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terça-feira, 16 de novembro de 2021

Ditadura não garantia acesso à saúde pública; SUS surge apenas na redemocratização ( Manoel 6º Ano)


 Ditadura não garantia acesso à saúde pública; SUS surge apenas na redemocratização

Período militar transformou a saúde num balcão de negócios altamente lucrativo

Cris Rodrigues

Brasil de Fato 

A saúde pública só passou a ser um direito universal com as mobilizações em defesa da democracia


Durante os 21 anos de ditadura militar, entre 1964 e 1985, a saúde não era considerada um direito. A definição de que ela “é direito de todos e dever do Estado” surge com a Constituição Federal de 1988. Foi então que surgiu o Sistema Único de Saúde (SUS), que garante acesso universal ao atendimento, desde procedimentos mais simples até tratamentos de alta complexidade.


Antes disso, a política dominante era de incentivo à privatização da saúde, como mostra o livro Na corda bamba de sombrinha: a saúde no fio da história, organizado por Carlos Fidelis Ponte e Ialê Falleiros. O livro mostra que houve um decréscimo da participação direta do Estado no atendimento à população na época da ditadura, que foi substituída pela rede privada. Apenas quem tivesse carteira de trabalho assinada tinha direito a assistência médica pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), criado em 1974. Os que estavam fora desse universo buscava atendimento em instituições filantrópicas ou privadas, e os mais pobres eram tratados como indigentes.


O atendimento proporcionado pelo Inamps, no entanto, era feito em grande parte por clínicas privadas. Ou seja, o governo federal repassava recursos a essas instituições ao invés de investir na saúde pública. “Instala-se, assim, um verdadeiro processo de drenagem dos recursos públicos que passam a capitalizar as empresas de medicina privada, transformando a saúde em um negócio bastante lucrativo”, mostra Fidelis no livro.


Nesse sentido, o Brasil de Fato fez um levantamento dos dados em relação ao acesso à saúde no período da ditadura comparando com os atuais, para desconstruir uma ideia no senso comum de que havia um bom atendimento naquele período. Os dados de orçamento da União mostram ainda que o investimento em saúde girou em torno de 1% do PIB durante os anos de chumbo, mesmo durante o chamado “milagre econômico”, e era em grande parte direcionado à medicina curativa, praticamente ignorando a atenção básica. Na mesma época, ao Ministério dos Transportes e às Forças Armadas, por exemplo, eram reservados 12% e 18% do orçamento, respectivamente. 



(Obs: Adaptado) Vale ressaltar que nesse período o Brasil era um país subdesenvolvido com grandes surtos de doenças transmissíveis como meningite,sarampo, tétano, difteria, tuberculose e poliomielite. Além dos extremos bolsões de miséria da maior parte da população principalmente no NE, além do alto grau de subnitrição da maior parte da população com grandes taxas de mortalidade infantil e baixa expectativa de vida de adultos o país ejá era assolado com uma grave desigualdade social e cuma certa concentração de renda nas mãos de poucos.( Dinheiro ou capital). Portanto é no final desse contexto e início dos anos de 1980 que começa os programas de vacinação em massa contra as doenças graves, consequência do descaso das autoridades políticas desse período em relação a qualidade de vida da maior parte da população brasileira.


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sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Aleksandr Lukashenko " O último ditador da Europa"


 Aleksandr Lukashenko " O último ditador da Europa"


Aleksandr Grigorievitch Lukashenko ,Kopys, 30 de agosto de 1954[1][2]) é o atual presidente da Bielorrússia. Eleito pela primeira vez em 20 de julho de 1994 e com mandato até 2001, foi sendo novamente reeleito. O seu governo é muito controverso: os seus apoiantes afirmam que sua política econômica salvou o país das piores consequências do capitalismo pós-soviético.  Já seus opositores o acusam de ser ditador, sendo conhecido inclusive como "o último tirano da Europa".  Os Estados Unidos e a União Europeia proibiram a entrega de vistos para ele e a sua família.


Biografia

Carreira política

Lukashenko foi membro do Partido Comunista da União Soviética até a Bielorrússia e os outros estados soviéticos tornarem-se independentes.


Ele tem experiência militar como um jovem no exército soviético, depois que ele se tornou o vice-presidente de uma fazenda coletiva. Foi eleito como deputado no Conselho Supremo da República da Bielorrússia, em 1990, onde ele apoiou os esforços de linha dura para expulsar reformistas na era de Mikhail Gorbachev. Ele presidiu o comité anti-corrupção do parlamento em 1993 e concorreu à presidência em uma plataforma populista nas eleições de 1994. Logo depois, ele iria empurrar uma nova constituição, apesar do protesto de dezenas de membros do parlamento que pediram seu impeachment, que, basicamente, concedido o regime de Lukashenko uma ditadura legal.


Em 2005, 2006 e em 2008, ele foi presidente do Conselho Interestadual da Comunidade Econômica da Eurásia.


Vida pessoal

Lukashenko nasceu na cidade de Orsha, em 31 de agosto de 1954. Formou-se na Universidade Pedagógica do Estado de Mogilev em 1975 e na Academia Agrícola da Bielo-Rússia em 1985, em História e Economia.


Em 1975, Lukashenko casou com sua namorada de colégio, Galina Rodionovna, e eles tiveram dois filhos: Viktor, nascido em 1975, e Dmitry, nascido em 1980. Viktor trabalha como assessor do seu pai, mas Lukashenko considera, aparentemente, como seu "herdeiro" um filho de outra relação, Kolya, nascido por volta de 2005 (a mãe é alegadamente Irina Abelskaya, sua médica) e que ele apresentou oficialmente ao casal Obama e levou a eventos como a Assembleia Geral da ONU e a um desfile militar na China em 2015.


Sua esposa Galina vive afastada do público desde o início de seu primeiro mandato, numa fazenda remota em Shkloŭ, enquanto a biografia presidencial oficial omite qualquer menção a ela e mesmo aos filhos.


Lukashenko é conhecido por ter um grande interesse em concursos de beleza do seu país. Em 2019, a imprensa começou a reportar que ele estaria namorando a Miss Bielorússia 2018, Maria Vasilevich, que havia participado do Miss Mundo 2018 e com quem ele havia sido visto em diversos eventos públicos, inclusive na Copa do Mundo FIFA de 2018.


Os dois foram vistos dançando juntos nos bailes de final de ano de 2019 e 2020.


Controvérsias

Banimento da esposa

Galina Rodionovna, sua esposa, foi banida e não participa da vida pública do marido. Segundo o website Alfa da Lituânia em janeiro de 2010, ela vive no distrito de Shkloŭ, "uma remota vila bielorrussa esquecida por todos".


Um assento no parlamento para a namorada-miss

Em novembro de 2019, a imprensa reportou que Maria Vasilevich havia ganho um assento no parlamento em eleições fraudadas. Segundo o The Sun britânico, "nenhum candidato da oposição ganhou uma cadeira nas eleições parlamentares de fim de semana - embora Vasilevich, que não tem experiência e nem mesmo campanha, tenha conquistado uma cadeira como parlamentar".


Covid-19

O presidente bielorrusso, negacionista da pandemia de COVID-19, deu um discurso no qual disse que a doença não é nada grave, que poderia ser curada com vodka, sauna e trabalho no campo.


Grandes eventos como futebol e hóquei no gelo continuaram com sua agenda regularmente no país e Lukashenko chegou a dizer que jogar hóquei protege contra o vírus. "É melhor morrer de pé do que viver de joelhos! Não há vírus no gelo. Isto é um frigorífico. Eu vivo a mesma vida que sempre vivi, ainda ontem tive uma sessão de treino com a minha equipe. Encontrámo-nos, apertámos as mãos, abraçámo-nos, batemos uns nos outros".


Em 28 de julho de 2020, Lukashenko anunciou que testou positivo para a COVID-19, mas que já estava recuperado.


Nas eleições presidenciais

Logo após sua reeleição em 2020, depois de 26 anos no poder, os bielorrussos começaram a protestar, dizendo que as eleições haviam sido fraudadas. Segundo a Euronews em 11 de agosto, "Lukashenko diz que não passam de 'carneiros ao serviço das potências estrangeiras' e 'querem armar confusão no nosso país. Avisei que não iriam fazer o mesmo que na Ucrânia, por muito que queiram fazer isso. As pessoas têm de se acalmar'.


Sua opositora Svetlana Tikhanovskaya pediu a recontagem dos votos, mas teve que deixar o país logo após o pleito, se refugiando na Lituânia. Antes, o marido de Svetlana, Sergei Tikhanovsky, um blogueiro popular, havia sido impedido de concorrer e enviado para a prisão.


Enquanto isto, Maria Vasilevich, escreveu em seu Instagram que os protestos deveriam parar. "Aqueles que causam desordem, parem com a agressão!", escreveu em seu Instagram.


Ligações com a Rússia e a China


Aleksander e Putin em Moscou no Desfile do Dia da Vitória de 2020

Enquanto a União Europeia condenava a repressão aos protestos após as eleições de 2020, Lukashenko recebeu apoio da China e da Rússia, de quem é aliado.


Em 03 de setembro, após o governo alemão ter noticiado no dia anterior que o opositor de Putin, Alexei Navalny, havia sido envenenado, Lukashenko disse que "não houve envenenamento de Navalny".

Atualmente a política autoritária de Lukashenko provoca uma tensão diplomática na Europa ameaçando de cortar o gás para a União Europeia, além de incitar uma crise humanitária entre a fronteira de Belarus e a Polônia estimulando a entrada de refugiados que desejam entrar na Alemanha utilizando o território polonês, agredindo a soberania do país, gerando uma tensão entre os dois países.

fonte: Wikipedia

O que ocorre na fronteira de Belarus com a Polônia? Entenda o que está em jogo no conflito migratório Regime de Lukashenko ameaça interromper o fluxo de gás russo de seu país para a Europa. O que esperar do confronto orquestrado por Minsk e apoiado por Moscou


 Mulher dá mamadeira a seu bebê no acampamento de imigrantes na fronteira de Belarus com a Polônia, nesta quarta-feira.


EL PAÍS


A tensão entre a União Europeia e Belarus aumenta dia após dia desde a chegada, na última segunda-feira, de centenas de imigrantes à fronteira do país com a Polônia. Desde esse dia, a Guarda de Fronteira polonesa registrou mais de 30.000 tentativas de cruzar a cerca de arame farpado que separa os dois países. Varsóvia e Bruxelas acusaram o regime de Minsk de orquestrar o tráfico ilegal de pessoas para pressionar o bloco comunitário, em retaliação às sanções econômicas impostas a Belarus pelas graves violações dos direitos humanos no país após os protestos contra as eleições realizadas em agosto de 2020 —cujo resultado não foi reconhecido pela UE. Estes são os pontos cruciais do agravamento da tensão nesta fronteira da UE.


De onde são os imigrantes?

As pessoas que se aglomeram, em número cada vez maior, perto da fronteira com a Polônia não vêm de Belarus ou algum outro país da região. Os imigrantes chegaram à região fronteiriça, localizada perto da cidade belarussa de Grodno, vestidos com roupa pesada para enfrentar o frio e conduzidos, segundo as autoridades polonesas, por agentes do regime de Minsk armados e com cães. Na noite de segunda-feira, centenas de pessoas, incluindo muitas crianças, armaram barracas e acenderam fogueiras para passar a noite em temperaturas congelantes. A maioria dos imigrantes vem do Oriente Médio, muitos são curdos, fugindo principalmente do Iraque e da Síria.


Não é a primeira vez que o Governo de Aleksandr Lukashenko, que conta com 2.000 imigrantes atualmente concentrados na fronteira com a Polônia, provoca situação semelhante. Em julho, mais de 4.000 pessoas, principalmente iraquianos, mas também congoleses, camaroneses, sírios e afegãos, entraram irregularmente na Lituânia vindos de Belarus. Quando a Lituânia fechou sua fronteira, o fluxo de imigrantes se transferiu para a Letônia e, principalmente, para a Polônia.


O que é a rota belarussa?

Com o objetivo de desestabilizar a UE, o regime de Lukashenko aproveita a vulnerabilidade dos imigrantes em áreas como o Oriente Médio e países do Golfo para incentivar o tráfego aéreo para Minsk como uma rota segura e desimpedida para entrar na Europa. Desta forma, os refugiados em potencial têm o incentivo para evitar viagens marítimas perigosas com origem na Turquia e no Norte da África. Com esta fórmula, cidadãos do Oriente Médio, assim como de países africanos, aterrissam em Minsk em voos operados por diferentes companhias aéreas. Por isso, a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou na segunda-feira que o Executivo da UE está estudando “como punir com sanções, inclusive por meio de listas de restrição, companhias aéreas de terceiros países que participam ativamente do tráfico de pessoas”.


Embaixadores da União Europeia debateram nesta quinta-feira a possibilidade de punir o aeroporto da capital belarussa e as suas operações em terra como forma de evitar que as companhias aéreas internacionais pousem com imigrantes irregulares a bordo. Ao mesmo tempo, o Kremlin negou qualquer envolvimento da Rússia no conflito imigratório e qualificou como “louca” a ideia de que a companhia aérea estatal russa Aeroflot possa ser alvo das sanções em estudo pela União Europeia em resposta à nova onda de imigrantes.


Qual foi a reação da Polônia e da União Europeia?

O Governo polonês deslocou 15.000 militares para uma zona de segurança de três quilômetros de largura ao longo da fronteira: quase 400 quilômetros tomados por postos de controle. A Polônia declarou estado de emergência em duas províncias da fronteira com Belarus em setembro, uma situação legal que impede o acesso de ONGs para ajudar com suprimentos e assistência médica. A Lituânia e a Letônia também tomaram medidas para reforçar suas fronteiras contra a guerra híbrida (combinação de meios convencionais e não convencionais em uma situação de conflito) desencadeada por Minsk.


Depois de anos lutando contra algumas das regras de solidariedade da UE —sobretudo no campo da imigração— e desafiando a legislação do bloco, a Polônia precisa do guarda-chuva europeu. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, se deslocou com urgência a Varsóvia nesta quarta-feira para “expressar toda a solidariedade da UE” à Polônia em face da agressão do regime de Lukashenko. Na capital polonesa, ele anunciou que os 27 membros do bloco estão finalizando novas sanções contra o regime de Lukashenko que serão aprovadas rapidamente, provavelmente na próxima segunda-feira. A OTAN também expressou total apoio à Polônia, membro da Aliança Atlântica, na terça-feira.


O que se pode esperar de agora em diante?

A Rússia, que desde o início nega qualquer envolvimento no conflito imigratório, demonstrou seu apoio militar ao regime de Aleksandr Lukashenko nesta quarta-feira, enviando dois bombardeiros estratégicos Tu-22M3 das Forças Aeroespaciais Russas para patrulhar indefinidamente as fronteiras do território bielorrusso que se limita com os países da UE.


Por sua vez, Lukashenko ameaçou nesta quinta-feira interromper o fluxo de gás russo de Belarus para a Europa. Um confronto que começou como um conflito imigratório na fronteira de Belarus com a Polônia está agora desafiando a estabilidade da UE em várias áreas.


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