União Soviética e Winston Churchill se reuniram em segredo na cidade de Yalta, na Crimeia.

A conferência foi o segundo de três encontros – além de Teerã e Potsdam –, entre Franklin Roosevelt, Winston Churchill e Josef Stalin, com o objetivo de encerrar a Segunda Guerra Mundial e repartir as zonas de influência entre o oriente e o ocidente.


Isto é, quem seria influenciado pela União Soviética ou os demais aliados – quem teria um regime marxista e quem seria capitalista. Países tradicionalmente aliados ao mundo ocidental, como a República Checa e a Polônia, caíram sob a órbita soviética.


Os três líderes assinaram um documento confirmando o fim da guerra e a paz entre os países envolvidos.O documento também determinava o fim do nazismo, do fascismo e da influência alemã sobre o resto do mundo, assim como a divisão da Alemanha em quatro zonas de ocupação.


Cada zona seria anexada aos respectivos territórios da Grã-Bretanha, Estados Unidos, União Soviética e França. A União Soviética também passou a controlar os países do leste europeu e a parte leste da Alemanha, instalando governos favoráveis nas mãos dos comunistas locais.


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OS 21 CORPOS DE VÍTIMAS DA GUERRA CIVIL ESPANHOLA, IDENTIFICADOS 80 ANOS DEPOIS

 



Acima equipe de arqueólogos resgatando corpos

Abaixo o Ditador Francisco Franco


OS 21 CORPOS DE VÍTIMAS DA GUERRA CIVIL ESPANHOLA, IDENTIFICADOS 80 ANOS DEPOIS

Uma equipe de antropólogos e arqueólogos forenses, que realiza escavações no cemitério civil de Almagro, foi capaz de identificar uma pequena parte das vítimas do conflito


GIOVANNA GOMES, SOB SUPERVISÃO DE THIAGO LINCOLINS PUBLICADO EM 27/05/2021


A equipe está na incessante missão de identificar os corpos

A equipe está na incessante missão de identificar os corpos - Divulgação/Universidade de Cranfield

A Guerra Civil Espanhola, ocorrida entre 1936 e 1939, foi um dos mais conturbados períodos da história da Espanha. Na época, tendências políticas opostas ganhavam força em razão da recém-implantada república.


De um lado, o movimento operário considerava a reforma insuficiente e, de outro, cidadãos católicos de direita e monarquistas preparavam-se para um golpe de Estado.


Foi assim que, no mês de julho de 1936, generais entre os quais estava Francisco Franco, tentaram depor o governo. Conforme a Fgv, o que ocorreu a seguir, foi uma grande cisão, de modo que parte do país permaneceu com o presidente eleito e parte ficou sob domínio dos militares. O lado republicano passou a fornecer armas à população, que, organizando-se em milícias, passou a lutar contra o fascismo. 

O Exército de Franco foi apoiado pela Alemanha e pela Itália, enquanto os republicanos receberam apoio da União Soviética e de cerca de 60 mil comunistas e simpatizantes da esquerda vindo de diferentes regiões do mundo, formando as chamadas Brigadas Internacionais de voluntários.


Ao final de três anos, centenas de milhares, ou talvez um milhão de pessoas havia perdido a vida no conflito, que terminou com a instauração da ditadura de Franco, em março de 1939. Este permaneceu no poder até sua morte, no ano de 1975.


Décadas depois, corpos são encontrados

Em maio de 2021, uma equipe de antropólogos do projeto Mapas de Memória, da Universidade Complutense de Madrid (UCM), e arqueólogos forenses da Universidade de Cranfield, na Inglaterra, anunciou o início de uma importante missão: a identificação de dezenas de corpos encontrados em uma vala comum do cemitério civil de Almagro, em Ciudad Real.



A ideia é que, até o final do ano, seja possível identificar todas essas vítimas que, de acordo com a revista Galileu, foram mortas entre os anos de 1939 e 1940, ao final da Guerra Civil Espanhola.


Nos últimos dez anos, o projeto identificou 3.457 vítimas enterradas apenas em Ciudad Real, e, desde o ano 2000, já foram mais de 7 mil corpos em todo o país. Agora a equipe irá escavar uma área separada do cemitério que, há décadas, se encontra isolada. Essas escavações deverão ser encerradas em junho, dando início à fase das análises de DNA.


Buscando familiares

Os estudos serão realizados em laboratórios da UCM e tentarão desvendar de que maneira aquelas pessoas foram mortas, além de buscar indícios de parentesco com famílias que há muito anseiam por enterrar seus entes queridos.

 

As 21 vítimas identificadas

Com dez dias desde o início da missão, a equipe foi capaz de identificar 21 vítimas, que finalmente puderam ser enterradas dignamente por seus parentes. O grupo conseguiu entrar em contato com os familiares por meio das redes sociais.


“Encontramos corpos de um lado e histórias do outro, que mais tarde se conectaram”, disse o líder do projeto Mapas da Memória, Jorge Moreno.


“Como profissionais da antropologia forense, temos a responsabilidade de colocar a nossa ciência ao serviço dos familiares que procuram seus entes queridos por tanto tempo", afirma Maria Benito Sanchez, diretora da equipe forense do projeto. 


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STF mantém lei do Rio que proíbe uso de animais em teste de cosméticos. Salve O Ralph - Curta com Rodrigo Santoro



STF mantém lei do Rio que proíbe uso de animais em teste de cosméticos

Porém, produtos derivados de testes podem ser comercializados

Publicado em 27/05/2021   Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (27) manter a proibição da utilização de animais em testes experimentais de cosméticos, produtos de higiene pessoal e de limpeza no estado do Rio de Janeiro. Por maioria dos votos, os ministros validaram o dispositivo da norma estadual que estabeleceu a medida. 

O caso chegou ao STF por meio de uma ação protocolada na Corte em 2018 pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). 

A entidade alegou que a Lei Estadual 7.814/2017, aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), é inconstitucional por tratar de matéria sobre proteção ao meio ambiente, proibir a circulação de produtos que foram testados em animais e criar regras de rotulagem, questões que seriam de competência do Congresso Nacional. 

Por maioria de votos, os ministros seguiram voto proferido pelo relator, Gilmar Mendes. Para o ministro, o estado pode estabelecer medidas para proibir os testes em animais, mas não pode restringir a comercialização dos produtos. 

Segundo o ministro, o Rio apenas estabeleceu um patamar maior de proteção do meio ambiente e não invadiu a competência federal para tratar do assunto.

“As leis estaduais que vedam a utilização de animais para o desenvolvimento de experimentos e testes de produtos cosméticos parecem concretizar o exercício de competência legislativa plena dos próprios estados ante a inexistência de disciplina a nível federal”, afirmou. 

Contudo, no julgamento, os ministros consideraram inconstitucional o dispositivo da lei que proibiu a comercialização de produtos derivados dos testes no estado.

Edição: Aline Leal

terça-feira, 25 de maio de 2021

HÁ 1 ANO, A MORTE DE GEORGE FLOYD PARAVA O MUNDO: "NÃO CONSIGO RESPIRAR"



 HÁ 1 ANO, A MORTE DE GEORGE FLOYD PARAVA O MUNDO: "NÃO CONSIGO RESPIRAR"

A ação policial exagerada de Derek Chauvin resultou em um grande movimento pelas vidas negras ao redor do mundo


WALLACY FERRARI, SOB SUPERVISÃO DE THIAGO LINCOLINS PUBLICADO EM 25/05/2021

Enquanto saía de um estabelecimento, Darnella Frazier se surpreendeu com uma ação policial e, de maneira ágil, sacou seu smartphone e iniciou uma gravação; era um militar branco, identificado como Derek Chauvin, ajoelhado no pescoço de George Floyd durante sete minutos.


As imagens, registradas em 25 de maio de 2020, seriam mais um infeliz marco na história americana; deitado na rua, o detido repete diversas vezes que não conseguia respirar, com as vias aéreas prensadas contra o asfalto no meio-fio, que sangram.


Além de estar com as vestimentas rasgadas e com testemunhas notificando a perda da consciência de Floyd, o homem implorava pela vida: "Não me mate". Ao fim da filmagem, já não esboça reação — mas continua sendo pressionado pelo joelho do oficial.


Com a chegada de um serviço de emergências, os paramédicos preparam uma maca, mesmo com Derek sobre seu pescoço. Por fim, ele é colocado na ambulância, onde teve a perda dos sinais vitais constatados. Tudo isso pois, supostamente, George tinha o perfil compatível ao de uma denúncia recente na região

 


Quem era George Floyd?

Conforme reportamos anteriormente, o homem morto na ação policial tinha 46 anos e era natural da Carolina do Norte, mas cresceu no Texas, onde concluiu o ensino médio e chegou a se destacar em jogos universitários, mas abandonou o curso para se dedicar ao hip-hop, customização de carros e também atuava como segurança.


De acordo com o jornal britânico Express, ainda teve cinco filhos entre a década de 1990 e início dos anos 2010. Chegou a ter uma passagem policial por envolvimento com um assalto em 2009, mas conseguiu se reposicionar como segurança do restaurante Conga Latin Bistrô. 


Contudo, perdeu o emprego durante a pandemia da covid-19 e buscava um ofício naquela tarde. Ao mesmo tempo, surgiu uma denúncia de que um rapaz negro, com características físicas semelhantes, havia passado uma nota falsa de 20 dólares em um estabelecimento comercial. Foi suficiente para a polícia ser acionada e chegar até o Floyd.


O que aconteceu?

Após a morte do detido, uma onda de protestos nomeada como "Black Lives Matter" ("Vidas negras importam", em tradução livre) foi capaz de derrubar estátuas de escravistas e figuras que promoveram a eugenia — além de pressionar autoridades para o julgamento dos policiais envolvidos. 


Derek Chauvin, que realizou a ação fatal, foi expulso da corporação logo após o caso, sendo denunciado pelo Estado. Em júri popular do tribunal distrital de Mineápolis, foi considerado culpado pelo assassinato — porém, sua sentença só será divulgada em 16 de junho de 2021, podendo totalizar até 40 anos de regime fechado.


Por fim, o oficial não fez questão de depor durante os julgamentos, não apontando o motivo da ação abrupta. A polícia local, por sua vez, não apresentou associação de George com o suposto chamado de transação com nota falsa, injustificando a ação exagerada.

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segunda-feira, 24 de maio de 2021

Apoiadores de Roman Protasevich no aeroporto de Vilnius, na Lituânia


 Apoiadores de Roman Protasevich no aeroporto de Vilnius, na Lituânia

Credito Reuters /bbc

Um avião que voava da Grécia para a Lituânia foi desviado para Belarus com o objetivo de prender um jornalista dissidente.

A rede de notícias Nexta disse que seu ex-editor, Roman Protasevich, foi detido quando o avião pousou em Minsk, capital de Belarus, neste domingo (23/5).

Belarus, o último país do mundo onde a KGB ainda está na ativa

Protestos em Belarus: 'Fui preso e agredido por distribuir rosas'

A mídia estatal do país localizado no Leste Europeu disse que o avião foi desviado por uma ameaça de bomba, mas nenhum explosivo foi encontrado.

Vários países europeus reagiram acusando Belarus de "terrorismo de Estado" e exigindo punição.

Figuras políticas de todo o continente apelaram à intervenção da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

A líder da oposição do país, Svetlana Tikhanovskaya, que foi derrotada pelo presidente Alexander Lukashenko nas eleições do ano passado, juntou-se às vozes que pedem a libertação de Protasevich.

Desde a eleição de agosto do ano passado, Lukashenko, de 66 anos, que governa o país desde 1994, tem atacado as vozes críticas.

Muitas figuras da oposição foram presas ou forçadas ao exílio, como foi o caso da própria Tikhanovskaya.

Sviatlana Tsikhanouskaya, o símbolo da oposição ao regime de Belarus


Como o avião foi desviado?

O voo FR4978 partiu de Atenas e estava a caminho da cidade de Vilnius, na Lituânia, neste domingo, quando virou para o leste em direção à capital de Belarus, logo após ultrapassar a fronteira.

Em um comunicado, a companhia aérea Ryanair, responsável pelo voo, disse que "o controle de tráfego aéreo de Belarus notificou a tripulação sobre uma potencial ameaça à segurança e deu instruções para se dirigir ao aeroporto mais próximo, localizado em Minsk".

A rota aérea sugere que o avião estava realmente mais próximo de Vilnius do que de Minsk naquele momento.

A Ryanair disse que, após o pouso, nada foi encontrado e o avião recebeu permissão para continuar sua rota.

"A Ryanair notificou as agências de segurança nacionais e europeias e pedimos desculpas a todos os passageiros afetados por este atraso que esteve além do controle da empresa."

A companhia aérea não mencionou Protasevich, cuja prisão foi relatada pela primeira vez pela Nexta.

O editor-chefe do canal de notícias, Tadeusz Giczan, compartilhou no Twitter uma frase de um passageiro do avião.

Segundo o relato, Protasevich lhe disse que seria "executado" assim que estivesse no solo de Minsk.

Belta, a agência de notícias estatal de Belarus, afirmou que o presidente Lukashenko deu pessoalmente a ordem para desviar o avião após a ameaça de bomba.

De acordo com as informações da Belta, um avião militar MiG-29 acompanhou o avião da Ryanair.

Aviões da Ryanair

CRÉDITO,REUTERS


A Ryanair disse que, após o pouso, nada foi encontrado e o avião recebeu permissão para continuar sua rota

Reações

A resposta de diversos líderes europeus foi rápida e deve aumentar nas próximas horas.

O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, acusou Belarus de cometer um "ato horrendo".


O ministro das Relações Exteriores da Letônia, Edgars Rinkevics, afirmou que a ação de Belarus foi "contrária ao direito internacional" e que a resposta deve ser "forte e eficaz".

O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki disse: "O sequestro de um avião civil é um ato de terrorismo de Estado sem precedentes que deve ter consequências."

O chefe da diplomacia da União Europeia, o espanhol Josep Borrell, disse que Belarus deveria ser responsável pela segurança de todos os passageiros do avião.

Análise de James Landale, correspondente diplomático da BBC

Ainda não sabemos todos os detalhes dessa história, mas suas implicações podem ser enormes.


Há dúvidas sobre a liberdade nos céus: quão vulneráveis ​​podem ser outros voos a esse tipo de comportamento? Alguns já chamam esse ato de agressão, terrorismo de Estado ou uma forma de sequestro. A segurança dos passageiros foi comprometida? Que precedente isso abre? Os voos devem evitar o espaço aéreo de Belarus?

Também existem questões sobre o direito internacional. Até que ponto essa atitude era ilegal, como muitos presumem? E, em caso afirmativo, quais consequências deveriam acontecer?

E também há questões de liberdade de opinião: os críticos de outros regimes espalhados pelo mundo temerão que o mesmo possa acontecer com eles?

E não dá pra ignorar as questões da diplomacia internacional. Figuras políticas em toda a Europa já pediram a intervenção da União Europeia e da OTAN e há apelos por mais sanções contra o governo de Belarus, cuja legitimidade está sendo questionada por muitos países ocidentais após as eleições do ano passado.

O presidente Lukashenko é definido como o último ditador da Europa. A palavra "pirata" será adicionada à sua lista de títulos?


O presidente Alexander Lukashenko não nega seu status de autoritário

Quem é Protasevich e o que é Nexta

Nexta é um meio online com canais no Telegram, no Twitter e no YouTube.

O veículo desempenhou um papel relevante para a oposição do país durante as eleições e continuou com sua atuação depois do pleito.

A oposicionista Tikhanovskaya disse que Protasevich, que vive na Lituânia, deixou Belarus em 2019 e cobriu as eleições presidenciais de 2020 pelo Nexta, após uma série de acusações criminais que foram feitas contra ele.

A líder disse que Protasevich pode enfrentar a pena de morte em Belarus por ser considerado um "terrorista".

Diversos líderes ocidentais apoiaram Tikhanovskaya, que conquistou a vitória nas eleições antes de ser forçada a deixar o país e se refugiar na Lituânia. Ela se candidatou depois que seu marido foi preso e politicamente desqualificado.

Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas de Minsk em várias ocasiões no ano passado, furiosos porque Lukashenko se declarou o vencedor.

Inúmeros casos de brutalidade policial foram relatados e mais de 2,7 mil acusações acabaram registradas somente neste ano.

domingo, 23 de maio de 2021

Em campanha antecipada, Bolsonaro acelera a moto e dá uma banana ao Brasil.


 Em campanha antecipada, Bolsonaro acelera a moto e dá uma banana ao Brasil.

BALAIO DO KOTSCHO

https://noticias.uol.com.br

Com 448.291 mortes nas costas, acossado por denúncias de corrupção contra seu governo e pela CPI do Genocídio, caindo nas pesquisas e vendo Lula disparar para 2022, Bolsonaro caiu de cabeça na campanha pela reeleição. Viajou pelo nordeste e, na manhã deste domingo, desceu do helicóptero, montou numa motocicleta, na zona oeste do Rio, para mais uma manifestação contra a democracia, o distanciamento social e o uso de máscaras de proteção, os governadores e prefeitos, o STF e a imprensa, e o Datafolha, seu mais novo inimigo.

Até o general Pazuello subiu no palanque, alegre e fagueiro, recebido como herói pelos seguidores da seita, por ter mentido 14 vezes na CPI para proteger o chefe, todos protegidos por um esquema de segurança com mais de 1 mil homens de 20 unidades, sob o comando do GSI do general Heleninho. No trajeto, viu-se mais policiais do que motoqueiros.

Assim até eu viro valente... Quanto custa para os cofres públicos o deslocamento da comitiva oficial e a montagem do poderoso esquema de segurança para mais um ato de campanha antecipada?

A oposição chamou o presidente de debochado, perverso, cruel e deprimente, mas ele não se comove com isso. Não está nem aí aí para o que falam dele. Para os 75% de brasileiros que não o apoiam, segundo as últimas pesquisas, o capitão oferece uma banana, bota o capacete sem máscara e toca em frente.

Bolsonaro resolveu governar só para os seus seguidores mais fanáticos, que logo cedo invadiram as redes sociais para escrever coisas como "o Brasil é seu, presidente! Pegue o que quiser KKK". Pouco importa que o cenário da pandemia tenha voltado a se agravar, com a ameaça de uma terceira onda e a chegada do novo vírus da Índia, e os hospitais estejam novamente superlotados, reclamando a falta de remédios para salvar vidas.

Ninguém segura Bolsonaro e sua tropa de aloprados, que vivem numa realidade paralela, onde uns mandam e outros obedecem, para não perder suas boquinhas. A maioria dos brasileiros (54%) rejeita a nomeação de militares para cargos civis no governo federal, segundo o Datafolha divulgado hoje, mas os bolsonaristas não ligam para pesquisas, nem de opinião nem científicas.

Qual é o problema de promover aglomerações? Todos vão morrer um dia, diz o chefe. O importante é aproveitar as mordomias enquanto estão vivos, desfrutar das benesses do poder, com picanha de R$ 1.700 o quilo e toneladas de cerveja e leite condensado na dispensa dos quartéis. Para a caravana bolsonarista montada em suas potentes e caras máquinas, domingo é dia de festa, de desafiar as normas sanitárias e tocar em frente, sem olhar para os lados.

Se teve buzinaços de protesto em alguns bairros da zona sul por onde os motoqueiros passaram, só pode ser coisa de comunistas e vagabundos. Os cães ladram, mas a caravana passa, devem ter pensado, rindo do decreto estadual que obriga o uso de máscaras e proíbe aglomerações, mas o governador fluminense, um tal de Cláudio Castro, é da turma, não vai multar ninguém. Ele mesmo gosta de uma boa festa.

Enquanto o resto do Brasil chora seus mortos, o Brasil de Bolsonaro pede passagem para se divertir, rindo da nossa cara. Quem não estiver satisfeito, que vá se queixar aos bispos... Vida que segue.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

A Seca No Nordeste e a Indústria da Seca. Culpa de Deus ou Dos Governantes.


 Alimentada pela escassez, "indústria da seca" fatura com a estiagem no Nordeste.


Carlos Madeiro

Do UOL, em Tacaratu (PE)


A seca no Nordeste é sempre sinal de sofrimento para o sertanejo. Mas a falta de chuva também movimenta o meio político e o comércio das cidades atingidas pela estiagem. A chamada “indústria da seca” fatura alto com a falta de alimentos para os animais e de água para os moradores.


O exemplo mais conhecido no sertão –e relatado por diversos moradores ao UOL–  é o uso político na distribuição dos carros-pipa, marca registrada do assistencialismo simples. Segundo os relatos, alguns políticos visitam as comunidades e se apresentam como “responsáveis” pelo envio da água. Os moradores também reclamam da alta nos preços de serviços e alimentos para os animais.


 - Carro-pipa recolhe água do rio São Francisco para abastecer cidades afetadas pela seca em Sergipe Beto Macário/UOL

“A prefeitura nos ajuda muito, nos mandando água por carros-pipa. Às vezes demora, mas sempre vem”, conta a agricultora Maria Gildaci, 66, de Tacaratu (PE), sempre citando que o prefeito é "quem manda" o carro para a sobrevivência dela e da família, que vive em uma pequena casa no sítio Espinheiro. 


Falas como a Gildaci, agradecendo os políticos, são comuns, mas a prática está sendo combatida por organizações do semiárido. “Água é um direito, não é dada de favor. Agricultores relatam com frequência que vereadores se apresentam trazendo carros-pipa e que prefeitos estão se utilizando disso para as eleições. Estamos fazendo levantamentos e vamos tentar identificar onde isso está ocorrendo para tomarmos providências”, afirma o coordenador da ASA (Articulação do Semiárido), Naidson Batista.


Para Batista, o uso político da água é histórico no Nordeste, mas vem perdendo força nos últimos anos. “A indústria da seca, na história brasileira, é um instrumento de alguns, em detrimento de outros, para aumento de poder econômico, político ou social de determinado grupos. Embora ela venha perdendo força, não seria possível erradicar uma prática de 400 anos em apenas 10”, afirma.


Segundo o coordenador, os investimentos cobrados, como poços, barragens e cisternas, não foram feitos a contento ao longo dos anos, o que facilitou a política assistencialista. "Isso faz parte da indústria da seca, pois deixa o sertanejo vulnerável, à espera sempre de ações emergenciais."


O diretor do Polo Sindical do Médio São Francisco da Fetape (Federação dos Trabalhadores em Agricultura de Pernambuco), Jorge de Melo, também relata que políticos e fazendeiros ainda se aproveitam da seca para lucrar. “É só começar a escassez de alimentos para ter gente aumentando o preço das coisas. É o que chamam da lei da oferta e procura. Além disso, há um claro uso político, que vem sendo combatido e está enfraquecendo, mas ainda existe no sertão”, diz.


Para tentar reduzir o desvio político da água, o governo de Pernambuco anunciou, na última quarta-feira (16), que os carros-pipa contratados pelo Estado serão equipados com GPS e terão fiscalização dos conselhos de desenvolvimento dos municípios –que ficarão responsáveis por enviar relatórios mensais sobre o cumprimento dos cronogramas.



Ganho econômico

Além do uso político, muitos setores da economia também faturam com a venda de produtos. Um dos exemplos é a palma (espécie de cacto que serve de alimento para o gado). Segundo os moradores, o preço da tarefa de palma (equivalente a uma área plantada de 3.053 m²), que antes da estiagem ficava em torno de R$ 1.200, hoje chega a custar até R$ 2.500 em algumas localidades de Alagoas e Sergipe.


“Quem tem sua palma plantada para os seus animais não quer vender. Agora a seca é boa para aqueles que plantam a palma como investimento e estão vendendo mais caro e lucrando muito”, citou o produtor Vilibaldo Pina de Albuquerque, de Batalha (AL).


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O carro-pipa também é um negócio rentável. Os preços cobrados pelos “pipeiros” no sertão inflacionaram com a seca. “Existe, e muito, a indústria da seca. Um exemplo: antes, a prefeitura contratava um carro-pipa por R$ 100 para lavar o matadouro. Hoje, para o sujeito trazer a mesma quantidade de água ele obra R$ 200. E olhe que o preço do combustível não subiu e ele pega água no mesmo lugar”, afirma o secretário de Infraestrutura de Batalha (AL), Abelardo Rodrigues de Melo.


Em Sergipe, os investidores estão comprando carros-pipa para ganhar dinheiro. “Hoje, quem tem um dinheiro sobrando está comprando um carro-pipa para distribuir água. Demanda é o que não falta. Aqui estamos precisando de mais, mas não há”, diz o coordenador da Defesa Civil de Poço Redondo (SE), José Carlos Aragão. "E o carro-pipa não é a solução, e só uma política emergencial. Hoje você leva a água, amanhã já precisa de novo. É um investimento de curta duração."


Na cidade sergipana –a mais afetada do Estado, com 15 mil pessoas atingidas pela estiagem--, o movimento de carros-pipa é intenso e atua em diversos setores da economia. Na oficina de Antônio Rodrigues, cresceu a procura por consertos dos caminhões. “Hoje 30% do que faturo é com esses carros. Contratei até uma pessoa para me ajudar, porque a procura é grande e tem caminhão aqui todo dia. Queria não ter mais esse serviço, que aqui chovesse e o povo parasse de sofrer. Mas estou trabalhando dignamente.”


Melhores condições

Para o economista Cícero Péricles, apesar da “indústria da seca” ainda existir, as condições de enfrentamento do sertanejo à seca atual são melhores do que aquelas enfrentadas na última grande estiagem, em 1998.


“Há mais de uma década a política de água obteve ganhos consideráveis pela entrada das cisternas e barragens subterrâneas nos espaços da agricultura familiar, reforçando os antigos instrumentos, como os poços artesianos, tubulares, barreiros, açudes e adutoras. A presença dos órgãos públicos mudou da intervenção exclusivamente assistencialista e emergencial para instituições públicas, com maior capilaridade, municipalizadas, que fazem a cobertura permanente com os programas sociais. A ampliação da Previdência Social no campo, assim como de programas de transferências de renda, a exemplo do Bolsa família, reduziram em muito a pobreza absoluta no meio rural”, afirma o economista. ( Fonte: uol.com.br)

Postado por thebestsingerdonnasummer.blogspot.com 


Qual é a importância de Jerônimo para a Igreja?



Qual é a importância de São Jerônimo para a Igreja?


Jerônimo foi uma personalidade célebre de seu tempo. Sua capacidade intelectual é demonstrada pela vasta quantidade de textos escritos e traduzidos por ele. Com absoluta certeza, seu trabalho mais conhecido é a Vulgata, ou seja, uma versão da Bíblia em latim. Histórias antigas, quando recontadas com frequência, terminam por receber novos elementos que, por vezes, acrescentam, abreviam ou modificam a história original. Por ser este o mês da Bíblia, resolvemos abordar a questão da Vulgata, juntamente com todo o trabalho realizado por São Jerônimo ao traduzi-la.


Qual é a importância de São Jerônimo para a Igreja?


São Jerônimo recebeu a incumbência de revisar uma antiga tradução dos quatro Evangelhos em latim

Ordenado sacerdote em 379 d.C., São Jerônimo acompanhou o Bispo Paulino a um concílio regional em Roma. Nesse tempo, foi apresentado ao Papa Dâmaso como um exegeta e profundo conhecedor das línguas bíblicas. Por causa da clareza de suas ideias e grande conhecimento, o Pontífice o escolheu para ser seu secretário e, em 382 d.C., confiou-lhe a incumbência de revisar uma antiga tradução dos quatro Evangelhos em latim. Ele concluiu esse trabalho antes da morte do Papa Dâmaso (11/12/384), e acrescentou também uma versão dos Salmos, traduzida do texto grego, que ficou conhecida como Septuaginta.


Expulso de Roma em 385, São Jerônimo se deslocou para Belém, na Terra Santa, onde teve contato com a versão hebraica do Antigo Testamento, especialmente com um livro que apresentava lado a lado, de forma comparativa, os diferentes textos do Antigo Testamento nas línguas disponíveis naquele tempo.


Tradução do Antigo Testamento


Esse santo e doutor da Igreja interessou-se pelo texto em hebraico e iniciou uma nova revisão, de cunho pessoal, em sua tradução dos Salmos, por meio da qual comparava o texto hebraico e grego, para depois escrevê-lo em latim. Essa versão dos Salmos ficou conhecida como Galicana, porque foi usada amplamente na Igreja da França (Galia em latim).


Com o sucesso dessa tradução, ele começou a traduzir todo o Antigo Testamento, mas, a partir desse momento, não utilizava mais a versão grega, e sim a hebraica. Esse enorme trabalho prolongou-se por 15 anos, do ano 390 a 405, incluindo uma nova tradução dos Salmos feita somente do texto hebraico. Essa tradução do Antigo Testamento foi chamada por São Jerônimo de iuxta hebraeos (que significa “próximo aos hebreus” em português), a qual somada aos textos do Novo Testamento, traduzidos para o latim, chamou-se Vulgata, isto é, em língua vulgar ou comum.


Ela [Vulgata] era a única versão oficial da Bíblia usada na Igreja até o ano 1.530, quando, devido ao povo não mais falar latim, iniciou-se o processo de tradução para as línguas modernas.


Durante a tradução, Jerônimo deparou-se com passagens difíceis de serem compreendidas, por isso, logo após a conclusão desse trabalho, dedicou-se a escrever prefácios e comentários para os livros da Sagrada Escritura, além de responder às polêmicas teológicas existentes em seu tempo, devido ao uso de textos mal traduzidos ou interpretações equivocadas.


Vulgata


No ano 419, esse grande santo da Igreja morreu e não chegou a ver a Vulgata ser publicada. Esse fato só aconteceu quando foram reunidos todos os textos e escritos que ele havia traduzido. Importante lembrar que a Vulgata não foi imposta à Igreja, esse processo foi acontecendo à medida que se reconhecia que o texto traduzido por Jerônimo era mais exato e claro do que outras traduções livres disponíveis na época.


Progressivamente, a Vulgata foi recebendo pequenas correções, por isso, hoje, esse nome pode designar diversas versões oficiais em latim. Aquela que chamamos, hoje, de Vulgata foi publicada em 1.592, pelo Papa Clemente VIII. Por isso, também é conhecida como Vulgata Clementina.