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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Fachin: "Populismo autoritário" ameaça a democracia


 Fachin: "Populismo autoritário" ameaça a democracia

Ministro do STF e vice-presidente do TSE fez duras críticas ao ministro da Defesa, Walter Braga Netto

Weslley Galzo

https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica


Para Fachin, o descredenciamento das eleições é um dos objetivos do movimento populista em curso no Brasil

Foto: Adriano Machado / Reuters

O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, fez duras críticas às ameaças que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, fez chegar ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como revelou o Estadão, colocando em xeque a realização das eleições de 2022, caso não seja aprovado o voto impresso.


Fachin disse na manhã desta quinta-feira, 22, que o sistema eleitoral do País "encontra-se desafiado pela retórica falaciosa, perversa, do populismo autoritário"; e que não é de se espantar que um "líder populista" deseje "criar suas próprias regras para disputar as eleições". As declarações foram feitas em um evento realizado pela instituição Transparência Eleitoral Brasil.


O também ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) não citou diretamente o presidente Jair Bolsonaro, mas aludiu ao histórico do político que tem, entre suas principais pautas, a aprovação do voto impresso no Congresso. Desde que foi eleito em 2018, Bolsonaro questiona a segurança da urna eletrônica e ataca os membros do Judiciário que se opõem ao projeto, como Luís Roberto Barroso, presidente do TSE.


"No Brasil de hoje, não é de se espantar que um líder populista se recuse a obedecer as regras vigentes, que queira suas próprias regras para disputar as eleições e que se recuse a ter seu legado escrutinado pela sociedade no bojo de uma eleição política. É disso que se faz a democracia, de eleições periódica", disse Fachin.



Entenda


A ameaça contra as eleições foi levada a Arthur Lira no último dia 8, por meio de um emissário político do general. "A conversa que eu soube é que o ministro da Defesa disse a um dirigente de partido: 'A quem interessar, diga que, se não tiver eleição auditável, não terá eleição'. Teve um momento de muita tensão. Não foi brincadeira, não", descreveu um dos envolvidos no assunto, sob a condição de anonimato.


No início da manhã, o ministro da Defesa classificou as revelações da reportagem como "invenção". Depois, por meio de nota, Braga Netto afirmou que não envia recados "por meio de interlocutores".


Já o Estadão manteve todas as informações publicadas.


Como mostrou a reportagem, no último dia 7, o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior curtiu um post no qual um internauta pedia intervenção das Forças Armadas para aprovar esse sistema. "Comandante, obrigado pelo canal de comunicação. Precisamos do voto impresso auditável. Vocês precisam impor o voto auditável", dizia a mensagem. A nota do Ministério da Defesa não faz comentário sobre esse fato.


O vice-presidente do TSE apontou o que, segundo ele, seriam os três grandes objetivos do movimento populista em curso no País: "a exclusão do pensamento divergente, em primeiro lugar; em segundo lugar, o enfraquecimento dos mecanismos de monitoramento social e do sistema de freios e contrapesos; e, mais especificamente, em terceiro lugar, o descredenciamento das eleições como termômetro acurado da arbitragem social, em paralelo com a defesa inflamada de um novo método de votação".


 

Fachin apontou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), que busca instituir a impressão do comprovante de voto sob o argumento de ser este mais um mecanismo de auditagem das urnas eletrônicas, como um projeto reconhecido por especialistas por seu caráter "pernicioso, antieconômico e ineficaz".


"Ao lado disso, o Brasil experimenta hoje o assédio discursivo que engloba referências diretas a um eventual boicote ao pleito de 2022", afirmou.


O presidente Jair Bolsonaro já declarou publicamente que, sem o voto impresso, "não haverá eleições" em 2022. Em encontro com apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada, no dia 8 deste mês, Bolsonaro ameaçou: "ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições". Ele afirma ter provas de que foram fraudadas as eleições presidenciais de 2014 e 2018, mesmo tendo saído vencedor desta última. Derrotado em 2014, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) disse não ver indícios de fraudes no ano em que concorreu à Presidência.


Até o momento, porém, nenhuma evidência de ato ilícito nos pleitos foi apresentada.


Em sua fala à Transparência Eleitoral, Fachin defendeu novamente que os ataques ao sistema eleitoral são baseados em "acusações de fraude categoricamente vazias de provas e sem respaldo na realidade".

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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

STF se prepara para risco de ataques ao prédio e 'todos os cenários possíveis' no 7 de setembro

Sombra de guarda em frente a prédio do STF, com vários manifestantes em frente   CRÉDITO,REUTERS



STF se prepara para risco de ataques ao prédio e 'todos os cenários possíveis' no 7 de setembro

Nathalia Passarinho

Da BBC News Brasil em Londres

3 setembro 


A BBC News Brasil apurou que a maioria dos ministros pretende evitar tomar decisões com alto impacto no governo federal até as manifestações


Preocupado com o potencial de os protestos de 7 de setembro serem violentos, o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu planos para "todos os cenários possíveis"- de manifestação pacífica a tentativas de depredação e invasão do edifício.


Enquanto isso, conforme apurou a BBC News Brasil, a maioria dos ministros do STF decidiu colocar o pé no freio, até a próxima terça (7/9), em decisões que tenham impacto direto no governo federal, como as referentes ao pagamento de precatórios que possam significar gastos aos cofres públicos.


O objetivo seria evitar "colocar lenha na fogueira" às vésperas dos atos convocados para o Dia da Independência, em defesa do governo do presidente Jair Bolsonaro. Ainda assim, o clima entre os ministros é de preocupação e atenção à adesão de policiais militares aos protestos e à reação de Bolsonaro caso haja violência ou ataques ao Congresso ou Supremo.


Todo o efetivo de segurança do STF vai estar presente, como costuma ocorrer quando há protestos na Esplanada dos Ministérios. Mas dessa vez houve intensa interlocução com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para garantir reforço das forças de segurança do DF, como PM, Detran e Polícia Civil.


Segundo fontes do Supremo, os ministros vão observar atentamente a prevalência e força, durante os protestos, de mensagens antidemocráticas, como cartazes e gritos de ordem em defesa do fechamento do STF e do Congresso.


A quantidade de pessoas nas ruas também servirá como termômetro para eles avaliarem os reais riscos de tentativas futuras de quebra democrática.


7 de setembro: ministros do STF estarão atentos à reação de Bolsonaro caso haja violência ou ataques ao Congresso ou Supremo


Em pronunciamento nesta quinta, na retomada do julgamento sobre o marco temporal das terras indígenas, o presidente do STF defendeu "respeito à integridade das instituições democráticas e seus membros" durante as manifestações.


"Num ambiente democrático, manifestações públicas são pacíficas. Por sua vez, a liberdade de expressão não comporta violências e ameaças", disse.


Revista e manifestantes longe da Praça dos Três Poderes

Para tentar mitigar riscos de manifestantes tentarem invadir o Congresso e o Supremo, ou até jogar bombas caseiras nos edifícios, o Governo do DF decidiu restringir os atos à Esplanada dos Ministérios.


Isso significa que os manifestantes não poderão "descer" a avenida em direção à Praça dos Três Poderes, onde ficam Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal.


A decisão foi vista por integrantes do Congresso e do STF como indicativo de que existe, na Secretaria de Segurança do DF, a expectativa de manifestantes tentarem depredar os prédios públicos.


Em Brasília, há temor de que manifestações no 7 de setembro cheguem à depredação de prédios públicos


Segundo o governo do DF, pelo menos 13 grupos pró-bolsonaro e três de esquerda devem promover manifestações no dia 7 de setembro.


Além de bloquear a passagem para a Praça dos Três Poderes, as forças de segurança vão fazer revistas para tentar interceptar armas brancas, armas de fogo, bombas caseiras, garrafas de vidro e outros objetos que possam ameaçar a segurança.


Nas comunicações com a equipe de segurança do Supremo e do Congresso, o governo do DF tem tentado tranquilizá-los sobre temores de que a própria PM em operação no dia possa agir com menos comprometimento no controle dos protestos.


À BBC News Brasil, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que "as ações da PMDF são pautadas na observância dos direitos humanos e nos princípios constitucionais" e que vai atuar "para garantir a segurança dos manifestantes e a integridade do patrimônio público ou privado''.


Pela legislação brasileira, nenhum policial da ativa pode participar de atos políticos com símbolos que remetam às instituições onde eles atuam. Só podem participar de manifestações se estiverem à paisana, como cidadãos comuns, desarmados.


Se descumprirem essa regra, podem ser enquadrados no Código Penal Militar pelos crimes de motim ou revolta (quando há dois ou mais envolvidos). E as penas podem chegar a 20 anos de prisão em regime fechado.


Mas há expectativa de que número significativo de policiais da reserva ou de folga no dia compareçam aos protestos.


quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Supremo Tribunal Federal avalia caso histórico sobre direitos à terra indígena


 Indígenas participam de um protesto no dia do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal sobre um caso histórico sobre direitos à terra indígena em Brasília, Brasil, 1º de setembro de 2021. REUTERS / Adriano Machado


Por Ricardo Brito


Uma mulher indígena segura um cartaz com os dizeres "Terra, vida, justiça, demarcação" durante um protesto no dia do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal sobre um caso histórico sobre direitos à terra indígena em Brasília, Brasil, 1º de setembro de 2021. REUTERS / Adriano Machado




Indígenas assistem em uma tela no Supremo Tribunal Federal do Brasil sobre um caso histórico sobre os direitos à terra indígena em uma tela em Brasília, Brasil, 1º de setembro de 2021. REUTERS / Adriano Machado



BRASÍLIA, 1 de setembro (Reuters) - A Suprema Corte do Brasil ouviu na quarta-feira argumentos a favor e contra uma data limite para reivindicações de terras que os indígenas consideram vitais para sua sobrevivência, enquanto o governo defendia a segurança jurídica para os agricultores da casa de força agrícola.


O tribunal principal avaliou se um governo estadual aplicou uma interpretação excessivamente restrita dos direitos indígenas ao reconhecer apenas as terras tribais ocupadas por comunidades nativas na época em que a constituição do Brasil foi ratificada em 1988.


O caso deve se arrastar por dias e abrir um precedente que afetaria centenas de reivindicações de terras nativas .


Os indígenas dançaram e cantaram do lado de fora do tribunal enquanto assistiam ansiosamente ao processo em uma tela externa.



O advogado da maior tutela indígena da APIB, Luiz Eloy Amado, do povo Terena, disse que a regra era inconstitucional porque não havia prazo na Constituição de 1988, que garantia o direito às terras ancestrais.


“A questão da terra é fundamental para os indígenas do Brasil”, disse Amado à corte. Acrescentou que cerca de 800 reclamações, um quarto das quais estão na fase final de reconhecimento, estariam paralisadas se o prazo de 1988 não fosse rejeitado pelo tribunal.


Terras indígenas protegidas oferecem um baluarte contra o desmatamento na Amazônia. Uma derrota no tribunal para os povos indígenas abriria um precedente para a reversão dos direitos nativos que o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro tem buscado com o apoio de poderosos interesses agrícolas.


O procurador-geral do governo, Bruno Bianco, argumentou que o prazo deu segurança jurídica aos fazendeiros, muitos dos quais viveram por décadas em terras antes habitadas por indígenas que foram expulsos pela chegada de colonos europeus.



Bianco disse que a questão foi decidida melhor pelo Congresso, onde um projeto de lei estabelecendo o prazo de 1988 como lei foi aprovado em um comitê da câmara baixa. Ele disse que o tribunal deveria adiar a decisão até depois que os legisladores aprovarem o projeto, uma estratégia apoiada pelo poderoso lobby agrícola do Brasil.


A corte foi suspensa até quinta-feira, quando 18 oradores comparecerão antes que os ministros comecem a discutir o assunto.


Reportagem de Ricardo Brito, escrita de Anthony Boadle; Edição de Sandra Maler

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A preocupação dos EUA com democracia brasileira após movimentos de Bolsonaro

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Sessão Bossa Nova no Historia News21 Apresentando a grande Diva do improviso Leni Andrade (É SHOW - LENY ANDRADE & ZÉ LUIZ MAZZIOTTI)




Leny Andrade

Fonte: Wikipédia

Leny de Andrade Lima , conhecida profissionalmente como Leny Andrade , nasceu no Rio de Janeiro , em 26 de janeiro de 1943, e é cantora e musicista brasileira. Tanto o nome quanto o sobrenome de Andrade às vezes são escritos incorretamente em inglês como "Lenn", "Leni" e "Adrade" [ carece de fontes? ] . Ela teve vários sucessos nas paradas brasileiras. Em 2007 dividiu o Grammy Latino com Cesar Camargo Mariano de Melhor Álbum de MPB ( Música Popular Brasileira ), Ao Vivo .

Ela começou sua carreira cantando em clubes, morou cinco anos no México e passou boa parte de sua vida morando nos Estados Unidos e na Europa. Ela estudou piano no Conservatório Brasileiro de Música .

Já se apresentou com Paquito D'Rivera , Luiz Eça , Dick Farney , João Donato , Eumir Deodato , Pery Ribeiro e Francis Hime . O estilo de Andrade é uma síntese de samba e jazz .

Recepção 
Ela foi descrita por Tony Bennett como a " Ella Fitzgerald do Brasil" e outros a compararam à falecida Sarah Vaughan .  Na Europa, onde fez turnês, ela foi a primeira-dama brasileira do jazz, construindo uma grande base de fãs na Holanda e Itália. Ela gravou o álbum Embraceable You em julho de 1991 em Volendam, Holanda. 


Stephen Holden, do The New York Times, escreveu sobre a performance de Andrade no Birdland em 27 de agosto de 2008: "Descrever a Sra. Andrade como a Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald da bossa nova só vai longe para evocar um artista cuja voz parece conter o de corpo e alma do Brasil . Você pode pensar que conhece " The Girl from Ipanema ", o número final do medley de abertura do show com as canções de Jobim . Mas você não absorveu realmente até ouvir a Sra. Andrade cantá-la em português; disgorge pode ser uma palavra melhor do que cantar, já que, como tudo o mais que ela executa, parece brotar do centro da terra. " 

Discografia 
A Sensacao ( RCA , 1961)
A Arte Maior de Leny Andrade ( Polydor , 1963)
Gemini V com Pery Ribeiro ( Odeon , 1965)
Estamos Ai (Odeon, 1965)
Gemini V no México com Pery Ribeiro (Odeon, 1966)
Leny Andrade (RVV, 1968)
Gemini Cinco Anos Depois com Pery Ribeiro (Odeon, 1972)
Alvoroco (Odeon, 1973)
Leny Andrade (Odeon, 1975)
Registro (CBS, 1979)
Leny Andrade (Pointer, 1984)
Cartola 80 Anos (Pan Producoes Artisticas, 1987)
Luz Neon (Eldorado, 1989)
Eu Quero Ver (Eldorado, 1990)
Bossa Nova (Eldorado, 1991)
Embraceable You ( Timeless , 1991)
Nos com Cesar Camargo Mariano (Velas, 1993)
Maiden Voyage com Fred Hersch ( Chesky , 1994)
Coisa Fina com Romero Lubambo (Perfil Musical, 1994)
Letra & Musica: Antonio Carlos Jobim com Cristóvão Bastos (Lumiar Discos, 1995)
Luz Negra: Nelson Cavaquinho por Leny Andrade (Velas, 1995)
Bossas Novas (Albatroz, 1998)
Seja Voce (Albatroz, 2001)
Canta Altay Veloso (Obi Music, 2002)
Lua Do Arpoador com Romero Lubambo (Biscoito Fino, 2006)
Ao Vivo (Albatroz, 2012)
As Cancoes Do Rei (Albatroz, 2013)
Iluminados - Leny Andrade canta Ivan Lins & Vítor Martins (2014)
Alegria De Viver com Roni Ben-Hur ( Motema , 2014)
Canta Fred Falcao: Bossa Nova (Biscoito Fino, 2018)
Alma Mia (Fina Flor, 2019)